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Trabalho Docente
Educação e Métodos de Ensino no Saber-Fazer Docente
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Educação e Métodos de Ensino
no Saber-Fazer Docente
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Identificar as abordagens teórico-metodológicas do processo de ensino e a atuação
do professor.
UNIDADE Educação e Métodos de Ensino no Saber-Fazer Docente
Quais ações nos diferenciam dos animais? E o que nos torna homens e mulheres? Pense
sobre isso para além da questão biológica.
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Mais uma vez, ressaltamos que o foco de nossa análise não é o gênero, mas a edu-
cação que nos ensina, por meio da sociedade e cultura em que estamos inseridos, a
sermos humanos – homens ou mulheres.
Se pensar em seu próprio processo de educação, perceberá que tanto a família
quanto as escolas – núcleos sociais de educação – interpõem modelos de educação
para nos ensinar a viver em sociedade. Aprendemos a ser sociáveis, solidários, res-
peitosos, a ter bons modos, além de toda uma gama de valores e atitudes que nos
permitem ser humanos, diferenciando-nos dos animais por meio do uso de nossa
racionalidade e da educação de nossa vontade.
[...] o ser humano não nasce humano, mas que se humaniza por meio
da cultura e da sociedade, por meio do processo de mediação, dado
via sociedade. Em cada tempo histórico, o homem a ser construído é
diferente porque responde às expectativas da sociedade. Esse é um pres-
suposto fundamental para compreendermos a importância da educação:
pois é por meio dela que nos tornamos humanos. A grande questão é que
o ser humano é visto de forma diferente, dentro do processo de desenvol-
vimento das sociedades. (LIMEIRA; PUZIOL, 2017, p. 50)
Ao esboçar o seu entendimento sobre o termo cultura, esse autor corrobora com
a ideia de que cada tempo histórico e cada sociedade possui a sua cultura. Assim, a
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Você pode se perguntar: o que há de mais em uma pessoa ser fotografada de biquíni
e grávida?
Obviamente que não há nada de mais. Contudo, no período em que isso acon-
teceu houve “ebulição” de opiniões a respeito do fato, e isso resultou no Decreto
n.º 1.077/70, que dizia não ser tolerado “[...] publicações e exteriorizações contrárias
à moral e aos bons costumes quaisquer que sejam os meios de comunicação”. Con-
segue perceber que a cultura e os meios sociais de uma determinada época ou pe-
ríodo histórico influenciam em todas as decisões de uma sociedade, sejam políticas,
legais, éticas, sociais e, até mesmo, educacionais?
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aquilo que está antes de saber. Podemos pensar nos conhecimentos prévios que cada
um de nós possui, mas que precisam tornar-se conscientes para que façamos assimi-
lações; por fim, no inconsciente fica aquilo que não se sabe, mas que pode, sim, ser
conhecido por meio dos sonhos, medos e traumas (FERNÁNDEZ, 2001).
Essa autora chama a atenção para o fato de que, enquanto professores, não uti-
lizamos o pré-consciente de nossos alunos como deveríamos. Trazer à tona aquilo
que talvez nem mesmo o aluno saiba que sabe é um dos fatores que garantem uma
aprendizagem significativa.
Embora o pensamento tenha sido associado à não ação e ao não sentimento, não é assim
que devemos compreender o pensamento e o próprio processo de aprendizagem: pensa-
mento e aprendizagem são ações. Você já pensou sobre isto?
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Assim, podemos dizer que esta ação, segundo Fernández (2001), “[...] é a condi-
ção da autonomia da pessoa e, por sua vez, a autonomia favorece a autoria do pen-
sar. À medida que alguém se torna autor, poderá conseguir mínimo de autonomia.”.
Trata-se do processo e ato de produção de sentidos, de reconhecimento de si como
protagonista ou participante da aprendizagem, justamente porque a aprendizagem
não é mais vista de forma passiva, mas supõe ação e criação, o que torna os alunos
autores – e não somente receptores.
O impensável possibilita o pensar, porque se trata de fatos que não são pensados,
não porque não queremos, mas porque, simplesmente, não pensamos nisso ou não
fomos instigados a pensar sobre determinado assunto.
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Um exemplo que podemos dar a respeito de fatos não pensados e impensados
é a incorporação de filmes como recursos didáticos: os filmes podem ser ótimos
recursos capazes de representar situações educativas dentro da sala de aula e, poste-
riormente, realizar discussões ou intervenções com os educandos.
Os filmes são ótimos recursos educacionais para fazer pensar, gerar no educando –
e até mesmo no docente – o impensável no pensamento; uma maneira de suscitar
problemas sociais, culturais e buscar respostas para essas questões “impensáveis”.
Importante!
Não podemos fazer pelos outros aquilo que não fazemos por nós mesmos: autorizarmo-
-nos a pensar e termos autoria de pensamento é fundamental, se quisermos possibilitar
a autoria em outros. Isso implica saber que o pensamento ação. Segundo Fernández
(2011): “[...] quando digo que eu penso, estou dizendo que estou construindo algo novo
ainda em relação ao que pensava antes.”.
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O último método consiste nas atividades especiais, que seriam, por exemplo, o
estudo do meio ou as atividades práticas. São realizadas fora do contexto escolar,
servindo para explorar, elaborar e refletir sobre o conhecimento.
