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Referências
Aula 1
PONTO DE PARTIDA
Olá, estudante!
Nesta jornada de estudos em educação e diversidade, temos analisado e refletido até aqui sobre o contexto
em que estamos inseridos, para que possamos repensar nossos hábitos de vida e práticas educacionais
sociocultural. Com isso, espera-se que se desenvolva uma abordagem holística para a educação a partir de
Nesta aula sobre educação e liberdade religiosa, especificamente, você vai estudar sobre as questões legais do
respeito à liberdade religiosa e as relações com a escola e a sociedade na qual estamos inseridos. Em seguida,
você está convidado a refletir sobre o direito à liberdade, escolha, prática e expressão da religiosidade,
percebendo a importância da laicidade nas práticas educativas. Por fim, você vai estudar a educação e o
Para que possamos iniciar os estudos desta aula, propomos algumas questões para problematização: quais as
relações entre educação, diversidade e religiosidades? Como trabalhar a questão da religiosidade na escola?
Qual o papel da educação e da escola no combate às intolerâncias religiosas? O que é laicidade na educação?
Veja que essas são algumas de muitas das problematizações relacionadas à educação e liberdade religiosa.
Você pode perceber que já temos um bom começo com essas problematizações propostas, mas
recomendamos que você aprofunde suas leituras a partir das referências indicadas neste material, entre
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outras que você pode pesquisar e julgar interessante. Pesquise por outros materiais na Biblioteca Virtual ou
VAMOS COMEÇAR
Os estudos em educação e liberdades religiosas, cujo escopo dos estudos consiste num modelo de educação
para a diversidade, é importante para a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Como anunciado,
nesta aula, você vai estudar primeiramente as questões legais do respeito à liberdade religiosa. Em seguida,
você vai refletir sobre o direito à liberdade, escolha, prática e expressão da religiosidade. Finalmente,
veremos a educação e o papel da prevenção e combate às intolerâncias.
liberdade religiosa. Em educação e diversidade, é preciso reconhecer o exercício da religião como um direito,
que determina que todas as práticas devem ser respeitadas e incentivadas. Isso deve ser compreendido em
Para entender as questões legais do respeito à diversidade religiosa, é preciso definir religião e liberdade
religiosa, e perceber que “discorrer sobre a liberdade religiosa exige uma definição de religião, algo que,
como se verá, não é tarefa fácil e pela etimologia, a palavra religião de origem latina teria por significado
religar, reeleger, no sentido de religar o homem a sua divindade” (Coutinho, 2012, p. 176 apud Tenório, 2023,
p. 33). Trata-se de questões ligadas ao sagrado, a uma dimensão que liga o ser humano à sua divindade.
Pensar nas religiões brasileiras é considerar a miscigenação da população e da diversidade sociocultural com
que nos constituímos historicamente. A religião e as religiosidades, são aspectos culturais que precisam ser
observados a partir de nossa formação social e cultural. Com isso, é preciso analisar essas características
quando pensamos nas relações entre educação, diversidade e religiosidade no Brasil.
carismáticos.
— (Oliveira; Costa, 2016, p. 307)
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Perceba a singularidade de nosso país, ou seja, a diversidade sociocultural existente em relação às religiões
da população brasileira, marcada por uma vasta e diversa mistura étnico-racial e cultural. Ademais,
religioso. O termo sincretismo se origina na Grécia Antiga e tem a ver com as fusões culturais e religiosas de
diferentes povos a partir das relações sociais. O sincretismo está associado à cultura da religião em nosso
país.
religioso. Este é o resultado do contato social entre povos e grupos, resultando numa
O sincretismo religioso no Brasil tem relação com a formação social e econômica do colonialismo brasileiro e
as relações com os povos originários e a população escravizada em nosso país. Como exemplos do sincretismo
no Brasil, podemos mencionar a Umbanda, religião de matriz africana e afro-brasileira, que se utiliza da
mistura de elementos do catolicismo, do espiritismo e do candomblé. O catolicismo popular é também um
exemplo de sincretismo, como por exemplo, o culto à Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá.
O fenômeno da religião e das relações culturais em nosso país é um rico objeto de estudos para o
desenvolvimento de uma perspectiva que integre as relações entre educação, diversidade e religiosidades. O
sincretismo, por exemplo, pode ser trabalhado nas escolas na forma de uma interessante experiência didática
religiosidade, que pode ser feito na escola, de modo que o reconhecimento, a valorização e o respeito à
diferença social e cultural possam ser amplamente disseminados na comunidade escolar e na sociedade como
um todo. No entanto, para se pensar no papel das escolas, sobretudo as escolas públicas, é preciso ter o
cuidado para que uma determinada religião não se torne hegemônica (dominante) perante as demais
O exercício da laicidade do Estado e da escola indica que não se deve apoiar nenhuma religião; no entanto,
diante da pluralidade religiosa com que se constitui a sociedade brasileira, considerando a religião é algo
extremamente importante para a maioria dos brasileiros, a escola pode oportunizar os estudos sobre religião
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de modo a valorizar as identidades sociais e culturais – em que pode-se aproveitar para trabalhar a questão
Nos estudos sobre o direito à liberdade, escolha, prática e expressão da religiosidade, pode-se ressaltar a
legislação que garante a liberdade religiosa para todos, na forma de direito de culto, de proteção aos locais de
culto e liturgias, assim como a garantia à assistência religiosa. Na passagem a seguir, estão descritos os
brasileira, que faz expressa menção a Deus, como protetor da promulgação da nova
ordem constitucional.
Em seguida, no artigo 5a, incisos VI, VII e VIII tutelam a liberdade religiosa, o direito
de culto, a proteção aos locais de culto e às liturgias; bem como garantem a assistência
Perceba que a Constituição Federal brasileira proporciona a ampla proteção à liberdade religiosa. No entanto,
na perspectiva dos estudos em educação e diversidade, cabe ressaltar a importância do exercício do diálogo.
O diálogo é uma conversa entre duas ou mais pessoas, que trocam ideias, com vistas a um entendimento e
uma concordância para conviverem uma com as outras, inclusive no campo religioso. Diante disso, o diálogo
busca a paz, o amor e a fraternidade.
Em um mundo marcado pelo advento das novas tecnologias, comunicações, migrações e trocas culturais, o
diálogo entre culturas diferentes se faz cada vez mais necessário para uma convivência saudável e a
sobrevivência de todas elas. O diálogo entre as culturas, como se pode perceber, faz parte da responsabilidade
de um projeto de vida pela paz mundial. Dessa maneira, o diálogo inter-religioso é fundamental para a
Figura 1 | Cultura e diversidade religiosa – Registro de bandeiras de oração budistas hasteadas no planalto tibetano penduradas por
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Quando tratamos das religiões, o diálogo inter-religioso é extremamente importante e benéfico para toda a
sociedade, de modo que a religião seja compreendida sob a perspectiva da diversidade cultural. Por isso, a
escola pode ser uma instituição fundamental nesse processo. Como se percebe, em religião não existe verdade
absoluta, pois, se assim for, ocorrerão práticas e formas de intolerância e de discriminação de uma
perspectiva religiosa em detrimento de outra. O direito à liberdade religiosa, portanto, não impede o
exercício da liberdade individual das pessoas que são diferentes. Isso tudo deve ser adotado do ponto de vista
da religião.
componente curricular de Ensino Religioso. Pode-se perceber que “as intolerâncias se manifestam de diversas
maneiras e pode ser imputada em relação a: religião, diferentes etnias, raças, nacionalidades, times de
futebol, partidos políticos, estrangeiros e discriminações correlatas” (Previtelli; Vieira, 2017, p. 185-186).
Essa área do conhecimento, que se pauta na escola sob o âmbito científico, aprofunda os conhecimentos
diferentes culturas e sociedades enquanto um dos bens simbólicos resultantes da busca humana por
Os fenômenos ligados ao campo da religião envolvem distintos sentidos e significados de vida, “em torno dos
quais se organizaram cosmovisões, linguagens, saberes, crenças, mitologias, narrativas, textos, símbolos,
ritos, doutrinas, tradições, movimentos, práticas e princípios éticos e morais” (Brasil, 2018) e são, portanto,
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A intolerância religiosa no Brasil tem uma leitura peculiar. Mesmo que a legislação
religiões afro-brasileiras não é uma novidade. Elas foram, durante toda sua história,
estigmatizadas como baixo espiritismo, feitiçaria, magia negra e essas marcas ainda
Perceba que estabelecer uma cultura da paz no âmbito do aceite da diversidade das religiões é fator
indispensável e contribui com o combate às intolerâncias culturais e religiosas. Nesse sentido, sob o viés da
laicidade da educação escolar, compete às escolas contribuírem com a erradicação das intolerâncias religiosas
e de quaisquer formas de discriminação ou de violência que possa haver com qualquer religião e sua
expressividade.
