Você está na página 1de 13

JOSÉ ROBERTO ROCHA

ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO – PERITO JUDICIAL TRABALHISTA


Contatos - Celular (19) 99813 4446 - E-mail: jota.roberto64@gmail.com

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUÍZ (A) DO TRABALHO DA VARA DO
TRABALHO DE ARARAS – SP

PROCESSO: 0010867-37.2021.5.15.0046
RECLAMANTE: BRUNO LEONARDO SILVA
RECLAMADA: FUNDIÇÃO ARARAS LTDA E OUTROS

JOSÉ ROBERTO ROCHA, perito nomeado nos autos da


Reclamação Trabalhista em referência, infra-assinado, vem mui respeitosamente à Presença de
V. Exa., apresentar LAUDO PERICIAL, fundamentando suas razões de fato e direito como segue
e solicitar a liberação do adiantamento da indenização das despesas. Em relação aos honorários
profissionais, requer o arbitramento por V. Exa. Em 05 (cinco) salários-mínimos, conforme
disposto no Art. 6º do Regulamento De Honorários para Avaliações e Perícias de Engenharia do
IBAPE- SP (Instituto Brasileiro e Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo), aprovado em
assembleia Geral Ordinária de 08.04.2014, corrigidos monetariamente na data do efetivo
pagamento.

Nestes Termos, J. aos autos.


P. Deferimento.
Pirassununga, 07 de dezembro de 2021

José Roberto Rocha


Engenheiro de Segurança do Trabalho
CREA/SP 5062333210
Perito Judicial

Página 1 de 13
LAUDO PERICIAL

1 – IDENTIFICAÇÃO

Processo: 0010867-37.2021.5.15.0046 – Vara do Trabalho de Araras - SP

Reclamante: Bruno Leonardo Silva


Período reclamado: 22.11.2020 a Atualmente (em curso)

Reclamada: Fundição Araras Ltda e Outros

2 – DILIGÊNCIA

Data da Perícia: 07.12.2021


Horário: 08h00
Local: Rua José Carroci, 875, Jardim Industrial – Araras - SP

3 -ACOMPANHANTES / INFORMANTES /PARADIGMAS

3.1 – Bruno Leonardo Silva


Reclamante

3.2 – Ângela Vania Pompeu Fritoli


Advogada do Reclamante

3.3 – Pierre Felipe Pereira Aquino


Técnico de Segurança do Trabalho – Assistente Técnico da Reclamada

3.4 – Cristiano Cavichiolli


Engenheiro de Segurança do Trabalho – Assistente Técnico da Reclamada

3.5 – Jair Francisco dos Santos


Paradigma do Setor de Produção da Reclamada

4 – OBJETIVO

Verificar se as atividades desempenhadas pelo reclamante, bem como os locais e condições


dos ambientes de trabalho se enquadram, ou não, como atividades insalubres no período laborado.

5 – METODOLOGIA

O Estudo e as técnicas de avaliação utilizadas na elaboração deste Laudo seguem o prescrito


na NR-15 – Atividades e Operações Insalubres da Portaria N.º 3.214/78 do Ministério do Trabalho.

Página 2 de 13
6 - F UNÇÃO, LOCAL DE TRABALHO E ATIVIDADES DO RECLAMANTE

Realizou-se primeiramente a entrevista preliminar, item administrativo obrigatório em


qualquer Perícia trabalhista, coletando todas as informações necessárias e esclarecimentos
constantes neste Laudo Pericial, em seguida, “in loco”, diligenciamos até o local de trabalho onde a
reclamante laborava para verificação de suas atividades exercidas de Auxiliar de Produção.

O reclamante informou que calçava caixa, pesava caixa, auxiliava no carregamento do forno,
batia peça, pegava panela para fundir a cada 02h00, cada panela demorava em torno de 30 minutos
para descarregar (fundir), após o processo de fundição cada colaborador tinha 10 minutos de
descanso, o processo de fundição com a panela era realizado pelo menos 4 vezes por dia.

Horário de trabalho segundo o reclamante: Dás 06h00 às 16h00 com intervalo para refeição.

