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JOSÉ ROBERTO ROCHA

ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO – PERITO JUDICIAL TRABALHISTA


Contatos - Celular (19) 99813 4446 - E-mail: jota.roberto64@gmail.com

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUÍZ (A) DO TRABALHO DA VARA DO
TRABALHO DE ARARAS – SP

PROCESSO: 0010907-19.2021.5.15.0046
RECLAMANTE: MARCELO DONIZETE DA SILVA
RECLAMADA: FUNDIÇÃO ARARAS LTDA E OUTROS

JOSÉ ROBERTO ROCHA, perito nomeado nos autos da


Reclamação Trabalhista em referência, infra-assinado, vem mui respeitosamente à Presença de
V. Exa., apresentar LAUDO PERICIAL, fundamentando suas razões de fato e direito como segue
e solicitar a liberação do adiantamento da indenização das despesas. Em relação aos honorários
profissionais, requer o arbitramento por V. Exa. Em 05 (cinco) salários-mínimos, conforme
disposto no Art. 6º do Regulamento De Honorários para Avaliações e Perícias de Engenharia do
IBAPE- SP (Instituto Brasileiro e Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo), aprovado em
assembleia Geral Ordinária de 08.04.2014, corrigidos monetariamente na data do efetivo
pagamento.

Nestes Termos, J. aos autos.


P. Deferimento.
Pirassununga, 07 de dezembro de 2021

José Roberto Rocha


Engenheiro de Segurança do Trabalho
CREA/SP 5062333210
Perito Judicial

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LAUDO PERICIAL

1 – IDENTIFICAÇÃO

Processo: 0010907-19.2021.5.15.0046 – Vara do Trabalho de Araras - SP

Reclamante: Marcelo Donizete da Silva


Período reclamado: 01.12.2016 a 17.09.2021

Reclamada: Fundição Araras Ltda

2 – DILIGÊNCIA

Data da Perícia: 07.12.2021


Horário: 10h00
Local: Rua José Carroci, 875, Jardim Industrial – Araras - SP

3 -ACOMPANHANTES / INFORMANTES /PARADIGMAS

3.1 – Marcelo Donizete da Silva


Reclamante

3.2 – Deise Aparecida Olímpio


Advogada do Reclamante

3.3 – Vanessa Carolina


Advogada do Reclamante

3.4 – Pierre Felipe Pereira Aquino


Técnico de Segurança do Trabalho – Assistente Técnico da Reclamada

3.5 – Cristiano Cavichiolli


Engenheiro de Segurança do Trabalho – Assistente Técnico da Reclamada

3.6 – Jair Francisco dos Santos


Paradigma do Setor de Produção da Reclamada

4 – OBJETIVO

Verificar se as atividades desempenhadas pelo reclamante, bem como os locais e condições


dos ambientes de trabalho se enquadram, ou não, como atividades insalubres no período laborado.

5 – METODOLOGIA

O Estudo e as técnicas de avaliação utilizadas na elaboração deste Laudo seguem o prescrito


na NR-15 – Atividades e Operações Insalubres da Portaria N.º 3.214/78 do Ministério do Trabalho.

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6 - F UNÇÃO, LOCAL DE TRABALHO E ATIVIDADES DO RECLAMANTE

Realizou-se primeiramente a entrevista preliminar, item administrativo obrigatório em


qualquer Perícia trabalhista, coletando todas as informações necessárias e esclarecimentos
constantes neste Laudo Pericial, em seguida, “in loco”, diligenciamos até o local de trabalho onde a
reclamante laborava para verificação de suas atividades exercidas de Auxiliar de Rebarbador

O reclamante informou que foi contratado como rebarbador de peças, fazia rebarba de peças
leves e pesadas, as peças eram colocadas manualmente nas bancadas, com a lixadeira tirava toda
rebarba das peças. Informou que a partir de 2020 começou a auxiliar na fundição de peças, o
processo de fundição acontecia a cada 02h00, cada panela demorava em torno de 30 minutos para
descarregar (fundir), nesse processo cada colaborador têm o direito a 10 minutos de descanso após
o término da fundição. Informou que o encarregado não dava os 10 minutos a ele, pedia para que
retornasse para seu ambiente de trabalho de rebarba de peças.
Informou que de forma eventual auxiliava na moldagem de peças e preparação da areia para
moldagem de peças grandes.

