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REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
No dia treze de abril de 2022 foi aprovado em plenária do Conselho Municipal de Educação
(COMEV) o Parecer/COMEV 02/2022 - Técnico da Comissão de Legislação e Normas - CLN,
acerca da Lei Municipal no 9777/21, que institui a Bonificação por Desempenho no âmbito da
Secretaria Municipal de Educação (SEME), cria a Comissão de Bonificação por Desempenho
e dá outras providências.
Com essa ação da gestão, de enviar o referido projeto de lei, o COMEV é instigado a se
posicionar por meio de Parecer conforme legislação municipal, Lei 4746/1998 em seu artigo
terceiro quando fala das suas competências “[...]emitir parecer sobre questões e assunto de
natureza pedagógica e educacional que lhe sejam submetidas pelo Governo do Município, pelo
Secretário Municipal de Educação, bem como por outras autoridades, entidades e pessoas
interessadas.” (VITÓRIA, 1998, p. 02).
O foco deste estudo é discutir sobre o Parecer/COMEV 02/2022 que se posiciona a respeito da
lei 9.777/2021 do município de Vitória, que institui a bonificação por desempenho no âmbito
da SEME. Tendo como referência a retirada de direitos conquistados pelo magistério ao longo
do seu processo de lutas, quando regulamenta que para ter “direito” à bonificação, o docente
deve abdicar do direito de licença médica, licença para acompanhar familiares em atendimento
médico, licença nojo, licença gala. Nessa perspectiva, pode-se construir reflexões que para
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alcançar a recompensa disponibilizada pela administração, o/a professor/a não poderá adoecer,
enlutar-se ou mesmo comemorar casamento.
PROBLEMA
O objetivo deste trabalho é analisar as perdas de direitos que os/as professores/as tiveram ao
serem submetidos à lei 9.777/2021 de bonificação por desempenho da SEME, do município de
Vitória, relacionando a responsabilização do fracasso/sucesso para professores/as e estudantes.
METODOLOGIA
Este trabalho tem como abordagem o relato de experiência. Fizemos essa escolha pelo nosso
envolvimento com o processo de elaboração do Parecer/COMEV 02/2022, sendo que uma
compõe a relatoria e a outra atuava como presidenta do COMEV. Nossa vivência com a feitura
do documento, coloca-nos em condições de relatar o percurso de reflexões produzidas nos
encontros e lives promovidas pelo COMEV. O roteiro a ser usado poderá auxiliar na
compreensão do referido parecer, fazendo com que amplie o entendimento da temática.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Aos falarmos sobre a perda de direitos do magistério, o parecer explicita críticas à SEME por
falta de políticas públicas e faz inferência a respeito das licenças médicas e licença para
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Outro aspecto que o parecer faz referência é a destituição do direito de celebrar o amor, ou seja,
os/as professores/as tinham direito à licença gala de 07 dias para celebração de seu matrimônio.
A partir da lei 9.777/2021 o profissional que fizer a escolha de usufruir seu direito “[…]ao
tirarem licença gala, perdem a ‘valorização’ e caem na classificação dos/das sem mérito, pois
apenas os/as ‘preguiçosos/as’ celebram o amor e a vida.” (VITÓRIA, 2022, p. 03).
O parecer sinaliza com base em Esteban(2008) que o discurso oficial indica os dados das
avaliações padronizadas como mecanismo de melhoria da educação. No entanto, a referida
autora aponta que “[...]as avaliações externas pouco contribuíram, ao longo dos anos, para a
educação e para a melhoria da aprendizagem. (VITÓRIA, 2022, p. 08).
Dessa forma, a lei de bonificação tem como referência as metas determinadas para as Unidades
de Ensino e no índice do PAEBES. Nesse contexto, a organização pedagógica pode caminhar
na perspectiva de resultados e é assombrada pela vigilância severa dos organismos externos.
"[...]o que está em jogo não é a possível certeza de ser sempre vigiado, tal como no clássico
panóptico, e sim a incerteza e a instabilidade de ser avaliado de diferentes maneiras, por
diferentes meios e por distintos agentes” (BALL, 2001, p. 110).
que foi desenvolvida e amplamente discutida junto à comunidade escolar e dialoga com as
realidades educacionais do município.
Paro (2012) elabora uma crítica sobre a remuneração por mérito aos professores dizendo que é
uma medida descabida que revela o desconhecimento das condições da atividade pedagógica,
e, nela, revelam-se dois supostos: “[...]suposição da incúria do professor no desenvolvimento
de suas atribuições”, precisando ser estimulado para tal como acontece na produção capitalista;
e, o segundo, “[...]o reconhecimento (não explícito) de que o salário do professor não é
suficiente para propiciar-lhe condições mínimas de trabalho” (PARO, 2012, p. 601).
