Você está na página 1de 80

1

CENTRO UNIVERSITÁRIO ATENEU

Organizadores/as:

Carlos André Moura Arruda


Rosângela Couras Del Vecchio
Silvia Letícia Martins de Abreu

NEUROPSICOPEDAGOGIA – A NEUROCIÊNCIA E SUAS VARIÁVEIS


Volume 1

1ª Edição

Fortaleza
UniAteneu – 2021
3

Ficha Catalográfica
Bibliotecária: Aparecida Porto - CRB-3/770
______________________________________________________________________
N494n Neuropsicopedagogia: a neurociências e suas variáveis / Organizadores
Carlos André Moura Arruda, Rosângela Couras Del Vecchio, Sílvia
Letícia Martins de Abreu. – Fortaleza: Uniateneu, V.1, 2021.
76p.

ISBN: 978-65-88268-15-5 (impresso)


978-65-88268-20-9 (digital)

1.Neuropsicopedagogia. 2. Neurociências. I. ARRUDA, Carlos André


Moura. II. DEL VECCHIO, Rosângela Couras. III. ABREU, Sílvia Letícia
Martins de. IV. Título.

CDD: 370.1507
______________________________________________________________________
4

Reitor do Centro Universitário Ateneu


Cláudio Ferreira Bastos

Conselho Científico e Técnico Editorial


Prof. Dr. Rosendo Freitas de Amorim
Profª. Dra. Maria Coeli Saraiva Rodrigues
Prof. Dr. José Júlio da Ponte Neto
Profª. Dra. Ana Paula Vasconcellos Abdon
Prof. Dr. Eduardo de Almeida e Neves
Profª. Ms. Lucidalva Pereira Bacelar
Prof. Esp. Afonso Paulo Albuquerque de Mendonça
Profª. Dra. Rosângela Couras Del Vecchio
Profª Esp. Fabrícia Alves Pinto
Profª Esp. Sherida Nayara Alves da Silva
Profª Esp. Silvia Letícia Martins de Abreu
Profª. Dra. Karine Pinheiro Souza
Profª. Dra. Germania Kelly Furtado Ferreira
Profª Ms. Monike Couras Del Vecchio Barros
Profª Esp. Andreia Lourenço da Silva
Profª Ms. Ana Rita Braúna Alencar
Profº Ms. Gil Camelo Neto
Profª Esp. Maria Valnice Carolino
Profª Ms. Ana Lourdes Maia Leitão

Capa e Diagramação
Vitor Félix Silva de Sousa

Revisão Ortográfica
Prof. Esp. Silvia Letícia Martins de Abreu

Bibliotecária Responsável
Aparecida Porto
5

PREFÁCIO

Silvia Leticia Martins de Abreu1

A leitura deste livro levará você em uma viagem magnífica, no que diz respeito às
dificuldades e dúvidas que você provavelmente tem sobre como usar a Neuropsicopedagogia a
favor da educação.
Este é, de fato, um livro inovador. Sua completa leitura proporcionará a você andar por
caminhos já conhecidos, porém com novo olhar. Ele vem trazendo várias propostas dentro de
uma visão inovadora sobre a atuação do Neuropsicopedagogo dentro do meio educacional.
Entre vários assuntos serão abordados temas como: Atuação e inovações do
Neuropsicopedagogo na aprendizagem, e dentro do desenvolvimento cognitivo e psicomotor;
também tentar compreender o que leva o indivíduo a ter dificuldades de aprendizagem e
desenvolvimento; além de mostrar essa atuação quando alguns aprendentes possuem
determinados distúrbios e/ou transtornos de aprendizagem como: Dislexia; Síndrome de
Tourette e Autismo.
Desta forma, O Centro Universitário Ateneu, através do seu polo da pós-
graduação, do curso de Neuropsicopedagogia, tem uma imensa satisfação em poder
ofertar através do Livro NEUROPSICOPEDAGOGIA – A NEUROCIÊNCIA E SUAS
VARIÁVEIS uma diversidade de propostas a serem usadas no processo de ensino-
aprendizagem de alunos que necessitarem de acompanhamento neuropsicopedagógico.
Aproveite bem a leitura de cada artigo e aumente seus conhecimentos dentro
dessa área tão pouco conhecida por muitos profissionais da educação.

Mãos a obra!!!

1Professora, Psicopedagoga e Coordenadora de Curso da Pós-graduação UNIATENEU. Especialista em


Psicopedagogia clínica e Institucional; Gestão e Didática de Ensino Superior; MBA em Gestão e
Negócios, pelo Centro Universitário Ateneu - UniATENEU; Especialista em Gestão Escolar, pela
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA. Coordenadora Pós Ateneu; Professora da Graduação
UniATENEU; Professora do Colégio da Polícia Militar General Edgar Facó – CPMGEF.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2702678444760795
6

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

1 INOVAÇÕES DA NEUROPSICOPEDAGOGIA: DESENVOLVIMENTO


COGNITIVO E PSICOMOTOR NAS FASES SENSÓRIO-MOTOR E PRÉ-
OPERATÓRIO - Eriadna Cintia Ribeiro Andrade, Sâmella Santos Alves,
Rosângela Couras Del Vecchio, Silvia Letícia Martins de Abreu

2 INOVAÇÕES DA NEUROPSICOPEDAGOGIA PARA AS DIFICULDADES


DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DO INDIVÍDUO
COM DISLEXIA - Maria Silvanda de Sousa, Maria dos Remédios de Sousa,
Rosângela Couras Del Vecchio, Silvia Letícia Martins de Abreu

3 SINDROME DE TOURETTE – O OLHAR DA NEUROPSICOPEDAGOGIA


SOBRE OS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM E AS IMPLICAÇÕES
PSICOSOCIAIS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA - Ozangela
Miranda, Rosângela Couras Del Vecchio

4 AUTISMO: DESENVOLVIMENTO DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E


INTERVENÇÕES NA SALA DE AULA – REVISÃO DE LITERATURA -
Regiane de Sousa Aguiar, Rosângela Couras Del Vecchio, Silvia Letícia
Martins de Abreu

5 AUTISMO: A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO


NEUROPSICOPEDAGÓGICA NO CONTEXTO EDUCACIONAL E SUAS
CONTRIBUIÇÕES PARA A APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
COGNITIVO - Tíssia Piccinini Ferreira Maranhão Pontes, Rosângela Couras
Del Vecchio, Silvia Letícia Martins de Abreu
7

APRESENTAÇÃO

Silvia Leticia Martins de Abreu 2

Nesse livro você encontrará uma diversidade de artigos científicos criados, apresentados
e discutidos no Curso de Neuropsicopedagogia da Uniateneu, Turmas 3 e 4. Nele serão
abordados temas sobre quão importante a Neuropsicopedagogia é para o desenvolvimento do
aprendente no processo de ensino e aprendizagem. Assim como, compreender e poder refletir
sobre a atuação do neuropsicopedagogo dentro da educação.
Entre os vários desafios da educação nos deparamos com a questão da inclusão dos
aprendentes que têm dificuldades ou transtornos de aprendizagem. É nesse momento em que se
torna essencial o papel do neuropsicopedagogo e sua atuação.
Vale ressaltar que a inclusão é um direito e dever de todos. No Brasil, ela foi
regulamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB – Lei 9394/96 que preconiza
a igualdade de direitos na educação dos sujeitos com necessidades educacionais especiais.
Nessa linha de pensamento, os artigos deste livro trazem à tona elementos importantes
sobre neurociências, psicologia e pedagogia. No intuito de aumentar os conhecimentos daqueles
que querem ajudar os indivíduos que têm dificuldades de aprendizagem.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Neuropiscopedagogia – SBNPp, no dia 30 de
julho de 2014, decidiu-se em Assembleia extraordinária, com mais de 2/3 dos membros do
Conselho de Ética e Técnico Profissional da SBNPp, a aprovação do Art. 1º e Art. 2º, que torna
legal o Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia.
Tal decisão torna possível que este profissional possa, não só se realizar no plano
individual, mas também assumir seu papel social de forma coletiva, no que diz respeito ao
atendimento de indivíduos que necessitem de auxílio de ordem clínica e institucional.
Desta forma, Através da leitura completa deste livro você poderá perceber o que diz o
Artigo 10º, do Código de Ética do Profissional da SBNPp sobre a Neuropsicopedagogia ser
uma ciência: “transdisciplinar, fundamentada nos conhecimentos da Neurociência aplicada à
educação, com interfaces da Psicologia e Pedagogia que tem como objeto formal de estudo a
relação entre cérebro e a aprendizagem humana numa perspectiva de reintegração pessoal,
social e escolar.”.
Aproveite a oportunidade que este livro te oferece e se encha de conhecimentos
enriquecedores na área da neurociência voltada para a educação; dos estudos psicológicos que
afetam a aprendizagem e nas questões de dificuldades cognitivas dentro da pedagogia.

Boa leitura!

2
Professora, Psicopedagoga e Coordenadora de Curso da Pós-graduação UNIATENEU. Especialista
em Psicopedagogia clínica e Institucional; Gestão e Didática de Ensino Superior; MBA em Gestão e
Negócios, pelo Centro Universitário Ateneu - UniATENEU; Especialista em Gestão Escolar, pela
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA. Coordenadora Pós Ateneu; Professora da Graduação
UniATENEU; Professora do Colégio da Polícia Militar General Edgar Facó – CPMGEF.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2702678444760795
8

INOVAÇÕES DA NEUROPSICOPEDAGOGIA: DESENVOLVIMENTO COGNITIVO


E PSICOMOTOR NAS FASES SENSÓRIO-MOTOR E PRÉ-OPERATÓRIO.
(INNOVATIONS OF NEUROPSYCEDEDOGOGY: COGNITIVE AND
PSYCHOMOTOR DEVELOPMENT IN THE SENSORY-MOTOR AND PRE-
OPERATORY PHASES)

Eriadna Cintia Ribeiro Andrade3


Sâmella Santos Alves4
Rosângela Couras Del Vecchio5
Silvia Letícia Martins de Abreu6

RESUMO
O presente artigo vem tratar das inovações da neuropsicopedagogia no campo do
desenvolvimento cognitivo e psicomotor nas fases sensório-motor do pré-operatório,
em virtude da intencionalidade do estudo serão abordados assuntos pertinentes ao
tema voltados para o desenvolvimento da criança. A presente pesquisa tem por
objetivo geral expor como as inovações da neuropsicopedagogia tem contribuído para
o desenvolvimento cognitivo e psicomotor nas fases do sensório-motor e do pré-
operatório com crianças de o a 4 anos. Desta forma tenciona-se pontuar a relevância
das inovações da neuropsicopedagogia, assim como discutir frente a posicionamentos
de autores ao que compete o desenvolvimento cognitivo da criança, bem como
pontuar a importância do desenvolvimento psicomotor na primeira infância. A presente
pesquisa foi realizada tendo por base escritos de outros autores, tais escritos foram
coletados de livro, artigos, revistas eletrônicas e sites. Dessa forma configura-se em
um estudo bibliográfico segundo o conceito de metodologia de Gil (2017). Os
resultados são atingidos após a análise dos dados coletados dos livros, artigos,
revistas eletrônicas e sites. Constatou-se que a contribuições da neuropsicopedagogia
relatadas pelos autores de fato colaboraram para a compreensão de como o indivíduo
aprende, bem como para a elaboração de abordagens que buscam favorecer a
reiteração do individua em seus aspectos pessoais, escolares e sociais. Por fim
conclui-se que o conhecimento e a aplicação da neuropsicopedagogia é necessária
para a construção de um sistema que favoreça a aprendizagem das crianças, porém
é necessário que haja mais incentivos e capacitação dos profissionais da educação
para lidar com essa nova realidade e os conceitos que surgem com ela.

Palavras-chave: Inovações da Neuropsicopedagogia, Desenvolvimento Cognitiva,


Desenvolvimento Psicomotor e Pré-Operatório.

ABSTRACT
This article deals with the innovations of neuropsychopedagogy in the field of cognitive

3
Pós-graduanda do curso de Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional do Centro Universitário
Ateneu (cintiar08@gmail.coml)
4
Pós-graduanda do curso de Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional do Centro Universitário
Ateneu (samyhsantos20.05@gmail.com)
5 Professora Orientadora da Pós-graduação da UniAteneu, Doutora em Administração pela UNIDA e

Doutora em Ciências da Educação pela Universidad Americana – Anhanguera – SP


(dra.rosangela.delvecchio@gmail.com)
6 Coordenadora revisora da Pós-graduação da UniAteneu curso de Neuropsicopedagogia pelo

UNIATENEU (silvia.leticia@professor.uniateneu.edu.br)
9

and psychomotor development in the sensory-motor phases of preoperative, due to


the intentionality of the study will be addressed issues pertinent to the theme focused
on the development of the child. This research aims to expose how the innovations of
neuropsychopedagogy has contributed to the cognitive and psychomotor development
in the phases of sensory-motor and preoperative with children from o to 4 years. This
way, it is intended to point out the relevance of neuropsycho-pedagogy innovations, as
well as to discuss the position of authors in relation to the cognitive development of the
child, as well as to point out the importance of psychomotor development in early
childhood. This research was carried out based on writings of other authors, such
writings were collected from books, articles, electronic journals and websites. Thus, it
is configured in a bibliographic study according to the concept of Gil's methodology
(2017). The results are achieved after analyzing the data collected from books, articles,
electronic journals and websites. It was found that the contributions of
neuropsychopedagogy reported by the authors in fact contributed to the understanding
of how the individual learns, as well as to the elaboration of approaches that seek to
favor the reiteration of the individual in his personal, school and social aspects. Finally,
it is concluded that the knowledge and application of neuropsycho-pedagogy is
necessary to build a system that favors the learning of children, but it is necessary to
have more incentives and training of education professionals to deal with this new
reality and the concepts that arise from it.

Keywords: Quality of life. Stress. People Management. Profitability.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo vem tratar das inovações da neuropsicopedagogia no campo


do desenvolvimento cognitivo e psicomotor nas fases sensório-motor do pré-
operatório, em virtude da intencionalidade do estudo serão abordados assuntos
pertinentes ao tema voltados para o desenvolvimento da criança.
Entende-se que por ser um campo do conhecimento que se relaciona com a
psicologia e é compreendida com uma neurociência, neuropsicopedagogia tornou-se
um mistério para alguns profissionais da educação, porém cada vez mais surgem
estudo que comprovam categoricamente a importância da mesma no processo de
aprendizagem da criança, posto que a mesma é uma ciência transdisciplinar voltada
para o estudo da relação entre o funcionamento do sistema nervoso e a aprendizagem
humana.
O tema surgiu da curiosidade de saber como as inovações da
neuropsicopedagogia tem contribuído para o desenvolvimento cognitivo de crianças
ainda na terna idade de 0 a 4 anos que se refere aos períodos entendido por Jean
Piaget como o estágio sensório-motor e o estágio pré-operatório.
Como as inovações da neuropsicopedagogia tem contribuído para o
desenvolvimento cognitivo de crianças ainda na terna idade de 0 a 4 anos? Sobre isso
busca-se ao final da pesquisa comprovar que as inovações da neuropsicopedagogia
contribuem para a melhor compreensão da aprendizagem, assim como para
desenvolvimento cognitivo e psicomotor da criança na fase da primeira infância.
A presente pesquisa tem por objetivo geral expor como as inovações da
neuropsicopedagogia tem contribuído para o desenvolvimento cognitivo e psicomotor
nas fases do sensório-motor e do pré-operatório com crianças de o a 4 anos. Desta
forma tenciona-se pontuar a relevância das inovações da neuropsicopedagogia, assim
10

como discutir frente a posicionamentos de autores ao que compete o desenvolvimento


cognitivo da criança, bem como pontuar a importância do desenvolvimento psicomotor
na primeira infância.
O presente artigo está dividido em cinco seções. Na primeira trata-se da
introdução do tema, justificativa, a problemática da pesquisa e os objetivos. Na
segunda seção trata-se do referencial teórico, vem tratar das inovações da
neuropsicopedagogia no campo do desenvolvimento cognitivo e psicomotor nas fases
sensório-motor do pré-operatório e o desenvolvimento dos objetivos específicos.
Dando continuidade, a terceira seção trata metodologia utilizada na pesquisa e
seguida da quarta seção com análise de dados e por fim na quinta a discussões dos
resultados. O trabalho finda com a conclusão que vem mostrando se os objetivos
foram atingidos, se a metodologia foi adequada e responde a problemática
direcionadora do estudo proposto.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A neuropsicopedagogia é um ciência ainda muito novo e ainda há muito a se


aprender sobre ela e seus campos de atuação, nesta perspectiva a segui será
explanado a respeito da mesma, bem como a importância de seus campos de estudo
e sua colaboração para a aprendizagem da criança, assim também será explorado o
entendimento de desenvolvimento cognitivo e psicomotor frente as teorias
desenvolvidas pelos teóricos behavioristas em particular Jean Piaget e sua teoria
desenvolvimentistas quanto aos estágios sensório-motor e pré-operatório.

2. 1 Neuropsicopedagogia

O funcionamento da mente humana desperta a curiosidade de muitos desde os


primórdios das civilizações, porém é na idade média que surgem as indagações a
respeito do que seria a alma humana, na busca por resposta houve associações a
espiritualidade em virtude da época, visto que a sociedade passava pelo período
teocêntrico onde a crença na divindade era fonte para justificar aquilo que não tinha
explicação.
Avelino (2019, p. 4) aborda que:

Com as transformações percebidas ao longo dos anos, o campo da


Neurologia, Psicologia e Pedagogia, áreas que estabeleceram relações com
a Neurociências, consequentemente tornando-se em
Neuropsicopedagogia, tem buscado fomentar em estudos e pesquisas em
prol das funções desse profissional e de indivíduos que sofrem com distúrbios
neuronais.

Em decorrência do seu campo de estudo a neuropsicopedagogia busca


relaciona a neurociência com os conhecimentos da psicologia cognitiva e da
pedagogia, dessa forma torna-se notório o quanto a mesma contribui
significativamente na compreensão do processo de aprendizagem do indivíduo, tendo
em vista que propõe de uma abordagem que possa promover a reintegração pessoal,
social e educacional de cada pessoa. Em relação a isso Avelino (2019, p.3) afirma
que:

É notório que a neuropsicopedagogia, tem se apresentado no contexto


educacional como promissora ao relacionar saberes, que vão desde os mais
diversos comportamentos, pensamentos, emoções, movimentos e
11

principalmente a efetividade, ao fornecer melhorias na qualidade de vida do


indivíduo.

No contexto educacional do século XX, a neurociência e a


neuropsicopedagogia tem contribuído de forma ativa quanto ao propor ações e
estudos que tem por finalidade favorecer o melhor desempenho do indivíduo. Avelino
(2019) salienta que é de fundamental importância abraçar as possibilidades de
avanços nas pesquisas referentes aprendizagem, dessa forma a educação dos dias
atuais se tornará flexível.
A neuropsicopedagogia aliada a neurociência, procura através do desempenho
do cérebro, meios para aprendizagem, levando em conta estratégias didáticas e
avaliativas uma intervenção relevante nesse processo. Quanto as transformações
ocorridas no sistema cerebral, Avelino (2019, p.5) pontua que:

A maior parte das transformações no cérebro ocorre logo nos primeiros anos
de vida, e é justamente nesse período que a criança aprende os sons,
coordenação motora, cores, sentimentos, etc.
Mas, tudo depende do convívio familiar e das questões fisiológicas e
biológicas, a qual deve-se levar em consideração a faixa etária. Por isso, cabe
aos pais e professores, estimular as crianças nos primeiros anos de vida a
pensar, estudar, comunicar, movimentar, memorizar e resolver situações
problemas do cotidiano, ou seja, as habilidades e competências necessárias
para a vida adulta.

Notamos aqui a extrema relevância da neurociência e neuropsicopedagogia


para aprendizagem e desenvolvimento cognitivo significativos do ser humano.

2.2 Desenvolvimento Cognitivo

Para captar do que se trata o desenvolvimento cognitivo a e importância do


mesmo para a criança, é preciso assimilar o que é cognição e qual a sua relação com
este estudo, dessa forma é de valia salientar que a mesma foi conceituada por
pesquisadores behavioristas que diante a dificuldade de explicar todas as ações dos
humanos criarem as teorias cognitivas.
Tal teoria entende o indivíduo como um ser busca ativamente informações e
tem suas ações voltada para alcançar um objetivo, sendo assim pode-se afirmar que
o indivíduo é movido por estímulos ambientais, fatores pessoais e fatores
comportamentais. Dessa forma o desenvolvimento cognitivo compreende a forma
como as pessoas aprendem, tendo por base os conceitos de atenção, percepção,
memória de curto e longo prezo.
É por base nessa ideia que surgiu a teoria de Piaget que intende a inteligência
do indivíduo sobre a perspectiva de que a mesma está organizada em estruturas que
aturam como mediadoras entre as funções invariantes e os diversos conteúdos
comportamentais, sobre o assunto as autoras Santana, Roazzi e Dias (2006, p.21) em
sua obra descorem que:

A inteligência, na concepção piagetiana, organiza-se através de estruturas


que atuam como mediadoras entre as funções invariantes e os
diversos conteúdos comportamentais. Estes últimos variam de acordo com a
12

idade e são caracterizados pelos dados comportamentais brutos, enquanto


que as funções definem a própria essência, as características amplas da
atividade inteligente, e que não variam em função da idade. Os invariantes
funcionais básicos são, por conseguinte, a organização e a adaptação – que
se compõe dos processos inter-relacionados de assimilação e acomodação.

Quanto ao que foi citado pela autora e a ideias de Piaget é possível afirmar que
os invariantes funcionais organização consistem na maturação do entendimento da
criança, bem como a criação de esquemas mentais, já adaptação é a capacidade da
mesma em se adaptar a estruturas mentais ou desenvolver comportamento para se
adaptar a exigências do meio através do processo de assimilação e acomodação.
Nos processos de aquisição do conhecimento descritos por Piaget, quando o
mesmo fala sobre a assimilação tenciona esclarecendo que é sobre esta base que a
criança ao receber uma nova informação a agrega os esquemas já existentes em sua
mente, assim ampliando o seu conhecimento.
Jean Piaget, anteriormente citado também é responsável pela Teoria da Equilibração,
tratando-se do ponto de equilíbrio entre os processos de assimilação e acomodação,
considerando-se uma ferramenta que regula tais processos e proporciona a criança
interações eficazes com o meio externo e interno.
Quanto a Teoria da Equilibração Piaget (1975, p.14) destaca que:

Primeiro Postulado: Todo esquema de assimilação tende a alimentar-se, isto


é, a incorporar elementos que lhe são exteriores e compatíveis com a sua
natureza.
Segundo Postulado: Todo esquema de assimilação é obrigado a se acomodar
aos elementos que assimila, isto é, a se modificar em função de suas
particularidades, mas, sem com isso, perder sua continuidade (portanto, seu
fechamento enquanto ciclo de processos interdependentes), nem seus
poderes anteriores de assimilação.

Dando continuidade aos seus estudos, o teórico surge com os Estágios


Cognitivos, que classifica os conhecimentos básicos para avanço do sistema
psicomotor, estabelecendo parâmetros de acordo com a faixa etária da criança.
Piaget (1975) destaca os quatro estágios como:

• Sensório-motor (0 – 2 anos);
• Pré-operatório (2 – 7,8 anos);
• Operatório-concreto (8 – 11 anos);
• Operatório-formal (8 – 14 anos);

Ainda sobre os estágios cognitivos a pesquisa tenciona pontuar a relevância


das duas etapas iniciais referentes ao desenvolvimento na primeira infância. Assim, a
psicomotricista e psicopedagoga Luciana Brites (2019), esclarece os seguintes
assuntos:

SENSÓRIO-MOTOR PRÉ-OPERATÓRIO
Compreendendo o período que vai do Fase pré-operacional: Agora a criança já
nascimento até os 2 anos de idade, demonstra a habilidade de trabalhar
13

nesta etapa a criança começa a controlar algumas competências, como a


seus reflexos. capacidade de semiótica.
Há que se ressaltar que o pequeno reage Ela não consegue distinguir o que é
apenas de maneira motorizada, não objetivo do subjetivo nem o físico do
podendo ainda raciocinar plenamente, psíquico.
em função de existir conceitos práticos A criança é capaz de entender os
em sua mente. estados, mas não o processo de
transformação da matéria.
Tabela:01 – Estágio Cognitivo – Primeira Infância.
Fonte: Instituto Neurosaber.

Em resumo, podemos afirmar que as contribuições da autora esclarecem


pontos fundamentais e biológicos de cada indivíduo dentro desses processos. Dando
continuidade ao estudo, discorreremos sobre o desenvolvimento psicomotor nas fases
anteriormente citadas.

2. 3 Desenvolvimento Psicomotor Nas Fases Sensório-Motor E Pré-Operatório


Sinais de Prontidão

No decorrer da evolução dos conceitos de aprendizagem e o entendimento da


importância do desenvolvimento psicomotor e cognitivo, bem como sensório-motor e
pré-operatório, foram cada vez mais abordados por grandes nomes como o psicólogo,
teórico e autor Jean Piaget.
Como referência ao teórico citado acima Neves (2020, p.65) discorre sobre
seu entendimento referente ao estágio sensório-motor e como se desenvolve nesse
processo.
O estágio Sensório motor vai aproximadamente entre 0 à 24 meses. Aqui a
criança vai percebendo aos poucos o seu meio e age sobre ele, o bebê age
puramente através de reflexos, com o tempo ele percebe que certos
movimentos e atitudes movem o seu externo, por exemplo, o choro, ela
percebe que ao chorar vai vir alguém acudi-la, neste período há várias
assimilações e acomodações que criam esquemas de ação.