A disciplina de ensino religioso, nesse sentido, é muito importante nesse processo, e isso se percebe nas
competências dessa área do conhecimento segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
abordar esses conhecimentos com base nas diversas culturas e tradições religiosas,
religiosas e filosofias de vida. O Ensino Religioso busca construir, por meio do estudo
específicas.
— (Brasil, 2018, p. 436-437)
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Perceba a importância da área do ensino religioso para os estudos em educação e diversidade e do diálogo
como exercício que deve prevalecer em todos os espaços educativos, para que se conheça as diferentes
culturas, tradições religiosas e filosofias da vida. Assim como o conceito de cultura, pode-se dizer que as
abordagem interdisciplinar, envolvendo outros atores da escola, são fundamentais nesse processo
paz, pois é graças a ela que muitos conflitos e crimes motivados pelo ódio ao diferente podem ser evitados.
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VAMOS EXERCITAR
Em nossos resultados de aprendizagem, buscamos desenvolver uma abordagem holística para a educação a
Nesse sentido, vamos retomar algumas questões realizadas em nossa problematização: quais as relações
entre educação, diversidade e religiosidades? Como trabalhar a questão da religiosidade na escola? Qual o
Em educação e diversidade, é preciso reconhecer o exercício da religião como um direito a ser respeitado e
praticado. Para entender essa questão, você estudou a importância de analisar as características da
Você pôde perceber que o fenômeno da religião e das relações culturais em nosso país é um valioso objeto de
estudos para o desenvolvimento de uma perspectiva que integre as relações entre educação, diversidade e
religiosidades. O sincretismo, dessa forma, é interessante de ser trabalhado e ressaltado nas escolas, de modo
A escola, nesse sentido, é o lugar propício para que o reconhecimento, a valorização e o respeito à diferença
social e cultural sejam amplamente disseminados, na escola e para além dela, ou seja, na comunidade escolar
e na sociedade como um todo. Assim, a escola deve oportunizar os estudos sobre religião, de modo a valorizar
as identidades sociais e culturais, aproveitando-se disso para trabalhar a questão do respeito e da tolerância
O componente curricular de Ensino Religioso, nesse sentido, é um meio importante para trabalhar a
educação e o papel da prevenção e combate às intolerâncias nas escolas, estabelecer uma cultura da paz no
âmbito do aceite da diversidade das religiões, fator indispensável para a promoção da diversidade social e
cultural.
questões religiosas e pode-se aproveitar da discussão legal para trabalhar a questão do respeito e da
tolerância religiosa. É competência de todas as escolas contribuir com a erradicação das intolerâncias
religiosas e de quaisquer outras formas de discriminação ou de violência que possa haver com qualquer
Saiba mais
Questões legais do respeito à liberdade religiosa
Para o aprofundamento dos estudos sobre as questões legais do respeito à liberdade religiosa,
de 1988, do livro Liberdade religiosa e discurso de ódio, de Ricardo Jorge Medeiros Tenório. O livro está
disponível em nossa Biblioteca Virtual.
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Para o aprofundamento dos estudos sobre os dados relativos ao pertencimento religioso dos brasileiros,
recomendamos a leitura do texto As religiões no Brasil, de Matheus Pestana. Os dados são resultados do
Censo de 2010 do IBGE (2010) de 2009 e da pesquisa Datafolha realizada em 2019. Você pode explorar
outras informações sobre religião que estão disponíveis na página Religião e Poder.
Para ilustrar e ampliar suas reflexões, ouça a música Procissão, de Gilberto Gil, na qual se apresenta uma
recomendamos a leitura dos Capítulos 1 – Ensino religioso e 2 – O ensino religioso na escola pública, do
livro História e legislação do ensino religioso, de Karin Willms. O livro está disponível em nossa
Biblioteca Virtual.
Aula 2
EDUCAÇÃO INTERGERACIONAL
PONTO DE PARTIDA
Olá, estudante!
Você está percebendo que educar para a diversidade envolve primeiramente compreender a diversidade
sociocultural. Isso contribui para a sua valorização e reconhecimento. Vamos adotar a mesma perspectiva
para tratar dos aspectos que envolvem a educação intergeracional, ou seja, analisar o etarismo como
marcador social da diferença. Em seguida, você vai estudar sobre a importância do acolhimento e da
valorização de estudantes de diferentes faixas etárias. Por fim, vai estudar os programas sociais de educação
de adultos.
Para os estudos sobre educação intergeracional, alguns questionamentos iniciais se fazem necessários:
etarismo é um marcador social da diferença? De que modo podemos acolher e valorizar estudantes de
diferentes faixas etárias? Qual o papel do Estado e das políticas públicas na educação de jovens e adultos? O
Pensar nessas questões, sob a ótica das desigualdades sociais, é fundamental para o exercício reflexivo em
educação e diversidade. Aprofunde suas leituras e conhecimentos a partir dos livros disponibilizados na
VAMOS COMEÇAR
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Nos estudos em educação intergeracional e diversidade vamos analisar práticas eficazes de promoção da
diversidade social e cultural. Como anunciado, primeiramente, você vai estudar o etarismo como marcador
social da diferença. Em seguida, você vai estudar as questões relacionadas à educação e às diferentes faixas
etárias e pensar no acolhimento, valorização e incentivo à continuidade dos estudos, essenciais para o escopo
do que estamos tratando nesta aula. Por fim, você vai conhecer os programas sociais de educação de adultos e
intergeracional. O etarismo, nesse sentido, é compreendido como marcador social da diferença, pois se baseia
questões intergeracionais ocorrem tanto com pessoas mais idosas quanto com pessoas mais jovens, sobretudo
por exemplo.
Nos estudos em educação e diversidade, parte-se do entendimento de que a educação deve se estender a toda
a população brasileira, independentemente das características das identidades socioculturais e/ou da faixa
etária em que o indivíduo se insere. Ou seja, trata-se de garantir a educação, o ensino e a aprendizagem de
conteúdos elementares para a reprodução de uma vida social mais humanizada nas diferentes etapas da
vida.
Sabe-se que o fator geracional corresponde à diminuição da quantidade de filhos por família, o que acarreta,
oportunidade de estudos para todos, mesmo para as pessoas que se encontram na distorção da idade/série
escolar. Essa área do conhecimento, educação e diversidade, defende a constante busca pelo aprender,
independente da faixa etária, desde a infância até a velhice, pois compreende-se que nunca é tarde para isso.
É justamente nesse sentido que a garantia do direito à educação deve ser preservada pelo Estado e a
sociedade brasileira, como na oferta de modalidades geracionais de ensino: educação básica, cursos técnicos,
ensino superior, entre outros. Deve-se também promover políticas públicas educacionais e geracionais que
incentivem a permanência dos jovens na escola, de modo que essa dimensão tão importante da vida não seja
É justamente nesse sentido que todos temos como necessidade a conscientização a respeito das
consequências prejudiciais dos preconceitos e estereótipos baseados na idade, para que se promova uma
cultura que valorize as contribuições diversas e se respeite as diferentes fases da vida. Sabemos que é
essencial desafiar as noções negativas associadas à idade para criar uma sociedade mais inclusiva e
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valorização de estudantes de diferentes faixas etárias, para que a educação contemple a todos, o que resulta
Percebe-se a importância do papel do Estado no sentido de promover políticas públicas educacionais que
acolham jovens e adultos, como, por exemplo, a partir da modalidade da educação de jovens e adultos (EJA).
Perceba que, para além das instituições e relações sociais, é preciso que todos contribuam para uma cultura
de que a educação e a constante formação pessoal e profissional, mediante a educação, seja alcançada e
contemple estudantes de diferentes faixas etárias. Analisando do ponto de vista das interseccionalidades,
pode-se perceber que essas reflexões contribuem com o combate à discriminação etária e o preconceito à
idade.
