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Secretaria da Educação do Estado da Bahia

DCRB – Ensino Médio - Consulta Pública

970. 5. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


971. 5.1 O CONTEXTO DA ATUAL REFORMA DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL
972. A atual proposição para a Reforma do Ensino Médio, também conhecida como Novo
Ensino Médio, teve seu início com o Projeto de Lei n. º 6.840 de 2013, que resultou na
Medida Provisória (MP) nº 746, de 22 de setembro de 2016, e na promulgação da Lei n. º
13.415, de 16 de fevereiro de 2017, que estabeleceram as novas diretrizes e bases para o
Ensino Médio, literalmente, nos termos dispostos pela referida MP, ao instituir a
flexibilização curricular pela organização de Itinerários Formativos.
973. A implementação da Lei n. º 13.415 de 2017, sobre a Base Nacional Comum Curricular
do Ensino Médio (BNCCEM), foi regulamentada pela Resolução n. º 03 de 2018, que dispõe
sobre a “Atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio”. No tocante
à Educação Profissional e Tecnológica (EPT), considera-se também o Art. 15 da mesma
Resolução, o qual menciona que “(...) na organização do itinerário de formação técnica e
profissional podem ser ofertados, tanto a habilitação profissional técnica quanto à
qualificação profissional, incluindo-se o programa de aprendizagem profissional em ambas
as ofertas”.
974. Os diferentes termos que se referem à Educação Profissional e Tecnológica,
apresentados na referida Resolução, necessitam de esclarecimento, em especial, naquilo
que trata o Art. 6.º, Parágrafo Único, fazendo-se necessário entender que “(...) o itinerário
de formação técnica e profissional compreende um conjunto de termos e conceitos
próprios”, especificando assim, no próprio dispositivo legal, a base conceitual e seus
desdobramentos, conforme o disposto nas alíneas c, d, e, em destaque:
974.2.1 (...)
974.2.2 c) aprendizagem profissional: é a formação técnico-profissional compatível com o desenvolvimento físico,
moral, psicológico e social do jovem, de 14 a 24 anos de idade, previsto no § 4.º do Art. 428 da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT) e em legislação específica, caracterizada por atividades teóricas e práticas,
metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva, conforme respectivo perfil
profissional; d) qualificação profissional: é o processo ou resultado de formação e desenvolvimento de
competências de um determinado perfil profissional, definido no mercado de trabalho; e) habilitação
profissional técnica de nível médio: é a qualificação profissional formalmente reconhecida por meio de
diploma de conclusão de curso técnico, o qual, quando registrado, tem validade nacional. [Grifo nosso].
975. Para a compreensão do movimento das políticas públicas em torno da educação
profissional e tecnológica, faz-se necessário contextualizar a conjuntura que a antecede,
para a implementação do Ensino Médio Integrado à EPT em vigência no Brasil, no sentido
de estabelecer as conexões com os elementos que configuram a atual proposta de
organização do 5.º (quinto) Itinerário, da Formação Técnica Profissional. Tal processo é
descrito conforme a Resolução n. º 03 de 2018, que é regulamentada pela Portaria n. º
1.432 de 2018, publicada no D.O.U. em 05 de abril de 2019, a partir da qual são
estabelecidos os referenciais para elaboração dos Itinerários Formativos.
976. Dessa forma, as reflexões sobre a Reforma do Ensino Médio conduzem às correlações
de força no plano das instituições educacionais e da sociedade contemporânea. Objetiva,
portanto, promover alterações radicais à LDB diretamente relacionadas a subterfúgios
políticos que anulam conquistas trabalhistas, no âmbito dos direitos sociais, educacionais,
culturais e subjetivos por meio das políticas neoliberais e traz a incerteza sobre a
valorização e reconhecimento dos diferentes povos, populações, culturas e juventudes, ou
se a sua flexibilização traz um caráter reducionista e oculto ao currículo.
977. Além disso, sob o argumento de que a alteração curricular, resolverá a complexidade
dos problemas presentes no Ensino Médio público, a reforma reduz o conceito de currículo
ao entendimento de matriz curricular, que tem como instância a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC).
978. Nesse sentido, faz-se necessário considerar o papel da ideologia nas políticas
educacionais entendidas a partir da apreensão da lógica global de um determinado sistema
de produção. Por isso é preciso ir além da defesa de uma educação democrática, pública,
gratuita e de princípio universal, que impulsione à emancipação humana.
979. A reforma é resultado de como a sociedade civil representada por agremiações
significativas de Fóruns, GT, Grupos de Pesquisa, incansáveis debates acadêmicos, da
produção literária, da contribuição de pesquisadores entre outros, estão inseridos no bojo
do debate e da nova normalização do Ensino Médio. Ponto este que não pode em hipótese
alguma ser esquecido ou oculto, ou seja, a reforma é autorizada em período de
impeachment, com Medida Provisória publicada nas férias de verão e promulgada pelo
Congresso Nacional meses depois. Portanto, a sociedade civil representada por diversos
segmentos que discutem as políticas de Educação Profissional, pesquisam e produzem
sobre a mesma, entram no debate e na incansável defesa da sua integração ou articulação
à Educação Básica, na luta pela manutenção, de modo stricto, dos direitos da classe
trabalhadora e, enquanto princípio universal, dos direitos humanos e sociais aos cidadãos
e cidadãs, da garantia de financiamento público da educação e das especificidades da sua
gestão escolar e organização curricular.
980. 5.2 A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NA BAHIA ARTICULADA AO CONTEXTO DA POLÍTICA
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL
981. É importante destacar que a LDB 9394/96 no seu Cap. III, no Art. 39, diz expressamente
que a Educação Profissional e Tecnológica - EPT, no cumprimento dos objetivos da
educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e as
dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. Isto significa que a EPT nos normativos
legais é uma oferta do Ensino Médio comprometida com a elevação da escolaridade nos
diferentes níveis educacionais, a saber: ensino fundamental, ensino médio e educação
superior; que vão além da oferta de uma modalidade educacional. A política de educação
profissional instituída no Brasil, a partir de 2003, e o surgimento do Programa Brasil
Profissionalizado23, como a política pública de financiamento da educação profissional,

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Decreto Nº 6.302, de 12 de dezembro de 2007. Institui O Programa Brasil Profissionalizado com vistas a
estimular o ensino médio integrado à educação profissional, enfatizando a educação científica e humanística,
estão articulados com a elaboração dos Planejamentos Plurianuais (PPA) no âmbito do
Governo Federal e os desdobramentos destes planejamentos nos governos estaduais.
982. O PPA é um instrumento previsto no Art. 165 da Constituição Federal de 1988, no qual
em 2004-200724, no âmbito do Governo Federal, se apontava para a estratégia do
desenvolvimento regional e local, por intermédio do fortalecimento dos arranjos
produtivos locais (APLs), com ênfase na execução de alguns programas, como Ciência e
Tecnologia para a Inclusão Social, cuja finalidade foi elevar a competitividade local,
essencial à disputa dos territórios pelos investimentos produtivos.
982.2.1 O programa de desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais impulsionará os polos produtivos regionais,
que reúnem principalmente empresas de menor porte. É enorme a contribuição potencial desses polos para
a desconcentração espacial da atividade produtiva e da oferta de emprego, além dos benefícios relacionados
ao aproveitamento e desenvolvimento de vocações territorialmente dispersas (BRASIL, 2003, p. 153).
983. Neste compasso, ocorre o delineamento de medidas quanto ao desenvolvimento de
uma nova política pública para a EPT, incluindo-se a revisão da legislação vigente à época,
entre outras medidas, no intuito de assegurar a oferta em todos os níveis, articulada às
políticas nacionais para geração de emprego, trabalho e renda (BRASIL, 2003, p. 80).
984. A revogação do Decreto n.º 2.208, de 199725 do governo de Fernando Henrique Cardoso,
no ano de 2004, e a publicação do Decreto n.º 5.154 de 2004, em vigor, a partir do governo
de Luiz Inácio Lula da Silva, resultaram da avaliação de conjuntura segundo a qual, revogar
o anterior, sem qualquer normatização, poderia travar o processo de mudanças pelo
acirramento do confronto com as forças conservadoras (FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS,
2012 p. 28-29).
985. Ainda em 2004, o movimento pela nova política de educação profissional ganha força.
Surge no Brasil, através do Ministério da Educação (MEC), o documento denominado Pacto
Pela Valorização da Educação Profissional e Tecnológica por uma Profissionalização
Sustentável. O Governo Federal se comprometeria, à época, em garantir esta medida como
necessidade para o projeto de nação e de desenvolvimento para o país ao englobar um
duplo imperativo: a atualização e o acompanhamento da rápida transformação tecnológica
e a garantia dos direitos sociais do trabalhador (BRASIL, 2004a, p. 1).
986. A partir desse documento, o Ministério da Educação (2004) elabora outro denominado
Políticas Públicas para a Educação Profissional, no qual apresenta alguns pressupostos para

por meio da articulação entre formação geral e educação profissional no contexto dos arranjos produtivos e
das vocações locais e regionais.

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Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/leis-orcamentarias/ppa/2004-
2007/ppa-2004-2007/mensagempresidencial.PDF>. Acesso em: 08/05/2020.

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Decreto instituído no governo de FHC, que revoga a obrigatoriedade de a Educação Profissional de Nível
Médio ser ofertada pelas redes públicas de ensino federais e estaduais. De acordo com Frigotto, Ciavatta e
Ramos (2014, p. 13), o Decreto 2.208/97 restabeleceu o dualismo na educação profissional no Brasil e assumiu
o ideário pedagógico do capital ou do mercado, bem como a pedagogia das competências para a
empregabilidade, com base nas Diretrizes e Parâmetros Curriculares Nacionais. Para os autores, não somente
proibia a pretendida formação integrada, mas “regulamentava formas fragmentadas e aligeiradas de
educação profissional em função das alegadas necessidades do mercado”.
essa modalidade de educação pública, a saber: i) articular a educação profissional e
tecnológica com a educação básica; ii) integrar a educação profissional e tecnológica ao
mundo do trabalho; iii) promover a interação da educação profissional e tecnológica com
outras políticas públicas; iv) recuperar o poder normativo da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional - LDB26; v) proceder à reestruturação do sistema público de Ensino
Médio Técnico e da Educação Profissional e Tecnológica.
987. O Decreto n. º 5154 de 2004 transformado na Lei n. º 11.741 de 2008 instituiu a
Educação Profissional e Tecnológica (EPT) articulada à Educação Básica, no Ensino Médio,
nas formas: integrada e concomitante; e, subsequente ao Ensino Médio. Constitui o novo
marco regulatório para a oferta da EPT no Brasil, uma vez que altera dispositivos da Lei n.
º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, especificamente, os Arts. 37-39 e 41-42, bem como
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional para redimensionar, institucionalizar
e integrar as ações da educação profissional técnica de nível médio, da educação de jovens
e adultos e da educação profissional e tecnológica.
988. Na Bahia, a expansão da educação profissional técnica de nível médio se deu a partir do
PPA 2008/2011, nominado como o “PPA Estadual Territorializado e Participativo”, por meio
da Lei Estadual n. º 13.214, de 29 de dezembro de 2014, que instituiu a política de
desenvolvimento territorial do Estado da Bahia com a implantação de políticas públicas
sobre o viés da territorialização, onde novas institucionalidades são produzidas com
representação da sociedade civil de cada Território.
989. Cabe salientar que os estudos realizados por Milton Santos (2014), foram significativos
para uma nova perspectiva do espaço na construção coletiva da concepção de Território
de Identidade (TI), e de cidadania à época, pelo viés geográfico e pelo ângulo do
funcionamento do metabolismo do modo de produção no sistema capitalista. A pertinência
desta noção se articula ao contexto atual do Estado da Bahia, pela reorganização espacial
e com a elevação dos Territórios de Identidade à condição de unidade de planejamento
que pressupõe a ampliação da participação social na elaboração de suas políticas públicas.
990. Os documentos oficiais sobre o território vão demonstrar que, para além de sua
compreensão jurídico-administrativa da conformação do Estado, este é instituído
legalmente como veículo articulador, produtor e demandante de políticas públicas. Torna-
se central para a compreensão das desigualdades socioespaciais, o que, no caso do Brasil,
se associa à conjuntura de retomada do desenvolvimentismo como núcleo da formulação
das políticas públicas.
991. Neste aspecto, o TI pode ser concebido como um espaço possível para a gestão
compartilhada de políticas públicas, com possibilidades de articular e promover a
participação social, o que se assemelha ao conceito de território idealizado por Santos
(1999), que o concebe como “um conjunto indissociável de sistemas de objetos materiais,
sistemas de ações técnicas, aspectos formais de organização social e aspectos simbólicos,
que não devem ser considerados isoladamente”.
992. Desse modo, vincular a escola com os desafios concretos de desenvolvimento dos TI,

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Em referência aos artigos 22; 35-36 e 39 a 42 da LDB 9394/96.
significa fazer a articulação com os determinantes sociais, políticos, culturais, econômicos,
ambientais e tecnológicos de cada Território. Para tanto, faz-se necessário, incorporar a
formação e a diversidade local com processos específicos coletivos, de modo que a
educação escolar produza e fortaleça um saber que favoreça a melhoria das condições dos
sujeitos e dos Territórios onde vivem.
993. Assim, a partir do reconhecimento desses pressupostos, acerca da identidade de cada
território, implementou-se na Bahia a política de desenvolvimento territorial, com a
publicação da Lei n.º 13.214, de 29 de dezembro de 2014, a qual dispõe sobre os princípios,
diretrizes e objetivos da Política de Desenvolvimento Territorial do Estado da Bahia e
institui o Conselho de Desenvolvimento Territorial – CEDETER27 e os Colegiados Territoriais
de Desenvolvimento Sustentável – CODETER28.
994. Em 2007, com a reestruturação da política de oferta de cursos técnicos na Rede
Estadual da Bahia, através da implantação de uma política pública de Estado na área de
Educação, foi idealizado o Plano Estadual de Educação Profissional, com o intuito de
transformar a educação profissional em política pública permanente, para integrar-se
definitivamente ao desenvolvimento econômico e socioambiental do Estado, já se
antecipando a esse processo de territorialização.
995. Torna-se importante ressaltar que sua elaboração perpassou pela realização de
um diagnóstico de demandas econômicas e sociais nos territórios de identidade
inclusive para a definição de quais cursos deveriam ser implantados, ações estas
vinculadas ao Plano Plurianual de 2008-2011, potencializando, as cadeias produtivas e
o desenvolvimento dos territórios, bem como provendo aos atores sociais políticas
públicas a partir de investimentos em saúde, educação, saneamento e cultura.
996. No intuito de integrar aspectos multidimensionais, visto ser a Bahia, um Estado
plural e de diversidades, o conceito de território revelou características culturais,
geoambientais, político-institucionais, econômicas, mas, sobretudo de pertencimento.
É nesse contexto que então se dá a criação da Superintendência da Educação
Profissional - SUPROF, instituída por meio do Decreto Lei nº 10.955, de 21 de dezembro
de 2007, que estabelece finalidade de planejar, coordenar, promover, executar,
acompanhar, supervisionar e avaliar, no âmbito do Estado, as políticas, programas,
projetos e ações de educação profissional, incluindo orientação e certificação

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CEDETER se constitui no espaço em que diferentes esferas de governo e da sociedade civil organizada dos
Territórios de Identidade debatem e propõem diretrizes para a elaboração e implementação de políticas
públicas e estratégias integrantes da Política de Desenvolvimento Territorial do Estado da Bahia, visando
dentre outras atribuições: a integração e compatibilização de políticas públicas, com base no planejamento
territorial e a ampliação dos mecanismos de participação social na gestão, concertação e monitoramento das
políticas públicas de interesse do desenvolvimento dos territórios.

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CODETER se constitui em Colegiados Territoriais de Desenvolvimento Sustentável, composto por fóruns de
discussão e de participação social, constituídos por representantes do poder público e da sociedade civil
presentes nos Territórios de Identidade, com a finalidade de promover a discussão local das ações e projetos
de desenvolvimento territorial sustentável e solidário, auxiliando o CEDETER no cumprimento das
competências previstas nesta Lei.
profissional.
997. A partir de 2008 uma das primeiras mudanças foi a transformação de Unidades
Escolares em Centros de Educação Profissional do Estado da Bahia (CEEP), utilizando-se
de estruturas ociosas existentes na Rede Estadual de Educação e, por meio de recursos
federais do Programa Brasil Profissionalizado29, priorizados para a adequação e
modernização das unidades escolares, que incluiu reforma e ampliação das escolas,
equipagem de laboratórios e montagem do acervo bibliográfico. Para esta
transformação foram realizados estudos de demandas levando em consideração as
características do território de identidade, as demandas sociais da região e os dados do
Censo 2000, publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
998. A consolidação dos Centros de Educação Profissional, enquanto política de
desenvolvimento da educação profissional se deu por meio do Decreto n. º 11.355 de
04 de dezembro de 2008, que “(...) dispõe sobre a instituição dos Centros Estaduais e
dos Centros Territoriais de Educação Profissional (CETEP), no âmbito do Sistema Público
Estadual de Ensino do Estado da Bahia”. Estes têm um papel basilar no processo de
ampliação e fortalecimento da oferta de educação profissional e tecnológica, nos
Territórios de Identidade, no intuito de atender às demandas consideradas relevantes
no Estado da Bahia (...) e se caracterizam pela oferta no âmbito de cada Território”
(DECRETO n. º 11.355/08), ou seja, o Centro é um espaço, no qual se materializa e se
traduz a política de educação profissional em sua articulação com o Território de
Identidade.
999. Os Centros demonstram a ideia de pertencimento e identidade no processo de
formação para o mundo social do trabalho, dos trabalhadores/as e dos/as filhos/as dos
trabalhadores/as. Com isso, os CETEP tornam-se referência territorial para agregar um
conjunto de pautas significativas do Território, em torno do desenvolvimento regional,
ambiental, socioeducacional e político-cultural, enquanto que os CEEPs dão capilaridade
e musculatura à proposição e expansão da oferta, a partir das demandas e da realidade
diversa dos Territórios, a exemplo das EFA, Territórios Indígenas e Quilombolas; a
Pedagogia da Alternância, na perspectiva da Educação do Campo, dentre outras.
1000. Desde então, a Educação Profissional e Tecnológica da Bahia impulsionou
avanços, em termos de ampliação e diversificação da sua oferta, o que se intensificou
por meio de escuta à sociedade, em seminários territoriais, da gestão financeira de
recursos. Desta forma, possibilitou a instrumentalização das unidades com oferta de
educação profissional, por meio da abertura de Editais de seleção docente e da
implementação de formação continuada para professores e gestores em atuação na
EPT, em parceria com as Universidades Estaduais e Federais da Bahia.
1001. Dados aos desafios e acontecimentos dos últimos anos, o Decreto n.º

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Brasil Profissionalizado é um Programa de fomento instituído pelo Governo Federal que visa à expansão,
ampliação e modernização das escolas das redes estaduais de Educação Profissional e Tecnológica, instituído
pelo Decreto n. º 6.302/2007.
17.377/2017, altera as denominações e as finalidades, e a SUPROF, passa a ser
denominada Superintendência da Educação Profissional e Tecnológica da Bahia -
SUPROT, assumindo, então, uma nova configuração, não só na nomenclatura, mas
também no modo de definir as políticas nos anos seguintes, que conduziram novos
formatos de gestão nas unidades de oferta da EPT, na organização curricular dos seus
cursos técnicos ou de qualificação profissional, bem como na realização de parcerias
para a formação continuada de professores.
1002. Do seu percurso histórico à proposta vigente, a Educação Profissional e
Tecnológica da Bahia retoma e ressiginifica as concepções teóricas e políticas,
metodológicas e práticas, que avançaram em direção aos direitos sociais, culturais,
educacionais e subjetivos e busca contribuir para a formação cidadã, em uma
perspectiva integradora, trazendo como princípios e diretrizes a articulação do Ensino
Médio à EPT e rompendo com a dicotomia entre conhecimentos específicos e gerais,
entre Ensino Médio e EPT, de modo a promover a integração da formação básica e
profissional em um mesmo currículo.
1003. A expansão da Rede da Educação Profissional e Tecnológica se vincula ao
contexto dos marcos legais que regulamentam a oferta de cursos técnicos no Brasil para
a habilitação profissional técnica de nível médio e às determinações do Conselho
Nacional de Educação (CNE), que entre o período de 2012 a 2020 se deu por meio da
Resolução n.º 06 de 20 de setembro de 2012, que “Define as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio” (DCNEPT), bem como,
pela Resolução CNE/CEB n.º 1/2014 do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT). A
partir de dezembro de 2020 e janeiro de 2021 com as mudanças nas legislações
passaram a vigorar respectivamente a Resolução CNE/CEB n. º 02, de 15 de dezembro
de 2020, do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT) e a Resolução CNE/CP n. º 01
de 05 de janeiro de 2021, que “Define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a
Educação Profissional e Tecnológica”.
1004. No âmbito estadual, é regulamentada pelo Conselho Estadual da Educação (CEE),
através da Resolução CEE n. º 172 de 07 de novembro de 2017, ao fixar “normas
complementares para implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
Profissional Técnica de Nível Médio no Sistema Estadual de Ensino da Bahia e dá outras
providências”. Da sua criação aos dias atuais, o fortalecimento da identidade da EPT na
Rede Estadual de Ensino se deu por meio do estreitamento das relações e da
aproximação com a sociedade civil, através da participação nos Conselhos Territoriais,
Consórcios, Movimentos Sociais e demais instâncias de parcerias e representações da
sociedade civil, que preconizam o estabelecimento de discussão e fortalecimento das
políticas públicas.
1005. 5.3 PERCURSO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) DO ENSINO
MÉDIO
1006. Com a finalidade de consolidar um sistema educacional capaz de concretizar o
direito à educação em sua integralidade, dissolvendo as barreiras para o acesso e a
permanência, reduzindo as desigualdades, promovendo os direitos humanos e
garantindo a formação para o trabalho e para o exercício autônomo da cidadania, o
movimento pela constituição de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ocorreu
durante a realização da Conferência Nacional da Educação (CONAE), em 2010, no
contexto das discussões para a elaboração do Plano Nacional de Educação (PNE),
aprovado pela Lei n.º 13.005, de 25 de junho de 2014, que se constituem em documento
fundamental contendo as 20 Metas e as respectivas Estratégias para as políticas públicas
no país.
1007. A Meta 3 que dispõe sobre o Ensino Médio, especificamente, a Estratégia 3.1,
explicita sobre a necessidade da renovação, a saber:
1007.2.1 Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de quinze a dezessete
anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino
médio para oitenta e cinco por cento.
1007.2.2 Estratégias: 3.1. institucionalizar programa nacional de renovação do ensino médio, a fim de
incentivar práticas pedagógicas com abordagens interdisciplinares estruturadas pela relação entre
teoria e prática, por meio de currículos escolares que organizem, de maneira flexível e diversificada,
conteúdos obrigatórios e eletivos articulados em dimensões como ciência, trabalho, linguagens,
tecnologia, cultura e esporte, garantindo-se a aquisição de equipamentos e laboratórios, a produção
de material didático específico, a formação continuada de professores e a articulação com
instituições acadêmicas, esportivas e culturais. (BRASIL, 2014, p. 52).
1008. Quanto à educação profissional e tecnológica (EPT), a Meta 11, do Plano Nacional
de Educação (PNE) 2014-2024, tem como objetivo, triplicar o número de matrículas da
educação Profissional Técnica (EPT) de nível médio garantindo não só́ a qualidade da
oferta, mas, a expansão em pelo menos 50% dessa modalidade no segmento público.
1009. No PNE, ao serem referidas as estratégias que focalizam a renovação e melhoria
da aprendizagem dos/as estudantes ao estabelecer e implantar diretrizes pedagógicas
e a base nacional comum dos currículos, não orienta que seja pela flexibilização do
currículo, por meio de escolhas de Itinerários Formativos. É importante salientar que
não está explícita na Lei do PNE a quantidade e/ou limitação dos Itinerários Formativos
que o/a estudante terá o direito de cursar.
1010. O Plano Estadual da Educação (PEE), regulamentado pela Lei n. º 13.559, de 2016,
no tocante a Educação Profissional e Tecnológica (EPT), assegura na Meta 11 e nas suas
18 Estratégias, as formas de expansão da oferta e as finalidades desta política no Estado
da Bahia, com destaque para a oferta das modalidades integradas, conforme o exposto
na estratégia 11.1, a saber:
1010.2.1 expandir a oferta de Educação Profissional Técnica de nível médio na rede pública estadual de ensino,
com ênfase nas modalidades integradas, de modo que a proporção de técnicos na população
economicamente ativa se aproxime da demandada pelo mundo do trabalho.
1011. No entanto, anterior à aprovação do PNE (2014-2024), que prioriza a necessidade
da elaboração da Base Nacional Comum Curricular para a educação brasileira, há um
percurso de disputas em torno da Educação Profissional desde 2004 com a revogação
do Decreto 2.208/97, em especial, iniciado por meio da SETEC/MEC, quando, da
elaboração do denominado Documento-Base (BRASIL, 2007, p. 23-24), ao expressar o
percurso histórico das mudanças na educação profissional e tecnológica, instituídas a
partir de 2004, por um processo de significativa mobilização dos setores educacionais
vinculados à Área, principalmente, no âmbito dos sindicatos e dos pesquisadores das
linhas de pesquisa Trabalho e Educação das universidades brasileiras.
1012. Desse modo, durante o ano de 2003 e até julho de 2004, houve grande
efervescência nos debates relativos à relação entre o ensino médio e a EPT. Para tanto,
retoma-se a discussão sobre a educação politécnica, a concepção de que o sentido
empregado ao conceito é equivalente à educação tecnológica, ou seja, uma educação
voltada para a superação da dicotomia entre trabalho manual e trabalho intelectual,
cultura técnica.
1013. A necessidade de alterações nas diretrizes da educação profissional e
tecnológica, vigentes antes de 2004, sobretudo, no que tange aos problemas de
orientação curricular, expostos nos documentos oficiais para a educação profissional de
nível técnico, formuladas nos governos de FHC, ao se distanciarem da concepção de
qualificação e adotarem a concepção de competências, visto que essas duas concepções
diferem substancialmente entre si, tornaram-se argumentos defendidos pelos teóricos
da educação profissional e tecnológica à época.
1014. Destacam-se algumas diferenças, tanto, no sentido pedagógico, quanto, no
sentido ético-político, na formação dos indivíduos pela concepção da pedagogia das
competências:
1014.2.1 As competências seriam dinâmicas, mutáveis e flexíveis e, assim, apropriadas ao estreitamento da
relação escola/empresa. Quanto à dimensão social, há que se considerar o contraponto com a
característica individual da competência. A qualificação valoriza as relações sociais tecidas entre
trabalhadores e entre estes e as gerências, ampliando seu caráter político. Ao contrário, a noção de
competência, pela conotação individual que carrega, tende a despolitizar essas relações. Questões
relacionadas às oportunidades educativas, ao desemprego, à precarização das relações de trabalho,
às perdas salariais, entre outras, assumem um caráter estritamente técnico. A noção de competência
é, então, apropriada ao processo de despolitização das relações sociais e de individualização das
reivindicações e das negociações. As relações coletivas não se esgotam, posto que o trabalho
continua sendo uma relação social e o homem continua vivendo em sociedade, mas elas se pautam
cada vez menos por parâmetros coletivos e políticos, para se orientarem por parâmetros individuais
e técnicos. (RAMOS, 2002, p. 406-407).
1015. Na esteia de quase uma década para a efetivação das alterações na Resolução n.
º 06, de 2012 das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica
de Nível Médio, promovidas pelo Decreto n. º 5.154, de 2004, e durante este período, a
EPT ficou influenciada pelo hibridismo entre lógicas, concepções e orientações
radicalmente diferentes. É possível afirmar que, no mínimo, a formação profissional
esteve oficialmente respaldada entre a formação humana integral, politécnica,
omnilateral para a qualificação, na perspectiva do trabalho como princípio educativo e,
destas, a formação para as competências, nas habilidades profissionais voltadas ao
mercado de trabalho e a empregabilidade nas suas concepções de base taylorista,
fordista e toyotista.
1016. O contexto e a legislação atuais para o ensino médio instituído pela Lei n.º 13.415
de 2017, apresentam mudanças significativas na última etapa da educação básica com
implicações para carga horária e, consequentemente, na organização e delimitação dos
conteúdos curriculares da base nacional comum, que repercutem nas matrizes
curriculares como um todo e na oferta de cursos e na formação dos/as estudantes da
educação profissional e tecnológica integrada, especificamente, sobretudo pela
delimitação da quantidade máxima de 1.800 horas que afeta diretamente a formação
integrada da etapa propedêutica.
1017. Nos últimos anos, para além das mudanças que vêm sendo discutidas na
organização do Ensino Médio regular no Brasil, destacam-se três que merecem reflexões
mais aprofundadas sobre o que está posto na reforma: a) o currículo do ensino médio,
que volta a ser organizado por competências gerais e as respectivas habilidades de cada
área do conhecimento na composição de cada Itinerário Formativo; b) a transformação
da Educação Profissional e Tecnológica em um Itinerário Formativo dado que pode se
realizar em instituições escolares e/ou outras instituições não escolares30, conforme
explicitado na Portaria nº 1.432, de 2018, e regulamentado pelo Art. 17 da Resolução
CNE/CEB n.º 03/2018. No tocante às formas de ofertas, ao considerar as modalidades
presencial ou à distância, é dispensado na contratação de professores a formação
científica e pedagógica por meio do dispositivo do “notório saber”; c) a mudança dos
referenciais teóricos e metodológicos para a formação do/a estudante da Rede Pública,
estabelece carga horária máxima31 de ensino, em vez da mínima, e dispõe como
obrigatoriedade de oferta nos três anos do ensino médio os componentes curriculares
de Língua Portuguesa e Matemática, além de instituir a flexibilização curricular, na
obrigatoriedade para cursar mais de um itinerário, e não as quatro Áreas do
Conhecimento.
1018. No § 1º, Art. 1º da Resolução n.º 04 de 2018 a Base Nacional Comum Curricular
na Etapa do Ensino Médio, fica estabelecido que “como documento normativo é a BNCC
(EM), que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais como
direito dos adolescentes, jovens e adultos no Ensino Médio” e, no § 2º, “no exercício de
sua autonomia, prevista nos artigos 12, 13 e 23 da LDB (...) as instituições escolares,
redes de escolas e seus respectivos sistemas de ensino poderão adotar formas de
organização e propostas de progressão que julgarem necessárias”.
1019. No Art. 2.º da mesma Resolução32 fica estabelecido que “as aprendizagens

