Você está na página 1de 22

LAUDO TÉCNICO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) PRESIDENTE DA


17ª VARA DO TRABALHO DE GOIÂNIA - GO.

Referências:
PROCESSO: 0010998-57.2017.5.18.0017
Reclamante: KENNEDY SILVA DINIZ
Reclamada: TORNEADORA GUIMARÃES LTDA - ME

JORGE SALEM BARBAR, Brasileiro, Engenheiro Mecânico e Engenheiro de Segurança do


Trabalho, CREA 12952/D-GO, residente à Rua 1025, nº 443, Apartamento 301, Setor Pedro
Ludovico, CEP. 74823-100, Goiânia-GO, Tel. (62) 3255-3890, agradece a confiança e deferência do
(a) MM. Juiz (a) de sua nomeação como perito nestes autos, e tendo concluído a perícia do referido
processo, vem solicitar perante Vossa Excelência, o arbitramento dos honorários periciais em
R$ 2.000,00 (Dois mil Reais).

Justificativa:
Grau de especialização do profissional (perito): 3º Grau acompanhado de especialização
“latu sensu” na área de engenharia de segurança do trabalho, com inclusão de atribuições
profissionais, além de cursos capacitantes na área de perícias judiciais;
Complexidade: O laudo somente pode ser realizado por profissional pós-graduado e que,
além disso, detenha um mínimo de conhecimentos jurídicos;
Duração dos trabalhos, Aproximadamente 36 horas
trabalhadas: o Resposta aos quesitos e aos vários subitens;
o Local da perícia: Necessidade de atividade de campo, na qual o Perito tem que
se deslocar em veículo próprio até o local da perícia, com ônus do combustível
e desgaste do veículo.

Também vem requerer que no eventual levantamento do crédito trabalhista, mediante acordo
ou execução de sentença, seja reservado o valor relativo aos honorários periciais supracitados,
acrescidos das devidas correções, atualizações monetárias e juros legais, até a data do efetivo
pagamento. Que o mesmo seja depositado na Caixa Econômica Federal, posto da Justiça do Trabalho
e que este perito seja avisado da concretização do referido depósito ou na conta do Banco Itaú
disponibilizada no cadastro do Perito.

Nestes Termos.
Pede Deferimento.

Goiânia - GO, 26 de Outubro de 2017.

Jorge Salem Barbar


Engenheiro Mecânico
Engenheiro de Segurança do Trabalho
CREA: 12952/D-GO

Página 1 de 22
LAUDO TÉCNICO

Fone: (62)36243536 | (62)999011984


E-mail: salem@jmengenharias.com.br

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) PRESIDENTE DA


17ª VARA DO TRABALHO DE GOIÂNIA - GO.

Referências:
PROCESSO: 0010998-57.2017.5.18.0017
Reclamante: KENNEDY SILVA DINIZ
Reclamada: TORNEADORA GUIMARÃES LTDA - ME

JORGE SALEM BARBAR, Brasileiro, Engenheiro Mecânico e Engenheiro de Segurança do


Trabalho, CREA 12952/D-GO, residente à Rua 1025, nº 443, Apartamento 301, Setor Pedro
Ludovico, CEP. 74823-100, Goiânia-GO, Tel. (62) 3255-3890, agradece a confiança e deferência
do(a) MM. Juiz(a) de sua nomeação como perito nestes autos e tendo concluído a perícia do referido
processo, vem apresentar perante Vossa Excelência, o “Laudo Pericial Técnico em Insalubridade”,
com respostas a todos os quesitos formulados pelas partes.

01. DADOS DA PERICIA

Ambas as partes foram avisadas por e-mail em 03/10/2017, da data e hora da perícia e
confirmaram o recebimento da comunicação.

Data da perícia: 10/10/2017 (Terça-Feira) Horário:


09h07 min às 11h03min.
Local: Dependências da empresa reclamada: Rua 10, Esquina com Dr. Irani Alves Ferreira, N° 425,
Quadra 29, Lote 77, Setor Marechal Rondon, Goiânia – GO.