Na fase posterior, do desenvolvimento psicomotor de 2 a 6 anos, que compete


ao estágio pré-operatório Neves (2020, p.54) cita que: “O estágio Pré–operatório vai
aproximadamente entre 2 a 6 anos. Aqui a criança possui uma capacidade simbólica,
uso de símbolos mentais como a linguagem e imagens, nesta fase há uma explosão
da linguística”.
É importante ressaltar as características marcantes de tal estágio, assim a
primeiro aspecto configura-se como a imitação de situações percebidas pelo indivíduo
do meio em que vive, o segundo atributo também explora a imitação, porém com um
significado deferente, pois a criança ao copiar uma ação de outros não se preocupa
em como será compreendida, nessa perspectiva a imitação surge como uma
experiência de auto expressar-se focada no da própria criança entendimento. No
terceiro traço o infante usa o desenho como uma maneira de deixar sua marca, no
quarto as imagens são estagnadas e intrínsecas a mente da criança de situações já
vivenciadas e por último a quinta característica, onde o indivíduo desenvolve a
linguagem oral e gradualmente amplia seu vocabulário.
Reenterrando os conhecimento e conceitos supracitados, tem-se então a
necessidade de pontuar as Habilidades de Prontidão básica são o conjunto de
modalidades especializadas que podem ser utilizadas em conjunto ou
individualmente. Verônica Braun, em sua coleção literária nomeada como Pra Pré,
14

aborda de forma objetiva os conceitos de cada habilidade. Aqui focaremos nas


habilidades: viso-motora, coordenação motora fina, noção esquema corporal.
• VISO-MOTORA: Habilidade de seguir e acompanhar objetos, utilizando os
olhos a criança segue a movimentação do objeto e com as mãos ela tende a
tentar alcançar o mesmo. Posteriormente essa habilidade será um auxílio na
fase da escrita.
• COORDENAÇÃO MOTORA FINA: É a capacidade de precisão dos membros
superiores, essa habilidade também estimula a força e rapidez muscular das
crianças, que resultará nos movimentos de pinça, de segurar pequenos
objetos, o abrir e fechar das mãos.

Os autores Meur e Staes (1984) fazem um complemento a Habilidade de Noção


Esquema Corporal. Eles afirmam que é uma capacidade fundamental no
reconhecimento de si com o mundo ao seu redor, sucessivamente aos elementos que
o compõe.
Com base nos estudos de Vitor Fonseca (1988) sobre os aspectos
psicomotores, elaborou-se um esquema em tabela as fases da evolução motora,
segue abaixo:

PERIODO DO PROCESSO PROCESSO MOTOR PROCESSO


DESENVOLVIMENTO PERCEPTIVO VISUAL PSICOMOTOR
Nascimento • Nessa faixa
etária o recém-
nascido procura
sons e estímulos
visuais.
• Reação
global e
desorganizada do
movimento.

1 mês • Nesse • Levanta a • Segura


momento começa cabeça e o ombro objetos por curto
perseguição quando em período de tempo.
horizontal, vertical e decúbito facial.
circular do olhar.
• Olha para as
mãos.
2 meses • Convergência • Maturação • Primeira
binocular. de vértebras relação entre visão
cervicais e dorsais. e mão.

3 meses • A criança • Pode realizar • Mão


começa observa os uma rotação de orientada para os
movimentos dos corpo para um dos objetos.
dedos e das mãos. lados. • Contato com
• Acomodação • Abre as os objetos, através
visual. mãos de preensões mais
frequentemente. precisas eficientes.
15

6 meses • Alerta em • Preferência • Desenvolve


doze horas do dia. manual, começa a a habilidade
• O bebê passa emergir segurar dois
a perseguir (lateralidade). objetos
visualmente pontos • A maturação simultaneamente.
ou objetos no dos movimentos • Passa
espaço, em permite que ao objetos de uma
diferentes mesmo sentar-se mão para a outra.
velocidades. com ajuda.

12 meses • Preferência • Anda com


manual na suporte.
preensão de
objetos.
• Possui a
firmeza e equilíbrio
para engatinhar.
18 meses • Sobe • Realiza
escadas de “gatas”.
pequenas
• Anda imitações de
autonomamente. gestos.
• Faz
imitações
espontâneas.
2 anos • A • Corre. • Imita
discriminação de movimentos
formas desenvolve- verticais e
se. horizontais.
3 anos • Melhor • Equilibrasse • Controlasse
percepção visual. num pé por equilíbrio com os
pequeno período de olhos fechados.
tempo.
Tabela 02. Aspectos Psicomotores.
Fonte: Elaboração própria (2020).

Frente ao que foi supracitado sobre evolução psicomotora Fonseca (1982,


p.43) diz: “em termos de evolução, a motricidade é uma adaptação vital. [...] só em
função desta necessidade se justifica o processo de relação com o meio.”
Diante do que foi discorrido até então, tomemos como exemplo o caso de uma
criança que nasceu saudável e ao longo dos meses teve sua motricidade estimulada.
Aos 5 meses conseguiu sentar-se com apoio e aos 6 meses estava com firmeza em
seu tronco. Com 7 meses, envolvida em uma atividade de procurar um determinado
brinquedo, ficou na posição de engatinhar e assim começou seus primeiros "passos".
Devemos nos atentar para os sinais de prontidão de cada criança, respeitando
os seus limites. Em seguida, a criança começou a treinar ficar em pé com apoio e logo
depois sem apoio. Andou com firmeza com 1 ano e 1 mês, aos 2 anos começou a
treinar pequenos pulos, e com 2 anos e 2 meses, percebemos mais evoluções, pois a
mesma já consegue correr, pular, subir e descer obstáculos e móveis da casa.
O esquema corporal dever ser compendio com uma organização das
sensações experimentada pelo indivíduo em seu próprio corpo com relação as
16

informações do mundo exterior Jean LeBoulch (1986).


Diante do que foi abordado, entende-se que o desenvolvimento psicomotor é
parte crucial na vida da criança, pois é através dessas habilidades que a mesma terá
êxito em suas atividades cotidianas.

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

A presente pesquisa foi realizada tendo por base escritos de outros autores,
tais escritos foram coletados de livro, artigos, revistas eletrônicas e sites. Dessa forma
configura-se em um estudo bibliográfico segundo o conceito de metodologia de Gil
(2017 p. 34) quando o mesmo afirma que:

A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado.


Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso,
como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos
científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de
informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como
discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela
Internet.

Segundo GIL (2002), a pesquisa apresenta um caráter qualitativo, pois há um


elo entre a reflexão, observação e interpretação. Com relação aos objetivos
metodológicos, a mesma é de cunho exploratório, pois tem como intuito “desenvolver,
esclarecer [...] conceitos e ideias” (GIL, 2008, p.27).
Dessa forma o estudo foi realizado dentro da perspectiva e conceito de autores
com Jean Piaget entre outro. As aquisições dos dados foram pautadas dentro dos
procedimentos metodológicos de caráter bibliográfico.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados são atingidos após a análise dos dados coletados dos livros,
artigos, revistas eletrônicas e sites. Constatou-se que a contribuições da
neuropsicopedagogia relatadas pelos autores de fato colaboraram para a
compreensão de como o indivíduo aprende, bem como para a elaboração de
abordagens que buscam favorecer a reiteração do individua em seus aspectos
pessoais, escolares e sociais.
Nesse contexto o presente trabalho explorou os conceitos de desenvolvimento
cógnito e psicomotor que nos permitiu mensurar a complexidade da mente humana.
Mediante a isso contatou-se a importância do bom desenvolvimento das habilidades
cognitivas e motoras para a evolução do indivíduo ainda na primeira infância, tomou-
se ciência que a criança é uma ser completo em seus aspectos intelectuais e sociais.

AUTOR TITULO RESULTADO DISCUSSÃO


Avelino, F. A [...] É de suma O autor destaca que
Wagner Neuropsicopedagogia importância criança deve ser
(2019) No Cotidiano Escolar apontar que a entendia com um ser
Da Educação Básica. criança é um ser completo na
social, afetivo, totalidade de suas
psicomotor e necessidade e
perceptivo, antes habilidades,
mesmo de ser evidencia que o
17

considerado profissional da
um ser aprendiz. educação deve ter
consciência desse
fato.
Brites. Quais Os Estágios Do A criança começa A criança ainda na
Luciana Desenvolvimento a generalizar os idade
(2019) Cognitivo? acontecimentos à correspondente ao
sua volta. Como estágio sensório-
resultado, as ideias motor começa e
passam a se gerencia a
cruzar em sua informação que
cabeça. O final da recebe e a ideias
fase sensomotora começa a surgir
é marcado pelo marcando fim dessa
surgimento da fala fase.
Brites. Quais São Os [...] o aspecto O movimento é algo
Luciana Aspectos motor, responsável essencial a vida
(2019) Psicomotores? pela autonomia humana, diante disso
nas habilidades é de vital importância
que lidam com a o bom
coordenação desenvolvimento das
motora fina e habilidades motoras.
grossa. Esse Uma criança que não
conjunto de tem as habilidades
faculdades é motoras bem
essencial já no trabalhada terá
desenvolvimento dificuldade no
da primeira processo de escrita.
infância.
Antônio Métodos E Técnicas A pesquisa A pesquisa foi realiza
Carlos Gil. De Pesquisa Social. bibliográfica é dentro dos padrões
(2008) elaborada com estabelecido no
base em material conceito de um
já publicado. estudo bibliográfico,
Tradicionalmente, ande todos os dados
esta modalidade forma devidamente
de pesquisa coletados de fonte
inclui material seguras, bem como
impresso, como tivesse o cuidado de
livros, revistas, indicar corretamente
jornais, teses, as fontes dos dados.
dissertações e
anais de eventos
científicos.
Le Bouch, J. O Desenvolvimento “O Esquema O esquema corporal
(1986). Psicomotor: Do Corporal é a é resultante da
Nascimento Até Os 6 organização das experiência do corpo
Anos. sensações e das sensações que
relativas ao seu experimentamos, é
próprio corpo em uma construção
18

relação com os mental construída


dados do mundo gradualmente.
exterior.”
Neves, O Desenvolvimento Neste estágio há A fase é
Regiane Cognitivo. também as caracterizada pelo
Souza. (2020) características do surgimento dos
pensamento pensamentos e das
infantil, que são: perguntas a
egocentrismo – é a chamada fase dos
incapacidade de se porquês e onde a
colocar no ponto criança demostra um
de vista do outro comportamento
(por volta dos 4 ou egoísta e se nega a
5 anos), compartilhar coisas e
pessoas
Jean Piaget. A Equilibração Das • Sensório-motor O autor surgiu com
(1975) Estruturas Cognitivas. (0 – 2 anos); uma teoria que
• Pré-operatório classificava as
(2 – 7,8 anos); etapas do
• Operatório- desenvolvimento
concreto (8 – 11 cognitivo do
anos); indivíduo em faixas
• Operatório- etárias, frente a isso
formal (8 – 14 o estudo focou no
anos); estágio sensório-
motor e pré-
operatório que
compete na fase da
vida da criança na
primeira infância,
buscou-se esclarecer
e pontuar os
conceitos e
habilidade que
devem ser
desenvolvidas
nesses estágios.
Suely de Melo O Desenvolvimento Em seu O ser humano é um
Santana; Psicomotor: Do desenvolvimento, ser que está em
Antonio Nascimento Até Os 6 a criança constrói constante
Roazzi; Maria Anos. vários e transformação, isso
das Graças B. diferenciados acontece mediante
B. Dias. esquemas que ao desenvolvimento
(2006) tendem a formar cognitivo que
combinações, possibilitam a
dando origem interação com o
às estruturas meio.
cognitivas, que
traduzem uma
forma particular
19

de equilíbrio na
interação do
indivíduo com o
ambiente.
Tabela: 03 – Resultado e Discursão.
Fonte: Elaboração Própria (2020)

A tabela tem a intenção de pontuas conceitos e ideias que ao longo da pesquisa


forma percebidos, nessa perspectiva discutiu-se as falas dos autores de forma a
esclarece o que foi compreendido por intermédios delas, sempre tentado expressa o
conteúdo sobre uma abordagem simplificada pensada com o intuito de facilita a
compreensão dos que venham a ler esta pesquisa.

5 CONCLUSÃO

A presente pesquisa foi realiza com o intuito de respondes a indagação a


respeito de como a inovação advindas a neuropsicopedagogia tem contribuído para o
desenvolvimento cognitivo e psicomotor das crianças a faixa estaria de 0 à 4 anos.
Quanto ao questionamento levantado foi possível mediante ao levantamento de dado
sobre o assunto estabelecer que foram muitas as contribuições.
Ao que tange a neuropsicopedagogia descobriu-se ao decorrer do estudo que
a mesma ainda é uma ciência recente, porém a indagações sobre o que se passa na
mente humana e como cada indivíduo aprende é algo que vem sendo especulado
desde a Idade Média.
Em virtude da busca pelo conhecimento e de entende as questões da mente
foi que surgiu a neurociência e posteriormente da vertente ligada a educação
nomeada neuropsicopedagogia e aliga a psicologia cognitiva e a pedagogia
desenvolve uma abordagem que busca auxiliar o indivíduo na reintegração pessoal,
social e educacional.
É por meio dos estudos do desenvolvimento cognitivo que veio a saber-se que
a criança ao longo da vida passa por processos que desenvolvem habilidades e
competências essenciais para uma evolução saldável na infância e nas fases
posteriores de sua existência. Dentre esses processos estão os estágios cognitivos
que tem por finalidade classificação dos conhecimentos que devem ser apropriados
pelo sujeito nessa etapa de sua vida de acordo com a faixa etária determinada em
cada estágio.
Diante do exposto conclui-se que o conhecimento e a aplicação da
neuropsicopedagogia é necessária para a construção de um sistema que favoreça a
aprendizagem das crianças, porém é necessário que haja mais incentivos e
capacitação dos profissionais da educação para lidar com essa nova realidade e os
conceitos que surgem com ela.

REFERÊNCIAS

AVELINO, F. Wagner. A Neuropsicopedagogia No Cotidiano Escolar Da Educação


Básica. Revista Educação em Foco – Edição nº 11 – Ano: 2019

BRITES. Luciana. Quais os estágios do desenvolvimento cognitivo? Disponível


em:<https://institutoneurosaber.com.br/quais-os-estagios-do-desenvolvimento-
cognitivo/>acesso em: 12 de dez. de 2020 às: 19:24.
20

BRITES. Luciana. Quais são os aspectos psicomotores? Disponível em:<


https://institutoneurosaber.com.br/quais-sao-os-aspectos-psicomotores/> cesso em:
12 de dez. de 2020 às: 19:24.

DE MEUR, A. & STAES, L. Psicomotricidade: educação e reeducação. Rio de


Janeiro: Manole, 1984.

FONSECA, Vítor. Da filogênese à ontogênese da motricidade. Porto Alegre: Artes


Médicas, 1988.

FONSECA, Vítor. Filogênese da motricidade. Lisboa: Edições 70,1982.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa / Antonio Carlos Gil. – 6. ed. – São
Paulo: Atlas, 2017

. Métodos e técnicas de pesquisa social.6. ed. São Paulo: Atlas, 2008

LE BOUCH, J. (1986). O desenvolvimento psicomotor: do nascimento até os 6


anos. Porto Alegre: Artes Médicas.

NEVES, Regiane S. O Desenvolvimento Cognitivo. Escola brasil. 2020.Disponível


em<https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/o-desenvolvimento-
cognitivo.htm > Acesso em 12.dez.2020 às 16:40.

PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar,


1975.

SANTANA Suely de M., ROAZZI Antônio e DIAS Maria das G. B. B. O


desenvolvimento psicomotor: do nascimento até os 6 anos. Estud. psicol.
(Natal) vol.11 no.1 Natal Jan./Apr. 2006. Sacie-lo, 2020. Disponível em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X200600010000
9> Acesso em 04. dez.2020 às 17:32.

INOVAÇÕES DA NEUROPSICOPEDAGOGIA PARA AS DIFICULDADES DE


APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DO INDIVÍDUO COM
DISLEXIA

(NEWS OF NEUROPSYCHEDAGOGY FOR LEARNING DIFFICULTIES AND


COGNITIVE DEVELOPMENT OF DYSLEXIA PATIENTS)

Maria Silvana de Sousa7

7Pós-graduando do curso de Neuropsicopedagogia pelo UNIATENEU


(mariadosremediosdesousa@gmail.com)
21

Maria dos Remédios de Sousa8


Rosângela Couras Del Vecchio9
Silvia Letícia Martins de Abreu10

RESUMO
O desajuste no processamento fonológico quando provoca prejuízo na compreensão
dos sons das palavras, também acarreta dificuldade de associação das letras. O que
configura a dislexia inserida dentro de uma categoria mais ampla, denominada de
"Transtornos do Neurodesenvolvimento", sendo referida como "Transtorno Específico
de Aprendizagem". Assim, o objetivo desse artigo foi apresentar as inovações da
neuropsicopedagogia para as dificuldades de aprendizagem e desenvolvimento
cognitivo do portador de dislexia. Para concretizar esse objetivo, teve-se como
metodologia uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa. Conclui-se que as
inovações da neuropsicopedagogia para as dificuldades de aprendizagem e
desenvolvimento cognitivo do portador de dislexia estão acontecendo de forma
gradual e positiva. Afinal, cada indivíduo é único e precisa de atendimento
individualizado para que se compreendam suas dificuldades e as melhores formas de
intervenção, conjuntamente, com a família e a escola. Esse compartilhamento de
responsabilidades, é bastante benéfico, possibilita que a criança tenha avanços e
consiga se alfabetizar mesmo frente às suas limitações.

Palavras-chave: Inovações da neuropsicopedagogia. Dificuldades de aprendizagem.


Desenvolvimento cognitivo.

ABSTRACT
The imbalance in phonological processing when it causes impairment in the
understanding of the sounds of words, also causes difficulty in associating the letters.
What constitutes dyslexia inserted into a broader category, called
"Neurodevelopmental Disorders", being referred to as "Specific Learning Disorder".
Thus, the objective of this article was to present the innovations of
neuropsychopedagogy for the learning difficulties and cognitive development of the
dyslexic patient. To achieve this objective, a bibliographic research with a qualitative
approach was used as methodology. It is concluded that the innovations of
neuropsychopedagogy for the learning difficulties and cognitive development of the
patient with dyslexia are happening gradually and positively. After all, each individual
is unique and needs individualized care to understand their difficulties and the best
forms of intervention, together with the family and the school. This sharing of
responsibilities is very beneficial, it allows the child to make progress and manage to
become literate even in the face of their limitations.

Keywords: Innovations in neuropsychopedagogy. Learning difficulties. Cognitive


development.

8Pós-graduando do curso de Neuropsicopedagogia pelo UNIATENEU


(silvandadesousa2011@gmail.com)
9 Professora Orientadora da Pós-graduação da UniAteneu, Doutora em Administração pela UNIDA e

Doutora em Ciências da Educação pela Universidad Americana – Anhanguera – SP


(dra.rosangela.delvecchio@gmail.com)
10 Coordenadora e revisora da Pós-graduação da UniAteneu, do curso de Neuropsicopedagogia pelo

UNIATENEU. (silvialeticiacoordenacao@gmail.com)
22

1 INTRODUÇÃO

A dislexia é um transtorno de aprendizagem que afeta o processo de


desenvolvimento da leitura e escrita, tem raízes neurais, acomete indivíduos desde a
mais tenra idade. Seu principal sinal é a dificuldade no processamento fonológico,
fazendo com que haja prejuízo na compreensão dos sons das palavras, dificultando
inclusive a associação das letras. Quem tem dislexia tem dificuldade com nomeação
rápida e processamento de informações (RODRIGUES; CIASCA, 2016).
No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), a
dislexia está inserida dentro de uma categoria mais ampla, denominada de
"Transtornos do Neurodesenvolvimento", sendo referida como "Transtorno Específico
de Aprendizagem".
Segundo o manual, o seu diagnóstico requer a identificação de pelo menos
um dos seguintes sintomas:

1. Leitura de palavras é feita de forma imprecisa ou lenta, demandando muito


esforço.
2. Dificuldade para compreender o sentido do que é lido.
3. Dificuldade na ortografia, sendo identificado, por exemplo, adição, omissão
ou substituição de vogais e/ou consoantes;
4. Dificuldade com a expressão escrita, podendo ser identificados múltiplos
erros de gramática ou pontuação nas frases; emprego ou organização
inadequada de parágrafos; expressão escrita das ideias sem clareza
(RODRIGUES; CIASCA, 2016, p. 10).

Contudo, o fato de um ou mais sintomas não significa que a criança tenha


dislexia, uma vez que estes podem ser decorrentes de fatores variados, o que inclui:
deficiência (intelectual e sensorial, por exemplo), síndromes neurológicas diversas,
transtornos psiquiátricos, problemas emocionais e fatores de ordem socioambiental
(pedagógico, por exemplo) (RODRIGUES; CIASCA, 2016).
Manual (DSM-5) considera que, além dos sintomas mencionados, se deve
levar em consideração os seguintes critérios:

• Persistência da dificuldade por pelo menos 6 meses (apesar de intervenção


dirigida);
• Habilidades acadêmicas substancial e qualitativamente abaixo do esperado
para a idade cronológica (confirmado por testes individuais e avaliação clínica
abrangente);
• As dificuldades iniciam-se durante os anos escolares, mas podem não se
manifestar completamente até que as exigências acadêmicas excedam a
capacidade limitada do indivíduo, como, por exemplo: baixo desempenho em
testes cronometrados; leitura ou escrita de textos complexos ou mais longos
e com prazo curto; alta sobrecarga de exigências acadêmicas;
• As dificuldades não são explicadas por deficiências, transtornos
neurológicos, adversidade psicossocial, instrução acadêmica inadequada ou
falta de proficiência na língua de instrução acadêmica (RODRIGUES;
CIASCA, 2016, p. 21).

Conforme a Associação Brasileira de Dislexia esse transtorno acomete de


0,5% a 17% da população mundial, pode manifestar-se em pessoas com inteligência
normal ou mesmo superior e persistir até a fase adulta (SILVA; SILVA, 2016).
Os sintomas da dislexia variam de acordo com os diferentes graus do
transtorno, mas, de modo geral, o indivíduo apresenta dificuldade para decodificar as
letras do alfabeto e tudo o que é relacionado à leitura. O disléxico não consegue
23

associar, com fidelidade, o símbolo gráfico e as letras ao som que elas representam
dentro das palavras (FONSECA, 1999).
Essa pesquisa se deu pelo fato da necessidade de mudanças na forma de
ensinar leitura e escrita, aceitando e se adequando a novas realidades, educandos e
metodologias que lhes facilitem esse processo de aprendizado. Em algumas crianças
há certa dificuldade no processamento fonológico, o que acarreta prejuízo na
compreensão dos sons das letras e das palavras, bem como sua plena identificação,
caracterizando a dislexia.
Diante desses fatores, o presente artigo pretende abordar o seguinte fato:
quais as inovações da neuropsicopedagogia no trato com a dislexia e sua dificuldade
de aprendizagem de leitura e escrita?
Logo, teve-se como objetivo geral apresentar as inovações da
neuropsicopedagogia para as dificuldades de aprendizagem e desenvolvimento
cognitivo do portador de dislexia. Assim, teve-se como os específicos conhecer as
inovações da neuropsicopedagogia para as dificuldades de aprendizagem e
desenvolvimento cognitivo do portador de dislexia; identificar as dificuldades de
aprendizagens da criança com dislexia; refletir sobre o desenvolvimento cognitivo da
aprendizagem da leitura e escrita.
O presente artigo está dividido em cinco seções. Na primeira trata-se da
introdução, justificativa, problemática da pesquisa e os objetivos. Na segunda seção
tem-se o referencial teórico, em que, inicialmente, é apresentada uma breve
abordagem sobre a os desafios de quem tem dislexia e outras questões relativas a
esse transtorno. Em seguida, organizou-se a metodologia utilizada nessa pesquisa.
Na quarta seção está a análise de dados, por fim, a discussões dos resultados.
Finaliza-se com a conclusão, mostrou-se que os objetivos foram atingidos, que a
metodologia foi adequada e, respondeu-se a problemática do estudo proposto.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para Cândido (2013, p. 17), “um indivíduo com dislexia poderá não apresentar
deficiência, ele, portanto, também, não é uma criança de alto risco”. A disléxica não é
decorrente de fatores como gestação inadequada, alimentação imprópria ou
nascimento prematuro. Pode sim, ter um componente genético, exceto em caso de
acidente cérebro vascular (AVC).
A partir do diagnóstico (ou profissionais) que vai tratá-la. Entre os vários
métodos adotados, a Associação Brasileira de Dislexia aconselha a terapia
multissensorial, cumulativa e sistemática que trabalha todos os sentidos ao
mesmo tempo (como o disléxico assimila facilmente tudo que é vivenciado
concretamente, ele pode ser treinado para ler e ouvir, enquanto escreve, por
exemplo), o tratamento normalmente é feito por fonoaudiólogos,
psicopedagogos e psicólogos especializados no assunto (MOURA, 2013, p.
14).

Moura (2013) faz uma importante análise, o orientador pedagógico deve


auxiliar o professor a planejar regularmente atividades que propiciem liberdade de
ação às crianças, promovendo um ambiente relacional, oferecendo-lhes condições de
superar as dificuldades e principalmente conhecendo a importância das brincadeiras
no desenvolvimento da criança.
Diz ainda Moura (2013) que cabe ao orientador pedagógico juntamente com
a equipe, pesquisar, estudar, refletir e levar ao educando o processo do conhecimento,
observando quais as habilidades e interesses dos alunos, sugerindo estratégias e
24

recursos no que diz respeito às dificuldades que o aluno poderá apresentar em relação
à dislexia.

