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UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP – CAMPUS PARAISO

ICET- Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia


Departamento de Engenharia de Segurança do Trabalho
Pós-Graduação Lato Sensu

Parecer Técnico Pericial da Parte Reclamante – Grupo: 03

Disciplina: 13 – Estudos Periciais de Insalubridade e Periculosidade

Alesandro Ornelas Barbosa


Daniel William Faria
Diego Gabriel Jorge Melki Suleiman
Paulo Henrique Pereira de Souza
Tayane Ramos Borges
Weber Pereira Borges

Prof. Dr. Leonídio Ribeiro Filho

São Paulo

2021

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PÓS GRADUAÇÃO "LATO SENSU"
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

NOME ALESANDRO ORNELAS BARBOSA RA: 71682000285

NOME DANIEL WILLIAN FARIA RA: 71681904662

NOME DIEGO GABRIEL JORGE MELKI SULEIMAN RA:71682000328

NOME PAULO HENRIQUE PEREIRA DE SOUZA RA: 71682001883

NOME TAYANE RAMOS BORGES RA: 71682000238

NOME WEBER PEREIRA BORGES RA: 71682000239

TURMA T - 60

DISCIPLINA 13 - ESTUDOS PERICIAIS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE

TÍTULO PARECER TÉCNICO PERICIAL DA PARTE RECLAMANTE - GRUPO 3

PROFESSOR ENG. DR. LEONÍDIO RIBEIRO FILHO

SOLICITAÇÃO 11/05/2021 ENTREGA 28/05/2021

RECEBIDO POR

RECEBIDO EM SÃO PAULO, DE DE 2021

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ FEDERAL DA VARA DO TRABALHO DE

SÃO PAULO - SP.

PROCESSO: 00070.2013.10.0002
RECLAMANTE: JOÃO DA SILVA
RECLAMADA: MAX S/A

Os integrantes do Grupo: 03, Assistentes Técnicos do reclamante, vem, mui


respeitosamente, perante V. Exa. apresentar seu PARECER TÉCNICO, bem como requerer
a juntada do mesmo aos autos supra mencionados.

Este assistente técnico coloca-se a disposição de V. Exa., para quaisquer esclarecimentos


que se fizerem necessários.

Nestes termos, Pede deferimento.

São Paulo, 15 de maio de 2021.

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PARECER TÉCNICO PERICIAL - INSALUBRIDADE

1 - IDENTIFICAÇÃO:

Vara do Trabalho de São Paulo – SP.

PROCESSO: 00070.2013.10.0002
RECLAMANTE: JOÃO DA SILVA.
RECLAMADA: MAX S/A.

2 - INTRODUÇÃO e OBJETIVO:

O presente parecer técnico tem por objetivo verificar a existência ou não de condições que
se possam caracterizar como insalubres, conforme Ata de Audiência Inaugural, nos termos
da Portaria n° 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego, em sua Norma
Regulamentadora 15, e seus anexos.

- Lei 6.514 de 1977, Seção XIII da Consolidação das leis do Trabalho;

- Normas Regulamentadoras da Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e


Emprego e seus anexos;

- Artigo 429 do Código do Processo Civil.

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2.1 – DA ALEGAÇÃO DAS PARTES:

Em breves resumos, alegam as partes:

➔ O Patrono do Autor na inicial:

“O reclamante quando passou a exercer a função de Operador de Prensa, laborou em


ambiente de trabalho com muito ruído, além de manusear óleo mineral e solventes”.

➔ O que contesta a Reclamada:

“O autor realizava seu labor utilizando todos os EPIs necessários as atividades”.

➔ Em Termo de Audiência, às fls. ?? dos Autos, o M. M. Juízo


determina:

“Tendo em vista a arguição de insalubridade, impõe-se a realização de perícia, a teor do


disposto no Art.195 da CLT, nomeando-se para o encargo o Perito Eng. Sr. Isauro Auro
Filho.

3 – DADOS DA VISTORIA:

Local: Instalações da Reclamada:

Rua: Y, nº 100, Vila Santo Antônio, São Paulo - SP.

Data: 11/05/2021

Horário Previsto: 11h00min.

Horário de Início: 11h00min. Horário de Término: 12h30min.

As partes foram antecipadamente comunicadas da data, local e horário da realização das


diligências.

3.1 – ACOMPANHANTES E ENTREVISTADOS:

Acompanharam as diligências, prestando informações sobre as atividades exercidas pela


Reclamante e fornecendo detalhes dos postos de trabalho avaliados.

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NOME FUNÇÃO

Sr. Isauro Auro Filho Perito Judicial

Sr. Grupo 2 Assistente Técnico da Reclamada

Sr. Alex dos Santos Paradigma – Operador de Prensa

3.2 – CARACTERÍSTICAS DA RECLAMADA:

Ramo De Atividade: Área De Produção - Prensas.

CNAE ➔ 29.44-1 Grau de Risco ➔ 3

Efetivo atual ➔ 10 funcionários atuando na área vistoriada.

4 - DESCRIÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO:

Galpão industrial de aproximadamente 1200 m 2, pé direito de 10 m, telhas em fibrocimento


canaletão, iluminação natural e artificial, ventilação natural e artificial, piso de cimento polido
e paredes em alvenaria.