- Ambiente de Trabalho do Reclamante -

Fotografia 1 – Abastecimento Fotografia-2– Colaboradores Fotografia -3– Termômetro


da panela para fundição de realizando a fundição de de globo estabilizado na
peças. peças. fundição,IBUTGº de 27,80ºC.

7- EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E TREINAMENTOS

Em relação a EPIs, este perito somente aceita como prova de entrega, a confirmação do
empregado através de sua assinatura nas fichas de entrega e troca de EPIs, bem como a devida
anotação do C.A. Certificado de Aprovação para conferência junto ao Ministério do Trabalho. Esta é
a única maneira efetiva que o perito pode fazer uso como prova pericial.

Compulsando os autos, não localizamos a ficha de comprovação de fornecimento de


equipamento de proteção individual ao reclamante.

8 - IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DE AGENTES INSALUBRE

NR-15 – “Atividades e Operações Insalubres”, da Portaria N.º 3.214 / 78


do Ministério do Trabalho
8.1 - NR - 15 - ANEXO N.º 1 Limites de tolerância para ruído contínuo e intermitente
8.2 - NR - 15 - ANEXO N.º 2 Limites de Tolerância para Ruído de Impacto
8.3 - NR - 15 - ANEXO N.º 3 Limites de Tolerância para Exposição ao Calor
8.4 - NR - 15 - ANEXO N.º 4 Iluminamento
8.5 - NR - 15 - ANEXO N.º 5 Limites de Tolerância para Radiações Ionizante
8.6 - NR - 15 - ANEXO N.º 6 Trabalhos sob condições Hiperbáricas
8.7 - NR - 15 - ANEXO N.º 7 Radiações Não Ionizantes

Página 3 de 13
8.8 - NR - 15 - ANEXO N.º 8 Vibrações
8.9 - NR - 15 - ANEXO N.º 9 Frio
8.10 - NR- 15 - ANEXO N.º 10 Umidade
8.11 - NR- 15 - ANEXO N.º 11 Agentes Químicos cuja Insalubridade é caracterizada por
Limites de Tolerância e inspeção no Local de Trabalho
8.12 - NR -15 -ANEXO N.º 12 Limites de Tolerância Para Poeiras Minerais
8.13 - NR -15 -ANEXO N.º 13 Agentes Químicos
8.14 - NR -15 -ANEXO N.º 14 Agentes Biológicos

9 – RISCOS OCUPACIONAIS – ANÁLISE E ESTUDO

9.1 - AGENTES FÍSICOS Ruído, Calor

9.2 - AGENTES QUÍMICOS Não foi constatado nas atividades do reclamante

9.3 - AGENTES BIOLÓGICOS Não foi constatado nas atividades do Reclamante

10 – AGENTES FISÍCOS

10.1 – ANEXO Nº 1 – Ruído contínuo e intermitente.

Foi realizada a dosimetria no setor de produção onde o reclamante laborava, níveis avaliados
através de dosimetria com uso de medidor de pressão sonora, marca Instrutherm, modelo DOS-500,
ajustado no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW), para ruído contínuo e
intermitente conforme descreve o Anexo no 1 da NR-15, as medições foram efetuadas à altura da
zona auditiva do trabalhador exposto.

Leq Tempo de Máxima exposição


Função ou local
dB(A) exposição diária permissível
Setor de Produção/Fundição 89,00 07h00 4 horas e 30 minutos

Valor obtido na dosimetria:

Setor de Produção/fundição - D% 9,05; Tempo de medição = 25 minutos


Paradigma: Jair Francisco dos Santos

Leq = Lc + 16,61x log (D% x TC / 100 x T)


Onde: Leq = valor em decibel calculado para período de 8 horas; Lc = 85 db = Nível de critério;
D% = Valor de dose do tempo avaliado; TC = 8 horas = 480 minutos; T = Tempo de medição.

A exposição ao nível avaliado, encontra-se acima da máxima exposição diária permissível


prevista no Anexo Nº 1 da NR-15, portanto, a atividade é considerada insalubre.

Página 4 de 13
10.2 – ANEXO Nº2 - Ruído de impacto.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de Ruído de impacto nas
atividades do reclamante, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

10.3 – ANEXO Nº 3 – Limites de Tolerância para Exposição ao Calor.

