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LAUDO PERICIAL
(INSALUBRIDADE)
Processo: nº 66699-2009-88-01-00-4
Reclamante: JOÃO DE FREITAS JUNIOR
Reclamada: RESINAS DE BANHEIRA LTDA
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Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
______________________________________________________________________________CREA-RJ xxxxxx
Processo: nº 66699-2009-88-01-00-4
Reclamante: JOÃO DE FREITAS JUNIOR
Reclamada: RESINAS DE BANHEIRA LTDA
Paulo Henrique Alves Rosa, Engenheiro de Segurança do Trabalho, CREA-RJ: xxxxx/D e CPF:
933.225.507-53 nomeado Perito para dirimir sobre a existência de Insalubridade na função do
reclamante junto a reclamada do auto em epígrafe vem, com todo respeito e acatamento,
apresentar seu laudo a Vossa Excelência. Antecipando que, o resultado desta perícia se
encontra no item 9 deste laudo.
Gostaria de solicitar que os créditos referentes aos honorários deste trabalho pericial fossem
depositados na CAIXA ECONOMICA FEDERAL, AG.: 3335, Conta Corrente: 01002022-9, RG:
3.850.438-0, CPF: 933.225.507-53.
Sem mais para o momento, coloco-me a disposição de Vossa Excelência para quaisquer outros
esclarecimentos que ainda se fizerem necessários.
Atenciosamente,
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Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Segurança do Trabalho
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Paulo Henrique Alves Rosa
Engenheiro de Produção, Engenheiro de Segurança do Trabalho
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1) CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
1.1) OBJETIVO
O presente trabalho pericial, tem por finalidade realizar a aferição dos agentes nocivos
descritos no formulário anexado aos autos, referente ao período compreendido entre 10-07-
2012 à 08-11-2016 (função de Lixador), aos quais estaria o mesmo exposto no período elencado.
Para tal foi realizada diligência no dia 23-08-2017, às 14:00 horas e que, notificadas as partes
por e-mail enviado no dia 15-08-2017, contou com as seguintes presenças: Sr. Jorgino Silva,
Engenheiro de Segurança do Trabalho (Assistente Técnico da reclamada), Sr. Fabio Sergio da
Silva, Engenheiro de segurança do Trabalho (Assistente Técnico do Reclamante), Sr. João de
Freitas Junior (Reclamante), Sr. Wilson de Marte (Paradigma de mesma função do Reclamante),
Sr. José da Silva (Encarregado da Oficina).
2) METODOLOGIA
“Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à
saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos”;
I. Com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de
tolerância; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977);
II. Com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam
a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. (Incluído pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977).
“Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e previstos nos anexos da NR 15, assegura ao
trabalhador a percepção do Adicional de insalubridade, incidente sobre o salário mínimo da
região”.
Os percentuais são:
• 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
• 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio, e;
• 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.
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“A Súmula 289, do TST, por sua vez, esclarece que o simples fornecimento do aparelho de
proteção pelo empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade, cabendo-
lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, dentre as quais
às relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado”.
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3) DILIGÊNCIAS
Para avaliação das condições em que trabalhava o reclamante, foi realizada perícia nas
dependências da Resinas de banheiras Ltda., para atingirmos o adequado encaminhamento e
correta interpretação final deste Laudo Pericial, sem subjetivismo e com embasamento técnico-
legal.
A Perícia Técnica foi realizada no dia 23 de agosto de 2017 às 14:00 horas nas dependências da
Resinas de banheira Ltda., localizada na Rua Lacraia, nº 999, RJ – Rio de Janeiro - CEP: 20010-
000.
Observação:
6) ATIVIDADES DO RECLAMANTE
6.1.1 O reclamante laborava de 07:00 horas às 17:00 horas com um intervalo de uma hora
para almoço de segunda feira a sexta feira, mas fica à disposição da reclamada até 21:00
horas.
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6.1.2 O reclamante informou que trabalhava na maior parte do tempo sozinho durante o
período que exerceu suas atividades pela reclamada.
6.1.3 O reclamante informou que utilizava os seguintes EPIs: Luva, mascara, óculos de
proteção, bota de proteção e avental comprados pela reclamada.