O posto de trabalho possui uma máquina de prensar chapas metálicas, operada por um
único colaborador, que são acionadas através de comando bi manual, o colaborador
desempenha sua atividade na posição sentada sobre um banco sem encosto para a coluna
lombar.

A estrutura da máquina não permite uma maior aproximação do operador por não possuir
espaço para as pernas, induzindo o operador a assumir uma postura inadequada das costas
e membros superiores.

A altura da plataforma da matriz em relação ao chão é baixa, e ainda a distância plataforma


em relação ao pedal não permitindo o trabalho em pé, para facilitar o acionamento do pedal
o que demonstra erro no projeto da máquina.

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5 - ATIVIDADES DO RECLAMANTE:

Cargo: Operador De Prensa (Prensista)

CBO: 7245-15

5.1 – VIGÊNCIA DO CONTRATO DE TRABALHO:

De 02/01/2017 a 04/06/2020

5.2 – JORNADA SEMANAL DE TRABALHO:

De 2ª a 6ª feira das 06h00min às 15h48min, com 1 (uma) hora de intervalo para refeição e
descanso.

6 - INQUÉRITO PRELIMINAR

O Perito Judicial Sr. ISAURO AURO FILHO, CREA 1234567890, no exercício de sua
especialidade de Engenheiro de Segurança do Trabalho, Perito do Juízo desta Vara do Trabalho,
procedeu sob a análise dos autos, e través deste, esclareceu O OBJETIVO DA PERÍCIA, que
visa avaliar as condições ambientais do ambiente de trabalho, bem como os agentes insalubres,
e será conduzida através da reunião das partes, verificação dos documentos, inspeção em campo,
inspeção de equipamentos, e levantamento quantitativo e qualitativo, conforme a Norma
Regulamentadora Nº 15 – Atividades e Operações Insalubres e o disposto nas Normas
Regulamentadoras da Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1977, aprovado pela Portaria 3214/78,
do Ministério do Trabalho (atual Ministério da Economia), sendo:

SEÇÃO XIII

DAS ATIVIDADES INSALUBRES

(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

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Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à
saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente
e do tempo de exposição aos seus efeitos.

No inquérito preliminar o Sr. Perito fez as seguintes perguntas ao Reclamante:

Dados do Reclamante

Nome: João da Silva

Idade: 35

Endereço: Rua das Dinamites nº 171

Como é chamado o setor em que o Reclamante trabalhava?

Local: Área De Produção – Prensas

Qual era a jornada de trabalho do Reclamante nos últimos 5 anos?

Trabalhava praticamente 8 horas por jornada, das 06h00 às 15h48, de segunda a sexta, com
intervalo de 1 (uma) hora para refeição e descanso.

Qual era a função e atividades do Reclamante?

Função: Operador de Prensa (Prensista)

Atividades: Coloca e fixava peça de metal sobre o estampo, na bancada da máquina;


Colocava a prensa em funcionamento; Usava tenaz para colocar a peça sob o embolo;
Acionava o dispositivo de proteção; Trocava ferramentas da máquina; Efetuava pequenas
regulagens; Limpava e lubrificava a prensa.

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Você usava equipamentos de proteção? Sempre usou?

Sim, usava os seguintes EPI’S: protetores auriculares, bota e creme protetor quando eram
fornecidos. Mas por várias ocasiões foi realizado as atividades de trabalho sem nenhum tipo
de EPI.

O Reclamante foi treinado para usar EPI?

Não.

Na integração o Reclamante foi orientado quanto aos EPI?

Não.

Qual é o tempo que o Reclamante gastava para estampar cada peça?

Uma média de dois minutos.

O Reclamante fazia manutenção no equipamento? Se sim, quais os produtos químicos


utilizados?

Sim, realizava serviços de manutenção como: trocas de ferramentas da máquina, pequenas


regulagens e realizava a lubrificação das partes móveis da máquina utilizando graxas.

O Reclamante já teve algum acidente de trabalho?

Não.

Seguindo o inquérito preliminar o Sr. Perito fez as seguintes perguntas à Reclamada:

Dados da Reclamada

MAX. S/A
Endereço: Rua Y nº 100 – Vila Santo Antonio – São Paulo/SP, CEP 00000-000, Fone. 0000-
6707, WhatsApp 9XXXX- XXXX
E-mails: dep.tecnico@xxxx.com.br, dep.juridico@xxxx.com.br
Número de funcionários: 300
CNAE 2861500
Grau de Risco: 3

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Qual era a função efetivamente exercida pelo reclamante?

Operador de Prensa.

Qual o local de trabalho do reclamante, indicando o tempo de permanência em cada


uma das áreas/postos de trabalho e aquele despendido por eles em cada uma de suas
atividades. Descrevam, ainda, as condições de trabalho nos ambientes laborais dos
reclamantes?

Laborava na Prensa de segunda a sexta-feira das 06h00min às 15h48min, sempre com 01


(uma) hora para refeição e descanso.

Colocava e fixava a peça de metal, ativava a prensa, usava a tenaz para colocar a peça sob
o embolo, acionava o dispositivo de proteção.

Na reclamada existe o Diálogo Diário de Segurança (DDS), onde são abordados


diversos temas relativos à saúde e segurança do trabalho e medidas de proteção
coletiva?

