Você está na página 1de 15

Paulo Henrique Alves Rosa

Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho


______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

LAUDO PERICIAL
(INSALUBRIDADE)

Processo: nº 66699-2009-88-01-00-4
Reclamante: JOÃO DE FREITAS JUNIOR
Reclamada: RESINAS DE BANHEIRA LTDA

1
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 1ª VARA, DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO-RJ

Processo: nº 66699-2009-88-01-00-4
Reclamante: JOÃO DE FREITAS JUNIOR
Reclamada: RESINAS DE BANHEIRA LTDA

Paulo Henrique Alves Rosa, Engenheiro de Segurança do Trabalho, CREA-RJ: xxxxx/D e CPF:
933.225.507-53 nomeado Perito para dirimir sobre a existência de Insalubridade na função do
reclamante junto a reclamada do auto em epígrafe vem, com todo respeito e acatamento,
apresentar seu laudo a Vossa Excelência. Antecipando que, o resultado desta perícia se
encontra no item 9 deste laudo.

Oportunamente, solicito o arbitramento dos honorários profissionais, levando-se em conta:


Esmero técnico, diligência até o local da perícia, análise e estudo do processo, levantamento
técnico pericial, elaboração de laudo pericial e gasto com equipamentos e materiais de
escritório. Neste contexto, estima-se em R$ 1.944,00 os honorários profissionais conforme
detalhamento constante no item 10 deste laudo.

Gostaria de solicitar que os créditos referentes aos honorários deste trabalho pericial fossem
depositados na CAIXA ECONOMICA FEDERAL, AG.: 3335, Conta Corrente: 01002022-9, RG:
3.850.438-0, CPF: 933.225.507-53.

Sem mais para o momento, coloco-me a disposição de Vossa Excelência para quaisquer outros
esclarecimentos que ainda se fizerem necessários.

Atenciosamente,

Rio de Janeiro,23 de outubro de 2017.

______________________________
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Segurança do Trabalho

2
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

1) CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

1.1) OBJETIVO

O presente trabalho pericial, tem por finalidade realizar a aferição dos agentes nocivos
descritos no formulário anexado aos autos, referente ao período compreendido entre 10-07-
2012 à 08-11-2016 (função de Lixador), aos quais estaria o mesmo exposto no período elencado.
Para tal foi realizada diligência no dia 23-08-2017, às 14:00 horas e que, notificadas as partes
por e-mail enviado no dia 15-08-2017, contou com as seguintes presenças: Sr. Jorgino Silva,
Engenheiro de Segurança do Trabalho (Assistente Técnico da reclamada), Sr. Fabio Sergio da
Silva, Engenheiro de segurança do Trabalho (Assistente Técnico do Reclamante), Sr. João de
Freitas Junior (Reclamante), Sr. Wilson de Marte (Paradigma de mesma função do Reclamante),
Sr. José da Silva (Encarregado da Oficina).

2) METODOLOGIA

O desenvolvimento deste trabalho técnico pericial baseou-se numa avaliação qualitativa e


quantitativa (Entrevistando as partes, analisando os autos e demais documentos acostados ou
apresentados no momento da diligência, medindo e verificando minuciosamente as
características ambientais, métodos de trabalho) com ênfase a constatar as características do
trabalho do reclamante.

Para análise de INSALUBRIDADE, a metodologia utilizada na elaboração deste laudo segue:


O que prescreve os Artigos 189, 191, 192 e 194 da CLT, A Súmula 80 e 289 do TST, NRs 6, 9, 15
e anexos.

“Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à
saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos”;

“Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: (Redação dada pela


Lei nº 6.514, de 22.12.1977) ”.

I. Com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de
tolerância; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977);
II. Com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam
a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. (Incluído pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977).

“Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e previstos nos anexos da NR 15, assegura ao
trabalhador a percepção do Adicional de insalubridade, incidente sobre o salário mínimo da
região”.
Os percentuais são:
• 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
• 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio, e;
• 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.

3
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

“Art. 194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade


cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e
das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977) ”.
A eliminação a que se refere o artigo em evidência se dá por meio de medidas que levam o
ambiente de trabalho a estar enquadrado nos limites de tolerância. É importante compreender
que a causa da insalubridade não precisa desaparecer para que se concretize o que está
estabelecido em lei, sendo suficiente que ocorra a neutralização por meio do uso de
equipamento de proteção individual que resguarde o empregado contra a nocividade do agente
que está gerando a insalubridade.