30
Portaria nº 1.432, de 28 de dezembro de 2018, publicada em 05/04/2019. Estabelece os referenciais para
elaboração dos Itinerários Formativos conforme preveem as Diretrizes Nacionais do Ensino Médio, § 8.º do
Art. 36, que “(...) a oferta de formação técnica e profissional poderá ser realizada na própria instituição ou em
parceria com outras instituições”,

31
Lei 13.415/2017. Art. 3.º § 5.º A carga horária destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum
Curricular não poderá ser superior a mil e oitocentas horas do total da carga horária do ensino médio, de
acordo com a definição dos sistemas de ensino. Cabe aqui salientar que, historicamente, na legislação
educacional brasileira, não há registro de estabelecimento do máximo de carga horária destinada aos
componentes curriculares que o/a estudante deverá estudar, no entanto, o §5º do Art., 3.º da Lei n.º 13.415,
de 2017, estabelece como máxima a carga horárias de 1.800 horas para a Formação Geral – a BNCC, e 1.200
horas como carga horária mínima para a parte diversificada, totalizando uma carga horária máxima de 3.000
horas para o ensino médio regular nos Itinerários Formativos.

32
É importante destacar que a Resolução n.º 04/2018 não menciona as competências e habilidades da
Formação Técnica e Profissional para a Habilitação Técnica em cada Curso Técnico Profissional dos 13 eixos
tecnológicos, conforme o CNCT. Com isto, legalmente a Resolução 06/2012 é a legislação vigente que orienta
essenciais são definidas como conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e a
capacidade de os mobilizar, articular e integrar, expressando-se em competências”.
Explicita as competências e habilidades do currículo da formação geral básica das quatro
Áreas do Conhecimento para a Formação Geral Básica tendo a BNCC-EM como
referência obrigatória: I - Linguagens e suas tecnologias; II - Matemática e suas
tecnologias; III - Ciências da Natureza e suas tecnologias; IV - Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas.
1020. No contexto atual, para o atendimento às Resoluções n. º 03, de 2018, que
institui o 5.º (quinto) itinerário ou intitulado de Formação Técnica e Profissional e a
Resolução n. º 04, de 2018, são definidas as competências e habilidades para a Formação
Geral do Ensino Médio. Estas restabelecem a condição anteriormente experimentada
nas políticas da Educação Profissional e Tecnológica – EPT, pela influência do hibridismo
entre lógicas, concepções e orientações radicalmente diferentes considerando as
diretrizes estabelecidas pela Resolução CNE/CEB n. º 06, de 2012 para a oferta da EPT
no Brasil.
1021. Para romper com essa dualidade educacional, construída historicamente nos
currículos e, valorizando o legado cultural dos conhecimentos clássico-humanísticos,
científicos e técnicos, a Superintendência da Educação Profissional e Tecnológica –
SUPROT pactua com a concepção de um currículo integrado. Concepção que supera a
dicotomia entre o pensar/intelectual e o fazer/laboral, e a hierarquia entre os
componentes curriculares, apontando para a contextualização, a interdisciplinaridade e
outras formas de interação e articulação, entre diferentes campos de saberes
específicos com maior possibilidade de assegurar a formação integral.
1022. Os estudos de Kuenzer (2017) sobre a reforma atual do Ensino Médio
demonstram que, dada à duração de apenas 1.800 horas, a ser complementada em uma
área específica ou por educação técnica e profissional aligeirada, que inclui a certificação
de cursos e módulos presenciais e a distância realizada em outros espaços, bem como,
a validação de conhecimentos tácitos adquiridos em práticas supervisionadas ou no
trabalho e respaldados nos argumentos dos organismos internacionais interessados nas
mudanças educacionais, pode ocorrer a precarização e banalização da formação do/a
estudante, conforme se observa abaixo:
1022.2.1 Se o trabalhador transitará, ao longo de sua trajetória laboral, por inúmeras ocupações e
oportunidades de educação profissional, não há razão para investir em formação profissional
especializada, como já propunha o Banco Mundial como política para os países pobres desde a década
de 1990 (KUENZER, 1997): a integração entre teoria e prática se dará ao longo das trajetórias de
trabalho, secundarizando a formação escolar, tanto de caráter geral como profissional (KUENZER,
2017, p. 339).
1023. Para a autora, as mudanças nas políticas públicas estão em consonância com as
demandas do mercado e estimulam cada vez mais, a utilização das novas tecnologias de
informação e comunicação, que visam implementar outra qualidade à aprendizagem,
para atender ao objetivo da nova pedagogia no intuito de formar subjetividades
flexíveis, aproximando-a dos novos padrões de comportamento social e das práticas

a Educação Profissional e Tecnológica por meio das diretrizes da educação profissional.


laborais da sociedade informatizada, das subjetividades que se relacionem, bem como
a produção e o consumo em uma sociedade, cuja base técnica na dinâmica do mercado
é a microeletrônica.
1024. Na contramão desse contexto, a atual conjuntura política pedagógica da
Educação Profissional Pública Estadual da Bahia visa dar vez e voz aos sujeitos sociais,
atores/atrizes, e autores/as do processo educativo que integram o corpo de
servidores/as dos Centros Estaduais e Territoriais e das Unidades Escolares
Compartilhadas que ofertam os cursos técnicos de Educação Profissional e Tecnológica.
Os/as gestores/as, coordenadores/as, professores/as e demais servidores/as,
funcionários/as, técnicos/as, bolsistas e a comunidade são agentes construtores da
proposta educativa, visando à qualidade cotidiana do fazer educativo. Nosso público de
estudantes, composto por adolescentes, jovens e adultos/as trabalhadores/as ou
filhos/as dos trabalhadores/as, deve ser oportunizado uma escola cidadã com política
de acesso, permanência e êxito escolar que possibilite processos educativos/formativos
integrados, observando as dimensões de sujeitos e atores sociais, como formas
indissociáveis em um currículo integrado para atuar com leitura crítica de mundo,
domínio técnico e inserção profissional no sistema produtivo do Território de Identidade
onde está inserido/a e na sociedade de modo geral.
1025. Neste sentido, a proposta da EPT integrada à Educação Básica respalda-se nos
fundamentos da pedagogia histórico-crítica, ao entendermos que a luta por uma
educação comprometida, como salienta Saviani (2005), vincula-se a efetivar o quanto
possível o ensino de conteúdos científicos, artísticos e filosóficos, compreendendo o
processo de emancipação dos sujeitos. Portanto, busca-se a superação da dualidade
entre essência e historicidade, características que apresentam o pensamento em
destaque entre as teorias críticas sobre educação, o que significa dizer que cabe à escola
buscar a raiz histórica do processo de formação dos homens e das mulheres em
sociedade.
1026. 5.4 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DE CURSO (PPC) COMO REFERENCIAL
PARA A OFERTA DOS CURSOS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO
1027. A elaboração do Projeto Político-Pedagógico de Curso da Formação Técnica e
Profissional é prerrogativa e responsabilidade de cada instituição educacional, nos
termos de seu projeto político-pedagógico (PPP), observada a legislação e o disposto no
Art. 24, inciso VIII ao considerar que, “a elaboração do PPC a ser submetido à aprovação
dos órgãos competentes, no âmbito do respectivo sistema de ensino” conforme a
Resolução CNE/CP nº 1, de 5 de janeiro de 2021 que define as Diretrizes Nacionais Gerais
da EPT. Os aspectos mínimos a serem considerados na estruturação dos PPC de Cursos
estão apresentados no Art. 25. Há que se considerar também as orientações do Catálogo
Nacional de Cursos Técnicos (CNCT).
1028. Trata-se de um documento que se fundamenta no compromisso ético da
instituição educacional em relação à concretização do perfil profissional de conclusão
do curso, o qual é definido pela explicitação dos conhecimentos, saberes e
competências profissionais e pessoais, tanto àquelas que caracterizam a preparação
básica para o trabalho, quanto as comuns para o respectivo eixo tecnológico, bem como
as específicas de cada habilitação profissional e das etapas de qualificação e de
especialização profissional técnica que compõem o correspondente Itinerário
Formativo.
1029. É importante reiterar a vinculação indissociável deste documento (PPC), de cada
curso técnico, com os princípios definidos no Art. 3.º das Diretrizes Curriculares
Nacionais Gerais da Educação Profissional e Tecnológica, dentre os quais destacam-se:
i) o trabalho assumido como princípio educativo, na perspectiva da sua integração com
a ciência, a cultura e a tecnologia; ii) estímulo a adoção da pesquisa como princípio
pedagógico e a base para a organização curricular na perspectiva da sua integração com
a ciência, a cultura e a tecnologia; iii) a indissociabilidade entre educação e prática
social, considerando-se a historicidade dos conhecimentos e da aprendizagem centrada
nos/as estudantes; v) a interdisciplinaridade assegurada no planejamento curricular e
na prática pedagógica, visando à superação da fragmentação de conhecimentos e da
segmentação e descontextualização curricular.
1030. O Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT), em sua quarta edição, aprovado
pela Resolução CNE/CEB n.º 02, de 15 de dezembro de 2020, é o documento balizador
da elaboração do PPC, como referência para situar os cursos de formação técnica e
profissional, vinculados aos eixos tecnológicos, às normas associadas ao exercício
profissional; as possibilidades de certificação intermediária em cursos de qualificação
profissional, de formação continuada em cursos de especialização e de verticalização
para cursos de graduação no Itinerário Formativo; as alterações na denominação de
cursos e de carga horária mínima; a mudança de curso de eixo tecnológico; a inclusão
de curso na tabela de convergência; o total de cursos técnicos aprovados; o perfil
profissional de conclusão; a infraestrutura mínima requerida; o campo de atuação; a
oferta na modalidade presencial e à distância; as ocupações associadas à Classificação
Brasileira de Ocupações (CBO). O documento apresenta a relação dos 215 cursos,
agrupados por 13 eixos tecnológicos com a respectiva caracterização.
1031. Com a elaboração do Projeto Político Pedagógico de Curso, cada instituição
ofertante da EPT na Bahia, assume como compromisso que a ideia de competência a ser
desenvolvida a partir da formação profissional e/ou da qualificação técnica de nível
médio está relacionada com o profundo conhecimento33 relativo ao conteúdo e a
especificidade de cada curso de educação profissional ofertado, nesta perspectiva, o
PPC de cada um dos cursos coaduna com os pressupostos formativos do Art. 20 das
DCNGEPT ao proporcionar aos/as estudantes o diálogo com diversos campos do
trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura como referências fundamentais de sua
formação; os elementos essenciais para compreender e discutir as relações sociais de
produção e de trabalho, bem como as especificidades históricas nas sociedades
contemporâneas; os saberes exigidos para exercer sua profissão com competência,
idoneidade intelectual e tecnológica, autonomia e responsabilidade, orientados por

33
CIAVATTA, Maria. A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: o desafio de administrar o caos legalizado.
Salvador, 2021.
princípios éticos, estéticos e políticos, bem como compromissos com a construção de
uma sociedade democrática, justa e solidária; o domínio intelectual das tecnologias
pertinentes ao eixo tecnológico do curso, de modo a permitir progressivo
desenvolvimento profissional e de aprendizagem, promovendo a capacidade
permanente de mobilização, articulação e integração de conhecimentos indispensáveis
para a constituição de novas competências profissionais com autonomia intelectual e
espirito critico; bem como, fazer uso dos instrumentais de cada habilitação, por meio
da vivência de diferentes situações práticas de estudo e de trabalho.
1032. Cada PPC ao considerar a sua inserção territorial, com vistas ao atendimento à
Política de Desenvolvimento Territorial do Estado da Bahia, instituída pela Lei nº
13.214/2014, reconhece que a abordagem territorial na educação, não apenas revela e
considera toda a diversidade (cultural, ambiental, econômica e social entre outras),
existente no Estado, como também, torna-se um elemento de mediação, que possibilita
a participação social no ciclo de planejamento e desenvolvimento das políticas
educacionais na Bahia.
1033. O reconhecimento em cada PPC da Educação Profissional Técnica de Nível
Médio, da conceituação do território de identidade pela política de planejamento da
Secretaria de Planejamento da Bahia (SEPLAN)34, como um espaço físico,
geograficamente definido, geralmente contínuo, caracterizado por critérios
multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política
e as instituições, e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se
relacionam interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode
distinguir um ou mais elementos que indicam identidade, coesão social, cultural e
territorial.
1034. Nesta perspectiva, as escolas da Rede EPT, no processo de construção coletiva
de cada PPC de curso, estão orientadas a considerar a sua realidade dentro do contexto
de cada um dos 27 Territórios de Identidade da Bahia, e torna-se instrumento
fundamental para promover uma maior aderência da oferta de cursos da EPT às distintas
necessidades territoriais, e, amplia assim, a efetividade das ações educacionais, no
sentido do fortalecimento de uma educação para a democracia e a emancipação do
sujeito, uma vez que deve considerar as realidades locais e o atendimento às suas
demandas. Neste sentido, torna-se imprescindível, que o PPC contemple as realidades
e potencialidades locais, articulando-se com as diversidades culturais, sociais,
econômicas e ambientais do Estado.
1035. 5.5 TECNOLOGIAS SOCIAIS NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA DA
BAHIA
1036. O lugar da Tecnologia Social na elaboração do Projeto Político Pedagógico de
Curso (PPC) de cada unidade escolar da Rede EPT, é considerada como socialmente
relevante e ganha centralidade na medida em que expressa a materialização dos

34
Disponível em: http://www.seplan.ba.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=17. Acesso em:
08/05/2020.
conhecimentos teóricos e práticos das diversas áreas e campos dos conhecimentos, que
são vivenciados pelos/as estudantes na formação profissional técnica de nível médio,
dos diferentes eixos tecnológicos dos cursos ofertados. Para além da concepção de
elaboração de produtos, em uma racionalidade econômica - que visa a lógica da
economia de mercado e do uso das tecnologias convencionais, a Tecnologia Social tem
um caráter diferenciado, pois se difere pelos resultados que são alcançados tendo em
vista sua finalidade social, isto é, está orientada pela busca por soluções sociais e
ambientais, gerando dinâmicas socioeconômicas de inclusão e desenvolvimento
sustentável; vincula-se as cooperativas populares, aos empreendimentos solidários. No
currículo integrado de EPT rompe com o automatismo implícito dos modelos
isolacionistas lineares vinculando o apoio a mais ciência como um processo em cadeia
que geraria riqueza e desenvolvimento social (CYPRIANO, 2020).
1037. Ao contrário da produção da tecnologia convencional como dimensão privada, a
tecnologia social se difere desta porque tem uma dimensão e interação sócio técnicas
(DAGNINO, 2019), e se realiza por uma apropriação coletiva em que há um
envolvimento direto da comunidade escolar que a produziu, ou seja, os/as estudantes e
professores diretamente envolvidos no processo de pesquisa na relação teoria e prática,
na apropriação do conhecimento e na criação de produtos para atenderem as demandas
sociais que as induziram onde a prospecção da tecnologia social não passa pelo
mercado, mas pelas necessidades dos coletivos sociais que as demandam. Nesta
perspectiva, o lugar ocupado pela tecnologia social na unidade escolar de EPT no PPC é
o de a) integração ao eixo estruturante, b) intervenção social e ao c) empreendedorismo
social como materialização da mediação teórica e prática na formação dos egressos dos
cursos da EPT da Bahia.
1038. Torna-se imprescindível que o PPC de cada curso da EPT expresse as articulações
das iniciativas pedagógicas com as parcerias públicas, comunitárias e privadas e com
órgãos de governo, junto à Superintendência da Educação Profissional e Tecnológica
(SUPROT/SEC) que são desenvolvidas em Rede, a exemplo do desenvolvimento de
projetos de iniciação à pesquisa científica das diversas áreas de conhecimento, das feiras
de ciência, dos seminários territoriais de EPT, assim como projetos que promovem a
articulação da escola com o mundo do trabalho, elencados a seguir.
1039. 5.6 PROJETOS FORMATIVOS REALIZADOS PELA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA DA BAHIA
a) Fábrica Escola: caracteriza-se como atividade educativa de práticas didáticas
laborais que visa a integração entre redes de cooperativas, instituições,
associações, teias produtivas com a oferta de Educação Profissional e
Tecnológica tendo em vista a cooperação com as Unidades de Ensino
Profissional, e o fortalecimento dos sistemas produtivos territoriais, de forma a
oportunizar vivências teóricas e práticas para os sujeitos em processo de
aprendizagem, de maneira integral, a partir de práticas laborais inclusivas
contextualizadas nas suas formas de oferta, em espaços laborais diversos. Para
o funcionamento destes espaços há diretrizes estabelecidas pela Secretaria da
Educação, através da Superintendência da Educação Profissional e Tecnológica,
que regulamentam as corresponsabilidades de cada uma das partes envolvidas
no projeto, ou seja, escola, parceiros e gestores. É importante destacar que estes
espaços promovem a formação coletiva, envolvendo a escola, a comunidade,
empresas, os movimentos sociais e as organizações da sociedade civil, bem como
o desenvolvimento de tecnologias sociais por meio de projetos da educação
profissional e tecnológica, que tenha como foco o desenvolvimento local, o
entorno da escola e o Território de Identidade e estejam articuladas com os
sistemas produtivos e os conhecimentos dos atores e atrizes envolvidos no
processo.
b) Escritórios Criativos: são espaços de aprendizagem que visam ampliar as
oportunidades educacionais, por meio da formação profissional inicial e
continuada de jovens e adultos, de acordo com os arranjos produtivos locais e
os Territórios de Identidade com o objetivo de estimular a articulação entre a
política de educação profissional e tecnológica e as políticas de geração de
trabalho, emprego e renda. Com diretrizes construídas com as unidades
escolares, compete aos gestores: gerir os recursos por meio da Caixa Escolar
destinados à execução dos projetos; gerenciar o funcionamento do Escritório
Criativo; estabelecer fluxo e cronograma dos horários de funcionamento e
utilização; adquirir e gerir os insumos necessários ao funcionamento dos
projetos. Tem-se como planejamento que até março de 2022 estarão em pleno
funcionamento os Escritórios Criativos nos municípios de Barreiras, Camaçari,
Gandu, Guanambi, Ilhéus, Ipirá, Irecê, Itabuna, Itaberaba, Juazeiro, Ribeira do
Pombal, Salvador, Santo Antônio de Jesus, Seabra, Senhor do Bonfim, Vitória da
Conquista.
c) Programa de Aprendizagem Profissional: a regulamentação deste Programa
pela Lei da Aprendizagem Profissional (BRASIL, 2000), pela Portaria n.º 723/2012
(BRASIL, 2012), Portaria n.º 1005/2013 (BRASIL, 2013) e Decreto n.º 9.579/2018
(BRASIL, 2018), em conjunto com outros dispositivos legais, reconhecem que ao
instituir esta forma de aprendizagem cria-se a oportunidade tanto para o
aprendiz quanto para as empresas, pois dá preparação ao iniciante de
desempenhar atividades profissionais e de ter capacidade de discernimento para
lidar com diferentes situações no mundo do trabalho. A Aprendizagem
Profissional é um instrumento de qualificação profissional para adolescentes e
jovens, concretizado através da obrigação legal de cumprimento de cota de
contratação de estudantes aprendizes pelas empresas, que se tornam
responsáveis por assegurar formação técnico-profissional, a adolescentes e
jovens, desenvolvida por meio de atividades teóricas e práticas que são
organizadas em tarefas de complexidade progressiva (BRASIL, 2019). Estes
aprendizes são jovens entre 14 e 24 anos que, trabalham nas empresas e
frequentam a escola em algum curso de formação profissional oferecido por
Instituições Qualificadoras, considerando que a duração do Programa de
Aprendizagem deve coincidir com a vigência do contrato de trabalho na
empresa. O processo de cadastramento de uma entidade e de seus programas
de aprendizagem profissional no Cadastro Nacional da Aprendizagem segue as
determinações da CLT, do Decreto 9.579/2018, e da Portaria 723/2012, de
acordo com os critérios estabelecidos.
d) Itinerário Contínuo: projeto implantado que prevê a elevação da escolaridade
em nível superior articulada integrada com a educação profissional e
tecnológica. A proposta atende aos/as estudantes regularmente matriculados na
educação básica tanto curso técnico de nível médio, quanto nos cursos seriados,
vinculados aos Itinerários Formativos, especialmente aos quintos itinerários;
integra os conhecimentos as Competências e habilidades profissionais
requeridas pela área de atuação ou eixo técnico/tecnológico. Ao concluir o curso
técnico profissional, na perspectiva do Itinerário Contínuo e ingressar na
Educação Superior, em Curso Superior de Tecnologia ou similar, por exemplos os
Bacharelados Interdisciplinares no mesmo eixo tecnológico ou área do
conhecimento, há um campo de possibilidades formativas quando o projeto
político pedagógico de curso teve construção conjunta entre a Educação Básica
e a Educação Superior, podendo ser considerando-se aproveitamento de
estudos, com um sistema de creditação seja na forma de componentes
curriculares ou demais experiências contempladas no PPC do curso técnico e do
curso superior tecnológico acompanhadas e orientadas, pelas equipes
pedagógicas, bem como normativas que assegurem regulamentação específica
em cada projeto e suas especificidades de parceria com cada IES ou Instituição
de Ensino Parceira.
e) Mostras e Feiras de Ciência e Tecnologias Sociais da Educação Profissional da
Bahia: a política de EPT no Estado propicia a busca de soluções para os desafios
encontrados nos Territórios de Identidade, a ampliação dos conhecimentos e
saberes tradicionais, que propiciam solução a questões-problema identificadas
ou demandadas no Território. Desse modo, considera-se a Tecnologia Social
como um conceito e um princípio pedagógico que possibilita ampliar o acesso
aos benefícios do desenvolvimento tecnológico, a relação teoria e prática
atribuindo inserção, sentido e significado à Educação Profissional e Tecnológica,
no desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Estado e do seus Territórios
de Identidade. Do ponto de vista pedagógico, a Mostra das Tecnologias Sociais,
além de possibilitar apropriação do conhecimento pelo/a estudante desenvolve
práticas em situações reais, estimula o protagonismo na sua formação integral
através da compreensão da dimensão social da futura profissão. Desta forma, a
Feira de Ciência e Tecnologias Sociais é uma oportunidade de demonstração,
exposição pública e qualificada das experiências dos/as estudantes, das
aprendizagens, habilidades, e conhecimentos desenvolvidos com ênfase no
retorno social para os Territórios de Identidade onde vivem. Estes eventos,
realizados inicialmente no âmbito escolar, seguindo para a etapa territorial, e
após a etapa estadual, reúnem as principais experiências de ciência, tecnologia,
intervenções sociais realizadas pelos Centros e Unidades Escolares que ofertam
Educação Profissional e Tecnológica, construindo uma memória coletiva que
sinaliza futuros. Vale destacar que as experiências e projetos de ciência e de
tecnologia social são organizados por Eixo Tecnológico que os une em torno de
uma caracterização científica e tecnológica, conforme o Catálogo Nacional de
Cursos Técnicos.
1040. De acordo com os objetivos dos projetos de ciência e de tecnologia social da
Educação Profissional da Bahia, os Centros e Unidades Escolares ofertantes da educação
profissional e tecnológica são constituídas como referência sociocultural, seja pelo
envolvimento na solução de problemas locais que permitem aos/as estudantes avançar
no conhecimento científico, na apropriação de tecnologias sociais e na capacidade de
intervenção concreta na realidade pelas oportunidades de convivência social e
expressões culturais diversas. Com isso, permite que o/a estudante dê um retorno
social, aplicando seus conhecimentos e habilidades nos Territórios de Identidade onde
vive imbricada à formação humana integral e a intervenção social articulada a um
projeto educacional com potencial transformador mais amplo, capaz de formar sujeitos
construtores destes processos de mudança.
f) Produção Agroecológica Integrada Sustentável – PAIS: constitui-se em um
sistema para cultivo de hortaliças, frutíferas e criação de pequenos animais, cujo
principal objetivo é possibilitar a produção agroecológica. Este processo ocorre
por meio de atividades, nas quais os/as estudantes desenvolvem ações
sustentáveis, utilizando-se de estrutura de retroalimentação. Através destas
práticas se têm a oportunidade de realizar a integração entre a teoria e a prática
profissional e desenvolver ações de intervenção, por meio de parcerias com
representações da sociedade civil organizada, como associações, cooperativas e
sindicatos locais. Essas articulações propostas no PPC têm como objetivo
alcançar a função social da escola, no que diz respeito a formar sujeitos
históricos, comprometidos pela busca de soluções para problemas comunitários
e produtivos com capacidade teórico-prática em situações reais; habilitar os
adolescentes, jovens e adultos para o exercício autônomo e crítico da sua
profissão e inserção no mundo do trabalho; formar o cidadão-trabalhador com
conhecimentos científicos, tecnológicos e sociais; habilitar para formação geral,
unitária, politécnica para uma educação emancipatória e comprometida com a
inclusão e oportunizar a elevação da escolaridade.
g) Escola Fazenda: no município de Barra, Oeste da Bahia, está em implantação no
Centro Estadual de Educação Profissional Águas (CEEP Águas), o projeto
denominado Escola Fazenda Modelo. Trata-se de uma parceria interinstitucional
do Governo do Estado por meio de Cooperação Técnica, com a coordenação da
Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), a Secretaria da Educação (SEC),
a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (SEAGRI) e a
Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), além da participação da iniciativa
privada e de renomadas instituições de ensino superior, a exemplo da
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), (Universidade Federal
do Oeste da Bahia (UFOB) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(EMBRAPA). Com a iniciativa, está em implantação projetos de fruticultura com
foco na transferência de conhecimento, construção de agroindústrias, parcerias
com Cooperativas que projetam a Unidade Escolar como referência na formação
agro técnica e agroindustrial sustentável. O CEEP Águas recebe investimentos na
sua infraestrutura física paralelo à atualização do Projeto Político Pedagógico
construído de forma participativa, para a oferta de novos cursos de Educação
Profissional e Tecnológica alinhados à concepção das práticas agropecuárias da
Escola Fazenda e dos Projetos de Desenvolvimento Integrado da Região Oeste.
A área do Projeto envolve 150 hectares (ha) para o plantio de culturas como uva,
cana-de-açúcar, capim, grãos, algodão e leguminosas. O espaço poderá ser
utilizado para desenvolvimento de novas pesquisas e tecnologias por meio do
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), bem como oportunizar aos/as estudantes
dos diversos eixos tecnológicos um campo de estágio visando o exercício das
atividades profissionais e curriculares durante o percurso formativo.
1041. Os projetos realizados constituem-se em campos de articulações entre teorias e
práticas educativas a serem considerados nos momentos de construções coletivas do
Projeto Político Pedagógico de Curso, por cada unidade escolar de EPT, uma vez que se
vinculam numa relação orgânica entre os cursos ofertados com a comunidade local e,
consequentemente, com a produção de tecnologias sociais, com a apropriação sócio
técnica do trabalho e com os arranjos produtivos nos Territórios de Identidade. Além
disso, contribuem e potencializam a formação dos/as estudantes regularmente
matriculados nos cursos dos diferentes eixos tecnológicos, em suas diversas
modalidades, como também fortalecem o empreendimento social e o desenvolvimento
local. Nessa perspectiva, a Educação Profissional e Tecnológica da Bahia impulsiona o
fortalecimento da proposta de sua política curricular, ressignificando o PPC, criando
novos significados para todos os sujeitos envolvidos no planejamento e na construção
da educação pública estadual, para a intervenção social, alinhada com a realidade social
e às demandas nacionais e locais.
1042. 5.7 FORMAS DE OFERTAS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL
MÉDIO
1043. Desde a criação da Superintendência da Educação Profissional em 2007 até a
atual configuração como SUPROT, a oferta da Educação Profissional está em crescente
expansão, ano após ano, por meio do investimento realizado para o atendimento as suas
finalidades relacionadas as demandas estadual, regional, territorial e local; isto
possibilitou alcançar o quantitativo de 45 Centros Territoriais de Educação Profissional;
35 Centros Estaduais de Educação Profissional; 05 Anexos Escolares; 188 Unidades
Compartilhadas de Educação Profissional Técnica de Nível Médio (EPTNM), com a
abrangência em 187 Municípios (oferta regular de EPTNM), e com a oferta de 58 Cursos
Técnicos de Nível Médio (rede regular de EPTNM), totalizando 105.650 matrículas 35,
além da capilaridade da oferta de cursos dos Programas Federais e das matrículas das
Escolas de Famílias Agrícolas (EFA). Assim, as formas de ofertas da Educação Profissional
Técnica de Nível Médio seguem as determinações das legislações vigentes, quais sejam:
I) Os artigos 36-B e 36-C da Lei n.º 11.741, de 16 de julho de 2008 que
altera dispositivos da Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para
redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da educação
profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos
e da educação profissional e tecnológica.
1043.2.1.1 Art. 36-B. A educação profissional técnica de nível médio será desenvolvida nas seguintes
formas:
1043.2.1.2 I - articulada com o ensino médio;
1043.2.1.3 II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o ensino médio.
1043.2.1.4 Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio deverá observar:
1043.2.1.5 I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo
Conselho Nacional de Educação;
1043.2.1.6 II - as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino;
1043.2.1.7 III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu projeto pedagógico.