A escola, a família e a sociedade têm, nesse sentido, um papel primordial na promoção da educação, no
acolhimento e na valorização de diferentes faixas etárias, no sentido de criar meios e oportunidades para dar
continuidade aos estudos, o que corrobora com a multiplicação (frutificação) do conhecimento em larga
escala.
atitudes, muitas vezes atribuídas por indivíduos e pela sociedade a outros em função
Pode-se perceber nos estudos sobre o etarismo a maneira com que estão presentes o preconceito etário e
discriminação por idade em nossa convivência social. É preciso desnaturalizar essas práticas e perceber que a
educação é um direito de todos. Quando falamos das relações intergeracionais nas famílias, Goldani chama a
atenção para o aumento da esperança de vida humana e “a subsequente transferência de recursos materiais
e simbólicos entre avós, pais e filhos/netos, dos mais velhos aos mais novos e dos mais novos aos mais velhos”
Com isso, percebe-se que as trocas entre gerações são relevantes para as relações interpessoais e contribui
com o desenvolvimento de todas as pessoas. O senso comum, muitas vezes, associa as pessoas idosas (mais
velhas) a valores negativos, o que se justifica em parte pela valorização do jovem no mercado de trabalho e,
consequentemente, à desvalorização do idoso por ser considerado menos produtivo, fora da idade do
trabalho e de menos consumidor. Isso se evidencia nas práticas discriminatórias por idade observadas na
sociedade.
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terceiro maior “-ismo”, após o racismo e o sexismo (Palmore, 2004). Como o racismo, o
O preconceito etário está relacionado aos estereótipos construídos do ponto de vista social, no mercado de
sentido, nos levam à construção de um novo modelo de identidade do velho em nossa sociedade. Isso pode
culminar com a construção de uma sociedade mais desenvolvida e inclusiva do ponto de vista do etarismo.
Essa identidade vem sendo construída pelo idoso, não em contraste com a do jovem, mas em contraste à
identidade estereotipada do velho. Assim, esse “novo” idoso procura se desvincular de antigos estereótipos. A
esperança é que uma nova visão do idoso seja construída na educação, por meio da revisão das imagens
A nova visão sobre o idoso que os estudos sobre educação intergeracional têm apontado trazem as
possibilidades de um sujeito que ainda é capaz e atuante na construção de sua história pessoal, social e
familiar. Essa postura permite a elaboração de uma nova identidade, também atrelada à constante busca pelo
saber, pois, como vimos, da infância até a velhice, sempre temos a possibilidade de aprender, de conhecer
algo novo.
nos leva a priorizar a questão etária, de modo a refletir sobre o papel da escola. A educação é compreendida,
nesse sentido, como um exercício de inclusão, de modo a proporcionar a inclusão de pessoas nas diversas
faixas etárias.
No âmbito do desenvolvimento social e político, entendemos que o Estado tem um papel importante e
necessário nesse processo de educação de jovens e adultos, e por isso se deve analisar o contexto histórico das
políticas voltadas ao etarismo no Brasil. Além disso, sabe-se que “os ‘benefícios’ e pensões obtidos por meio
das políticas públicas para o idoso vão ter um forte impacto na vida econômica das famílias” (Previtelli;
O Estado tem o dever de promover políticas públicas para a educação de jovens e adultos em todas as
modalidades de ensino da educação básica: alfabetização, ensino fundamental e médio. Deve-se ofertar um
currículo e metodologias de ensino especial adaptado às condições dos estudantes que estão nessa condição, e
que muitas vezes pararam de estudar por causa das necessidades do trabalho ou de outras questões.
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Com isso, parte-se da perspectiva de que os educadores e a escola, de modo geral, possam ter um olhar
diferenciado que contribua com o acolhimento de todos no espaço escolar. A educação de jovens e adultos
(EJA) corresponde aos programas sociais de educação de adultos e procura oferecer oportunidades
educacionais para jovens, adultos e idosos retomarem seus estudos e concluir a etapa da educação básica.
Nesse sentido, deve-se proporcionar que a EJA ofereça flexibilidade de horários e modalidades de ensino,
além da inclusão de temáticas relevantes para que o jovem, adulto ou idoso se interessem pelo que está sendo
proposto a estudar.
O Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem), criado em 2005 pelo Governo Federal, é um
programa do governo brasileiro voltado à inclusão educacional, social e profissional dos jovens entre 18 e 29
anos. O programa se realiza por meio de parcerias entre prefeituras, governos estaduais e instituições de
ensino, tendo como objetivo oferecer uma oportunidade de retomada dos estudos para os jovens dessa faixa
etária concluírem os estudos. A EJA tem como características principais garantir a educação básica, a
A reprodução de uma sociedade mais inclusiva na questão etária, de modo a incluir todas as pessoas,
públicas e os programas sociais governamentais previstos para a EJA são essenciais na garantia e
permanência da educação, sendo compreendida como um direito de todas as pessoas e contemplando todas
as faixas etárias. No entanto, ainda são muitos os desafios significativos que requerem políticas públicas e
Por isso, o Estado tem um papel fundamental no exercício dessa demanda. Trata-se, portanto, de medidas de
conscientização social sobre a importância da continuidade dos estudos. Sabe-se dos desafios importantes
para que as políticas públicas aloquem os estudantes formados na EJA no mercado de trabalho. Por isso, é
necessário continuar lutando para a transformação de uma sociedade mais justa e inclusiva.
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Enfim, podemos perceber que a EJA desempenha um papel fundamental na democratização do acesso à
educação básica para jovens e adultos, permitindo que pessoas dessa faixa etária concluam seus estudos e
geral.
VAMOS EXERCITAR
Com o intuito de dar continuidade no desenvolvimento de uma abordagem holística para a educação a partir
de categorias teóricas e analíticas sobre a diversidade, vimos que questões relacionadas à educação
intergeracional são de suma importância nos estudos em educação e diversidade. Para tanto, vamos retomar
alguns dos questionamentos iniciais: o etarismo é marcador social da diferença? De que modo podemos
acolher e valorizar estudantes de diferentes faixas etárias? Qual o papel do Estado e das políticas públicas na
Você viu que o etarismo é compreendido como um marcador social da diferença, pois se baseia na
discriminação, estereótipos e preconceitos no que diz respeito à idade, direcionados tanto a pessoas idosas
públicos.
Você estudou sobre a importância do acolhimento e da valorização de estudantes de diferentes faixas etárias,
para que a educação possa contemplar a todos, em uma abordagem relacionada à educação intergeracional.
Isso resulta, como você viu, na ampliação de políticas públicas educacionais e de desenvolvimento,
contribuindo com a diminuição das desigualdades educacionais e sociais historicamente verificadas em nosso
país.
Além disso, você compreendeu a importância da escola, da família e da sociedade na promoção da educação,
no acolhimento e na valorização de diferentes faixas etárias. Isso pode contribuir com a criação de meios e
oportunidades para dar continuidade aos estudos, o que corrobora com a multiplicação do conhecimento em
larga escala. Exige-nos, dessa forma, um olhar diferenciado que contribua com o acolhimento de todos no
espaço escolar, que deve ser praticado pelos educadores e pela escola, de modo geral.
Você compreendeu a importância do papel do Estado no sentido de promover políticas públicas educacionais
que acolham jovens e adultos, como por exemplo, a partir da modalidade EJA. O Estado tem o dever de
promover políticas públicas para a educação de jovens e adultos em todas as modalidades de ensino da
educação básica: alfabetização, ensino fundamental e médio. Para tanto, você acompanhou que deve ser
estudantes que estão nessa condição e que muitas vezes pararam de estudar por conta do trabalho ou outras
questões.
Assim, são necessárias medidas de conscientização social sobre a importância da continuidade dos estudos
para todas as faixas etárias. Por isso, as políticas públicas voltadas ao atendimento educacional a diferentes
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Saiba mais
Etarismo como marcador social da diferença
Para o aprofundamento dos estudos sobre o etarismo como marcador social da diferença,
recomendamos a leitura do livro Vivemos mais! vivemos bem?: por uma vida plena, de Mario Sergio
Cortella e Terezinha Azerêdo Rios. O livro está disponibilizado em nossa Biblioteca Virtual.