Participaram da visita técnica para a perícia:

• Oltair Rosa Guimarães, proprietário administrador da empresa reclamada;


• Kennedy Silva Diniz, reclamante;
• Warlei Martins de Souza, Advogado do reclamado;
• Serjob Luis Trindade, Torneiro mecânico, funcionário da empresa à 20 anos;
• Diogo Ferreira Silva, Fresador Mecânico, funcionário da empresa aproximadamente à 13
anos;
• Raul Guimarães filho, Sócio operacional da empresa reclamada; • Nayara Cristina Freire,
auxiliar administrativa da empresa reclamada;
• Jorge Salem Barbar, perito designado.

02. OBJETO DA PERÍCIA

Conforme determinado na ata de audiência, o objeto desta perícia é a verificação se as


atividades ou operações desenvolvidas pelo reclamante se enquadram como insalubres.

Página 2 de 22
LAUDO TÉCNICO

03. METODOLOGIA APLICADA

• Visita ao local em que o reclamante exercia suas atividades;


• Informações obtidas com funcionários da reclamada;
• Análise qualitativa e quantitativa do local de trabalho;
• Aplicação das Normas Regulamentadoras - NR e Legislação Complementar.
04. IDENTIFICAÇÃO DO RECLAMANTE E SETOR DE TRABALHO

Nome: Kennedy Silva Diniz


Data de admissão: 10/02/2017
Data de demissão: 06/06/2017
Obs.: Reclamante afirma ter trabalhado na empresa até o dia 09/06/2017
Função: Torneiro mecânico
Setor de trabalho: Área de produção da empresa

05. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO

Atividade da empresa: Usinagem, fabricação e recuperação de peças


Atividade principal conforme cadastro nacional da pessoa Jurídica: Fundição de ferro e aço
Construção do local atual: Galpão em estrutura metálica com paredes em alvenaria e piso de
cimento. Pé direito em média de 8 m. Iluminação: Natural e lâmpadas fluorescentes Ventilação:
Natural e artificial.
Piso: Cimento

FOTO 01 – Área de produção da empresa. FOTO 02 – Área de produção da empresa.

06. LEVANTAMENTO DOS RISCOS, CONDIÇOES E AMBIENTE DE TRABALHO

6.1 - Descrição das atividades

Reclamante:

O reclamante participou da perícia e relatou todas as suas atividades e ambientes de trabalho:

Relatou que trabalhou como operador de torno mecânico (Torneiro mecânico).


Trabalhou sempre nos tornos mecânicos.
Afirmou que são quatro máquinas e operava qualquer uma delas.
Mudava de máquina conforme a demanda da produção.

Página 3 de 22
LAUDO TÉCNICO

Diariamente operava o torno e realizava soldas.


Operou sempre nos tornos e não trabalhou no setor de fresamento.

Realizava soldas em média de 03 horas diárias.


(Fato este contestado pelo Sr. Otair e pelos paradigmas.)

O reclamante afirmou que na maior parte das soldas era utilizado o processo de solda elétrica:
Solda elétrica: utilizava o eletrodo 6013 ou 7018. Ok 46.
Outros processos que também eram utilizados de forma eventual:
Solda MIG: utilizava apenas um tipo de arame. Solda
oxi acetileno: realizava solda latão.

Contato com produto químico:


O reclamante afirmou que utilizava um Óleo solúvel (refrigerante), produto verde para
limpeza do torno e que esta limpeza durava em torno de 40 minutos por dia.
( Este tempo de limpeza foi contestado pelo Sr. Otair e também contrário ao relato do
paradigma)
Vez ou outra utilizava óleo diesel, disse que era muito raro.

Sequência cronológica nas atividades:

HORÁRIO DESCRIÇÃO
8h00min Entrada para trabalhar
11h45min Pausa para almoço
13h00min Retorno ao trabalho após o almoço
16h00min Pausa para lanche
16h15min Retorno ao trabalho após o lanche
18h00min em média Encerramento da jornada de trabalho.