“A Súmula 80, do TST, dispõe sobre a eliminação da insalubridade pelo fornecimento do


equipamento de proteção individual.

“A Súmula 289, do TST, por sua vez, esclarece que o simples fornecimento do aparelho de
proteção pelo empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade, cabendo-
lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, dentre as quais
às relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado”.

“NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI “


6.3 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco,
em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos
de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e,
c) Para atender a situações de emergência.

6.6.1 cabe ao empregador quanto ao EPI:


a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema
eletrônico.

“A NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é um exemplo de norma


regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho, do MTE, que apresenta dispositivos que
visam a análise e o controle de riscos ambientais (risco físico, químico, biológico) ”.

“NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES


Assim, para que o empregador seja eximido de pagar o respectivo adicional, deverá ser
eliminada a insalubridade ou reduzi-la aos níveis de tolerância constantes na NR 15 da Portaria
n° 3.214/78”.
A caracterização do adicional de insalubridade é feita através de Laudo Técnico
elaborado por Engenheiro de Segurança do Trabalho ou Médico do Trabalho, devidamente
habilitado.

4
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

3) DILIGÊNCIAS
Para avaliação das condições em que trabalhava o reclamante, foi realizada perícia nas
dependências da Resinas de banheiras Ltda., para atingirmos o adequado encaminhamento e
correta interpretação final deste Laudo Pericial, sem subjetivismo e com embasamento técnico-
legal.

A Perícia Técnica foi realizada no dia 23 de agosto de 2017 às 14:00 horas nas dependências da
Resinas de banheira Ltda., localizada na Rua Lacraia, nº 999, RJ – Rio de Janeiro - CEP: 20010-
000.

4) DESCRIÇÃO DO LOCAL E POSTO DE TRABALHO


O Reclamante laborava no período em análise, junto à empresa Resina de Banheiras Ltda.
A Empresa tem como atividade principal fabricação de banheira de fibra de vidro. No dia desta
perícia encontramos: Oficina Geral com uma área aproximada de 80 metros quadrados, pé
direito de aproximadamente 3 metros, forro de gesso, piso cerâmica, paredes de alvenaria,
exaustão artificial com ventilador de parede, iluminação natural e artificial com lâmpadas
fluorescentes, mesas, bancadas. Sala de pintura com cabine de pintura com uma área
aproximada de 25 metros quadrados, pé direito de aproximadamente 3 metros, forro de gesso,
piso cerâmica, paredes de alvenaria, iluminação artificial com lâmpadas fluorescentes.

5) ACOMPANHANTES DO LEVANTAMENTO PERICIAL


Sr. Jorgino Silva, Engenheiro de Segurança do Trabalho (Assistente Técnico da reclamada), Sr.
Fabio Sergio da Silva, Engenheiro de segurança do Trabalho (Assistente Técnico do Reclamante),
Sr. João de Freitas Junior (Reclamante), Sr. Wilson de Marte (Paradigma de mesma função do
Reclamante), Sr. José da Silva (Encarregado da Oficina).

Observação:

 Foi solicitado ao reclamante que descrevesse sua atividade na presença da reclamada e


que ao final de sua descrição permanecesse em silencio e somente se pronunciasse caso
seja solicitado por este perito judicial.

 Foi solicitada a reclamada que se pronunciasse caso discordasse da descrição da


atividade feita pelo reclamante, somente quando fosse solicitado por este perito judicial
e ao final da descrição feita pelo reclamante.

 Após as descrições das partes segue o que foi apurado.

6) ATIVIDADES DO RECLAMANTE

O reclamante iniciou suas atividades na reclamada como Auxiliar de Manutenção II e


obteve promoções durante seu tempo de permanência na reclamada; mas sua atividade
manteve-se a mesma consistindo, basicamente, em serviços de lixamento em banheira
feita de fibra e resina, furação para conectar partes hidráulicas na banheira, teste
hidráulico com bomba e pintura com tinta epóxi e resina na dependência da reclamada.