Para aprofundar os seus estudos sobre o acolhimento e a valorização de estudantes de diferentes faixas
Para aprofundar os seus estudos sobre os programas sociais de educação de adultos, recomendamos a
leitura do Capítulo – A juvenilização na EJA: um exercício ético de compreender a juventude que habita
uma escola do EJA, de Priscila de Andrade Oliveira Leal, que está no livro Conhecimento e
docência: caminhos cruzados na educação de jovens e adultos, de Alessandra Nicodemos Oliveira Silva
(org.).
Aula 3
PONTO DE PARTIDA
Olá, estudante!
Nesta aula sobre a educação para a diversidade, você vai se debruçar nos estudos para uma educação
contextualizada, relevante e significativa. Dessa maneira, você vai refletir sobre a diversidade regional e
linguística e a importância de se aprofundarem essas reflexões com todos os estudantes das escolas. Você vai
Diante disso, alguns questionamentos são necessários: qual a importância da preservação da diversidade
regional e linguística? Por que se faz necessário trabalhar educação e diversidade social e cultural brasileira a
partir da região e da língua das pessoas? O que é educação do campo? Como podemos trabalhar a educação
no campo? O que é educação quilombola? Quais os desafios para a inclusão da diversidade sociocultural em
nosso país?
Perceba que essas são algumas de muitas das problematizações pertinentes a uma educação contextualizada,
relevante e significativa. Isso nos leva a buscar compreender a maneira como as populações do campo e
originárias se inserem na atual realidade socioeconômica, que nos leva a pensar e trabalhar políticas
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Você pode aprofundar os seus estudos a partir da leitura dos livros e de outros materiais disponibilizados em
VAMOS COMEÇAR
Como apresentado anteriormente, nesta aula que aborda uma educação contextualizada, relevante e
significativa, você vai estudar primeiramente a diversidade regional e linguística. Em seguida, você vai
estudar a educação do campo e, por fim, a educação quilombola. Perceba a necessidade desses estudos para a
ambiental.
escolas de todas as unidades federativas do país, sejam elas públicas ou privadas, do campo ou da cidade. A
identidade e isso deve ser trabalhado com os estudantes de todas as séries e modalidades de ensino.
Conhecer as culturas, as diferentes formas de vida, de trabalho e de crença, entre outros elementos, é
primordial e muito contribui com o desenvolvimento de uma perspectiva mais plural e diversificada.
Portanto, os educadores devem proporcionar o conhecimento das diferenças regionais, os aspectos de sua
brasileiro.
A valorização da cultura local é fundamental para que as identidades sociais e culturais sejam reforçadas em
nosso meio e convivência social, e a educação escolar tem esse papel bastante importante no processo de
conscientização de todos, evitando-se, assim, formas discriminatórias e preconceituosas relacionadas ao lugar
Por isso a comunicação e as formas de diálogo acessível, e que contemplam as especificidades da diversidade
regional e linguística, devem ser exploradas em sala de aula e na escola como um todo. Trata-se, por exemplo,
de trabalhar os conhecimentos em literatura, ciência, arte, entre outros campos do saber, de modo que esses
Isso ajuda bastante e aproxima ainda mais os estudantes das formas diversas do conhecimento humano. Os
educadores e a escola podem abordar os temas de estudos a partir do contexto e das condições da realidade
A criticidade das ciências humanas e sociais, para que se possa enxergar as contradições e os conflitos que
constante exercício de desnaturalização dos fenômenos sociais, e da forma como eles se apresentam na
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O desenvolvimento de uma sociologia enraizada, de acordo com a perspectiva do sociólogo José de Souza
Martins, é muito importante e se faz necessária nesse processo, ou seja, um tipo de conhecimento que esteja
voltado ao contexto do lugar em que as pessoas se inserem e suas características. Esses estudos apontam para
a importância das análises da vida social e rural brasileira a partir do cotidiano, da maneira com que as
refletir sobre as condições existenciais de vida da população moradora no campo. Esse é o exercício
imprescindível que deve acompanhar a disciplina de educação e diversidade, que busca compreender as
Educação do campo
A educação do campo corresponde a uma modalidade de estudos adaptada às especificidades e
características da população do campo. Sabemos que são muitos os desafios a serem enfrentados pelas
Perceba a importância de trabalhar em todos os componentes curriculares os cotidianos da vida rural junto
aos estudantes. Sabe-se da importância e da contribuição da vida rural brasileira, para que se compreenda a
cultura local, a agricultura e as relações com a natureza e as práticas de sustentabilidade. A cultura do campo
tem as suas especificidades em relação aos modos de vida, por isso, as práticas culturais devem ser
sentido, é importante trabalhar de forma prática a educação do campo. A título de exemplo, gostaria de
compartilhar a atividade interdisciplinar de ciências, desenvolvida por uma professora de uma escola do
campo. Ela trabalhou com os seus alunos do ensino fundamental II a semeadura, o plantio e a germinação de
crotalárea juncea em um canteiro no quintal da escola. Essa prática de iniciação científica teve o intuito de
atrair libélulas, animais predadores naturais do mosquito da dengue, sendo, portanto, uma interessante ação
de saúde pública realizada pela escola. Perceba que as metodologias ativas correspondem às práticas
experimentais que podem se realizar no próprio campo. A realização da vida é o próprio cotidiano do campo
em si.
A vida no campo tem as suas especificidades, que podem ser mais bem aproveitadas nas escolas que ofertam
essa modalidade educacional. A permanência dos estudantes nas escolas do campo deve ser incentivada e
respeitada por todos e garantida pelo Estado. A formação da sociedade brasileira e as determinações
históricas que se desenvolveram a partir das relações de classe, desde os tempos do Brasil colonial,
caracterizadas por uma relação de exploração, deve ser contemplada no processo educacional. É preciso
problematizar essas questões a partir da crescente concentração de riquezas pelas classes dominantes,
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A questão de terras e sua distribuição desigual mostram as dificuldades de se estabelecerem condições sociais
e econômicas de igualdade em nosso país, especialmente para a população do campo. Por isso, se faz
necessária a preservação de direitos e garantias aos povos originários, as populações do campo, quilombolas,
A educação no campo, portanto, demonstra mais uma faceta das formas da diversidade educacional refletida
pela diversidade sociocultural com que nos constituímos enquanto povo brasileiro, uma riqueza social.
Diante das contradições da realidade social que reproduzem formas de desigualdades econômicas e que
afetam frontalmente as condições dos trabalhadores do campo, os movimentos sociais são importantes nesse
processo. No campo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MTST) é resultado da organização
dos trabalhadores do campo em defesa da reforma agrária e por melhores condições de vida.
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terra que perpassa cinco séculos da chegada dos portugueses, desde quando
perceberam que estavam em uma terra sem cercas e imaginaram que tudo estivesse a
aí, e a terra vai ficar na mão da grande burguesia agrária. Esta concentração da terra
roubo das terras indígenas pelos brancos e consolidando através das sesmarias, em
seguida pelo roubo das terras indígenas pelos brancos e se consolidando através das
sesmarias com o ciclo da cana e do café, que mesmo em épocas diferentes [...].
— (Stival, 2022, [s. p.])
Mesmo em épocas diferentes, o ciclo da cana e do café tinham as mesmas características, no âmbito de uma
estrutura de poder e de divisão do trabalho. Posteriormente, com a Lei de Terras, em 1850, diante do declínio
capital no Brasil. Esse modelo se assemelha ao que Marx denominou modelo de colonização sistemática.
O êxodo rural que ocorreu em nosso país nas décadas de 1960 e 1970 demonstrou as consequências das
desigualdades do campo, evidenciando a concentração de poder econômico e político das classes dominantes.
E o Brasil chegou assim ao século XXI e aos dias de hoje, com uma estrutura fundiária concentrada,
caracterizada pela coexistência de latifúndios e minifúndios, como aponta o Censo Agropecuário do IBGE de
Os movimentos sociais contribuem na pressão do Estado para desenvolver políticas públicas voltadas ao
atendimento da população do campo. A garantia de recursos pelo Estado para a manutenção da educação do
campo é importante para que se possa promover a educação, a inclusão e o acesso ao conhecimento. O acesso
à educação é para todos, por isso a necessidade de se ampliarem as políticas públicas educacionais para a
população do campo.