Algumas afirmações foram contestadas pelos outros participantes:

Relato do Paradigma Sr. Serjob:

Conforme relato do paradigma Sr. Serjob Luis Trindade, Torneiro mecânico:


Trabalha apenas nos tornos mecânicos.
Existe uma pessoa que tem a função exclusiva de realizar as soldas quando necessário.
Portanto não realizava solda, mas quando realiza o faz em média 03 vezes ao mês. Gasta
em média 10 minutos ao dia para fazer a limpeza do torno.

Relato do Sr. Otair:

Sr. Otair afirma que o reclamante recebeu os EPI´s.: protetor auricular e óculos.
Diz ainda que forneceu treinamentos.
Afirmou que o reclamante não tinha contato com produtos químicos.
E para limpeza utilizava o AJAX ou VEJA multiuso, diluído em água. Existe
um zelador para limpeza de peças.
Quanto ao óleo diesel, utilizam no máximo 3 litros quando necessário.

Página 4 de 22
LAUDO TÉCNICO

Sobre a solda:
Afirmou que não tem como ficar 3 horas fazendo solda, pois não teria utilidade como torneiro.
Nos 4 meses trabalhados não ficou mais que 8 horas na solda.

Sobre a limpeza do equipamento:


Não gastava mais que 10 a 15 minutos por dia para realizar a limpeza.

6.2 – Riscos ocupacionais a observar a possibilidade de insalubridade.

Com base na identificação do local de trabalho e relatos do reclamante, verificou-se a


possibilidade de identificar possível insalubridade em relação aos seguintes riscos ambientais:

Risco Agente / Fonte geradora EPI / medidas necessárias Tempo de exposição


Ruído / máquinas e Protetor auricular quando o nível
Físico equipamentos da área de for superior ao limite permitido. Permanente.
produção.
- Óleo diesel - Óculos, luvas, avental, máscara, Diário com tempo
Químico Solução química vestimenta apropriada. extremamente
desengraxante. reduzido.
Solda elétrica, Solda Mig
Químico e oxi acetileno /Fumos Mascaras Intermitente
metálicos.

Risco físico ruído:


O local onde o reclamante trabalhou não é totalmente fechado, existe produção de ruído
devido ao funcionamento de vários equipamentos na área de produção.
Risco químico devido a utilização de produtos químicos: O reclamante afirmou que fazia uso
de óleo diesel e outros produtos para realizar a limpeza do equipamento.

Risco químico devido a realização de soldas:


O reclamante afirmou que realizava soldas durante sua jornada de trabalho.

6.2.1 Levantamento, Risco físico ruído.

Medição de Ruído no momento da perícia:

• Utilizado o equipamento Multi função digital:


Instrumento: Termo-Higro-Decibelímetro-Luxímetro-Anemômetro
Marca (Fabricante): Highmed
Modelo: THDLA-500
Número de Série: 2017043863
Faixa: 30 a 130 db
Certificado de calibração n°: 14157/2017

Página 5 de 22
LAUDO TÉCNICO

Aparelho com circuito de compensação A, resposta lenta “Slow” que mede níveis
instantâneos de ruído contínuo ou intermitente. De acordo com a NR-15 anexo nº1, aprovada pela
Portaria Nº 3.214, de 08/06/78.

Análise Quantitativa de ruído.

Metodologia Valor obtido Limite de Observações


Tolerância
Durante a perícia Decibelímetro Valor máximo 85 dB Não ultrapassa o limite de
pontual = 73,9 dB tolerância.
PPRA da empresa Decibelímetro 51,3 a 85 dB 85 dB Não ultrapassa o limite de
tolerância.
Valores de ruído registrados durante a perícia:

REGISTRO VALOR EM dB(A)


01 72,7
02 73,3
03 71,0
04 72,9
05 74,2
06 72,6
07 67,0
08 73,9 Foto 03. Registro máximo da medida de ruído.
09 68,1 Altura do ouvido do funcionário. 74,2 dB (A).

Valor máximo de ruído encontrado: 74,2 db.

FOTO 04 – Outros registros. Paradigma Sr.


Serjob. FOTO 05 – Outros registros.

Página 6 de 22
LAUDO TÉCNICO

FOTO 07 – Outros registros. Área de


FOTO 06 – Outros registros.
produção da empresa.