Sim. Já encaminhado ao Sr. Perito.

Quanto aos EPI’s, houve comprovação documental da entrega ao (à) reclamante?


Caso sim, há certificado de aprovação (C.A.) do Ministério do Trabalho?

Sim, conforme o comprovante de entrega ao reclamante com o seu recibo; já encaminhada


ao Sr. Expert.

Aplica treinamento quanto ao uso de EPI - NR 06?

Sim, conforme cursos concluídos pelo reclamante; já encaminhado ao Sr. Perito.

A Reclamada possui e aplica norma de procedimento quanto a manutenção das


máquinas, determinando-se todas as operações que envolvam riscos de acidente,
para que possam ser estabelecidas as medidas preventivas necessárias?

Sim. Os colaboradores são treinados rotineiramente, inclusive com simulações. As medidas


preventivas são sempre aperfeiçoadas após cada curso, e novas situações.

A Reclamada formalizou recomendações de restrições e advertência quanto ao


acesso de pessoas as prensas?

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Sim, e no caso de descumprimento o colaborador é advertido, em caso de reincidência
poderá ser demitido por justa causa.

Quais os produtos químicos existentes no ambiente de trabalho do reclamante?

O único produto químico que há no ambiente de trabalho do colaborador é o óleo "protetor"


da barra de ferro que o reclamante irá moldar, ressaltando ainda que é fornecido ao
reclamante creme protetor para as mãos e luva de proteção.

O reclamante trabalhava exposto a agentes químicos, físicos ou biológicos acima dos


limites de tolerância? Em caso positivo, identifique o agente mencionado, bem como
os limites de tolerância legais e técnicas.

Somente agente físico.

Ruído contínuo ou intermitente

Local: Prensa

Nível de ruído medido: 69,4 db(A)

Nível de ruído PPP: 73,0 db(A)

Nível de ruído PPRA 1992: 73,0 db(A)

Nível de ruído PPRA 2020: 65,2 db(A)

Período de exposição: 06/01/2016 a 05/10/2020

O limite de tolerância para ruído contínuo ou intermitente previsto na Portaria 3214/78, NR-
15, Anexo I, para o nível de pressão sonora de 85 db(A), é de máxima exposição diária de
08 (oito) horas. O conceito legal da insalubridade é dado pela Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT. Art. 189.

Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos
à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Portanto para que seja caracterizada a insalubridade são necessários que haja no ambiente
de trabalho agente nocivo à saúde, que o trabalhador fique: exposto ao agente, acima de
limites de tolerância, por um tempo de exposição acima do máximo permitido.

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OBS.: - Entretanto, o item 15.4.1 (a, b), da NR 15, estabelece que a insalubridade pode ser
neutralizada com a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) também o art.
(191 - II, da CLT) diz o mesmo. Cabendo ao empregador os itens 6.6.1, da NR 6, alínea “b”
e “d”.

Sendo assim, solicitamos ao Sr. Perito cópia dos quesitos da reclamada.

7 - PERÍCIA DE CAMPO

O posto de trabalho possui uma máquina de prensar chapas metálicas, operada por um
único colaborador, que são acionadas através de comando bimanual, o colaborador
desempenha sua atividade na posição sentada sobre um banco sem encosto para a coluna
lombar. A estrutura da máquina não permite uma maior aproximação do operador por não
possuir espaço para as pernas, induzindo o operador a assumir uma postura inadequada
das costas e membros superiores. A altura da plataforma da matriz em relação ao chão é
baixa, e ainda a distância plataforma em relação ao pedal não permitindo o trabalho em pé,
para facilitar o acionamento do pedal o que demonstra erro no projeto da máquina. No posto
de trabalho incide luz natural através de janelas e artificial através de lâmpadas de vapor de
mercúrio. O telhado da fábrica é feito de fibrocimento, material com pouca capacidade de
isolamento térmico.

Perguntas do Perito ao Paradigma:

1) Como é chamado o setor em que o Paradigma trabalha?

Setor de prensa, o mesmo setor do reclamante.

2) Qual a função e atividades do Paradigma?

Operador de prensa, assim como o reclamante recebe as barras de ferro e molda


conforme a necessidade da metalúrgica.

3) Usa equipamentos de proteção? Sempre usou?

Sim, desde a sua admissão o paradigma recebeu os EPI e deve utilizá-los sob pena de
advertência e até demissão por justa causa.

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4) Foi treinado para usar EPI?

Sim, fez o curso e sempre é estimulado a fazer novos cursos

5) Qual é o tempo que o Paradigma gasta para estampar cada peça?

Pedro de Tal 2,4 minutos, ou seja, produz 200 peças por dia.

Manuel de Tal 2,0 minutos, ou seja, produz 240 peças por dia.

6) Faz manutenção na prensa? Se sim, quais os produtos químicos utilizados?

Há uma empresa contratada para a manutenção e limpeza, conforme os contratos já foram


encaminhados ao Sr. Perito. E o reclamante já confessou na audiência, que havia uma
empresa que efetuava a limpeza.