Além disso, cabe ao Estado e aos Conselhos municipais definirem políticas importantes para o
Agricultura Familiar, por exemplo, é um programa de apoio destinado à população do campo, que traz renda
Educação quilombola
Sabe-se que são muitos os desafios para o incentivo e inclusão da diversidade sociocultural em nosso país por
meio da educação, para que se ampliem as condições de desenvolvimento social e econômico para a
Brasil.
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representavam uma afronta e um mau exemplo. Por isso, deveriam ser encontrados e
destruídos, e seus líderes executados. Entre todos os que existiram, o mais famoso foi
Quilombo dos Palmares, que chegou a ter uma população aproximada de 30 mil
pessoas e teve como um dos líderes, Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência
negra.
— (Dutra, 2022, p. )
A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, o termo quilombo passou por um processo de
ressignificação, isto é, se antes era visto como estigma relacionado à herança do cativeiro, aos escravizados e
aos grupos de cativos fugidos, o termo foi ressignificado positivamente no âmbito das políticas públicas de
ação afirmativa destinadas aos afrodescendentes no Brasil e relacionadas ao campo da luta política para
garantir a permanência e a conquista do direito étnico sobre a terra (Oliveira apud Dutra, 2022).
A educação quilombola é fundamental para que memórias das pessoas descendentes de negros e indígenas
escravizados, que resistiram, fugiram (e se constituíram nos quilombos) no contexto da colonização, lutando
por direitos fundamentais do ser humano, como o da liberdade, sejam preservadas. É preciso que haja a
valorização das histórias dos povos quilombolas, e que não haja o apagamento das memórias coletivas.
lugares que são sagrados na cosmovisão do grupo. Da mesma forma os índios e afro-
brasileiros urbanos possuem, na cidade, seus jeitos de ser que exprimem a vivência e
As artes, diversas técnicas e outros saberes importantes devem estar previstos na educação quilombola. É
preciso respeitar e reconhecer a sua história, a cultura e as tradições das comunidades como uma forma de
comunidades quilombolas devem ser reconhecidos e repassados a outras formas de saberes, o que contribui
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Enfim, perceba a importância de compreender as relações entre educação e diversidade em uma abordagem
serem muitos os desafios para a continuidade no avanço das demandas da população quilombola, é preciso
desenvolver um olhar que inclua e acolha o outro, suas condições e a todas as formas de vida social.
VAMOS EXERCITAR
Em nossos resultados de aprendizagem, buscamos desenvolver uma abordagem holística para a educação a
partir de categorias teóricas e analíticas sobre a diversidade. As questões relacionadas à educação para a
diversidade exigem uma educação contextualizada, relevante e significativa. Isso tudo faz parte dos estudos
em educação e diversidade.
preservação da diversidade regional e linguística? Por que se faz necessário trabalhar educação e diversidade
social e cultural brasileira a partir da região e da língua das pessoas? O que é educação do campo? Como
podemos trabalhar a educação no campo? O que é educação quilombola? Quais os desafios para a inclusão da
Vimos que os educadores devem proporcionar o conhecimento das diferenças regionais, dos aspectos de sua
comunicação e suas características, fazendo esse trabalho de modo inclusivo e respeitoso em relação às
diversidades do povo brasileiro. Conhecer a diversidade cultural, as diferentes formas de vida, de trabalho e
de crença, entre outros, contribui com o desenvolvimento de uma perspectiva mais plural e diversificada.
Você percebeu a necessidade de valorizar a cultura local, fundamental para que as identidades sociais e
culturais sejam reforçadas em nosso meio e convivência social. Nesse sentido, você compreendeu que a
educação escolar tem esse papel bastante importante no processo de conscientização de todos. A
linguística, devem ser bem exploradas em sala de aula e na escola. Esses conhecimentos devem ser
trabalhados relacionados às realidades regionais e culturais. Você compreendeu a importância das análises
da vida social e rural brasileira a partir do cotidiano das pessoas, da maneira com que as relações sociais e de
especificidades e características da população rural. Esta modalidade de estudos tem as suas especificidades
em relação aos modos de vida e demonstra mais uma faceta das formas da diversidade educacional, que é
refletida pela diversidade sociocultural com que nos constituímos enquanto povo brasileiro.
Você estudou sobre a educação quilombola e viu que é fundamental que memórias das pessoas descendentes
de negros e indígenas escravizados sejam preservadas. Nesse sentido, você percebeu a necessidade de
Enfim, você pôde perceber a importância das vivências práticas e atividades na educação do campo e
quilombola, como a efetivação de metodologias ativas, usando suas especificidades para melhorar o
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Saiba mais
Diversidade regional e linguística
Para aprofundar os seus estudos sobre a diversidade regional e linguística e a educação do campo,
sociais em disputa, do livro Educação do campo: desafios para a formação de professores, de Maria
Isabel Antunes Rocha e Aracy Alves Martins. Se possível, leia os demais capítulos desse livro também.
Educação do campo
Para o aprofundamento dos estudos sobre a educação do campo e o MST, recomendamos a leitura do
Capítulo 1 – A história da luta pela terra, uma tradição dos movimentos sociais, do livro A educação do
campo e o MST: trabalho e práticas sociais com assentados da reforma agrária, de David Stival. Você
encontra esse livro em nossa Biblioteca Virtual.
Educação quilombola
Para o aprofundamento dos estudos sobre a educação quilombola, recomendamos a leitura do Capítulo –
Aula 4
PONTO DE PARTIDA
Esta aula é uma espécie de culminância de tudo o que se viu sobre a diversidade sociocultural e a identidade
populacional brasileira, com todas as suas características, formas, especificidades, e que deve ser
Falar em educação e diversidade é falar em educar para a diversidade. Com isso, vamos finalizar esta
trajetória comentando sobre as práticas educativas e a diversidade. No entanto, como você já deve ter se
aprofundamento dos estudos e reflexões (Saiba Mais). Para pensar nas práticas educativas e diversidade,
deve-se refletir sobre um modelo de educação centrada no amor e na empatia. Além disso, cabe uma reflexão
sobre a revisão e a correção de narrativas dominantes em nossa comunicação e, por fim, pensar sobre as
Reflita: de que modo é possível proporcionar uma educação centrada no amor e na empatia? Quais narrativas
dominantes estão presentes nas escolas e nas relações sociais? Por que a revisão e a correção de narrativas
dominantes, especialmente nas escolas, são necessárias? De que modo é possível desenvolver nas escolas um
Essas são algumas de muitas das problematizações relacionadas às práticas educativas e à diversidade, o que
perspectiva de outros pensadores sobre o tema da educação e diversidade. Certamente, você deve estar lendo
e assistindo as referências que estamos indicando ao longo da disciplina de educação e diversidade, entre
outras, e deve ter anotado uma série de referências bibliográficas para ler posteriormente. Esperamos que
você tenha bons estudos e que os conhecimentos nos tornem pessoas melhores para viver em sociedade.
VAMOS COMEÇAR
A aula de práticas educativas e diversidade aborda conhecimentos e temas importantes para pensar e
vamos começar essas reflexões sobre a educação centrada no amor e na empatia. Em seguida, você vai
em sociedade. Por fim, você vai estudar uma proposta de currículo inclusivo, responsivo que contempla as
epistemologias plurais.
centrada no amor e na empatia. Nessas questões, parte-se da premissa de que a educação se volta para o
outro e, como sabemos, suas identidades são também construídas a partir das relações sociais. Educar é se
envolver com o outro, no âmbito de uma relação entre educador e estudante, ou seja, é se envolver do ponto
No mundo existem e existiram muitas pessoas dedicadas a um modelo de educação centrado no amor e na
empatia. Pode-se dizer que, ao longo de toda a disciplina, você se deparou com muitos deles: Karl Marx,
Simone de Beauvoir, Florestan Fernandes, Paulo Freire, Pierre Bourdieu, entre diversos outros autores e
Bell Hooks, pseudônimo de Gloria Jean Watkins, foi uma professora, escritora e ativista norte-americana
bastante influente na participação pública em debates envolvendo as questões relativas às pautas das
Perceba o quanto a atribuição de sentido e significado nas práticas educativas é importante para o trabalho
do educador. As questões e contradições, e qualquer forma de desigualdade e de injustiça que estão presentes
em nossa realidade social, devem ser problematizadas nos diálogos nas salas de aula, na escola, na
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Compreender (e valorizar) a diversidade sociocultural com que nos constituímos historicamente a partir das
relações sociais aqui estabelecidas é uma premissa essencial para o desempenho do trabalho docente. A
educação, nesse sentido, é uma prática de transformação de pessoas que, munidas de conhecimento, podem
A imaginação sociológica, que você conheceu em aulas anteriores, pode ser um interessante exercício para os
estudos em educação e diversidade, para a desnaturalização de todos os aspectos que constituem as relações
sociais. Isso deve ser aprofundado às voltas de um modelo de educação para a diversidade e requer o
comprometimento, a empatia e a solidariedade social dos educadores e de todos os atores sociais envolvidos
educação e a liberdade subjetiva. O fato é que não se trata de buscar a extinção desse
diversa, que lhe permita maior autonomia. Para fazê-lo é preciso problematizar as
desenvolvimento subjetivo, sob uma perspectiva múltipla e diversa, que lhe permita maior autonomia. Dito
inclusão e da integração.