6.2.2 Levantamento, Risco químico devido aos produtos utilizados na limpeza.

Conforme relatos dos participantes, os produtos utilizados na limpeza do equipamento são:

1. Óleo Diesel;
2. Ajax ou Veja multiuso;
3. Óleo lubrificante;
4. Óleo solúvel (refrigerante), verde.

Foto 08. Óleo lubrificante. Foto 09. Óleo lubrificante.

Página 7 de 22
LAUDO TÉCNICO

Foto 10. Óleo refrigerante (Verde). Foto 11. Multi uso, desengordurante.

6.2.3 Levantamento, Risco químico devido aos fumos metálicos gerados pela solda.

O reclamante afirma ter utilizado para realização de soldas elétricas os eletrodos 6013
ou 7018. Para solda MIG utilizava apenas um tipo de arame e para solda oxi acetileno fazia a
solda amarela.

Foto 12. Setor de soldas.

Foto 13. Solda oxi acetileno.

Foto 14.

Eletrodo mais utilizado. 6013. OK 46. Foto 15. Armazenagem dos eletrodos.

Página 8 de 22
LAUDO TÉCNICO

6.3 - EPI’s / EPC’s / Treinamentos / Fichas.

O reclamante afirmou ter recebido apenas o Óculos de proteção.


Afirmou ainda que não tinha fiscalização e não recebeu uniforme.

Conforme relato do paradigma Sr. Serjob Luis Trindade, Torneiro mecânico:

Recebeu os epis: protetor auricular, óculos, botina e uniforme (camiseta).

EPI´s verificados durante a perícia:

Protetor auricular tipo plug: CA 10043 (Atenuação: 13 dB)


Óculos de proteção: CA 10346

Foi verificada a validade dos CA (Certificado de Aprovação) e todos estão regulares.


Não foi comprovada a entrega de EPI ao reclamante.
Não foi evidenciado nenhum treinamento para o reclamante.

Foto 17. Protetor auditivo.

Foto 16. EPI´S encontrados.

07. FUNDAMENTOS

7.1 Fundamentos Científicos

Ruído ⇒ É a superposição de sons de várias freqüências, sem relações harmônicas, que em


intensidade acima dos níveis permitidos pode ocasionar a perda da audição.

A perda da audição por exposição a ruído é irreversível e não tem recuperação ou tratamento. O que
se pode fazer é detectá-la em uma fase inicial e evitar que piore afastando o trabalhador da exposição

Página 9 de 22
LAUDO TÉCNICO

ou protegendo-o adequadamente. Como a redução da audição, em geral, ocorre muito lentamente, o


trabalhador demora a se dar conta da deficiência, só percebendo-a quando já está grave.
A audiometria é um exame em que se mede a capacidade de audição e que permite a detecção da
perda auditiva por ruído.

Agentes Químicos ⇒ Causam doenças profissionais devido a sua ação química sobre o organismo
dos trabalhadores. Podem ser encontrados tanto na forma sólida como líquida ou gasosa.
Freqüentemente os agentes químicos ocorrem como sub-produtos indesejáveis de inúmeros
processos industriais.

Página 10 de 22
LAUDO TÉCNICO
LAUDO TÉCNICO

Grande parte destas substâncias possui características tóxicas, e as vias de penetração no orga
são: via respiratória, via cutânea e via digestiva. A fim de evitar intoxicações ocupacio
exposição do organismo a agentes químicos não deve ultrapassar os limites de tolerância.
Para alguns agentes químicos como os hidrocarbonetos e outros compostos de carbono, não e
limites de tolerância, são insalubres devido à ausência de utilização de EPI’s e procedim
considerados inadequados.