A reclamada apresentou seu PPRA onde consta o IBUTGºC de 25,80, para atividade de
auxiliar de produção, abaixo dos limites de tolerância, conforme demonstrado abaixo, pois vejamos;

Este vistor realizou a medição ambiental de IBUTGºC no momento da diligência pericial, onde
foi constatado o IBUTGº de 27,80, abaixo dos limites de tolerância.

PORTARIA Nº 1.359, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2019

Aprova o Anexo 3 - Calor - da Norma Regulamentadora nº 9 - Programa de Prevenção de


Riscos Ambientais, altera o Anexo nº 3 - Limites de Tolerância para Exposição ao Calor - da Norma
Regulamentadora nº 15 - Atividades e Operações Insalubres e o Anexo II da NR nº 28 - Fiscalização
e Penalidades, e dá outras providências.

Quadro 1 - Limite de exposição ocupacional ao calor

ˉM [W] ˉ(IBUTG_MÁX[oC] ˉM [W] ˉ(IBUTG_MÁX[oC] ˉM [W] ˉ(IBUTG_MÁX[oC]


100 33,7 186 30,6 346 27,5
102 33,6 189 30,5 353 27,4
104 33,5 193 30,4 360 27,3
106 33,4 197 30,3 367 27,2
108 33,3 201 30,2 374 27,1
110 33,2 205 30,1 382 27,0
112 33,1 209 30,0 390 26,9
115 33,0 214 29,9 398 26,8
117 32,9 218 29,8 406 26,7
119 32,8 222 29,7 414 26,6

Página 5 de 13
122 32,7 227 29,6 422 26,5
124 32,6 231 29,5 431 26,4
127 32,5 236 29,4 440 26,3
129 32,4 241 29,3 448 26,2
132 32,3 246 29,2 458 26,1
135 32,2 251 29,1 467 26,0
137 32,1 256 29,0 476 25,9
140 32,0 261 28,9 486 25,8
143 31,9 266 28,8 496 25,7
146 31,8 272 28,7 506 25,6
149 31,7 277 28,6 516 25,5
152 31,6 283 28,5 526 25,4
155 31,5 289 28,4 537 25,3
158 31,4 294 28,3 548 25,2
161 31,3 300 28,2 559 25,1
165 31,2 306 28,1 570 25,0
168 31,1 313 28,0 582 24,9
171 31,0 319 27,9 594 24,8
175 30,9 325 27,8 606 24,7
178 30,8 332 27,7
182 30,7 339 27,6

Quadro 2 - Taxa metabólica por tipo de atividade

Atividade Taxa metabólica (W)


Sentado
Em repouso 100
Trabalho leve com as mãos 126
Trabalho moderado com as mãos 153
Trabalho pesado com as mãos 171
Trabalho leve com um braço 162
Trabalho moderado com um braço 198
Trabalho pesado com um braço 234
Trabalho leve com dois braços 216
Trabalho moderado com dois braços 252
Trabalho pesado com dois braços 288
Trabalho leve com braços e pernas 324
Trabalho moderado com braços e pernas 441
Trabalho pesado com braços e pernas 603
Em pé, agachado ou ajoelhado
Em repouso 126
Trabalho leve com as mãos 153
Trabalho moderado com as mãos 180
Trabalho pesado com as mãos 198