CONCLUSÃO
Destacamos que a valorização salarial é algo que se reflete ao longo da carreira das/dos
professoras/es e impacta positivamente na sua qualidade laboral e de vida e que, de acordo com
a Constituição Federal, os vencimentos de um/uma trabalhador/a precisam suprir as suas
necessidades vitais básicas, bem como as de sua família, com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
O presente resumo apresenta o trabalho docente com audiovisuais discutindo temas como
ecologia, discriminação e preconceito dialogados na disciplina de Diversidade e Diferença na
Educação, ministrada pela professora doutora Patrícia Gomes Rufino Andrade47, no mestrado
profissional em educação da UFES.
O trabalho docente envolve uma diversificação de metodologias e práticas, que façam sentido
aos estudantes e promovam conhecimento e cidadania. Uma dessas oportunidades são as
práticas escolares com audiovisuais nos quais um assunto pode ser introduzido, ou ainda uma
oficina pode ser criada. O artigo aqui apresentado abordou os assuntos já citados através do
episódio “O casamento de Roy” da série “Família Dinossauro” em que ocorreram conversas a
partir do episódio culminando com algumas atividades.
METODOLOGIA
47
A professora faz parte do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros. É professora Adjunta do Centro de Educação,
UFES.
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diferenças de status e de hierarquias, de modo que a mera introdução de dispositivos legais não
é suficiente para garantir a compreensão do debate que perpassa as definições de igualdade e
diferença. A diferença não é uma característica natural, esse processo acontece na relação social
e é produzido em conexão com as relações de poder e em meio a essa estrutura a diferença é
avaliada de forma negativa em detrimento ao não diferente, contudo “[...] “essa outra coisa”, o
“não diferente”, também só faz sentido, só existe na “relação de diferença” que a opõe ao
“diferente” (SILVA, 2007, p. 87). Alguns episódios da série televisiva “Família Dinossauro”,
contribuem neste artigo para dialogar sobre igualdade e diferença ao trazer o audiovisual como
ferramenta acessível, que aproxima e transmite o texto científico por meio de imagens e sons.
No episódio “O casamento de Roy”, retornando a fala onde o personagem Dino dialoga com
seu filho Baby:
A narrativa acima, revela um “tipo ideal” de dinossauro construído ideologicamente pela classe
dominante, onde os seres que andam apenas com duas patas são considerados bons, aceitáveis
dentro da sociedade dos dinossauros, por sua vez os dinossauros que andam com as quatro patas
são considerados maus, pois dentro de uma visão estereotipada da sociedade em que vivem,
correspondem a seres biologicamente inferiores. A ideia que relaciona os dinossauros
quadrúpedes a seres maus, pode ser considerada preconceito racial, pois ao se espalhar nas
relações sociais carregando tais estereótipos, impede o “ser diferente” de ampliar seus espaços
sociais, se configurando na discriminação.
Mônica: Fran, não acredito!!! Fui despedida do meu emprego hoje, só porque
sou quadrúpede!
Fran: O que? Mônica que loucura!!! Tem certeza?
Mônica: Tenho, a ordem saiu da diretoria, se você tem quatro patas está fora,
dispensaram a mim, duas mesas e uma mesinha de café.
Charlene: Mãe, corre liga a tv! Oi Mônica, você precisa ver isso!
Voz do apresentador na tv: Hoje uma reunião especial do conselho de sábios,
mudou radicalmente a legislação tornando ilegal qualquer um que tenha
quatro patas. Todos os dinossauros quadrúpedes têm vinte e quatro horas para
abandonarem suas propriedades e voltarem para o outro lado do pântano a não
ser que sejam casados com um bípede ou se disponham a passar pelas
alterações cirúrgicas necessárias.
As discussões desenvolvidas até aqui nos possibilitam constituir outras reflexões e práticas,
entendendo que as disparidades que atravessam as diferenças e igualdades têm profundas raízes
que estão ligadas à raça, gênero e cultura.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após tecer um plano de aula com as ideias principais a serem discutidas, o episódio foi levado
para a sala de aula, buscando compreender as percepções dos estudantes do 6º e 8º ano do ensino
fundamental, na disciplina de Geografia. Tendo como embasamento teórico o pensamento de
Paulo Freire: “A teoria sem a prática vira ―verbalismo, assim como a prática sem teoria, vira
ativismo. No entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, a ação criadora e
modificadora da realidade.” (2021, p.25)
Antes da exibição do episódio, foi explicado um pouco sobre a série, sendo que alguns
estudantes disseram que conheciam a “Família Dinossauros”, outros reconheceram durante o
episódio. Nas aulas anteriores a exibição do episódio haviam sido discutidos os temas principais
contido no mesmo, como os problemas ambientais com o 6º; e discriminação e preconceito ao
abordar as migrações na América Latina com o 8º ano. Lembremos que estes são temas
transversais da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e podem ser discutidos em várias
disciplinas e séries do ensino fundamental e médio.