Óleo Diesel ⇒ Combustível liquido automotivo. Utilizado pelo reclamante para lim
equipamento. Não encontrado no local. Reclamante afirma que era muito raro sua utilização.
Gasóleos e óleos destilados são misturas complexas de petróleo, compostas primariame
hidrocarbonetos saturados (parafínicos ou naftênicos) ou aromáticos com cadeia carbônica com
de 9 a 30 átomos de carbono e ponto de ebulição entre 150 e 471ºC.
Limite de exposição ocupacional: Ingredientes- Névoa de oleo, TLV – TWA (
5mg/m3, TLV – STEL (ACGIH) - 10mg/m3

Ajax ou Veja multi uso ⇒ Produto desengordurante utilizado para limpeza de banheiros
plásticos, esmaltados, fogões. Encontrado em frascos de 500 ml no estado líquido. Encontr
local produto do fabricante multi uso ZUPP.

Óleo Lubrificante mineral para motores à Diesel ⇒ Especificações: SAE 20W 40, API CH
de 20 litros. Encontrado no local dos Fabricantes: INCOL e YPF BOREAL BL.

Óleo solúvel refrigerante verde ⇒ Utilizado para lubrificar e refrigerar usinagens de


ferrosos e não ferrosos. Encontrado um galão de OIL CORT V, do fabricante 3A QUIM
FARMACEUTICA LTDA.

Fumos Metálicos ⇒ Os possíveis riscos a saúde causada por exposições a fumos metálicos d
a soldagem a arco com eletrodo metálico coberto dependem, obviamente do metal que esta
soldado e da composição do eletrodo.
O componente principal do fumo gerado por aço doce é oxido de
Os danos causados pela exposição ao fumo de oxido de ferro parecem ser limitados. A deposi
partícula de oxido de ferro no pulmão causa realmente uma pneumoconiose benigna conhecida
siderose. Não há enfraquecimento funcional do pulmão, nem proliferação de tecido fibroso,
estudo abrangente sobre dados conflitantes Stokinger (1984) concluiu que oxido de fer
carcinogênico para o ser humano.

Soldagem MIG; MAG ⇒ Arco elétrico Argônio, Helio, CO2 aplicado em Misturas Soldage
aço carbono, baixa e alta liga.

Resolução - RDC nº 184, de 22 de outubro de 2001


Art. 2º. Entende-se por Produtos Saneantes Domissanitários e Afins mencionados no art. 1º
6360/76, as substâncias ou preparações destinadas à higienização, desinfecção, desinfe
desodorização, odorização, de ambientes domiciliares, coletivos e/ou públicos, para utilizaç
qualquer pessoa, para fins domésticos, para aplicação ou manipulação por pessoas ou en
especializadas, para fins profissionais.

Página 12 de 22
LAUDO TÉCNICO

Página 9 de 16

7.2 Fundamentos Legais

7.2.1 – Insalubridade

Riscos ambientais: De acordo com a NR-9 item 9.1.5. – consideram-se Riscos Ambientais
os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que em função de sua
natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do
trabalhador.

• Portaria nº. 3.214/78, NR 15 – Atividades e Operações Insalubres

15.1 São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem:


15.1.1 Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos n.º 1, 2, 3, 5, 11 e 12;
15.1.3 Nas atividades mencionadas nos Anexos n.º 6, 13 e 14;
15.1.4 Comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes dos Anexos n.º 7,
8, 9 e 10. 15.1.5 Entende-se por "Limite de Tolerância", para os fins desta Norma, a concentração
ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente,
que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
15.2 O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os subitens do item
anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da
região, equivalente a:
15.2.1 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
15.2.2 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
15.2.3 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.

15.3 No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau
mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.
15.4 A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do
adicional respectivo.
15.4.1 A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:
a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos
limites de tolerância;
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.
15.4.1.1 Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador,
comprovada a insalubridade por laudo técnico de engenheiro de segurança do trabalho ou médico
do trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos à
insalubridade quando impraticável sua eliminação ou neutralização.
15.4.1.2 A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação
pericial por órgão competente, que comprove a inexistência de risco à saúde do trabalhador.
15.5 É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem
ao Ministério do Trabalho, através das DRTs, a realização de perícia em estabelecimento ou setor
deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar atividade insalubre.
15.5.1 Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho, desde que comprovada a
insalubridade, o perito do Ministério do Trabalho indicará o adicional devido.
15.6 O perito descreverá no laudo a técnica e a aparelhagem utilizadas.
Página 13 de 22
LAUDO TÉCNICO

15.7 O disposto no item 15.5. não prejudica a ação fiscalizadora do MTb nem a realização exofficio
da perícia, quando solicitado pela Justiça, nas localidades onde não houver perito.