Horário de trabalho segundo o reclamante: Dás 06h00 às 16h00 com intervalo para refeição.

- Ambiente de Trabalho do Reclamante -

Fotografia 1 – Argila usada na Fotografia - 2 – Argila a base de água.


preparação da areia.

Fotografia -3– Termômetro de globo Fotografia -4 – Colaborador preparando


estabilizado no setor de fundição a caixa para fundição.
IBUTGº de 27,80ºC.

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7- EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E TREINAMENTOS

Em relação a EPIs, este perito somente aceita como prova de entrega, a confirmação do
empregado através de sua assinatura nas fichas de entrega e troca de EPIs, bem como a devida
anotação do C.A. Certificado de Aprovação para conferência junto ao Ministério do Trabalho. Esta é
a única maneira efetiva que o perito pode fazer uso como prova pericial.

Compulsando os autos, não foi localizado a ficha de comprovação de fornecimento de


equipamento de proteção individual ao reclamante.

8 - IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DE AGENTES INSALUBRE

NR-15 – “Atividades e Operações Insalubres”, da Portaria N.º 3.214 / 78


do Ministério do Trabalho
8.1 - NR - 15 - ANEXO N.º 1 Limites de tolerância para ruído contínuo e intermitente
8.2 - NR - 15 - ANEXO N.º 2 Limites de Tolerância para Ruído de Impacto
8.3 - NR - 15 - ANEXO N.º 3 Limites de Tolerância para Exposição ao Calor
8.4 - NR - 15 - ANEXO N.º 4 Iluminamento
8.5 - NR - 15 - ANEXO N.º 5 Limites de Tolerância para Radiações Ionizante
8.6 - NR - 15 - ANEXO N.º 6 Trabalhos sob condições Hiperbáricas
8.7 - NR - 15 - ANEXO N.º 7 Radiações Não Ionizantes
8.8 - NR - 15 - ANEXO N.º 8 Vibrações
8.9 - NR - 15 - ANEXO N.º 9 Frio
8.10 - NR- 15 - ANEXO N.º 10 Umidade
8.11 - NR- 15 - ANEXO N.º 11 Agentes Químicos cuja Insalubridade é caracterizada por
Limites de Tolerância e inspeção no Local de Trabalho
8.12 - NR -15 -ANEXO N.º 12 Limites de Tolerância Para Poeiras Minerais
8.13 - NR -15 -ANEXO N.º 13 Agentes Químicos
8.14 - NR -15 -ANEXO N.º 14 Agentes Biológicos

9 – RISCOS OCUPACIONAIS – ANÁLISE E ESTUDO

9.1 - AGENTES FÍSICOS Ruído, Calor

9.2 - AGENTES QUÍMICOS Não foi constatado nas atividades do reclamante

9.3 - AGENTES BIOLÓGICOS Não foi constatado nas atividades do Reclamante

10 – AGENTES FISÍCOS

10.1 – ANEXO Nº 1 – Ruído contínuo e intermitente.

Foi realizada a dosimetria no setor de produção/fundição, onde o reclamante laborava, níveis


avaliados através de dosimetria com uso de medidor de pressão sonora, marca Instrutherm, modelo

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DOS-500, ajustado no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW), para ruído
contínuo e intermitente conforme descreve o Anexo no 1 da NR-15, as medições foram efetuadas à
altura da zona auditiva do trabalhador exposto.

Leq Tempo de Máxima exposição


Função ou local
dB(A) exposição diária permissível
Setor de Produção/Fundição 89,00 07h00 4 horas e 30 minutos

Valor obtido na dosimetria:

Setor de Produção/fundição - D% 9,05; Tempo de medição = 25 minutos


Paradigma: Jair Francisco dos Santos

Leq = Lc + 16,61x log (D% x TC / 100 x T)


Onde: Leq = valor em decibel calculado para período de 8 horas; Lc = 85 db = Nível de critério;
D% = Valor de dose do tempo avaliado; TC = 8 horas = 480 minutos; T = Tempo de medição.

