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INTERCULTURAIS
ROCHA, Tania; VINICIUS, William
SST Diálogos interculturais / Tania Rocha; William Vinicius
Ano: 2020
nº de p. 11.
Apresentação
Neste momento, trataremos de um assunto extremamente importante na área de
humanas que é os estudos relacionados a diálogos interculturais. Começaremos
a estudar sobre a desigualdade e a orientação sexual, debatendo sobre o que é
a homossexualidade, heterossexualidade e bissexualidade com base nos papeis
socialmente atribuídos ao genero.
Bons estudos.
Apesar das lutas travadas entre a sociedade burguesa (que considera o gênero
masculino superior ao feminino) e os movimentos sociais (em defesa do respeito às
diferenças e condições de igualdade), ainda se percebe o masculino sobrepondo-
se ao feminino nas práticas sociais cotidianas. Tal perspectiva pode ser vista a
partir das brincadeiras que cercam na escola meninos e meninas, dos tipos de
brinquedos, dos papéis sociais que ambos assumem, reproduzindo a esfera familiar
de relações desiguais entre o pai e a mãe.
Com certa frequência, à mulher cabe a dupla jornada, além do trabalho fora de
casa, o trabalho doméstico, contando muito pouco com seu companheiro para
dividir as tarefas. Tal situação está mais atrelada àquelas famílias cujas condições
econômicas são efetivamente mais baixas, com nível mais baixo de escolaridade,
na maioria das vezes, o que dá vazão ao preconceito.
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Atenção
Os papéis assumidos socialmente acabam por expressar as
orientações sexuais estabelecidas como corretas e padronizadas,
em que prevalece a heterossexualidade, em que o casal é constituído
por uma pessoa de orientação sexual masculina e outra feminina.
Entendemos que, com a liberdade sexual datada a partir dos anos 1980 e 1990,
começa-se a descobrir o próprio corpo, que ultrapassa o mero mecanismo de
produzir no modo capitalista para se autodescobrir como sujeito de direito e de
prazer, trazendo discussões inerentes às dimensões da homossexualidade e
às relações homoafetivas, à bissexualidade e à transexualidade, marcando as
diferenças entre os conceitos de sexo, identidade e gênero como campos próprios e
distintos da orientação sexual, tida como meramente biológica.
Base genética
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No entanto, a orientação sexual é que determina a atração entre os sexos,
direcionando para qual lado está orientada a sua sexualidade, ou seja, para o lado
da homossexualidade, bissexualidade ou heterossexualidade.
Atenção
A identidade de gênero está relacionada com a maneira como
você se percebe e se constrói socialmente, independentemente
do sexo. Nesse sentido, a pessoa pode ter mais afinidade com o
jeito feminino ou masculino de ser e assim busca agir.
[...] uma educação comprometida com uma nova ordem social precisa ser
capaz de romper com conceitos universais e imperativos morais e investir
em uma prática que respeite a subjetividade e proporcione ao indivíduo
o exercício da liberdade. Esse compromisso implica na existência de
um(a) novo(a) educador(a), de novos conteúdos programáticos, na
ressignificação do processo de avaliação, enfim, em uma nova prática
educativa (PASSOS; ROCHA; BARRETO, 2011, p. 36).
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DIVERSIDADE RELIGIOSA
A diversidade religiosa vem sendo outro fator inerente a uma cultura inter, ou
seja, onde existe um território – meio que permite o debate entre as muitas
tensões da vida cotidiana.
Atenção
Na escola, não podemos banalizar o relativismo que por vezes faz
parte do conceito de religiosidade, mas devemos ser tolerantes e
aprender com tais expressões da cultura e principalmente da fé
que envolve a cidadania.
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A participação do aluno em determinadas atividades pedagógicas que têm por
cenário a diversidade religiosa deve ser considerada nos planejamentos e projetos
dos educadores e educadoras. Devemos nos lembrar que o nosso país é laico, ou
seja, tem uma posição neutra no campo religioso.
Saiba mais
Para aprofundar os seus conhecimentos sobre a formação cultural
brasileira, assista ao filme “Caramuru – a Invenção do Brasil”, uma
comédia com 85 minutos, lançada em 2000 pela distribuidora
Columbia Pictures. Ele aborda que em 1º de janeiro de 1500 um
novo mundo é descoberto pelos europeus, graças a grandes
avanços técnicos na arte náutica e na elaboração de mapas.
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Por fim, ressaltamos que ampla parte da diversidade religiosa que temos no Brasil
advém da Europa e do cristianismo, dos negros africanos e dos indígenas que
trazem na base a pajelança, o Pajé, o que recebe o espírito de guias, de animais e
de seres fantásticos (como a cobra-grande). Percebe-se que tamanha diversidade
está envolta em ritos de passagem variados, crendices e superstições, imagens,
amuletos e ainda promessas e simpatias, de acordo com Ortêncio (2004).
Atenção
Moreira e Candau (2007, p. 28) indagam sobre a construção do
currículo e fazem uma reflexão em que se retrata o currículo como
sendo uma espécie de foto do momento histórico vivenciado
coletivamente na sociedade. Os autores reconhecem que a escola
democrática a ser constantemente construída passa por um
currículo que não pode deixar de lado a cultura no processo de
construir conhecimento e que a multiculturalidade e a diversidade
devem ser contempladas nas bases curriculares das escolas.
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Estar, portanto, educando dentro das realidades significa compreender que o
currículo traz a vida para o interior da instituição escolar e que a vida não se
traduz de maneira retilínea, mas dialética, com idas e vindas, com questões que
necessitam de espaço e tempo apropriados para serem trabalhadas.
Tal reflexão, considerando os pontos acima, pode nos remeter à práxis que sugere
luta por justiça social ou somente de convivência no mesmo espaço territorial. É o
diálogo desafiador que pode suscitar uma comunicação real e interativa entre esses
vastos processos de identidades híbridas/miscigenadas.
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Nesse processo de encontro é que se configura a interculturalidade nas práticas
educativas e curriculares. Por isso, Morgado (2004, p. 117) diz que o currículo “é
como sinônimo de um conjunto de aprendizagens valorizadas socialmente e como
uma construção permanente e inacabada, resultante da participação de todos. Um
espaço integrado e dialético, sensível à diferenciação”.
Fechamento
Estudamos sobre sexualidade, genero, homossexualidade que é a atração entre
pessoas do mesmo sexo, a bissexualidade apresenta a disponibilidade de a
orientação sexual estar tanto para o sexo oposto ao seu quanto para pessoas do
mesmo sexo, já a heterossexualidade representa que tal atração une uma pessoa de
sexo masculino e outra de sexo feminino. Também foi possível apreendermos sobre
a diversidade religiosa que vem sendo outro fator inerente a uma cultura inter, ou
seja, onde existe um território – meio que permite o debate entre as muitas tensões
da vida cotidiana.
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Referências
CENTER, H. K. G.; McCOLLOUGH, M.E.; LARSON, D.B. Handbook of Religion and
Health. New York: Oxford University Press, 2016.
MORGADO, J. C. Educar no século XXI: que papel para o(a) professor(a)? In:
MOREIRA, A. F. B; PACHECO, J. A.; GARCIA, R. L. (Org). Currículo: pensar, sentir e
diferir. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
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