Artigo 191 da CLT:


Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:
I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de
tolerância;
Il - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que
diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
Portanto o EPI pode eliminar a insalubridade, desde que atenda ao descrito no Art. 191 da
CLT e não bastando o fornecimento, mas sim atendendo aos parâmetros da NR 6.

7.2.1.1 – Ruído

ANEXO N.º 1 (NR-15)


Limites de Tolerância para Ruído contínuo ou intermitente

Nível de Ruído dB Máxima Exposição Diária Permissível


(A)
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos

Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação de Limites de


Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto.
Página 14 de 22
LAUDO TÉCNICO

Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com
instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação "A" e circuito de
resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador.
Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância
fixados no Quadro deste anexo.

*Conformidade da NHO 01 Fundacentro – Ministério do Trabalho e Emprego:


Sempre que a dose diária de exposição a ruído for superior a 100% o limite de exposição
estará excedido e exigirá a adoção imediata de medidas de controle.
Não é permitida em nenhum momento da jornada de trabalho exposição a Nível de Ruído
continuo ou intermitente acima de 115 dB (A) para indivíduos que não estejam adequadamente
protegidos, independente da dose diária ou da exposição.
Sempre que o nível de exposição for superior a 85 dB (A) o limite de exposição estará
excedido e exigirá adoção imediata de medidas de controle.

7.2.1.2 – Risco Químico

I) ANEXO N.º 11 (NR-15)

Agentes Químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local
de trabalho.

1. Nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, a
caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os limites de tolerância
constantes do Quadro N° 1 deste Anexo.
2. Todos os valores fixados no Quadro n° 1 - Tabela de Limites de Tolerância são válidos para
absorção apenas por via respiratória.
3. Todos os valores fixados no Quadro n° 1 como "Asfixiantes Simples" determinam que nos
ambientes de trabalho, em presença destas substâncias, a concentração mínima de oxigênio deverá
ser 18 (dezoito) por cento em volume. As situações nas quais a concentração de oxigênio estiver
abaixo deste valor serão consideradas de risco grave e iminente.
4. Na coluna "VALOR TETO" estão assinalados os agentes químicos cujos limites de tolerância não
podem ser ultrapassados em momento algum da jornada de trabalho.
5. Na coluna "ABSORÇÃO TAMBÉM PELA PELE" estão assinalados os agentes químicos que
podem ser absorvidos, por via cutânea, e portanto exigindo na sua manipulação o uso da luvas
adequadas, além do EPI necessário à proteção de outras partes do corpo.

II) ANEXO N.º 13 (NR-15)


Agentes Químicos
Página 15 de 22
LAUDO TÉCNICO

1. Relação das atividades e operações envolvendo agentes químicos, consideradas, insalubres em


decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. Excluam se desta relação as atividades ou
operações com os agentes químicos constantes dos Anexos 11 e 12.

a) ARSÊNICO
b) CARVÃO
c) CHUMBO
d) CROMO
e) FÓSFORO
f) HIDROCARBONETOS E OUTROS COMPOSTOS DE CARBONO
g) MERCÚRIO
h) SILICATOS
i) SUBSTÂNCIAS CANCERÍGENAS
j) OPERAÇÕES DIVERSAS
III) ANEXO N.º 7 (NR-15)
Radiações Não - Ionizantes

1. Para os efeitos desta norma, são radiações não-ionizantes as microondas, ultravioletas e laser.
2. As operações ou atividades que exponham os trabalhadores às radiações não-ionizantes, sem a
proteção adequada, serão consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção realizada
no local de trabalho.
3. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores às radiações da luz negra (ultravioleta
na faixa - 400- 320 nanômetros) não serão consideradas insalubres.