2.1 As inovações da neuropsicopedagogia utilizadas na educação

De acordo com a precisão em vários tipos de estímulos e os tipos de erros


que os pacientes apresentam em tarefas de escrita de palavras, podem-se inferir
diferentes tipos de disgrafias adquiridas, caracterizadas pela perda parcial ou total da
capacidade de produzir linguagem escrita, como consequência de algum tipo de lesão
neurológica (ARDILLA; ROSSELLI, 2007).
“Ensinar a ler e a escrever continua sendo uma das tarefas mais
especificamente escolares, muitas crianças fracassam já nos primeiros passos da
alfabetização” (MELO, 2014, p. 213).
Os educadores têm papel importante nas intervenções e estes deverão ter
conhecimento sobre este distúrbio, pois frequentemente estarão em contato
com alunos disléxicos e tendo o conhecimento sobre o comportamento e suas
consequências, poderão auxiliá-los em suas dificuldades e até orientar os
demais alunos da aula para que entendam a situação de cada um pode
apresentar e a interação entre eles aconteça contribua na aprendizagem de
todos (CONQUISTA, 2018. p. 7).

Segundo Posner e Raichle (2001), os sistemas cognitivos são aqueles


sistemas mentais que regem as atividades diárias do ser humano - como ler, escrever,
conversar, planejar, reconhecer rostos. Alguns sistemas comportam outros sistemas,
agregando complexidade na geração de um comportamento. O sistema cognitivo da
linguagem, por exemplo, envolve falar, ler e escrever, ativando diferentes estruturas
cerebrais. Esses diferentes sistemas cognitivos têm como base distintas operações
mentais: uma dada tarefa mental, como jogar xadrez, pode ativar diferentes operações
mentais, as quais estão relacionadas a redes neurais de áreas cerebrais específicas.
Acrescenta-se a essas proposições a visão de Moraes (2004), para quem a
aprendizagem progride mediante fluxos dinâmicos de trocas, análises e sínteses
autorreguladoras cada vez mais complexas, ultrapassando o acúmulo de informações
e sendo reconstruída, via transformação, por meio de mudanças estruturais advindas
de ações e interações provocadas por perturbações a serem superadas.

2.2 As dificuldades de aprendizagem da criança com dislexia

As desordens de aprendizagem dizem respeito a um grupo heterogêneo de


problemas significativos na aquisição e uso das capacidades de escuta, fala, leitura,
raciocínio e matemática. Estas desordens, de modo geral, estão relacionadas a
alguma disfunção do sistema nervoso central, são intrínsecas ao indivíduo e podem
ocorrer ao longo de sua vida. Acarretando também problemas nos comportamentos
autorreguladores, na percepção do mundo e/ou nas interações sociais (NJCLD, 1988
apud CORREIA, 2007).
Sabe-se que a dislexia se manifesta antes mesmo do início da alfabetização,
através de dificuldades em situações corriqueiras do cotidiano.

Na criança disléxica elas subsistem por longo tempo, e pode ser relativa às
25

dificuldades observadas na criança antes dela ser solicitada para a


aprendizagem da leitura e da escrita. Uma vez percebido o atraso ao
desenvolvimento da leitura é preciso iniciar o quanto antes as intervenções
(NOVAES, 1990, p.232 apud CONQUISTA, 2018, p. 10).

Selikowitz (2001, p. 50 apud MOURA, 2013, p. 15), enumeram alguns sinais


que podem identificar uma criança dislexia, dentre eles, a dificuldade em identificar
fonemas, costumam reclamar que ler é muito difícil, tem dificuldades em memorizar
listas de palavras, bem como soletrar, ler em voz alta e memorizar palavras, pois
confundem letras e palavras. Com isso, nota-se também que suas habilidades
aritméticas são afetadas, confundem letras, números e símbolos, o que dificulta a
aprendizagem das quatro operações (adição, subtração, multiplicação e divisão).
Assim, quando é necessário que se faça cálculos, ela apresenta conhecimentos
abaixo de seu nível de escolaridade.
Por muitos anos a questão da aprendizagem esteve restrita ao ambiente
escolar, excetuando-se os casos pragmáticos clássicos, como nos casos de
doenças neurológicas subjacentes, como paralisia cerebral, entre outros.
Acreditou-se que o problema da aprendizagem estivesse relacionado aos
métodos empregados, girando basicamente em torno de uma questão
pedagógica. Só muito recentemente, no entanto, a questão foi amplamente
inserida dentro de um contexto escola-família e processos de aprendizagem
e, nos últimos anos, com os avanços dos estudos das neurociências, foi
possível compreender que há um cérebro que assimila o objeto de
aprendizado de acordo com seus esquemas mentais de assimilação”
(FERREIRO; TEBEROSKY, 2008, p. 87).

A criança com dislexia pode apresentar diferentes manifestações, Fonseca


(2011) exemplifica como as mais habituais a pronúncia com arritmia, sincopada,
silabada com entoação inadequada, durante a escrita ela pode agrupar as palavras
de forma inadequada com cortes e pontuação incorretas. O que leva a uma
interpretação prejudicada. Inclusive a criança tem dificuldade de resumir, sintetizar e
analisar textos e/ou relatos.

2.3 O desenvolvimento da aprendizagem da leitura e escrita

Brandão (2015, p. 12), ao longo de suas pesquisas, constatou que: “a


aprendizagem é um processo mental ativo, tendo em vista, aquisições, por meio das
quais a lembrança do conteúdo internalizado e o uso deste conhecimento fazem com
que o sujeito possa dominá-lo e manipulá-lo, quando necessário”.

Não é possível pensar na construção da escrita como um processo linear e


constante. Durante a aquisição da linguagem oral, a criança também
apresenta instabilidades: errando, tentando, manipulando e acertando. É
preciso aceitar que todo processo de apropriação de novos conhecimentos
requer reflexões e comparações em um percurso de idas e vindas, o qual,
longe de estabilidades, nos leva a perguntas, indagações e perplexidades
(VYGOSTSKY, 1992 apud BRANDÃO, 2015, p. 16).

Morais (2013) concorda que para muitas crianças o processo de


aprendizagem pode tornar-se mais rápido e evitar dificuldades e a consequente
desmotivação, se os professores e profissionais de educação tiverem consciência dos
processos cognitivos, das relações entre as diversas aquisições que conduzem ao
26

saber ler, da identificação, com o máximo de precisão possível, da origem das


dificuldades encontradas pela criança. Somente dessa forma, há razões para acreditar
nos efeitos positivos das políticas educacionais.
A avaliação das habilidades subjacentes ao desempenho em leitura e escrita
é fundamental, tanto para o professor quanto para os profissionais atuantes na área
clínica, ambos intervindo no desenvolvimento de tais habilidades. O reconhecimento
de que estratégias estão se desenvolvendo normalmente e quais estão em defasagem
habilita o professor a direcionar e adaptar suas atividades em aula, tendo em vista
atender às exigências e necessidades dos alunos e favorecer o desenvolvimento da
linguagem escrita (SALLES; PARENTE, 2007).
Os resultados de estudos de intervenção comprovam que, por meio da
estimulação, as habilidades fonológicas podem ser desenvolvidas, garantindo assim
o sucesso da aprendizagem da leitura e da escrita. Confirmou-se também que a
habilidade pobre para identificar palavras é a maior fonte de dificuldade de leitura
(CAPOVILLA, 2005).
Mascarello e Pereira (2013) enfatizam a necessidade de um curso de
formação específico para o alfabetizador com os embasamentos teóricos necessários,
tanto de educação geral como de conhecimento linguísticos. Afinal, aquisição da
leitura e escrita é um processo complexo, carregado de particularidades tanto em
âmbito linguístico, quanto educacional relativo ao método, concepções e dificuldades
enfrentadas ao longo de processo. O que requer um educador atento, reflexivo e
capaz de atender às particularidades de seus educandos com ou sem dislexia.

3 METODOLOGIA

A metodologia dessa pesquisa tem abordagem qualitativa, sendo esta de


caráter exploratório e procedimentos bibliográficos. Tendo como aporte teóricos
diversos trabalhos acadêmicos já publicados.

3.1 Tipos de Pesquisa

Atual pesquisa tem abordagem qualitativa e tipo bibliográfico. Entende-se que


a pesquisa qualitativa permite acessar informações importantes sobre o tema,
observar, compreender e analisar. Essa pesquisa qualitativa fez com que tenhamos
conhecimento e aprendizagem.

Quando se fala de pesquisa quantitativa ou qualitativa, e mesmo quando se


fala de metodologia quantitativa ou qualitativa, apesar da liberdade de
linguagem consagrada pelo uso acadêmico, não se está referindo a uma
modalidade de metodologia em particular. Daí ser preferível falar-se de
abordagem quantitativa, de abordagem qualitativa, pois, com estas
designações, cabe referir-se a conjuntos de metodologia, envolvendo,
eventualmente, diversas referências epistemológicas (SEVERINO, 2007,
p.119).

Já a pesquisa bibliográfica, permite que o pesquisador tenha acesso as


informações já publicadas, as quais ajudaram no processo de desenvolvimento de sua
pesquisa. “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
27

constituído, principalmente, de livros e artigos científicos” (GIL, 2002, p. 44).

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentadas as análises dos resultados no formato de


tabela. Com isso, pode-se ver na tabela de nº 1 as contribuições de vários
pesquisadores sobre a temática estudada e assim como os resultados relacionados a
problemática levantada.

AUTOR TÍTULO RESULTADO DISCUSSÃO

CÂNDIDO Psicopedagogia “uma criança com dislexia não é O autor escreve


(2013) para a dislexia nas portadora de deficiência nem mental, sobre uma criança
séries iniciais do física, auditiva, visual ou múltipla. O com dislexia, ela
ensino fundamental disléxico, também, não é uma pode ter uma lesão
criança de alto risco. Uma criança cerebral.
não é disléxica porque teve seu
desenvolvimento comprometido em
decorrência de fatores como
gestação inadequada, alimentação
imprópria ou nascimento prematuro.
A dislexia tem um componente
genético, exceto em caso de
acidente cérebro vascular (AVC)”.

A dislexia e os “o orientador pedagógico deve O compromisso


MOURA desafios auxiliar o professor a planejar que tem o
(2013) pedagógicos. regularmente atividades que educador para
propiciem liberdade de ação às proporcionar um
crianças, promovendo um ambiente ambiente
relacional, oferecendo-lhes acolhedor.
condições de superar as dificuldades
e principalmente conhecendo a
importância das brincadeiras no
desenvolvimento da criança”.

CONQUISTA Dislexia: Não “Os educadores têm papel importante A importância do


(2018) precisa ser bom em nas intervenções e estes deverão ter conhecimento em
tudo! conhecimento sobre este distúrbio, sala de aula,
pois frequentemente estarão em refletindo com seus
contato com alunos disléxicos e alunos que é
tendo o conhecimento sobre o possível os
comportamento e suas disléxicos conviver
consequências, poderão auxiliá-los em harmonia.
em suas dificuldades e até orientar os
demais alunos da aula para que
entendam a situação de cada um
pode apresentar e a interação entre
eles aconteça contribua na
aprendizagem de todos”
28

CONQUISTA Dislexia: Não “[...] na criança disléxica elas Que há


(2018). precisa ser bom em subsistem por longo tempo, e pode necessidade de
tudo! ser relativa às dificuldades uma identificação
observadas na criança antes dela ser precoce.
solicitada para a aprendizagem da
leitura e da escrita. Uma vez
percebido o atraso ao
desenvolvimento da leitura é preciso
iniciar as intervenções vão ficando
para depois e a solução do problema
também”.

BRANDÃO Dislexia: “[...] a aprendizagem é um processo Quanto mais


(2015) Características e mental ativo, tendo em vista, conhecemos, mais
intervenções aquisições, por meio das quais a temos possibilidade
lembrança do conteúdo internalizado de
e o uso deste conhecimento fazem desenvolvimento
com que o sujeito possa dominá-lo e intelectual.
manipulá-lo, quando necessário”.

VITOR DA O desenvolvimento “As manifestações mais habituais são Um tipo de


FONSECA da competência a pronúncia arritmia, sincopada, dificuldade de
(2011) linguística da silabada com entoação inadequada; aprendizagem de
Dislexia. palavras mal agrupadas com cortes e ordem neurológica.
pontuação
não respeitada; interpretação
prejudicada ou impossibilitada;
síntese e análise prejudicada ou
impossibilitada; resumos ou relatos
dificultados”

PAULO Política e educação: [...] Aprender e ensinar faz parte da Que o


FREIRE ensaios 1921 – 1997 existência humana, histórica e conhecimento, o
(2001) social, como dela fazem parte a gostar de ensinar
criação, a invenção, a linguagem, o vai além dos
amor, o ódio, o espanto, o medo, o nossos
desejo, a atração pelo risco, a fé, sentimentos.
a dúvida, a curiosidade, a arte, a
magia, a ciência, a tecnologia. E
ensinar e aprender cortando todas
estas atividades humanas

Tabela 1 - Análise dos Resultados


Fonte: Elaboração própria

Baseado no fato que a dislexia é um transtorno de aprendizagem,


apresentada, principalmente, através da dificuldade de aquisição da leitura e escrita.
Observa-se seus primeiros sinais na infância, frente a esse fato, os educadores têm
29

um papel muito importante nas intervenções adequadas, pois cabe a eles a


observação, para auxiliar um diagnóstico clínico.

5 CONCLUSÃO

Conclui-se que as inovações da neuropsicopedagogia para as dificuldades de


aprendizagem e desenvolvimento cognitivo do portador de dislexia estão acontecendo
de forma gradual e positiva. Afinal, cada indivíduo é único e precisa de atendimento
individualizado para que se compreendam suas dificuldades e as melhores formas de
intervenção, conjuntamente, com a família e a escola. Esse compartilhamento de
responsabilidades, é bastante benéfico, possibilita que a criança tenha avanços e
consiga se alfabetizar mesmo frente às suas limitações.
Sabe-se bastante sobre a dislexia e que como um transtorno de
aprendizagem dificulta o processamento fonológico, prejudicando na compreensão de
letras e palavras. Porém, não significa que toda criança com sintomas tenha dislexia,
sua dificuldade também pode ser decorrente de vários fatores que inclui: deficiência
(intelectual e sensorial), síndromes neurológicas diversas, transtornos psiquiátricos,
problemas emocionais e fatores socioambientais.
Entretanto é necessário que o educador conheça o transtorno que a criança
com dislexia apresenta, compreenda sua dificuldade e realize as intervenções
necessárias. Sugere-se que educador auxilie a criança com atividades que propiciem
liberdade de ação, em um ambiente agradável, oferecendo condições de superar as
dificuldades, ao desenvolver também o lúdico e fazendo uso de jogos que estimulem
o seu desenvolvimento cognitivo, social e emocional.
Logo, faz-se necessário que a escola, a família e o educador tenham boas
interações, cuidado e aceitação das limitações da criança, compreendendo-a como
um ser ativo e em construção.

REFERÊNCIAS

ARDILA, Alfredo; ROSSELLI, Mónica. Agrafia. In ARDILA, Alfredo; ROSSELLI,


Mónica. Neuropsicología Clínica. México: Editorial El Manual Moderno, 2007. P. 191-
113.

BRANDÃO, Letícia Peixoto Morais. Dislexia: Características e


Intervenções. Especialização em Educação Especial e Inclusiva. Universidade
Cândido Mendes. Rio de Janeiro: RJ. 2015. Disponível em:
http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/R201671.pdf. Acesso em: 05
dez. 2020.

CÂNDIDO, Edilde da Conceição. Psicopedagogia para a dislexia nas séries


iniciais do ensino fundamental. Especialização em Psicopedagogia. Universidade
Cândido Mendes. Rio de Janeiro: RJ. 2013. Disponível em:
http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/T208833.pdf. Acesso em: 02
dez 2020.

CONQUISTA, V. Eliana. Dislexia: Não precisa ser bom em tudo! São Paulo- 2018.

FREIRE, P. Política e educação: ensaios 1921 – 1997– (Coleção Questões de Nossa


Época; v. 23) 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2001.
30

FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre:


Artmed, 2008.

FONSECA, Vitor da. Introdução às Dificuldades de Aprendizagem. 2ª. ed. Porto


Alegre: Artmed, 1999.

FONSECA, Rosamaria Maria Reboredo Martins da. O desenvolvimento da


competência linguística na Dislexia. Especialização em Psicopedagogia
Institucional. Universidade Cândido Mendes. Rio de Janeiro: RJ. 2011. Disponível em:
http://www.avm.edu.br/docpdf/monografia_publicadas/G200735.pdf. Acesso em: 13
dez. 2020.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

MOURA, Suzana Paula Pedreira Tavares de. A dislexia e os desafios


pedagógicos. Especialização em Orientação Educacional e Pedagógica.
Universidade Cândido Mendes. Niterói: RJ. 2013. Disponível em:
http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/N205864.pdf. Acesso em: 01
out 2020.

MORAES, Maria Cândida; TORRE, Saturnino de la. Sentipensar: fundamentos e


estratégias para reencantar a educação. Petrópolis: Vozes, 2004.

NOVAIS apud CONQUISTA, V. Eliana. Dislexia: Não precisa ser bom em tudo! São
Paulo- 2018. 72p.

POSNER, Michael I.; RAICHLE, Marcus E. Imagens da mente. Porto: Porto Editora,
2001.

RODRIGUES, Sônia das Dores; CIASCA, Sylvia Maria Ciasca. Dislexia na escola:
Identificação e possibilidade de Intervenção. Rev. Pedag, ano 2, Vol 3, ago 2016.
Disponível em: 02http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/21/dislexia-na-
escola—identificacao-e-possibilidades-de-intervencao. Acesso em: 02 dez 2020.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. Atual: São Paulo:


Cortez, 2007.
SILVA, Nilza Sebastiana da; SILVA, Fábio José Antônio da. A dislexia e a dificuldade
na aprendizagem. Revista Científica Multidisciplinar, Ano 1, Vol 5, pp. 75-87, Julho
2016, ISSN: 2448-095.

SINDROME DE TOURETTE – O OLHAR DA NEUROPSICOPEDAGOGIA SOBRE


OS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM E AS IMPLICAÇÕES PSICOSOCIAIS
NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA.
(TOURETTE'S SYNDROME - NEUROPSYCHOPEDAGOGY'S VIEW ON
LEARNING DISORDERS AND PSYCHOSOCIAL IMPLICATIONS IN CHILD'S
DEVELOPMENT)

Ozangela Miranda11

11
Pós-graduanda do curso de Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional do Centro Universitário
Ateneu (ozangela.mf@outlook.com)
31

Rosângela Couras Del Vecchio12

RESUMO
Nesse artigo discutiremos acerca do olhar da neuropsicopedagogia sobre os
transtornos de aprendizagens e as ampliações psicossociais no desenvolvimento da
criança com síndrome de Tourette (ST), uma patologia neuropsiquiátrica, conhecida
como a doença dos tiques, uma doença rara que compromete o desenvolvimento
psicossocial, psicoafetivo e psicoeducacional do indivíduo, tem como sintomas
integrante da doença tiques motores múltiplos e vocais, os tiques podem oscilar entre
simples e complexo e geralmente se apresenta no período da infância ou na
adolescência. Essa pesquisa buscou mostrar a importância do papel da escola e da
família na vida cognitiva, emocional e social da criança ST, através do olhar do
professor, do apoio da família, a ajuda de outros profissionais especializados o aluno
pode desenvolver suas potencialidades, descobrir e aprimorar seus talentos, o
objetivo desse estudo é chamar a atenção sobre o tema proposto e ajudar na
identificação do aluno com síndrome de Tourette, apontando as vantagens de serem
reconhecidos e orientados, apresentando estratégias que melhorem o desempenho
escolar dessas crianças com a tentativa de criar condições desafiadoras que
estimulem as habilidades e aprimorem o conhecimento dos mesmos, evitando a
evasão escolar e colaborando para uma aprendizagem significativa e de qualidade.
Palavras-chave: Síndrome de Tourette, desenvolvimento, escola, família, estratégias.

ABSTRACT
In this article we will discuss about the neuropsychopedagogy view on learning
disorders and how psychosocial enhancements in the development of children with
Tourette's syndrome (ST), a neuropsychiatric pathology, known as the disease of tics,
a rare disease that compromises psychosocial, psycho-affective development and
psychoeducational of the individual, it has multiple motor and vocal tics as symptoms
of the disease, tics can oscillate between simple and complex and usually presents in
the period of childhood or adolescence. This research sought to show the importance
of the role of the school and the family in the cognitive, emotional and social life of the
ST child, through the eyes of the teacher, the support of the family, the help of other
specialized professionals the student can develop their potential, discover and to
improve their talents, the objective of this study is to call attention to the proposed
theme and help in the identification of the student with Tourette's syndrome, providing
the advantages of appearing and oriented, changing that improve the school
performance of these children with an attempt to create challenging conditions that
stimulate the skills and improve their knowledge, avoiding school dropout and
collaborating for an adequate and quality learning.
Keywords: Tourette's syndrome, development, school, family, strategies.

1 INTRODUÇÃO

A Síndrome de Tourette é um transtorno neuropsiquiátrico caracterizado


por tiques vocais ou motores que se manifestam na infância e podem perdurar
durante anos. Acredita -se que fatores hereditários e o ambiente podem intensificar e
aumentar a frequência de tiques podendo até ocasionar surtos desse distúrbio. Em

12
Professora Orientadora da Pós-graduação da UniAteneu, Doutora em Administração pela UNIDA e
Doutora em Ciências da Educação pela Universidad Americana – Anhaguera – São Paulo
(dra.rosangela.delvecchio@gmail.com)
32

80% dos casos de S.T a primeira manifestação é através de tiques físicos com
movimentos bruscos e involuntários, como piscar o olho repetidas vezes, caretas,
movimentação com a cabeça e até gestos obscenos. O indivíduo com essa síndrome
possuí uma tendência em desenvolver outros tipos de transtornos como o transtorno
obsessivo compulsivo (TOC) e o distúrbio de atenção e hiperatividade (TDAH).
Não se sabe completamente as reais causas desse distúrbio, todavia, estudos
científicos apontam a existência de um componente genético e de anomalias em
neurotransmissores cerebrais designadamente na dopamina. A síndrome de Tourette
também pode ser causada por um transtorno neuropsiquiátrico genético ou ainda
neuroquímico, o fato é que os tiques podem aumentar em situação de estresse
emocional e cansaço.
No que se refere a uma criança com S.T existem diversas dificuldades
particulares enfrentadas principalmente em sala de aula, os educadores precisam ter
uma atenção especial uma vez que a criança passa a apresentar comportamentos
incomuns como cuspir, assobiar, gritar, fazer caretas, chutar, morder os lábios,
escrever a mesma palavra, piscar os olhos, bater o pé e etc. Pessoas com essa
síndrome também podem apresentar ecolalia e coprolalia. Geralmente a síndrome
de Tourette, também está associado ao Transtorno do Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH), um transtorno neurobiológico de causas genéticas
caracterizada por déficits de atenção e agitação, o TDAH causa dificuldades na
aprendizagem e no relacionamento com os demais alunos.
Tourette é uma síndrome rara e pouco conhecida que atinge apenas 1% da
população mundial, a desinformação a respeito da doença gera muito preconceito, os
rótulos e a discriminação afetam diretamente o desenvolvimento psicossocial da
criança podendo levá-la ao isolamento, ansiedade, depressão e baixo auto estima.
De acordo com o Manual DSM-V a S.T surge por volta dos 4 e 6 anos de vida
do indivíduo, por esse motivo é de extrema importância que o professor tenha um
olhar sensível e atento aos sinais demonstrados pela criança, podendo facilitar no
diagnóstico e ajudar em uma intervenção precoce com a obtenção de resultados
significativos.
Esse tema foi escolhido através de um filme chamado “O primeiro da classe”
que retrata a luta de uma pessoa com S.T da infância até a fase adulta, a história
conta todo o preconceito e humilhação que Brad Cohen protagonizado por James
Wolk teve que enfrentar por parte dos professores e colegas de classe e também de
seus familiares. Após refletir sobre o assunto senti a necessidade de aprofundar
conhecimentos sobre as dificuldades enfrentadas por crianças com síndrome de
Tourette a fim de tornar essa doença mais conhecida, e apresentar as implicações
que esse distúrbio pode causar no desenvolvimento social e cognitivo da criança.
Diante desses fatores o presente artigo pretende responder a seguinte questão:
Depois de diagnosticada, quais as estratégias que devem ser propostas para
estimular o desenvolvimento escolar e psicossocial da criança com síndrome de
Tourette?
O presente artigo tem como objetivo informar e orientar sobre a importância de
estratégias que podem ser utilizadas para que a criança com Tourette tenha um melhor
desenvolvimento intelectual e socioemocional. Assim como os objetivos específicos
buscam conscientizar a escola e a família sobre a significância de acolher e aceitar
as particularidades e especificidades de cada sujeito.
O presente artigo está dividido em 5 sessões, na primeira iremos tratar da
introdução, justificativa, a problemática da pesquisa e os objetivos. Na segunda seção
trata-se do referencial teórico, onde inicialmente é apresentada uma breve abordagem
33

sobre a qualidade de vida no trabalho e o desenvolvimento dos objetivos específicos.


Dando continuidade, apresenta a terceira metodologia utilizada na pesquisa e em na
quarta vem a análise de dados e por fim na quinta a discussões dos resultados.
Finalizando, traz uma conclusão mostrando se os objetivos foram atingidos, se a
metodologia foi adequada e responde a problemática direcionadora do estudo
proposto.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Estratégias para o desenvolvimento intelectual e socioemocional em criança


com Tourette.

A síndrome de Gilles De Lá Tourette (ST) é uma patologia neuropsiquiátrica


mais conhecida como a doença dos tiques motores e vocais que surge infância ou no
começo da adolescência que causam o comprometimento psicossocial do indivíduo
portador dessa síndrome, até hoje não encontraram uma cura, mas se diagnosticada
precocemente com o tratamento adequado pode – se evitar diversos danos
psicológicos e sociais. Esse distúrbio pode variar entre simples e complexo com
frequência e intensidade variáveis difíceis de controlar o que causa constrangimento
para as pessoas com essa doença.