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Portanto, é necessário pensar sobre a educação e ter uma definição, ainda que
prévia, pois sempre podemos – e devemos – repensar sobre a qual; isto é fundamental
em sua caminhada nesta área, assim como pensar a educação, aprendizagem, as
práticas e os ensinos que são desenvolvidos.
Para Tajra (2012) os professores precisam tomar posse dos softwares educacionais e
serem capacitados para utilizá-los como instrumentos pedagógicos. A partir do momen-
to em que a instituição disponibiliza instrumentos para o professor, tal como a internet,
para auxiliar em suas aulas, é necessário que o docente tenha capacidade de avaliar, de
forma adequada, no que essa pode contribuir para a sua necessidade didática.
Importante!
A internet é mais um canal de conhecimento, de trocas e buscas. Não substitui, mas
facilita e aprimora as relações humanas, elabora novas formas de produção, estimula
uma cultura digital, libera tempo, une povos e culturas e gera uma nova sociedade.
A internet não se resume a um conjunto de backbones que interliga fisicamente os
países e as informações. A tecnologia não está isolada de seu contexto histórico e
de suas relações sociais – quando se menciona internet, trata-se da complexa rede
hipertextual de lógicas e conhecimentos inter-relacionados (TAJRA, 2012, p. 145).
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O professor representa uma figura fundamental, uma vez que as suas experiên-
cias pedagógicas são essenciais para ampliar o campo de conhecimento dos alunos.
A partir do momento em que o professor tem acesso e conhece as técnicas que
envolvem as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), as suas atividades
desenvolvidas em sala de aula, tais como debates, exercícios e provas, passam a
assumir um novo significado de construção do conhecimento.
Sabemos que alguns professores, por não possuírem pleno domínio da utilização
da informática, apresentam certo receio quanto à sua introdução e manuseio no
ambiente educacional. É compreensível tal insegurança, mas é importante que as
escolas realizem capacitações eficientes e possíveis para que tragam maior segurança
ao professor, consequentemente, proporcionando-lhe, segundo Moran (2001): “[...]
confiança em desenvolver trabalhos que envolvam o uso dos computadores, e os
tornem aptos a fazerem uso da informática e da internet em sala de aula.”.
Por isso, existe a necessidade de os espaços educativos investirem cada vez mais
em projetos que incluam informática e internet em seus currículos. Contudo, é
necessário considerar as características individuais de cada professor, nos aspectos
pedagógicos e sociais, sendo conservadas mesmo diante das transformações ocorri-
das no âmbito tecnológico.
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não simplesmente absorver informações, pois estas são possíveis de serem
esquecidas e de se perderem. Além de gerenciar a informação, é importante
aprender a gerenciar também todo o universo das emoções. O processo de
educar é complexo, e não envolve somente o processo de ensinar ideias,
ensinar também a lidar com as sensações e emoções que ajudam a manter
o equilíbrio e a viver com confiança. (MORAN, 2001, p. 19)
No Brasil, 73% dos professores usam a internet em sala de aula, isso quer dizer que, aproxi-
madamente, 3 entre 4 docentes no Brasil usam a internet em sala de aula e 93% das escolas
estão conectadas à internet. Apesar da alta taxa de conectividade, boa parte dos professores
não consegue aproveitar o potencial dessa tecnologia no ensino.
• Realize os treinamentos
Treinamentos
propostos pela escola.
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Assim, compreendemos que, até mesmo para o processo didático, as novas tecno
logias são imprescindíveis em nossa atuação pedagógica; por isso do seguinte infográfico
com elementos conceituais, os quais estão envoltos ao processo didático da educação:
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Didática
Livro Didática, de José Carlos Libâneo: escrito por um renomado educador
brasileiro, discute acerca da didática e de seus processos de ensino. Como ensinar?
Quais são os métodos? O que é processo de ensino-aprendizagem? O que é
didática? Estes e outros temas são abordados neste livro, que é essencial à formação
de professores.
Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente
Livro Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão
docente, de José Carlos Libâneo: organizado por Libâneo, visa discutir ações sobre
o papel do professor, a importância desse profissional aproximar-se e compreender
o funcionamento das novas tecnologias em sua atuação, não desvinculando os
textos sobre a importância da qualidade da educação e formação de professores.
Filmes
Como estrelas na Terra, toda criança é especial (2007)
Retrata a história de uma criança disléxica, mas que é tarjada de incapaz de aprender
por falta de conhecimento dos pais, professores e médicos, até que um professor,
igualmente disléxico, cruza o seu caminho
https://youtu.be/kpxumrZ7phU
Piratas da informática – piratas do Vale do Silício (1999)
É uma história baseada no processo de construção das empresas norte-americanas
de software, Apple e Microsoft. A película apresenta, a partir do viés de seus
criadores, como foi esse momento; o ponto máximo do filme é o momento que
retrata que alguém se apropria indevidamente de um sistema operacional para
beneficiar a empresa de Bill Gates.
https://youtu.be/qma8YVHev0c
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Referências
ARANHA, M.; MARTINS, M. Filosofando: introdução à Filosofia. São Paulo:
Moderna, 2009.
BRASIL. Decreto n.º 1.077. Brasília, DF, 1970. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del1077.htm>. Acesso em: 18/08/2017.
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