IV) ANEXO N.º 12 (NR-15)


Manganês e seus compostos

2. O limite de tolerância para as operações com manganês e seus compostos referente à metalurgia
de minerais de manganês, fabricação de compostos de manganês, fabricação de baterias e pilhas
secas, fabricação de vidros especiais e cerâmicas, fabricação e uso de eletrodos de solda, fabricação
de produtos químicos, tintas e fertilizantes, ou ainda outras operações com exposição a fumos de
manganês ou de seus compostos é de até 1mg/m3 no ar, para jornada de até 8 (oito) horas por dia.

08. ANALISE E CONSIDERAÇÕES FINAIS

8.1 – Analise da insalubridade

Risco físico ruído

Sempre que o nível de exposição for superior a 85 dB (A) o limite de exposição estará
excedido e exigirá adoção imediata de medidas de controle.

Página 16 de 22
LAUDO TÉCNICO

O valor máximo do ruído apresentado durante a perícia é de 74,2 dB e no PPRA da empresa


está anotado uma faixa de 51,3 à 85 dB, ou seja, valores abaixo do limite de tolerância de 85 dB
estabelecido pela NR 15 do Ministério do Trabalho e Emprego.
Portanto há convicção técnica de que o ambiente de trabalho do reclamante não é insalubre por
ruído devido aos níveis de ruído estarem abaixo do limite de tolerância estabelecido pelo Ministério
do Trabalho e Emprego independente da comprovação de uso de EPI.

Riscos Químicos

Óleo Diesel ⇒ O óleo Diesel, Combustível liquido automotivo, era muito raro de ser utilizado
conforme relato do reclamante. Era utilizado para limpeza do equipamento (Torno).
Portanto devido ao uso eventual e com tempo extremamente reduzido de exposição a este
agente, há convicção técnica de que não houve exposição de forma insalubre a óleo diesel,
conforme os moldes da NR 15.

Ajax ou Veja multiuso ⇒ Dentro das atividades executadas pela reclamante consta o uso de
produtos químicos usados em residências, detergente, veja multiuso que são domissanitários ou seja
livre para uso de qualquer pessoa, para uso domiciliar ou profissional. Alem disso esses produtos são
altamente diluídos sem nenhum controle de uso.
Foi encontrado no local de trabalho o produto de fabricante ZUPP.

Página 17 de 22
LAUDO TÉCNICO
Conforme sua ficha de segurança é um produto desengordurante utilizado para limpeza de ban
pias, plásticos, esmaltados, fogões. Encontrado em frascos de 500 ml no estado líquido.
Todos produtos usados para a limpeza são altamente diluídos e não possuem lim
tolerância estabelecidos e são usados por tempo extremamente pequeno, logo não há expos
agentes insalubres devido ao uso destes desengordurantes, conforme os anexo 11 e 13 da N
mas é indicado o uso de equipamentos de segurança no sentido de evitar uma intoxicação, al
ingestão ou qualquer outro acidente.

Óleo Lubrificante automotivo ⇒ São utilizados dois tipos de óleo lubrificante para se
refrigeração nos processos de usinagem no torno mecânico.
Foram encontrados dois galões de óleo de fabricantes diferentes, INCOL e YPF BO
BL, ambos são óleos lubrificantes para motores á diesel. SAE 20W 40, API CH-4, galão
litros.
Este óleo é misturado com água e introduzido no equipamento para se fazer a usinage
peças, ele é substituto dos óleos de corte integrais e podem ser aplicados em metais ferrosos
ferrosos.
Conforme a FISPQ destes produtos, eles são classificados como misturas, e em sua m
possuem: Sulfeto de Alquil fenato de cálcio de cadeia longa, fenol tetra propenilico e ditiofos
zinco.
Na atividade de se fazer a mistura deste óleo com água e introduzir no equipamen
existe o contato dermal, é feito de forma eventual e também os componentes que compõ
mistura não fazem parte do rol de produtos químicos considerados insalubres pela NR 15,
também não houve exposição considerando o tempo, forma e concentração do produto. Port
atividades desenvolvidas pelo reclamante, sobre a questão de produtos químicos – óleo lubrif
não são enquadradas como insalubres.