O aluno é alvo de preconceito, de estigmatização, carregando o estereótipo


de louco por parte de seus colegas, e eventualmente por parte de
professores. Isso chega a ser percebido e incomodá-lo a tal ponto que, às
vezes, ele não quer ir para escola, o que pode trazer um prejuízo em sua
aprendizagem (GOMES, 2008, p. 75)

Os sujeitos com ST também apresentam dificuldade de aprendizagem por causa


do déficit de atenção causado pelo TDAH e hiperatividade, distúrbios que geralmente
estão associados a síndrome de Tourette, além de todas essas dificuldades
particulares as crianças com essa doença carregam um fardo muito pesado, uma vez
que os alunos da classe e até mesmo o professor por não saberem como lidar com o
sujeito portador da síndrome, não compreendem o que os mesmos estão fazendo,
devido ao baixo nível de conhecimento acerca desse distúrbio, pensam que fazem
porque querem ou rotulam e excluem por agirem de forma fora do comum, são
apontados, repreendidos e sofrem preconceito por serem tidos como pessoas
desajustadas. Diante desses desafios que a doença apresenta a aprendizagem e o
comportamento da criança acabam sendo diretamente afetados podendo interferir não
só na vida acadêmica, mas também na vida social da mesma, em vários casos muitos
abandonam a escola por falta de acolhimento e também por se sentirem excluídos do
âmbito escolar.

À medida que o conhecimento acerca da ST se expande, torna-se cada vez mais


óbvio que não se trata apenas de um distúrbio de movimento que se manifesta
meramente através de tiques motores e vocais, mas que também é caracterizado
por complexas alterações neurocomportamentais. A associação de hiperatividade
com déficit de atenção (HDA) e transtorno obsessivo compulsivo (TOC) é
relativamente comum. Dessa forma, o que é frequentemente apresentado como
manifestação clínica pelos pacientes, representa apenas a ponta do iceberg
(MATTOS apud TEIXEIRA et al 2011, p. 493).

O conhecimento acerca da Síndrome de Tourette para os educadores é


34

essencial para um diagnostico rápido e um acompanhamento escolar adequado, pelo


fato de a criança passar uma boa parte do tempo na escola e os sintomas aparecerem
justamente no início da primeira fase acadêmica o professor é um dos primeiros a
identificar os sinais da doença , nesse momento inicial é necessário que esse
educador tenha conhecimento sobre a síndrome pois quanto maior é a informação
mais fácil é promover a inclusão desse educando no âmbito escolar , o mesmo terá
mais facilidade em lidar com a criança portadora da ST podendo assim acolhe-la e
buscar métodos que facilitem a aprendizagem e melhorem a socialização com os
demais alunos .
Existe uma associação brasileira de síndrome de Tourette Tiques e
Transtornos Obsessivos Compulsivos que disponibiliza um guia para professores
abordando a síndrome de Tourette, esse material além de informar trás reflexões
significativas acerca do tratamento ao indivíduo com ST, uma vez que o
comportamento dos mesmos são vistos como estranho, a partir do momento que a
escola se preocupa em levar esses conhecimentos necessários aos profissionais de
educação ela está os preparando e capacitando para atender as necessidades de
cada aluno respeitando sua individualidade, além de estar assegurando o direito da
criança de receber uma educação de qualidade.
Segundo ITANI (1998, p.128) o grande problema está na “atitude de recusa
de aceitação do outro tal como ele é”, não é errado notar as diferenças, afinal ninguém
é igual cada um tem suas particularidades e peculiaridades, agora não podemos
excluir ou discriminar qualquer pessoa que seja pela sua condição física ou
psicológica. Algumas pessoas repreendem acreditando que esses tiques nervosos
são um mal habito, são preconceituosos e excluem por achar o outro diferente, olham
com repulsa e julgamento por não saberem que é uma doença incurável que foge do
seu controle, essas atitudes por causa da falta de conhecimento podem causar danos
emocionais irreversíveis na vida do indivíduo com Tourette. Todos devem ser amados
e respeitados, ninguém é igual a ninguém, as pessoas com ST tem um potencial
enorme que muitas vezes nem elas mesmas imaginam que tem, seu QI é igual ou até
superior ao QI de pessoas não acometidas pela doença, essas pessoas possuem
dons e talentos que por diversas vezes fica escondido por detrás dos apontamentos
e da auto condenação.
Batistuzzo; D’Alcante; Hoexter (2012, p.106) afirmam:

Se de fato forem constatados déficits cognitivos nos pacientes e,


principalmente, problemas de aprendizagem em crianças com ST é
necessário que haja um trabalho em paralelo com professores e
psicopedagogos para auxiliá-los a obter melhores desempenhos. É
importante que essas crianças sejam sempre encorajadas e elogiadas pelos
pais e professores, a fim de que adquiram confiança e autoestima para
conseguir realizar as tarefas. Não se deve, portanto, ficar constantemente
chamando a atenção da criança para as suas imperfeições e dificuldades:
nunca é demais lembrar que os tiques e déficits cognitivos em si, já são um
fardo capaz de ter consequências psicossociais devastadoras.

Os educadores dever informar e orientar os demais alunos acerca desses


distúrbios afinal é mais fácil saber lidar com o que conhecemos, é de extrema
importância que os colegas de classe entendam que os tiques motores e vocais são
35

involuntários, e que eles podem ocorrer com certa frequência podendo sofrer
alterações de intensidades entre simples ou mais bruscas, que em vez de olhares de
pena ou julgamento, os indivíduos devem ser vistos com um olhar de compreensão e
acolhimento. Os professores devem ter uma atenção especial para com a criança com
ST, uma vez que a mesma possui dificuldades particulares de aprendizagem,
comportamento e socialização, é importante que o profissional da educação conquiste
a confiança desse aluno, fazendo-o se sentir à vontade, o envolvendo e encorajando,
a empatia e o apoio do professor são imprescindíveis para um melhor rendimento
escolar da criança.

2.2 Escola e Família

A escola é um ambiente que deve propiciar a inclusão, o papel da escola


na vida social e educacional da criança com Síndrome de Tourette é fundamental, o
indivíduo portador dessa doença geralmente é alvo de exclusão e prejulgamento, por
serem taxadas como desajustadas, a escola precisa ficar atenta as manifestações de
preconceito que acontecem por parte dos colegas de sala e até mesmo dos
professores. Segundo Ramalho et al a escola tem o dever de propiciar um ambiente
em que as pessoas saibam conviver com o diferente, diante disso se faz necessárias
estratégias educativas e campanhas educacionais para educadores e também para
os pais dos alunos, essas estratégias devem auxiliar na aprendizagem e oportunizar
uma vida acadêmica com experiências enriquecedoras, aplacando o sofrimento do
educando na fase em que está sendo escolarizado.
Esse é o relato de Luís que desde os 7 anos de idade sofre com a Síndrome
de Tourette, ele foi diagnosticado com 10 anos, certo dia sua mãe encontrou esse
desabafo dentro de sua agenda, que contava como Luís se sentia, e quais as
dificuldades enfrentava por causa dessa doença. “Tem alguém dentro de mim, o meu
lugar: Transtorno de Tourette. Ser diferente e não ser compreendido nem mesmo por
mim. Sentir uma urgência que, apesar de inexplicável, é tirana. Essa coisa que me
obriga e que vem de dentro do meu ser, mas me é estranha. E, no entanto, mais forte
que eu. A minha inteligência e a minha razão não me ajudam. Eu não tenho domínio
e controle. Este desejo, que não é desejo, me faz perguntar onde está a origem da
minha vontade. Às vezes me sinto um amontoado de peças que não se encaixam num
todo. Às vezes me sinto escravo arrastado pelo seu algoz. Ah, se eu pudesse tirar
esta roupa pesada, soltar as amarras, chutar este estranho e finalmente ser só eu.
Por Elisabete Castelon Konkiewitz-extraído do livro “Aprendizagem, comportamento e
emoções na infância e na adolescência-uma visão transdisciplinar” - Elisabete
Castelon Konkiewitz (Org.) editora UFGD, 2013.
O rendimento escolar pode trazer vários danos para a criança com ST, ela
se sente incapaz e com baixo auto estima, além de outras series de sintomas
ocasionados por transtornos obsessivos compulsivos, TDAH e hiperatividade que em
50 % dos casos estão relacionados a Síndrome de Tourette e acabam afetando
diretamente o desenvolvimento da criança na escola. A escola precisa propiciar o
convívio com o diferente, todos nós somos seres únicos e especiais, devemos amar
e aceitar as pessoas com suas particularidades, ser diferente é normal, assim não só
crianças com necessidades especiais irão se sentir bem no âmbito escolar, mas
também os outros alunos e profissionais da educação como um todo irão conviver em
um espaço mais harmônico e igualitário.
Ensinar e cuidar de uma criança com síndrome de Tourette é um grande
desafio principalmente para a família, que na maioria dos casos não tem acesso as
36

informações acerca dessa doença e acaba deixando os sintomas passarem


desapercebidos, o diagnostico tardio pode prejudicar o desenvolvimento da criança,
por esse motivo é fundamental que a família tenha conhecimento da síndrome para
que assim consiga lidar com ela, uma vez que participação das famílias no cuidado,
orientação e prognóstico é fundamental na vida social, emocional e escolar da criança.
No início os pais podem pensar que o comportamento incomum é para chamar
atenção, que não passa de uma malcriação, que a falta de concentração na escola é
por falta de interesse, sendo assim acabam colocando a culpa na criança por suas
frustações, o que só inibe as potencialidades dos mesmos. Os pais devem buscar
conhecer a ST para que assim possam se tornar auxiliadores nesse processo tão
complexo, e aliados de seus filhos ajudando – o a lidar com esse distúrbio juntamente
com os professores e outros profissionais envolvidos.
Se todos trabalharem em equipe, escola, família e os profissionais
competentes, será possível garantir que a criança com essa patologia consiga atingir
seu potencial e desenvolver suas capacidades cognitivas e habilidades como a
musicalidade, tocar instrumentos, praticar esportes, entre outros. Nem sempre a
criança acometida por esse distúrbio consegue lidar com as dificuldades e preconceito
inerentes a sua condição, uma base familiar estruturada que apoia e entende, a
compreensão dos colegas de sala e educadores irão fazer toda a diferença, e sem
dúvida amenizará o choque emocional do estigma provocado pela síndrome ao
paciente.

3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho de conclusão de curso é de natureza


analítica/exploratória, a partir de dados coletados pretende-se desenvolver
familiaridade com o tema, visando um maior aprofundamento na tentativa de adquirir
novos conhecimentos sobre o assunto que será abordado, foi realizado uma pesquisa
bibliográfica e documental através de informações publicadas em livros, revistas,
jornais e artigos científicos, a fim de encontrar o maior números de materiais que
ajudem no embasamento dessa pesquisa, a coleta de dados foi na base de pesquisa
qualitativa buscando compreender o papel dos profissionais da educação no
desenvolvimento do potencial do aluno com altas habilidades.
Sendo assim, este presente estudo tem como objetivo geral é discutir e
conscientizar e as famílias e todos que compõem o sistema educacional acerca desse
distúrbio, também orientar sobre as estratégias que podem ser utilizadas para que a
criança tenha um melhor desenvolvimento intelectual, e socioemocional. O objetivo
específico visa conhecer mais acerca do assunto abordado de forma que se possa
compreender a importância de entender mais acerca da Síndrome de Tourette, uma
vez que a partir do momento que entendemos sobre um assunto se torna mais fácil
tratar e lidar com ele.

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos pela elaboração do


referencial teórico, atingidos após o conhecimento adquiridos nos dados coletados
através de pesquisas, com o intuito de descobrir respostas para o problema em
questão.
37

AUTOR TÍTULO RESULTADO DISCUSSÃO


GOMES,2008, p. O aluno como O aluno carrega o Por falta de
75 alvo de estereótipo de louco conhecimento as
preconceito e por parte de seus pessoas rotulam
estigmarão. colegas, e a criança com ST
eventualmente por de loucas ou
parte de professores. esquisitas, os
Isso chega a ser portadores dessa
percebido e incomodá- doença não
lo a tal ponto que, às conseguem
vezes, ele não quer ir controlar os
para escola. tiques, os
mesmos sentem
muita vergonha.
Os outros alunos
e até os
professores por
não entenderem
passam a
repreender e até
a agir de forma
preconceituosa,
lidar com essa
síndrome já é
difícil, ter que
conviver com
julgamentos é
ainda mais
complexo, por
esse motivo a
criança acaba
perdendo a
vontade de
frequentar a
escola o que
afeta
diretamente seu
rendimento
escolar.
MATTOS, 2011, ST não se trata À medida que o A síndrome de
p. 493 apenas de um conhecimento acerca Tourette não é
distúrbio de da ST se expande, apenas uma
movimento. torna-se cada vez mais doença de tiques
óbvio que não se trata como é
apenas de um distúrbio conhecida, a ST
de movimento que se é uma patologia
manifesta meramente neuropsiquiátrica
através de tiques que provoca o
motores e vocais, mas sistema nervoso
que também é causando
38

caracterizado por alterações


complexas alterações comportamentais
neurocomportamentais. fora do controle,
além de estar
associada a
outras distúrbios
como TOC e
TDAH.
Batistuzzo; A importância É importante que essas Lidar com essa
D’Alcante; do encorajar e crianças sejam sempre doença é muitas
Hoexter (2012, elogiar. encorajadas e vezes um fardo,
p.106) elogiadas pelos pais e é importante que
professores, a fim de os professores e
que adquiram familiares que
confiança e autoestima são peças
para conseguir realizar fundamentais na
construção do
as tarefas. Não se caráter e no
deve, portanto, ficar desenvolvimento
constantemente da criança,
chamando a atenção sejam
da criança para as encorajadores,
suas imperfeições e apoiadores e
dificuldades compreensíveis.
Sendo assim a
criança terá sua
autoestima
elevada e os
danos
psicológicos e
sociais
amenizados.
Tabela 1. Análise dos Resultados
Fonte: Elaboração própria (2020)

Diante disso podemos entender que a síndrome de Tourette por ser uma
doença complexa pode causar vários danos na vida do indivíduo, é importante que
haja um olhar sensível, e interesse por parte da família e professores que são os
espelhos da criança em conhecer e se aprofundar nesse assunto, com o objetivo de
facilitar o diagnóstico e consequentemente o tratamento, ajudando também a criança
a saber lidar com esse distúrbio, sempre de forma compreensiva.

5 CONCLUSÃO

Diante do exposto concluímos que o aluno necessita de um olhar acolhedor e


humanizado por parte da escola e de seus familiares, entendemos que através de
especialistas e com a ajuda de todos, serão capazes de direcionar e criar estratégias
de ensino que irão melhorar seu desenvolvimento psicossocial. Que a síndrome de
Tourette é uma doença que não tem cura, e precisamos entender, que os movimentos
com o corpo os sons emitidos e até os palavrões acontecem de forma involuntária,
39

fazem parte da pessoa acometida por essa doença, e que o preconceito deixa marcas
dolorosas na vida do indivíduo. A Síndrome de Tourette ainda não é reconhecida como
uma deficiência, é necessário que haja uma maior visibilidade, que as pessoas
aprendam e reflitam mais acerca desse assunto.
Durante a realização do artigo, foi assumido o desafio de explorar um tema
que atualmente é pouco discutido no âmbito escolar e fora dela, visando gerar
subsídios que ampliem o conhecimento sobre o assunto escolhido gerando uma
reflexão sobre a Síndrome de Gilles de lá Tourette (ST). Um dos objetivos dessa
pesquisa foi mostrar que o olhar faz toda a diferença na aprendizagem, não só de
crianças com esse distúrbio, mas para todos os educandos.
O educador tem um papel fundamental no desenvolvendo socioemocional e
psicomotor do aluno, é através dele que a criança é reconhecida, e seu potencial seja
cognitivo ou artístico, são estimulados e encorajados. Para que se possa obter
resultados satisfatórios de aprendizagem, é fundamental espaços que estimulem as
áreas de conhecimento em que o aluno se destaca, atendimento profissional
especializado, programas que atendam esses alunos em suas áreas especificas,
professores competentes e inovadores capazes de criar estratégias que desafiem
essas crianças despertando a motivação e o desejo de evoluir seus dons e talentos
Sendo assim esse presente estudo visa melhorar a vida escolar e social da
criança com Síndrome de Tourette, ajudando a desenvolver o máximo possível suas
habilidades, contribuindo, assim, para a valorização e auto -estima no mesmo, com o
intuito de despertar no educando a vontade de dar o melhor de si, evitando o
desperdício de seus talentos, contribuindo, assim, para a qualificação do atendimento
educacional e também conscientização da família da forma como devem agir diante
do diagnóstico e durante o tratamento.

REFERÊNCIAS

ALZURI, F. M.; VALDÉS, M. R. Transtorno de Gilles de la Tourette: aspectos


patogénicos y terapéuticos. Presentación de 1 caso. Rev Cubana Pediatr. 2001.
Disponível em: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
75312001000100011&lng=es

APA. American Psychiatry Association (2014). Manual diagnóstico e estatístico dos


transtornos mentais: DSM-5. (5. ed.). Porto Alegre: Artmed.

ASTOC – Associação Brasileira de Síndrome de Tourette. Tiques e Transtorno


Obsessivo-Compulsivo. Disponível em: http://www.astoc.org.br Acesso em:
10/11/20.

CHELSE, M. D. & BLACKBURN J. S. (2015). Structural Connectivity in Gilles de la


Tourette Syndrome. Pediatric Neurology Briefs, 29(4),472-482.
doi: http://dx.doi.org/10.15844/pedneurbriefs-29-4-1

DINIZ, J. B.; HOUNIE, A. G. Como é o tratamento dos tiques? In: HOUNIE, A. G.;
MIGUEL, E. C. (Org.). Tiques, cacoetes, Síndrome de Tourette: um manual para
pacientes, seus familiares, educadores e profissionais de saúde. 2 ed. Porto Alegre:
Artmed, 2012.

GILLES de La Tourette GAB. Étude sur une affection nerveuse caractérisée par de
40

Iincoordination motrice accompagnée décholaic et coprolalic. (Jumping, Latah,


Myriachit). Arch Neurol. 1885, 9:19-42.

RAJAGOPAL, S. Seri, S & CAVANNA, A. E. (2013). Premonitory Urges and


Sensorimotor Processing in Tourette Syndrome. Behavioural Neurology.
27(1),65-73. http://dx.doi.org/10.3233/BEN-120308

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Síndrome de Tourette"; Brasil Escola. Disponível


em https://brasilescola.uol.com.br/doencas/sindrome-tourette.htm. Acesso em 19 de
dezembro de 2020.

TEIXEIRA, L. L. C. et al. Síndrome de La Tourette: Revisão de literatura. v. 15, n. 4.


São Paulo: Centro de Otorrinolaringologia do Pará, 2011, p.492-500.

AUTISMO: DESENVOLVIMENTO DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E


INTERVENÇÕES NA SALA DE AULA – REVISÃO DE LITERATURA
(AUTISM: DEVELOPING EMOTIONAL INTELLIGENCE AND INTERVENTIONS IN
THE CLASSROOM - LITERATURE REVIEW)

Regiane de Sousa Aguiar13


Rosângela Couras Del Vecchio14

13 Pós-graduanda do curso de Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional do Centro Universitário


Ateneu. Pós graduada em Psicopedagogia Universidade Estadual Vale do Acaraú
(regeaguiar@gmail.com)
14 Professora Orientadora da Pós-graduação da UniAteneu, Doutora em Administração pela UNIDA e

Doutora em Ciências da Educação pela Universidad Americana (dra.rosangela.delvecchio@gmail.com)


41

Silvia Letícia Martins de Abreu15

RESUMO
O presente artigo aborda o assunto Autista: Inteligência emocional e intervenções na
sala de aula. Tendo como objetivo geral refletir sobre o desenvolvimento da
inteligência emocional e as intervenções na sala de aula. Assim como os específicos
visam demonstrar como desenvolver a inteligência emocional e como intervir em sala
de aula. A metodologia trata-se de revisão bibliográfica, sendo a abordagem qualitativa
através de leituras de artigos e revista. No resultado, temos os principais autores e
site que mais contribuíram para a pesquisa, confirmando que os autistas tem
capacidade de aprender , desde que todo o corpo escola esteja preparado para lhe
oferecer um ensino de qualidade.Com isso, conclui-se, que há uma série de
alternativas que podem ser usadas por pais e professores que irão ajudar o autista a
se desenvolver socialmente, reconhecer e lidar com suas emoções, assim como os
professores precisam conhecer, buscar e colocar em prática inovações que auxiliem
os autistas em suas adaptações escolares, mas é necessário que haja união entre
família e escola, para que haja uma verdadeira inclusão dos alunos autistas na rede
de ensino regular.
Palavras-chave: Autismo. Inteligência emocional. Intervenção da sala de aula.

ABSTRACT
This article addresses the subject of Autism: Emotional Intelligence and Interventions
in the Classroom. With the general objective of reflecting on the development of
emotional intelligence and interventions in the classroom. Just as the specifics aim to
demonstrate how to develop emotional intelligence and how to intervene in the
classroom. The methodology deals with bibliographic revision, being the qualitative
approach through readings of articles and magazine. In the result, we have the main
authors and website that most contributed to the research, confirming that autistic
people have the capacity to learn, as long as the entire school body is prepared to offer
you quality education. a series of alternatives that can be used by parents and teachers
that will help the autistic person to develop socially, recognize and deal with their
emotions, just as teachers need to know, seek, and put into practice innovations that
help autistic people in their school adaptations, but it is necessary that there is a union
between family and school, so that there is a real inclusion of autistic students in the
regular education network.
Keywords: Autism. Emotional intelligence. Classroom intervention.

1 INTRODUÇÃO

Falar em Transtorno do Espectro Autista (TEA) é falar em dificuldades de


interação social, dificuldades na comunicação. E hoje, vemos um número crescente
de crianças matriculadas no ensino regular, trazendo grandes preocupações acerca
da aprendizagem desses alunos, e suas relações sociais.
Desafios são encontrados por pais, professores e profissionais envolvidos
neste processo, pois cada criança é única, todas as estratégias devem ser
personalizadas para cada criança de acordo com sua realidade e vivência.
A problemática da pesquisa se deu pelo fato de muitos professores não
saberem como lidar, ensinar as habilidades emocionais em alunos autistas dentro de

Coordenadora do curso de Pós-graduação em Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional do Centro


15

Universitário Ateneu. (silvia.leticia@professor.uniateneu.edu.br)


42

sala de aula onde o trabalho requer estratégias e metodologias personalizadas, a fim


de valorizar e viabilizar a aquisição de novos conhecimentos, mais especificamente
de como fazer adaptações curriculares para favorecer a aprendizagem de crianças
autistas no ensino regular.
Diante desses fatores, o presente artigo pretende responder a seguinte
questão: Que estratégias, procedimentos, o professor pode usar em sala de aula para
auxiliar sua prática pedagógica, a fim de promover um ensino de qualidade a alunos
autistas?
O presente artigo tem como objetivo geral refletir sobre o desenvolvimento da
inteligência emocional do autista e as intervenções na sala de aula. Assim como, os
específicos buscam demonstrar como desenvolver a inteligência emocional e como
intervir em sala de aula.
O estudo está dividido em cinco seções. Na primeira trata-se da introdução, da
justificativa, a problemática e os objetivos. Na segunda seção trata-se do referencial
teórico, onde inicialmente é apresentado uma abordagem sobre o que é o autismo e
o desenvolvimento dos objetivos específicos. Dando continuidade, a terceira a
metodologia utilizada na pesquisa e na quarta vem a análise de dados e por fim na
quinta a discussões dos resultados. Finalizando, traz uma conclusão mostrando se os
objetivos foram atingidos, se a metodologia foi adequada e responde a problemática
direcionadora do estudo proposto.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O autismo, conhecido como o Transtorno do Espectro Autista (TEA)- passando-


se a usar esse termo por existir vários espectros diferentes, com diversas modalidades
de transtornos- caracteriza-se por algum grau de comprometimento no
comportamento social, na comunicação e na linguagem, que começa na infância, e
tende a persistir na adolescência e na idade adulta. O diagnóstico geralmente
acontece por volta dos três anos de idade, que é quando os sintomas clínicos ficam
mais evidentes. Trata-se de uma condição crônica, de uma deficiência neurológica, e
não de uma doença, com incidência maior em meninos, que em meninas. A partir do
diagnóstico clínico e com relatos e observações dos pais ao médico, o Transtorno do
Espectro do Autismo pode ser classificado de leve a severo.
Sobre o TEA, o DSM-IV prevê três casos clínicos que podem ser denominados
Transtornos do Espectro Autista

O Transtorno Autista (TA) se caracteriza por um quadro clínico em que


prevalecem prejuízos na interação social, nos comportamentos não verbais
(como contato visual, postura e expressão facial) e na comunicação (verbal e
não verbal), podendo existir atraso ou mesmo ausência da linguagem. O
Transtorno de Asperge é apresentado como um transtorno que ocasiona de
leves a graves prejuízos na interação social, restrição de interesses e
atividades, adesão aparentemente inflexível a rotinas e rituais, alteração da
prosódia (entonação da fala) e comportamentos repetitivos e Transtorno
Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação (TID-SOE) o quadro
clínico caracterizado por prejuízos severos na interação social e na
comunicação verbal e não verbal e por comportamentos estereotipados que
não satisfazem o critério de TA devido ao seu início tardio. (KHOURY et. al.,
2014, p. 9).
43

Segundo a nova proposta do Manual de Diagnóstico e Estatística dos


Transtornos Mentais (DSM-5) (2013), fazem parte desse grupo o Transtorno Autista
(TA), a Síndrome de Asperge (SA) e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem
Outra Especificação (TGDSOE), antes descritos no DSM-IV-R:

Enquanto no DSM-IV-R (2002) os critérios diagnósticos incluíam prejuízos na


interação social, comportamento e comunicação, na proposta atual são
enfatizadas duas dessas características, ou seja, as desordens da interação
e do comportamento. No que se refere ao comprometimento da interação,
enfatizam-se os prejuízos persistentes na comunicação e na interação social
em vários contextos, e no que tange ao comportamento, citam-se padrões
repetitivos e restritos dos comportamentos, interesses ou atividades. Como
mencionado acima, há referências à hipo ou hiper-reatividades a estímulos
sensoriais ou a intenso interesse nos aspectos sensoriais do ambiente.