Paradigmas

Nome: Pedro de Tal

Função: Operador de Prensa

Tempo de Casa: 15 anos

Nome: Manuel de Tal

Função: Operador de Prensa

Tempo de Casa: 18 Anos

O Sr. Perito solicitou à Reclamada e lhe foi entregue cópias dos seguintes documentos:

• Procedimentos de Trabalho e Descrição de Atividade;


• FISPQ
• PPRA
• LTCAT
• PPP e Ordem de Serviço.

Sendo assim o Sr. Perito se deu por satisfeito e encerrou a diligência pericial, ficando
acordada entre as partes a data para protocolo do laudo pericial e pareceres técnicos das
partes, agendado para o dia 04/06/2021.

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8 - TAREFAS EXECUTADAS PELA RECLAMANTE:

Durante todo o pacto laboral, a Reclamante exerceu a função de “OPERADOR DE


PRENSA”, executando as tarefas abaixo descritas:

Dobra as chapas e barras metálicas com o auxílio da prensa;

Curva tubos, chapas e barras de metais com o auxílio da prensa;

Conforma peças de metais por prensagem hidráulica;

Corta chapas de metais com o auxílio da prensa (guilhotina);

Controla a qualidade das chapas, barras e tubos de metais;

Realiza a manutenção da máquina e matrizes, consertando vazamentos de óleos, bem


como, aplicando graxa para a devida lubrificação das partes móveis do equipamento.

8.1 – MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS MANUSEADOS PELO AUTOR:

Para execução de suas tarefas a Reclamante fazia uso da prensa hidráulica, manuseando
as peças no interior das prensas com o auxílio de tenaz (pinças) e manipulando as peças
fora da prensa de forma manual, e utilizando estopas para limpeza das mãos e da bancada
de trabalho, além de outros utensílios manuais próprios da atividade.

8.2 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI's:

A NR 06 da Portaria 3.214 / 78 do MTE estabelece:

NR 06 - Equipamento De Proteção Individual - EPI:

6.1. Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se


Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso

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individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho;

6.2. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importada, só


poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação
- CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde
no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego;

6.3. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado


ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes
circunstâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do
trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e,
c) para atender a situações de emergência.

6.6. Cabe ao Empregador

6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI:


a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;


f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros,
fichas ou sistema eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT n.º 107, de 25 de
agosto de 2009).

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6.7. Cabe ao Empregado

6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI:


a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
e,

d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

8.3 - DOCUMENTOS ACOSTADOS AOS AUTOS:

A Reclamada acostou aos autos de folhas nºs, que demonstram o fornecimento dos
seguintes EPI’s:

✓ Calçados de Segurança;
✓ Protetor Auditivo;
✓ Óculos de Segurança;
✓ Creme de Proteção.

No entanto inexiste na ficha de EPI a assinatura de recebimento por parte do Reclamante,


conforme consta nos autos.

8.4 - FORNECIMENTO DE EPIS E USO RECONHECIDOS PELO RECLAMANTE:

O reclamante informa que utilizava de forma contínua somente o calçado de segurança,


sendo que no caso de protetor auditivo a empresa fornecia esporadicamente, não sendo
possível seu uso de forma contínua, bem como, não havia treinamento adequado sobre uso
correto, guarda e conservação dos EPIs, foi detectada também irregularidades na
utilização dos EPIs e na fiscalização do uso por parte da empresa, que não fazia o seu
papel de exigir o uso dos EPI’s por parte do empregado, fatos estes que contrariam o que
está contido no “item 6.6”, “alínea b” e ‘alínea d” da Norma Regulamentadora NR – 06
– Equipamento de Proteção Individual.

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Ademais, a reclamada não demonstrou o fornecimento de equipamentos de proteção
individuais hábeis a neutralizar e/ou impedir o contato com o agente nocivo (óleos minerais),
uma vez que as fichas de registro de entrega de EPIs se mostram imprestáveis a este
fim, pois não contém quaisquer assinaturas por parte do Reclamante na entrega dos
EPIS, sendo que o ônus da prova é objeto da reclamada, e esta fica impossibilitada de
comprovar a entrega dos referidos EPIS.

Nota: Inexiste nas fichas de EPIs as assinaturas do Reclamante que comprove o fornecimento dos EPIs por parte da
Reclamada.

No documento - Ordem de Serviço - fornecido pela Reclamada há contradições em relação


aos riscos existentes no ambiente de trabalho, pois, no mesmo momento que é citado que
não há riscos físicos, a Reclamada durante inquérito preliminar informa ao Sr. Perito o
Reclamante está exposto ao agente de risco físico (ruído), bem como, neste mesmo
documento a Reclamada cita que há exposição ao agente de risco químico (graxas e óleos
minerais).

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Cabe enfatizar que na “Ordem de Serviço” inexiste também a assinatura de ciência por
parte do Reclamante, conforme cópia fiel do documento entregue pela Reclamada e
mostrado abaixo:

Nota: Inexiste na “Ordem de Serviço” a data e a assinatura do Reclamante que comprove o fornecimento dos EPIs por
parte da Reclamada, sendo este documento considerado imprestável para tais fins.

Durante o inquérito preliminar, a Reclamada informou ao Sr. Perito que existe prova
documental de treinamento sobre uso, guarda e conservação de EPIs, bem como, aplica
treinamento sobre norma de procedimento quanto a manutenção das máquinas (prensa).