1043.2.1.8 Art. 36-C. A educação profissional técnica de nível médio articulada, prevista no inciso I do caput
do art. 36-B desta Lei, será desenvolvida de forma:
1043.2.1.9 I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino fundamental, sendo o curso
planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma
instituição de ensino, efetuando-se matrícula única para cada aluno;
1043.2.1.10 II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o esteja cursando, efetuando-
se matrículas distintas para cada curso, e podendo ocorrer:
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades
educacionais disponíveis;
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades
educacionais disponíveis;
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de
intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimento de
projeto pedagógico unificado.

II) A Resolução CNE/CP nº 01/2021, das Diretrizes Curriculares


Nacionais Gerais para a EPT no Art. 2º A Educação Profissional e
Tecnológica é modalidade educacional que perpassa todos os níveis
da educação nacional, integrada as demais modalidades de
educação e as dimensões do trabalho, da ciência, da cultura e da
tecnologia, organizada por eixos tecnológicos, em consonância com
a estrutura sócio-ocupacional do trabalho e as exigências da
formação profissional nos diferentes níveis de desenvolvimento,
observadas as leis e normas vigentes.

35
Fonte: SEC/BA: SGE 12/12/2020.
1044. De acordo com o Capítulo V, no Art. 15. A Educação Profissional Técnica de Nível
Médio abrange:
1045. habilitação profissional técnica, relacionada ao curso técnico;
1046. qualificação profissional técnica, como etapa com terminalidade de curso técnico;
e
1047. especialização profissional técnica, na perspectiva da formação continuada.
1048. Os cursos técnicos serão desenvolvidos nas formas integradas, concomitante ou
subsequente ao Ensino Médio conforme explicita o Capítulo VI, especificamente no Art.
16, assim caracterizadas:
II) integrada, ofertada somente a quem já tenha concluído o Ensino Fundamental, com
matrícula única na mesma instituição, de modo a conduzir o/a estudante à habilitação
profissional técnica de nível médio ao mesmo tempo em que conclui a última etapa da
Educação Básica;
III) concomitante, ofertada a quem ingressa no Ensino Médio ou já o esteja cursando,
efetuando-se matrículas distintas para cada curso, aproveitando oportunidades
educacionais disponíveis, seja em unidades de ensino da mesma instituição ou em distintas
instituições de ensino;
IV) concomitante intercomplementar, desenvolvida simultaneamente em distintas instituições
ou redes de ensino, mas integrada no conteúdo, mediante a ação de convênio ou acordo de
intercomplementaridade, para a execução de projeto pedagógico unificado;
V) a subsequente, desenvolvida em cursos destinados exclusivamente a quem já tenha
concluído o Ensino Médio.
1049. As formas de articulações da Educação Profissional e Tecnológica com o Ensino
Médio mencionadas acima, regulamentam a oferta de cursos para a Habilitação
Profissional Técnica de Nível Médio. A partir da atual legislação do Ensino Médio36,
conforme já mencionado anteriormente, abre-se a possibilidade da oferta de um novo
itinerário da EPT Integrada à Educação Básica que é o da Qualificação Profissional, por
meio da oferta de Cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), que, de acordo com o
Art. 12 da mesma resolução deverão ser consideradas as orientações dos respectivos
Sistemas de Ensino e a CBO.

1050. 5.8 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA DE NÍVEL MÉDIO E SUAS


MODALIDADES
I. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA À EDUCAÇÃO BÁSICA NA
MODALIDADE DE JOVENS E ADULTOS
1051. É uma Política Pública de Integração da Educação Profissional com a Educação
Básica na Modalidade de Jovens e Adultos (PROEJA) que tem por objetivo oferecer
oportunidade de estudo àqueles que não tiveram acesso ao Ensino Fundamental e/ou
Médio na idade regular e inseri-los num percurso formativo de educação profissional.
Dessa forma, pode proporcionar a transformação dos indivíduos em sujeitos mais
autônomos e com melhores condições de lidar com situações que envolvem a sociedade
como um todo. Freire (1982), ao relacionar o trabalho com a transformação do mundo
e a criação da cultura humana, afirma que “transformando a realidade natural com seu
trabalho, os homens criam o seu mundo”. Para tanto, frente aos desafios da educação

36
Lei 13.415/2017; Art. 15 da Resolução CNE/CEB n. 03/2018.
de adultos ante a nova reestruturação tecnológica, a educação como mediação no seio
da prática social global desafia os homens a atuarem no mundo. “É atuando no mundo
que nós fazemos. Por isso mesmo é na inserção no mundo e não na adaptação a ele que
nos tornamos seres históricos e éticos, capazes de optar, de decidir, de romper” (FREIRE,
2000).
1052. O estado da Bahia, em parceria com o Governo Federal, desde 2007, oferta a
Educação Profissional integrada à modalidade de Educação de Jovens e Adultos, com
foco no princípio do desenvolvimento, da inclusão social e da equidade. Está concebida
a partir dos seguintes princípios: i) concepção de formação humana integral, na qual, a
tecnologia seja assumida como construção social, produção, aplicação e apropriação de
práticas, saberes e conhecimentos; ii) cursos vinculados às demandas do
desenvolvimento socioeconômico e ambiental nos Territórios de Identidade, às cadeias
produtivas e seus arranjos socioprodutivos locais; iii) direito social para aqueles que não
puderam efetuar os estudos na idade regular.
1053. A Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de Jovens e
Adultos, a partir do Plano da Educação Profissional da Bahia, defende uma prática
educativa de EJA, a partir de um contexto socioeconômico, político e cultural,
considerando as especificidades destes sujeitos na diversidade de gênero, geração,
religião e etnia, sejam eles/as trabalhadores/as assalariados/as e/ou
desempregados/as; trabalhadores/as informais; trabalhadores/as urbanos/as ou de
áreas rurais, considerando seus interesses, saberes, habilidades, suas condições de vida
e de trabalho.
1054. Defende o trabalho como princípio educativo, “para um mundo em constante
transformação sob o poder emancipatório do ser humano” (BRASIL, 2007a). Isto
significa vincular a escola não somente com ocupação profissional, mas pelo
entendimento de que homens e mulheres produzem sua condição humana pelo
trabalho. Esforço de romper a dualidade trabalho manual/trabalho intelectual, teoria e
prática, conforme ilustração abaixo:
Fonte: SUPROT/SEC, 2020. Figura 1: Quadro demonstrativo PROEJA.

1055. Essa formação, fundamentada na integração de trabalho, ciência e tecnologia,


humanismo e cultura geral, contribui para o enriquecimento científico cultural, político e
profissional das populações, visto a indissociabilidade destas dimensões na realidade social
tão necessária para a o efetivo exercício da cidadania. Os pressupostos básicos dessa
pedagogia são: a) promoção de participação social com consciência e responsabilidade, que
venha a se consubstanciar em empoderamento e emancipação dos/as trabalhadores/as; b)
superação do trabalho alienado e; c) integração do trabalho e educação, no sentido de
evitar e superar a fragmentação do conhecimento/trabalho e a separação entre o trabalho
manual e o intelectual. As concepções e princípios aqui expostos demandam a elaboração
do projeto-político pedagógico de cada unidade escolar, constando as orientações
metodológicas, formação continuada, bem como, a participação efetiva democrática do
coletivo e da comunidade na construção deste.
1056. Na educação de jovens e adultos, os/as trabalhadores/as que lutam pelo seu direito na
especificidade do seu tempo de vida e de formação deparam-se com concepções caras à
educação libertadora como direito, que contribui para o conhecimento de outros direitos
garantidores de justiça social, talhada em processos de humanização. Arroyo (2017),
reafirma a necessidade de formação inicial e continuada, por reconhecê-los como sujeitos
de direitos, dá ênfase na importância da educação de jovens e adultos (PROEJA), não restrita
à escolarização, mas pensada como tempo e espaço de formação humana de pessoas
jovens, adultas, idosas e, até mesmo, adolescentes. Tais sujeitos do trabalho e de seus
itinerários, são feitos de resistências por direitos e emancipação.
1057. Sobre a importância do papel social da escola no processo educacional, para o
desenvolvimento do psiquismo humano, e a relação com a educação de jovens e adultos,
Rummert (2014), afirma que o importante é a formação da consciência, que,
inevitavelmente, é determinada pela natureza das relações sociais em que cada sujeito
realiza sua atividade coletiva e na qual o trabalho ocupa lugar central. Ancorada em
Vygotsky, reafirma a complexidade do processo ensino-aprendizagem, já que diversos
fatores de ordem social, política e econômica interferem na dinâmica do espaço
pedagógico, pois a escola não é uma instituição independente, pois está inserida na trama
do tecido social. Vai além ao afirmar que as interações estabelecidas na escola revelam
facetas do contexto para além daquele em que o ensino se insere. A educação, tendo o
papel de desenvolver pensamentos mais complexos, atua ativamente no desenvolvimento
psíquico do sujeito, pois a intersubjetividade existente nesse espaço amplia a consciência.
II. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA DO CAMPO,
EDUCAÇÃO INDÍGENA, EDUCAÇÃO QUILOMBOLA
1058. A oferta de cursos nessa modalidade concebe a Educação do Campo como um projeto
de desenvolvimento da sociedade e como um direito dos povos originários, tradicionais,
agricultores familiares e camponeses do mundo rural, nos diversos espaços do campo, onde
se encontram as populações tradicionais, indígenas e quilombolas, as populações das
florestas, das águas, os ribeirinhos, pescadores artesanais, as populações da agricultura
familiar e extrativistas, bem como, os espaços coletivos urbanos na relação com o rural.
Fundamenta-se, no modo de ser e de agir dos povos e populações tradicionais, suas
habilidades, sentimentos, valores, formas de relacionar-se com a terra e de compartilhar a
vida.
1059. A educação do campo na perspectiva da educação profissional e tecnológica desperta
para uma identidade de pertencimento coletivo com muitas possibilidades culturais e
produtivas, que rompe com a dicotomia rural e urbana, compreendendo o campo como
espaço dinâmico geopolítico, socioambiental e cultural complexo de resistência, luta,
identidade, integração e de desenvolvimento territorial.
1060. Dessa forma, conforme estabelece o § Único, Art. 2º das Diretrizes Operacionais para a
Educação Básica nas Escolas do Campo (CNE/CEB, 2002), a identidade da escola do campo
é definida pela sua vinculação às questões inerentes a sua realidade, ancorando-se na
temporalidade e saberes próprios dos/as estudantes, na memória coletiva que sinaliza
futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade e nos movimentos sociais
em defesa de projetos que associam as soluções exigidas por essas questões à qualidade
social da vida coletiva no país.
1061. Na Rede de EPT há ofertas de cursos técnicos de nível médio, os quais visam atender ao
direito à educação para as Populações do Campo, e para que haja a deliberação desta oferta,
são estabelecidos diálogos e ações junto às representações dos movimentos sociais de modo
que os cursos apresentem convergência com a realidade da comunidade, respeitando os tempos
formativos e saberes desta população.
1062. No que tange, especificamente, à EPT para os Povos Originários Indígenas e de
Quilombo, considera-se na oferta de cursos o direito a uma educação escolar indenitária,
assegurada pela Constituição Federal de 1988; pela Convenção 169 da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), sobre Povos Indígenas e Tribais, promulgada no Brasil por
meio do Decreto n.º 5.051/2004; pela Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948
da Organização das Nações Unidas (ONU); pela Declaração das Nações Unidas sobre os
direitos dos povos indígenas de 2007; pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(Lei 9.394/96), bem como, por outros documentos nacionais e internacionais que visam
assegurar o direito à educação como um direito humano e social e às diretrizes nacionais
que tratam das especificidades das modalidades da Educação Básica.
1063. Considera o disposto no Art. 78, da Lei 9.394/96 (LDBEN), que instituiu como dever do
Estado a oferta de uma educação escolar indígena bilíngue e intercultural, prevendo que o
Sistema de Ensino da União, “com a colaboração das agências federais de fomento à cultura
e de assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para
oferta de educação escolar bilíngue e intercultural aos povos indígenas”, tem por finalidade
proporcionar às suas comunidades e povos a recuperação de suas memórias históricas, a
reafirmação de suas identidades étnicas, a valorização de suas línguas e ciências, e garantir-
lhes o acesso às informações, aos conhecimentos técnicos e científicos da sociedade
nacional e demais sociedades indígenas e não indígenas, na qual o currículo dos cursos de
EPT tem por fim atingir em uma ação coletiva entre os diferentes atores.
1064. D
a mesma forma, as deliberações da I.ª Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena,
realizada em novembro de 2009, considerada espaço democrático privilegiado de debates
e de decisões, com o intuito de celebrar, promover e fortalecer a Educação Escolar Indígena;
as determinações do Decreto no 6.861/2009, que dispõe sobre a Educação Escolar Indígena
e define sua organização em territórios etnoeducacionais; e, finalmente, as orientações
contidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação
Básica n.º 05 de 22 de junho de 2012.
1065. C
onsiderando todas essas Diretrizes e orientações, o órgão gestor da EPT na Secretaria da
Educação indica uma organização escolar própria e concepções pedagógicas específicas que
garantam o atendimento ao Parágrafo único, Art. 5.º da Resolução CNE/CEB n.º 05/2012,
sobre a educação escolar indígena ao se “constituir em um espaço de construção de
relações Inter étnicas orientadas para a manutenção da pluralidade cultural, pelo
reconhecimento de diferentes concepções pedagógicas e pela afirmação dos povos
indígenas como sujeitos de direitos.” Nesta perspectiva, a elaboração do PPC de cada curso
para a oferta de cursos técnicos localizados em comunidades reconhecidas como
quilombolas e/ou para estudantes oriundos dessas comunidades, deve orientar-se pelo
arcabouço legal da Constituição Estadual da Bahia e pelas Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica do Conselho Estadual da Bahia.
1066. N
este mesmo sentido, outro documento orientador da oferta da Educação Básica e suas
etapas para povos quilombolas e remanescentes de quilombolas, a Educação Profissional
da Bahia orienta a organização e a sua estrutura pedagógica de seus cursos de acordo com
a Resolução CNE/CEB n.º 2/2012, especificamente, o Art. 19 ao regulamentar que a
Educação Profissional Técnica de Nível Médio na Educação Escolar Quilombola deve
articular os princípios da formação ampla, sustentabilidade socioambiental e respeito à
diversidade dos/as estudantes, considerando-se as formas de organização das comunidades
quilombolas e suas diferenças sociais, políticas, econômicas e culturais devendo:
1067. I
– contribuir para a gestão territorial autônoma, possibilitando a elaboração de projetos de desenvolvimento
sustentável e de produção alternativa para as comunidades quilombolas, tendo em vista, em muitos casos, as
situações de falta de assistência e de apoio para seus processos produtivos;
1068. II
– articular-se com os projetos comunitários, definidos a partir das demandas coletivas das comunidades
quilombolas, contribuindo para a reflexão e construção de alternativas de gestão autônoma dos seus
territórios, de sustentabilidade econômica, de soberania alimentar, de educação, de saúde e de atendimento
às mais diversas necessidades cotidianas;
1069. III
– proporcionar aos/as estudantes quilombolas oportunidades de atuação em diferentes áreas do trabalho
técnico, necessárias ao desenvolvimento de suas comunidades, como as da tecnologia da informação, saúde,
gestão territorial e ambiental, magistério entre outras.
1070. C
omplementada pelo Art. 20 da Resolução CNE/CEB n.º 2/2012 para o atendimento das
comunidades quilombolas, a Educação Profissional Técnica de Nível Médio deverá ser
realizada preferencialmente em seus territórios, sendo ofertada: I – de modo
interinstitucional; II – em convênio com: a) instituições de Educação Profissional e
Tecnológica; b) instituições de Educação Superior; c) outras instituições de ensino e
pesquisa; e d) organizações do Movimento Negro e Quilombola, de acordo com a realidade
de cada comunidade.
III. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA EM REGIME DE
PRIVAÇÃO DE LIBERDADE
1071. A educação, indubitavelmente, é um direito fundamental de todos, inclusive das pessoas
privadas de liberdade em estabelecimentos penais. Esse direito está assegurado nos marcos
legais que regulamentam a educação brasileira. Em consonância à política pública do Plano
Estadual de Educação, Lei n. º 10.559/2016, a SUPROT/SEC, em parceria com outras
instituições públicas, buscando implementar ações com vistas a assegurar o atendimento às
pessoas em situação de privação de liberdade, compreendendo este/a cidadão/cidadã
como sujeito de direitos, respeitando as singularidades e investindo na formação integral,
na perspectiva de elevar a escolaridade e promover formação profissional.
1072. A oferta de cursos de Educação Profissional a pessoas privadas de liberdade tem
apresentado êxito nos últimos anos, destacando-se, nesse contexto, a oferta de cursos de
qualificação profissional, por meio do Programa PRONATEC Prisional, executado em
articulação entre a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC/Superintendência da
Educação Profissional e Tecnológica), a Secretaria de Administração Prisional (SEAP),
Ministério da Educação (MEC) e Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJ).
1073. Os cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), na modalidade presencial, são
ofertados em unidades prisionais ou nos Centros de Educação Profissional, para pessoas em
situação de privação de liberdade, egressos do sistema prisional e em cumprimento de
penas alternativas37. Desta forma, Santos (2017)38 enfatiza que a educação para os jovens e
adultos em situação de restrição e privação de liberdade não é nenhum assistencialismo,
mas, sobretudo, um direito subjetivo previsto na legislação brasileira e internacional; é
parte da proposta da política pública de execução penal, que tem como objetivo possibilitar
a reinserção social do privado de liberdade e a garantia de sua plena cidadania. Assim,
entende-se por reinserção social a reintrodução do indivíduo na sociedade, após o
cumprimento da pena que permeado por estratégias de ocupação do tempo livre com
atividades colaboram para a elevação da escolarização e formação inicial e continuada
destes sujeitos.
1074. Isto posto, o desafio é pensar e ampliar a Educação Profissional e Tecnológica, na
articulação com as pessoas privadas de liberdade. Isso deve ocorrer em diferentes formas
de oferta, mas com foco principal no PROEJA, nos cursos Subsequentes e de Formação
Inicial e Continuada, de modo a assegurar e garantir direitos para o cidadão/estudante, no
que se refere à formação profissional asseguradas nas parcerias com órgãos e instituições
que contribuem neste processo.
1075. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), estabelece a educação como um
direito de todas as pessoas, e tem por objetivo o pleno desenvolvimento da personalidade
humana e o fortalecimento do respeito aos Direitos Humanos e às liberdades fundamentais.
A Constituição Brasileira de 1988 vai além, apresentando relevo em seu Art. 205 da máxima
sobre a educação enquanto “direito de todos e dever do Estado e da família”, e no § 1º, Inc.
VII, Art. 208, que o acesso ao ensino obrigatório é direito público subjetivo. Logo, os privados
de liberdade têm o direito à educação, uma vez que este é um direito universal,
interdependente e indivisível.
1076. Para Dallari (2004), a educação é um direito inerente ao processo de humanização de
homens e mulheres, que deve ser percebido na concepção de universalidade e de não
discriminação. Neste sentido, a educação é um direito humano intrínseco e um meio
indispensável para realização de outros direitos humanos, logo a educação é uma
precondição para a cidadania.
1077. É no exercício da cidadania, no contexto da construção e consolidação de uma
democracia em movimento que a educação para os privados de restrição e liberdade nasce
através da Lei de Execução Penal 7210/84 (LEP) que trata dos direitos do encarcerado nas
penitenciárias brasileiras. No entanto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB
n. º 9394/96), define que a “educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não
tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade
própria”. É nesse contexto que se encontra a educação para os privados de liberdade,
considerando que a EJA e o PROEJA são as modalidades de ensino que propiciam inclusão

37
Em articulação entre a Secretaria da Educação do Estado da Bahia – SEC/Superintendência da Educação
Profissional e Tecnológica – SUPROT e a Secretaria de Administração Prisional – SEAP.