6.1.4 O reclamante informou que não utilizava protetor auditivo auricular para proteção do
sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR-15,
Anexos 1 e 2, protetor facial para proteção da face contra impactos de partículas
volantes, vestimentas para proteção do tronco contra agentes químicos em
desconformidade com item 6.6.1 da NR-6.
6.1.5 O reclamante informou que nunca recebeu treinamento de EPI e a forma correta de
utilizá-los em desconformidade com item 6.6.1 da NR-6.
6.1.6 O reclamante informou que por várias vezes sentia-se mal quando executava a atividade
de pintura.
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7) INSALUBRIDADE – RUÍDO
7.1. Simulação
Considerando que nas atividades do reclamante (TABELA 1) – existem várias fontes geradoras
de ruído (a lixadeira, a furadeira, as bombas d’água e simultaneamente os exaustores), fora
necessário fazer a avaliação do nível de ruído do setor. A avaliação do ruído foi realizada de
forma a caracterizar a real exposição do trabalhador em suas atividades laborais, foram
identificadas todas as atividades exercidas pelo trabalhador, observando seu ciclo operacional,
de forma que possam cobrir todas as condições, operacionais e ambientais habituais, que
envolvem o trabalhador no exercício de suas funções. A medição do ruído pode ser feita com
um medidor de pressão sonora, o qual é popularmente conhecido como Decibelímetro. Muitos
fatores intervêm na medição dos ruídos, dentre os quais temos: o tipo de ruído produzido
(Contínuo ou intermitente), ruído de fundo, implicação do trabalhador exposto e o tempo de
exposição ao ruído. Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em dB, com
instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A”, e circuito de
resposta Lenta (Slow). Durante a medição, obviamente serão encontrados diversos valores de
exposição, devendo seus efeitos serem combinados para o Cálculo da Dose.
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Existe um valor único representado por Leq, que traduz o nível sonoro médio integrado durante
determinado tempo, que é calculado com base na energia do ruído, ou pressão sonora
quadrática. Que representa o nível contínuo (estacionário) equivalente em dB(A).
Diante dessas considerações, temos que o ruído foi mensurado por leitura instantânea com o
uso do decibelímetro modelo DOS-700 Medidor de Dose (Audiodosímetro) devidamente
calibrado, conforme consta em laudo de calibração.
O sensor do aparelho foi colocado na altura do ouvido do operador, durante o período que
estavam sendo realizadas atividades rotineiras da função. As medições foram realizadas de
acordo com a Norma Regulamentadora nº15 (NR 15), do Ministério do Trabalho e Emprego –
Atividades e Operações Insalubres. Vale constar que os ruídos existentes no ambiente em
questão, são provenientes das ferramentas utilizadas pelo operador, das bombas d’água e
exaustores existentes no local.
Os dados foram compilados automaticamente pelo equipamento, que ao tempo pré-
programado, calcula o valor de Leq. O equipamento foi programado para o valor de Leq no
tempo de 8 horas.
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2. Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com
instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação "A" e
circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do
trabalhador.
3. Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância
fixados no Quadro deste anexo.
5. Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não
estejam adequadamente protegidos.
C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn
T1 T2 T3 Tn
Exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância.
Na equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de
ruído específico, e Tn indica a Máxima exposição diária permissível a este nível, segundo
o Quadro deste Anexo.
D = C1 + C2 + C3 + C4____________________ + Cn
T1 T2 T3 T4 Tn
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8) CONSIDERAÇÕES FINAIS
8.1 As medidas de proteção contra níveis elevados de ruído no trabalho devem ter,
prioritariamente, caráter coletivo, a partir do controle da emissão na fonte principal de
exposição, da propagação do agente no ambiente de trabalho e de ações no nível
administrativo e de organização do trabalho. Contudo, essas medidas não foram tomadas
pela reclamada, pois foram consideradas de alto custo e com tecnologia de difícil
implantação, enquanto o equipamento de proteção auditiva (EPA) tem sido a opção mais
comum pela viabilidade, menor custo, relativa efetividade, e fácil acesso. O uso do EPA pelos
trabalhadores é obrigatório quando exercem atividades em ambientes com nível de ruído
superior ao estabelecido pela legislação própria de cada país. No Brasil, o limite de tolerância
é de 85 dB(A) por 8 horas diárias, e de acordo com a NR-9, ações preventivas devem se
iniciar a partir do nível de ação de 80 dB(A), incluindo, entre outras, o monitoramento
periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle, medidas que não
foram tomadas pela reclamada. A reclamada nunca forneceu os EPIs adequados para esta
exposição ao reclamante em desconformidade com o item 6.5.1 da NR-6. EPIs. O reclamante
informou que nunca foi cobrado referente ao uso de EPIs em desconformidade com o item
6.6.1 da NR-6.