Página 6 de 13
Trabalho leve com um braço 189
Trabalho moderado com um braço 225
Trabalho pesado com um braço 261
Trabalho leve com dois braços 243
Trabalho moderado com dois braços 279
Trabalho pesado com dois braços 315
Trabalho leve com o corpo 351
Trabalho moderado com o corpo 468
Trabalho pesado com o corpo 630
Em pé, em movimento
Andando no plano
1. Sem carga
2 km/h 198
3 km/h 252
4 km/h 297
5 km/h 360
2. Com carga
10 kg, 4 km/h 333
30 kg, 4 km/h 450
Correndo no plano
9 km/h 787
12 km/h 873
15 km/h 990
Subindo rampa
1.Sem carga
com 5° de inclinação, 4 km/h 324
com 15° de inclinação, 3 km/h 378
com 25° de inclinação, 3 km/h 540
2. Com carga de 20 kg
com 15° de inclinação, 4 km/h 486
com 25° de inclinação, 4 km/h 738
Descendo rampa (5 km/h) sem carga
com 5° de inclinação 243
com 15° de inclinação 252
com 25° de inclinação 324
Subindo escada (80 degraus por minuto - altura do degrau
de 0,17 m)
Sem carga 522
Com carga (20 kg) 648
Descendo escada (80 degraus por minuto - altura do degrau
de 0,17 m)
Sem carga 279
Com carga (20 kg) 400
Trabalho moderado de braços (ex.: varrer, trabalho em
320
almoxarifado)

Página 7 de 13
Trabalho moderado de levantar ou empurrar 349
Trabalho de empurrar carrinhos de mão, no mesmo plano,
391
com carga
Trabalho de carregar pesos ou com movimentos vigorosos
495
com os braços (ex.: trabalho com foice)
Trabalho pesado de levantar, empurrar ou arrastar pesos
524
(ex.: remoção com pá, abertura de valas)

Ciclo de trabalho: 60 minutos


Taxas Metabólicas Média Ponderada
M1: M = 315 W
M2: De pé, Trabalho pesado com dois braços (315 W)
Avaliação IBUTG IBUTG
Média Ponderada
1. Operações nos aparelhos: IBUTG1 = 27,80ºC _______
IBUTG = 27,80ºC
2. Anotações e Monitoramento do IBUTG = 27,80ºC
Interpretação dos Resultados
Taxa - média ponderada _______ SALUBRE
IBUTG = 27,80ºC
M = (319 W) Abaixo do LT
LT NR 15 – Novo Anexo 3: 27,90ºC
NR15 - Anexo 3

Conforme o novo anexo 3 a atividade está abaixo do limite de tolerância, IBUTGºC de 27,80ºC,
portanto, a atividade é considerada salubre.

Para o levantamento ambiental foi usado o termômetro de globo digital: Conjunto de


termômetros constituído de globo, bulbo seco e bulbo úmido, TGD 300 marca INSTRUTHERM, tipo
Medidor de Stress Térmico, que atende às Normas e especificações. As medições foram feitas na zona
do tronco do trabalhador exposto, tendo com isso a necessária confiabilidade nas leituras efetuadas e
respectivas conclusões.

10.4 – ANEXO Nº 4 – Iluminamento.

- Revogado pela Portaria n.º 3.751, de 23/11/1990.

10.5 – ANEXO Nº 5 – Radiações ionizantes.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de Radiações Ionizantes nas
atividades do reclamante, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

10.6 – ANEXO Nº 6 – Trabalhos sob condições hiperbáricas.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de trabalhos sob condições
hiperbáricas nas atividades do reclamante, descaracterizando a insalubridade na atividade em
análise.

Página 8 de 13
10.7 - ANEXO Nº 7 – Radiações Não Ionizantes.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de Radiações Não Ionizantes nas
atividades do reclamante, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

10.8 – ANEXO Nº 8 – Vibrações.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de Vibrações nas atividades do
reclamante, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

10.9 – ANEXO Nº 9 – Frio.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de trabalhos com exposição ao
frio ou trabalho em câmaras frigorificas, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

10.10 – ANEXO Nº 10 – Umidade.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de trabalhos com exposição a
umidade excessiva ou locais encharcados, descaracterizando a insalubridade na atividade em
análise.

11 – AGENTES QUÍMICOS

Avaliação qualitativa e por Inspeção, de acordo com Anexo N.º 13 - “Agentes Químicos” da
NR-15 - “Atividades e Operações Insalubres” da Portaria N.º 3.214/78 do Ministério do Trabalho. As
atividades ou operações com agentes químicos constantes dos anexos 11 e 12, que necessariamente
são quantificados, não fazem parte do item conclusivo deste Laudo Pericial. As avaliações dos
possíveis Agentes Químicos, nas atividades em estudo, foram objeto de avaliações qualitativas e por
inspeção.