No entanto conforme pode ser observado logo a seguir, inexistem as assinaturas de


ciência do Reclamante no Certificado de NR-06 e NR-12 fornecido pela Reclamada:

Nota: Inexiste nos “Certificados de NR-06 e NR-12” as assinaturas do Reclamante que comprove os treinamentos aludidos
por parte da Reclamada, sendo este documento considerado imprestável para tais fins.

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Na (figura: 1) o paradigma está operando a prensa fazendo o uso somente do protetor
auditivo, e desprovido de luvas, aventais e proteção da face contra respingos de graxas e/ou
óleos minerais.

Figura: 1

8.5 – USO OBSERVADO DURANTE AS DILIGÊNCIAS:

Os Paradigmas entrevistados não faziam uso regular dos EPI´s descritos no item 8.3 deste
Parecer Técnico.

8.6 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA - EPC’s:

EPCs Inexistentes.

9- AVALIAÇÃO DE INSALUBRIDADE: Artigo 189 da CLT; NR 15 da Portaria 3214/78


do MTE.

O conceito de INSALUBRIDADE é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),


em seu Artigo 189, que estabelece:

Art. 189. Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos

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à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Quadro geral das medições e avaliações efetuadas no local de trabalho do Reclamante,


quanto aos parâmetros físicos, químicos e biológicos, previstos na Portaria 3214/78 do MTE
- NR 15 e seus anexos.

AGENTES ANEXOS AVALIAÇÕES RESULTADOS

Ruído Contínuo ou
1 Exposição Constatada Análise no item 9.4
Intermitente dB (A)

Ruído de Impacto dB (C) 2 Não constatamos exposição N.A.

Calor (IBUTG) 3 Não constatamos exposição N.A.

Anexo revogado Portaria n°


Iluminamento 4 N.A.
3.751 de 23/11/1990.

Radiações ionizantes 5 Não constatamos exposição N.A.

Condições hiperbáricas 6 Não constatamos exposição N.A.

Radiações não ionizantes 7 Não constatamos exposição N.A.

Vibrações 8 Não constatamos exposição N.A.

Frio 9 Não constatamos exposição N.A.

Umidade 10 Não constatamos exposição N.A.

Agentes
Químicos/aerodispersóides 11 Não constatamos exposição N.A.
(Análise quantitativa)

Poeiras minerais 12 Não constatamos exposição N.A.

Agentes químicos
13 Exposição Constatada Análise no item 9.5
(Análise qualitativa)

Agentes Biológicos 14 Não constatamos exposição N.A.

N.A.: Não Aplicável

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9.1 - METODOLOGIA

ANÁLISE DE ATIVIDADES INSALUBRES:

Foram realizadas avaliações e análises da possível exposição da Reclamante a agentes


insalubres, constantes na NR 15 da Portaria 3214/78 do MTE, em todos os seus anexos, e,
os resultados obtidos nas análises quantitativas e qualitativas, foram confrontados com as
condições de fornecimento e uso de EPI's, relatados no item 6.3, e subitens, deste laudo,
cujos resultados, apresentamos a seguir:

9.2 - ANEXO Nº 1 - RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE dB(A):

A Legislação trabalhista nos termos da Portaria nº 3.214 de 8 de junho de 1978, através da


Norma Regulamentadora - NR-15 - ANEXO N.º 1, estabelece:

Para a avaliação do ruído contínuo ou intermitente, seguiu-se o disposto no anexo n 1 da


NR-15, aprovada pela Portaria 3.214/78, conforme descrito a seguir:

1 - Entende-se por Ruído Contínuo ou intermitente, para os fins de aplicação de Limites de


Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto.

2 - Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com
instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação "A" e circuito
de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador.

3 - Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância
fixados no Quadro deste anexo.

4 - Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será considerada a máxima


exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado.

5 - Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB (A) para indivíduos que
não estejam adequadamente protegidos.

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6 - Se durante a jornada de trabalho ocorrem dois ou mais períodos de exposição a ruído de
diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a
soma das seguintes frações: exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de
tolerância.

Na equação acima Cn indica o tempo total em que o trabalhador fica exposto a um nível de
ruído específico e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível, segundo o
Quadro deste Anexo.

9.3 - INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO:

Foi utilizado medidor digital de nível de pressão sonora devidamente calibrado, conforme
Certificado de Calibração em conformidade com a Norma IEC 651 – marca Impac, modelo IP-410
(decibelímetro multifunções 4 em1).

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9.4 - RESULTADO OBTIDO NA AVALIAÇÃO:

No ambiente de trabalho do reclamante foram identificados somente ruídos contínuos, não


tendo sido identificados ruídos de impacto, conforme o anexo n 2 da NR-15, aprovada pela
Portaria 3.214/78.

Neste sentido, na avaliação do Sr. Perito foi quantificado junto ao paradigma o seguinte nível
de ruído nas diversas atividades do ciclo de trabalho do reclamante, considerando-se o
ambiente típico de trabalho.

Nível de ruído típico nas atividades e operações – 95,5 dB (A).