Ao discutir o episódio foram feitas algumas problematizações: Qual o tema central do episódio?
Quais assuntos foram abordados? O que mais chamou atenção? O objetivo era ouvi-los falar,
deixando livres.
Algumas dificuldades inerentes há muitos cotidianos escolares aconteceram, como o áudio não
ser tão bom em uma aula devido há outro evento na escola, a imagem não ser tão visível, pois
a sala de vídeo tinha muita claridade. Apesar dos problemas, o diálogo com os educandos foi
muito interessante, destacando a seguinte fala: “Este episódio possui muita crítica social”.
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Outros temas levantados pelos estudantes foram: casamento, casamento forçado, machismo,
preconceito, desmatamento, desemprego, discriminação. Determinados temas foram mais
abordados em algumas turmas que em outras, mas sabemos enquanto professores, que
diversidade de pessoas promovem também aulas diferentes. Na aula seguinte foi retomado o
diálogo e uma nova conversa sobre o tema foi iniciada. Após esse momento foi solicitado uma
atividade, sendo que, como registro no caderno, poderia ser um breve resumo sobre o episódio,
uma comparação entre o que foi visto com a realidade, ou ainda um desenho.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. 23ª impressão. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1987.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Diferença e identidade: o currículo multiculturalista. In: ______.
Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2. ed. Belo Horizonte:
Autêntica, 2007. p. 85-90.
INTRODUÇÃO
Partindo da Constituição Federal Brasileira de 1988, que cita em seu artigo 205 que a
educação é um direito de todos e dever do Estado contando com a colaboração e incentivo da
sociedade, seguindo pelo artigo 206 que cita um dos princípios sendo o da garantia do padrão
de qualidade para a educação e perpassando pela realidade encontrada no sistema educacional
brasileiro, em nossas experiências cotidianas como profissionais da educação, percebemos a
urgência em dialogar a respeito da qualidade da educação brasileira através de uma efetiva
cooperação.
DESENVOLVIMENTO
De 2015 a 2022, estive à frente da Direção no CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil)
Georgina da Trindade Faria, localizado em São Pedro, no município de Vitória – ES, onde
implementamos “Formação Continuada na Escola”, através do uso de Plataforma Digital
VIXEDUCA e também a Aprende Vix, ambas administradas e disponibilizado acesso pela
secretaria municipal de educação de Vitória para formação dos profissionais, o que
possibilitou maior alcance, qualidade de conhecimento e a construção colaborativa de
documentos coletivos para essa Unidade de Ensino, além é claro de ser economicamente mais
viável para participação de todos os interessados e palestrantes convidados. Diferentes
profissionais, vindos de setores diferentes, municípios da Região Metropolitana com sistemas
educacionais diferentes, conseguiram unir esforços e produzir uma diretriz interna para que
essas diferenças trazidas não interferissem e causassem divisões internas.
Novas concepções de formação trazem, como um dos eixos principais, os grupos de formação,
que não se constroem somente por meio da acumulação de saberes no processo de formação
inicial universitária e acadêmica, mas, sobretudo, por meio de um trabalho eminentemente
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reflexivo, o qual amplia e favorece as discussões e as trocas tão importantes para a construção
do conhecimento.
Segundo Freire (2001), faz parte da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa.
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino... No meu entender, o que há de
pesquisador no professor não é uma qualidade ou uma forma de ser ou de atuar que
se acrescente à de ensinar. Faz parte da natureza da prática docente a indagação, a
busca, a pesquisa. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. (FREIRE,
2002, p. 14).
É na troca que o saber se complementa, pois cada pensamento se conecta a outro e vão se
formando novas ideias que levarão a novas buscas e consequentemente a novos saberes tecendo
assim uma teia de conhecimento construída coletivamente.
Os temas eram selecionados logo nos primeiros dias de atividades letivas no início de cada
ano, onde os servidores, livremente e espontaneamente indicavam temáticas e assuntos a
serem abordados em um processo de construção colaborativa da ementa a ser implementada
ao longo do percurso letivo.
De modo geral a dinâmica de formação considerava debates que ocorriam nas datas agendadas
em calendário realizadas, portanto, presencialmente, mas de forma complementar também
recorria a sistemas online, disponibilizados pela SEME mas gerenciados pela equipe gestora
da unidade, onde cada participante realizava atividades na plataforma como forma de registro
das temáticas abordadas e complementando a carga horária de formação.