A exposição ao nível avaliado, encontra-se acima da máxima exposição diária permissível


prevista no Anexo Nº 1 da NR-15, portanto, a atividade é considerada insalubre.

Dosimetria de Ruído apresentado no PPRA da Reclamada.

A reclamada apresentou nos autos, em seu Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, a


dosimetria para atividade de Rebarbador, conforme ID. 5db2f18, Rebarbador, 96,80 dB(A).

10.2 – ANEXO Nº2 - Ruído de impacto.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de Ruído de impacto nas
atividades do reclamante, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

10.3 – ANEXO Nº 3 – Limites de Tolerância para Exposição ao Calor.

Atividades realizadas pelo reclamante antes da Portaria SEPRT nº 1.359, de 09 de dezembro


de 2019, período de labor de 01.12.2016 até 09.12.2019.

Diz o item 1, do Anexo N.º 3 - “Limites de Tolerância para Exposição ao Calor”, da NR 15


“Atividades e Operações Insalubres”, da Portaria Nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho.
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1-A exposição ao calor deve ser avaliada através do “Índice de Bulbo
Úmido Termômetro de Globo” (IBUTG) definido pelas equações que seguem;

internos ou externos sem carga solar;


IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg

Ambientes externos com carga solar


IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
onde:
tbn = temperatura de bulbo úmido natural
tg = temperatura de globo
tbs = temperatura de bulbo seco

O tipo de atividade, Leve, moderada ou Pesada, é feita consultando o Quadro n.º 3 deste
anexo.

1 - Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será definido no Quadro n.º 1.

QUADRO Nº I
Regime de trabalho intermitente com Tipo de Atividade
descanso no próprio local de trabalho
(por hora)
LEVE MODERADA PESADA
Trabalho contínuo até 30,0 Até 26,7 até 25,0

45 minutos trabalho 30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9


15 minutos descanso
30 minutos trabalho 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
30 minutos descanso
15 minutos trabalho 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
45 minutos descanso
Não é permitido o trabalho, sem a adoção de acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0
medidas adequadas de controle

Para os estudos da exposição ao calor para as atividades de Rebarbador, o levantamento


ambiental foi realizado no ambiente de trabalho onde o reclamante laborava, ambiente interno sem
carga solar, o valor de IBUTG medido foi de 27,80ºC.

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De acordo com o levantamento ambiental coletado, e conforme descrito no item 6 deste
laudo pericial, suas atividades foram classificadas de acordo com o Quadro 01 do Anexo 03 da NR15
como Trabalho Contínuo, e de acordo com o Quadro 03 do Anexo 03 da NR15 como atividade
“Moderada” sendo “...Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar...” com
“...300Kcal/h...”, onde o Limite de Tolerância do IBUTG é até 26,70, o IBUTG interno coletado foi de
27,80ºC, acima dos limites de tolerância, portanto, a atividade em análise é considerada insalubre
em grau médio 20% no período de 01.12.2016 até 08.12.2019.

Nota: Atividades realizadas pelo reclamante após a Portaria SEPRT nº 1.359, de 09 de


dezembro de 2019, no período de 09.12.2019 até 17.09.2021.

PORTARIA Nº 1.359, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2019

Aprova o Anexo 3 - Calor - da Norma Regulamentadora nº 9 - Programa de Prevenção de


Riscos Ambientais, altera o Anexo nº 3 - Limites de Tolerância para Exposição ao Calor - da Norma
Regulamentadora nº 15 - Atividades e Operações Insalubres e o Anexo II da NR nº 28 - Fiscalização
e Penalidades, e dá outras providências.