6.1.1 O reclamante laborava de 07:00 horas às 17:00 horas com um intervalo de uma hora
para almoço de segunda feira a sexta feira, mas fica à disposição da reclamada até 21:00
horas.

5
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

6.1.2 O reclamante informou que trabalhava na maior parte do tempo sozinho durante o
período que exerceu suas atividades pela reclamada.

6.1.3 O reclamante informou que utilizava os seguintes EPIs: Luva, mascara, óculos de
proteção, bota de proteção e avental comprados pela reclamada.

6.1.4 O reclamante informou que não utilizava protetor auditivo auricular para proteção do
sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR-15,
Anexos 1 e 2, protetor facial para proteção da face contra impactos de partículas
volantes, vestimentas para proteção do tronco contra agentes químicos em
desconformidade com item 6.6.1 da NR-6.

6.1.5 O reclamante informou que nunca recebeu treinamento de EPI e a forma correta de
utilizá-los em desconformidade com item 6.6.1 da NR-6.

6.1.6 O reclamante informou que por várias vezes sentia-se mal quando executava a atividade
de pintura.

6.1.7 Atividade 1 - Aproximadamente 40% dessas atividades concentrava-se como lixador de


banheira de fibra e resina,
detalhadamente compostas de limpar a
lixadeira, recolocar a lixa, ligar a lixadeira
e executar o lixamento retirando as
rebarbas de fibra e resina em toda
superfície da banheira, caracterizando
atividade intermitente e habitual.

Erros observados nessa atividade:


O operador não está usando touca, não está usando abafador de ruído (protetor
auricular), não está usando camisa de manga cumprida, em desconformidade com item
6.6.1 da NR-6.

6.1.8 Atividade 2 - Aproximadamente 10% dessas atividades concentrava-se como furar e


conectar as partes hidráulicas na
banheira, detalhadamente compostas de
limpar a furadeira, recolocar a lamina
copo, ligar a furadeira e executar a
furação retirando as rebarbas de fibra e
resina em todas as furações e conectar as
partes hidráulicas da banheira,
caracterizando atividade intermitente e
habitual.

Erros observados nessa atividade:


O operador não está usando touca, não está usando abafador de ruído (protetor
auricular), não está usando camisa de manga cumprida, em desconformidade com item
6.6.1 da NR-6.

6
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

6.1.9 Atividade 3 - Aproximadamente 10% dessas atividades concentrava-se como teste de


partes hidráulicas da banheira,
detalhadamente compostas de limpar a
banheira, vedar o ralo, encher a banheira
com água, ligar as bombas hidráulicas e
analisar o funcionamento, ao final
desligar as bombas hidráulicas, recolher a
água e secar a banheira. Caracterizando
atividade intermitente e habitual.

Erros observados nessa atividade:


O operador não está usando abafador de ruído (protetor auricular), em
desconformidade com item 6.6.1 da NR-6.

6.1.10 Atividade 4 - Aproximadamente 40% dessas atividades concentrava-se como pintura de


banheira com tinta epóxi e resina,
detalhadamente compostas de limpar a
pistola de pintura, preparar a tinta epóxi
com o diluente, colocar a tinta preparada
no reservatório da pistola, ligar o
compressor, executar a pintura e finalizar
a pintura com resina epóxi, caracterizando
atividade intermitente e habitual.

Erros observados nessa atividade:


O operador não está usando abafador de ruído (protetor auricular), em
desconformidade com item 6.6.1 da NR-6.

7) INSALUBRIDADE – RUÍDO

7.1. Simulação

Considerando que nas atividades do reclamante (TABELA 1) – existem várias fontes geradoras
de ruído (a lixadeira, a furadeira, as bombas d’água e simultaneamente os exaustores), fora
necessário fazer a avaliação do nível de ruído do setor. A avaliação do ruído foi realizada de
forma a caracterizar a real exposição do trabalhador em suas atividades laborais, foram
identificadas todas as atividades exercidas pelo trabalhador, observando seu ciclo operacional,
de forma que possam cobrir todas as condições, operacionais e ambientais habituais, que
envolvem o trabalhador no exercício de suas funções. A medição do ruído pode ser feita com
um medidor de pressão sonora, o qual é popularmente conhecido como Decibelímetro. Muitos
fatores intervêm na medição dos ruídos, dentre os quais temos: o tipo de ruído produzido
(Contínuo ou intermitente), ruído de fundo, implicação do trabalhador exposto e o tempo de
exposição ao ruído. Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em dB, com
instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A”, e circuito de
resposta Lenta (Slow). Durante a medição, obviamente serão encontrados diversos valores de
exposição, devendo seus efeitos serem combinados para o Cálculo da Dose.