38
SANTOS, Maria Candeias Conceição, docente e pesquisadora da UFBA. Estudo apresentado na Dissertação
de Mestrado: Entre o prescrito e o praticado: um estudo de caso sobre o currículo da EJA na Escola na Escola
do Complexo Penitenciário Lemos de Brito em Salvador, 2017.
no direito à educação em espaço prisional.
1078. Pensar e executar esta oferta da educação profissional prisional em cada nível escolar
exige um olhar pedagógico que traduz as especificidades destes sujeitos, o qual deve ser
refletido na organização curricular, uma vez que este documento expressa a dinamicidade
do processo de aprendizagem de acordo com a realidade deste segmento e possibilita a
condição de ampliar os conteúdos curriculares de acordo com os princípios da Educação
Profissional e Tecnológica. Nesta perspectiva, para o desenvolvimento das atividades
pedagógicas nesta modalidade é preciso que haja um clima de confiança, respeito mútuo,
de colaboração e de compromisso com o bem comum e favoreça a aprendizagem
1079. Embora a educação tenha se materializado pela relação de domínio estabelecida
historicamente entre a elite e as classes populares do Brasil, a educação dos privados de
liberdade enquanto um direito objetivo e humano vem sendo fortalecida pelas Diretrizes
Nacionais para a Educação nas Prisões desde 2010 e, pela Remição de Pena (2011), que em
consonância com o Plano Nacional de Educação (PNE) vem estabelecendo a concretização
dos planos estaduais de educação dos privados de liberdade.
1080. O Plano Estadual de Educação em Prisões da Bahia (2016), foi elaborado de forma
participativa entre as Secretaria Estadual da Educação, Secretaria Estadual da Justiça,
Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria Estadual da Administração Penitenciária e
Ressocialização, e dos representantes do segmento dos movimentos sociais. O plano
estabelece a garantia da escolarização básica no nível fundamental e médio, na modalidade
de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e os cursos da educação profissional e tecnológica às
pessoas em privação de liberdade por meio das escolas que se traduz na proposta de
Educação de Jovens e Adultos.
1081. Segundo Santos, (2017), a consolidação do Plano da Educação Prisional do Estado da
Bahia vem sendo corporificada pelo currículo, na perspectiva de uma educação
humanizada. Tendo em vista que este tem vida e é imbricado por elementos de poder. Ele
não é inocente, nem neutro. É um instrumento no qual os docentes e aprendizes têm a
oportunidade de examinar de forma renovada os significados da vida cotidiana que se
acostumaram a ver como dados naturais, pois este não é esvaziado, é inovador, criativo e
crítico. Pela educação é possibilitado ao sujeito em situação de privação de liberdade o
acesso e retorno à sociedade como uma forma de reinserção, reintegração, incentivo à
situação de dignidade e respeito e reinserção no mundo do trabalho.
1082. Este currículo de EPT estará imbricado em relações de poder transmitindo visões sociais
particulares de forma a produzir identidades individuais e sociais particulares. Ao
estabelecer um currículo para a educação prisional na perspectiva da EPT implica em propor
e conceder direitos que foram subtraídos de uma parcela da sociedade, transformados em
excluídos e, posteriormente, em marginais.
1083. A proposta curricular da Educação Prisional da Bahia, é constituída a partir de temas
geradores, que possibilitam a articulação do trabalho pedagógico com a realidade
sociocultural das pessoas em aprendizagem curricular (MACEDO, 2007). Uma das propostas
é a organização em módulos educativos em tempos formativos com as mesmas áreas de
conhecimento em temas geradores: Linguagens (Língua Portuguesa e Artes); Matemática;
Estudos da Natureza e da Sociedade.
1084. O currículo do PROEJA e dos Cursos de Formação Inicial e Continuada por temas
geradores, contemplam a realidade específica dos privados de liberdade como espaços-
tempos para reflexões sobre a situação social em que se encontram (SANTOS, 2017), na
perspectiva freiriana, possibilitando o desenvolvimento de práticas educativas no contexto
da indissociabilidade entre a educação e a política como projeto e práticas sociais.
IV. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA EM REGIME DE
ALTERNÂNCIA
1085. O reconhecimento da pedagogia da Alternância como uma modalidade de organização
escolar possui um marco legal recente. O Art. 23, da Lei n. º 9.394/96, descreve a alternância
como possibilidade de organização da Educação Básica, sempre que o interesse do processo
de aprendizagem assim o recomendar.
1086. Por muitos anos, as ofertas educacionais em alternância funcionaram como experiência
pedagógica. Dessa forma, o Parecer CEB/CNE 01/2006 é considerado um marco normativo
que reconhece, pela primeira vez, a forma de funcionamento da Alternância e considera o
tempo no meio familiar-sócio-profissional como letivo. A inclusão de instituições
comunitárias que atuam com educação do campo para recebimento de recursos
financeiros, de fundos federais, corroborando com a Portaria MEC n. º 1.071 de 20 de
novembro de 2015, republicada em 11 de janeiro de 2016 viabilizaram o direito ao efetivo
financiamento público às instituições comunitárias que ofertam educação do campo.
1087. A oferta da Pedagogia da Alternância ancora-se também em outras bases legais, tais
como, o Projeto de Lei n.º 11.096, de 13 de janeiro de 2005 e, a Lei nº 12.711, de 29 de
agosto de 2012 para estender o acesso aos cursos superiores aos/as estudantes egressos da
educação do campo em instituições credenciadas que tenham como proposta pedagógica
a formação por alternância, e o Projeto de Lei n.º 6.498/2016, que altera a LDB nº 9.394/96
e torna clara a possibilidade de adoção da Alternância nas escolas do campo.
1088. A Educação Profissional e Tecnológica, no Estado da Bahia, reconhece as demandas dos
movimentos sociais que lutam pela garantia de direitos/cidadania; capacitação e/ou
formação técnica profissional; elevação da escolaridade; inclusão escolar, além de ancorar-
se nos acúmulos teóricos dos estudiosos brasileiros sobre o protagonismo dos movimentos
sociais do campo na negociação de políticas educacionais, postulando nova concepção de
educação que inclua suas cosmologias, lutas, territorialidades, concepções de natureza e
família, arte, práticas de produção, bem como a organização social e do trabalho (CALDART,
2012).
1089. Após inúmeros diálogos com representantes dos movimentos sociais do campo a
Secretaria de Educação do Estado da Bahia, por meio da Superintendência da Educação
Profissional e Tecnológica, buscou soluções para as questões levantadas nas reuniões,
seminários e conferências, pelos diversos segmentos dos movimentos sociais, que
apontaram a necessidade de atendimentos específicos a jovens e adultos residentes em
diferentes comunidades rurais dadas a distância entre a residência do jovem e a escola, o
que exige muito tempo nos deslocamentos diários. Além disso, urge a necessidade de
formação profissional para os jovens do campo, seja pela dificuldade ou impedimento em
conciliar estudos e trabalho seja na propriedade da família ou por exercer outras atividades
laborais. Com isso, a descontextualização dos conteúdos e a metodologia do trabalho
didático em relação aos interesses e saberes do jovem trabalhador rural, a baixa valorização
social da profissão do agricultor e a consequente baixa autoestima do jovem filho de
agricultor, e a desvinculação entre o seu projeto de vida com a permanência no campo tem-
se se tornado desafios para as políticas de educação profissional e tecnológica em seus
Territórios de Identidade.
1090. Em 2017 teve início a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica na
pedagogia da Alternância em Centros Estaduais e Territoriais de Educação Profissional
localizados no campo, atendendo, inicialmente, 05 Territórios de Identidade, e, na
atualidade, para 07 Territórios, de acordo com o Plano Pedagógico das escolas em algumas
premissas que asseguram a especificidade e a originalidade: i) a Alternância e o plano de
estudo; ii) o ambiente educativo (infraestrutura, pequeno grupo, internato e convivência),
e iii) a participação dos pais/mães-agricultores/as.
1091. A Secretaria a Educação oferta os cursos em Regime de Alternância e ancora-se nos
referenciais legais para assegurar a oportunidade de realização de uma formação calcada
na experiência, no trabalho, no mundo do trabalho da produção, na imersão dos/as
estudantes na comunidade, compreendida como um espaço educativo capaz de aperfeiçoar
a aprendizagem. Quanto a elaboração do PPC, a SEC valida as especificidades da Pedagogia
da Alternância, com as orientações curriculares específicas para o ensino técnico de nível
médio: o trabalho como princípio educativo; o trabalho como princípio pedagógico,
produzindo o cuidado das pessoas e do ambiente; a iniciação científica no ensino técnico; a
pedagogia da alternância (tempo escola e tempo comunidade); a leitura como ato ativo e
produtivo; o trabalho no campo como ato pedagógico e a formação política e cultural.
V. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE
1092. A promoção de políticas educacionais em defesa das minorias sociais deve levar em
consideração que a garantia dos Direitos Humanos não restringe-se à aceitação ou
tolerâncias aos considerado diferentes numa escala hierárquica de classificação social, o
acesso ao bem público não pode ser compreendia como assistencialismo ou paternalismo,
mas a realização de seus direitos como indivíduos que fazem parte de sociedade e devem
ser respeitados com suas idiossincrasias e experiências como seres humanos,
independente de credo, cor, religião, deficiência ou qualquer outro tipo de diversidade ou
diferença.
1093. Portanto, os parâmetros de qualidade da educação devem ser fundamentados na
compreensão dos Direitos Humanos como pressuposto para democracia, das Políticas
educacionais face ao ideal de direitos humanos e do compromisso da escola reflexiva na
busca da superação do preconceito.
1094. Assim, construção de uma escola democrática deve considerar que o Brasil ao longo da
sua história educacional adotou práticas excludentes; os segmentos marginalizados da
sociedade; afrodescendentes, indígenas, população rural, deficientes, foram alijados dos
processos educacionais, sob fundamentação colonial que distribuição de forma
hierarquizada e desigual a definição de seres humanos e sujeitos de Direitos.
1095. Destarte, os recentes instrumentos normativos do campo da educação que indicam
avanços em consecução aos Direitos Humanos são fundamentais no processo de
planejamento e execução das políticas públicas. A educação pública, laica e sem
discriminações, considerando nossa história secular de desigualdades, são princípios muito
recentes no debate educacional, considerando a promulgação da constituição Federal de
1988, que institui no art. 5º que “a discriminação racial passa ser crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.
1096. A LDB n. 9.394/96 (BRASIL, 1996) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) também
reconhecem a importância do combate ao preconceito racial, porém, em relação aos
documentos anteriores, não houve grandes avanços, no que se refere as relações étnico-
raciais, pois a diversidade racial aparece em uma perspectiva homogeneizadora e postula
uma identidade nacional sem ausência de conflitos, o que reforça o mito da democracia
racial.
1097. A III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, Xenofobia e formas
correlatas de Intolerância – realizada em Durban- África do Sul em 2001, em que o Estado
brasileiro tornou-se comprometido com a agenda da Diversidade, marca um novo tempo
para as reivindicações movimento negro, é nessa esteira que em 2003 é aprovada a Lei n.
10.639/03, que altera LDB n. 9493/96 (BRASIL, 1996)39, nos Art. n. 26-A, n. 79-A e n. 79-B e
torna obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira em todo sistema
de esino. Vale mencionar que, a LDB n. 9394/96 foi alterada pela lei nº 12.7969, de 4 de
abril de 2013, e no que se refere às relações étnico-raciais, a alteração ocorreu no Título II,
art. 3º, Inciso XII. A partir de tal alteração, fica estabelecido que o ensino deve ser ministrado
baseado na consideração com a diversidade étnico-racial”.
1098. A Lei n. 10.639/03 está respaldada no Parecer n. 003/2004, de 10 de março de 2004, que
regulamenta a alteração trazida à Lei n. 9394/96, e na Resolução CNE/CP n. 1/2004, de 10
de junho de 2004, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações étnico/raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, DCNs-
ERER.
1099. A aprovação da Resolução CNE/CP 001/2004 marcou um novo lugar da questão racial
na política curricular educacional e “recolocou a questão racial na agenda nacional e a
importância de se adotarem políticas públicas afirmativas de forma democrática,
descentralizada e transversal” (BRASIL, 2004, p. 8). No bojo das discussões da urgência de
uma escola antirracista, e em 2011 foi aprovada a Lei 12.711 de 29 de agosto de 2012, que
dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino
técnico de nível médio e dá outras providências. Poderíamos mencionar outras legislações,
dadas as limitações, convidamos os/as gestores, professores e estudantes a observarem e

39
Em 2008, a LDB 9394/96 foi novamente alterada pela lei 11.645/03 que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História
e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.
incluírem em suas práticas princípios educacionais que rasurem da colonialidade, do
sexismo, do racismo e eurocentrismo imputado em nossa formação.
1100. Dentre os avanços legais significativos para a consolidação da educação dos Direitos
humanos, não poderíamos deixar de mencionar outro marco legal de suma relevância
alinhada a agenda do segmento GLBTQIA+ que se compreendendo como sujeitos de direitos
ampliaram nossos olhares e nos ensinaram sobre autodefinição e identidade de gênero.
Vale mencionar a Resolução CEE Nº 120, de 05 de novembro de 2013, que dispõe sobre a
inclusão do nome social dos/das estudantes travestis, transexuais e outros no tratamento,
nos registros escolares e acadêmicos nas instituições de ensino que integram o Sistema de
Ensino do Estado da Bahia e dá outras providências.
1101. A Educação Profissional e Tecnológica – EPT do Estado da Bahia amparada pelas
legislações supracitadas ainda apresenta regulamentação regional que reafirma o
compromisso com a promoção de uma educação orientada pelos princípios da diversidade
e de garantia dos direitos humanos, conforme estabelecem as Diretrizes do Plano Estadual
da Educação, Lei Estadual nº. 13.559 de 11 de maio de 2016, no artigo Art. 2º - São diretrizes
orientadoras do PEE-BA: IX - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à
diversidade e à sustentabilidade socioambiental. A Meta 11 da Educação Profissional em
sua estratégica aponta a necessidade de 11.4) reduzir as desigualdades étnico-raciais e
regionais, com destaque para as peculiaridades do campo e da cidade, da cultura local e da
identidade territorial, no acesso e permanência na Educação Profissional Técnica de nível
médio, inclusive mediante a adoção de políticas afirmativas, na forma da lei, no âmbito do
Sistema Estadual de Ensino da Educação Básica.
1102. Nesta mesma perspectiva, a EPT destaca os direitos assegurados pela legislação atual
em especial o Parecer do Conselho Nacional CNE/CEB 14/2011, que se desdobrou na
Resolução n.º de 16 de maio de 2012, que “Define diretrizes para o atendimento de
educação escolar para populações em situação de itinerância” em que são consideradas em
situação de itinerância as crianças e adolescentes pertencentes a diferentes grupos sociais
que, por motivos culturais, políticos, econômicos, de saúde, dentre outros, se encontram
nessa condição. Podem ser considerados como vivendo em situação de itinerância ciganos,
indígenas, povos nômades, trabalhadores itinerantes, acampados, artistas, demais
trabalhadores em circos, parques de diversão e teatro mambembe que se autorreconheçam
como tal ou sejam assim declarados pelo seu responsável legal. Para tanto, a legislação
assegura as populações itinerantes acesso à educação escolarizada e a permanência e a
continuidade nos estudos ainda que em lugares diferentes e pelo necessário deslocamento
geográfico em razão das suas especificidades.
1103. A consolidação da Educação Profissional como campo de oportunidades para todos(as),
principalmente, para aqueles alijados dos espaços de aprendizagens e desenvolvimento da
formação integral, demarca desde já a construção coletiva do Planejamento Plurianual da
Bahia (PPA 2020-2023) e assegura o financiamento e a oferta vagas nos cursos da educação
profissional e tecnológica para a população alcançada pelas políticas da diversidade, assim
como, exige dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem a defesa de
uma educação e escola reflexivas que busque a superação do preconceito e atue na
perspectiva de educação antirracista, anti-homofóbica observando os instrumentos legais
supracitados como resultados das lutas históricas encampadas por sujeitos sociais que, de
forma contextualizada, compreenderam a necessidade de potencializar as agendas na busca
da garantia dos Direitos Humanos.
VI. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
1104. As lutas e conquistas históricas das pessoas com deficiência vêm demonstrando para
toda a sociedade, que a deficiência não pode ser considerada uma barreira que determina
a condição da pessoa, como cidadão/cidadã de direitos e de possibilidades para exercer
diversos papeis na sociedade e de inserção no mundo do trabalho.
1105. O direito constitucional à educação, só se concretiza quando o ensino, em suas diversas
interfaces, promove o desenvolvimento pleno do sujeito. Para isso, faz-se necessário, além
da garantia da efetivação da matrícula, a permanência desses sujeitos e o êxito em sua
aprendizagem no ambiente escolar. Com a implementação da Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) e das Diretrizes Operacionais
do Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação
Especial (BRASIL, 2009), começa a surgir um cenário diferente no percurso educativo e na
escolarização das pessoas com deficiência no Brasil.
1106. Como resultado desta política, é possível perceber um crescimento exponencial das
matrículas na Educação Especial40 no ensino regular. No período de 2007 a 2014 o número
de estudantes matriculados/as em classes e escolas especiais decresce 46,0% e em classes
comuns aumentou 128,3%, sendo que no total de ambos houve um aumento de 35,5%, e
as matrículas no AEE aumentaram 136,50%. (REBELO, 2016).
1107. Ausência de formação e qualificação profissional mínima, são as principais justificativas
dadas pelos empresários e instituições de apoio a pessoas com deficiência, para explicar a
dificuldade em ocupar as vagas de postos de trabalho ofertadas todos os anos, conforme
determina as Leis n. º 8.112/90 e 8.213/91, que definem as cotas para inserção de pessoas
com deficiência no mundo do trabalho.
1108. Apesar dos avanços das leis, da mudança de comportamento de boa parte da sociedade, das lutas
travadas em prol da inclusão e do grande apelo social existente para a inserção da pessoa com deficiência no
mundo do trabalho, ainda podemos constatar, por meio de dados mais recentes da Relação Anual de
Informações Sociais - RAIS (2015), que no Brasil apenas 1,0 % dos trabalhadores com deficiência estão no
mercado de trabalho. Esses dados ajudam a descortinar uma realidade perversa, que passa à margem dos
interesses da maioria da sociedade, revelando quanto o Brasil é desigual e excludente (MATOS, 2020; no
prelo).
1109. Em 2015 uma nova legislação assegura novos direitos à Pessoa com Deficiência,
materializada na Lei n.º 13.146/2015, que institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência. É
mister salientar a importância desta legislação, principalmente, em seu Art. 28, Cap. IV.
Quanto a incumbência do poder público em assegurar, criar, desenvolver, implementar,
incentivar, acompanhar e avaliar, sistemas educacionais inclusivos em todos os níveis e
modalidades, como também o percurso educativo destas pessoas, garantindo as condições

40
Pessoas com deficiências intelectual, sensorial, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação.
necessárias à inclusão, com a oferta de recursos que eliminem as barreiras físicas e
atitudinais. Fomenta a necessidade de construir um Projeto Pedagógico Inclusivo, que
contemple todas as necessidades das pessoas com deficiência, inclusive com a oferta de
serviços de Atendimento educacional especializados, com implantação de salas de recursos,
para garantir a implementação de um currículo que contemple a todos e todas.
1110. Desta forma, a Educação Especial no contexto da oferta de Educação Profissional Técnica
de Nível Médio é referendada por atos normativos, tanto federais quanto estaduais. Na Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. º 9.394/1996, no Inciso I, Art. 2.º, um dos
princípios do ensino é a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. No
âmbito da integração da Pessoa com Deficiência o Decreto Federal nº. 3.298/99 41, que
“regulamenta a Lei n.o 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional
para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e
dá outras providências”, intensifica a importância da Educação Profissional e Tecnológica
nesse contexto de inclusão da Pessoa com Deficiência, e expõe em seu Art. 15º que:
cumpre aos “órgãos e as entidades da Administração Pública Federal, a prestação direta ou
indiretamente à pessoa portadora de deficiência de “formação profissional e qualificação
para o trabalho”. Reforça a responsabilidade do Estado no tocante à formação profissional
da pessoa com deficiência.
1111. No âmbito do Estado da Bahia, a Resolução CEE/BA n. º 079/2009, considera a
necessidade de desenvolver no Estado, políticas educacionais inclusivas dentro da
concepção de que “a escola é para todos”, sem qualquer segregação ou discriminação. Entre
os princípios estabelecidos nesta Resolução estão à igualdade de condições de acesso e
permanência na escola para o/a estudante com deficiência e o atendimento o mais cedo
possível.
1112. A Resolução supracitada trata de questões como acessibilidade nas edificações,
incluindo a utilização de mobiliário e equipamentos adequados; a utilização da Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS), desde a Educação Infantil, como proficiência de instrução para
o/a estudante surdo; utilização do sistema Braille, do soroban, da orientação e mobilidade,
das atividades da vida autônoma e da comunicação alternativa para estudantes cegos e de
baixa visão; qualificação do corpo docente; utilização de materiais didático-pedagógicos,
tecnologias assistivas, domínio de espaços, sistemas de comunicação e informação
adequadas às necessidades; instalação de salas multifuncionais; adequação do projeto
político pedagógico, currículo e avaliação, definição de número de alunos na sala de aula e
oferta de Atendimento Educacional Especializado.
1113. Apesar de todo esse avanço histórico, dos direitos da pessoa com deficiência, que
transita desde a escola até o mundo do trabalho, a Educação Profissional e Tecnológica da
Bahia, entende que é grande o desafio para avançar na questão da integração da pessoa
com deficiência no mundo do trabalho, é necessário desenvolver ações que se adequem às

41
Fonte: DECRETO n. 3.298 de 20 de dezembro de 1999. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm. Acesso em: 19 de maio de 2020.
suas necessidades. Essa integração no mundo do trabalho deve ser analisada, sob a ótica
das suas qualificações, e não sob a ótica das suas restrições para o trabalho.
1114. Sendo assim, a EPT é provocada a constituir espaços, com vistas a garantir a associação
entre profissionalização e direitos de pessoas com deficiência. Não obstante todos os
avanços ocorridos ao longo desses anos, é preciso que se oportunize e se intensifique as
ações em torno de políticas que apontem para uma Educação Inclusiva no âmbito do mundo
do trabalho. É importante que, de acordo com os arranjos produtivos de cada Território de
Identidade da Bahia sejam planejadas ações que visem preparar os/as estudantes com
deficiência para lidarem com as constantes transformações contemporâneas que envolvem
também o mundo do trabalho, possibilitando assim uma vida independente e com
autonomia.
VII. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NAS MODALIDADES
NÃO PRESENCIAL E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD
1115. A Reforma do Ensino Médio promulgada pela Lei 13.415/2017, combinada com o Art.
17, da Resolução CNE/CEB n. º 03/2018, que dispõem sobre a oferta de parte da carga
horária dos cursos da educação profissional mediada por tecnologias ou metodologias de
ambientes virtuais à distância, deverá atender aos critérios estabelecidos na forma da oferta
que poderá ocorrer também em regime de parcerias. Quanto às atividades realizadas
pelos/as estudantes, que são consideradas parte da carga horária do ensino médio, serão
aquelas relativas às aulas, cursos, estágios, oficinas, trabalho supervisionado, atividades de
extensão, pesquisa de campo, entre outras, sendo mediada ou não por tecnologia ou a
distância, em regime de parceria com instituições previamente credenciadas pelo sistema
de ensino.
1116. Em relação ao quantitativo máximo da carga horária, se dará da seguinte forma: a) as
atividades referidas, anteriormente, devem ter carga horária específica observadas as
normas dos sistemas de ensino; b) as atividades realizadas a distância podem contemplar
até 20% (vinte por cento) da carga horária total, podendo incidir tanto na formação geral
básica quanto, preferencialmente, nos Itinerários Formativos do currículo, desde que haja
suporte tecnológico – digital ou não – e pedagógico apropriado, podendo a critério dos
sistemas de ensino expandir para até 30% (trinta por cento) no Ensino Médio noturno.
1117. Cabe registrar que para o sistema estadual de ensino, algumas alterações nos
dispositivos legais foram necessárias para assegurar a oferta e funcionamento de cursos à
distância, tanto para as turmas regulares da educação básica, quanto na articulação e
integração com a educação profissional e tecnológica. Além da legislação federal existem
dispositivos legais emitidos pelo Conselho Estadual da Educação da Bahia, a partir do ano
de 2008, por meio das resoluções específicas que regulamentam cada situação para a oferta
dos cursos.
1118. A Resolução CEE/BA n.º 79/2008, que dispõe sobre a oferta de Educação a Distância
(EaD) no Sistema de Ensino do Estado da Bahia e das ofertas de cursos não presenciais,
especificamente, o Art. 10, que trata da competência das instituições de ensino para
autorizar o funcionamento de cursos e programas em EAD, sendo que no Inc. II, autoriza a
Secretaria da Educação do Estado da Bahia, quando se tratar de instituições de ensino
mantidas pelo poder público estadual, a ofertar cursos nos limites territoriais do Estado, e
cursos da educação profissional técnica de nível médio para a habilitação, qualificação
profissional técnica e/ou especialização profissional técnica.
1119. A oferta dos cursos nesta modalidade atende ao Plano Nacional da Educação (2014-
2024) que estabelece na Meta 11, a expansão da EPT na modalidade EAD, conforme
especificado na estratégia 11.3: “fomentar a expansão da oferta de educação profissional
técnica de nível médio na modalidade de educação a distância, com a finalidade de ampliar
a oferta e democratizar o acesso à educação profissional pública e gratuita, assegurado
padrão de qualidade”.
1120. Outros dispositivos legais do CEE/BA a exemplo da Resolução CEE n.º 131/2015, que
dispõe sobre a oferta da Educação Profissional, quanto aos períodos para protocolo de
solicitação de credenciamento de estabelecimento de ensino e de autorização para novos
cursos de educação profissional técnica de nível médio, bem como reafirma os
procedimentos quanto à solicitação de renovação desse pleito, inclusive quando se tratar
de curso na modalidade EaD, assim como na Resolução do CEE/BA n.º 65/2016, que trata
sobre a oferta de novos Cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio, e a
Renovação dos mencionados atos, bem como a Resolução CEE/BA n.º 123/201642.
1121. Com todo o aparato legal, fica explícito enquanto modalidade educacional, a utilização
da mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem através de
meios e tecnologias de informação e comunicação, de políticas de acesso,
acompanhamento e avaliação compatíveis, dentre outros, tendo por objetivo desenvolver
atividades educativas para estudantes que estejam em lugares e tempos diversos, na
perspectiva de oportunizar ao jovem e adulto a oportunidade de dar continuidade aos seus
estudos, bem como qualificar-se de modo a ser inserido ou reinserido no mundo do trabalho
com novas oportunidades a partir de uma formação técnica profissional43.
1122. Os estudos de Pretto (2012), revelam que é estrondoso e traz reflexos fundamentais
para todos os sistemas sociais as questões relacionadas ao desenvolvimento científico e
tecnológico na modalidade EaD, a exemplo dos sistemas de comunicação e,
particularmente, de educação. Instaura-se a cibercultura com as inúmeras possibilidades de
navegação no “novo” ciberespaço, em que não há separação entre mente e corpo. (...)
embora o corpo pareça imóvel, enquanto a mente viaja, os sentidos internos do corpo estão

42
Resolução CEE/BA n.º 123/2016 que dispõe sobre a oferta de Educação a Distância (EaD) no Sistema de
Ensino do Estado da Bahia, no intuito de prorrogar os efeitos da Resolução CEE/BA n.º 130, de 2015, referente
a suspensão da aplicação do artigo 20 da Resolução CEE/BA n.º 79, de 3 de novembro de 2008, que dispõe
sobre a oferta de Educação a Distância (EaD) no Sistema de Ensino do Estado da Bahia, no qual foi mantido o
direito da Verificação Prévia das condições para oferta dos cursos obedeça aos procedimentos previstos para
tramitação dos processos de avaliação para credenciamento e renovação de credenciamento de
estabelecimento de ensino, autorização e renovação de cursos presenciais.