Quadro 1 - Limite de exposição ocupacional ao calor

ˉM [W] ˉ(IBUTG_MÁX[oC] ˉM [W] ˉ(IBUTG_MÁX[oC] ˉM [W] ˉ(IBUTG_MÁX[oC]


100 33,7 186 30,6 346 27,5
102 33,6 189 30,5 353 27,4
104 33,5 193 30,4 360 27,3
106 33,4 197 30,3 367 27,2
108 33,3 201 30,2 374 27,1
110 33,2 205 30,1 382 27,0
112 33,1 209 30,0 390 26,9
115 33,0 214 29,9 398 26,8
117 32,9 218 29,8 406 26,7
119 32,8 222 29,7 414 26,6
122 32,7 227 29,6 422 26,5
124 32,6 231 29,5 431 26,4
127 32,5 236 29,4 440 26,3
129 32,4 241 29,3 448 26,2
132 32,3 246 29,2 458 26,1
135 32,2 251 29,1 467 26,0
137 32,1 256 29,0 476 25,9
140 32,0 261 28,9 486 25,8
143 31,9 266 28,8 496 25,7
146 31,8 272 28,7 506 25,6
149 31,7 277 28,6 516 25,5
152 31,6 283 28,5 526 25,4
155 31,5 289 28,4 537 25,3

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158 31,4 294 28,3 548 25,2
161 31,3 300 28,2 559 25,1
165 31,2 306 28,1 570 25,0
168 31,1 313 28,0 582 24,9
171 31,0 319 27,9 594 24,8
175 30,9 325 27,8 606 24,7
178 30,8 332 27,7
182 30,7 339 27,6

Quadro 2 - Taxa metabólica por tipo de atividade

Atividade Taxa metabólica (W)


Sentado
Em repouso 100
Trabalho leve com as mãos 126
Trabalho moderado com as mãos 153
Trabalho pesado com as mãos 171
Trabalho leve com um braço 162
Trabalho moderado com um braço 198
Trabalho pesado com um braço 234
Trabalho leve com dois braços 216
Trabalho moderado com dois braços 252
Trabalho pesado com dois braços 288
Trabalho leve com braços e pernas 324
Trabalho moderado com braços e pernas 441
Trabalho pesado com braços e pernas 603
Em pé, agachado ou ajoelhado
Em repouso 126
Trabalho leve com as mãos 153
Trabalho moderado com as mãos 180
Trabalho pesado com as mãos 198
Trabalho leve com um braço 189
Trabalho moderado com um braço 225
Trabalho pesado com um braço 261
Trabalho leve com dois braços 243
Trabalho moderado com dois braços 279
Trabalho pesado com dois braços 315
Trabalho leve com o corpo 351
Trabalho moderado com o corpo 468
Trabalho pesado com o corpo 630
Em pé, em movimento
Andando no plano
1. Sem carga
2 km/h 198

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3 km/h 252
4 km/h 297
5 km/h 360
2. Com carga
10 kg, 4 km/h 333
30 kg, 4 km/h 450
Correndo no plano
9 km/h 787
12 km/h 873
15 km/h 990
Subindo rampa
1.Sem carga
com 5° de inclinação, 4 km/h 324
com 15° de inclinação, 3 km/h 378
com 25° de inclinação, 3 km/h 540
2. Com carga de 20 kg
com 15° de inclinação, 4 km/h 486
com 25° de inclinação, 4 km/h 738
Descendo rampa (5 km/h) sem carga
com 5° de inclinação 243
com 15° de inclinação 252
com 25° de inclinação 324
Subindo escada (80 degraus por minuto - altura do degrau
de 0,17 m)
Sem carga 522
Com carga (20 kg) 648
Descendo escada (80 degraus por minuto - altura do degrau
de 0,17 m)
Sem carga 279
Com carga (20 kg) 400
Trabalho moderado de braços (ex.: varrer, trabalho em
320
almoxarifado)
Trabalho moderado de levantar ou empurrar 349
Trabalho de empurrar carrinhos de mão, no mesmo plano,
391
com carga
Trabalho de carregar pesos ou com movimentos vigorosos
495
com os braços (ex.: trabalho com foice)
Trabalho pesado de levantar, empurrar ou arrastar pesos
524
(ex.: remoção com pá, abertura de valas)