Os autistas também apresentam dificuldades sociais em compartilhar


interesses, iniciar ou manter interações sociais, compreender expressões faciais de
sentimentos e afetos. Demonstram comportamentos estereotipados (como bater
palmas ou movimentar os braços como se estivesse batendo asas).
A Organização Mundial da Saúde lançou em 18 de junho de 2018, a nova
versão do Manual Internacional de Doenças (CID 11), colocando o TEA dentro dos
distúrbios de neurodesenvolvimento que são citados como:
distúrbios comportamentais e cognitivos que surgem durante o período de
desenvolvimento que envolvem dificuldades significativas na aquisição e
execução de funções intelectuais, motoras ou sociais específicas. Embora
déficits comportamentais e cognitivos estejam presentes em muitos
transtornos mentais e comportamentais que podem surgir durante o período
de desenvolvimento (por exemplo, esquizofrenia, transtorno bipolar), apenas
os transtornos cujas características centrais são o neurodesenvolvimento
estão incluídos nesse grupo. A etiologia presuntiva de distúrbios do
neurodesenvolvimento é complexa e, em muitos casos individuais, é
desconhecida.

No novo CID-11, o Transtorno do Espectro do Autismo, passou-se a ter a


seguinte definição:

caracterizado por déficits persistentes na capacidade de iniciar e sustentar a


interação social recíproca e a comunicação social, e por uma série de padrões
de comportamento e interesses restritos, repetitivos e inflexíveis. O início do
distúrbio ocorre durante o período de desenvolvimento, tipicamente na
primeira infância, mas os sintomas podem não se manifestar totalmente até
mais tarde, quando as demandas sociais excedem as capacidades limitadas.
Os déficits são suficientemente severos para causar prejuízo nas áreas
pessoais, familiares, sociais, educacionais, ocupacionais ou outras áreas
importantes de funcionamento e são geralmente uma característica
penetrante do funcionamento do indivíduo observável em todos os contextos,
embora possam variar de acordo com aspectos sociais, educacionais ou
outros. Indivíduos ao longo do espectro exibem uma gama completa de
habilidades intelectuais e de linguagem.

Como podemos ver, os autistas são seres com características complexas, em


44

que as causas ainda não foram descobertas pela própria ciência, trazendo para a
família do indivíduo medo, insegurança, angústias por não saberem como lidar com
essas crianças, tornando o relacionamento familiar numa convivência complexa se
seus limites não forem acatados.

2.1 Desenvolvimento Da Inteligência Emocional Do Autista

Desde muito tempo as emoções têm sido alvo de estudo e interesse humano
e científico em diferentes áreas do saber (KEMPER; 2004). Constantemente somos
confrontados com situações em que a emoção se encontra presente, tornando
importante aprendermos a lidar com as situações emocionais e adquirir hábitos
emocionais.
Segundo Bisquerra (2003, p. 61) a emoção é “Um estado complexo do
organismo caracterizado por uma excitação ou perturbação que predispõe a uma
resposta organizada. As emoções surgem como uma resposta a um acontecimento
externo ou interno.”
Do ponto de vista de Damásio (2003, p.28), as emoções são “(…) ações ou
movimentos, muitos deles públicos, visíveis para os outros na medida em que ocorrem
na face, na voz, em comportamentos específicos”. Nesta perspectiva, de fundamento
neurobiológico, uma emoção é ativada como reação automática a um (DAMÁSIO,
2003, p. 53) “(…) estímulo emocionalmente competente»), caracterizando-se por um
conjunto de reações químicas e neuronais específicas”.
Damásio (2003) cita algumas emoções básicas inatas ao indivíduo como o
medo, a raiva, a surpresa, a tristeza, a felicidade ou a aversão/repugnância, assim
como, emoções sociais, de que são exemplo a simpatia, o embaraço, a vergonha, a
culpa, o orgulho, a inveja, a gratidão, a admiração e o desprezo.
As emoções encontram-se presentes ao longo da vida de uma pessoa, pelo
que não deve ser ignorada e negligenciada pelos professores, quando lidam com
crianças com TEA, no qual apresentam dificuldades na comunicação e nas relações
sociais.
Assim, Varella Bruna, redatora do site Drauzio apud Construir Notícias, explica
que:
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes condições
marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três
características fundamentais que podem manifestar-se em conjunto ou
isoladamente. São elas: dificuldades de comunicação por deficiência no
domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos
simbólicos, dificuldades de socialização e padrão de comportamento restritivo
e repetitivo. (CONSTRUIR NOTÍCIAS; abril 2020)

Desenvolver a inteligência emocional na criança com TEA, torna-se


imprescindível, pois “a identificação e controle das emoções são dificuldades
explícitas em se tratando do espectro autista, pois o contato visual, a comunicação
oral e os gestos são ações difíceis de serem compreendidas por pessoas com
autismo”.(CONSTRUIR NOTÍCIAS; abril 2020).
As crianças autistas precisam entender e identificar as emoções. Trabalhar as
suas emoções é um grande desafio, dado que, possuem “dificuldades em estabelecer
contato visual, comprometendo o reconhecimento das emoções, bem como a gestão
delas. (CONSTRUIR NOTÍCIAS; abril 2020)
Szabo (1995) apud Construir Notícias (2020), assegura que:
Em relação às características socioemocionais os indivíduos autistas
45

mostram-se geralmente apáticos, isolados, agressivos desinteressados;


rejeitam maiores contatos físicos e afetivos; têm movimentos inapropriados;
não demonstram medo de perigos reais; resmungam; riem inadequadamente;
possuem hábitos estranhos na alimentação; têm crises de choro e angústia
sem motivos aparentes. (SZABO, 1995, p.117)

Sendo a dificuldade nas relações sociais uma das dificuldades dos autista, é
importante que a criança desenvolva sua inteligência emocional, onde Salovey e
Mayer (1997) apud Alves (2013, p.37) refere que

A Inteligência Emocional envolve a capacidade de perceber acuradamente,


de avaliar e de expressar emoções; a capacidade de perceber e/ou gerar
sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de
compreender a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de
controlar emoções para promover o crescimento emocional e intelectual.
(ALVES. 2013, p.37).

Como auxiliar crianças autistas a reconhecerem, expressarem e gerirem suas


emoções? Martins e Ceia (2013) apud Construir Notícias (2020) diz que é
fundamental:
Fraga (2009, p.11) diz que pessoas com autismo apresentam “dificuldades em
expressar os próprios sentimentos de uma forma que os outros possam compreendê-
los e aceitá-los”. Ressalta também a “ausência de habilidade em perceber e
compreender expressões emocionais em outras pessoas parece relacionar-se com a
limitação, ou mesmo falta da capacidade de imaginar qualquer coisa”.
O trabalho das habilidades emocionais começa na família, uma vez que é na
família que a criança tem o seu primeiro contato com os sentimentos e emoções,
sendo a família um elemento fundamental no desenvolvimento da criança.
Esse ensino das habilidades emocionais que deveria ser iniciada na família,
muitas vezes está sendo negligenciado, sendo que Goltmam & DeClaire (2000) apud
Alves (2013, p.38) explica que é “devido ao estilo de vida atual, os pais não têm tempo
para "o fazer", ou não o querem fazer, por considerarem pouco relevante, porque não
sabem ou, porque entendem que se trata de uma competência do professor”.

2.2. Intervenções Na Sala De Aula

Diante de todas as definições sobre o TEA, vemos que a pessoa nasce e


permanece na condição de autista durante todas as fases de sua vida, mas com a
capacidade de aprender, cada uma a sua maneira, com a necessidade de um
programa individualizado de intervenções intensivas. É essa complexidade que traz
muitas dificuldades e desafios ao trabalho do professor, pois cada um requer
estratégias e metodologias personalizadas. “O educador não está preparado para
trabalhar um indivíduo cujas habilidades e competências são contidas institivamente
e que exprime atitudes de não se relacionar socialmente” (CONTRUIR NOTÍCIAS,
2020, p.22)
A Lei Ordinária Federal nº 12.764, sancionada pela ex-presidente Dilma
Rousseff, institui a “Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtornos do Espectro Autista”, passando a considerar os autistas como deficientes,
46

tendo direitos a todas as políticas de inclusão do país – entre elas, as de Educação.


(NOVA ESCOLA, 2013. p.1)
De acordo com essa lei, o autismo tem assegurado o direito de acesso à escola
regular, que ofereça um ensino que possibilite a construção de sua autonomia e
desenvolvimento.
Melo (2001) apud Bianchi (2017, p.32) discorre quanto a inclusão de crianças
autistas.
Quando se pensa em termos de inclusão, é comum a ideia de simplesmente
colocar uma criança autista em uma escola regular, esperando assim que ela
comece a imitar as crianças normais, e não as crianças iguais a ela ou
crianças que apresentem quadros mais graves. Podemos dizer, inicialmente,
que a criança autista, quando pequena, raramente imita outras crianças,
passando a fazer isto apenas após começar a desenvolver a consciência dela
mesma, isto é, quando começa a perceber relações de causa e efeito do
ambiente em relação a suas próprias ações e vice-versa. (MELO, 2001, p.22)

Não é só inserir um aluno autista em uma escola regular, tem que haver mediação
para auxiliar o aluno autista em suas interações sociais, ela não irá imitar as outras
crianças, a escola deve criar “mecanismos para promover as adaptações necessárias
à inclusão do aluno, às suas necessidades educacionais, às suas dificuldades e
potencialidades, a instituição deve ainda intervir para mediar situações de contato
social, buscando sempre o desenvolvimento pleno do aluno” (BIANCHI, 2017, p.32).
A escola tem o dever de acolher, trabalhar, entregar resultados aos pais; e essa
responsabilidade de formar um indivíduo que reage de forma atípica a qualquer
contato, incide sobre os professores que “se não tiver estrutura, desenvoltura, passará
por maus bocados até que ouse ir adiante à busca de alternativas que os ajude a
trabalhar com autistas”. (CONSTRUIR NOTÍCIAS, 2020. p. 22)
Diante da situação dos professores, venho através da revisão de literatura
mostrar algumas estratégias que possam ajudar na prática de profissionais da
educação. Podendo assim, “reavaliar valores e princípios com os seus alunos,
ensinando e aprendendo a conviver com as diferenças”. (CONSTRUIR NOTÍCIAS.
2020, p. 42)
Antes de qualquer intervenção, o professor precisa conhecer o seu aluno, olhar
para suas habilidades e o que ele precisa aprender, assim como seus déficits e
excessos comportamentais, a fim de que possa iniciar um trabalho apropriado, ético,
assertivo e eficaz.
Primeiramente, trabalhar com as emoções, onde os autistas precisam aprender a
compreender e gerir suas emoções.
A criança tem de ser capaz de nomear as emoções, de lhes atribuir uma
classificação, uma vez que as ajuda a transformar algo casualmente aterrador
em algo definível, que faz parte do quociente. Alguns estudos revelam que a
capacidade de rotular emoções tem um efeito calmante no sistema nervoso.
(GOTTMAN E DECLAIRE, 1997 apud ALVES, 2013, p..39)

Patrícia Howlin, Simon Baron-Cohen e Julie Hadwin (1999 apud Valdez,


2007,cit. por Fraga, 2009) “definem em suas pesquisas cinco níveis de compreensão
emocional, a saber: reconhecimento de expressão facial em fotografias (observar as
expressões faciais como feliz, triste, raiva e medo, aquelas que chamamos de
expressões básicas); reconhecimento de emoções básicas em desenhos
esquemáticos(reconhecer as mesmas emoções com desenhos); identificar emoções
baseadas em situações(as crianças devem ser capazes de predizer como se sentirá
um personagem a partir do conteúdo emocional da cena); emoções baseadas em um
47

desejo(as crianças deverão ser capazes de identificar o sentimento de um


personagem (triste, feliz, medo e raiva), e para tanto deverão levar em conta se seus
desejos foram cumpridos ou não); e emoções baseadas em uma crença (são emoções
causadas pelo que alguém pensa, quando o que se pensa entra em conflito com a
realidade)”.(FRAGA, 2009, p.11)

A inteligência emocional deve ser aprendida essencialmente em contexto


familiar. No entanto, é principalmente no contexto escolar que a criança com
autismo desenvolve as suas habilidades sociais, adquiridas através das
trocas sociais com os seus pares, favorecendo, assim, o seu
desenvolvimento emocional e social, mas também, o das outras crianças, que
aprendem a lidar com as diferenças. (ABECEDÁRIO DA EDUCAÇÃO, 2019,
p.1)

Outro método bastante difundido é o PECS que quer dizer “sistema de


comunicação por troca de imagens” que visa estimular a comunicação, diminuir
problemas de comportamento, melhorar as relações interpessoais, cuja principal
matéria-prima é a imagem, podendo ser aplicado até mesmo em autistas não verbais,
que “são aqueles que não desenvolvem a capacidade de utilizar códigos linguísticos”
(AUTISMO EM DIA, 2020, p.1)
Este método está dando tão certo que é possível encontrar na internet formas
de fazermos nossa própria pasta de comunicação alternativa com materiais bastante
acessíveis, podendo ser aplicada tanto em casa como na escola.
Outra forma de ajudar em sala de aula seria o FOFUUU FONO, que “é um
aplicativo com base científica e técnicas da neurociência, da fonoaudiologia,
terapia comportamental e outros métodos como o ABA (análise do comportamento
aplicada) e o A.G.E.S. (modelo de aprendizagem acelerada). A primeira versão tem
jogos que estimulam à coordenação motora fina, a cognição, a criatividade, o
processamento auditivo, a consciência fonóloga e, em breve, terá atividades
voltadas à alfabetização. Traz para o universo dos jogos, das missões e das
brincadeiras o desenvolvimento da fala. A tecnologia de comando de voz faz com
que a criança precise emitir sons, sílabas e palavras”. (AUTISMO EM DIA, 2020,
p.1).
Mariana Fauste, que gerencia a área dos produtos FOFUUU (AUTISMO EM
DIA, 2020, p.1). explica que:

O ensino através de jogos é muito interessante porque envolve uma mídia


que não é passiva. Um dos problemas que vemos hoje é o consumo passivo,
as crianças ficam muito tempo em frente a telas que não estimulam elas de
nenhuma maneira. E nosso aplicativo pretende estimular vários pontos com
base em muitos estudos e nos profissionais que trabalham com a gente. Por
isso, tudo passa pelo crivo destes profissionais. Olhamos para o que eles
fazem nos consultórios e traduzimos em um jogo.

“Seguindo a mesma linha do que significa o PECS, a empresa Ter


Play desenvolveu uma pulseira com ícones que representam emoções, vontades
e outras solicitações comuns no dia a dia, como ir ao banheiro, solicitar comidas e
bebidas, lavar as mãos, pedir ajuda a alguém, parar, tirar dúvidas ou dizer que não
sabe algo, demonstrar que está tudo bem etc.” (AUTISMO EM DIA, 2020, p.1).
Cristiane Carvalho, criadora do bracelete pictórico, explica que é uma
alternativa rápida e barata aos pais, podendo ficar sempre à mão.
48

É importante na sala de aula manter as programações visuais, tornando as


palavras mais significativas e permanentes, sem a necessidade de lembrá-
los verbalmente, apenas direcionando-os de volta à sua programação; criar
uma área na sala de aula usada para acalmar e regular; garantir que os
materiais dos alunos sejam facilmente acessíveis para minimizar as viagens
pela sala; trabalhar com sistemas de reforço, podendo ser imediato (dar o
brinquedo favorito) ou atrasado (acumular pontos). Quanto mais reforçamos
uma habilidade, mais o veremos e poderemos desenvolvê-las na sala de
aula; preparar com antecedência os materiais que serão utilizados na sala de
aula; lembrar sempre o aluno sobre as expectativas de comportamento e as
regras que precisa seguir. (APRENDA AUTISMO, 2019 p.1)

Métodos e estratégias foram apresentados acima, de forma que se forem


aplicados em sala de aula, deve-se fazer um estudo mais aprofundado sobre o
assunto, a fim de se familiarize com o método ou estratégias, vejam as formas de
aplicação e os resultados esperados.

3 METODOLOGIA

Metodologia são instrumentos, caminhos, utilizados no processo de elaboração


e validade da produção de conhecimento, que eleve uma investigação a condição de
pesquisa científica.
“Ao mesmo tempo que visa conhecer caminhos do processo científico, também
problematiza criticamente, no sentido de indagar os limites da ciência, seja com
referência à capacidade de conhecer, seja com referência à capacidade de intervir na
realidade”. (DEMO, 1995, p. 11)

3.1 Tipo de Pesquisa

Para o presente estudo foi adotado a pesquisa bibliográfica que visa “identificar
o que foi produzido de conhecimento pela comunidade científica sobre esse tema e,
ao mesmo tempo, avaliar as principais tendências da pesquisa sobre ele”. (TREINTA,
2014, p.21).
Esse tipo de pesquisa traz informações ao que está sendo pesquisado, sob o
enfoque e perspectiva de como esse assunto está sendo tratado na literatura
científica. (BOCCATO, 2006).
Os artigos selecionados como base de informações para o presente estudo,
foram tirados em sites de busca na internet.

A Internet, rede mundial de computadores, tornou-se uma indispensável fonte


de pesquisa para os diversos campos de conhecimento. Isso porque
representa hoje um extraordinário acervo de dados que está colocado à
disposição de todos os interessados, e que pode ser acessado com extrema
facilidade [...]. (SEVERINO, 2020, p.133)

Na internet consultamos “textos científicos, dissertações e teses disponíveis em


diversos portais ou Bibliotecas Digitais produzidos por Universidades de vários
estados brasileiros”. (BOCCATO, 2006, p.268)

3.1.1. Abordagem

A abordagem da pesquisa se dará de forma qualitativa, através de estudos


documentais, que traz contribuições importantes no estudo de alguns temas, por ser
49

uma rica fonte de dados.


Considerando que a abordagem qualitativa, enquanto exercício de pesquisa,
não se apresenta como uma proposta rigidamente estruturada, ela permite
que a imaginação e a criatividade levem os investigadores a propor trabalhos
que explorem novos enfoques. (GODOY, 1995, p.21)

“O investigador deve ter atenção especial quanto a escolha de documentos, o


acesso a ele e a sua análise”. (GODOY, 1995, p.23)

3.1.2 Objetivo Metodólogo

Como o objetivo da pesquisa é encontrar estratégias e metodológicas de como


o professor atuar em sala de aula, foi adotado o método qualitativo, de caráter
exploratório em bibliografias, considerando o mais apropriado para o assunto em
questão. “Por sua natureza de sondagem não comporta hipóteses que todavia,
poderão surgir durante ou ao final da pesquisa”. (VERGARA, 2009, p.42 apud
PHILIPE, 2010, p.66)

Um trabalho é de natureza exploratória quando envolve levantamento


bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram (ou tem) experiências
práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a
compreensão. Possui ainda a finalidade básica de desenvolver, esclarecer e
modificar conceitos e ideias para a formulação de abordagens posteriores.
Dessa forma, este tipo de estudo visa proporcionar um maior conhecimento
para o pesquisador acerca do assunto, a fim de que esse possa formular
problemas mais precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por
estudos posteriores (GIL, 1999, p. 43).

Com a pesquisa exploratória, o pesquisador faz um refinamento dos dados, o


desenvolve e apura as hipóteses, levando-o diante de novos enfoques, concepções,
mudar seu próprio modo de pensar. “Nesta nova concepção é realizada com a
finalidade precípua de corrigir o viés do pesquisador e, assim, aumentar o grau de
objetividade da própria pesquisa, tornando-a mais consentânea com a realidade”.
(PIOVESANI & TEMPORINI, 1995, p.320).

3.1.3 Procedimento Metodológico

A metodologia do presente artigo resulta em uma pesquisa bibliográfica que


provém de revistas, artigos, site de educação, recorrendo a leitura integral das fontes
de pesquisa, visando coletar informações que respondesse a problemática do objeto
em estudo.
De acordo com Gerhardt, (2009 apud Benachio, 2019 p.67), a pesquisa
bibliográfica como procedimento metodológico “tem como objetivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir
hipóteses”.
Além de todo o embasamento teórico trazido nos artigos, deu-se uma
relevância as citações, onde explica Caldas (2005 apud Treinta,2014. p..516)

A análise de citações tem como função principal fornecer ao leitor referências


importantes sobre o campo de estudo em questão, além de auxiliar na
identificação de autores predecessores que contribuíram para o
50

desenvolvimento de estudos em determinadas áreas. (CALDAS, 2005, p.31)

De acordo com Vergara e Carvalho Junior apud Treinta (2014. p.516) as citações
bibliográficas utilizadas pelo autor “contribuem para sustentar uma argumentação e
para representar as preocupações, preferências e metodologias adotadas,
sinalizando assim o quão importante é para aquele autor determinada produção
científica”.
Todo processo de pesquisa bibliográfica deve ser contínuo, verificando através
de leituras se atendem ao tema, adequando-os aos critérios de qualidade
apresentados pela sociedade acadêmica (TREINTA, 2014).

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Diante dos resultados obtidos, há muitos estudos e pesquisas a respeito dos


Autista, que nos mostram com riquezas de detalhes suas características,
comportamentos e deficiências, assim como, estudos que mostram como trabalhar e
auxiliar os autistas em seus comportamentos emocionais e sociais e a atuação do
professor diante de um aluno autista.
O referente estudo foi realizado através de leituras de artigos do Google e
revista. Dentre os quais mostro os que mais contribuíram:

AUTOR TÍTULO RESULTADO DISCUSSÃO


A. M. Coelho, A. Intervenção . A maior parte das Mesmo que os
I. Aguiar psicoeducacional
investigações baseia- resultados das
integrada nas
se geralmente em intervenções
perturbações doestudos de caso ou clínicas e
espectro do
planos experimentais pedagógicas
autismo de caso único, cuja sejam
existência é satisfatórios, a
indubitavelmente ciência ainda não
importante, mas que afirma a eficácia
não nos permitem dessas
retirar conclusões abordagens.
definitivas,
relativamente à sua
eficácia, no caso da
generalidade dos
indivíduos com PEA.
Clara Manuela Inteligência A inteligência É fundamental
Guedes Alves emocional em emocional é a trabalhar as
crianças com capacidade de emoções para que
dificuldades de perceber, de avaliar e os autistas
aprendizagem: de expressar emoções. possam
uma perspectiva compreender as
educativa emoções dos
outros, saber
como conter e
compartilhar
emoções.
DSM - V Manual de Fazem parte desse Os critérios de
51

Diagnóstico e grupo o Transtorno diagnósticos


Estatística dos Autista (TA), a incluíam prejuízos
Transtornos Síndrome de Asperger na interação
Mentais. (AS) e o Transtorno social,
Global do comportamento e
Desenvolvimento sem comunicação e na
Outra Especificação atual destacam
(TGDSOE) antes desordens de
descritos no DSM IV-R. interação e do
comportamento.
Eugênio Cunha Autismo e E como se faz a Mesmo que a
Inclusão: inclusão? Primeiro, escola esteja
Psicopedagogia e sem rótulos e, depois, equipada com
práticas com ações de recursos
educativas na qualidade. Nós rótulos, didáticos, é
escola e na encontram-se as necessário que os
família. limitações do participantes da
aprendente, ou melhor, inclusão retirem
as nossas limitações. as barreiras deles
Devemos olhar para mesmos para não
ele e transpormos as limitarem o
impressões externas desenvolvimento
das barreiras do da criança autista.
ceticismo. São elas
que mais impedem a
inclusão do educando
em nossos esforços e
sonhos.
Maria Nilda Ensino de cinco níveis de A criança autista
Nabarrete Fraga habilidades para compreensão poderá ser
pessoas autistas. emocional, a saber: ensinada a
reconhecimento de identificar as
expressão facial em emoções através
fotografias; de fotos,
reconhecimento de desenhos, em
emoções básicas em situações reais;
desenhos identificando as
esquemáticos; emoções como
identificar emoções feliz, triste, raiva,
baseadas em medo.
situações; emoções
baseadas em um
desejo; e emoções
baseadas em uma
crença.
Nora Cavaco O profissional e a padrões esses
educação comportamentais movimentos
especial: uma repetitivos e podem ser abanar
abordagem sobre ritualizados, sendo as mãos, corpo e
o autismo. comuns os objetos; fixação
52

movimentos por cores, forma e


estereotipados e movimentos;
repetitivos” interesse em
determinados
temas como água,
dinossauros,
astronomia etc.
OMS Organização Coloca o TEA dentro Que apresentam
Mundial da Saúde dos distúrbios de dificuldades
neurodesenvolvimento. significativas na
aquisição e
execução de
funções
intelectuais,
motoras ou
sociais
específicas.

Rafaela Cristina A educação de Quando se pensa em Ao ingressar na


Bianchi alunos com inclusão, é comum a escola, o aluno
Transtorno do ideia de simplesmente autista precisa ser
Espectro Autista colocar uma criança mediado em suas
no ensino regular: autista em uma sala de alterações sociais
desafios e aula. para que se
possibilidades. adapte-as as suas
necessidades
educacionais.
Tabela 1. Demonstrativo dos Resultados
Fonte: Elaboração própria (2020)

Nos tópicos acima, temos os principais autores que mais contribuíram para
essa pesquisa; o resumo encontrado na obra e a discussão relacionada com o
assunto, trazendo assim, grande contribuição para o estudo em questão.