Figura 1 | Há sempre esperança – Girl with ballon, Banksy Girl and Heart Baloon
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Amor e empatia, nesse sentido, devem ser o “carro chefe” de uma prática educativa voltada à diversidade
sociocultural em que nos inserimos. Isso leva a uma educação mais humanizada, contextualizada e
abrangente, além de orientada para o atendimento das diferenças e interseccionalidades múltiplas de nossa
sociedade.
deve proporcionar ambientes mais inclusivos, sensíveis e responsivos às necessidades diversas de todos os
estudantes, buscando abranger a comunidade escolar e a sociedade como um todo. O acolhimento, a escuta e
quaisquer formas de entendimento mais humanizado do outro, é importante no exercício cotidiano da escola.
Você deve se lembrar da importância de articular a família no processo de ensino e aprendizagem dos
estudantes.
uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto, para que isso seja possível, é necessário revisar e corrigir
narrativas dominantes postas historicamente em nossa sociedade a partir das relações de poder.
imaginação sociológica contribuem para um pensar sobre todas as estruturas e características com que está
organizada a estrutura da educação em nosso país. Essa forma de conhecer possui um elemento importante
na forma que se realiza no exame dos fenômenos sociais: o estranhamento e a desnaturalização. Essa é uma
contribuição do conhecimento sociológico, bastante importante de ser utilizado nas práticas em educação e
diversidade.
A mudança deve começar na postura e na qualidade de espírito, de modo que nos ajude a usar a informação
e a desenvolver a razão com vistas a perceber, com lucidez, o que está ocorrendo no mundo e o que pode
mais amplo, em termos de seu significado para a vida íntima e para a carreira
questões públicas.
— (Mills, 1975, p. 11-12)
apresenta na escola é um exercício que deve ser feito para se pensar nos currículos, nos materiais didáticos e
nos conteúdos que devem ser trabalhados na escola. É justamente essa capacidade que torna importante a
presença da sociologia no contexto da educação escolar, uma vez que essa ciência estuda os comportamentos
dos indivíduos e grupos sociais, desnaturalizando, inclusive, suas relações e os papéis sociais de instituições
Sabe-se que as narrativas presentes em boa parte do nosso cotidiano são pertencentes aos interesses das
classes dominantes. E isso se verifica nas matrizes e nos currículos escolares, ou seja, as narrativas
dominantes estão presentes a todo momento na escola. Você deve se lembrar do que estudamos nas aulas
A correção de narrativas dominantes, especialmente nas escolas, deve promover uma educação inclusa,
reprodução da violência simbólica, na qual estamos inseridos. Vimos em estudos anteriores que devemos
revisar os conteúdos e as estruturas para que não se reproduzam as relações sociais de dominação e de poder
Os estudos em educação e diversidade nos ajudam a pensar como a escola lida com a questão das diferenças
culturais nos sistemas de ensino, currículos e matrizes curriculares. Quando pensamos na história da
educação brasileira e nas relações entre a diversidade e as políticas da diferença, é preciso reconhecer os
A educação e a diversidade ajudam nesse processo. Para que seja promovida uma educação crítica, na qual o
sociedade devem ser examinadas. Um exemplo é o questionamento de gênero nas narrativas dos livros
Sabe-se que é preciso, diante dos estudantes, uma proposta de reflexão sobre a realidade em que nos
inserimos em suas múltiplas dimensões, sejam elas culturais, políticas, sociais, econômicas, entre outras. O
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A escola é, nesse sentido, a instituição pioneira nesse processo, e deve partir dela a necessidade do exercício
reflexivo e crítico em todos os aspectos. É preciso repensar a escola, em todas as suas dimensões, de modo a
desenvolver nas escolas um currículo inclusivo, responsivo e com epistemologias plurais, no qual sejam
com deficiência etc. É muito importante o desenvolvimento de um currículo responsivo na escola, que
contemple a pluralidade das epistemologias existentes, de modo a abarcar conhecimentos e saberes de todos
É preciso descolonizar o currículo da educação básica para que sejam incluídas as diversidades de saberes e
formas de conhecimento que se originam a partir da cultura dos estudantes. Perceba que repensar a escola
elementos importantes, para um ensino mais inclusivo, de modo que se estabeleça a cultura da não violência.
necessidade de refletir sobre as mudanças nas políticas educacionais e a relação destas com a educação
inclusiva.
públicas.
— (Minetto, 2021, p. 18)
Trabalhar as diversas epistemologias, formas de conhecimento e outros saberes presentes na escola a partir
da influência cultural dos estudantes, e não valorizar apenas uma perspectiva de conhecimento. É preciso
conhecimento.
qual os fenômenos sociais são examinados, tendo como premissa, a não naturalização dos fenômenos sociais
presentes em nossa realidade. Esse exercício deve se fazer presente na elaboração de um currículo inclusivo,
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De modo geral, as práticas educativas de um ensino para a diversidade têm como objetivo a construção de um
ambiente de aprendizado mais inclusivo, respeitoso e enriquecedor, no qual a diversidade seja não apenas
reconhecida, mas celebrada e valorizada como um elemento fundamental para o crescimento pessoal e social
dos estudantes. E isso é muito importante, pois, somente assim, será possível a construção de uma escola mais
acolhedora, para que possamos contribuir com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
VAMOS EXERCITAR
Buscou-se com esses estudos desenvolver uma abordagem holística para a educação a partir de categorias
temas importantes para pensar nos valores socioemocionais e afetivos a elas relacionados.
Vamos retomar os questionamentos iniciais: de que modo é possível proporcionar uma educação centrada no
amor e na empatia? Quais narrativas dominantes estão presentes nas escolas e nas relações sociais? Por que a
revisão e a correção de narrativas dominantes, e especialmente nas escolas, se fazem necessárias? De que
modo é possível desenvolver nas escolas um currículo inclusivo, responsivo e com epistemologias plurais?
Você compreendeu que educar para a diversidade e suas práticas diversas, inclusivas e democráticas
interessante exercício para os estudos em educação e diversidade, para que possa haver a desnaturalização
de todos os aspectos que constituem as relações sociais. Você viu que amor e empatia devem ser o “carro-
chefe” de uma prática educativa voltada à diversidade sociocultural em que nos inserimos. Deve haver amor
e empatia na escola para uma educação da diversidade, que contribui para proporcionar ambientes mais
comunidade escolar e a sociedade como um todo, de acordo com o que você estudou.
Você estudou que as narrativas dominantes estão presentes em nosso cotidiano, e percebeu que isso também
se verifica nas matrizes e nos currículos escolares. As narrativas dominantes estão presentes a todo momento
na escola, de acordo com o que se analisou a partir do conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu.
cotidiano das escolas, o que é necessário para que se promova uma educação inclusiva, sensível e
democrática. Você estudou também que o processo de reflexão se realiza na capacidade de problematização
das diversas formas de desigualdades, de modo a problematizá-la a partir de ações efetivas para a correção
de narrativas dominantes.