Ciclo de trabalho: 60 minutos


Taxas Metabólicas Média Ponderada
M1: M = 315 W
M2: De pé, Trabalho pesado com dois braços (315 W)
Avaliação IBUTG IBUTG

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Média Ponderada
1. Operações nos aparelhos: IBUTG1 = 27,80ºC _______
IBUTG = 27,80ºC
2. Anotações e Monitoramento do IBUTG = 27,80ºC
Interpretação dos Resultados
Taxa - média ponderada _______ SALUBRE
IBUTG = 27,80ºC
M = (319 W) Abaixo do LT
LT NR 15 – Novo Anexo 3: 27,90ºC
NR15 - Anexo 3

Conforme o novo anexo 3 a atividade está abaixo do limite de tolerância, IBUTGºC de


27,80ºC, portanto, a atividade é considerada salubre.

Para o levantamento ambiental foi usado o termômetro de globo digital: Conjunto de


termômetros constituído de globo, bulbo seco e bulbo úmido, TGD 300 marca INSTRUTHERM, tipo
Medidor de Stress Térmico, que atende às Normas e especificações. As medições foram feitas na zona
do tronco do trabalhador exposto, tendo com isso a necessária confiabilidade nas leituras efetuadas e
respectivas conclusões.

10.4 – ANEXO Nº 4 – Iluminamento.

- Revogado pela Portaria n.º 3.751, de 23/11/1990.

10.5 – ANEXO Nº 5 – Radiações ionizantes.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de Radiações Ionizantes nas
atividades do reclamante, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

10.6 – ANEXO Nº 6 – Trabalhos sob condições hiperbáricas.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de trabalhos sob condições
hiperbáricas nas atividades do reclamante, descaracterizando a insalubridade na atividade em
análise.

10.7 - ANEXO Nº 7 – Radiações Não Ionizantes.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de Radiações Não Ionizantes nas
atividades do reclamante, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

10.8 – ANEXO Nº 8 – Vibrações.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de Vibrações nas atividades do
reclamante, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

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10.9 – ANEXO Nº 9 – Frio.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de trabalhos com exposição ao
frio ou trabalho em câmaras frigorificas, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

10.10 – ANEXO Nº 10 – Umidade.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de trabalhos com exposição a
umidade excessiva ou locais encharcados, descaracterizando a insalubridade na atividade em
análise.

11 – AGENTES QUÍMICOS

Avaliação qualitativa e por Inspeção, de acordo com Anexo N.º 13 - “Agentes Químicos” da
NR-15 - “Atividades e Operações Insalubres” da Portaria N.º 3.214/78 do Ministério do Trabalho. As
atividades ou operações com agentes químicos constantes dos anexos 11 e 12, que necessariamente
são quantificados, não fazem parte do item conclusivo deste Laudo Pericial. As avaliações dos
possíveis Agentes Químicos, nas atividades em estudo, foram objeto de avaliações qualitativas e por
inspeção.

11.1- NR - 15 - ANEXO N.º 11 - Agentes Químicos cuja Insalubridade é caracterizada por


Limites de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho.

Na sua inicial o reclamante declara que ficava exposto a pó de ferro, Aerodispersóides, Sílica
Livre - Quartzo ou Similar, porém, a reclamada não apresentou nos autos nenhum documento
assinado por laboratório comprovando que o Aerodispersóides do setor de produção está abaixo do
limite de tolerância ou não.

A reclamada no seu PPRA apresenta o resultado para Aerodispersóides demonstrando que


está abaixo dos limites de tolerância, mas, não apresenta o documento do laboratório que foi
realizado a análise, conforme demonstrado abaixo, pois vejamos;

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11.2 - NR - 15 - ANEXO N.º 12 - Limites de Tolerância para Poeiras Minerais.

Durante a diligência pericial foi constatado que não havia a existência de trabalhos com
exposição a poeiras minerais, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

11.3 - NR - 15 - ANEXO N.º 13 - Agentes Químicos.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de trabalhos com exposição a
agentes químicos arrolados no anexo 13, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

12 – NR – 15 – ANEXO Nº 14 – Agentes Biológicos.