Óleo Solúvel refrigerante verde ⇒ Utilizado para lubrificar e refrigerar usinagens de


ferrosos e não ferrosos. Encontrado um galão de OIL CORT V, do fabricante 3A QUIM
FARMACEUTICA LTDA.
Na atividade de se fazer a mistura deste óleo com água e introduzir no equipamento, n
o contato dermal e é feito de forma eventual com tempo extremamente reduzido.
Portanto há convicção técnica de que as atividades desenvolvidas pelo reclamante, s
questão de produtos químicos – óleo solúvel refrigerante verde, não são enquadradas
insalubres.

Risco químico – Solda elétrica

Risco Químico – Fumos de Carbono, Silício e Manganês.

Para realização de solda o reclamante afirmou que utilizava em sua maioria os eletrodo
ou 7018 (ou OK 46), que conforme fabricante apresenta composição de carbono, Si
Manganês.
A manipulação de produtos químicos pode ser considerada insalubre observado os seguintes
análise quantitativa e análise qualitativa.
Para ser considerado insalubre o produto químico e sua manipulação deve estar contido
15, anexo nº 11 e 12 e/ou anexo nº 13.
A atividade de solda elétrica com uso de eletrodo não se encaixa nas atividades do anexo
e sim no anexo 12, pois o Manganês liberado no uso de eletrodos de solda tem limite de tole
Página 14 de 16
LAUDO TÉCNICO

As atividades de solda foram executadas em tempo reduzido, logo a concentração de fumos de


manganês durante a jornada de trabalho de até 8 horas se torna muita pequena o que dispensa a
avaliação quantitativa.
Portanto, conforme os moldes da NR 15 do Ministério do Trabalho e Emprego não houve
exposição do reclamante a fumos metálicos de forma insalubre.

Radiação não ionizante ⇒ A grande maioria dos processos de soldagem utiliza um arco elétrico
como fonte de calor para realizar o aquecimento dos materiais. Com este arco aberto uma grande
quantidade de energia é liberada durante o processo na forma de ondas eletromagnéticas. Essas
ondas transmitem diversos tipos de radiações liberados pelo arco, como ultravioleta, infravermelho,
etc. Essas radiações podem provocar danos à saúde do soldador como queimaduras na pele e nos
olhos, caso este funcionário não esteja devidamente protegido. Os sintomas geralmente se
apresentam com efeito retardado sendo, portanto notados somente depois de algumas horas após a
exposição (FANTAZZINI, 1997).
A NR-15 em seu anexo 7, prevê como atividade insalubre apenas a exposição à radiação
ultravioleta, não especificando limite de tolerância.
Já a ACGIH (American Conference of Govermental Industrial Hygienists),em seus livretos
de TLV´s e BEI´s especifica limites de tolerância tanto para ultravioleta quanto para infravermelho
Os limites da ACGIH podem ser usados apenas para elaboração do PPRA, mas não para
justificar um pagamento de adicional de insalubridade.
Foi evidenciado o uso de máscara de solda e óculos de proteção e o reclamante afirmou que
trabalhava usando esses equipamentos.
Contudo há convicção técnica de que as operações ou atividades de solda foram executadas de
forma que não houve exposição do reclamante às radiações não-ionizantes, logo são consideradas
atividades salubres conforme anexo 7 da NR 15 do Ministério do Trabalho e Emprego.

09. CONCLUSÃO

Conforme as análises e considerações realizadas no item 08 deste documento, há convicção


técnica que as atividades e operações desenvolvidas pelo reclamante não são enquadradas como
insalubres, devido a não estar exposto a agentes agressivos, definidos pela NR-15, considerando-se
intensidade, tempo e forma de exposição.

10. QUESITOS

Quesitos formulados pela reclamada.

1. Que o Senhor Perito se manifeste, especificamente, sobre os Laudos Técnicos do Dr. Prof.
Sebastião Alves Gonçalves, devidamente juntados pela reclamada, comprovando que as
funções exercidas e o ambiente na empresa não são insalubres. Que o expert se manifeste
sobre os Programas de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA e Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, igualmente juntados pela reclamada.

Os documentos foram visualizados.

Página 15 de 16

Você também pode gostar