5 CONCLUSÃO

A pesquisa possibilitou um maior estudo sobre o Autismo, trazendo mais


entendimento sobre suas características comportamentais, sendo um transtorno
complexo em todos os âmbitos sociais.
A inclusão de alunos autistas é um grande desafio tanto para eles próprios como
para os professores, onde na realidade eles não se encontram preparados para
receberem esses alunos em sala de aula, por muitas vezes enxergarem apenas as
dificuldades e não focarem em suas potencialidades. Assim, a inclusão de alunos
autistas é um direito assegurado por lei, para que no convívio social, eles possam se
desenvolver, sendo necessário tanto o trabalho do professor regente quanto de um
atendimento educacional especializado, sendo a escola responsável por fazer
adaptações para se adequarem ao que estamos vivendo hoje, que é o ingresso de
crianças com necessidades educacionais especiais no ensino regular.
A literatura sugere algumas práticas pedagógicas para que o professor possa
conhecer melhor tais estratégias e métodos, e aplicar em sala de aula para melhor
53

trabalhar seu aluno autista, sabendo que haverá erros e acertos, mas é um trabalho
que exige muita perseverança.

REFERÊNCIAS

ABECEDÁRIO DA EDUCAÇÃO. O desenvolvimento da inteligência emocional em


crianças com autismo. 2019. Disponível em
https://www.abecedariodaeducacao.pt/2019/01/15/o-desenvolvimento-da-
inteligencia-emocional-em-criancas-com-autismo/. Acesso em 23 de novembro de
2020.

ALVES, Clara Manuela Guedes. Inteligência emocional em crianças com


dificuldades de aprendizagem: Uma perspectiva educativa. Lisboa. Abril 2013.
Disponível em
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/4182/1/InteligenciaEmocionalemCrian%C
3%A7ascomDificuldadesdeAprendizagemUmaPerspetivaEducativa.pdf. Acesso em
26 de novembro de 2020.

ALVES, Marcela. O que é a inteligência emocional e como desenvolver a


competência em termos emocionais? Site WeCareOn. Abril, 2019. Disponível em
https://wecareon.com/o-que-e-a-inteligencia-emocional/. Acesso em 05 de agosto de
2019.

APRENDA AUTISMO: Como a ABA pode ajudar uma criança a ter sucesso em
sala de aula. Disponível em https://aprendaautismo.com.br/terapia-aba/sucesso-da-
terapia-aba-na-sala-de-aula/. Acesso em 23 de novembro de 2020.

AUTISMO EM DIA: O que significa PECS? Entenda a comunicação alternativa


para autistas! Disponível em https://www.autismoemdia.com.br/blog/o-que-significa-
pecs-entenda-a-comunicacao-alternativa-para-autistas/. Acesso em 23 de novembro
de 2020.

BIANCHI, Rafaela Cristina – A educação de alunos com transtornos do espectro


autista no ensino regular: desafios e possibilidades. Franca: [s.n.], 2017.126f.
Disponível em
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/150651/bianchi_rc_me_fran.pdf?
sequence=3. Acesso em 24 de novembro 2020.

BOCCATO, Vera Regina Casari. Metodologia da pesquisa bibliográfica na área


odontológica e o artigo científico como forma de comunicação. São Paulo, 2006.
Disponível em
http://arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/revista_odontologia/pdf/
setembro_dezembro_2006/metodologia_pesquisa_bibliografica.pdf. Acesso em 06
de dezembro 2020.

BRUNA, Maria Helena Varella. Transtorno do espectro autista. Site DRAUZIO.


Disponível em https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/transtorno-do-
espectro-autista-tea/. Acesso em 27 de novembro 2020.

CALDAS, M. Análise Bibliométrica da produção cientifica brasileira de RH na


54

década de 1990: um mapeamento a partir das citações dos artigos publicados no


Enanpad. São Paulo: FGV, 2005.

CAVACO, Nora. O profissional e a educação especial: uma abordagem sobre o


autismo. Porto: Editorial Novembro, 2009.

COELHO, A.M. AGUIAR, A.I. Intervenção Psicoeducacional Integrada nas


Perturbações do espectro do Autismo: Um Manual para Pais e Professores. 2ª ed.
Porto: Porto Editora, 2013.

CONSTRUIR NOTÍCIAS. Pernambuco. Nº 111. Abril 2020. Autismo por si mesmo.

CUNHA, Eugênio. Autismo e Inclusão: Psicopedagogia e práticas educativas na


escola e na família. Rio de Janeiro: Wak, 2009.

FRAGA, Maria Nilda Narrabete. Ensino de habilidades emocionais para pessoas


autistas. Maringá, 2009. Disponível em
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2116-8.pdf. Acesso 25 de
novembro 2020.

GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de Pesquisa.


Coordenado pela Universidade Aberta do Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de
Graduação Tecnológica – Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da
SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

GODOY, Arilda Schmidt. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades.


RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63, 1995.

GONÇALVES, Alzira de Sousa Paiva. A aprendizagem do autista (TEA) e a


intervenção neuropsicopedagógica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do
Conhecimento. Ano 05, Ed. 06, Vol. 06, pp. 32-40. Junho de 2020. ISSN: 2448-0959,
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/aprendizagem-
do-autista/. Acesso em 24 de novembro de 2020.

NOVA ESCOLA: Inclusão de autistas, um direito que agora é lei. São Paulo,2013.
Disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/57/legislacao-inclusao-autismo.
Acesso em 28 de novembro 2020.

PIOVESANI, Armando. TEMPORINI, Ednéa Rita. Pesquisa exploratória:


procedimento metodológico para o estudo de fatores humanos no campo da saúde
pública. São Paulo, 1995. Disponível em https://www.scielo.br/pdf/rsp/v29n4/10.
Acesso 06 de dezembro de 2020.

RIBEIRO, E.M.Alves. & Blanco, M.B. Um estudo sobre as propostas de


intervenção com crianças autistas em sala de aula. Paraná, 20162016

SALOVEY, P. & Mayer, J. D. Emotional development and emotional intelligence.


Educational implications. New York: Basic Books, 1997.

SILVA, Thaís Valeriano da. BONINI, Luci Mendes de Melo. As inovações trazidas
55

pela lei 12.764/12 em relação às políticas públicas de inclusão social do autista.


2018. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/66966/as-inovacoes-trazidas-pela-lei-
12-764-12-em-relacao-as-politicas-publicas-de-inclusao-social-do-autista. Acesso em
25 de novembro 2020.

SZABO, Cleusa Barbosa. Autismo em questão. São Paulo: Mageart, 1995.

CONTRIBUIÇÕES DA NEUROPSICOPEDAGOGIA NO PROCESSO DE


AQUISIÇÃO DA LEITURA EM CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM
(CONTRIBUTIONS OF NEUROPSYCEDEDOGOGY IN THE PROCESS OF
ACQUISITION OF READING IN CHILDREN WITH LEARNING DIFFICULTIES)

Analtina Dantas Santos Sales16


Talita Alves Soares De Souza17
Rosângela Couras Del Vecchio18

16
Pós-graduanda do curso de Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional do Centro Universitário
Ateneu (dantasanaltina@gmail.com)
17
Pós-graduanda do curso de Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional do Centro Universitário
Ateneu (taliiitah.alves@gmail.com)
18
Professora Orientadora da Pós-graduação da UniAteneu, Doutora em Administração pela UNIDA e
Doutora em Ciências da Educação pela Universidad Americana – Anhaguera – São Paulo
(dra.rosangela.delvecchio@gmail.com)
56

RESUMO
A neuropsicopedagogia é uma ciência que abrange a educação de forma ampla,
buscando responder ao método tradicional de ensino, separando e aumentando as
metodologias da educação, o objetivo geral é apresentar as contribuições da
Neuropsicopedagogia na aquisição da leitura em crianças com dificuldades de
aprendizagem. Assim como os específicos visam identificar as contribuições da
neuropsicopedagogia utilizadas na educação; analisar o processo de aquisição da
leitura e memorização e investigar as dificuldades de aprendizagem. A metodologia é
a pesquisa bibliográfica exploratória e qualitativa, sendo a pesquisa bibliográfica por
meio do levantamento de teorias publicadas em livros, artigos científicos, escritos ou
eletrônicos. Os resultados são que o educador deve associar a neurociência com a
educação para obter resultados significativos na aprendizagem do aluno e que cada
criança é singular em sua aprendizagem. Desta forma, concluímos que o triunfo do
desenvolvimento da leitura e escrita se dá pela intervenção do posicionamento do
educador em despertar no aluno o encantamento pela descoberta de ler e escrever.
Palavras chaves: Neuropsicopedagogia. Aquisição da leitura. Dificuldades de
aprendizagem.

ABSTRACT
Neuropsychopedagogy is a science that encompasses education broadly, seeking to
respond to the traditional method of teaching, separating and increasing the
methodologies of education, the general objective is to present the contributions of
Neuropsychopedagogy in the acquisition of reading in children with learning difficulties.
Just as the specific ones aim to identify the contributions of neuropsychopedagogy
used in education; analyze the process of acquisition of reading and memorization and
investigate learning difficulties. The methodology is exploratory and qualitative
bibliographic research, with bibliographic research through the survey of theories
published in books, scientific articles, written or electronic. The results are that the
educator must associate neuroscience with education to obtain significant results in
the student's learning and that each child is unique in their learning. Thus, we conclude
that the triumph of the development of reading and writing occurs through the
intervention of the educator's position in awakening in the student the enchantment by
the discovery of reading and writing.

Key words: Neuropsychopedagogy. Acquisition of reading. Learning difficulties.

1 INTRODUÇÃO

A neuropsicopedagogia tem se destacado no âmbito escolar, principalmente


nas metodologias de ensino e aprendizagem, assim como na avaliação de alunos com
dificuldades na leitura. Podemos dizer, que a neuropsicopedagogia tornou-se uma
ciência que investiga o sistema nervoso e influencia no comportamento humano,
tendo como principal destaque, a aprendizagem através da prática.
Raquel Araújo (2010) fala que a neurociência tem uma ligação extrema com a
neuropsicopedagogia e procura, mediante a atividade cerebral, os recursos para a
aprendizagem, levando em consideração os métodos didáticos e avaliativos uma
mudança significativa nesse processo.
Bastos e Alves (2013) citam que a aprendizagem acontece antes da vivência
57

escolar, observamos nas crianças demonstrações de raciocínio lógico e abstrato, por


diversos estímulos por meio de músicas, brincadeiras, histórias, esportes, entre outros
adequando a ludicidade e proporcionando estímulos cerebrais. O aprendizado
determina uma transformação cerebral, e os estímulos formam novas conexões entre
dendritos de neurônios diferentes. Isso é a plasticidade cerebral ou neuroplasticidade,
que é a capacidade do sistema nervoso de modificar a sua estrutura e funcionamento
de acordo com os estímulos.
Assim, Ferreiro (1995) descreve como a criança apropria-se dos conceitos e
habilidades para ler e escrever, explicando que os passos durante esse percurso
ocorrem similar ao que humanidade fez até chegar ao sistema alfabético, formulando
hipóteses seguindo uma lógica para compreender a relação entre a fala e a escrita,
compreendendo a fonética até chegar à representação da gráfica formal.
Diante desses fatores, o presente artigo pretende responder à seguinte questão:
quais as contribuições da neuropsicopedagogia no processo de aquisição da leitura
em crianças com dificuldades de aprendizagem?
Tendo como objetivo geral apresentar as contribuições da
Neuropsicopedagogia no processo de aquisição da leitura em crianças com
dificuldades de aprendizagem. Assim como os específicos visam identificar as
contribuições da neuropsicopedagogia utilizadas na educação; analisar o processo de
aquisição da leitura e memorização e investigar as dificuldades de aprendizagem.
A relevância da pesquisa se deu pela busca das contribuições da
neuropsicopedagogia para um melhor desenvolvimento escolar, assim como dar
suporte aos educadores e profissionais da área em sua prática pedagógica, ajudando-
os a alcançar resultados significativos diante das dificuldades de aprendizagem
apresentadas pelos alunos durante o processo educativo.
O presente artigo está dividido em cinco seções. A primeira, trata-se da
introdução, justificativa, a problemática da pesquisa e os objetivos. A segunda seção
é composta do referencial teórico, onde inicialmente é apresentada uma breve
abordagem sobre a neuropsicopedagogia em paralelo com a neurociência e o
desenvolvimento dos objetivos específicos. Dando continuidade, apresenta a terceira
seção, a metodologia utilizada na pesquisa, com caráter bibliográfico e qualitativo. A
quarta seção apresenta a análise de dados, e resultados. Finalizando, temos a
conclusão mostrando se os objetivos foram atingidos, se a metodologia foi adequada
e responde a problemática direcionadora do estudo proposto.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Não podemos falar da neuropsicopedagogia sem mencionarmos a


neurociência, pois uma tem relação com a outra. A neurociência é uma ciência
multidisciplinar, inquieta com o desdobramento do cérebro, e com a aprendizagem.
Para Mietto (2012) a neurociência estuda a forma como o cérebro retém informações,
do mesmo modo que analisa as redes neurais durante a aprendizagem, a
consolidação das memórias e o armazenamento de dados.
Segundo Ferreiro (2001) criança nenhuma ingressa na escola sem algum
conhecimento da língua escrita, e, a dificuldade na aprendizagem existe porque são
trabalhadas cognitivamente com o que o meio lhes oferece.
Ao investigar sobre lecto-escrita, Ferreiro e Teberosky mostraram que durante
o desenvolvimento da aprendizagem as crianças constroem distintos
níveis/possibilidades, em relação à escrita antes de serem alfabetizadas. Como forma
de criticar o ensino puramente mecanicista, Ferreiro ressalta:
58

[...] o modelo tradicional associacionista da aquisição da linguagem é simples:


existe na criança uma tendência à imitação (tendência que as diferentes posições
associacionistas justificarão de maneira 10 variada), e no meio social que a cerca
(os adultos que a cuidam) existe uma tendência a reforçar seletivamente as
emissões vocálicas da criança que correspondem a sons ou pautas sonoras
complexas (palavras) da linguagem própria desse meio social (FERREIRO &
TEBEROSKY, 1985, p. 21).

Assim, a codificação e a decodificação de sinais gráficos no ensino-leitura não


devem ser favorecidas, mas sim, o processo de simbolização, privilegiando os
aspectos construtivos das produções infantis durante a alfabetização.
.
2.1 Contribuições da Neuropsicopedagogia para a educação

Apresentar as colaborações da neuropsicopedagogia no desenvolvimento da


aquisição da leitura em crianças com dificuldades de aprendizagem. Para Raquel
Araújo (2013) a junção entre a pedagogia, psicologia e neurociências, resultaram na
Neuropsicopedagogia.
Com isso, muitos pesquisadores, de diferentes áreas do conhecimento, se
propuseram a estudar e entender a forma ideal do funcionamento cerebral nos
processos emocionais e cognitivos dos indivíduos. Para um exemplar
desenvolvimento desse processo, é necessário que exista uma ligação entre os
contextos sócio-histórico, cultural, econômico e educativo, assim o cérebro passa a
funcionar promovendo uma comunicação entre os impulsos nervosos por transmitir
por intermédio das sinapses a liberação de substâncias químicas chamadas
neurotransmissores.
Bastos e Alves (2013) contam que a neurociência se tornou mais rica a partir
do fim do século XVII, devido aos neurologistas pesquisarem as bases neurológicas
através de autópsias e estudos em pacientes com lesões neurológicas. No século XX,
estudiosos passaram a descrever os processos psicológicos como ações voluntárias,
ativadas pela memória. De modo que, esses processos consideram o pensamento, a
memória, refletindo em áreas como a audição, visão, relacionadas ao ambiente em
que o indivíduo está inserido. Na década de 80, os equipamentos colaboraram para a
investigação das funções mentais, como a tomografia.
Os autores citados tratam da definição de neurociência cognitiva, como uma
subdivisão da neurociência, a qual aborda os processos cognitivos complexos como
as funções mentais superiores que envolvem o pensamento e suas complexas
relações com as estruturas da linguagem, a aprendizagem e as influências do mundo
exterior, mediando o desenvolvimento sociocultural no processo histórico do indivíduo.
Por ser o principal órgão do sistema nervoso, o cérebro é encarregado pelo
controle do corpo humano, assim como pela aprendizagem. Dessa forma, o estudo
da neurociência se faz progressivamente presente no cotidiano dos educadores que
busca evitar o fracasso escolar e futuras frustrações ao longo da educação. A
neurociência cognitiva busca discutir como os processos cognitivos são elaborados
funcionalmente pelo cérebro humano, possibilitando a aprendizagem, a linguagem e
o comportamento. O termo “neurociência” apareceu nos anos de 1960, revelando uma
área mais ampla que a neuroanatomia e neurofisiologia.
Cosenza e Guerra (2011) falam que as neurociências não sugerem uma nova
pedagogia, ou menos ainda uma resposta para as dificuldades de aprendizagem,
contudo auxiliam na fundamentação do exercício pedagógico, norteando intervenções
que consideram o funcionamento cerebral de forma eficiente.
59

É importante ressaltar que os educadores estejam dando continuidade a sua


formação através de cursos de extensão, visto que, a teoria e a prática andam juntas,
capacitando ainda mais esses profissionais a trabalhar melhor a individualidade dos
alunos, assim como as dificuldades por eles apresentadas. Para Cosenza (2011) é
imprescindível que as neurociências proporcionem uma visão mais científica do
processo de aprendizagem, levando em consideração os processos cognitivos.
Entretanto, é preciso prudência pois as descobertas não ratificam sua aplicabilidade
em sala de aula, apenas colaboram com o contexto.
O neuropsicopedagogo é um profissional que busca entender o funcionamento
do cérebro, fazendo adaptações nas metodologias educacionais para os indivíduos
com déficits cognitivos e emocionais. Esse especialista deve conhecer as
anormalidades neurológicas, fazendo um acompanhamento pedagógico dos
indivíduos que apresentem essas sintomalogias, para expandir e fomentar novas
sinapses do desenvolvimento da aprendizagem (TABAQUIM, 2003). De acordo com
o Código de Normas Técnicas 01/2016, da Sociedade Brasileira de
Neuropsicopedagogia, no artigo 29, as funções do neuropsicopedagogo se resume
em:

a)Observação, identificação e análise do ambiente escolar nas questões


relacionadas ao desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras,
cognitivas e comportamentais, considerando os preceitos da neurociências
aplicada a Educação, em interface com a Pedagogia e Psicologia Cognitiva;
b) Criação de estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo
ensino e aprendizagem dos que são atendidos nos espaços coletivos; c)
Encaminhamento de pessoas atendidas a outros profissionais quando o caso
for de outra área de atuação/ especialização contribuir com aspectos
específicos que influenciam na aprendizagem e no desenvolvimento humano.
(CÓDIGO DE NORMAS TÉCNICAS, SBNPp, 2016, p. 4).

Mietto (2012) afirma que a neurociência da aprendizagem estuda o


desenvolvimento cognitivo cerebral, investiga a comunicação neural no momento da
aprendizagem, como os impulsos chegam ao cérebro. Sendo a neurociência
considerada o ponto inicial para teorias como a dos estágios do desenvolvimento de
Piaget e desenvolvimento proximal de Vygotsky. Pois, todo processo de aprendizagem
tem atuação do sistema nervoso e compreender os processos nos indivíduos, já que
nossas memórias, aprendizagem, emoções, comportamentos estão sendo
influenciados pelo sistema nervoso.
Avelino (2019) fala que são atributos do neuropsicopedagogo, conhecer os
distúrbios das aprendizagens, tem o papel de identificar, diagnosticar e encaminhar a
uma equipe multidisciplinar através de laudos. Os distúrbios citados podem estar
associados a leitura, escrita, déficit visuais, coordenação motora, transtornos
emocionais ou intelectuais. No contexto escolar, o neuropsicopedagogo trabalhará
simultaneamente com a família, para a intervenção pedagógica. Em um meio educativo
includente, a comunidade escolar percebe a urgência de um profissional que atenda a
questões pedagógicas e psicológicas oportunizando uma aprendizagem eficaz e
minimizando os problemas educacionais.
Este profissional pode atuar no âmbito clínico ou institucional, nosso trabalho tem
foco nas questões educacionais, com exceção das salas de atendimento especializadas
as escolas não possuem profissionais que trabalham com alunos com dificuldades de
aprendizagens.
Assim, faz-se necessário que o neuropsicopedagogo tenha conhecimento do
processo de ensino e aprendizagem, metodologias, currículo e atividades que podem
60

contribuir para a aquisição de conhecimentos, como também compreender as origens


neurais dos transtornos.

2.2 Análise do processo de aquisição da leitura e memorização

Ferreiro (1995) fala que as crianças participam ativamente do seu


conhecimento, construindo hipóteses de escrita. Acreditando que a alfabetização é
um processo de construção e representação da linguagem, indo além da repetição de
letras. Dessa forma, o educador deve valorizar as construções espontâneas das
crianças. A autora descreve a apropriação da escrita em três níveis: primeiro- distinção
entre a imagem (representação icônica) ou letras, números (não icônica) e intrafigural;
segundo, construção de formas de diferenciação, variação de grafia e quantidade de
grafia; nesses dois períodos a hipótese é pré-silábica; terceiro, a criança começa a
entender a relação da fala e escrita, a fonetização. Nesse nível, são três hipóteses: a
silábica, silábico-alfabética e alfabética.
Ferreiro e Teberosky (1986) fortalecem aspectos linguísticos da Psicogênese
da língua escrita, ao descrever as hipóteses, seguindo uma linha regular, nos três
períodos, percorrendo os níveis pré-silábico, silábico, silábico-alfabético, alfabético.
Ferreiro (1985) destaca:
[...] vão desestabilizando a hipótese silábica até que a criança tem coragem
suficiente para se comprometer em seu novo processo de construção. O
período silábico-alfabético marca a transição entre os esquemas prévios em
vias de serem abandonados e os esquemas futuros em vias de serem
construídos. Quando a criança descobre que a sílaba não pode ser
considerada como unidade, mas que ela é, por sua vez, reanalisável em
elementos menores, ingressa no último passo da compreensão do sistema
socialmente estabelecido. E, a partir daí, descobre novos problemas: pelo lado
quantitativo, se não basta uma letra por sílaba, também não pode estabelecer
nenhuma regularidade duplicando a quantidade de letras por sílaba (já que há
sílabas que se escrevem com uma, duas, três ou mais letras); pelo lado
qualitativo, enfrentará os problemas ortográficos (a identidade de som não
garante a identidade de letras, nem a identidade de letras a de som).
(FERREIRO, 1985, p. 13).

Por consequência, a Psicogênese da língua escrita retrata como na infância


aprendemos habilidades para ler e escrever, enfatizando novamente o percurso de
aprendizagem que este segue até chegar ao sistema alfabético, respondendo ao que
a escrita representa e como constrói essa representação.
Segundo Piaget (1998), o processo de aprendizagem ocorre associado ao
desenvolvimento intelectual, mediante as estruturas do pensamento e tem relação
entre a ação do sujeito com o ambiente em que está inserido. No desenvolvimento
intelectual da criança o autor afirma que é resultado do equilíbrio progressivo da
passagem entre os estados de menor equilíbrio para o de equilíbrio superior. Assim,
em cada estágio do desenvolvimento, é estabelecido por uma forma particular de
equilíbrio e uma sequência de evolução mental, sendo a aprendizagem o
conhecimento adquirido através das experiências individuais e sociais.
Piaget (1998) fala que os estágios do desenvolvimento da criança e
adolescente, leva em conta as funções superiores da inteligência e afetividade, a
psicologia genética contribuiu para uma pedagogia ativa. Para o autor essa pedagogia
busca que o indivíduo chegue ao seu desenvolvimento pleno. De modo que, o
conhecimento é originado através de uma ação sobre o objeto, sendo uma construção
epistemológica ativa, pois os sujeitos são ativos no método de desenvolvimento
61

cognitivo, compreendendo, criando, construindo e reconstruindo, sendo um uma


pesquisa do educando para que ele reconstrua o conhecimento e não que este seja
apenas transmitido.
Vygotsky (1996) destaca que o desenvolvimento psicológico acontece com
intervalos de períodos longos e estáveis e períodos curtos de crise. No período de
estabilidade, os desenvolvimentos ocorrem com pequenas mudanças na
personalidade, nos períodos curtos ocorrem mudanças repentinas na personalidade
reestruturando as necessidades da criança. Em cada etapa do desenvolvimento, há
uma nova estrutura de idade, essa estrutura consiste nas relações entre as funções
psicológicas, com foco nas interrelações, a cada idade as funções psicológicas
integram o processo de desenvolvimento, as estruturas anteriores modificam-se
surgindo novas à medida que a criança cresce.
Assim, podemos perceber que o desenvolvimento cognitivo percorre caminhos
associados a estímulos recebidos de forma externa e percorrem um percurso
conforme a maturação das estruturas neurais da criança.

