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EDUCAÇÃO
FUNDAMENTOS HISTORICO-
FILOSOFICOS E PSICOLÓGICOS
DRA . SUMIKA SOARES DE FREITAS-
UFES-PMV
School of Education Master's and Doctorate in
Educational Sciences
“[…] Cada criança que nasce é obrigada a passar por um longo processo de
formação. Está a sua disposição um longo acervo de informações, conceitos,
valores que deverão ser assimilados para que ela se torne humana […] (NUNES,
2010, p. 48).
As práticas educativas podem ocorrer
em vários espaços distintos: na rua, na
igreja, na família, na escola, mas são
permanentes.
Convicção: havia uma realidade para além do mundo que pudesse ser sua causa
e explicação
Realidade transcendental ao mundo:
Possibilidade de encontrar a significação do espaço habitado pelos homens;
Referências para a ação humana;
O nosso mundo seria apenas uma pálida cópia desse mundo verdadeiro.
O Mundo verdadeiro seria o mundo da idéias.
O Mundo em que vivemos é um mundo passageiro e limitado.
A EDUCAÇÃO ACONTECE DE
DIFERENTES FORMAS, EM DIFERENTES
LUGARES, COM DIFERENTES
OBJETIVOS: FORMAÇÃO HUMANA!
A educação é uma atividade mediante a
qual os saberes, conhecimentos e
valores produzidos pelos homens são
transmitidos [...]
O processo educativo é vital para a
existência humana. As gerações mais
velhas devem transmitir para as mais
novas os conhecimentos que o homem
tem de si e do mundo
(NUNES, 2010, p.17)
TÍTULO I
DA EDUCAÇÃO
(LDBN9394/96)
A educação não apenas nos transmite o
legado do passado, mas também nos
permite explorar as potencialidades
humanas no presente, possibilitando,
assim, construir as condições para uma
vida mais feliz tanto individualmente,
quanto coletivamente
(NUNES, 2010, p.7)
[…] A educação é, por sua origem, seus
objetivos e funções, um fenômeno
social, estando relacionada ao
contexto político, econômico,
científico e cultural de uma sociedade
historicamente determinada […]
(SCHAFRANSKI, 2005,p.102)
Desde a infância, cada indivíduo
faz parte de uma multiplicidade de
pessoas dependentes umas das
outras, ligadas por laços invisíveis
de trabalho, de propriedade, de
instintos e de afetos.
No contexto do grupo familiar, a
criança em formação participa em
espaços diferenciados e de relações
diferenciadas. Em companhia de outras
pessoas, a criança aprende uma fala
articulada, aprende uma língua, assume
certo padrão de controle instintivo,
enfim, por meio de cargas afetivas
variáveis, constitui-se adulto.
O ser humano nasce (aliás, pode-se dizer, é
gerado) numa família especifica, com
características próprias pertencentes a uma
determinada cultura e ocupando uma
posição socioeconômica definida dentro
dessa cultura. Mais ainda, ele já nasce com
seu lugar dentro do grupo familiar de uma
certa forma predeterminado: pode ser o
mais velho, o mais novo, um filho desejado
ou não[...] (GLAT,1996, p. 113)
Na nossa compreensão, diferentemente do
discurso revelador das falhas, ausências,
fracasso e da desestrutura familiar, tão
disseminado entre nós, as transformações
por que passou essa instituição ao longo do
tempo parecem evidenciar uma significativa
capacidade de flexibilização, adaptação e
mesmo de enfrentamento às solicitações
que emergem das relações dos/nos
processos de industrialização e urbanização
Ocidental.
A família, no entanto, mantém laços e redes de interdependências com outras
instituições socializadoras na tarefa de educar e de inserir os sujeitos no mundo e
na cultura. Desse modo, embora o pai ou a mãe – depositários da vontade e de
autoridade familiar- figurem entre os que buscam a garantia da
instituição/legitimação do projeto parental, a escola aparece, nas sociedades
contemporâneas, como espaço social que confirma essas expectativas da família,
mas que também pode contrariar essas expectativas e até se opor a elas
(BOURDIEU, 1997).
A escola como instituição dinâmica,
polissêmica, fruto de um processo de
construção social;
A EDUCAÇÃO E OS DEMAIS
ASPECTOS DA EXISTÊNCIA
HUMANA
[…] É preciso que se coloque no centro das discussões (e das práticas) a função
educativa global da escola.