9) CONCLUSÃO.
Diante do exposto no presente laudo pericial e de conformidade com a Portaria nº 3.214,
de 8 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego - Norma Regulamentadora
N°15, este perito conclui que o Reclamante trabalhou em condições caracterizadas como
insalubres.
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Simulação
Suvinil Diluente para Esmalte Epóxi: Solvente de alto poder. Para diluição de tintas epóxi-
catalisáveis. Usado também na limpeza de equipamentos e acessórios de pintura utilizados
com tais produtos.
Composição: Hidrocarbonetos aromáticos e éteres glicólicos. Não contém benzeno.
Aplicação: Produtos de Uso Específico.
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Após ter cumprido a tarefa que lhe foi confiada, vem este Perito requerer, com a devida cautela
e respeito, o arbitramento de seus honorários periciais definitivos.
Vem solicitar que o valor arbitrado por Vossa Excelência seja atualizado monetariamente na
forma da lei até a data de seu efetivo pagamento.
Vem requerer a liberação dos honorários periciais provisórios que porventura foram
depositados em Juízo.
Se possível, vem também solicitar que este Perito seja informado do conteúdo da sentença do
Meritíssimo Juiz, ou de eventuais acordos celebrados entre as partes para ficar ciente da fixação
dos seus honorários periciais que venha a ter direito e das providências quanto à forma de seu
levantamento.
O valor do salário mínimo profissional é determinado pelo Artigo 5º da Resolução 397 de 11 de
agosto de 1995 do CONFEA.
O Valor da Hora Técnica (VHT) é baseado no valor do salário mínimo profissional do CONFEA
para 6 (seis) horas diárias de trabalho conforme recomendado pelo Regulamento de Honorários
Avaliações e Perícias de Engenharia de 2016 do IBAPE-SP, sendo:
Valor da Hora Técnica = R$ 360,00
Indica, como referência, o valor encontrado e demonstrado abaixo, por meio de uma equação
matemática. O cálculo está embasado nas horas efetivamente empregadas para a execução
deste trabalho técnico.
Todos os gastos com traslados, equipamentos, pesquisas, análises e estudos, papel, tinta de
impressão etc. ... foram prontamente suportados para atingir o objetivo da tarefa confiada.
Abaixo segue a demonstração matemática dos honorários periciais.
Portanto:
HP = VHT x Hs x Iu x Ic x Ir x Ep,
HP = 360,00 x 4,50 x 1,20 x 1,00 x 1,00 x 1,00 = 1.944,00
Honorários periciais = R$ 1.944,00 (Hum mil, novecentos e quarenta e quatro reais), corrigidos
monetariamente na data de seu efetivo pagamento.
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1. Queira o Sr. Perito informar qual o tempo de exposição em cada uma de suas atividades?
Resposta: Conforme tabela 01 – nível de exposição simulada das atividades deste laudo.
3. Em sendo positiva a resposta anterior, queira o Sr. Perito apontar o regime de trabalho
intermitente do Reclamante?
Resposta: Prejudicado, o objeto não faz parte do objetivo da perícia.
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“Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à
saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos”;
I. Com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de
tolerância; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977);
II. Com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam
a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. (Incluído pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977).
“Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e previstos nos anexos da NR 15, assegura ao
trabalhador a percepção do Adicional de insalubridade, incidente sobre o salário mínimo da
região”.
Os percentuais são:
• 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
• 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio, e;
• 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.
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13) ENCERRAMENTO
Nada mais havendo a considerar, encerramos aqui o presente Laudo Técnico Pericial, composto
de 15 (quinze) laudas impressas e assinadas.
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