2.3 Dificuldades de aprendizagem no processo de alfabetização e letramento

Cada criança é singular em sua aprendizagem, e, o meio em que ela está


inserida influência na aquisição do conhecimento. Uma criança de classe social baixa,
não lê com prontidão como uma criança de classe social mais elevada, por não ter as
mesmas oportunidades no universo educacional. A leitura é um exercício altamente
individual que integra o conhecimento ao contrário da escrita, que é uma ação de
expressar o pensamento. A criança que ainda não conseguiu uma alfabetização
significativa, pode passar por traumas que impeçam o seu desempenho futuramente.
O professor necessita ter um olhar clínico para esses alunos, para que possa intervir
e mediar no processo de alfabetização.
Cagliari (2001) fala que não podemos corrigir as crianças, é preciso incentivá-
los a autocorreção, orientando, motivando, desafiando-as, para que os conhecimentos
sejam solidificados e melhore o rendimento escolar nos anos futuros. O autor afirma
que escrever é como uma manifestação sofisticada e quando motivadas as crianças
também veem como passatempo. De modo, que nos experimentos da escrita, a
criança busca retrata o que imagina ser a escrita, portanto, o professor pode propor
trabalhos, analisando as dificuldades apresentadas no desenvolvimento da linguagem
e escrita individualmente.
Carvalho et al (2007) falam que durante o desenvolvimento da aprendizagem
são necessários elementos comunicadores, a mensagem, o receptor e o meio
precisam interagir entre si, para desenvolver condições, habilidades como motricidade
(rolar, sentar, andar, etc), integração sensório-motora (equilíbrio, ritmo, etc.),
habilidades perceptivo-motoras (visomotor, coordenação motora fina, etc.),
desenvolvimento da linguagem (vocabulário, fluência, etc.), habilidades conceituais
(seriação, classificação, etc.) e habilidades sociais (aceitação social, maturidade).
Assim, as dificuldades podem aparecer no estudante que não estava
totalmente capacitado nas questões iniciais, pré-requisitos para a alfabetização.
Contudo, quando falamos em distúrbios de aprendizagem, isso também é um
problema no processo de ensino-aprendizagem. O transtorno de aprendizagem é uma
perturbação na aprendizagem, modificando a forma como ocorrerá a aquisição e
assimilação do indivíduo, sendo os distúrbios de aprendizagem disfunções no Sistema
Nervoso Central relativas a um erro na aquisição da aprendizagem, não
caracterizando ausência, mas, sim uma perturbação na aquisição de informações.
62

De modo, que para os autores a dificuldade escolar pode ser algo de ordem
pedagógica, o transtorno de aprendizagem diz respeito a situações orgânicas que
impossibilitam o indivíduo de aprender, e a dificuldade escolar pode somar-se a fatores
emocionais, familiares, entre outros. Enquanto, os transtornos de aprendizagem
podem ser verbais e não verbais.
Para Carvalho et al (2007) os distúrbios verbais seriam relacionados às
dificuldades em ler e escrever como as dislexias, em três tipos: disfonética (indivíduos
que leem algumas palavras, mas tem dificuldades em palavras novas), deseidética
(leitura lenta) e mista, com os dois tipos apresentados. Os distúrbios não verbais têm
relação com visoespacial e incapacidade de compreensão do social. Manifestam
dificuldades táteis, motoras, em lidar com novas situações, com ausência de
problemas físicos ou emocionais. Na parte comportamental, a criança com dislexia
pode ter limitações na comunicação para expressar desejos, emoções. E, nos
distúrbios não verbais, são crianças consideradas problemáticas. Nos dois casos,
acarretam problemas escolares, por isso identificar a dificuldade permite ao professor
intervir para que o indivíduo tenha um novo vínculo com o aprendizado.
Diante do que foi exposto, pode-se dizer que o compromisso do educador é
fundamental durante as tarefas de intermediação entre os alunos e os conteúdos e a
interação entre todos os envolvidos. É preciso gerar na criança todo um interesse pelo
entendimento da representação oral para a escrita para que se possa desenvolver
uma alfabetização considerável.

O conflito cognitivo gerado e a consciência desta contradição que a criança


quando realiza a leitura de sua produção, costumeiramente produz um visível
desconforto. É frequente a criança utilizar-se de letras não interpretadas (no
interior da palavra), cuja função é apenas de preencher a quantidade
considerada como mínima para escrita. Outra forma momentânea de
negociar o conflito é deixar letras sobrantes (AZENHA, 1995, p.75).

Ponderando os problemas na decodificação da fonética e escrita, podemos


evidenciar os déficits, decorrentes de problemas de percepção, desenvolvimento
fonológico, de memória, entre outros, a serem apreciados em crianças disléxicas.
Além da dislexia, o estudante pode manifestar outros problemas de aprendizagem,
como: dislalia (bloqueio de fala, dificuldade em articular as palavras), disglossias
(distúrbios na articulação, decorrentes de anomalias na língua, palato, arcada dentária
ou lábios), disfemia (gagueira, desordem na fala), disfazia (perturbação na linguagem,
associada a uma lesão cerebral) e hiperatividade (impulsividade acarretando prejuízo
nas relações sociais).

3 METODOLOGIA

A pesquisa científica é fruto de uma investigação cuidadosa, na busca de


resolver um problema, com auxílio de recursos científicos. Sendo está uma inquirição,
procedimento sistemático, com objetivo de interpretar fatos, uma realidade específica.
Os métodos qualitativo e quantitativo são originários de pesquisas nas áreas
de ciências exatas, o quantitativo tem relação a adoção de metodologias dedutivas,
objetivas e buscando uma descoberta. O qualitativo tem origem antropológica, com
descoberta, identificação e descrição rica e aprofundada. Cada abordagem tem
limitações e vantagens, e o fator determinante é a abordagem que será utilizada e a
natureza do tema a ser pesquisado.
63

3.1 Tipo de pesquisa

O presente artigo teve como metodologia a pesquisa bibliográfica exploratória e


qualitativa. Para Fonseca (2002) a pesquisa bibliográfica ocorre mediante o
levantamento de teorias publicadas em livros, artigos científicos, escritos ou
eletrônicos, sendo que todos os trabalhos científicos começam através de pesquisa
bibliográfica.
A pesquisa qualitativa, segundo Minayo (2007) considera os valores,
significados, para além das variáveis. Atualmente, é utilizada nas áreas da Psicologia
e Educação, quando inicialmente eram aplicadas na Antropologia e Sociologia. A
pesquisa qualitativa preocupa-se com o fenômeno, a descrição, compreensão e
explicação das relações de um fenômeno específico, buscando resultados nas
investigações teóricas e dados empíricos.
Zanella (2013) fala que a pesquisa qualitativa utiliza métodos indutivos, com
objetivo de obter uma descoberta, de forma detalhada e aprofundada.
Gil (2008) fala que as pesquisas exploratórias procuram desenvolver,
esclarecer conceitos, formulando hipóteses que possam ser consultadas em estudos.
Entre os tipos de pesquisas, essas são as com menor rigidez, por envolver
levantamento bibliográfico e documental, entrevistas abertas e estudos de casos. As
pesquisas exploratórias procuram dar uma visão mais ampla acerca de um fato.
Geralmente, é escolhida quando o tema em questão foi pouco abordado, dificultando
formular hipóteses precisas, sendo necessária uma delimitação, com revisão literária,
discussões e o produto final é um problema esclarecido e possível de ser investigado
de forma sistemática.
Severino (2013) fala que a pesquisa bibliográfica é feita por intermédio do
registro disponível, através de pesquisas já existentes, documentos impressos, livros,
artigos e teses, onde os dados já trabalhados e os textos são as fontes da pesquisa,
assim o pesquisador analisa as contribuições de outros estudos teóricos.
Segundo Lakatos e Marconi (1992) a pesquisa bibliográfica é dividida em
fases, sendo a primeira a seleção do tema, uma dificuldade sem solução, encontrar
um objeto a ser investigado. Depois, elaborar um plano de trabalho, uma coleta de
dados bibliográficos. Em seguida, a fase da identificação onde o assunto é
reconhecido como um tema pertinente para estudo. A compilação, que seria a
sistematização do material, a análise e interpretação onde é feita a crítica ao material
pesquisado e a redação que seria qual tipo de trabalho científico, artigo, trabalho de
conclusão de curso, dissertação, entre outros.
Para Zanella (2013) a pesquisa qualitativa tem o ambiente como fonte de
dados, preocupa-se com o mundo empírico. A pesquisa qualitativa é descritiva, pois
descreve fenômenos e os resultados são transcritos de forma documental, a
preocupação está em conhecer como o fenômeno acontece, com o processo,
analisando os dados mediante um processo de baixo para cima.
Para Minayo (1996 apud ZANELLA, 2013) às críticas, a pesquisa qualitativa,
são:

[...] o empirismo de que são acometidos muitos pesquisadores que passam a


considerar ciência a própria descrição dos fatos que lhes são fornecidos pelos
atores sociais. [...]; a ênfase na descrição dos fenômenos em detrimento da
análise dos dados; o envolvimento do pesquisador com seus valores,
emoções e visão de mundo na análise da realidade; e a dificuldade em si de
64

trabalhar com “estados mentais”. (MINAYO apud ZANELLA, 2013, p. 101)


Contudo, o autor questiona a restrição da realidade social em relação ao
método utilizado, onde o objeto de estudo seria a sociedade. Os pesquisadores
costumam começar com questões amplas e posteriormente, tornam-se mais
específicas, à medida que as análises vão surgindo ao longo do processo de coleta
de dados, sendo nesse tipo de pesquisa a análise e coleta de dados ocorrem de forma
integral, simultaneamente.

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados são alcançados depois do levantamento sobre a bibliografia


pesquisada, onde temos que analisar os teóricos comparando discussões e exemplos
para chegar a uma teoria, dentre os quais destacamos.

AUTOR TÍTULO RESULTADO DISCUSSÃO


MIETTO A importância da A neurociência da A neurociência e
neurociência na aprendizagem estuda o as conexões
educação. funcionamento do neuronais no
cérebro. É o momento da
entendimento de como aprendizagem.
as redes neurais são
estabelecidas no
momento da
aprendizagem, como
também a forma que os
estímulos chegam ao
cérebro, e como as
memórias se
consolidam, e de como
temos acesso a essas
informações
armazenadas.
FERREIRO, Desenvolviment As crianças participam O educador deve
Emília. o da ativamente do seu valorizar as
Alfabetização: conhecimento, construções
psicogênese. construindo hipóteses de espontâneas das
escrita. Acreditando que crianças. A autora
a alfabetização é um descreve a
processo de construção apropriação da
e representação da escrita em três
linguagem, indo além da níveis.
repetição de letras.
BLANCO, Neurociência e A neurociência cognitiva O educador deve
Ozana das os cinco como a ciência que associar a
Graças sentidos na procura compreender e neurociência com
Paccola; educação. explicar as relações a educação para
NAVAJAS, entre o cérebro, as obter resultados
Paulo Farah. atividades mentais significativos na
superiores e o aprendizagem do
65

comportamento. A aluno.
aprendizagem desenha
a neuroplasticidade e
pode ser entendida como
um processo através do
qual o sistema nervoso
cerebral reestrutura
funcionalmente as suas
vias de processamento e
representações de
informação.
COSENZA, R. Neurociência e As neurociências não A neurociência é
M. e GUERRA, educação: como buscam modificar a uma ciência que
L. o cérebro pedagogia, muito menos surgiu na década
aprende. tem uma saída para as de 60, e os
dificuldades de progressos das
aprendizagem, contudo neurociências
buscam fundamentar as permitem um
práticas pedagógicas olhar mais
com estratégias que científico do
respeitem o desenvolvimento
funcionamento cerebral. da aprendizagem.
FERREIRO, Psicogênese da Falam sobre os aspectos As crianças vão
E.; língua escrita. linguísticos da desestabilizando
TEBEROSKY, Psicogênese da língua a hipótese silábica
A. escrita, ao descrever as até que a criança
hipóteses, seguindo uma tenha coragem
linha regular, nos três suficiente para se
períodos, percorrendo os comprometer em
níveis pré-silábico, seu novo
silábico, silábico- processo de
alfabético, alfabético. construção.

Vygotsky, L. S. Obras Destaca que o Em cada etapa


escogidas desenvolvimento do
psicológico acontece desenvolvimento,
com intervalos de há uma nova
períodos longos e estrutura de
estáveis e períodos idade, essa
curtos de crise. No estrutura consiste
período de estabilidade, nas relações entre
os desenvolvimentos as funções
ocorrem com pequenas psicológicas, com
mudanças na foco nas
personalidade, nos interrelações, a
períodos curtos ocorrem cada idade as
mudanças repentinas na funções
personalidade psicológicas
reestruturando as integram o
necessidades da desenvolvimento,
66

criança. as estruturas
anteriores
modificam-se
surgindo novas à
medida que a
criança cresce.
CAGLIARI, Alfabetização e Não devemos corrigir Precisamos
Carlos. linguística. demais as crianças, é motivar as
necessário permitir que crianças para que
aprendam, reflitam, elas possam
pratiquem a construir suas
autocorreção. O ato de representações,
corrigir tudo que a expressar suas
criança faz, não permite hipóteses,
que ela reflita sobre a imaginar o que
sua opção. pode ser a escrita.

Piaget, J. Seis estudos de Em cada estágio do O conhecimento


Psicologia. desenvolvimento, é é originado por
estabelecido por uma meio de uma ação
forma particular de sobre o objeto,
equilíbrio e uma sendo uma
sequência de evolução construção
mental, sendo a epistemológica
aprendizagem o ativa, pois os
conhecimento adquirido sujeitos são ativos
através das experiências no processo de
individuais e sociais. Os desenvolvimento
estágios do cognitivo,
desenvolvimento da compreendendo,
criança e adolescente, criando,
leva em consideração as construindo e
funções superiores da reconstruindo,
inteligência e afetividade, sendo um uma
a psicologia genética pesquisa do
contribuiu para uma educando para
pedagogia ativa. Para o que ele reconstrua
autor essa pedagogia o conhecimento e
busca que a criança não que este seja
chegue ao seu apenas
desenvolvimento pleno. transmitido.

Tabela 1. Demonstrativo dos resultados


Fonte: Elaboração própria (2020)

Na tabela acima temos a referência dos autores que mais contribuíram para
essa pesquisa, no que concerne a área de neurociências, temos: Mietto, Blanco e
Navajas, Cosenza e Guerra; em aprendizagem: Ferreiro, Ferreiro e Teberosky,
Vygotsky, Piaget e Cagliari, como também o resumo encontrado na obra e a discussão
67

relacionada com a neurociências e as dificuldades de aprendizagem.

5 CONCLUSÃO

O artigo desenvolvido ensejou analisar as contribuições da


neuropsicopedagogia na metodologia de aquisição da leitura em crianças com
problemas de aprendizagem, expostas pelos autores mencionados, que destacam a
importância da neurociência e da neuropsicopedagogia como ferramentas de apoio
para o professor em sua prática pedagógica.
É necessário ressaltar que o educador necessita saber como transmitir os
conteúdos, principalmente para aquelas crianças que manifestam déficits na
aprendizagem, fazendo as intervenções necessárias, pois cada criança é singular na
aquisição do conhecimento. E que esses conhecimentos são transformados e
aprimorados pelas crianças para compreender como ocorre o processo de aquisição
da escrita, considerando seus conhecimentos pré-existentes e suas vivências além
da sala de aula.
Deste modo, concluímos que o triunfo do desenvolvimento da leitura e escrita
se dá pela intervenção do posicionamento do educador em despertar no aluno o
encantamento pela descoberta de ler e escrever, desenvolvendo a sua capacidade de
pensar, agir e crescer, propiciando atividades significativas, levando em conta o
desenvolvimento cognitivo de cada um. Tornando-o um sujeito ativo, participativo do
desenvolvimento da aprendizagem, sentindo-se valorizado e com um olhar social
amplificado.

REFERÊNCIAS

AVELINO, Wagner Feitosa. A neuropsicopedagogia no cotidiano escolar da


Educação Básica. Rev. Educação em Foco, Edição nº 11, 2019. Disponível
em:<https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2019/06/0
03_A-NEUROPSICOPEDAGOGIA-NO-COTIDIANO-ESCOLAR-DA
EDUCA%C3%87%C3%83O-B%C3%81SICA.pdf>.Acesso em: 04/12/2020.

AZENHA, M. G. Construtivismo: de Piaget a Emilia Ferreiro. 4ª edição, São Paulo:


Ática, 1995.

BASTOS, Lijamar de Souza; ALVES, Marcelo Paraíso. As influências de Vygotsky


e Luria à neurociência contemporânea e à compreensão do processo de
aprendizagem. Rev. Práxis. V- 5, n. 10, 2013.

BLANCO, Ozana das Graças Paccola; NAVAJAS, Paulo Farah. Neurociência e os


cinco sentidos na educação. Rev. Acadêmica. V.1, n.1, 2017.
CARVALHO, Fabrícia Bignotto de. CRENITTE, Patrícia Abreu Pinheiro. CIASCA, Sylvia
Maria. Distúrbios de aprendizagem na visão do professor. Rev. psicopedag. vol.24
no.75. São Paulo, 2007. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862007000300>
Acesso em: 02/12/2020.

CAGLIARI, Carlos. Alfabetização e linguística. 10. ed. São Paulo: Scipione, 2001.
COSENZA, R. M. e GUERRA, L. Neurociência e educação: como o cérebro aprende.
68

Porto Alegre: Artmed, 2011.

FERREIRO, Emília. Desenvolvimento da Alfabetização: psicogênese. In:


GOODMAN, Yetta M. (Org.). Como as Crianças Constroem a Leitura e a Escrita:
perspectivas piagetianas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995, p.22-35.

FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana


Myriam Lichtenstein et al. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.


Apostila.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas,
2008.

GROSSI, M. G. R.; GROSSI, V. G. R.; SOUZA, J. R. L. M. E SANTOS, E.D.S. Uma


reflexão sobre a neurociência e os padrões de aprendizagem: a importância de
perceber as diferenças. Debates em Educação - ISSN 2175-6600. Maceió, Vol. 6, n.
12, Jul./Dez. 2014 p. 93-111.

LAKATOS, Eva Maria. MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho


científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório,
publicação e trabalhos científicos. São Paulo: Atlas, 1992.

MIETTO, V. L. A importância da neurociência na Educação. 2012. Disponível em:


https://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com/. Acesso em: 22/11/2020.

MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento. 10. ed. São Paulo: HUCITEC,


2007.

PIAGET, J. Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense universitária, 1998.

RAQUEL ARAUJO, Do Valda Silva, et, al. Papel das Sinapses Elétricas em Crises
Epilépticas. Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology, 2010. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/jecn/v16n4/06.pdf>. Acesso em 20/11/2020.

RATO, J. R.; CALDAS, A. C. Neurociências e educação: Realidade ou ficção? Actas


do VII Simpósio Nacional de Investigação em Psicologia. Universidade do Minho,
Portugal, 4 a 6 de Fevereiro de 2010.

SEVERINO, Antônio Joaquim, 1941- . Metodologia do trabalho científico [livro


eletrônico] / Antônio Joaquim Severino. -- 1. ed. -- São Paulo: Cortez, 2013.

SBNPp. Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia. 2016


Disponível online em: <www.sbnpp.com.br>>. Acesso em 03/12/2020.

TABAQUIM, Maria L. M. Avaliação Neuropsicológica nos Distúrbios de


Aprendizagem. In Distúrbio de aprendizagem: proposta de avaliação
interdisciplinar. Org. Sylvia Maria Ciasca. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.

Vygotsky, L. S. Obras escogidas (vol.IV). Madrid: Visor, 1996.


69

ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de pesquisa. Florianópolis:


Departamento de Ciências da Administração/ UFSC, 2013.

AUTISMO: A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA


NO CONTEXTO EDUCACIONAL E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

(AUTISM: THE IMPORTANCE OF NEUROPSYCHEDOPEDAGOGICAL


INTERVENTION IN THE EDUCATIONAL CONTEXT AND ITS CONTRIBUTIONS TO
LEARNING AND COGNITIVE DEVELOPMENT)

Tíssia Piccinini Ferreira Maranhão Pontes¹


Rosângela Couras Del Vecchio²
Silvia Letícia Martins de Abreu³

RESUMO
O presente artigo aborda assunto Autismo: A importância da intervenção
neuropsicopedagógica no contexto educacional e suas contribuições para a
aprendizagem e desenvolvimento cognitivo. Tendo como objetivo geral apresentar a
importância da intervenção neuropsicopedagógica nas instituição de ensino básica e
suas contribuições para a aprendizagem de alunos no espectro autista. Os objetivos
específicos visam mostrar a importância da intervenção neuropsicopedagógica em
escolas e suas contribuições para a aprendizagem de crianças e adolescentes
autistas. O estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, tendo em vista que foram
utilizados material já publicado como: livros, artigos e teses. Concluímos que uma
intervenção neuropsicopedagógica é bastante enriquecedora para o aprendizado do
aluno com autismo tanto da criança como também do adolescente. Essa ciência
especializada na aprendizagem se faz necessária para disseminar esse novo olhar
tão indispensável para uma pedagogia integrada. É importante falar sobre o papel do
profissional da educação, discutir sobre a sua importância para o aluno.

Palavra-Chave: Intervenção neuropsicopedagógica. Aprendizagem. Autismo.


desenvolvimento cognitivo.
70

ABSTRACT

This article addresses the subject of Autism: The importance of


neuropsychopedagogical intervention in the educational context and its contributions
to learning and cognitive development. Having as a general objective to present the
importance of neuropsychopedagogical intervention in basic education institutions and
their contributions to the learning of students in the autistic spectrum. Specifics aim to
show the importance of neuropsychopedagogical intervention in schools and their
contributions to the learning of autistic children and adolescents. The study is a
bibliographic search, considering that already published material was used, such as:
books, articles and theses. We conclude that a neuropsychopedagogical intervention
is quite enriching for the learning of students with autism, both for children and
adolescents. This science specialized in learning is necessary to disseminate this new
look so indispensable for an integrated pedagogy. It is important to talk about the role
of the education professional, to discuss its importance for the student.

Keyword: Neuropsychopedagogical intervention. Learning. Autism. Cognitive


development.

1 INTRODUÇÃO

Transtorno do espectro do autismo é assim chamado pois compreende níveis


que vão do mais leves até os mais graves, pessoas com essa condição possuem
graus de dificuldade e características que variam de indivíduo para indivíduo. O
autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta áreas importantes como:
comunicação, interação social e comportamento, segundo a SBP (2019), trata-se de
um transtorno que se caracteriza também por ser permanente, não havendo assim
uma cura, mas há intervenções que podem alterar o prognóstico e suavizar os
sintomas. Por isso o diagnóstico precoce é importante, para que a criança tenha a
possibilidade de uma intervenção precoce o que a ajudará no seu desenvolvimento
escolar. É necessário que professores e funcionários da escola estejam atentos aos
sintomas, a fim de orientar os pais e adaptar a vida escolar da criança para que ela
possa aprender no seu tempo e a seu modo.
A neuropsicopedagogia é uma importante ferramenta no contexto escolar, essa
área do conhecimento que vem se desenvolvendo e agregando novas formas de
intervenção, reúne três importantes ciências: a neurociência, psicologia e pedagogia,
trazendo assim inovações que facilitam a avaliação e a intervenção de alunos com
dificuldades na aprendizagem. Esse profissional apresenta um novo olhar, um olhar
integrado que avalia o aluno por completo, percebendo o mesmo como um ser
biopsicossocial.
O presente artigo pretende responder a seguinte questão: Qual a importância
da intervenção neuropsicopedagógica no contexto educacional para a aprendizagem
e desenvolvimento cognitivo de alunos com autismo?
Tem como objetivo geral apresentar a importância da intervenção
neuropsicopedagógica no contexto educacional e suas contribuições para a
aprendizagem e desenvolvimento cognitivo de alunos no espectro autista. Assim como
os objetivos específicos visam mostrar a importância da intervenção
neuropsicopedagógica em escolas e como essa ciência pode contribuir para facilitar
o processo de aprendizagem de crianças e adolescentes autistas.
71

Essa pesquisa é relevante para discutirmos os avanços e progressos que essa


ciência trouxe para auxiliar o desenvolvimento de práticas que possibilitam a
aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo dos aprendentes com algum transtorno
do desenvolvimento. Esse trabalho justificasse mediante a dificuldade que as escolas
possuem em adequar o ensino aos alunos autistas, há uma deficiência no
planejamento escolar que necessita ser diferenciado.
O presente artigo está dividido em cinco seções. Na primeira trata-se da
introdução, justificativa, a problemática da pesquisa e os objetivos. Na segunda seção
trata-se do referencial teórico, onde inicialmente é apresentada uma breve abordagem
sobre a importância da intervenção neuropsicopedagógica nas instituição de ensino
básica e suas contribuições para a aprendizagem de alunos no espectro autista. A
terceira seção descreve sobre metodologia utilizada na pesquisa e na quarta vem a
análise de dados e por fim na quinta as considerações finais. Finalizando, com a
conclusão que mostra se os objetivos foram atingidos, se a metodologia foi adequada
e responde a problemática direcionadora do estudo proposto.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A neuropsicopedagogia é uma ciência que busca unir conhecimentos da


neurociência, psicologia e pedagogia. Reúne as 3 áreas distintas para que assim
possa compreender como ocorre o processo de aprendizagem e o funcionamento do
sistema nervoso, buscando assim um entendimento mais completo de como ocorre
esse processo não apenas no âmbito biológico, mas também social.

Artigo 10. A Neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar,


fundamentada nos conhecimentos da Neurociências aplicada à educação,
com interfaces da Pedagogia e Psicologia Cognitiva que tem como objeto
formal de estudo a relação entre o funcionamento do sistema nervoso e a
aprendizagem humana numa perspectiva de reintegração pessoal, social e
educacional, descrito no Artigo 10. (SBNPp 2020, p.03)

Essa ciência nos mostrar que apesar de existir um processo comum a todos
os seres humanos, existem fatores que são individuais como: o contexto social e
cultural. Por tanto para as autoras Pohlmann e Moraes (2017) é exatamente essa
capacidade de compreender o processo de desenvolvimento da aprendizagem de
cada indivíduo, que temos a possibilidade de mudar e aperfeiçoar as perspectivas
educacionais e assim evidenciar que todo ser humano tem a capacidade de aprender.
Um novo campo de intervenção e especialização, onde o conhecimento
ultrapassa fronteiras e cria, com isso, novas possibilidades de aprender sobre
o aprender, ampliando olhares e oportunizando novas formas de
interrelacionar informações, conhecimentos e saberes. (Acosta, 2017. Pág.
33 apud BEAUCLAIR, 2014, p. 28).