7
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

Existe um valor único representado por Leq, que traduz o nível sonoro médio integrado durante
determinado tempo, que é calculado com base na energia do ruído, ou pressão sonora
quadrática. Que representa o nível contínuo (estacionário) equivalente em dB(A).

Diante dessas considerações, temos que o ruído foi mensurado por leitura instantânea com o
uso do decibelímetro modelo DOS-700 Medidor de Dose (Audiodosímetro) devidamente
calibrado, conforme consta em laudo de calibração.
O sensor do aparelho foi colocado na altura do ouvido do operador, durante o período que
estavam sendo realizadas atividades rotineiras da função. As medições foram realizadas de
acordo com a Norma Regulamentadora nº15 (NR 15), do Ministério do Trabalho e Emprego –
Atividades e Operações Insalubres. Vale constar que os ruídos existentes no ambiente em
questão, são provenientes das ferramentas utilizadas pelo operador, das bombas d’água e
exaustores existentes no local.
Os dados foram compilados automaticamente pelo equipamento, que ao tempo pré-
programado, calcula o valor de Leq. O equipamento foi programado para o valor de Leq no
tempo de 8 horas.

TABELA 01 – NÍVEL DE EXPOSIÇÃO SIMULADA DAS ATIVIDADES


MÁXIMA EXPOSIÇÃO
ATIVIDADE NÍVEL DE RUÍDO dB (A) TEMPO DE EXPOSIÇÃO
DIÁRIA PERMISSÍVEL
1 110 3 HORAS e 12 MINUTOS 15 MINUTOS
2 100 48 MINUTOS 2 HORAS
3 95 48 MINUTOS 4 HORAS
4 90 3 HORAS e 12 MINUTOS 8 HORAS

NR 15 ANEXO N.º 1 LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE

NÍVEL DE RUÍDO dB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL


85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos

8
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

1. Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação de Limites de


Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto.

2. Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com
instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação "A" e
circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do
trabalhador.

3. Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância
fixados no Quadro deste anexo.

4. Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será considerada a máxima


exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado.

5. Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não
estejam adequadamente protegidos.

6. Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído


de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma que,
se a soma das seguintes frações:

C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn
T1 T2 T3 Tn
Exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância.

Na equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de
ruído específico, e Tn indica a Máxima exposição diária permissível a este nível, segundo
o Quadro deste Anexo.

7. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, contínuo


ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerão risco grave
e iminente.

TABELA 1 TRANSFORMADA DE HORAS PARA MINUTOS


MÁXIMA EXPOSIÇÃO
ATIVIDADE NÍVEL DE RUÍDO dB (A) TEMPO DE EXPOSIÇÃO
DIÁRIA PERMISSÍVEL
1 110 192 MINUTOS 15 MINUTOS
2 100 48 MINUTOS 60 MINUTOS
3 95 48 MINUTOS 120 MINUTOS
4 90 192 MINUTOS 240 MINUTOS