43
Na perspectiva de atender a um segmento da sociedade interessado em dar continuidade aos estudos para
adequar a sua rotina de estudante/trabalhador, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia, ampliou a oferta
de cursos de educação profissional e tecnológica por meio de ações com a implantação de um curso técnico
na modalidade EaD, em 2019, na forma de oferta subsequente, que destinou-se a pessoas que concluíram o
Ensino Médio.
em tal nível de atividade.
1123. O cenário digital, assim, faz a convergência e ressignificação das mídias e das linguagens,
para que, no coletivo do campo que relaciona a educação com a cultura digital, com a
comunicação e com as tecnologias, representando uma possível forma crítica de pensar o
hoje e o amanhã.
1124. Sem dúvida a oferta da Educação a Distância é um campo profícuo para estudos tanto
no que se refere aos dispositivos legais que a regulamenta no que se refere aos
equipamentos adequados, a existência da conexão adequada a rede de Internet disponível
em cada um dos 417 municípios da Bahia, tanto quanto, às propostas políticas pedagógicas
dos PPC dos cursos da educação profissional técnica de nível médio das unidades escolares.
1125. Na oferta da educação a distância é importante considerar se as plataformas digitais,
ambientes virtuais de aprendizagem e demais instrumentos estão em conformidade com as
matrizes e as especificidades das modalidades ofertadas. Deve-se levar em conta que o
acesso dos/as estudantes aos meios digitais e Internet é um grande desafio de inclusão as
Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) tendo em vista que inúmeras
barreiras geográficas, sociais e culturais provocam dificuldades de acesso aos mesmos. Por
isso a importância do planejamento da gestão e equipe docente da Rede EPT visando
minimizar distorções e exclusões destes estudantes. Em um mundo altamente tecnológico,
virtual e plural, é essencial os saberes e conhecimentos estarem amplamente acessíveis nos
diversos espaços interativos e imersivos de forma inclusiva.
1126. Na perspectiva da avaliação da aprendizagem, deve-se considerar importante no
planejamento pedagógico deslocar cerca de 20% das atividades curriculares a distância
(EaD), levando-se em conta a carga horária dos cursos técnicos em oferta na Rede de
Educação Profissional da Bahia. Neste contexto, deve-se também estabelecer metodologias
e procedimentos diversos e atrativos para que as intervenções didáticas neste processo
possam potencializar o aprendizado e agregar valor ao curso técnico, a vida profissional dos
jovens e adultos matriculados e egressos.
1127. É preciso pensar que a Educação a Distância apresenta desafios aos/as estudantes, uma
vez que esta possibilidade de escolhas vem acompanhada de dúvidas e incertezas, dentre
outras mudanças de comportamento e linguagem, a flexibilidade e a autonomia do/a
estudante para fazer os seus horários e criar a sua rotina de estudo, traduzindo-se em
aspectos que exigem disciplina e clareza dos objetivos a serem alcançados pelo/a estudante.
Tem alcançado crescimento nos últimos anos e um dos motivos para essa expressiva
evolução é a popularização do curso a distância e das especificidades que devem ser levadas
em consideração na hora de optar por um curso não presencial.
1128. A modalidade não presencial pode compor o currículo dos cursos técnicos profissionais,
nas diversas formas de oferta, bem como nas modalidades como é o caso do PROEJA, na
medida em que respeitando os critérios estabelecidos na Resolução CNE/CEB n. º 06/2012,
na qual prevê que haja oferta de disciplinas integral ou parcialmente, desde que esta oferta
não ultrapasse 20 % (vinte por cento) da carga horária total do curso.
1129. Deste modo é possível trabalhar com componentes curriculares que compõem as
matrizes dos cursos técnicos de nível médio, na modalidade não presencial, por meio de
atividades didáticas, módulos ou unidades de ensino – aprendizagem, cujo foco está
centrado na autoaprendizagem e com a mediação de recursos didáticos organizados em
diferentes suportes de informação que utilizem tecnologias de comunicação remota. Assim
como dispor de profissionais para garantia do atendimento por docentes e tutores.
1130. Nesta perspectiva, os/as estudantes em curso, desperiodizados ou reprovados, poderão
cursar um componente ou conjunto de componentes curriculares do mesmo eixo
tecnológico de modo que possa resultar em cumprimento de pendências de um
determinado componente ou perfazendo um total de carga horária que possa te assegurar
a certificação de uma formação inicial, com um total máximo de horas, desde que não
ultrapasse o limite de percentual citado no parágrafo anterior.
1131. A oferta destes componentes curriculares citados deverá incluir métodos e práticas de
aprendizagem que incorporem a adoção crítica de tecnologias digitais da informação e
comunicação para a realização dos objetivos pedagógicos, bem como, prever encontros
presenciais e atividades de mediação por meio da tutoria. Para adoção desta metodologia,
faz-se necessário constar no projeto pedagógico do curso (PPC), a carga horária específica
para os componentes e atividades presenciais e a distância.
VIII. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INTEGRADA DE
TEMPO INTEGRAL
1132. Ofertar a Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada de Tempo Integral
(EPITI), com a jornada escolar ampliada, possibilitando a integração de saberes, sujeitos e
conhecimentos foi um desafio superado pela Superintendência de Educação Profissional e
Tecnológica – SUPROT/SEC, por meio de um projeto direcionado, inicialmente, para a
implementação desta forma de oferta nos Centros Territoriais e Estaduais de Educação
Profissional e Tecnológica.
1133. A primeira experiência de EPTNM, em tempo integral, aconteceu em 2013, em Simões
Filho, no CEEP em Controle e Processos Industriais Irmã Dulce. O curso disponibilizado foi o
Técnico em Sistemas de Energia Renovável. A ampliação da oferta de EPTNM em tempo
integral ocorreu de forma gradual e, entre os critérios estava o atendimento exclusivo a
Centros de Educação Profissional ou escolas de tempo integral ofertantes de EPT, devido a
infraestrutura dos espaços, realizando adequações e adaptações físicas, quando necessárias;
oferta de cursos nos eixos tecnológicos já implementados, aproveitando a expertise
consolidada. Desta forma, de 2013 a 2014 tivemos apenas um município com EPTNM em
tempo integral; em 2015 foram ofertados cursos em 4 municípios e, respectivamente, em 4
unidades escolares; no ano de 2016 foram 25 municípios em 29 unidades escolares que
tiveram cursos técnicos; e, em 2017, 34 municípios em 41 unidades escolares garantiram a
oferta EPT.
1134. A organização curricular do curso técnico em tempo integral permitiu a ampliação da
jornada escolar e reduziu o tempo do curso na forma integrada de 4 (quatro) para 3 (três)
anos, mantendo, a estrutura já adotada na Rede, que organizava os componentes
curriculares nas categorias da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), da Formação Técnica
Geral (FTG) e da Formação Técnica Específica (FTE).
1135. A oferta inicial de EPTNM em tempo integral foi interrompida em 2018 tendo, contudo,
reiniciado em 2020, a partir da articulação entre a SUPROT e a Coordenação Executiva de
Projetos Estratégicos (CEPEE), com a ampliação da oferta para as escolas pertencentes a
Rede Estadual de Ensino Médio da Bahia que, até a atualidade, não trabalhavam com a
educação profissional e tecnológica.
1136. A ampliação do tempo de permanência dos/as estudantes da escola pública foi instituída
pelo Decreto Federal n. º 7.083/2010, com a pretensão de alcançar a melhoria na
aprendizagem. Nesta proposição, considera-se tempo integral “a jornada escolar com
duração igual ou superior a 7 (sete) horas diárias, durante todo o período letivo,
compreendendo o tempo total em que o/a estudante permanece na escola ou em atividades
escolares em outros espaços educacionais”.
1137. O alinhamento político-pedagógico entre a SUPROT e a CEPEE para a oferta de EPTNM
em tempo integral atende, entre outros quesitos, às metas do PPA e demonstra, em termos
institucionais, que a articulação intersetorial é fundamental para fortalecimento das políticas
públicas implementadas pela Secretaria da Educação. Nesta perspectiva, a oferta de EPTNM,
em tempo integral, consolidou-se em 27 municípios, 28 unidades escolares na diversidade
de oferta com 7(sete) cursos técnicos em 2020.
1138. Os cursos têm a duração de 03 (três) anos, articulando níveis e modalidades de educação,
mantendo a mesma carga horária que compreende os componentes curriculares da Base
Nacional Comum Curricular integrada com a Formação Profissional e Tecnológica. Com a
ampliação do tempo diário do/a estudante na escola, aumenta a oportunidade para a
formação da população jovem, elevando a escolaridade, integrando a qualificação social e
profissional em período integral. Para além disso, a Educação Profissional Média Integrada
em Tempo Integral (EMITI), representa ainda, uma oportunidade maior para realização das
práticas, assim como contribui para diminuição da evasão escolar e do abandono.
1139. Os estudos de Santos (2020c), sobre a educação profissional territorializada e a educação
integral na Bahia, possibilita entender a partir do método de análise espacial de Milton Santos
(2013) e pela revisão da literatura sobre a categoria território que, este enquanto “lugar de
uma solidariedade regulada ou organizacional” vem se tornando cada vez mais indispensável
para o planejamento de políticas e práticas educacionais em todos os níveis e modalidades.
1140. A proposta da formação humana integral tem profunda relação com a construção de
práticas pedagógicas alicerçadas em uma territorialidade ativa ou uma “territorialidade da
resistência” (SANTOS, 2020). Essa foi a tese afirmada cuja discussão envolveu a relação entre
o Ensino Médio Integrado à Educação Profissional e o Território, ao analisar se e como as
práticas pedagógicas desenvolvidas na escola incorporam (ou não) a dinâmica territorial,
contemplando (ou não) os pressupostos que dão sentido a uma formação humana integral,
tendo como pressuposto o alinhamento da política de Educação Profissional com a política
territorial da Bahia e com o princípio da formação integral.
6. 9 A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NOS PROGRAMAS FEDERAIS
I. A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA ARTICULADA AO PROGRAMA
NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO (PRONATEC)
1141. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), criado pelo
Governo Federal, em 26 de outubro de 2011, por meio da Lei n. º 12.513/2011, com o
objetivo de “expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional
e tecnológica no país, além de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino médio
público”. Para a oferta dos cursos de qualificação, o Guia PRONATEC de Cursos FIC é o
documento que relaciona os Cursos de Formação Inicial e Continuada ou Qualificação
Profissional e orienta a oferta no âmbito do PRONATEC/Bolsa Formação, conforme dispõe o
§1.º, Art. 5.º, da Lei nº 12.513/2011. Os cursos contam com carga horária de, no mínimo, 160
e máximo de 400 horas que são organizados em 13 eixos tecnológicos; apresenta a relação
dos 646 cursos FIC com a carga horária mínima exigida, o perfil de conclusão, os requisitos
para acesso e as respectivas ocupações de acordo com a Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO).
1142. A correlação entre os cursos e as ocupações possibilita o cruzamento dos dados de
matrícula disponíveis no Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e
Tecnológica (SISTEC) com os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e outra
base de dados, sendo possível analisar as trajetórias socioprofissionais e educacionais dos/as
estudantes que realizaram cursos FIC no âmbito do PRONATEC.
1143. Esta oferta de cursos de educação profissional e tecnológica de qualificação profissional
tem como prioridade a linha de formação das principais políticas públicas e respectivos
projetos voltados ao desenvolvimento econômico do Estado que possuem interconexões
como os eixos tecnológicos (BAHIA, 2020a). Com a proposição de oferecer qualificação
profissional a estudantes, trabalhadores diversos, populações tradicionais, povos originários,
agricultores familiares, pessoas com deficiência e beneficiários dos programas federais de
transferência de renda, o Programa tem como objetivos estratégicos:
h) expandir, interiorizar e democratizar a oferta presencial e a distância de cursos
técnicos e de formação inicial e continuada (FIC); ii) fomentar e apoiar a
expansão da rede física de atendimento da EPT; iii) contribuir para a melhoria da
qualidade do ensino médio público, por meio da articulação com a educação
profissional; iv) ampliar as oportunidades educacionais dos trabalhadores por
meio do incremento da formação e qualificação profissional; v) estimular a
difusão de recursos pedagógicos para apoiar a oferta de cursos de EPT.
1144. Um dos aspectos importantes a se considerar do Programa é o fomento em recursos
financeiros para custeio para a formação dos/as estudantes através da Bolsa-Formação44, o
que incentiva a participação e assegura a permanência dos/as estudantes nos cursos
PRONATEC. As modalidades de demanda são acordadas entre o Ministério da Educação e os
demais Órgãos Governamentais no momento em que integram a Bolsa Formação.
1145. O estudo de demanda e oferta de Cursos PRONATEC é compreendido como importante
instrumento de informações da metodologia utilizada e detalhamento sobre cada município
e, cursos previstos para cada localidade, “com base nos arranjos produtivos locais e
territoriais”, visando fortalecimento da economia local e valorização das potencialidades
regionais, privilegiando uma formação crítica e reflexiva de cada indivíduo no espaço que ele

44
Os recursos transferidos para as instituições ofertantes da Bolsa Formação/Pronatec abrangem todas as
despesas de custeio das vagas: mensalidades, materiais didáticos e encargos educacionais, podendo incluir o
fornecimento de alimentação e transporte aos/as estudantes, de acordo com a Lei 12.513/2011 e a Portaria
nº 817/2015.
ocupa, para que o mesmo se sinta pertencente ao mundo produtivo e, ao mesmo tempo,
possa vislumbrar o seu crescimento pessoal e do seu entorno, no intuito de promover a
redução da desigualdade econômica e social. (BAHIA, 2020a).
1146. O Governo do Estado por meio da Secretaria da Educação do Estado da Bahia - SEC
executa Programas Federais voltados para a EPTEC, alcançando 186 municípios baianos,
(46%), com 280 unidades escolares ofertantes, proporcionando aos cidadãos do estado, nas
diversas modalidades de ensino, uma variedade de 60 cursos técnicos e de qualificação
profissional, distribuídos em 11 eixos tecnológicos, nas modalidades Projovem Urbano,
Projovem Campo Saberes da Terra e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego (PRONATEC), ofertado em três programas: MEDIOTEC – curso concomitante com a
educação básica; Formação Inicial e Continuada – cursos de qualificação profissional de curta
duração; FIC Prisional – cursos de qualificação para apenados, nas penitenciárias e colônias
prisionais.
1147. As referidas ofertas acompanham as principais políticas públicas de Governo, voltadas ao
desenvolvimento socioeconômico do Estado da Bahia e que estão articuladas às novas
demandas socioeducacionais, vocações econômicas territoriais e com os arranjos produtivos
locais. Nesse ínterim, o estudo de demanda para oferta dos cursos é um importante
instrumento composto por informações da metodologia utilizada e da caracterização de cada
território, visando fortalecimento da economia local e valorização das potencialidades
regionais, privilegiando uma formação crítica e reflexiva de cada indivíduo no espaço que ele
ocupa, para que o mesmo se sinta parte do mundo produtivo e ao mesmo tempo possa galgar
o seu crescimento pessoal e do seu entorno.
1148. Nessa toada, faz-se luz acerca dos desafios para a promoção da EPT, dentre que o docente
atuante partilhe com os/as estudantes conhecimentos e saberes necessários ao exercício
profissional e da cidadania, com base nos fundamentos científico-tecnológicos, sócio-
históricos e culturais. Ainda sobre este contexto, deve-se levar em conta a formação
humanística integral, ou seja, transversalizar temáticas constituídas no Projeto Político
Pedagógico (PPP), perpassar pelos Itinerários Formativos e promover ações de fomento ao
fortalecimento e melhoria na qualidade da Educação Profissional.
1149. Ao se oportunizar a EPT, a comunidade escolar enquanto agente transformadora dos
espaços, integrada ao seu referido território de identidade considera as questões ambientais
e históricas, resguardando o conjunto de características etnoculturais ressignificando a
oferta na relação intrínseca entre formação educacional e o mundo do trabalho.
1150. Destarte, à execução do PRONATEC vêm sendo ofertada pela SUPROT/SEC para a
população baiana, partindo do pressuposto de que essa metodologia é uma forma de
caracterizar os cursos técnicos e de formação inicial e continuada para além de competências
técnico-operacionais. Para tanto, sobretudo nas edições de 2019 e 2020 em que pese-se o
aumento pela busca por matrículas na EPT, vem sendo requisitada as parcerias com
movimentos sociais e organismos diversos da sociedade civil, criando as condições básicas
para estruturação de roteiros cada vez mais inclusivos e necessários para dar enfoque ao
conjunto de habilidades que compõem a valorização dos sujeitos, na sua capacidade de
pensar à transformação do seu meio, bem como na superação de percalços e especificidades
de cada Território.
1151. O documento intitulado “O Estudo e Metodologia da Demanda e Oferta de Cursos de
Educação Profissional na Bahia” (BAHIA, 2020b) formulado para a repactuação de saldos dos
Programas junto ao MEC, demonstra que este trabalho serviu como esteio à elaboração da
carta de oferta dos cursos para as turmas de formação técnica de nível médio e de
qualificação profissional do PRONATEC a serem executadas nos anos 2021-2023 pela SEC. A
identificação do mapa de oferta também levou em consideração a atual estrutura da Rede
Estadual Pública de Ensino da Bahia, composta por 1.221 unidades escolares, distribuídas
nas 7 mesorregiões baianas que se articula com a Rede de Educação Profissional e
Tecnológica Pública de Ensino Estadual.
1152. Diante do exposto, a SUPROT/SEC vai ao encontro do direito do cidadão ao assegurar
política de acesso, permanência e êxito escolar para o processo de aprendizagem. Tal
concepção aponta como opção prioritária a visibilidade dos atores sociais para o
desenvolvimento das ações voltada às populações vulneráveis e as demandas dos
movimentos sociais.
1153. II. A CRIAÇÃO DA REDE E-TEC BRASIL E A OFERTA DE CURSOS NA REDE ESTADUAL DE
EDUCAÇÃO DA BAHIA
1154. A Rede e-Tec Brasil foi criada em 2011 pelo Ministério da Educação (Decreto n° 7.589)
em substituição ao Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil (e-Tec Brasil). O Programa e-Tec
Brasil tem o objetivo de contribuir para a democratização, expansão e interiorização da oferta
de ensino técnico de nível médio a distância, público e gratuito, especialmente para o interior
do País e para a periferia das áreas metropolitanas e de grandes centros urbanos.
1155. Constitui uma das iniciativas estratégicas da Secretaria de Educação Profissional e
Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC), incorporada ao PRONATEC, para
potencializar a interiorização e a democratização da oferta de cursos da Educação
Profissional e Tecnológica (EPT).
1156. A partir dos resultados alcançados pela oferta de cursos de Educação Profissional e
Tecnológica (EPT) a distância, bem como o desafio de ampliar a oferta da modalidade no País,
de forma a atingir as metas 10 e 11 estabelecidas pelo PNE 2014-2024, a Rede e-Tec foi
revista e ampliada em 2015 para atender aos diferentes níveis da educação profissional e
tecnológica: da formação inicial e continuada ou qualificação profissional à pós-graduação.
Os cursos a distância também passaram a ser custeados pela iniciativa da Bolsa Formação do
PRONATEC, a partir da Portaria nº 1.152 de 2015 do Ministério da Educação.
1157. Em 2019, a partir da proposta de repactuação dos recursos do PRONATEC, com a
possibilidade da oferta por meio da Rede e-Tec, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia
aceita o desafio de pactuar 10 (dez) turmas do Curso Técnico em Redes de Computadores,
que passam a ser ofertadas em 10 (dez) municípios do Estado, contemplando 09 (nove)
Territórios de Identidade – TI, priorizando municípios do interior do estado que ainda não
tinham oferta regular de EPT, iniciando uma oferta inédita de Cursos Técnicos realizados à
distância (EAD), com isso, a SEC começa a fazer parte da Rede e-Tec Brasil.
1158. III. HABILITAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO (MEDIOTEC)
1159. Os cursos MEDIOTEC direcionam os educandos para uma formação profissional técnica
vinculada ao mercado de trabalho ao tempo que é validado pela Classificação Brasileira de
Ocupações – CBO, com reconhecimento dos saberes e competências profissionais,
fundamentados em bases científicas e tecnológicas. Esta oferta tem como premissa
fortalecer e ampliar a oferta de vagas gratuitas em cursos técnicos, além de dispor do
mecanismo de controle de evasão e manter os/as estudantes ativos, na forma da Assistência
Estudantil Bolsa Formação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(PRONATEC) para custear despesas de alimentação e se necessário transporte.
1160. A matriz curricular da Educação Profissional Técnica de Nível Médio é composta pelas
Unidades Curriculares da Base Nacional Comum Curricular e pelas Unidades Curriculares
Integradoras da Educação Profissional articuladas ao mundo do trabalho. À vista disso, a
dinâmica escolar dos/as estudantes envolve cursar o ensino técnico no contra turno do
ensino regular. Isto posto, o/a estudante possui uma matrícula vinculada ao ensino técnico e
outra integrada à Educação Básica.
1161. Para a consulta de informações sistematizadas sobre as ofertas e eixos tecnológicos da
Modalidade, o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos é o instrumento padrão e normatizador
que versa sobre o perfil profissional de conclusão, infraestrutura mínima requerida,
ocupações associadas, campo de atuação, normas associadas ao exercício profissional,
possibilidades sobre certificação intermediária em cursos de qualificação profissional no
Itinerário Formativo, possibilidades de formação continuada em cursos de especialização
técnica no Itinerário Formativo e possibilidades de verticalização para cursos de graduação
no Itinerário Formativo.
1162. Os Projetos Pedagógicos de Cursos Unificados (PPCU) devem confluir o ensino regular e
a oferta Integrada, a partir do mapeamento das ofertas diagnosticadas no Mapa de Demanda
Identificada (MDI). Ressalta-se que os Itinerários Formativos da Educação Profissional
consideram as ocupações da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do
Trabalho (MT), no que diz respeito à uma formação profissional sobretudo cidadã e de acordo
com a Portaria MEC n. º 817/2015.
1163. Sobre o cenário dos cursos ofertados, o número de matrícula por turma em 2017, 2018
e 2020 oscilou entre 20 e 30 estudantes, com a oferta estruturada em 69 municípios de 20
territórios de identidade, distribuída em 08 Eixos tecnológicos, 32 cursos e 90 turmas. Foram
consideradas nas ofertas as necessidades de uma formação profissional cidadã vinculada ao
mundo do trabalho, às projeções de crescimento econômico e social local/regional.
1164. Ao pleitearem a vaga em uma turma, as educandas são selecionadas pela SEC através do
Núcleo Territorial de Educação (NTE) e pelas unidades escolares de ensino médio em
processo seletivo, ao considerar critérios de vulnerabilidade econômica/social e à atividade
de formação profissional das educandas (os).
1165. IV. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL PELO PROGRAMA PRONATEC PRISIONAL
1166. Em 2018, a SEC iniciou a oferta de cursos de Formação Inicial e Continuada – FIC, pelo
Programa PRONATEC Prisional (1ª oferta), em parceria com a Secretaria de Administração
Penitenciária (SEAP), Ministério da Justiça (MJ) e Ministério da Educação (MEC). Os cursos
foram desenvolvidos com base na concepção de currículo proposto pelo MEC, entendendo
que a Educação Profissional está centrada na concepção de formação humana integral, na
promoção de uma integração cárcere-sociedade e tendo como eixo estruturante a
integração entre trabalho, ciência, tecnologia e cultura, baseando-se no trabalho como
princípio educativo.
1167. Pensar a EPT em funcionamento dentro de estabelecimentos penais implica pensar na
lógica própria deste tipo de estabelecimento e que obviamente implica num modo de
funcionamento “sui generis” da EPT. Nesta perspectiva, a SEC/SUPROT, realizou ao longo da
Pactuação do Programa, no exercício 2018, a seleção de profissionais, qual sejam,
coordenadores, supervisores e instrutores com formação na área específica de cada curso,
visando o desenvolvimento de conhecimentos para o mundo do trabalho.
1168. No total para esta pactuação, das 820 vagas disponibilizadas, houve 460 aos egressos do
sistema prisional e familiares de primeiro grau de apenados (sistema aberto), 360 para
pessoas em situação de privação de liberdade, em penas alternativas ou em regime
semiaberto (sistema fechado), distribuídas em 31 turmas com efetivação de 541 matrículas,
correspondendo a 72% da pactuação de 2018, sendo a maior execução do Programa em
âmbito nacional, segundo dados da SEAP/MJ/MEC. A SEC impulsionada pela experiência
exitosa da modalidade realizou também em 2018, o I. Seminário Baiano sobre PRONATEC
Prisional na Bahia, cujo tema foi A Educação Profissional e a Ressocialização Cidadã, com o
objetivo de formação dos coordenadores, instrutores e equipe técnica no intuito de avaliar
as especificidades da execução em cada município.
1169. O modelo dialógico implementado pela SUPROT/SEC foi preponderante para o sucesso
desta iniciativa, tendo em vista que a SEC e a SEAP vêm construindo uma parceria para
promoção da EPT voltada à ressocialização, garantindo ótimos resultados na política pública
de reintegração social. Outra inovação nos cursos ofertados na Bahia, é a implantação do
Projeto Integrador, que permite aos/as estudantes realizarem durante cada curso, a
elaboração e participação na articulação entre teoria e prática, que tem por estratégia
proporcionar a interdisciplinaridade entre todos os temas/assuntos/bases abordados
durante os cursos.
1170. Tendo em vista os aspectos observados, cumpre-se aferir as inúmeras potencialidades
deste importante Programa, principalmente através da devolutiva dos/as estudantes, como
à exemplo da turma de Confeccionador de Bolsa em Couro e Material Sintético, realizada no
Conjunto Penal de Serrinha (Território do Sisal), onde houve uma exposição com venda de
bolsas fabricadas durante o curso ou ainda do curso de Panificação, na Colônia Penal de
Simões Filho (Território Metropolitano Salvador), onde organizou-se uma mostra acerca das
técnicas e degustação diversos tipos de pães e doces produzidos pelos próprios/as
estudantes, considerando ainda o aprendizado sobre Gestão Empreendedora e as
possibilidades de inserção no mundo de trabalho e de organização cooperativista.
1171. V. A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA PELA OFERTA DO PROJOVEM URBANO E
O PROJOVEM CAMPO – SABERES DA TERRA NA BAHIA.
A) BASE LEGAL DO PROGRAMA
1172. Dentre os Programas Federais ofertados pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia,
o Projovem – Programa Nacional de Inclusão de Jovens, é o responsável pela reintegração
educacional, elevação da escolaridade e promoção da formação social e qualificação
profissional de jovens e adultos, em nível fundamental, estimulando a participação produtiva
cidadã e ações comunitárias com práticas solidárias para intervenção na realidade local.
1173. Instituído no ano de 2005, através da Lei nº 11.129, de 30 de junho de 2005, quando da
criação conjunta de relevantes políticas voltadas para a juventude como o Conselho Nacional
da Juventude – CNJ e a Secretaria Nacional de Juventude, e regulamentado pelo Decreto nº
5.557, de 05 de outubro de 2005. Obteve parecer favorável da Câmara de Educação Básica
do Conselho Nacional de Educação CEB/CNE 02/2005, de 16/03/2005, aprovado pela
Resolução 3/2006, de 15/08/2006, como um curso experimental com 12 meses de duração,
atuando nas capitais brasileiras e no Distrito Federal. De acordo com o Artigo 816 da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBEN nº 9.394/96 que, frente à sua legalidade na
referida lei, proporcionou por meio dos sistemas de educação a oferta e a certificação de
conclusão do ensino fundamental e de qualificação profissional, isso na formação inicial.
1174. O Projovem, criado como ação integrante da Política Nacional de Juventude coloca-se
diante de um duplo desafio: criar condições necessárias para romper o ciclo de reprodução
das desigualdades e restaurar a esperança da sociedade em relação ao futuro educacional,
criando e validando múltiplas formas e múltiplos espaços de aprendizagem, de modo a
ampliar o acesso aos sistemas de ensino e aumentar a probabilidade de permanência neles
por jovens e adultos excluídos da escolarização.
1175. Em 2008, a Medida Provisória 411/2007 foi convertida na Lei 11.692 que ampliou a faixa
etária dos jovens atendidos pelo Programa para 18 a 29 anos e subdividiu em modalidades
como: Projovem Adolescente - Serviço Socioeducativo, Projovem Urbano, ProJovem Campo-
Saberes da Terra e Projovem Trabalhador, sendo considerado como um dos principais
desafios para a sua gestão a redefinição do público potencial a ser por ele atendido, a
instância de gestão do Projovem e suas modalidades, a gestão intersetorial e, por fim, o
redesenho da matrícula. No processo de integração entre as modalidades, foi resguardada a
autonomia político-pedagógica das experiências acumuladas por cada Programa.
1176. A partir de então, a oferta do curso Saberes da Terra implementada no biênio 2005-2006
pela SECAD- Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, passou a
denominar-se de ProJovem Campo - Saberes da Terra destinado a garantia do ensino
fundamental a jovens agricultores/as entre 18 e 29 anos, como política de educação, na
Modalidade EJA integrada à qualificação social e profissional, objetivando contribuir para a
formação integral do jovem do campo, potencializando a sua ação no desenvolvimento
sustentável e solidário de seus núcleos familiares e comunidades, por meio de atividades
curriculares e pedagógicas, em conformidade com o que estabelecem as Diretrizes
Operacionais para Educação Básica nas Escolas do Campo – Resolução CNE/CEB Nº 1 de 03
de abril de 2002, o Projeto Político Pedagógico e o Percurso Formativo do referido curso.
1177. Já o Projovem Urbano, segundo a mesma normativa objetiva elevar a escolaridade de
jovens, também com idade entre 18 e 29 anos, que saibam ler e escrever e não tenham
concluído o ensino fundamental, por meio de curso que associa três dimensões: ensino
fundamental, qualificação profissional inicial e participação cidadã.
1178. No entanto, com a publicação do Decreto nº 7.649, de 21 de dezembro de 2012 a fim de
ampliar o escopo do Projovem Urbano e Projovem Campo Saberes da Terra a execução e
coordenação ficaria no âmbito do Ministério da Educação - MEC. E consequentemente, em
âmbito local passou a ser coordenada pelas Secretarias de Educação dos Estados e
Municípios e Distrito Federal.
1179. Atualmente as ações de ambos os Programas está na Coordenação Geral de Jovens e
Adultos (COEJA), da Diretoria de Políticas e Diretrizes da Educação Básica (DPD), da Secretaria
de Educação Básica (SEB), do Ministério da Educação (MEC), criada na última reorganização
da Estrutura Regimental do MEC pelo Decreto nº 10.195, de 30 de dezembro de 2019.
1180. Nesse sentido, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia, através da Superintendência
da Educação Profissional e Tecnológica - SUPROT, buscando promover a Educação
Profissional integrada à Educação de jovens e adultos garantindo a volta e permanência dos
jovens na escola, vem executando desde 2010 Projovem Urbano e Projovem Campo Saberes
da Terra em parceria com o Governo Federal, zelando o que preconiza as orientações
advindas do Ministério da Educação (MEC).
1181. As tabelas, abaixo, apresentam o quantitativo das ofertas atuais do Projovem Urbano e
Projovem Campo Saberes da Terra - Edições 2018 e 2019.
1182. Tabela 1: Demonstrativo da Oferta Projovem Urbano
Arcos
Território Turmas Municípios Vagas
Ocupacionais/Curso
06 05 38 12 1.140