Você pôde perceber que os estudos em educação e diversidade ajudam a pensar sobre como a escola lida com
a questão das diferenças culturais nos sistemas de ensino, currículos e matrizes curriculares. Nesse sentido,
inclusivo, responsivo e com epistemologias plurais nas escolas. Você estudou que é preciso descolonizar o
currículo da educação básica para que sejam incluídas as diversidades de saberes e as formas de
Sobre o currículo inclusivo, estamos falando sobre a acessibilidade em matrizes curriculares, na organização
do currículo e disciplinas, entre outros elementos importantes, para um ensino mais inclusivo, de modo que
se estabeleça a cultura da não violência, como você pôde perceber. A construção de um currículo inclusivo e
responsivo, no qual se verifica a flexibilidade curricular, leva à necessidade de refletir sobre as mudanças nas
políticas educacionais e na sua relação com o modelo de educação inclusiva. Enfim, você estudou que é por
meio da criticidade que os fenômenos sociais são examinados, tendo como premissa a “não” naturalização
dos fenômenos sociais de nossa realidade, o que deve estar presente na elaboração de um currículo inclusivo,
Saiba mais
A educação centrada no amor e na empatia
Aprofundes seus estudos sobre as relações que envolvem educação, empatia e solidariedade e as
relações com educação e diversidade, com a leitura de algum capítulo do livro Empatia e solidariedade,
de Cesar Augusto Erthal e Paulo César Nodari. O livro está disponibilizado em nossa Biblioteca Virtual.
Para o aprofundamento dos seus estudos sobre o conceito de gênero nas narrativas históricas dos livros
didáticos de história, recomendamos a leitura do Capítulo – Gênero nas narrativas históricas dos livros
didáticos de história: a questão das identidades, de Paula Ungaretti Monteiro, no livro Narrativas de
gênero: as várias faces dos estudos de gênero, de Marlise Regina Meyrer e Mônica Karawejczyk. Esse
livro está disponibilizado em nossa Biblioteca Virtual.
Para o aprofundamento dos estudos sobre o currículo inclusivo, responsivo e as epistemologias plurais,
Aula 5
ENCERRAMENTO DA UNIDADE
PONTO DE CHEGADA
democrática. Em educação e diversidade, é preciso reconhecer o exercício da religião como um direito, o que
leva à necessidade de respeitar todas as religiões, para que as práticas culturais diversas sejam realizadas. A
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singularidade de nosso país é significativa nesses estudos, pois nos caracterizamos pela diversidade
sociocultural existente em relação às religiões da população brasileira, marcada por uma vasta e diversa
mistura étnico-racial e cultural. O sincretismo, dessa forma, é interessante ser trabalhado e explorado nas
escolas, de modo que as relações sociais e culturais em nosso país sejam abordadas e preservadas.
Diante da pluralidade religiosa com que se constitui a sociedade brasileira, de que a religião é algo
extremamente importante para a maioria dos brasileiros, a escola tem o papel de oportunizar os estudos
sobre religião, de modo a valorizar as identidades sociais e culturais, aproveitando-se disso para trabalhar a
questão do respeito e da tolerância religiosa e cultural. Isso contribui para a eliminação de práticas de
A cultura da paz e o aceite da diversidade das religiões é fator indispensável para a promoção da diversidade
social e cultural e, consequentemente, o combate a todas as formas de violência, especialmente as questões
relacionadas à religião na escola, fatores importantes para a conscientização das pessoas, de modo a
promover uma cultura da tolerância.
A laicidade da educação escolar é competência de todas as escolas, para que contribuam com a erradicação
das intolerâncias religiosas e de quaisquer outras formas de discriminação ou de violência que possa haver
Educação intergeracional
Pensar em educação intergeracional é pensar no etarismo, compreendido como um marcador social da
diferença. Esses estudos são importantes em educação, diversidade e suas interseccionalidades, pois a
perspectiva do etarismo baseia-se na discriminação, estereótipos e preconceitos relacionados à idade. O
acolhimento e a valorização de estudantes de diferentes faixas etárias, para que a educação possa contemplar
a todos em uma abordagem relacionada à educação intergeracional e inclusiva, se faz necessário no atual
contexto histórico em que nos inserimos. E a educação tem um papel importante nesse processo. Essas
medidas podem acarretar no desenvolvimento de políticas públicas educacionais e de desenvolvimento,
ensino da educação básica, por isso a atuação conjunta entre escola, família e sociedade, visando à promoção
da educação, ao acolhimento e à valorização de diferentes faixas etárias, para que se possa contribuir com a
criação de meios e oportunidades para todos as pessoas, é necessária. Exige-nos, dessa forma, um olhar
diferenciado que contribua com o acolhimento de todos no espaço escolar, que deve ser praticado pelos
educadores e pela escola de modo geral.
A educação de jovens e adultos, inserida no bojo dos programas sociais de educação de adultos, objetiva
oferecer oportunidades educacionais para jovens, adultos e idosos na retomada de seus estudos. A EJA pauta-
se pela garantia da educação básica, da qualificação profissional e das ações de cidadania, além disso, deve
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possuir a flexibilidade de horários e modalidades de ensino, assim como a inclusão de temáticas relevantes
para que o jovem, adulto ou idoso possam se interessar pelo que está sendo proposto a estudar. Enfim, as
políticas públicas e os programas sociais governamentais previstos para a EJA são importantes para a
educação.
proporcionados, fazendo esse trabalho de modo inclusivo e respeitoso em relação às diversidades do povo
brasileiro. A valorização da cultura local é necessária e fundamental para que as identidades sociais e
culturais sejam reforçadas em nosso meio e convivência social. A educação escolar tem esse papel bastante
importante no processo de conscientização. A comunicação e as formas de diálogo acessível, contemplando as
especificidades da diversidade regional e linguística, devem ser bem exploradas em sala de aula e na escola
como um todo. Isso leva à necessidade de trazer as análises da vida social e rural brasileira a partir do
cotidiano das pessoas, da maneira com que as relações sociais e de produção são realizadas no dia a dia.
características da população do campo, e tem as suas especificidades em relação aos modos de vida,
demonstrando mais uma faceta das formas da diversidade educacional, que é refletida pela diversidade
sociocultural com que nos constituímos enquanto povo brasileiro. As práticas culturais devem ser
preservadas e valorizadas no processo educacional como um todo e compreendendo as especificidades,
preservando e garantindo os direitos aos povos originários, populações do campo, comunidades quilombolas,
populações ribeirinhas, assentadas, entre outras pessoas. A educação quilombola é fundamental para que
memórias das pessoas descendentes de negros e indígenas escravizados, que resistiram, fugiram e se
constituíram nos quilombos no contexto da colonização, lutando por direitos fundamentais do ser humano,
como o da liberdade, sejam preservadas. Por isso, a necessidade de se valorizar as histórias dos povos
quilombolas, de modo que não haja apagamento das memórias coletivas. As vivências, práticas e atividades
na educação do campo e quilombola são essenciais e se constituem enquanto metodologias ativas. Nesse
sentido, é importante trabalhar de forma prática a educação do campo, uma vez que a vida rural tem as suas
especificidades, que podem ser mais bem aproveitadas nas escolas que ofertam essa modalidade educacional.
voltada à diversidade sociocultural. Isso contribui para proporcionar ambientes mais inclusivos, sensíveis e
responsivos ante as necessidades diversas de todos os estudantes nas escolas, abrangendo a comunidade
escolar e a sociedade de modo geral. As narrativas dominantes presentes em nosso cotidiano precisam ser
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desconstruídas, e isso se verifica nas matrizes e nos currículos escolares. Pode-se associar a esse fenômeno, o
conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu. A ideia é a de que se possa corrigir narrativas
dominantes, especialmente aquelas vivenciadas no cotidiano das escolas. Isso é necessário para uma
educação mais inclusiva, sensível e democrática. O processo de reflexão se realiza na capacidade de
problematização das diversas formas de desigualdades, de modo a problematizá-las a partir de ações efetivas
para a correção de narrativas dominantes. Um modelo de sociedade mais inclusivo, democrático e justo,
É necessário descolonizar o currículo da educação básica para que sejam incluídas as diversidades de saberes
e de formas de conhecimento que se originam a partir da cultura dos estudantes. Um currículo inclusivo,
violência nas escolas. A construção de um currículo inclusivo e responsivo, no qual se verifica a flexibilidade
curricular, leva a necessidade de se refletir sobre as mudanças nas políticas educacionais e da relação destas
com o modelo de educação inclusiva e contextualizada. A criticidade com que os fenômenos sociais são
examinados, tendo como premissa a não naturalização dos fenômenos sociais, que devem se fazer presentes
no cotidiano da realidade escolar, contribui com a construção de um currículo inclusivo, responsivo e que
valorize as epistemologias plurais.