D = C1 + C2 + C3 + C4____________________ + Cn
T1 T2 T3 T4 Tn

D= 192 + 48 + 48 + 192 = 480


15 60 120 240 435

D= 1,103 a exposição ao ruído está acima do limite de tolerância

9
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

8) CONSIDERAÇÕES FINAIS

8.1 As medidas de proteção contra níveis elevados de ruído no trabalho devem ter,
prioritariamente, caráter coletivo, a partir do controle da emissão na fonte principal de
exposição, da propagação do agente no ambiente de trabalho e de ações no nível
administrativo e de organização do trabalho. Contudo, essas medidas não foram tomadas
pela reclamada, pois foram consideradas de alto custo e com tecnologia de difícil
implantação, enquanto o equipamento de proteção auditiva (EPA) tem sido a opção mais
comum pela viabilidade, menor custo, relativa efetividade, e fácil acesso. O uso do EPA pelos
trabalhadores é obrigatório quando exercem atividades em ambientes com nível de ruído
superior ao estabelecido pela legislação própria de cada país. No Brasil, o limite de tolerância
é de 85 dB(A) por 8 horas diárias, e de acordo com a NR-9, ações preventivas devem se
iniciar a partir do nível de ação de 80 dB(A), incluindo, entre outras, o monitoramento
periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle, medidas que não
foram tomadas pela reclamada. A reclamada nunca forneceu os EPIs adequados para esta
exposição ao reclamante em desconformidade com o item 6.5.1 da NR-6. EPIs. O reclamante
informou que nunca foi cobrado referente ao uso de EPIs em desconformidade com o item
6.6.1 da NR-6.

9) CONCLUSÃO.
Diante do exposto no presente laudo pericial e de conformidade com a Portaria nº 3.214,
de 8 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego - Norma Regulamentadora
N°15, este perito conclui que o Reclamante trabalhou em condições caracterizadas como
insalubres.

9.1 RUÍDO NR 15 ANEXO 1


Desta forma, pelo fato da não utilização de EPIs adequado, e a exposição ao ruído está acima
do limite de tolerância D= 1,103, colocando em risco a saúde do trabalhador, conclui-se que
não utilizava EPIs incorrendo, então, em local insalubre para atividade do reclamante. Níveis
de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites de tolerância fixados no Quadro
constante do Anexo 1 e no item 6 do mesmo Anexo

9.2 LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR NR 15 ANEXO 3


AGENTE FÍSICO: Sobrecarga Térmica
A avaliação da exposição ao calor foi feita utilizando-se um termômetro de globo marca
Instrutherm, modelo TGD-200. do “Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo”
(IBUTG), previsto na Norma Regulamentadora n° 15 (Atividades e Operações Insalubres) –
Anexo n° 3 (Limites de Tolerância para Exposição ao Calor) da Portaria 3214 de 8 de junho
de 1978. O IBUTG, é um índice de Sobrecarga Térmica definido por uma equação
matemática que correlaciona todos os parâmetros ambientais, ou seja, temperatura,
umidade do ar, velocidade do ar, calor radiante e o tipo de atividade desenvolvida pelo
trabalhador. De acordo com o Quadro n° 3 do Anexo n° 3 da NR 15 (Portaria 3214 do MTE
de 8 de junho de 1978), o tipo de atividade desenvolvida pelo Reclamante era moderada
(De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma movimentação e, em
movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar). De acordo com o Quadro n° 1 do
Anexo n° 3 da NR 15 (Portaria 3214 do MTE de 8 de junho de 1978), o Limite de Tolerância
para exposição ao calor em regime de trabalho contínuo num tipo de atividade moderada é
de 26,7. O levantamento quantitativo do IBUTG foi realizado próximo a bancada de trabalho
do operador, as 15:20 horas. Durante a medição foi ligado todos os equipamentos e
iluminação do ambiente. O IBUTG (Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de Globo) obtido
foi de 12,9. Valor dentro do limite de tolerância.

10
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

9.3 UMIDADE NR 15 ANEXO 10,1


As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade
excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão consideradas
insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho.
Desta forma o local de trabalho é considerado salubre neste quesito em decorrência de
inspeção realizada no local de trabalho.

9.4 AGENTES QUÍMICOS CUJA INSALUBRIDADE É CARACTERIZADA POR LIMITE DE


TOLERÂNCIA E INSPEÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO NR 15 ANEXO 11

Simulação
Suvinil Diluente para Esmalte Epóxi: Solvente de alto poder. Para diluição de tintas epóxi-
catalisáveis. Usado também na limpeza de equipamentos e acessórios de pintura utilizados
com tais produtos.
Composição: Hidrocarbonetos aromáticos e éteres glicólicos. Não contém benzeno.
Aplicação: Produtos de Uso Específico.