De acordo com a avaliação realizada segundo a metodologia descrita no (item 9.1), e


considerando-se a jornada de trabalho do reclamante (item 5.2), as somas das razões entre
os tempos de exposição aos níveis de ruído levantados e as máximas exposições diárias
permissíveis a estes níveis (dose) apresentaram resultados superiores a unidade, portanto
superiores ao Limite de Tolerância expresso no Anexo n 1 da NR-15, caracterizando a
insalubridade por exposição ao ruído.

Aparelho utilizado: Medidor de Pressão Sonora marca Impac, modelo IP-410 (decibelímetro
multifunções 4 em1).

Oportuno enfatizar que a Reclamada não consegue provar o fornecimento do EPI –


Protetor Auditivo – pois as fichas de EPI apresentada pela Reclamada não contêm as
assinaturas de recebimento e ciência pelo Reclamante, conforme consta no (item 8.4) deste
parecer.

9.5- ANEXO Nº. 13 - AGENTES QUÍMICOS: (análise qualitativa)

O Anexo nº. 13 da Portaria 3214/78 do MTE estabelece:

“AGENTES QUÍMICOS”

1. Relação das atividades e operações envolvendo agentes químicos,


consideradas, insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de
trabalho.

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Os produtos químicos utilizados pelo Reclamante (óleo mineral e graxa), possui como
matéria-prima predominante o derivado de petróleo e, como é sabido, todo derivado de
petróleo é um hidrocarboneto, atraindo do Anexo 13 da NR-15, o óleo mineral utilizado para
tratamento contra oxidação das peças é o "Tirroil", ao qual possui em sua composição
hidrocarbonetos em seu estado puro e com 9,1% de aromáticos, conforme a ficha de
informações (FISPQ) do produto. Em outras palavras, é um tipo de óleo mineral marcado
pela presença de poliaromáticos (HPA) que os tornam carcinogênicos.

E, no caso, há o uso diário e habitual do Tirroil, ficando o Reclamante "muito exposto" ao


produto cujo grau de risco é "alto ou sério", apto a causar "efeitos irreversíveis" na saúde
do trabalhador, e mediante avaliação qualitativa, fato este que era objeto de contato diário
e permanente com o Reclamante, sendo comum o respingo "Durante o Processo de Retirada
das Peças Confeccionadas e ao Inclinar o Corpo para Remoção no Interior das Prensas".

Durante a diligência, o paradigma informou que utiliza graxa da marca Starplex 2


“Texaco” (figura 2), exposição constatada no PPRA fornecido pela Reclamada, sendo esta
utilizada para lubrificar as partes móveis do equipamento (prensa), cabe enfatizar que a
composição da graxa é um composto de óleos minerais, derivada do petróleo, sendo um
hidrocarboneto, considerado agente insalubre de avaliação qualitativa, de acordo com
o Anexo 13 da NR – 15 – Atividades e Operações Insalubres da Portaria 3.214/78.

No particular, destacamos que, ao contrário do que dito pelo assistente patronal, os


vazamentos de óleos e o contato com graxa eram constantes, prova disso foram as marcas
deixadas em diversas partes do corpo dos trabalhadores, bem como, do paradigma
elencado, fato que pôde ser confirmado com a presença de estopa suja com óleo e graxa
(figura 3) na bancada do equipamento, estopa que os trabalhadores utilizam para se limpar
das sujidades de óleo e graxa.

Figura 2 Figura 3

24
Ademais, conforme constatado na diligência pelo Sr. Perito, é constante a necessidade de
manutenção e reparo no equipamento, fato que consta inclusive no “CBO - 7245-15” da
função de Operador de Prensa, conforme segue: “Realiza a manutenção da máquina e
matrizes”.

Desta forma, se caracterizaram condições de insalubridade, em todo o pacto laboral,


existindo a exposição do Reclamante aos agentes químicos, previstos no Anexo nº. 13
da NR 15 da Portaria 3.214/78.

Oportuno enfatizar que a Reclamada não consegue provar o fornecimento dos EPIs –
Creme de Proteção e/ou Luvas Nitrílicas – pois as fichas de EPI apresentada pela
Reclamada não contêm as assinaturas de recebimento e ciência pelo Reclamante,
conforme consta no (item 8.4) deste parecer.

10- RESPOSTAS AOS QUESITOS DAS PARTES:

10.1 - QUESITOS DO RECLAMANTE:

01 – Pode o Sr. Perito informar detalhadamente como eram desenvolvidas as atividades do


reclamante junto a reclamada?

Resposta: A função de “Operador de Prensas” (CBO – Código Brasileiro de Ocupações 7245-15),


eram: Conformar as peças de metais por prensagem hidráulica e excêntrica, corte de chapas de
metais, estampo de chapas, manipulação de óleos minerais para lubrificação da prensa, controle
da qualidade de chapas, barras e tubos de metais, realização de manutenção de máquinas e
matrizes.

02 – Pode o Sr. Perito descrever as condições existentes no local de trabalho onde o


reclamante prestou serviço, tais como presença de ruído e produtos químicos?

Resposta: Os níveis de ruído ambiental quantificado de acordo com anexo I da NR-15, valores
obtidos no setor de trabalho estão acima do limite permitido:
Valor máximo.: 98,2 dB(A)
Valor mínimo.: 92,8 dB(A)
Valor médio da medição; 95,5 dB(A).