11.1- NR - 15 - ANEXO N.º 11 - Agentes Químicos cuja Insalubridade é caracterizada por


Limites de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de trabalhos com exposição a
agentes químicos arrolados no anexo 11, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

11.2 - NR - 15 - ANEXO N.º 12 - Limites de Tolerância para Poeiras Minerais.

Durante a diligência pericial foi constatado que não havia a existência de trabalhos com
exposição a poeiras minerais, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

Página 9 de 13
11.3 - NR - 15 - ANEXO N.º 13 - Agentes Químicos.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de trabalhos com exposição a
agentes químicos arrolados no anexo 13, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

12 – NR – 15 – ANEXO Nº 14 – Agentes Biológicos.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de trabalhos com exposição a
agentes biológicos, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

13 - RESULTADO DAS ANÁLISES E ESTUDO DAS ATIVIDADES INSALUBRES

Ruído - Nas atividades desenvolvidas pelo reclamante de Auxiliar de Produção, foi constatado
sua exposição ao Ruído acima dos limites de tolerância, 89,00 dB(A), sem medidas de proteção, a
reclamada não comprovou treinamento, fiscalização e fornecimento de protetor auricular para a
devida proteção do reclamante, portanto, a atividade é considerada insalubre de grau médio de 20%
durante todo período laborado, de acordo com o prescrito pelo Anexo N.º 1 - “Limites de Tolerância
Para Ruído Contínuo ou Intermitente”, da NR-15 - “Atividades e Operações Insalubres”, da Portaria
N.º 3.214/78 do Ministério do Trabalho.

Os itens 6.1 e 6.6 da NR-6 - “Equipamento de Proteção Individual - EPI” da Portaria N.º
3.214/78 do Ministério do Trabalho, dizem o seguinte:

6.1- Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora NR, considera - se Equipamento de
Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

6.6 – Responsabilidade do empregador (alterado pela portaria SIT 194, de 07/12/10)


6.6.1 – Cabe ao empregador quanto ao EPI:

a) adquirir o tipo adequado ao risco de cada atividade do empregado;


b) exigir seu uso; manutenção periódica; e,
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema
eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT 107, de 25/08/2009)

Página 10 de 13
O item 15.4 da NR – 15 – “Atividades e Operações Insalubres dizem o seguinte;

15.4- A eliminação ou neutralização da Insalubridade determinará a cessação do pagamento do


adicional respectivo.

15.4.1 - A eliminação ou neutralização da Insalubridade deverá ocorrer:


a) com a adoção de medida de ordem geral que conserve o ambiente de trabalho dentro dos
limites de tolerância;
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.

Conforme determinado nos itens anteriormente transcritos, cabe ao empregador adquirir,


fornecer, treinar, substituir e tornar obrigatório o uso do EPI, bem como registrar seu fornecimento
ao trabalhador (a partir de agosto/2009). No caso do reclamante não houve comprovação de
treinamento, fiscalização e fornecimento de protetor auricular durante o período laborado.

A reclamada não realizou o cumprimento ao prescrito pelo item 6.6.1 da Norma


regulamentadora Nº 6 da Portaria Nº 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego.

14 – QUESITOS

14.1 – Quesitos apresentados pela reclamada.

1- Queira o Sr. Perito descrever detalhadamente quais eram as funções efetivamente


exercidas pelo Reclamante, quando trabalhou para a Reclamada.

R – Vide item 6.

2- Descreva o Sr. Perito os locais de trabalho do Reclamante? Onde o Reclamante


trabalhava de acordo com a legislação, pode ser considerada insalubre, em conformidade com as
legislações atuais, pelo tempo de exposição, serviços, manuseio de produtos, etc ?

R - Vide item 6.

3- De acordo com a legislação vigente, quais são as condições para que se caracterize
a insalubridade?

R – Conforme o previsto nos 14 anexos da NR-15.

4- Quais os EPI's que o Reclamante utilizava? Poderiam se enquadrar nas normas


com as devidas proteções para agentes insalubres? Se não, porque?

R – Não foi comprovado fornecimento de EPIs.