1183. Tabela 2: Demonstrativo da Oferta Projovem do Campo – Saberes da Terra -


Arcos
Territórios Turmas Municípios Vagas
Ocupacionais/Curso
1184. 11 1185. 01 1186. 39 1187. 17 1188. 975
1189. B) EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL COM A OFERTA DO PROJOVEM NA BAHIA
1190. Na perspectiva de ampliação da oferta de cursos da Educação Profissional e Tecnológica
no âmbito do Estado da Bahia para o período de 2020-2022, em consonância com as
especificidades dos territórios de identidade do estado de forma a atender as demandas do
mundo do trabalho, considerando as especificidades das populações do campo e da cidade,
povos e comunidades tradicionais, pessoas com deficiência, apenados e jovens em
cumprimento de medidas socioeducativas e trabalhadores de baixa escolaridade, estão
inseridas as ofertas de Programas Federais e Estaduais em parceria com diferentes entes
públicos e organizações do terceiro setor, inclusive o Projovem Urbano e Projovem Campo
Saberes da Terra, que possibilitam a elevação da escolaridade, a qualificação profissional e
inserção dos jovens do campo e da zona urbana no mundo do trabalho.
1191. A integração curricular proposta, considerando as especificidades territoriais e de cada
oferta, permite o protagonismo dos jovens e adultos, promovendo uma constante tomada
de decisões que afetam as suas vidas, a de suas famílias, comunidades, de suas cidades e do
país. A participação social significa o direito de expressar livremente suas ideias e opiniões,
sobretudo o que acontece ao seu redor. Além disso, dar-se-á a oportunidade de compartilhar
modos de pensar, resolver divergências, lidar com conflitos negociando-os, coletivamente, e
intervir no mundo para sua transformação.
1192. C) ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DO PROJOVEM CAMPO – SABERES DA TERRA
1193. A organização curricular do Projovem Campo-Saberes da Terra agrega conhecimentos
tanto da Formação Profissional em Ciências Agrárias, bem como das áreas do conhecimento
para a elevação da escolaridade: Linguagem, códigos e suas tecnologias; Ciências humanas e
Ciências da Natureza e Matemática. Sua proposta está fundamentada no eixo curricular
articulador “Agricultura Familiar e Sustentabilidade” que dialoga com outros 05 (cinco) eixos
temáticos, a saber: “Agricultura Familiar, Identidade, Cultura, Gênero e Etnia”; “Sistemas de
Produção e Processos de Trabalho no Campo”; “Cidadania, Organização Social e Políticas
Públicas”; “Economia Solidária”; e “Desenvolvimento Sustentável e Solidário com Enfoque
Territorial”, com ênfase nos princípios da Agroecologia.
1194. Um dos pilares metodológicos da organização do trabalho pedagógico do Programa
Projovem Campo-Saberes da Terra é a existência de dois Tempos Formativos: Tempo Escola
(TE) e Tempo Comunidade (TC). A organização dos tempos formativos está baseada na
alternância pedagógica, entendida como uma metodologia que combina períodos integrados
de formação na escola e formação na família/comunidade, possibilitando a flexibilização da
organização do trabalho pedagógico em dois momentos, adequando-o à realidade dos/as
estudantes.
1195. O TE consiste nas atividades educativas realizadas na escola, no período em que os/as
educandos/as permanecem efetivamente no cotidiano escolar, vivenciando o processo de
ensino-aprendizagem a partir do diálogo, em que os saberes populares dialogam com os
saberes científicos, objetivando construir os saberes integrados. No Tempo Escola são
planejados os projetos experimentais a serem desenvolvidos nas propriedades dos/as
educandos/as e de seus familiares, bem como são elaboradas as questões de pesquisa para
o Tempo Comunidade. Constitui-se para os/as educandos/as como tempo de estudo
presencial, acompanhado integralmente pelos/as educadores/as com os estudos dirigidos,
oficinas didáticas, vivências pedagógicas, sessões de vídeo, palestras, visitas e
experimentação agrícola.
1196. O Tempo Comunidade -TC consiste na realização de atividades fora do espaço escolar por
meio do diálogo dos educandos com a família e com a comunidade, na perspectiva de
compartilhar os saberes construídos e potencializar a qualidade nas relações sociais e
produtivas do campo. O Tempo Comunidade constitui-se para os/as educandos/as, como o
período de atividades educativas orientadas, cujo acompanhamento pelos/as educadores/as
se dá através de instrumentos pedagógicos e da presença em algumas atividades dirigidas
realizadas na comunidade. É o tempo das atividades de pesquisa, de leituras, experiências
práticas, acompanhamentos, visitas às propriedades dos/as educandos/as e de partilha de
saberes dos conhecimentos apreendidos no Tempo Escola entre a família e a comunidade.
1197. Esses tempos e espaços formativos se retroalimentam fazendo do Projovem Campo -
Saberes da Terra um representante da radicalidade político pedagógica dos movimentos
oriundos das lutas pela educação dos povos campesinos expostas nas influências da:
Pedagogia da Alternância, Pedagogia da Terra e da Educação Popular de base Freiriana, da
não hierarquização do saber, que não pactua com a educação bancária (FREIRE, 2005),
propiciando uma ecologia dos saberes que respeita os conhecimentos locais e a construção
do conhecimento por parte dos educadores e educandos.
1198. Por possuir um Projeto Político Pedagógico (PPP) desenvolvido por muitas mãos e uma
organização curricular não convencional, ocorreram formações continuadas para os
professores do programa construírem novos saberes curriculares, propiciando trocas de
experiências com palestras, aulas e oficinas ligadas às diretrizes do Projovem Campo, seu PPP
e o manual intitulado “Percurso Formativo” que tem como objetivo principal:
1199. [...] subsidiar o processo de planejamento e organização do trabalho educativo no cotidiano das atividades
pedagógicas que serão desenvolvidas no Tempo Escola e no Tempo Comunidade. Apresenta componentes
específicos para a realização de um percurso formativo orientado pela lógica da relação ensino-pesquisa-
intervenção. (BRASIL, 2010b, p. 9)
1200. O Projovem Campo - Saberes da Terra preconiza também as demandas referentes à
permanência estudantil, salutar em um Programa destinado à Educação de Jovens e Adultos
do Campo. Além de contar com a possibilidade de oferta de turmas nas próprias
comunidades campesinas, disponibilizou acesso a materiais didáticos, alimentação escolar
de qualidade para os/as estudantes e seus filhos de 0 até 8 anos de idade, bem como uma
Sala de Acolhimento, na qual durante o período de Tempo Escola, enquanto os pais estudam,
as crianças ficam em outra sala recebendo atenção de um (a) acolhedor (a) com atividades
organizadas de cunhos educativos e lúdicos.
1201. O Programa tem carga horária total de 2.400 h (duas mil e quatrocentas) horas a serem
executadas em 02 (dois) anos, alternando atividades e subdividido o Tempo Escola com carga
horária de 1.800 h (mil e oitocentas) horas e o Tempo Comunidade com carga horária de 600
h (seiscentas) horas. Sendo que os educandos devem ter ao final da formação pelo menos
75% de frequência e 50% de aproveitamento para receberem a certificação. O processo
avaliativo “[...] abrange todos os tempos e espaços formativos do Programa, assim como os
recursos que o educador utiliza no processo de ensino-aprendizagem. ” (BRASIL, 2010a, p.71.
Todo o processo é considerado coletivo, cumulativo, contínuo, permanente, flexível, tanto
qualitativamente, quanto quantitativamente (BRASIL, 2010a).
1202. D) ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DO PROJOVEM URBANO
1203. A proposta de Projeto Político Integrado - PPI ratificado pelo Decreto 7.649/2012 reitera
a finalidade geral do programa que é proporcionar formação integral aos jovens na
integração das atividades pedagógicas propostas e aponta como finalidades específicas: a
reinserção dos jovens no processo de escolarização; identificação de oportunidades
potenciais de trabalho e a capacitação dos jovens para o mundo do trabalho, participação
dos jovens em ações coletivas de interesse público, inclusão digital como instrumento de
inserção produtiva e de comunicação; ampliação dos jovens à cultura.
1204. Sendo assim, a organização curricular do Programa Projovem Urbano responde às
demandas da juventude e suas relações, integrando às três dimensões curriculares:
Formação Básica, Qualificação Profissional e Participação Cidadã, envolvendo uma
experiência de ação social cidadã, enfatizando o desenvolvimento do jovem como sujeito e,
portanto, de sua capacidade de pensar e agir com autonomia. Para que o curso cumpra as
finalidades a que se propõe. Essas três dimensões devem ser articuladas, de modo que cada
uma contribua para fortalecer as demais. Portanto, atendendo as normativas do programa,
são realizadas formações inicial e continuada para os professores do programa construírem
novos saberes curriculares, propiciando trocas de experiências com palestras, aulas e oficinas
ligadas às suas diretrizes.
1205. Segundo o Manual do Educador - Orientações Gerais - MEOG, 2012, p. 42 na perspectiva
das três dimensões citadas, o programa está organizado em 06 Unidades Formativas (UF) na
dimensão da Formação Básica, a saber: I - Juventude e Cultura; II - Juventude e Cidade, III -
Juventude e Trabalho; IV - Juventude e Comunicação; V - Juventude e Tecnologia e VI
Juventude e Cidadania. Cada uma dessas unidades é desenvolvida a partir de eixos
estruturantes : Cultura, Cidade, Trabalho, Comunicação, Tecnologia e Cidadania, que
organizam os conteúdos em tópicos e integram as áreas de conhecimento de Ciências
Humanas (História e Geografia); Linguagens (Línguas Portuguesa, Língua Estrangeira
Moderna: Inglês, Arte e Educação Física); Ciências da Natureza (Ciências), e Matemática, à
qualificação profissional e à participação cidadã, devidamente apresentadas pela matriz
curricular, a fim de proporcionar o diálogo entre si.
1206. Quanto à Qualificação Profissional, esta tem a finalidade de preparar os jovens para
atuarem no mundo do trabalho, e na organização curricular a realização se dá por meio da
Formação Técnica Geral (FTG); da Formação Técnica Específica (FTE) e do Projeto de
Orientação Profissional (POP). Enquanto que a Participação Cidadã, que garante a
aprendizagem sobre direitos sociais, formação de valores solidários, buscando mobilizar os
jovens para o desenvolvimento de ações comunitárias, se dá através da construção de um
Plano de Ação Comunitária (PLA).
1207. Nesta perspectiva integradora é que o MEOG, 2012, p. 43 apresenta as atividades de
integração curricular propostas: as sínteses integradoras, o Projeto de Orientação
Profissional (POP) e o Plano de Ação Comunitária (PLA), oportunidade para que o/a estudante
construa a própria subjetividade a partir das suas dimensões de pessoa humana, trabalhador,
estudante e cidadão. Por fim, mas tão importante, apresenta-se o aspecto que perpassa as
três dimensões do currículo, já mencionadas, é a proposta de inclusão digital dando realce
aos conhecimentos da informática como instrumento indispensável à vida em comunidade,
na atualidade.
1208. No escopo de alternativas da formação para a Qualificação Profissional existem as
possibilidades para se trabalhar com 11 arcos ocupacionais: Administração,
Agroextrativismo, Alimentação, Arte e Cultura, Construção e Reparos I, Construção e Reparos
II, Madeira e Móveis, Pesca e Psicultura, Saúde, Telemática, Turismo e Hospitalidade. A carga
horária do curso, considerando a necessária integração entre os componentes curriculares e
a conveniência de desenvolver a Formação Básica de modo a apoiar a Qualificação
Profissional e a Participação Cidadã, é distribuída a carga horária da seguinte forma: Horas
presenciais: 1.560 h (mil e quinhentas e sessenta) horas distribuídas entre Formação Básica
com 1.092 h (mil e noventa e duas) horas; Qualificação Profissional com 390 (trezentas e
noventa) horas e Participação Cidadã com 78 (setenta e oito) horas. Horas não presenciais:
440 horas, totalizando a carga horária de 2.000 h (duas mil) horas.
1209. O Programa disponibiliza para os/as estudantes um material didático diversificado,
dirigido aos/as estudantes e aos/às professores/as, contemplando todas as atividades
pedagógicas integradoras, citadas anteriormente, por meio de Guia do/a estudante e Manual
do Educador das diferentes áreas do conhecimento e da Qualificação Profissional. Às
atividades de integração curricular além do material didático próprio já mencionado
direcionado ao POP e PLA, são disponibilizados para apoio pedagógico aos/as estudantes a
Agenda do/a estudante e a seção “Agora, você é o autor”, inserida no final de cada Guia de
Estudo dentre outros. Por fim, há de se falar que o processo avaliativo está pautado na
avaliação sistemática, formativa, contínua, processual e cumulativa como parte integrante
do processo de ensino aprendizagem. O programa utiliza como instrumento avaliativo todos
os momentos do curso que promovem o desenvolvimento das habilidades, prezando pela
avaliação qualitativa e considerando a frequência igual ou maior que 75% e o percentual 50%
de aproveitamento como fundamental para a formação do/a estudante.
1210. E) O QUE SE COLHE COM A EXPERIÊNCIA DO PROJOVEM
1211. A adoção do Programa como política pública estadual na Bahia, imprime a marca do
compromisso com a garantia de direitos à escolarização, à qualificação social e profissional e
à formação social e cidadã da juventude baiana. Seus frutos são inúmeros e instigam a
Secretaria da Educação do Estado da Bahia, a fortalecer suas ações e a não medir esforços
em prol desses objetivos.
1212. O Programa Nacional de Inclusão de Jovens muito ensinou, mas também apresentou
desafios como a luta contra o analfabetismo, a defasagem idade-série e à frágil qualificação
dos jovens e adultos para o mundo do trabalho, reduzindo-os a trabalhos esporádicos e
sazonais. Prima-se, portanto, pelo acompanhamento desse jovem, com oportunidade de
seguirem seus estudos em séries subsequentes, agregando maiores conhecimentos à sua
formação integral e aumentando as possibilidades de acessar diferentes tipos de trabalho e
emprego, como via para o seu desenvolvimento humano e exercício da cidadania.
1213. A realização da oferta das duas modalidades Projovem Urbano e Projovem Campo,
demonstra o entendimento de que há diferentes juventudes e, desta forma, as políticas
precisam assumir metodologias de ensino com propósito e ações diversificadas e assertivas
com o reconhecimento, valoração e legitimação de diferenças étnico-raciais, culturais, de
geração, de gênero, da diversidade de orientação sexual e socioambiental, fortalecendo-se,
assim, a identidade de cada sujeito, com seus projetos políticos e pedagógicos próprios.
1214. VI. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL PELO PROGRAMA MULHERES MIL
1215. O Programa Nacional Mulheres Mil foi instituído nacionalmente em 2011 e é fruto dos
resultados positivos gerados por uma iniciativa piloto de mesmo nome, criada em 2007 pela
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (SETEC/MEC).
1216. O objetivo do Programa é promover a formação profissional e tecnológica articulada com
aumento de escolaridade de mulheres em situação de vulnerabilidade social, especialmente
das regiões mais carentes. Para isso, atua no sentido de garantir o acesso à educação as
mulheres em vulnerabilidade social e condição de pobreza de acordo com as necessidades
educacionais de cada comunidade e a vocação econômica dos Territórios.
1217. Ao ser instituído nacionalmente por meio da Portaria nº 1.015 de 21 de julho de 2011 do
MEC e se transformar em ação de cobertura nacional, o Programa Nacional Mulheres Mil
amplia também seu escopo inicial de oferta de educação profissional e tecnológica. Além dos
cursos de formação inicial e continuada (FIC) e qualificação profissional, inclui em sua oferta
os cursos de educação profissional técnica de nível médio. Os cursos podem ser ofertados de
forma articulada com o ensino fundamental e o com o ensino médio (nas formas integrada e
concomitante).
1218. O Programa Nacional Mulheres Mil é executado, prioritariamente, pelas instituições
públicas dos sistemas de ensino federais, estaduais e municipais. Em 2013, passou a contar
com o custeio de vagas gratuitas por meio da Bolsa Formação do Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC). Dentre outros, oferta cursos na área de
saúde demandados pelo Ministério da Saúde, bem como elaborou, em parceria com o
Ministério da Justiça, estratégia de integração da metodologia do Programa Nacional
Mulheres Mil na oferta de cursos de educação profissional e tecnológica em unidades
prisionais femininas, viabilizando o atendimento deste público.
1219. 5.10 A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NO PROGRAMA ESTADUAL
1220. O Decreto 20.401/2021 institui o Programa Educar para Trabalhar com a finalidade de
elevar qualitativamente a escolaridade dos discentes e compor currículo profissional
mediante a oferta de Cursos de Formação Inicial e Continuada ou de Atualização,
Aperfeiçoamento ou Especialização, conforme previsão do art. 39 da Lei Federal nº 9.394, de
20 de dezembro de 1996, e observadas as diretrizes do Plano Estadual de Educação,
aprovado pela Lei nº 13.559, de 11 de maio de 2016. Esta é uma ação de fortalecimento das
políticas sociais e educacionais do Governo do Estado da Bahia, voltada a estudantes e
egressos do Ensino Médio da Rede Estadual tendo por escopo maior:
1221. atender a jovens e adultos, por meio da Secretaria da Educação - SEC, com a perspectiva
de assegurar direitos fundamentais, enquanto política de Estado, nas ações direcionadas à
inserção e à reinserção no mundo do trabalho, integradas às demais políticas sociais
estaduais;
1222. Ampliar a oferta da Educação Profissional Técnica de Nível Médio e de Cursos de
Qualificação Profissional aos/as estudantes egressos do Ensino Médio da Rede Pública
Estadual de Ensino;
1223. Assegurar a jovens e adultos a Formação Inicial Continuada - FIC, nos diversos cursos e
eixos tecnológicos da Educação Profissional Técnica de Nível Médio, com itinerários de
formação técnica profissional integrada ao currículo escolar;
1224. Elevar a escolaridade e a formação de um currículo profissional voltado à qualificação
profissional na realização de cursos FIC (Formação Inicial e Continuada), conforme eixo
tecnológico e área específica da formação técnica profissional;
1225. Oferecer cursos em compatibilidade com o currículo do curso técnico em que o/a
estudante egresso cursou ou que esteja matriculado.
1226. Ampliar a oferta da educação profissional técnica de nível médio.
1227. Assegurar à juventude e aos trabalhadores cursos de qualificação profissional.