(PARO, 1998, p.12)
[…] é preciso que nossa escola concorra
para a formação de cidadãos atualizados,
capazes de participar politicamente,
usufruindo daquilo que o homem histórico
produziu, mas ao mesmo tempo dando sua
contribuição criadora e transformando a
sociedade. Só assim a escola estará
participando de forma efetiva como
elemento da necessária “reforma
intelectual e moral”, de que nos fala
Gramsci (1978b)
(PARO, 1998, p.12)
O pensamento
filosófico no Brasil
e sua articulação
com a prática
educativa
DRA. SUMIKA FREITAS
RETOMANDO…
A FILOSOFIA DA ESSÊNCIA
“[…] o homem surge no mundo e nele passa a realizar sua existência. Quando
nasce, não é possuidor de nenhuma essência; esta se constrói aos poucos, se
faz durante o seu viver […]”
Idéia central:
Características:
Autoritarismo;
Atividades centradas na figura do professor;
Transmissão de conteúdos desencarnados da vida do aluno;
Há o professor que sabe e ensina para aqueles que não sabem.
Educação bancária [Paulo Freire].
Dra.SUMIKA SOARES DE
FREITAS HERNANDEZ-
PILOTO
UFES-PMV-MIEIB
A escola tem uma longa história. O que acontece na escola é, assim, determinado
por uma diversidade de fatores, o que faz com que a educação escolar, seja
objeto do interesse e de pesquisas de várias ciências: a psicologia, a economia, a
sociologia, a história, entre outras. A escola é lugar de ensinar e de aprender, ela
é um espaço essencialmente de relações sociais de trocas.
As contribuições fundamentais da psicologia à prática
pedagógica são aquelas que podem lançar luz sobre
alguns aspectos do “ ensinar e do aprender”.
Quando se trata de criança, as ideias que temos sobre aprendizagem quase
sempre se relacionam ao seu desenvolvimento, já que habitualmente
admitimos que aprendizagem e desenvolvimento são processos, de alguma
forma interrelacionados.
É sobre esse tipo de questões que a psicologia pode ajudar a refletir, uma vez,
no decorrer de sua história, ela tem enfocado como objeto de estudo o
desenvolvimento humano, os processos de aprendizagem e a própria criança,
além de ter produzido conhecimentos que certamente contribuem para a
compreensão do processo de apropriação/ elaboração do conhecimento.
O ESTUDO CIENTÍFICO DA
CRIANÇA: UM POUCO DE
HISTÓRIA
A preocupação com o estudo da
criança é bastante recente na
história da humanidade.A
própria idéia de criança, tal
como pensamos hoje (como
um ser que tem necessidades,
interesses, motivos e modos de
pensar específicos), não existia
antes do século XVII.
As crianças eram consideradas como adultos em miniatura. A convivência com
um índice de mortalidade infantil extremamente alto fazia com que a morte das
crianças fosse considerada natural e que a duração da infância fosse limitada a
um período muito curto na vida dos indivíduos. Ela correspondia ao período em
que, para sobreviver, a criança necessitava de cuidados físicos. Quando
sobrevivia, com 6 ou 7 anos, após o desmame tardio, a criança “ tornava-se a
companheira natural do adulto” ( Ariès, 1981), com quem passava a conviver o
tempo todo. Participava das atividades do adulto, compartilhando com ele o
trabalho nos campos ou nos mercados, os jogos e as festas.
O avanço das descobertas científicas tornou possível o
prolongamento da vida e a diminuição da mortalidade
infantil.
A partir do século XVII, gradativamente passou-se a
admitir a idéia de que a criança era diferente do adulto
não apenas fisicamente. Começou-se então a considerá-la
como não preparada para a vida, cabendo aos pais, além
da garantia de sua sobrevivência, a responsabilidade por
sua formação, entendida principalmente como espiritual e
moral. Nessa época foi que se iniciou o costume de enviar
crianças às escolas, as quais se ocupavam basicamente
com o ensino da religião e da moral e de algumas
habilidades, como a leitura e a aritmética.
No século XVIII, os filósofos começaram a apontar a existência de um
mundo próprio e autônomo da criança. Rousseau e outros
consideraram que a mente infantil opera diferentemente da dos
adultos. Isso possibilitou o estudo científico da criança e seu
desenvolvimento em suas formas próprias de organização
( Charlot,1979).
Foi no início do século XX que se iniciou efetivamente o estudo
científico da criança e do comportamento infantil.
Diversas abordagens sobre os processos de aprendizagem e
desenvolvimento foram elaboradas, a partir de questões e interesses
específicos e com base em diferentes métodos de investigação.
Entre elas destacam-se a inatista-maturacionista, o
comportamentalismo, a piagetiana e a histórico- cultural.
Imagens sociais da infância
- A criança inocente funda-se no mito romântico da infância como a
idade da inocência, da pureza, da beleza e da bondade. O teórico que
marca esta linha é Rousseau em Emílio. A tese aqui dominante é a de
que a natureza do homem é boa e só a sociedade perverte. Estas
concepções têm uma ampla discussão no campo pedagógico.
Um marco histórico da nossa concepção moderna de infância está nas
idéias de Jacques Rousseau que inaugura uma noção de infância que
vai marcar e caracterizar essa fase da vida do homem.