Durante a diligência pericial não foi constatado a existência de trabalhos com exposição a
agentes biológicos, descaracterizando a insalubridade na atividade em análise.

13 - RESULTADO DAS ANÁLISES E ESTUDO DAS ATIVIDADES INSALUBRES

Ruído - Nas atividades desenvolvidas pelo reclamante no setor de produção/fundição, foi


constatado sua exposição ao Ruído acima dos limites de tolerância, 89,00 dB(A), sem medidas de
proteção, a reclamada não comprovou treinamento, fiscalização e fornecimento de protetor
auricular, portanto, a atividade é considerada insalubre de grau médio de 20% durante todo período
laborado, de acordo com o prescrito pelo Anexo N.º 1 - “Limites de Tolerância Para Ruído Contínuo
ou Intermitente”, da NR-15 - “Atividades e Operações Insalubres”, da Portaria N.º 3.214/78 do
Ministério do Trabalho.

Calor – Nas atividades desenvolvidas pelo reclamante no setor de Rebarbação no período de


01.12.2016 até 08.12.2019, foi constatado sua exposição ao calor acima dos limites de tolerância,
IBUTGºC de 27,80ºC, laborava em ambiente interno e fechado sem carga solar, de forma habitual e
permanente, portanto, sua atividade é considerada insalubre de grau médio 20% durante o período
laborado deste, conforme anexo N.º 3 “Limites de Tolerância para Calor”, da NR-15 - “Atividades e
Operações Insalubres”, da Portaria N.º 3.214/78 do Ministério do Trabalho.

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Os itens 6.1 e 6.6 da NR-6 - “Equipamento de Proteção Individual - EPI” da Portaria N.º
3.214/78 do Ministério do Trabalho, dizem o seguinte:

6.1- Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora NR, considera - se Equipamento de
Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

6.6 – Responsabilidade do empregador (alterado pela portaria SIT 194, de 07/12/10)


6.6.1 – Cabe ao empregador quanto ao EPI:

a) adquirir o tipo adequado ao risco de cada atividade do empregado;


b) exigir seu uso; manutenção periódica; e,
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema
eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT 107, de 25/08/2009)

O item 15.4 da NR – 15 – “Atividades e Operações Insalubres dizem o seguinte;

15.4- A eliminação ou neutralização da Insalubridade determinará a cessação do pagamento do


adicional respectivo.

15.4.1 - A eliminação ou neutralização da Insalubridade deverá ocorrer:


a) com a adoção de medida de ordem geral que conserve o ambiente de trabalho dentro dos
limites de tolerância;
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.

Conforme determinado nos itens anteriormente transcritos, cabe ao empregador adquirir,


fornecer, treinar, substituir e tornar obrigatório o uso do EPI, bem como registrar seu fornecimento
ao trabalhador (a partir de agosto/2009). No caso do reclamante não houve comprovação de
treinamento, fiscalização e fornecimento de protetor auricular durante o período laborado.

A reclamada não realizou o cumprimento ao prescrito pelo item 6.6.1 da Norma


regulamentadora Nº 6 da Portaria Nº 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego.

14 – QUESITOS

14.1 – Quesitos apresentados pela reclamada.

1- Queira o Sr. Perito descrever detalhadamente quais eram as funções efetivamente


exercidas pelo Reclamante, quando trabalhou para a Reclamada.

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R – Vide item 6.

2- Descreva o Sr. Perito os locais de trabalho do Reclamante? Onde o Reclamante


trabalhava de acordo com a legislação, pode ser considerada insalubre, em conformidade com as
legislações atuais, pelo tempo de exposição, serviços, manuseio de produtos, etc ?

R - Vide item 6.

3- De acordo com a legislação vigente, quais são as condições para que se caracterize
a insalubridade?

R – O previsto nos 14 anexos da NR-15.

4- Quais os EPI's que o Reclamante utilizava? Poderiam se enquadrar nas normas


com as devidas proteções para agentes insalubres? Se não, porque?