5- Queira o Sr. Perito fazer qualquer outro comentário ou esclarecimento que julgar
necessário ou pertinente ao assunto.

R – Em tela.

Página 11 de 13
14.2 – Quesitos apresentados pelo reclamante.

1) Informe o senhor perito, detalhadamente, as funções exercidas pelo reclamante.

R – Vide item 6.

2) Descreva o senhor perito com detalhes o(s) local(is) de trabalho do reclamante durante
todo pacto laboral.

R - Calçava caixa, pesava caixa, auxiliava no carregamento do forno, batia peça, pegava
panela para fundir a cada 02h00, cada panela de fundição demorava em torno de 30 minutos para
descarregar (fundir), cada colaborador tinha um descanso de 10 minutos a cada processo de
fundição, a fundição com a panela era realizada pelo menos 4 vezes por dia.

3) Informe o senhor perito se os serviços desempenhados pelo reclamante, assim como o


local e o ambiente em que realizava seu serviço apresentam condições insalubres, sendo assim
consideradas de acordo com as definições contidas no Anexo 09 da NR 15 da Portaria nº 3214/78 do
Ministério do Trabalho?

R – Vide item 13.

4) O reclamante, quando do desempenho de suas funções na reclamada, mantinha contato


com temperaturas elevadas, metal líquido fervente, poeira em suspensão, resinas sintéticas com
forte odor, produtos químicos tóxicos?

R – O obreiro calçava caixa, pesava caixa, auxiliava no carregamento do forno, batia peça,
pegava panela para fundir, ficava exposto a temperatura abaixo dos limites de tolerância conforme o
item 10.3, não manuseava produtos químicos tóxicos e nem resina.

5) Se positivas as respostas anteriores, em qual grau?

R – Agente Ruído, em grau médio 20%.

6) Qual era o período diário de exposição do Reclamante aos agentes constatados pela
perícia?

R – Durante todo seu turno de trabalho.

7) Informe o senhor perito se a Reclamada fornecia EPIs aprovados pelo MTE.

R – Não foi comprovado.

8) Esses equipamentos eram capazes de elidir e/ou neutralizar a insalubridade?

R – Respondido no quesito 7.

9) Pode o nobre expert esclarecer se a situação do local de trabalho obedece às regras de


segurança e salubridade estabelecidas na legislação?

R – No local foi verificado se o ambiente de trabalho era insalubre ou não, não foi realizado
inspeção para outros fins.

Página 12 de 13
10) A partir da constatação in loco o expert pode esclarecer se a empresa cumpre seu próprio
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) de ID a784fcc?

R – A reclamada apresentou seu PPRA onde consta a medição de Ruído e Calor, para a
atividade de auxiliar de produção, porém, não apresentou nos autos o certificado do laboratório
onde foi realizado o levantamento ambiental de aerodispersóides para a devida comprovação de
limites de tolerância.

11) Pode o expert informar se a planilha de avaliação geral: PPRA / LTCAT / APR / OS - NR 01
constante do PPRA acima indicado está correta de acordo com o quanto presenciado no momento
da perícia?

R – A reclamada não apresentou nos autos o certificado do laboratório onde foi realizado o
levantamento ambiental de aerodispersóides para a devida comprovação de limites de tolerância.

15 – CONCLUSÃO

No resultado das avaliações, onde foram analisados os riscos potenciais à saúde, fixados
todos os fatores correlacionados, e ainda, acima de tudo, que o Laudo Pericial tem fundamentação
legal no anexo N.º 1 “Limites de Tolerância para ruído contínuo e intermitente”, pertencente à NR-
15 - “Atividades e Operações Insalubres”, da Portaria N.º 3.214/78 do Ministério do Trabalho e
Emprego concluímos que:

CARACTERIZA-SE INSALUBRIDADE em grau médio 20% em função de Ruído, durante todo


período laborado.

Nada mais havendo a considerar, encerramos o presente Laudo Pericial composto de treze (13)
laudas assinadas digitalmente.

Pirassununga, 07 de dezembro de 2021

José Roberto Rocha


Engenheiro de Segurança do Trabalho
CREA/SP 5062333210
Perito Judicial

Página 13 de 13

Você também pode gostar