Reflita
1. Por que educar para a diversidade contribui com a formação crítica, humana e cidadã?
2. De que modo é possível desenvolver uma educação contextualizada, relevante e significativa com os
3. Por que se faz necessária a revisão e correção de narrativas dominantes nos currículos da educação
básica?
É HORA DE PRATICAR
Para o estudo de caso desta unidade, imagine-se como um professor de ensino religioso de uma turma do 6º
ano do ensino fundamental de uma escola brasileira. Como uma outra escola qualquer de nosso país, essa
escola atende uma população bastante diversificada social e culturalmente, composta por estudantes de
diferentes origens étnicas, culturais e socioeconômicas. Nessa turma, em específico, há uma grande variedade
em relação à diversidade cultural e religiosa, contendo estudantes de diversas matrizes religiosas presentes
no Brasil, ou seja: do catolicismo, do candomblé, da umbanda, do protestantismo neopentecostal, do
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Sabe-se que, para esse trabalho, é preciso levar em consideração as características da turma. Trata-se de
crianças recém-chegadas ao ensino fundamental II, portanto, geralmente são bastante agitadas e precisam
aprender e desenvolver muitos valores e normas relacionados à boa convivência social. A escola vem tendo
muitos desafios relacionados à questão da diversidade social e cultural e isso pode ser uma grande
oportunidade para contribuir com o combate ao preconceito, à discriminação e à intolerância a partir das
O reconhecimento das diferenças socioculturais e dos direitos à prática religiosa em nosso país são
fundamentais e necessários para pensar em educação e diversidade nas escolas. Além disso, deve-se ter em
mente um modelo de educação pautado no diálogo intercultural e laico. Afinal, todas as culturas, incluindo as
religiosidades, são elementos importantes e devem ter suas práticas e manifestações respeitadas e
Como você pôde perceber, são muitos os desafios relacionados a essas questões, sobretudo quando a premissa
consiste em educar para a diversidade. Diante de tal contexto, você tem uma grande oportunidade para
promover uma educação democrática e inclusiva. Pensando nisso, reflita sobre as questões a seguir: como
você faria para trabalhar os conteúdos sobre religião e religiosidades em suas aulas de ensino religioso?
Quais as possibilidades de implementar na escola, a partir dessa turma, práticas eficazes de reconhecimento e
Para que possamos resolver esse estudo de caso, precisamos sempre nos lembrar de que os estudos em
educação e diversidade promovem um olhar para a compreensão das identidades socioculturais e sua
diversidade. Isso envolve pensar também no âmbito das religiosidades e suas relações com a educação, para
que tal exercício seja cada vez mais valorizado nas escolas. Inclusive, deve-se levar em consideração que o
Lembre-se de que você está se colocando no lugar de um professor do componente curricular de ensino
religioso de uma turma do 6º ano do ensino fundamental de uma escola brasileira. Essa escola atende uma
população bastante diversificada social e culturalmente, composta por estudantes de diferentes origens
Você pode promover na escola uma abordagem plural e informativa, valorizando as diferenças religiosas.
Isso pode ser feito mediante o constante diálogo com os estudantes, professores e demais atores das escolas.
Durante as aulas de ensino religioso, você tem a oportunidade de trazer conhecimentos sobre todas as
religiões, de modo que se proporcione o exercício da alteridade.
Além disso, você pode incentivar que respeitem as crenças individuais, especialmente se forem minorias nas
escolas. Nesse exercício, pode-se promover o diálogo e a compreensão sobre a importância da diversidade
social e cultural de nosso país, portanto, um fator positivo. Em toda a escola, você pode contribuir para a
promoção do respeito, da tolerância e da compreensão mútua entre todos, propondo atividades
interdisciplinares que envolvam todos os estudantes e demais atores e setores da escola, contribuindo para a
construção de uma convivência harmoniosa e inclusiva na escola.
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Você pode contribuir com a criação de um ambiente escolar inclusivo, a partir do componente curricular de
de um ambiente escolar mais inclusivo e acolhedor para todos, independentemente da religião de cada um e
das condições ou vivências.
DÊ O PLAY!
ASSIMILE
O mapa menta proposto faz um recorte da nossa unidade de estudos, objetivando apresentar as
características do componente curricular de Ensino Religioso e as relações com educação e diversidade.
REFERÊNCIAS
Aula 1
OLIVEIRA, L. F. de; COSTA, R. C. R. da. Sociologia para jovens do século XXI: manual do professor. Rio de
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WILLMS, K. História e legislação do ensino religioso. 1. ed. São Paulo: Contentus, 2020. E-book. Disponível em:
Aula 2
CORTELLA, M. S.; RIOS, A. A. Vivemos mais! vivemos bem?: por uma vida plena. 2. ed. Campinas, SP: 7 Mares,
2023.
OLIVEIRA, L. F. de; COSTA, R. C. R. da. Sociologia para jovens do século XXI: manual do professor. Rio de
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Jundiaí, SP: Paco e Littera, 2021.
Aula 3
DUTRA, T. B. Em busca de autonomia: quilombolas e políticas públicas. 1. ed. Jundiaí, SP: Paco e Littera, 2022.
OLIVEIRA, L. F. de; COSTA, R. C. R. da. Sociologia para jovens do século XXI: manual do professor. Rio de
A., 2017.
ROCHA, M. I. A.; MARTINS, A. A. Educação do campo: desafios para a formação de professores. 1. ed. São
SANTOS, S. R. dos. Comunidades quilombolas: as lutas por reconhecimento de direitos na esfera pública
STIVAL, D. A educação do campo e o MST: trabalho e práticas sociais com assentados da reforma agrária. 1.
Aula 4
ERTHAL, C. A.; FABRI, M.; NODARI, P. C. Empatia e solidariedade. 1. ed. Porto Alegre: Educs, 2019.
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MEYRER, M. R.; KARAWEJCZYK, M. Narrativas de gênero: as várias faces dos estudos de gênero. 1. ed. Porto
MINETTO, M. de F. Currículo na educação inclusiva: entendendo esse desafio. 2. ed. Curitiba: Intersaberes,
2021.
OLIVEIRA, L. F. de; COSTA, R. C. R. da. Sociologia para jovens do século XXI: manual do professor. Rio de
Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016.
Aula 5
CORTELLA, M. S.; RIOS, T. A. Vivemos mais! vivemos bem?: por uma vida plena. 2. ed. Campinas, SP: 7 Mares,
2023.
DUTRA, T. B. Em busca de autonomia: quilombolas e políticas públicas. 1. ed. Jundiaí, SP: Paco e Littera, 2022.
ERTHAL, C. A.; FABRI, M.; NODARI, P. C. Empatia e solidariedade. 1. ed. Porto Alegre: Educs, 2019.
MEYRER, M. R.; KARAWEJCZYK, M. Narrativas de gênero: as várias faces dos estudos de gênero. 1. ed. Porto
Alegre: ediPUCRS, 2021.
MINETTO, M. de F. Currículo na educação inclusiva: entendendo esse desafio. 2. ed. Curitiba: Intersaberes,
2021.
OLIVEIRA, L. F. de; COSTA, R. C. R. da. Sociologia para jovens do século XXI: manual do professor. Rio de
PEREIRA, M. L. A construção do letramento na educação de jovens e adultos. 1. ed. São Paulo: Autêntica, 2007.
ROCHA, M. I. A.; MARTINS, A. A. Educação do campo: desafios para a formação de professores. 1. ed. São
Paulo: Autêntica, 2013.
SANTOS, S. R. dos. Comunidades quilombolas: as lutas por reconhecimento de direitos na esfera pública
brasileira. 1. ed. Porto Alegre: ediPUCRS, 2014.
SILVA, A. N. O. (org.). Conhecimento e docência: caminhos cruzados na educação de jovens e adultos. 1. ed.
Jundiaí, SP: Paco e Littera, 2021.
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STIVAL, D. A educação do campo e o MST: trabalho e práticas sociais com assentados da reforma agrária. 1.
WILLMS, K. História e legislação do ensino religioso. 1. ed. São Paulo: Contentus, 2020. E-book. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 17 dez. 2023.
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