O reclamante desenvolvia atividade de pintor mantendo contato cutâneo sistemático com


óleos minerais, fazem jus ao adicional de insalubridade em grau médio de acordo com o
que preconiza a Portaria 3214/78 NR-15, Anexo 13, Item “Hidrocarbonetos e Outros
Compostos de Carbono”, Subitem “Manipulação de óleos minerais e outras substâncias
cancerígenas afins”, em caráter qualitativo.

9.5 LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA POEIRAS MINERAIS NR 15 ANEXO 12


Simulação - O limite de tolerância para poeira respirável é calculado pela equação:
LT(PR) = 8/(%quartzo + 2) mg/m3
O limite de tolerância para poeira total é calculado pela equação:
LT(PT) = 24/(%quartzo + 3) mg/m3
Passo a Passo:
• comparar o resultado de POEIRA da sua amostra com o respectivo limite de tolerância
calculado ou dividir o resultado pelo limite de tolerância calculado.
• Resultado: LT calculado >1  há risco na exposição
• Resultado: LT>0,5<1,0  está no limite de ação
• Resultado: LT<0,5  não há risco de exposição
Exemplo
Resultado de PR = 1,1 mg/m3
Resultado de Sílica Livre Cristalina < 0,02 mg/m3 (<0,02 significa que a Sílica está abaixo do
limite de detecção do método)
Neste caso como não foi detectada a presença de Sílica (Quartzo) o limite de tolerância é
calculado como abaixo:
LT (PR) = 8 / (0 + 2) = 4 mg/m3
Portanto o Resultado da PR (1,1 mg/m3) está abaixo do LT calculado
Na ausência de sílica, o Limite de Tolerância para Poeira Respirável estabelecido pela NR-15
é de 4,0 mg/m3

10) HONORÁRIOS PERICIAIS

11
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

Após ter cumprido a tarefa que lhe foi confiada, vem este Perito requerer, com a devida cautela
e respeito, o arbitramento de seus honorários periciais definitivos.
Vem solicitar que o valor arbitrado por Vossa Excelência seja atualizado monetariamente na
forma da lei até a data de seu efetivo pagamento.
Vem requerer a liberação dos honorários periciais provisórios que porventura foram
depositados em Juízo.
Se possível, vem também solicitar que este Perito seja informado do conteúdo da sentença do
Meritíssimo Juiz, ou de eventuais acordos celebrados entre as partes para ficar ciente da fixação
dos seus honorários periciais que venha a ter direito e das providências quanto à forma de seu
levantamento.
O valor do salário mínimo profissional é determinado pelo Artigo 5º da Resolução 397 de 11 de
agosto de 1995 do CONFEA.
O Valor da Hora Técnica (VHT) é baseado no valor do salário mínimo profissional do CONFEA
para 6 (seis) horas diárias de trabalho conforme recomendado pelo Regulamento de Honorários
Avaliações e Perícias de Engenharia de 2016 do IBAPE-SP, sendo:
Valor da Hora Técnica = R$ 360,00
Indica, como referência, o valor encontrado e demonstrado abaixo, por meio de uma equação
matemática. O cálculo está embasado nas horas efetivamente empregadas para a execução
deste trabalho técnico.
Todos os gastos com traslados, equipamentos, pesquisas, análises e estudos, papel, tinta de
impressão etc. ... foram prontamente suportados para atingir o objetivo da tarefa confiada.
Abaixo segue a demonstração matemática dos honorários periciais.

Para definirmos o valor final, teremos a equação:


HP = VHT x Hs x Iu x Ic x Ir x Ep,
Em que:
HP = Honorários Periciais;
VHT = R$ 360,00
Hs = Horas efetivamente trabalhadas
Iu = Índice de utilização de equipamentos especiais
Iu = 1,20 – com a utilização de equipamentos
Iu = 1,10 – sem a utilização de equipamentos
Ic = Índice de complexidade do trabalho executado
Ir = Índice proporcional ao número de reclamantes
Ep = Especialização Profissional (<10 anos) = 1,00

Discriminação das horas empregadas


- leitura, estudo E análise preliminar dos autos 1,0
- Traslado em veículo próprio ao local de trabalho 0,5
- Levantamento dos agentes presentes com a utilização de instrumentos 1,0
- pesquisas, estudos, elaboração, digitação E revisão do laudo pericial 2,0
- Translado em veículo próprio para a carga/devolução dos autos e resposta às impugnações 0,0
Total de horas trabalhadas: 4,5

Portanto:
HP = VHT x Hs x Iu x Ic x Ir x Ep,
HP = 360,00 x 4,50 x 1,20 x 1,00 x 1,00 x 1,00 = 1.944,00
Honorários periciais = R$ 1.944,00 (Hum mil, novecentos e quarenta e quatro reais), corrigidos
monetariamente na data de seu efetivo pagamento.