1228. O Programa possibilita aproveitamento de estudos ou convalidação de componentes


curriculares no Ensino Médio e suas respectivas modalidades, por meio de regulamentação,
bem como, em cada edição, a realização de parcerias.
1229. 5.11 PERSPECTIVAS PARA A EXPANSÃO DA OFERTA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA NA BAHIA
1230. A expansão da Educação Profissional Técnica de Nível Médio no Estado da Bahia,
enquanto política pública é formalmente planejada e regulamentada pelo Plano Plurianual –
PPA Participativo. Neste documento, são apresentados os compromissos, ações e iniciativas
para as ofertas de EPTNM dos próximos 04 anos do período de vigência do atual PPA 2020-
2023.
1231. O desafio de expandir a oferta por toda Bahia, alcançando os 417 municípios apresenta
complexidades dado a extensão territorial e a diversidade do Estado. Aspectos como
identidade territorial, sistemas produtivos, identidade sócio-cultural, desenvolvimento
econômico regional, indicadores educacionais, sustentabilidade e outros devem ser
considerados na prospecção, de forma a atender as demandas do mundo do trabalho.
Reconhecendo o papel primordial da EPTNM na formação do sujeito e na localidade onde
atuará, compreende-se a necessidade de outros atores externos à SEC e a comunidade
escolar, na discussão e no planejamento da expansão desta oferta.
1232. Assim, o diálogo é planejado a partir da realização de Seminários Territoriais, articulação
para mapeamento das demandas de qualificação profissional e realização de Estudo de
Viabilidade Técnica para Implantação de Cursos de Educação Profissional em municípios
onde não há oferta posta no PPA Plurianual. Pretende-se, assim, atrair os Conselhos e
Consórcios Territoriais, empresários, sindicatos, representações de classes, associações,
cooperativas, movimentos sociais e demais representantes da sociedade civil para o
planejamento das ações concernentes a expansão da EPTNM.
1233. De forma detalhada é explicitado no PPA Participativo o compromisso assumido pela SEC
de 2020 a 2023 com a ampliação da oferta de EPTNM nas formas integrada, subsequente,
integrada a Educação de Jovens e adultos, considerando as especificidades das populações
do campo e da cidade, povos e comunidades tradicionais, pessoas com deficiência, apenados
e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas, para trabalhadores em
vulnerabilidade e pobreza e de baixa escolaridade. O planejamento da expansão da EPTNM
prevê a ampliação gradual e crescente, tomando como referência os períodos letivos e o
alcance a municípios não ofertantes. Como estratégia de potencializar o alcance da oferta
EPTNM, prevê-se, ainda, estabelecimento de parcerias com diversas instituições para a
expansão das vagas de educação profissional e tecnológica, de forma que toda a Bahia seja
alcançada com oferta de cursos técnicos de nível médio e/ou qualificação profissional até
2022.
1234. 5.12 CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL
1235. As regulamentações legais para certificação dos cursos da Educação Profissional Técnica
de Nível Médio, nas unidades escolares estaduais da Bahia, estão em consonância com a
Resolução CNE/CP 01/2021 das DCNGEPT, respaldada pela Lei 11.741/2008,
especificamente, com o Art. 36-D: “os diplomas de cursos de educação profissional técnica
de nível médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão ao prosseguimento
de estudos na educação superior”; e o que determina o Parágrafo único,
1236. (...) os cursos de educação profissional técnica de nível médio, nas formas articulada concomitante e
subsequente, quando estruturados e organizados em etapas com terminalidade, possibilitarão a obtenção de
certificados de qualificação para o trabalho após a conclusão, com aproveitamento, de cada etapa que
caracterize uma qualificação para o trabalho.
1237. Quanto a emissão de certificados e diplomas de acordo com a Resolução CNE/CP 01/2021
das DCNGEPT, faz-se necessário considerar as seguintes determinações:
1238. Art. 48. A certificação, para fins do disposto nestas Diretrizes, compreende a emissão de certificados e
diplomas de cursos de Educação Profissional e Tecnológica, para fins de exercício profissional e de
prosseguimento e conclusão de estudos.
1239. Art. 49. Cabe às instituições de ensino adotar as providências para expedição e registro dos certificados e
diplomas de cursos de Educação Profissional e Tecnológica sob sua responsabilidade.
1240. § 1º Os diplomas de curso técnico e de curso superior de tecnologia devem explicitar o correspondente
título de técnico ou tecnólogo na respectiva habilitação profissional, indicando o eixo tecnológico ao qual se
vincula.
1241. § 2º Ao/a estudante que concluir a unidade curricular, etapa ou módulo de curso técnico ou de superior de
tecnologia, com terminalidade que caracterize efetiva qualificação profissional técnica ou tecnológica, para o
exercício no mundo do trabalho, será́ conferido certificado de qualificação profissional correspondente, no qual
deve ser explicitado o título obtido e a carga horária da formação, inclusive quando se tratar de formação
técnica e profissional prevista no inciso V do art. 36 da Lei no 9.394/1996.
1242. § 3º Ao/a estudante que concluir com aproveitamento os cursos de especialização profissional técnica ou
tecnológica é conferido o correspondente certificado no qual deve ser explicitado o título obtido e a carga
horária da formação.
1243. § 4º Os históricos escolares que acompanham os certificados e diplomas devem explicitar o perfil
profissional de conclusão, as unidades curriculares cursadas, registrando as respectivas cargas horárias,
frequências e aproveitamento de estudos e, quando for o caso, as horas de realização de estagio profissional
supervisionado.
1244. § 5º Caberá́ às instituições e redes de ensino expedir e registrar, sob sua responsabilidade, para fins de
validade nacional, os certificados e diplomas dos cursos que estejam devidamente regularizados perante os
respectivos sistemas de ensino.
1245. § 6º Os certificados de especialização profissional técnica ou tecnológica somente podem ser expedidos
por instituição de ensino devidamente credenciada para oferta de curso técnico ou superior de tecnologia
correspondente.
1246. Art. 50. Caberá́ à instituição de ensino responsável pela conclusão do itinerário formativo do curso técnico
expedir o correspondente diploma de técnico de nível médio, a partir do aproveitamento de estudos prévios
desenvolvidos inclusive em outras instituições e redes de ensino públicas ou privadas, observado o requisito
essencial de conclusão do Ensino Médio.
1247. As instituições educacionais autorizadas a ofertar cursos técnicos de nível médio podem
expedir e registrar os diplomas seguindo os requisitos legais, observando se os dados
referentes à instituição escolar, cursos e estudantes estão corretamente inseridos no Sistema
Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (SISTEC) que, por meio de
código autenticador, confere validade nacional dos diplomas emitidos. Compete igualmente
às instituições de ensino a emissão dos certificados referentes à conclusão dos cursos de
qualificação profissional técnica e de especialização técnica de nível médio.
1248. São aptos à certificação os/as estudantes que cumprem todos os componentes
curriculares, conforme matriz curricular, com frequência regular, sem quaisquer pendências
e aproveitamento satisfatório no Estágio Profissional Supervisionado ou Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC).
1249. 5.13 DIÁLOGO COM O MUNDO DO TRABALHO
1250. A abordagem sobre o Mundo do Trabalho se conecta com uma nova temporalidade
histórica das relações econômicas de produção, e com a atualidade das relações sociais do
trabalho como possibilidade para se captar a dinâmica entre o mundo da produção com os
desdobramentos sociais no que diz respeito ao mercado de trabalho, especificamente, sobre
a produção de relações sociais estáveis de trabalho, mas também com a sua instabilidade,
as relações formais de trabalho, regidas pelo contrato de trabalho, encaminhadas para uma
seguridade social, com as relações para com a informalidade, para a flexibilidade, pela
ausência do contrato de trabalho, vinculadas com a prestação temporária de serviços e com
desproteção social; com a produção de Trabalho Decente de acordo com os pressupostos da
Organização Internacional do Trabalho – OIT (2011), referindo-se ao trabalho produtivo e
adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança,
capaz de garantir uma vida digna. Mas há também as relações com o trabalho precário,
intermitente, temporário, terceirizado, flexível.
1251. Nesta perspectiva é que se encontram os desafios que são colocados para a educação
profissional, diante da realidade do que se convencionou chamar de mundo do trabalho, ou
seja, formar profissionais para um mundo globalizado economicamente e em permanente
mudanças. No dizer de Ricardo Antunes (2021), o mundo do trabalho é um campo não
homogêneo que é impactado diretamente pelo avanço tecnológico como forma de organizar
e estruturar a cadeia da produção e dos serviços, assim como pelo uso de instrumentos para
a intermediação da realização do trabalho, a exemplo dos aplicativos eletrônicos, a
plataformização do trabalho, a internet das coisas, ou mesmo o teletrabalho.
1252. A contribuição de Giovani Alves (2021), na análise sobre o que vem acontecendo no
mundo social do trabalho vai no sentido de afirmar que as mudanças ocorridas nos últimos
cinco anos – pelo menos – não são mudanças contingentes que possam ser alteradas em
curto espaço de tempo. Afirma-se uma nova objetividade e subjetividade do “novo” mundo
do trabalho para além de sua forma tecnológica, que tem várias faces vivas que precisam ser
decifradas a partir da estrutura da vida cotidiana e da sobrevivência.
1253. O diálogo entre o mundo do trabalho com a educação básica e especificamente, com a
educação profissional, caminham por duas tendências respectivamente, uma delas vincula-
se com o sentido mais geral para uma formação para o trabalho, ou seja, faz referência à
socialização da capacidade de produção do conhecimento científico e tecnológico
minimamente necessário para a compreensão sobre o trabalho e a relação com a
complexidade da vida na sociedade contemporânea por intermédio da escola, o outro
aspecto abordado por José dos Santos Souza ( 2015), é o de que a educação profissional faz
referência ao sentido stricto da formação para o trabalho, ou seja, faz referência à
atualização permanente de forma escolarizada para o domínio do trabalho especifico na
sociedade contemporânea e ao nível de desenvolvimento das relações sociais e políticas de
uma sociedade determinada. Traduz-se na necessidade da escolarização para o domínio dos
novos conteúdos do trabalho, dos conhecimentos teóricos que favoreçam a compreensão
do processo de trabalho em seu conjunto, englobando, numa perspectiva unitária, o
trabalho, a ciência, a tecnologia e a cultura, conforme os estudos aprofundados que são
realizados pelo campo do trabalho e educação no Brasil há muitas décadas. Na ótica do
trabalho, portanto, a Educação Profissional seria um ramo da educação escolar, de natureza
técnico-científica, espaço privilegiado para o aumento da capacidade produtora de ciência e
de tecnologia.
1254. 5.14 ESTÁGIO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
1255. A premissa do diálogo com o mundo do trabalho é ação significativa e regulamentada
pelo PEE n. º 13.559/16, na Meta 3, Estratégia 3.15 voltado a
1256. estimular, por meio de orientação profissional, a participação dos adolescentes e jovens nos cursos das
áreas tecnológica e científica, estabelecendo acordos com as Instituições de Ensino Superior (IES) e a Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica para a realização de estágios e visitas técnicas,
articuladas com as atividades de ensino, pesquisa e extensão.
1257. A prática profissional com vistas à certificação da formação técnica de nível médio é
prevista e regulamentada na Rede Estadual da Educação Profissional da Bahia pela Portaria
n. º 8347, de 14 de novembro de 2017, que dispõe sobre o Estágio Curricular dos cursos
Técnicos de Nível Médio, no âmbito da Rede Estadual da Bahia. De acordo com esta legislação
o Estágio Curricular é ato educativo escolar, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa
à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando os cursos
técnicos ofertados pela Rede. Estágio obrigatório é aquele definido como no plano de curso,
cujo cumprimento da carga horária, com aproveitamento, é requisito para obtenção de
certificado ou diploma de Técnico de Nível Médio.
1258. De acordo com a normativa, na Rede Estadual o prazo máximo de contrato de estágio é
de 2 anos como prevê a Lei Federal 11.788 de 25 de setembro de 2008 e a carga horária
mínima deste componente curricular é de 140 horas para todos os cursos técnicos, exceto
para curso Técnico em Enfermagem, conforme previsto pelo Conselho Federal de
Enfermagem (Resolução COFEN n. º 539/2017), sendo de 400 horas.
1259. Com o intuito de consolidar o processo de aprendizagem atrelando teoria e prática, o
estágio permite ao/a estudante vivenciar o aprendizado e a rotina da profissão em ambientes
e situações reais de trabalho, durante o percurso formativo na inserção ao mundo do
trabalho. Trata-se, portanto, de um componente curricular estratégico que integra o
processo de aprendizagem priorizando a prática profissional integrada ao processo
formativo.
1260. Inspirada no pensamento de Paulo Freire (1989) de que “a teoria sem a prática vira
verbalismo, assim como a prática sem teoria, vira ativismo”, e com base na educação
emancipatória, são construídas no processo formativo formas de pensar e agir que permitem
o desenvolvimento de novas práticas profissionais de organização dos processos de trabalho
e desenvolvimento das capacidades individuais, coletivas e culturais. Dessa forma, a práxis
originada da articulação entre teoria e prática no processo formativo é considerada
relevante, de modo que formam para além de novos profissionais, sujeitos da sua própria
história e, assim, a ação modificadora da realidade se concretiza na união entre prática e
teoria, como acrescenta Freire (1989) ou Zabalza45 (2015, p.83) ao considerar que um estágio
“oferece oportunidades não só de aprender coisas úteis para o futuro desempenho

45
ZABALZA, Miguel A. O Estágio e as Práticas em Contextos Profissionais na Formação Universitária. São Paulo: Cortez
Editora, 2015.
profissional dos/as estudantes, mas que possibilita melhorar como pessoa, (...) pode
experimentar essa preocupação por si mesmo”.
1261. Na Portaria n. º 8347/17 fica instituída a prática profissional com objetivo de atender
demandas de problemas da população por meio da intervenção social, denominada Estágio
Civil. Nesta modalidade de estágio, as unidades escolares formulam e executam projetos que
sejam compatíveis aos cursos ofertados e as demandas da comunidade de modo que os/as
estudantes possam ter sua prática profissional, em curso, desenvolvida de forma orientada
por docentes, em prol da comunidade.
1262. O Projeto de Estágio Civil, deve explicitar quais as atividades serão desenvolvidas de
forma a guardar compatibilidade com o perfil profissional de conclusão, sendo esta uma
possibilidade legal para a realização do estágio curricular, podendo ser desenvolvido em
comunidades, assentamentos, entidades mantidas por ONGs, OSCIP, movimentos sociais,
entidades filantrópicas sem fins lucrativos, dentre outras de igual caráter, observando o
previsto. Há exemplos de projetos que orientam os pequenos agricultores sobre o manejo
da horta e o uso de equipamentos.
1263. Cabe ilustrar registros de projetos na Rede que prestam atendimentos básicos de saúde
feito por estudantes do curso técnico em enfermagem, orientação nutricional e odontológico
feita respectivamente por estudantes dos cursos de nutrição e dietética e saúde bucal, bem
como oficina de inclusão digital e conserto de computadores feitos pelos/as estudantes do
curso técnico em informática. “O estágio é o lócus onde a identidade profissional do aluno é
gerada, construída e referida; volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada,
reflexiva e crítica e, por isso, deve ser planejado gradativamente e sistematicamente”.
(BURIOLLA, 2001, p. 13) ².
1264. O estágio curricular supervisionado obrigatório deixa de ser a única forma de conclusão
e certificação dos cursos técnicos ofertados pela Rede Estadual da Educação com a instituição
do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), por meio da Portaria n. º 3.704 de 24 de maio de
2017. Ratifica-se que a obrigatoriedade de estágio permanece como única para o curso
Técnico em Enfermagem, de forma a cumprir a exigência do Conselho Federal de
Enfermagem.
1265. A orientação de estágio do curso Técnico em Enfermagem conta com o instrumento
denominado Manual da Preceptoria, destinado a estudantes e preceptores 46 visando à
preparação destes para a prática profissional numa instituição de saúde. Tal documento tem
o objetivo de normatizar e socializar a execução das práticas de estágio do curso Técnico em
Enfermagem, além de definir os critérios de avaliação e os papéis dos membros envolvidos
neste processo de aprendizagem.
1266. Ainda nesta perspectiva, vale ressaltar que o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que
tem como base normativa a Portaria n. º 3.704 de 24 de maio de 2017, é uma opção ao
estágio curricular em nível médio profissional. Possui carga horária mínima de 140 (cento e
quarenta) horas e propicia ao/a estudante uma forma de aprendizagem reflexiva, autônoma
e crítica, pautada na integração entre teoria e prática. Isso porque, ao se aprofundar em um
objeto de estudo, o/a estudante pode detectar situações-problema a serem resolvidas, e

46
Enfermeiro que orienta e acompanha os/as estudantes do Curso Técnico em Enfermagem.
buscar soluções para a superação destas.
1267. No contexto da articulação entre a escola e a comunidade local, o TCC otimiza a
aprendizagem para além do espaço escolar e da sala de aula, pela promoção por parte do
educando do entendimento da educação profissional como prática social e transformadora
da realidade. Com o objetivo de promover a interação entre a teoria e prática a partir da
problematização de questões-problema, o TCC fora instituído na Rede visando a formação
de futuros profissionais por meio da iniciação científica que permitam o desenvolvimento de
novas tecnologias, processos e serviços além da produção e criação de protótipos, maquetes,
planos de negócios e estudos de viabilidade técnica com foco na criação aprimoramento de
empreendimentos.
1268. 5.15 PROGRAMA PRIMEIRO EMPREGO
1269. Os/as estudantes e egressos da Rede Estadual da Educação Profissional contam com um
programa de governo, conhecido como Primeiro Emprego, instituído em 2015 pela Lei
Estadual n.º 13.459, ou seja, um Projeto Estadual de Incentivo à Concessão de Estágio e
Primeira Experiência Profissional a estudantes e egressos da Rede Estadual de Educação
Profissional e a jovens e adolescentes qualificados por programas governamentais
executados pelo Estado da Bahia promove e fomenta a inserção destes no mundo do
trabalho.
1270. O Programa Primeiro Emprego é uma ação governamental que visa combater o
desemprego de jovens estudantes com o objetivo de inseri-los no mundo do trabalho. Esta
inserção dar-se-á por três modalidades: estágio, aprendizagem e ocupação formal. O estágio
e a aprendizagem são destinados aos/as estudantes em curso, já a ocupação formal trata-se
da contratação de egressos para atuarem nas mais diversas instituições públicas do Estado
da Bahia, em funções que guardem compatibilidade com o curso técnico de formação.
1271. Entende-se, nesse sentido, que o estágio e a aprendizagem são modalidades importantes
que, além de qualificar os jovens oportunizam o percurso formativo profissional. Por meio
destas oportunidades os/as estudantes integram os conhecimentos teóricos com a prática,
em curso, interagindo com profissionais de forma a aplicar toda o embasamento teórico em
ambiente real de trabalho, lidando com as mais diversas situações do cotidiano profissional.
Além disso, caracteriza-se por uma política de egresso da EPT no intuito de acompanhar as
transformações do setor produtivo e da sociedade, pela adoção de estratégias que levam os
trabalhadores a desenvolver atitudes conscientes para o trabalho seguro durante a
realização de suas atribuições, desenvolver novas práticas e, por meio dos conhecimentos e
experiências adquiridas no processo formativo possam criar ações de mobilização e
intervenção social de forma a qualificar às ofertas de cursos técnicos com vistas ao
desenvolvimento social, ambiental e econômico do seu Território de Identidade.
1272. Os jovens na faixa etária de 16 a 24 anos são os mais afetados pelo desemprego na
Bahia47. A condição de necessidade financeira resulta no afastamento escolar destes

47
Fonte: PED-RMS – Convênio SEI, Setre, Dieese, Seade, MTb/FAT
estudantes que são alocados na precarização do trabalho ou em condição de pobreza. A
profissionalização destes jovens é objetivo de uma educação profissional e tecnológica
pública que respeita às características socioeconômicas e ambientais dos territórios de modo
a prover oferta de cursos condizentes e formar profissionais preparados para o mundo do
trabalho.
1273. 5.16 PARCERIAS REALIZADAS PELA SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA COM OS MOVIMENTOS SOCIAIS, INSTITUIÇÕES E O SISTEMA PRODUTIVO
1274. O diálogo permanente da Secretaria da Educação com os Movimentos Sociais,
assegurando pelo planejamento anual, a realização de uma agenda com encontros mensais
torna possível a participação dos atores sociais no delineamento da oferta de cursos de
educação profissional e tecnológica nas escolas públicas, a partir dos debates sobre
concepções, práticas e manejos, em questões relacionadas à agroecologia, reforma agrária,
agricultura camponesa, soberania alimentar, agrobiodiversidade e demais temas de
interesses e relevância para o conjunto da sociedade. Com os Arranjos Produtivos Locais -
(APL), a parceria visa fortalecer a oferta de educação profissional a partir de um conjunto de
fatores econômicos, políticos e sociais, de cada Território de Identidade, desenvolvendo os
cursos de acordo com as atividades econômicas que apresentam vínculos de produção,
interação, cooperação e aprendizagem.
1275. A articulação com o Setor Produtivo é um reconhecimento de que o planejamento da
expansão da oferta de EPT precisa desta interlocução, que visa promover uma análise e
reflexão do cenário atual das demandas por formação profissional e estimular a proposição
de estratégias conjuntas e integradas para o aprimoramento desta, com maior aderência às
necessidades do mundo do trabalho.
1276. Ancorada pelo estudo realizado para a oferta dos cursos da EPT e apresentados nos
documentos para a repactuação do PRONATEC no Estado da Bahia a Secretaria da Educação
a Suprot atua na perspectiva da educação que dialoga com a identidade sociocultural, que
por sua vez é compreendida a partir da visão de que o indivíduo se identifica como
pertencente a uma cultura, ao território, participa das diversas manifestações da sociedade
em que se insere e a compartilha com outros indivíduos que participam do mesmo grupo
social. A identidade cultural quando fortalecida pela educação emancipadora faz com que o
indivíduo se reconheça, através das tradições, dos valores, da comunicação, da religião, da
vivência e da economia que formam a identidade territorial. É nesta intrincada rede de
interações que a identificação étnica cultural vai se formar junto ao processo de ensino-
aprendizagem, sendo uma espécie de lente com a qual o grupo enxerga o mundo e a
educação como um instrumento de representatividade. (BAHIA, 2020b; p: 22-24).
1277. No mundo rural, há movimentos sociais camponeses representativos de assentados e
assentadas do Programa de Reforma Agrária, de Comunidades Quilombolas, de

Disponível em: <https://www.sei.ba.gov.br/images/releases_mensais/xls/ped/ind_ped_tab3.xls>. Acesso


em: 08/05/2020.
Comunidades de Fundo e Fecho de Pasto, de Pequenos Agricultores, de Pescadores e
Pescadoras Artesanais, de Marisqueiras, indígenas entre outros, e ainda, articulações entre
estes movimentos sociais. Para ofertar cursos EPT, considerando a representatividade destes
atores, é essencial considerar a especificidade de cada coletivo.
1278. 5.17 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
1279. A literatura brasileira é muito vasta e com estudos aprofundados sobre a avaliação
escolar e seus desdobramentos em diferentes momentos históricos e praticada a partir de
diferentes dispositivos legais e instrumentais. Aqui destacamos as concepções dos estudos
de autores que nos ajudam a orientar os procedimentos de avaliação na EPT da Bahia, a partir
da relação entre a avaliação da aprendizagem e o modelo de sociedade em que vivemos.
Com Freitas (1995), vamos entender como as funções sociais são assumidas pela avaliação
da aprendizagem na reprodução/transformação da sociedade capitalista, a partir da análise
realizada pelo autor do referencial teórico-metodológico do materialismo histórico dialético.
Em Luckesi (2011), compreendemos a articulação da prática educativa da avaliação da
aprendizagem escolar, ao longo da história moderna por meio de exames e provas,
sobretudo como foi se tornando um fetiche48. Já em Vilas Boas (2007), podemos identificar
as formas de avaliação que acontecem na escola como formal e informal. Referenciada a
partir de pesquisas empíricas em escolas da Educação Básica49, a pesquisadora observou que
a avaliação informal envolve “a construção por parte do/a professor/a, de juízos gerais sobre
o aluno, cujo processo de constituição fica encoberto e torna-se aparentemente
assistemático, mas que interfere na forma como o/a estudante é avaliado”.
1280. Para Luckesi (2011, p. 77), a avaliação da aprendizagem escolar no Brasil, hoje, tomada in
genere, está a serviço de uma pedagogia dominante que, por sua vez, serve a um modelo
social preponderante, o qual, genericamente, pode ser identificado como modelo social
liberal conservador, nascido da estratificação dos empreendimentos transformadores que
culminaram na Revolução Francesa.
1281. Na relação entre a escola, o mundo da produção e avaliação escolar, Ramos (2001)
também discute, especificamente, a relação entre o mundo da produção e do trabalho, com
a necessidade de alterações no plano pedagógico, especificamente nos currículos escolares,
orientados para preparação dos jovens para o mundo do trabalho. Nos seus estudos, a autora
busca as mediações históricas que serviram de mote para a centralidade da relação entre os
objetivos da aprendizagem com o surgimento da noção de competência na educação
pautada pela influência da psicologia cognitiva.
1282. A partir da concepção de avaliação apresentadas por esses autores, a SEC/SUPROT tem

48
Luckesi aborda o conceito de fetiche de acordo com o materialismo histórico-dialético, no sentido de
exemplificar, na modernidade, como o homem estava tratando as mercadorias, estas que com o tempo
deixaram de ser um produto estritamente humano para tornarem-se objeto de adoração, a mercadoria deixa
de ter a sua utilidade atual e passa a atribuir um valor simbólico, quase divino, o ser humano não compra o
real, mas sim a transcendência que determinado artefato representa.

49
Estudos desenvolvidos pelo autor no Laboratório de Observação e Estudos Descritivos (LOED) da Unicamp,
visando compreender a avaliação na atual organização do trabalho escolar.
aprofundado discussões em grupos de trabalhos internos, por meio da realização de estudos
acerca da formulação de Diretrizes para a Avaliação da Aprendizagem na Educação
Profissional, tendo como referência a literatura especializada em educação profissional e
tecnológica, permitindo, assim, a criação de um documento interno, em 2013, explicitando
uma proposta com diretrizes para atender aos objetivos, a metodologia e ao processo do
ensino e aprendizagem desta modalidade de ensino, que tem como finalidade, habilitar os
adolescentes, jovens e adultos para o exercício autônomo e crítico da sua profissão e inserção
no mundo do trabalho.
1283. Neste sentido, é que na orientação pedagógica à Rede Estadual de Educação Profissional,
são adotados os seguintes critérios nas avaliações de ensino e aprendizagem, a saber: a)
compreensão dos fundamentos científicos tecnológicos dos processos produtivos; b) o grau
e avanço do conhecimento sistematizado e sua aplicação e transferência no meio
socioprofissional estabelecendo a relação teoria-prática; c) potencializar o uso crítico e social
das tecnologias; d) habilidade para problematizar fenômenos, fatos e situações significativas
para compreensão da realidade; e) apropriação dos conceitos da formação geral e específica
necessários à ação em situações próprias a essa finalidade; f) desenvolvimento de atitude
científicas, políticas e éticas diante da realidade; g) habilidade de síntese, argumentação e
análise crítica e o reconhecimento da experiência de vida e de trabalho.
1284. As funções da avaliação diagnóstica, processual e formativa acompanharão todo o
processo de construção do conhecimento do/a estudante respeitando seu estágio de
desenvolvimento e suas necessidades pedagógicas, constituindo-se como tarefa e
responsabilidade dos coletivos de professores e estudantes da Base Nacional Comum e da
Formação Técnica, com vistas a atender os objetivos pedagógicos e didáticos da Educação
Profissional Técnica de Nível Médio.
1285. A dimensão formativa da avaliação terá a centralidade no processo dos/as estudantes
tendo em vista que o principal objetivo desta é o de acompanhar, gradativamente, o processo
que promove a aprendizagem de todos/as. Desta forma, a concepção de avaliação da
aprendizagem construída pelos professores de EPT que a consideram como um processo e,
quando orientados na perspectiva da promoção da aprendizagem, não conflita com os
dispositivos legais. A nota ou conceito é a expressão do processo de avaliação do/a
estudante, como registro simbólico para o sistema de uma aprendizagem que se realizou.
Conforme explica Vilas Boas (2019), um processo de avaliação formativa está em curso
enquanto as aprendizagens ocorrem, portanto, a nota ou conceito é dada menção como
decorrência da aprendizagem.
1286. 5.18 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NOS MARCOS LEGAIS NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INTEGRADA À EDUCAÇÃO BÁSICA
1287. O
processo de avaliação da aprendizagem considera os marcos legais implementados pela
Secretaria da Educação, por meio da Portaria nº 6562, de 2016, que dispõe sobre a
“Sistemática de Avaliação da Rede Escolar da Secretaria da Educação da Bahia”; o Regimento
Único da SEC, que descreve os critérios para o processo de avaliação da aprendizagem,
realizada pelo/a professor/a de forma contínua e cumulativa, tendo por princípio a garantia
do desenvolvimento integral do/a estudante e do seu sucesso escolar, e a Instrução
Normativa (IN) n.º 002, de 2016 ao apresentar a regulação na aplicação de alguns dos
dispositivos da Resolução n.º 6562, de 2016, conforme serão explicitados mais à frente no
texto.
1288. O
s estabelecimentos de ensino deverão, neste sentido, criar as condições para que os coletivos
de educadores possam de forma interdisciplinar, planejar situações nas quais possam avaliar
o aprendizado do/a estudante; replanejar as ações; potencializar o ensino e buscar
estratégias mais adequadas à qualificação da aprendizagem e do ensino. A avaliação deverá
primar pela qualidade democrática dos instrumentos avaliativos. É recomendável submeter
o/a estudante a várias oportunidades avaliativas individuais e coletivas, com foco na
aprendizagem e não na nota.
1289. A
tividades não presenciais poderão, também, fazer parte do arcabouço tecnológico que
possibilitará ao/a estudante realizar atividades e ser avaliado. Essa é uma metodologia que
tem ganhado espaço no campo educacional com mais força nos últimos anos, facilitando a
comunicação, oportunizando a criatividade, criando novas possibilidades de tempo e espaço
de ensino aprendizagem e desenvolvendo um caráter mais autônomo nos/as estudantes que
terão que organizar melhor seu tempo de estudo em casa, a exemplo do que já ocorre nas
ofertas que adotam a Pedagogia da Alternância.
1290. O
s dispositivos de regulação da aferição da avaliação da aprendizagem e progressão parcial
pela Secretaria da Educação, consideram promovido e classificado para a série seguinte, o/a
estudante que atender aos critérios contidos na Portaria n. º 5872 de 2011, Art. 51. Desta
forma, as metodologias utilizadas devem possibilitar que os/as estudantes demonstrem
conhecimentos para responder as propostas ou desafios, concretamente enfrentados em um
contexto social globalizado. A avaliação da aprendizagem será contínua e se processará de
forma diagnóstica, formativa e somativa. Nesse sentido, a avaliação é assumida como uma
ação dialógica em que se constatam, no processo, os conhecimentos que foram construídos
e reconstruídos e/ou as dificuldades de aprendizagem que necessitam ser trabalhadas, tendo
em vista a sua superação.
1291. O
s registros dessas atividades avaliativas devem ser realizados no SGE - Sistema de Gestão
Escolar50, em nota de zero a dez e a média para aprovação. O cálculo para aprovação será
feito automaticamente pelo próprio SGE. Toda a Rede de Educação Profissional da Secretaria
da Educação da Bahia realiza Recuperação Paralela e Conselho de Classe.
1292. Q
uanto aos registros relacionados ao estágio, a título de aprovação, os/as estudantes deverão
apresentar aos/às professores/as orientadores, relatório-técnico científico do quanto
realizado. Conforme eixo tecnológico e o curso específico, os estabelecimentos de ensino