R – Não foi comprovado fornecimento de EPIs.

5- Queira o Sr. Perito fazer qualquer outro comentário ou esclarecimento que julgar
necessário ou pertinente ao assunto.

R – Em tela.

14.2 – Quesitos apresentados pelo reclamante.

1) Informe o senhor perito, detalhadamente, as funções exercidas pelo reclamante.

R – Vide item 6.

2) Descreva o senhor perito com detalhes o(s) local(is) de trabalho do reclamante durante
todo pacto laboral.

R - Calçava caixa, pesava caixa, auxiliava no carregamento do forno, batia peça, pegava
panela para fundir a cada 02h00, cada panela de fundição demorava em torno de 30 minutos para
descarregar (fundir), cada colaborador tinha um descanso de 10 minutos a cada processo de
fundição, a fundição com a panela era realizada pelo menos 4 vezes por dia.

3) Informe o senhor perito se os serviços desempenhados pelo reclamante, assim como o


local e o ambiente em que realizava seu serviço apresentam condições insalubres, sendo assim
consideradas de acordo com as definições contidas no Anexo 09 da NR 15 da Portaria nº 3214/78 do
Ministério do Trabalho?

R – Vide item 13.

4) O reclamante, quando do desempenho de suas funções na reclamada, mantinha contato


com temperaturas elevadas, metal líquido fervente, poeira em suspensão, resinas sintéticas com
forte odor, produtos químicos tóxicos?

R – Vide item 10.3, quanto a agentes químicos, o obreiro não laborava ou manuseava
produtos químicos.

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5) Se positivas as respostas anteriores, em qual grau?

R – Agente Ruído e Calor, em grau médio 20%.

6) Qual era o período diário de exposição do Reclamante aos agentes constatados pela
perícia?

R – Vide item 13 do laudo.

7) Informe o senhor perito se a Reclamada fornecia EPIs aprovados pelo MTE.

R – Não foi comprovado.

8) Esses equipamentos eram capazes de elidir e/ou neutralizar a insalubridade?

R – Respondido no quesito 7.

9) Pode o nobre expert esclarecer se a situação do local de trabalho obedece às regras de


segurança e salubridade estabelecidas na legislação?

R – No local foi verificado se o ambiente de trabalho era insalubre ou não, não foi realizado
inspeção para outros fins.

10) A partir da constatação in loco o expert pode esclarecer se a empresa cumpre seu próprio
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) de ID a784fcc?

R – Foi comprovado nos autos.

11) Pode o expert informar se a planilha de avaliação geral: PPRA / LTCAT / APR / OS - NR 01
constante do PPRA acima indicado está correta de acordo com o quanto presenciado no momento
da perícia?

R – A reclamada apresentou seu PPRA com medições de Ruído, Calor e Aerodispersóides,


mas, este perito realizou a medição de Ruído e Calor, conforme demonstrado neste laudo pericial.

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15 – CONCLUSÃO

No resultado das avaliações, onde foram analisados os riscos potenciais à saúde, fixados
todos os fatores correlacionados, e ainda, acima de tudo, que o Laudo Pericial tem fundamentação
legal no anexo N.º 1 “Limites de Tolerância para ruído contínuo e intermitente”, no anexo N.º 3
“Limites de Tolerância Para Exposição ao Calor”, pertencentes à NR-15 - “Atividades e Operações
Insalubres”, da Portaria N.º 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego concluímos que:

CARACTERIZA-SE INSALUBRIDADE em grau médio 20% em função de Ruído, durante todo


período laborado.

CARACTERIZA-SE INSALUBRIDADE em grau médio 20% em função de Calor, durante o período


laborado de 01.12.2016 até 08.12.2019.

Nada mais havendo a considerar, encerramos o presente Laudo Pericial composto de dezesseis
(16) laudas assinadas digitalmente.

Pirassununga, 07 de dezembro de 2021

José Roberto Rocha


Engenheiro de Segurança do Trabalho
CREA/SP 5062333210
Perito Judicial

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