12
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

11) RESPOSTA AOS QUESITOS DA RECLAMADA

1. Queira o Sr. Perito informar qual o tempo de exposição em cada uma de suas atividades?
Resposta: Conforme tabela 01 – nível de exposição simulada das atividades deste laudo.

2. A Reclamada concede ao autor intervalo intrajornada para descanso, em local próprio?


Resposta: Prejudicado, o objeto não faz parte do objetivo da perícia.

3. Em sendo positiva a resposta anterior, queira o Sr. Perito apontar o regime de trabalho
intermitente do Reclamante?
Resposta: Prejudicado, o objeto não faz parte do objetivo da perícia.

4. A Reclamada fornece equipamentos de proteção individual que permitem neutralizar a


ação do calor, do ruído e poeira?
Resposta: Conforme item 8.1 deste laudo.

5. O trabalho desenvolvido pelo Reclamante pode ser considerado insalubre?


Resposta: Conforme item 9 deste laudo.

6. Tudo o mais que lhe pareça necessário ao esclarecimento do feito.


Resposta: Item 9.3 UMIDADE NR 15 ANEXO 10,1
As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade
excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão consideradas
insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. Desta forma
o local de trabalho é considerado salubre neste quesito em decorrência de inspeção
realizada no local de trabalho.

12) RESPOSTA AOS QUESITOS DO RECLAMANTE

1. Queira o Sr. Perito descrever, minuciosamente, as atividades do Reclamante, informando,


especificadamente, o local de trabalho onde eram as mesmas exercidas.
Resposta: Conforme itens 4, 5 e 6, 6.1 ao 6.10 deste laudo.

13
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

2. O autor, no desempenho de suas atividades, fica exposto ao calor, a ruídos e a poeira


excessivos?
Resposta: Conforme item 9, 9.1 ao 9.5 deste laudo.

3. Queira o Sr. Perito, após examinar os controles de frequência, apontar o nº de horas


suplementares trabalhadas pelo Reclamante, diariamente.
Resposta: Prejudicado, o objeto não faz parte do objetivo da perícia.

4. Confrontando a resposta oferecida ao quesito anterior com os contracheques do autor,


acostados aos autos, queira o “expert” informar se as horas extraordinárias laboradas pelo
autor eram corretamente remuneradas pela Reclamada.
Resposta: Prejudicado, o objeto não faz parte do objetivo da perícia.

5. Queira o Sr. Perito informar se o trabalho do Reclamante é insalubre? Em que grau?


Resposta: Conforme item 9, 9.1 ao 9.5 deste laudo.

6. Queira informar tudo o mais que possa elucidar a questão.


Para análise de INSALUBRIDADE, a metodologia utilizada na elaboração deste laudo segue:
O que prescreve os Artigos 189, 191, 192 e 194 da CLT, A Súmula 80 e 289 do TST, NRs 6, 9, 15
e anexos.

“Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à
saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos”;

“Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: (Redação dada pela


Lei nº 6.514, de 22.12.1977) ”.

I. Com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de
tolerância; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977);
II. Com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam
a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. (Incluído pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977).

“Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e previstos nos anexos da NR 15, assegura ao
trabalhador a percepção do Adicional de insalubridade, incidente sobre o salário mínimo da
região”.
Os percentuais são:
• 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
• 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio, e;
• 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.

14
Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx

13) ENCERRAMENTO

Nada mais havendo a considerar, encerramos aqui o presente Laudo Técnico Pericial, composto
de 15 (quinze) laudas impressas e assinadas.

Santa Cruz (RJ), 23 de setembro de 2017.

Eng° Paulo Henrique Alves Rosa


Perito - Engenheiro Segurança do Trabalho
Crea-RJ xxxxxx

15

Você também pode gostar