Para Acosta (2019) a neuropsicopedagogia é uma área do conhecimento


interdisciplinar que, tem como direcionamento focal o processo de ensino-
aprendizagem, levando em consideração avaliação, diagnóstico e intervenção que
embasam a investigação do sujeito, contexto familiar, a escola e a sociedade. A
neurociência trouxe esse olhar complexo e completo, abandonando a ideia de que só
o aluno tem responsabilidade por sua dificuldade de aprender, é necessário
compreender que é preciso estar atento a um conjunto formado por: professor, aluno,
72

família, escola etc.


É essencial entender que o processo cognitivo do aprendiz na escola é uma
inter-relação entre o desenvolvimento e de fatores psicológicos, biológicos e culturais
acrescenta o autor Avelino (2019). O neuropsicopedagogo tem por objetivo intervir na
aprendizagem do aluno com dificuldades para aprender, mas também pode intervir
diretamente no ensino proporcionando ao professor uma visão de que o aluno é
emoção, memória, linguagem, é cognição, é atenção, que é preciso trabalhar todos
esses aspectos.

O ato de aprender é um ato complexo, não envolve somente a questão de


memorizar os conteúdos, é muito mais do que isso; aprender envolve
emoção, interação, alimentação, descanso, motivação entre outros. Permite
um melhor entendimento da aprendizagem e consequente aprimoramento da
didática. (BORGES,2016, p. 03)

Uma das maiores contribuições que a neuropsicopedagogia apresenta é o seu


olhar diferenciado para a educação inclusiva, para Borges (2016) o profissional
especializado tem a função de garantir e assegurar perspectivas inferidas em lei que
trabalha na essência do cognitivo, no desejo e na vontade de aprender melhorando e
ampliando habilidades e talentos latentes, também oferece atendimentos que avaliam
o que está impedindo o aprendizado e utiliza ferramentas para auto-superação
cognitiva, intelectual e emocional contribuindo com a crescente autoconfiança e
motivação para o aprendizado.
O aluno com autismo possui diferentes sintomas e por isso exige diferentes
adaptações e/ou intervenções. A escola precisa estar atenta aos sintomas e
necessidades de aprendizagem, que como explicado acima envolve vários fatores.
Será necessário capacitar a equipe com cursos sobre o autismo, planejar todas as
atividades que precisam estar adaptadas ao que o aluno consegue fazer inicialmente
para que avance gradativamente no ritmo deles, assim como as formas de ensinar
também podem e devem variar para incluir esse aluno, sendo assim esse processo
de integração de extrema importância para o sucesso desse aprendiz.
Apesar do Transtorno do Espectro Autista existir há muito tempo, ainda existe
muitos preconceitos e desinformação, inclusive nas escolas, elas ainda não sabem
como lidar com a criança autista, não sabe lidar com seus comportamentos e crises.
Fato é, existem algumas ferramentas que podem ser usadas, mas a principal é
empatia, aceitação, dedicação e conhecimento.

2.1 Alunos no espectro autista

Em 1943 Leo Kanner descreveu pela primeira vez o que hoje é o autismo
infantil, era denominado de Distúrbio Autístico do Contato Afetivo, segundo Tamanaha,
Perissinoto, Chiari (2008), comportamentais bastante específicos, foram descritos
pelo psiquiatra austríaco tais como: perturbações das relações afetivas com o meio,
solidão autística extrema, inabilidade no uso da linguagem para comunicação,
presença de boas potencialidades cognitivas, aspecto físico aparentemente, normal,
comportamentos ritualísticos, além de início precoce e incidência predominante no
sexo masculino.
As características essenciais do transtorno do espectro autista são prejuízo
persistente na comunicação social recíproca e na interação social e padrões
restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Esses
73

sintomas estão presentes desde o início da infância e limitam ou prejudicam


o funcionamento diário. O estágio em que o prejuízo funcional fica evidente
irá variar de acordo com características do indivíduo e seu ambiente. (DSM-
5, 2014, p. 53)

O aluno com TEA apresenta sintomas que dificultam a aprendizagem, mas não
impossibilitam. Os seus comportamentos repetitivos e ritualístico, ecolalias e déficits
no processamento sensorial tornam-se um desafio para os educadores que na sua
maioria ainda não possuem conhecimento suficiente para lidar de forma eficaz com
esses alunos. Compreender que certos comportamentos são necessários para a auto
regulação do indivíduo, ou saber que na presença de certos estímulos esse aluno vai
ter uma sobrecarga é essencial para o seu bem estar na escola.
Saber dos pais quais os sintomas que ele apresenta, se ele tem alguma
dificuldade na mudança de rotina, rituais, stims, hiper/hiposensibilidade e seu
hiperfoco que pode ajudar na aprendizagem se usado como reforçador, essas
informações ajudam a evitar situações aversivas para a criança, assim como adaptar
a sala, por exemplo ter cuidado com certos estímulos visuais, táteis ou auditivos que
podem desorganizar a criança.
A aquisição da linguagem é um dos desafios educacionais, mas não podemos
esquecer que a linguagem não é somente a fala, mas sim o conseguir dizer “o que
deseja”, para isso é importante que o professor utilize a comunicação alternativa
através de fichas ou dicas visuais, o PECS é um exemplo de método eficaz. Esse
método facilita a comunicação e a compreensão quando atividades e símbolos são
associados, BATTISTI e HECK (2016, p. 18) “o método PECS trabalha através de
cartões e figuras em que a criança consegue se expressar, pois associa a imagem
com o que ela deseja”.
As emoções e sentimentos são importantes para o aprendizado de crianças
típicas e atípicas, portanto as relações sociais também o são, é preciso ter um vínculo
aluno – professor, no autismo a interação social é reduzida e o professor terá que criar
um vínculo de confiança com a criança e ao mesmo tempo trabalha a aceitação por
parte dos outros alunos e a inclusão na sala de aula.

Cabe assim ao professor a criação, a gestão, o planejamento e gestão do


envolvimento social da sala de aula (ou do ecossistema pedagógico) para
que se criem condições emocionais e afetivas ótimas para que a
aprendizagem, como ato cognitivo construído e co-construído, aconteça
efetivamente. (FONSECA 2016, p.370)

Quando o input emocional é adicionado à experiência de aprendizagem, o


cérebro capta e processa os estímulos de forma mais significativa e profunda,
facilitando a sua retenção e recuperação e, consequentemente, a elaboração
e regulação das respostas. A emoção guia a atenção e esta, por sua vez, guia
a memória e a aprendizagem. (FONSECA 2016, p.371)

Importante destacar a urgência de capacitar os profissionais da educação


quanto ao autismo, para que o ensino aprendizagem ocorra de forma saudável,
prazerosa, sem preconceitos e exclusões. “Para que o educador consiga fazer essa
relação sobre o que e como ensinar o aluno com autismo é necessária formação
adequada, caso contrário a metodologia utilizada em sala não servirá para alcançar o
objetivo desejado, que é a aprendizagem.” (BATTISTI e HECK, 2016, p. 18)

2.2 A importância da intervenção neuropsicopedagógica em escolas


74

A neuropsicopedagogia é uma área do conhecimento que vem crescendo no


Brasil, ela surgiu em 2008, pelo Centro Nacional de Ensino Superior, Pesquisa,
Extensão, Graduação e Pós Graduação (CENSUPEG), em Santa Catarina. Segundo
Pohlmann e Moraes (2017) o artigo “Desmistificación de lá neuropsicopedagogia” de
Jennifer Delgado Suárez foi a primeira publicação no campo científico que apresentou
história da trajetória desse novo campo do saber e as suas contribuições para a
educação. Fernandez (2010) citado por Pohlmann e Moraes (2017) descreve 3 pontos
explicativos da neuropsicopedagogia, apresentada por Suaréz: Educação, Psicologia
e Neuropsicologia. A educação refere-se à promoção de treinamento e educação para
o cidadão, a psicologia evidenciando os aspectos psicológicos de cada indivíduo e a
neuropsicopedagogia trazendo a teoria do cérebro trino.
Tendo como base o código de ética que orienta a prática do
neuropsicopedagogo a norma técnica inciso §2º do art. 30/2020 descreve o exercício
desse profissional em instituições educacionais: o conhecimento acerca do
fundamento da avaliação neuropsicopedagógica, que permeia as funções cognitivas,
assim como as legislações e políticas nacionais de inclusão. Também se faz
necessário o conhecimento em programas de intervenção neuropsicopedagógica e se
preciso sondagem acadêmica.
O autor Lima (2017) afirma que esse profissional observa a relação entre
aprendizagem e estruturas cerebrais, estruturas essas que quando danificadas
acarretam dificuldades na aprendizagem, ele baseia sua intervenção no conhecimento
das estruturas cerebrais envolvidas no processo de aprendizagem, investiga como o
cérebro conduz a construção do saber, do comportamento emocional o mapeamento
dos transtornos neuropsiquiátricos e estímulo a novas sinapses para uma
aprendizagem significativa.
Assim entende-se que a neuropsicopedagogia ocupa-se de avaliar alunos
com dificuldades na aprendizagem e/ou com transtornos que apresentem sintomas
ou comorbidades que interfiram na aprendizagem e a partir dessa avaliação ele
poderá adequar a melhor intervenção. A educação inclusiva também faz parte das
suas atividades, pois não basta tratar apenas a aprendizagem, é preciso saber se a
criança com dificuldade ou transtorno do desenvolvimento é aceita pela sociedade
escolar, pois a aceitação ou rejeição dos colegas impacta diretamente nas emoções.

As emoções dão sentido à vida humana enquanto nos adaptamos,


aprendemos, temos sucesso e fazemos amizades, mas igualmente elas
também emergem enquanto enfrentamos episódios, eventos e situações que
nos esmagam, magoam, ridicularizam e nos frustram e entristecem, por tudo
isto, as emoções e as expressões faciais e gestuais fornecem informações
adaptativas de enorme relevância para a aprendizagem, elas são
fenomenológicas porque são subjetivamente experienciadas e vivenciadas.
(FONSECA 2016, p.366)

Avaliar o estado emocional e psicológico da criança que sofre com algum déficit
na aprendizagem é de suma importância, conversar com os pais e professores pode
contribuir para uma melhor avaliação e compreensão.

A parceria família e escola favorece o sucesso no processo de ensino e


aprendizagem das crianças, como uma interface dialógica, um trabalho de
parceria, compromisso e responsabilidade para o desenvolvimento de
competências e habilidades, na busca por estratégias e condições favoráveis,
que minimizem as dificuldades e favoreçam uma aprendizagem significativa.
(LIMA, 2017, p. 84)
75

Segundo Lima (2017), após a identificação e avaliação do aprendente com


dificuldade na aprendizagem a intervenção deve prevenir e minimizar o fracasso nas
séries subsequentes. Esse autor chama a atenção para o fato de a intervenção ter
como base também que o aluno não é culpado por sua aprendizagem e que a escola
deve identificar o que não é eficaz na sua atuação.

2.2 Contribuições da ciência no processo de aprendizagem de crianças e


adolescentes autistas.

No atual contexto a ciência tem feito vários avanços no que diz respeito ao
diagnóstico do autismo e suas causas, mas ainda se tem muitos mistérios a serem
desvendados. Sabe-se que existe componentes genéticos e ambientais. Segundo
Fontenele e Lourinho (2020), o autista pode apresentar uma série de distúrbios que
sugerem uma lesão no sistema nervoso central. Outra hipótese que esses autores
trazem é do neurônio-espelho que “por neurônios-espelho compreendem-se múltiplos
circuitos neuronais especializados em executar e compreender ações e intenções de
outras pessoas, o significado social do comportamento delas e suas emoções”
(Fontenele e Lourinho, 2020, p. 6).
A neurociência, segundo Blanco e Navajas (2017), é uma área da ciência que
utiliza das disciplinas biológicas que estudam o sistema nervoso normal e patológico,
focando especialmente na anatomia e fisiologia do cérebro, reúne diversas áreas
como: teoria da informação e a semiótica, dentre outras. A neurociência está focada
no estudo do desenvolvimento cerebral, e uma de suas mais importantes funções é o
processo de aprendizagem. Esse campo da ciência trouxe diversas contribuições,
uma delas o estudo da aprendizagem que possibilitou nosso entendimento acerca do
que ocorre no cérebro e a descoberta da neuroplasticidade.
Tomazini (2017), apresenta duas importantes contribuições da neurociência: 1.
a ilimitada capacidade que o cérebro possui para aprender e se renovar; 2.as
mudanças que ocorrem no cérebro quando praticamos atividades físicas, treino
mental e em todos os momentos de nossas vidas. A aprendizagem tornou-se “a chave
do progresso e do desenvolvimento humano” (Tomazini, 2018, p. 559). Portanto é
essencial compreender que a aprendizagem é um processo que é inerente aos seres
humanos, ou seja, todos nós temos a capacidade de aprender.

Desta maneira, considera-se a aprendizagem como um processo


mediante o qual o indivíduo adquire informações, conhecimentos,
habilidades, atitudes, valores, para construir de modo progressivo e
interminável suas representações do interno (o que pertence a ele) e
do externo (o que está “fora” dele) numa constante interrelação
biopsicossocial com seu meio e fundamentalmente na infância, através
da ajuda proporcionada pelos outros. (Félix, 2011, p.83)

É importante ressaltar que a aprendizagem compreende diferentes


capacidades como: atenção/concentração, memória, emoções, linguagem e interação
social dentre outras. O autista pode apresentar dificuldade em uma dessas áreas.
Para Tomazini (2017), o professor pode trabalhar essas áreas em sala de aula,
utilizando de atividades artísticas de pintura, desenho, massinha, música, fantoches
para ter a atenção dos seus alunos, também para trabalhar a memorização. Utilizar
o tempo a seu favor, com atividades curtas e pausadas podem ser necessárias.
A interação social é essencial para nossa sobrevivência e autonomia,
76

autistas possuem prejuízos nessa área, o que dificulta seu aprendizado. O professor
poderá em conjunto com a família ensinar o contato visual, através de atividades
lúdicas: como dinâmicas, atividades em grupo, assim essa criança aos poucos irá
compreender melhor o que está a sua volta e como isso pode ser interessante. É
preciso estimular a independência, para que elas possam ter qualidade de vida.

Outro ponto importante que deve ser observado e trabalhado com a criança
autista, é a socialização. O autor aponta a brincadeira como um meio de
facilitar esse trabalho em grupo, principalmente os jogos, que são propícios
para descobrir os limites e valores sociais. Eles também estimulam a
interação, e consequentemente o desenvolvimento da linguagem.
(TOMAZINI, 2017, p. 561)

Uma ferramenta importante é o uso dos sentidos e interesses da criando e do


adolescente. “Nossos sentidos são as vias de acesso da informação ao cérebro”
(Blanco e Navajas 2017, p.363), são eles: tato, olfato, audição paladar. Um bebê
experimenta o mundo inicialmente pelo paladar através da sucção, do levar os objetos
até a boca e aprende que pode pegar os objetos, pode ver e sentir as diferentes
texturas, depois começa a reconhecer os cheiros, o bebê é guiado por experiências
sensoriais e é a partir delas que ele vai aprender a falar, distinguir sons e sabores,
reconhecer texturas, temperaturas, formas, sensações de dor e prazer etc. Segundo
Blanco e Navajas (2017, p.364), é através da experiência sensorial que se obtém todo
o conhecimento, ou seja, o conhecimento vem dos cinco órgãos dos sentidos (ver,
ouvir, sentir, degustar e cheirar), que são os canais de captação de novas informações.
Alguns autistas possuem um déficit no processamento sensorial, ou seja,
eles experimentam um estímulo demasiadamente ou em nível tão brando que
precisam constantemente de estimulação. É necessário estar atento a essas
necessidades e entender qual a melhor forma de usar essa ferramenta, para que haja
o máximo de aproveitamento.
Um conhecimento básico de neurociência por parte do professor contribuirá
para o maior entendimento de como o aluno aprende, qual a melhor forma de estimular
o desenvolvimento cognitivo, além de auxiliar na elaboração de estratégias de ensino
adaptativas. Entender o processo de aprendizagem como um todo complexo se faz
necessário para que assim seja possível olhar para o aluno sem rótulos.

O diagnóstico presente no DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de


Transtornos Mentais), enquanto instrumento de avaliação clínica,
pertence ao médico, profissional da área da saúde. Não cabe ao
professor supervalorizar o diagnóstico, tão pouco fazer desse
instrumento clínico um rótulo, um estigma na relação com os alunos.
(FONTENELE E LOURINHO, 2020, p. 7).

As instituições de ensino precisam inserir esse novo olhar em todos os seus


âmbitos, para que assim haja uma integração no trabalho em prol do desenvolvimento
dos alunos. Segundo Fontenele e Lourinho (2020), é importante o educador estimular
as funções executivas, atividades de vida diária, questões afetivas e a capacidade de
evoluir, acrescenta ainda que as atividades devem ser motivadoras e refletir suas
necessidades, mas para isso é preciso entender as funções cerebrais e as áreas
cognitivas mais prejudicadas, para um fazer pedagógico inclusivo.

3.METODOLOGIA
77

Uma pesquisa cientifica necessita de estrutura sistemática, para que os


autores alcancem seu objetivo principal que é responder a pregunta-problema,
segundo os autores Menezes, Duarte, Carvalho e Souza (2019 p. 11) “a pesquisa
corresponde a um conjunto de ações que deve seguir uma série de procedimentos
previamente definidos através de um método baseado na racionalidade a fim de se
encontrarem resultados e respostas a um problema previamente apresentado”.
Esse trabalho se faz necessário para o surgimento e expansão de novos
conhecimentos, “é um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que
permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo de
conhecimento” (LAKATOS E MARCONI, 1992 p. 42 apud ANDER-EGG, 1978, p.28).
O estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, tendo em vista que foram
utilizados material já publicado como: livros, artigos e teses. Ainda segundo os autores
Lakatos e Marconi (1992, p.43) “trata-se de levantamento de toda a bibliografia já
publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e impressa escrita. Sua
finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito
sobre determinado assunto.”
O presente artigo foi iniciado com a abordagem qualitativo, por se tratar de
um trabalho que não há uso de estatísticas, mas que “considera que há uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo
objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números”
(KAUARK; MANHÃES; MEDEIROS, 2010, p.26). Segundo os mesmos autores é uma
abordagem descritiva e que tem por característica a análise de dados indutivamente.
Foi realizado uma pesquisa exploratória que objetiva explanar o problema
proposto no artigo, para Kauark; Manhães; Medeiros (2010, p.28), o objetivo desse
método é proporcionar “maior familiaridade com o problema, tornando explícito”. Por
tanto utilizou-se essa configuração para realizar o trabalho de pesquisa aqui proposto,
por melhor se encaixar nos objetivos dos autores.

4 DISCUSSÕES E RESULTADOS

De acordo com Fonseca, V. (2016) em seu artigo Importância das emoções na


aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica “As emoções fornecem
informações sobre a importância dos estímulos exteriores e interiores do
organismo, e também, sobre as situações-problema onde os indivíduos se
encontram envolvidos num determinado contexto”. Para o autor, as
emoções devem ser observadas e trabalhadas em sala de aula. Destaca a
importância das emoções e do vínculo afetivo aluno-professor para o
sucesso escolar.
O autor Tomazini, A. S (2018) afirma no seu estudo sobre A neurociência e
seus benefícios na educação da criança autista “as pesquisas sobre a estrutura e o
funcionamento do cérebro, somados às relações deste como nossas manifestações
mentais e comportamentais, vêm produzindo muitos impactos na educação e nos
processos de aprendizagem”. Ele discorre sobre a importância do processo de
inclusão nas escolas, que hoje é um dos principais desafios. O autor afirma a
complexidade por detrás da educação inclusiva e como a neurociência pode agregar
conhecimento no intuito de aperfeiçoas as técnicas e ferramentas de avalição e ensino
Fontenele, M. A.V.; Lourinho, L. A. (2020) - Perspectiva da neurociência no
transtorno do espectro do autismo –TEA e a - formação de professores, as autoras
78

desse artigo concluíram que ‘Deste modo, é preciso que o professor busque
aprofundar os conhecimentos relativos ao assunto para atuarem com crianças com
autismo”. Ou seja, os diagnósticos de autismo aumentaram e a demanda por escolas
que trabalhem a inclusão também cresceu, e o contexto educação precisa se adaptar
com urgência, assim é importante o conhecimento das bases da neurociência para
entender qual a metodologia mais adequada, entender os comportamentos,
comunicação alternativa e tantos outros conhecimentos. Com isso vê-se a importância
da escola estar atenta à necessidade de capacitar seus educadores, para que haja
inclusão e um trabalho eficaz que contribua para um desenvolvimento emocional e
social.

5 CONCLUSÃO

Conclui-se que uma intervenção neuropsicopedagógica é bastante


enriquecedora para o aprendizado do aluno com autismo tanto da criança como
também do adolescente. Essa ciência especializada na aprendizagem se faz
necessária para disseminar esse novo olhar tão indispensável para uma pedagogia
integrada. É importante falar sobre o papel do profissional da educação, discutir sobre
a sua importância para o aluno. Até pouco tempo, o aluno era responsabilizado pela
sua dificuldade e rotulado quanto ao seu diagnóstico como um sujeito que não vale a
pena investir. O professor precisa conhecer a sua importância, saber que a maneiro
como ele olha e/ou enxerga o aluno impacta diretamente no aprendizado, e para isso
esse profissional não deve ter preconceitos, para fazer a diferença é indispensável
que ele deixe em suspenso o diagnóstico, para que assim possa ter a oportunidade
de conhecer seus alunos, como sujeito biopsicossocial.
O olhar diferenciado da neuropsicopedagogia se faz necessário nas
instituições de ensino superior também, pois assim esse conhecimento irá contribuir
para a formação de novos pedagogos, para que após a conclusão da graduação eles
busquem aprimorar seus conhecimentos acerca da aprendizagem de crianças
neuroatípicas, evitando assim que esses profissionais se sintam despreparados e
desmotivados para ensinar crianças e adolescentes autistas.

BIBLIOGRAFIA

ACOSTA A. L. A. O profissional da neuropsicopedagogia em sala de aula. Rio de


Janeiro, 2019.

AVELINO, W.F. A neuropsicopedagogia no cotidiano escolar da educação


básica- Revista Educação em Foco – Edição nº 11 – Ano: 2019.

BATTISTI, A.V; HECK, G. M. P. A inclusão escolar de crianças com autismo na


educação básica: teoria e prática. Chapecó, 2015.

BLANCO O. G. P.; P. F. Navajas. Neurociência e os cinco sentidos na educação.


Revista de Pós-Graduação Multidisciplinar, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 361-368, mar./jun.
2017. ISSN 2594-4800 | e-ISSN 2594-4797 | doi: 10.22287/rpgm.v1i1.549

BORGES, A. M. R. Como a neuropsicopedagogia aperfeiçoa á aprendizagem na


educação especial em Marabá, Marabá, 2016.
79

CARDOSO, A. A. et. al. Transtorno do Espectro Autista. Manual de Orientação


departamento científico de pediatria do desenvolvimento e comportamento. Nº 05,
abril de 2019. São Paulo, 2019.

FONSECA, V. - Importância das emoções na aprendizagem: uma abordagem


neuropsicopedagógica. Rev. psicopedag. vol.33 no.102 São Paulo, 2016.

FONTENELE, M. A.V.; LOURINHO, L. A. - Perspectiva da neurociência no


transtorno do espectro do autismo –TEA e a formação de professores. Braz. J. of
Develop., Curitiba, v.6, n.11,p.84539-84551, nov.2020.ISSN 2525-8761

KAUARK, F.; MANHÃ, F. C; MEDEIROS, C. H - Metodologia da pesquisa: Itabuna:


Via Litterarum, 2010.

LAKATOS, E.M; MARCONI, M. A. – Metodologia do trabalho científico:


procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projetos e relatório, publicações e
trabalhos científicos - 4 ed. São Paulo: Atlas, 1992.

LIMA, F.R. Sentidos da intervenção neuropsicopedagógica nas dificuldades de


aprendizagem na pré-escola; EDUCA – Revista Multidisciplinar em Educação, v.4,
n.7, p. 78-95, jan/abr, 2017. e-ISSN: 2359-2087

American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos


mentais [recurso eletrônico]: DSM-5 / [American Psychiatric Association; tradução:
Maria Inês Corrêa Nascimento ... et al.] ; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli ...
[et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2014.

MENEZES, A.H.N; DUARTE, F.R; CARVALHO, L.O.R; SOUZA, T.E - Metodologia


científica: teoria e aplicação na educação a distância - Petrolina-PE, 2019

POHLMAN, N; MORAES, C. M. Z. - Contribuições da neuropsicopedagogia para


o desenvolvimento da aprendizagem e da memória. v. 2 n. 1 (2017): Revista de
Educação Dom Alberto.
http://revista.domalberto.edu.br/index.php/educacaodomalberto/article/view/337
Acesso:28/11/2020

SBNPp. Código de ética técnico profissional da Neuropsicopedagogia (2020).


Joinville/SC, 04 de maio de 2020.

TAMANAHA, A. C; PERISSINOTO, J; CHIARI, B. M. - Uma breve revisão histórica


sobre a construção dos conceitos do Autismo Infantil e da síndrome de
Asperger - Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2008;13(3):296-9

TOMAZINI, A. S - A neurociência e seus benefícios na educação da criança


autista. Revista Valore, Volta Redonda, 3 (2): pag.539-556, Jul/Dez/2018.
80

Você também pode gostar