25
Aparelho utilizado: Medidor de Pressão Sonora marca Impac, modelo IP-410 (decibelímetro
multifunções 4 em1).
Certificado de calibração vide anexos.
3. – Pode o Sr. Perito informa se em decorrência dos serviços executados ficava o
reclamante exposto à ação de agentes agressivos/nocivos à sua saúde? Em caso de
afirmativo, quais e porquê? E qual o potencial danoso de cada um deles?

Resposta: foi evidenciado a exposição aos seguintes agentes:


Físicos – ruído:
Consequência: incomodo, desconforto perda auditiva por indução de ruído
Químico – Óleos mineiras, solventes e hidrocarbonetos:
Consequências: irritações de pele e subcutâneas, dermatites, doenças por deficiências de
vitaminas, doenças respiratórias, alterações no sistema nervoso central e até câncer.

04 – Pode o Sr. Perito informar se a reclamada fornece EPI’s aos seus empregados?

Resposta: Conforme constatado em análise in loco, em entrevista com o paradigma que a


reclamada não forneceu os EPIs, e não o instruiu de maneira adequada a manipulação do agente
químico objeto do processo, e que a mesma não forneceu o EPI.

Obs.: Aguardando o envio das evidências por parte da reclamada.

05 – Pode o Sr. Perito informar se o local onde o reclamante prestou serviços na reclamada
é insalubre? Em caso positivo qual o grau devido do respectivo adicional? Quais as
técnicas e instrumentos de medição utilizadas pelo Sr. Perito para chegar a tal conclusão?

Resposta: conforme análise in loco, constatamos que algumas irregularidades, quanto ao


atendimento ao que determina a NR-15 operações insalubres:

• Ruído estava acima do valor de limite permitido conforme NR-15 caracterizando a insalubridade
em 20%.
• Para os agentes químicos conforme o Anexo 13 da NR 15, óleo mineral e solventes considera-
se Insalubridade de grau máximo 40%.
• Técnica de medição utilizada NHO-01, item 6.3 da FUNDACENTRO
• Medidor de Pressão Sonora do fabricante Impac, modelo IP-410, classe 02 (decibelímetro
multifunções 4 em1).

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6. Informe o Sr. Perito, se o Reclamante “Manipula” no sentido exato da palavra, conforme
previsto, no Anexo nº 13, da NR-15, Portaria MTb 3214/78, “produtos químicos
correlacionados com o agente objeto do processo”, informando ainda, do ponto de vista
técnico, o entendimento de manipular e manusear.

Reposta: Conforme constatado em análise in loco, em entrevista com o paradigma que a


reclamada não o instruiu de maneira adequada a manipulação do agente químico objeto do
processo, e que ela não forneceu o EPI (luva de proteção).

10.2 - QUESITOS DA RECLAMADA:

1. Requer ao Sr. Perito Judicial descrever, detalhadamente a função desempenhada pelo


reclamante no curso dos últimos cinco anos anteriores à distribuição da reclamatória.

Reposta: A função de “Operador de Prensas” (CBO – Código Brasileiro de Ocupações 7245-15),


eram: Conformar as peças de metais por prensagem hidráulica e excêntrica, corte de chapas de
metais, estampo de chapas, manipulação de óleos minerais para lubrificação da prensa, controle
da qualidade de chapas, barras e tubos de metais, realização de manutenção de máquinas e
matrizes.

2. Descreva o Sr. Perito judicial, quais os níveis de ruído do ambiente? Informar o tipo de
aparelho utilizado, anexando atestado de calibração do mesmo.

Resposta: Os níveis de ruído ambiental quantificado de acordo com anexo I da NR-15, valores
obtidos no setor de trabalho estão acima do limite permitido:

Valor médio da medição; 95,5 dB (A).

Aparelho utilizado: Medidor de Pressão Sonora marca Impac, modelo IP-410 (decibelímetro
multifunções 4 em1).

Certificado de calibração vide anexos.

3. Durante um ciclo completo de trabalho do reclamante, quais os agentes de riscos à saúde


previstos pela SE que o mesmo estava submetido? Qual o tempo de exposição a cada um
desses possíveis agentes?

Resposta: foi evidenciado a exposição aos seguintes agentes:

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Físicos – ruído, tempo de exposição 390 minutos/dia.

Químico – Óleos, solventes e hidrocarbonetos, 30 minutos/dia entre os intervalos de reposição de


matéria e prima e lubrificação da máquina.

4. Informe o Sr. Perito se a Reclamada forneceu, gratuitamente, ao Reclamante, para dirimir


e, principalmente, neutralizar qualquer possível risco, os equipamentos de proteção
individual a que se refere o Art.166 da CLT, qualificando-os detalhadamente.

Resposta: Conforme constatado em análise in loco, em entrevista com o paradigma que a


reclamada não forneceu os EPIs, e não o instruiu de maneira adequada a manipulação do agente
químico objeto do processo, e que ela não forneceu o EPI.

Obs.: Aguardando o envio das evidências por parte da reclamada.

5 - Informe o Sr. Perito se a reclamada no que diz respeito aos EPI, efetuou apenas um
simples fornecimento dos mesmos ou aplicou de modo

Adequado e correto todas as alíneas do subitem 6.6.1 da NR-6, trazendo como resultado a
eficácia da proteção individual?

Resposta: Constatou-se que a reclamada forneceu ficha de Controle de EPI da autora, conforme
alínea “h” do item 6.6.1 da NR 6, onde a regularidade de fornecimento e características técnicas
de cada EPI foram comprovadas através da Ficha de Controle de EPI mediante anotação da data
de entrega, quantidade de entrega de EPI, descritivo de EPI, assinatura da autora e certificado de
aprovação C.A. ou dispor de outros meios para confirmação da certificação do EPI utilizado na
época de trabalho, porém, na data da vistoria não foi identificado o uso pelo paradigma.

6. Informe o Sr. Perito, se o Reclamante “Manipula” no sentido exato da palavra, conforme


previsto, no Anexo nº 13, da NR-15, Portaria MTb 3214/78, “produtos químicos
correlacionados com o agente objeto do processo”, informando ainda, do ponto de vista
técnico, o entendimento de manipular e manusear.

Resposta: Constatou-se que a reclamada forneceu ficha de Controle de EPI da autora, conforme
alínea “h” do item 6.6.1 da NR 6, onde a regularidade de fornecimento e características técnicas
de cada EPI foram comprovadas através da Ficha de Controle de EPI mediante anotação da data
de entrega, quantidade de entrega de EPI, descritivo de EPI, assinatura da autora e certificado de
aprovação C.A. ou dispor de outros meios para confirmação da certificação do EPI utilizado na
época de trabalho, porém, na data da vistoria não foi identificado o uso pelo paradigma.

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11 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ASTETE. M. W. et al. Riscos físicos. São Paulo: Fundacentro, 1995.

BRASIL. Ministério do Trabalho. Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho. Norma


Regulamentadora n°15. Atividades e Operações Insalubres. Brasília, Diário Oficial da
República Federativa do Brasil. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho/pt-
br/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-15-nr-15.
> Acesso em: 22. mai. 2021, às 19h28min.

BRASIL. Ministério do Trabalho. Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho. Norma


Regulamentadora n°06. Equipamentos de Proteção Individual. Brasília, Diário Oficial da
República Federativa do Brasil. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho/pt-
br/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-6-nr-6. >
Acesso em: 22. mai. 2021, às 15h45min.

BURGESS, W.A. Identificação de possíveis riscos à saúde do trabalhador nos diversos


processos industriais. Belo Horizonte: Ergo Editora Ltda., 1997.

FANTAZZINI, M. e CICCO, F. Introdução à engenharia de segurança de sistemas. São


Paulo: Fundacentro, 1994.

PÓS-GRADUAÇÃO – UNIP – Engenharia de Segurança do Trabalho. aula: como se tornar


um perito valorizando as condições e ambientes de trabalho. Prof. Eng. José Carlos de
Souza, 2021 – São Paulo – SP.

PÓS-GRADUAÇÃO – UNIP – Engenharia de Segurança do Trabalho. aula: discussão de


casos de perícia trabalhista de insalubridade e periculosidade. Prof. Eng. Helder
Sampaio, 2021 – São Paulo – SP.

PÓS-GRADUAÇÃO – UNIP – Engenharia de Segurança do Trabalho. aula: qualidade


pericial, perícia de insalubridade e periculosidade. Prof. Dr. Leonídio Ribeiro Filho, 2021
– São Paulo – SP.

SILVA FILHO, A. L. Segurança química – risco químico no meio ambiente de trabalho.


São Paulo: Editora LTR, 1999.

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12 – CONCLUSÃO:

Tendo sido levantados os dados necessários para a definição das condições ambientais,
dos locais onde o Reclamante exerceu suas funções, analisadas suas atividades, aferido o
Agente Físico (ruído), e identificados e avaliados o manuseio e contato diário e permanente
com Agentes Químicos (hidrocarbonetos – óleos minerais), concluímos que há o
enquadramento de insalubridade de grau médio (20%) e grau máximo (40%) nas atividades
do Reclamante.

Resumo dos enquadramentos:

• Insalubridade de grau médio (20%), em razão da exposição ao agente físico (ruído),


cuja exposição constou acima do limite de tolerância, consoante ao anexo 1 da NR-
15 da Portaria nº 3.214/78.
• Insalubridade de grau máximo (40%), em razão da exposição aos agentes químicos
(hidrocarbonetos – óleos minerais), onde, após avaliação qualitativa, detectou-se o
contato diário e permanente durante o manuseio das peças e manutenção do
equipamento, consoante ao anexo 13 da NR-15 da Portaria nº 3.214/78.

Dessa maneira, entende-se que o reclamante faz jus ao adicional de insalubridade em grau
máximo (40%), obedecendo os termos do item 15.3* da NR-15.

Finalizando, firmamos o presente documento composto por 28 laudas, incluindo carta de


apresentação de parecer técnico, todas legalmente assinadas, transmitidas e protocolizadas
de forma eletrônica, através do SISDOC - Sistema de Protocolização de Documentos Físicos
e Eletrônicos do TRT 2ª Região.

São Paulo, 15 de maio de 2021.

Eng. Alesandro Ornelas Eng. Paulo Henrique


Eng. Daniel Faria Eng. Tayane Borges
Eng. Diego Gabriel Eng. Weber Borges

Assistentes Técnicos da Reclamante

*15.3 – No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de
acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.

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