50
http://www.sec.ba.gov.br/siig/sistemaescolar/frame.asp
com participação coletiva dos educadores e orientadores, utilizarão um barema simplificado
de avaliação contendo critérios claros para os/as estudantes em estágio de participação no
mundo do trabalho. O lançamento dessas informações no SGE deve ocorrer, não por meio
de nota de zero a dez, como ocorre com os demais componentes curriculares, mas por meio
de conceito.
1293. E
m relação aos/as estudantes que optam pela realização do TCC, para obtenção do título de
técnico de nível médio, deverão, por meio da produção de atividades diversas, conforme
previsto em documento próprio estabelecido pela SEC/SUPROT, realizam as construções
pedagógicas que são acompanhadas pelo/a professor/a orientador e, ao final, é apresentada
de forma escrita e oral, sendo avaliado em formulário próprio.
1294. P
ara os/as estudantes do PROEJA, há que se ter um olhar de modo a preservar as
especificidades desta modalidade, pois deve ocorrer continuamente e no processo à medida
que o trabalho vai sendo desenvolvido.
1295. A
lém da observância da Portaria no que tange a recuperação, dependência e progressão
parcial, cabe destacar as seguintes orientações: a) os estabelecimentos promoverão estudos
de recuperação paralela - ao longo do período letivo à medida que houver necessidade
atendendo de forma individual e diferenciada cada aluno; b) A recuperação poderá será
organizada com atividades avaliativas diversificadas; c) avaliação da aprendizagem terá os
registros de notas expressos conforme determina a legislação estadual, acompanhada de
parecer descritivo emitido pelo/a professor/a, considerando os aspectos qualitativos
acumulados ao longo da unidade, módulo/semestre e ano letivo; d) a promoção para a série
seguinte far-se-á pelo resultado do conjunto das avaliações de cada componente curricular
cursado pelo/a estudante no ano letivo mais os resultados da recuperação parcial e final; e)
na promoção ou certificação de conclusão para quaisquer formas de articulação da educação
profissional a média final mínima exigida é 5,0 (cinco vírgula zero), conforme legislação
educacional da Bahia.
1296. A
inda com relação à progressão parcial, na garantia de direito à Educação, a Portaria n. º 6.562,
de 2016 no Art. 11 indica aos/as estudantes que não conseguirem aprovação, em até três (3)
componentes curriculares, poderão ser matriculados no ano/série seguinte dando
continuidade à sua escolarização, exceto os/as estudantes da última série, no caso da EPT,
que na 3ª ou 4ª série do EPTNM não terão como cumprir a carga horária, após término do
ciclo.
1297. É
importante destacar que o §2.º da mesma Portaria expõe que o certificado só deverá ser
expedido após a conclusão das dependências, se houver, e constará como ano de conclusão,
a data em que o/a estudante logrou êxito em todos os componentes curriculares as
dependências devidas. Neste compasso, a Instrução Normativa (IN) n. º 002/2016, apresenta
a regulação na aplicação dos dispositivos da Resolução nº 6.562, de 2016 e determina no
item 9.1, se o/a estudante não obtiver a progressão plena em até três componentes
curriculares devem ser cursados no ano seguinte no turno oposto, para assegurar o não
acúmulo de pendência curricular para o/a estudante.
1298. P
ara tanto, a Instrução Normativa (I.N.) n. º 002/2016, ainda no item 9.1, oferta duas formas
de matrícula ao/a estudante, expressas nos itens 9.1.1 e 9.1.2, onde são tratadas,
respectivamente, a Progressão Parcial em Classes Regulares e a Progressão Parcial em
Classes Especiais. A primeira trata da progressão parcial nas unidades escolares que ofertam
a série/ano, no turno oposto, garantindo a matrícula do (a) estudante nas referidas classes
para cursar os componentes curriculares em dependência. E, a segunda, trata da progressão
parcial nas unidades escolares que apresentarem demanda e possibilidade de atendimento
da oferta dos componentes curriculares para a dependência, ou seja, todas aquelas na
circunscrição, mediante autorização da Superintendência de Políticas para Educação Básica,
por meio das Coordenações de Ensino Fundamental e Médio e do Núcleo Territorial de
Educação e nas unidades escolares polos, destinadas a atender estudantes oriundos de
outras unidades escolares que não puderam ser atendidos nas suas escolas de origem.
1299. O
documento normativo trata sobre a organização da oferta da Progressão Parcial em Classes
Especiais, no item 9.1.2.1, especificando que as turmas devem ser composta com número
mínimo de 15 ( quinze) e no máximo 35 ( trinta e cinco) estudantes por turma; as classes
devem ser organizadas por Eixos a partir da proximidade dos componentes com as áreas do
conhecimento, desenvolvidos em dois módulos com duração de uma unidade cada um deles,
com a distribuição da carga horária de cada componente curricular, conforme a matriz
curricular em vigor no ano letivo viabilizando os procedimentos necessários.
1300. C
om o intuito de garantir Educação a todos os/as estudantes o texto orienta que na
impossibilidade de atendimento nas duas formas de ofertas de progressão parcial, a unidade
escolar de origem viabilize a orientação de estudos, com a elaboração de um Plano de Ação
contendo: conteúdo, atividades, avaliação e cronograma de execução, considerando os
componentes curriculares e o ano/série, conforme descritas no projeto da oferta, e
apresentado para autorização na Superintendência da Educação Profissional e Tecnológica -
A SEC/SUPROT acompanhará todo o processo desenvolvido na orientação de estudo a qual
deverá ser registrado em ata e arquivado na unidade escolar.
1301. A
o considerar o Conselho de Classe como instrumento avaliativo, apontado na Portaria 6562,
de 2016 no Art. 12 e ratificado na I.N. nº 002/2016 sendo prática reiterada por toda unidade
escolar na competência de suas instâncias, como o Conselho de Classe,
1302. N
o entanto, poderão ser promovidos por Conselho de Classe Final, cuja decisão é soberana,
os/as estudantes cuja média não foi alcançada, de qualquer bloco da matriz curricular, seja
Base Nacional Comum Curricular ou da Formação Técnico Profissional. Salienta-se, com base
na Instrução Normativa n. º 002/2016 que para a realização do Conselho de Classe, os/as
estudantes devem ser observados/as e acompanhados/as por todos/as os/as professores/as
durante todo o período letivo.
1303. A
cada encontro de Conselho de Classe, em número de três para os cursos, cuja matrícula é
anual e dois para os cursos semestrais, correspondente a um em cada trimestre ou unidade;
e, o Conselho de Classe Final, o (a) gestor (a) deve definir previamente os objetivos e a pauta,
destacando que todos os/as estudantes têm direito a ir ao Conselho de Classe, assim como,
convocar previamente os representantes dos seguintes componentes: professores (as) dos
componentes curriculares de cada série/ano; um representante dos (as) estudantes de cada
classe; um representante de pais ou responsáveis de cada classe; um (a) coordenador (a)
pedagógico (a); e um representante da direção da unidade escolar, seguindo as orientações
normativas específicas garantindo o processo democrático de direito.
1304. 5.19 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DO ITINERÁRIO DA FORMAÇÃO TÉCNICA E
PROFISSIONAL
1305. Na elaboração dos seus currículos, a educação profissional da Rede Estadual da Bahia
dialoga dialeticamente com as concepções gerais e específicas dos estudos do campo do
currículo no Brasil, ao reconhecer as enunciações elaboradas por Elizabeth Macedo (2012),
que apresenta o currículo como instituinte de sentidos, como enunciação da cultura, como
espaço indecidível em que os sujeitos se tornam atores por meio de atos de criação.
Reconhecemos que o currículo não é um campo neutro de interesses que disputam a
formação dos sujeitos. Havendo inclusive que se considerar a face oculta da escola, no
interior das relações sociais marcadas pelas desigualdades sociais e econômicas, Enguita
(1989).
1306. É neste sentido que se faz a defesa da concepção de currículo integrado elaborado pelo
campo da educação profissional, espeficamente. Entendendo o currículo integrado na
perspectiva das contribuições de Ramos (2014a), que apresenta uma sistematização do
processo de elaboração curricular integrada, partindo do trabalho como princípio educativo,
que concebe o desenvolvimento do conhecimento a partir das relações que o homem
estabelece com a natureza e com os outros homens; da filosofia da práxis enquanto princípio
filosófico e epistemológico, que concebe o real como um todo estruturado que se
desenvolve e que se cria permanentemente; e da pedagogia histórico-crítica como princípio
pedagógico "que tem a categoria modo de produção como fundamento e sentido da
educação" (RAMOS, 2014a).
1307. O processo de elaboração de um currículo integrado constitui-se como um trabalho
coletivo orientado pelo movimento pedagógico no sentido de: “i) problematizar fenômenos;
ii) explicitar teorias e conceitos fundamentais; iii) situar os conceitos como conhecimentos
de formação geral e específica, iiii), organizar os componentes curriculares e as práticas
pedagógicas” (RAMOS, 2014a).
1308. A proposta é que o currículo se organize a partir de situações de aprendizagem definidas
pela equipe pedagógica em diálogo com a comunidade escolar. Pela problematização, os
conceitos e conhecimentos necessários para a compreensão dos processos, práticas e
relações sociais de produção fundamentais de cada área do conhecimento e aqueles que
transitam por diversas áreas, estabelecendo-se assim tanto a prática disciplinar específica
quanto a interdisciplinar, tanto a formação geral quanto a específica ou técnica. Considera
que a definição de tempos e espaços escolares não poderia ser realizada de forma rígida,
pois haveria a necessidade de ser definida na forma que melhor atendesse ao
desenvolvimento do processo de aprendizagem dos conceitos e conhecimentos, da mesma
forma como aconteceria com o processo de avaliação, no qual as "prioridades podem ser
conferidas aos respectivos tempos e atividades, sem que, entretanto, isso signifique
hierarquizar disciplinas e conteúdos sob o julgamento de seu valor para a formação."
(RAMOS, 2014a, p. 216)
1309. É nesta relação em que, na educação formal, a formação humana é mediada pelos
currículos escolares, e situamos a concepção de eixo tecnológico no desenvolvimento
socioprofissional, que para além de uma abordagem técnico-instrumental e de relação
estreita com o mercado de trabalho é necessário contemplar conteúdos condizentes com
uma formação socioprofissional que são maiores do que a lógica de mercado. A ideia de eixo
tecnológico guarda alguma similaridade com os devidos cuidados com relação a
especificidade e finalidade, com a noção de linha de pesquisa ou mesmo de área de pesquisa,
pensando que ele tem uma linha central em torno da qual se organizam tecnologias similares
ou se aproximam e que propiciam inovações tecnológicas próximas, que guardam alguma
identidade. (GAMBOA, 2003; MACHADO, 2010; BRONZATE, 2013).
1310. Do ponto de vista da política educacional, coadunamos com a compreensão de que
embora as legislações educacionais tenham caráter universal, no tocante às diretrizes
curriculares nacionais, são amplas e genéricas e elaboradas de modo a preservar o direito
das escolas à autonomia na construção de suas propostas pedagógicas particulares. Sendo a
legislação educacional prerrogativa do Estado, e geradora de direitos e deveres universais,
que se pressupõem sejam inspirados e fiéis aos interesses públicos, não se pode esquecer,
entretanto, de que há um tipo de regulação da educação, que é própria do mercado,
envolvendo diferentes forças sociais, econômicas e políticas, com interesses nem sempre
convergentes e consensuais, que também atravessa as linhas traçadas pelo Estado para a
regulação da educação, dos sistemas de ensino, instituições educacionais e práticas
pedagógicas (MACHADO, 2014).
1311. A organização curricular que orienta a oferta do itinerário 51 da Formação Técnica e
Profissional pela Superintendência da Educação Profissional e Tecnológica – SUPROT, é
entendida como uma dimensão essencial que ultrapassa as aplicações técnicas,
interpretando a tecnologia como processo educativo e investigativo para gerá-la e adaptá-la

51
A compreensão acerca da concepção de Itinerário Formativo está em consonância com os pressupostos
explicitados por Ramos (2008; p. 269), no Dicionário da Educação Profissional em Saúde, a partir do qual se
entende, em síntese, que o Itinerário Formativo no nível macro, refere-se à estrutura de formação escolar. Do
modo como se organizaram os sistemas de formação profissional ou do modo de acesso à profissão. Que o
princípio da continuidade é próprio do currículo, evitando-se interrupções e repetições de conteúdos e de
experiências. Que na coerência e organicidade interna perseguidas no desenvolvimento da educação integral
dos trabalhadores mediante Itinerários Formativos, haja a garantia da organicidade da ação numa política
integrada.
às peculiaridades regionais, de maneira crítica, reflexiva e comprometida com o social
(BRASIL, 2006). Considera como balizadores da formação profissional a relação dialética
entre o trabalho e a educação, que significa pensar o currículo a partir das relações de
produção e conseguir trazer essas relações para dentro da escola, como proposta e como
prática, organizando-as e sistematizando-as a partir de conceitos, da apropriação de
conhecimentos já existentes e produzindo outros. É fazer emergir esse processo e analisar a
partir das dimensões que atravessam qualquer processo de produção: ambiental, social,
cultural, histórica, política, econômica-produtiva e técnico-organizacional. (RAMOS, 2013).
1312. Para a oferta de cada curso técnico tem-se como referência que a estruturação dos cursos
da Educação Profissional Técnica de Nível Médio, a partir do Art. 20 da Resolução CNE/CP
01/202152, implica considerar: i) a composição de uma base tecnológica que contempla
métodos, técnicas, ferramentas e outros elementos das tecnologias relativas ao curso em
questão; ii) os elementos que caracterizam as áreas tecnológicas identificadas no eixo
tecnológico ao qual corresponde o curso, que compreendendo as tecnologias e os
fundamentos científicos, sociais, organizacionais, econômicos, políticos, culturais,
ambientais, estéticos e éticos que alicerçam as tecnologias e a contextualização no setor
produtivo; iii) a pertinência, a coerência, a coesão e a consistência de conteúdos, articulados
do ponto de vista do trabalho assumido como princípio educativo, contemplando as
necessárias bases conceituais e metodológicas e iv) o domínio intelectual das tecnologias
pertinentes ao eixo tecnológico e as áreas tecnológicas contempladas no curso, de modo a
permitir progressivo desenvolvimento profissional.
1313. A noção de eixo tecnológico que orienta a organização da oferta e dos currículos da
Educação Profissional e Tecnológica, considera os estudos realizados por Machado (2014),
ao afirmar que, para cumprir, de fato, seu papel de dar identidade aos cursos, os eixos
tecnológicos focalizam, especialmente, as dimensões históricas e lógicas do desenvolvimento
dos conhecimentos tecnológicos. Essa demanda se estende a outras dimensões, tais como:
analisar as especificidades do ensino e das aprendizagens por eixo tecnológico e fazer os
inventários das bases tecnológicas dos cursos. Nesta perspectiva, a relação direta entre o
eixo tecnológico e a dimensão da ciência, se dá pela incorporação da pesquisa como princípio
pedagógico; à efetivação da metodologia da problematização como instrumento de incentivo
à pesquisa, à curiosidade pelo inusitado e ao desenvolvimento do espírito inventivo; à
interação dialética entre teoria e prática; ao desenvolvimento das práticas de
interdisciplinaridade, à realização de contextualizações de modo a favorecer a atualização
periódica para acompanhar os avanços científicos e tecnológicos, (MACHADO, 2014).
1314. Para a autora, a relação com a dimensão do trabalho se dá pelo significado ontológico do
trabalho como princípio educativo, considerando as implicações dessa orientação para
objetivos, conteúdos e métodos educacionais; a consequente centralização do processo
educativo no sujeito e nas relações sociais, culturais e ambientais do trabalho.
1315. O saber profissional é produto de uma dualidade epistemológica, a ciência e a prática, e,
também, por uma dualidade sociocognitiva, representada pelas mentes pragmática e

52
Lei das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Profissional e Tecnológica.
analítica. Que as experiências profissionais para além de condutas pragmático utilitárias,
oportunizam uma articulação dialética entre teoria e prática que proporcione a análise e a
deliberação conscientes na prática social. Neste sentido, a elaboração dos currículos da
formação técnica e profissional da Bahia considera que competências e habilidades vão além
de uma lista de comportamentos cognitivos observáveis em contexto escolar de
aprendizagem profissional. Não se trata de negar a especificidade pragmática do trabalho
profissional, pois ele visa a resultados que não advém somente do conhecimento científico
que fundamenta e delimita a profissão, mas também não se reduz a automatismos cognitivos
gerados e consolidados na experiência (RAMOS, 2014).
1316. Os currículos desenvolvem a integração entre teoria e prática, no sentido de que o
trabalho se transforma na prática do conhecimento científico, mediado pela experiência e
reflexividade profissional em direção ao desenvolvimento intelectual dos/as estudantes da
Rede de Educação Profissional e Tecnológica em todas as suas modalidades e formas de
ofertas.
1317. 5.20 ARQUITETURAS CURRICULARES DA FORMAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONAL
1318. As arquiteturas curriculares dos cursos da educação profissional e tecnológica tem como
referência as regulamentações das legislações federal e estadual: a Lei n. º 13.415/2017, a
Resolução CNE/CP n. º 01/2021, a Resolução CEE/BA n. º 172/2017 e a Resolução CNE/CEB
n. º 02, de 15 de dezembro de 2020, do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT). Estas
consideram a relação dos 215 cursos, agrupados em 13 eixos tecnológicos; respectivas cargas
horárias mínimas; perfil profissional de conclusão; infraestrutura mínima requerida; campo
de atuação; ocupações associadas à Classificação Brasileira de Ocupações (CBO); normas
associadas ao exercício profissional; e possibilidades de certificação intermediária em cursos
de qualificação profissional, de formação continuada em cursos de especialização e de
verticalização para cursos de graduação no Itinerário Formativo.
1319. Especificamente, quanto às diferentes cargas horarias a serem consideradas nas formas
de ofertas da educação profissional de nível médio, conforme os Art. 26 da Resolução
CNE/CP n.º 01/2021, estão descritas a seguir sendo apresentadas também em forma de
esquema53 e organizadores curriculares.
1320. 5.20.1 CURSOS DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
1321. A carga horária mínima para cada etapa com terminalidade de qualificação profissional
técnica prevista em um Itinerário Formativo de curso técnico é de 20% (vinte por cento) da
carga horária mínima prevista para a respectiva habilitação profissional, indicada no Catálogo
Nacional de Cursos Técnicos (CNCT), ou em outro instrumento que venha a substituí-lo.
Considerando as atuais DCNGEPT, Resolução 01/2021, no Capitulo IV que trata da
Qualificação Profissional, incluída a Formação Inicial, destacamos os aspectos indicados no
Art. 12 sobre regulamentação desta oferta, especificamente quanto a: i) § 4º Os cursos de

53
A representação em forma de esquema dos Caminhos Formativos que serão ofertados a partir da nova
legislação do Novo Ensino Médio para a apresentação das formas específicas para incluir a oferta do 5º.
Itinerário é uma elaboração do coletivo da Suprot realizada durante os encontros formativos no ano de 2020.
qualificação profissional devem observar as normas gerais da Educação Profissional e
Tecnológica na organização de sua oferta e, quando se tratar de aprendizagem profissional,
além destas Diretrizes, considerar as normas específicas. ii) § 7º Cabe às instituições e redes
de ensino que oferecem Educação Profissional registrar, sob sua responsabilidade, os
certificados emitidos nos termos da legislação e normas vigentes. Será observado também o
disposto no Art. 13 da mesma Resolução quanto a estruturação de cursos de qualificação
profissional que devem considerar, elementos mínimos para sua oferta.
1322. 5.20.2 CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO PROFISSIONAL
1323. Na perspectiva de educação continuada para o desenvolvimento pessoal e do Itinerário
Formativo de profissionais técnicos e de graduados em áreas correlatas, e para o
atendimento de demandas específicas do mundo do trabalho, podem ser organizados cursos
de Especialização Técnica de Nível Médio, vinculados, pelo menos, a uma habilitação
profissional do mesmo eixo tecnológico.
1324. A carga horaria mínima para a especialização profissional técnica prevista em um
Itinerário Formativo de curso técnico 25% (vinte e cinco por cento) da carga horária mínima
indicada para a respectiva habilitação profissional prevista no Catálogo Nacional de Cursos
Técnicos ou em outro instrumento que venha a substituí-lo.
1325. 5.20.3 CURSOS DE HABILITAÇÃO PROFISSIONAL
1326. Os Cursos Técnicos de Nível Médio têm carga horária distinta a depender de cada
habilitação profissional, com 800 horas, 1.000 horas e 1.200 horas, conforme Catálogo
Nacional de Cursos Técnicos (CNCT). Os cursos ofertados pela Superintendência da Educação
Profissional e Tecnológica - SUPROT, seguindo a regulamentação do Art. 26 da Resolução
CNE/CP n. º 01/2021, na forma articulada com o Ensino Médio, integrada, na mesma
instituição com projeto pedagógico unificado, terão a carga horária que, em conjunto com a
formação geral, totalizará, no mínimo, 3.000 (três mil) horas, a partir de 2021. Cabe salientar
que a carga horaria destinada ao estágio profissional supervisionado, quando previsto como
obrigatório, em quaisquer das formas de oferta, deve ser adicionada à carga horária mínima
estabelecida para o curso.
1327. 5.20.4 APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL TÉCNICO E DE ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL
1328. Na perspectiva da formação continuada, podem ser oferecidos cursos de
Aperfeiçoamento Profissional Técnico e de Atualização Profissional Técnica, mediante
diferentes formas de organização, em consonância com as suas especificidades.
1329. 5.20.5 CURSOS DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PELO PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO
AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO (PRONATEC)
1330. Os cursos de qualificação do PRONATEC são uma oferta que segue as especificidades de
um Programa Federal, com as regras e legislação próprias, cuja finalidade é preparar e
qualificar o cidadão para o exercício de profissões, contribuindo para sua inserção no mundo
do trabalho. Nos marcos oficiais a educação profissional e tecnológica, vem se destacando
como elemento estratégico para a construção da cidadania e para uma melhor inserção de
jovens e trabalhadores na sociedade contemporânea.
1331. Os cursos de qualificação que tem por finalidade, através da educação profissional e
tecnológica, oportunizar a população local em estado de vulnerabilidade e de baixa renda à
aquisição de novos conhecimentos e habilidades gerais e específicas para o exercício de
atividades produtivas, considerando que é importante capacitá-los à uma profissão, através
de cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), regulamentados pela Lei n.º 12.513, de
2011, com carga horária mínima de 160 horas e máxima de 400 horas.
1332. O ensino médio em todas as suas formas de organização, modalidades e ofertas, além
dos princípios gerais estabelecidos para a educação nacional no art. 206 da Constituição
Federal e na LDB n. º 9.394/96, será orientado por princípios específicos de acordo com a
Resolução n. º 03/2018 que atualiza as diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio.
A seguir, a representação em forma de esquema, delineia as possibilidades de ‘Caminhos
Formativos’ dos Itinerários Formativos estabelecidos pela Lei 13.415/2017.
1333. 5.20.6 CAMINHOS FORMATIVOS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: 5.º
ITINERÁRIO OU FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL
1334. A Secretaria da Educação no intuito de garantir oferta de cursos da Educação Profissional
e Tecnológica articulada e integrada à Educação Básica parte do pressuposto que os
itinerários compreendem caminhos ou um campo de possibilidades formativas, inseridas em
sua complexidade socioeducacional, que propicie ao/a estudante múltiplas oportunidades
formativas. Neste sentido, há a necessidade de pensar a estruturação do mesmo em que
considere a escola, o lugar e o território de identidade enquanto dimensões intrínsecas, em
suas relações biosocioeconômicas imbricadas à perspectiva ambiental, populacional,
cultural, religiosa, geográfica entre outros campos significativos. Para tanto, esta dimensão
maior inserida em um contexto do mundo hodierno instiga pensar o projeto político
pedagógico integrado à construção coletiva e democrática da unidade escolar, mas também
incluí-lo ao mundo do trabalho.
1335. Desta forma, a escola, o lugar, os territórios tomam dimensão política no projeto
pedagógico na ideia de pertencimento, de identidade, na qual a dinâmica e as
transformações da técnica e o desenvolvimento de novas tecnologias e os saberes
conjugados com o conhecimento científico, no processo educacional, ressignificam as formas
de aprendizagem, os métodos e metodologias empregadas no universo escolar. Com isso,
importância é dada a categoria “trabalho” na relação com os saberes, as tradições, a cultura
e a apropriação do conhecimento historicamente construído em um contexto de fortes
impactos trazidos pela modernidade.
1336. Para tanto, pensar a estruturação de itinerários pressupõe considerar alguns
pressupostos que alicerçam a construção de uma arquitetura curricular dinâmica, atualizada
e repleta de significado aos/as estudantes, ou seja, inovadora e, ao mesmo tempo,
desafiadora proporcionando caminhos ou vieses, rotas, estradas, trechos, ruelas, carreiros...
com entroncamentos, encruzilhadas entre outros, no processo pleno de aprendizagem, de
encantamento curricular e instigante na aprendizagem por situações-problema em uma
metodologia de projetos. Desta forma, o caminho formativo da EPT integrado à Educação
Básica leva em consideração estrutura basilar articulada aos pressupostos teórico-
epistemológicos da modalidade no intuito de possibilitar formação, na perspectiva de uma
escola cidadã ao a) indivíduo e sua inserção/relação com o mundo do trabalho; b) o lugar e
o território de identidade; c) a escola; d) a apropriação do conhecimento, dos saberes, das
técnicas e ao desenvolvimento das tecnologias; 5) os desafios da educação profissional e
tecnológica no século XXI. Outros pressupostos podem ser acrescidos, de acordo com a
realidade territorial e baiana, mas pensa-se de modo integrado, complexo, articulado e na
relação do indivíduo com a escola, em seu entorno, com o território, o mundo do trabalho
globalizado como um todo, conforme modelo abaixo.

1337. Entendemos que o caminho formativo escolhido pelo/a estudante na educação


profissional e tecnológica leve em consideração a problematização da realidade local
integrados ao PPP; a articulação das experiências profissionais e saberes técnicos do mundo
do trabalho articulados com a escola e, a interconexão entre educação e trabalho por meio
dos projetos de vida e inserção profissional. Portanto, na EPT o/a estudante além da leitura
de mundo e do trabalho, na perspectiva do eixo tecnológico integrado e articulado à base
nacional comum curricular, se apropria com encantamento freiriano de uma escola técnica
ou uma unidade escolar de formação multidisciplinar com opções de arte/cultura, projetos
estruturantes, metodologias diversas, programas e projetos, atividades de
empreendedorismo e inovação, iniciação à pesquisa entre outros com expressão de todos
os rostos, cores, gêneros e etnias. Isso traduz o título enquanto ilustração maior de um
esquema e/ou roteiro dinâmico em um campo de possibilidades formativas intitulado Bahia:
Identidades Territoriais.
1338. Inicialmente, pretende-se que o/a estudante tenha uma leitura de totalidade ao
compreender não somente a concepção, mas os diferentes níveis de ensino da Educação
Básica à Educação Superior e as formas articulada e subsequente de oferta diferenciadas de
cursos de EPT quando de sua matrícula na escola. Com isso, proporciona entender a
possibilidade de escolha, de itinerários contínuos e progressivos em um mesmo eixo/curso
ou distinto, para certificação parcial ou de habilitação profissional. Portanto, ao compreender
a verticalidade dos níveis de ensino e diferentes propostas formativas encadeadas em suas
diferentes composições multi e interdisciplinares e de conteúdo transversal, estas indicam
opções formativas previstas na legislação e nos documentos infra legais ao considerar
certificação de saberes e experiências profissionais; reconhecimento parcial da carga horária
do curso de formação inicial e continuada do mesmo eixo tecnológico para àqueles que
estejam matriculados em cursos do Ensino Técnico Profissional em suas diferentes formas
de oferta; e, cursos FIC no formato de aperfeiçoamento e especialização em sua
especificidade e/ou similaridade, bem como certificação de saberes e experiências
profissionais para qualificação profissional.
1339. Diante do exposto, a ilustração abaixo do itinerário de Formação Técnica Profissional
Caminhos Formativos – SEC/BA: dos Cursos FIC à Graduação apresenta a ideia de itinerário
contínuo, da qualificação profissional à educação superior, integrando às atividades de
ensino, pesquisa e extensão universitária às experiências significativas e historicamente
construídas pela Rede na integração da EPT à Educação Básica, qual sejam: cursos ofertados
em pactuação com o Ministério da Educação em programas federais; programas de renda e
emprego, projetos de tecnologia social, educação do campo integrada à EPT na perspectiva
da Pedagogia da Alternância; Atividades Culturais; Programa Ciência na Escola; Projeto Escola
Fazenda; Fábrica-Escola; Projetos de Salas Ambiente de EPT; Escritórios Criativos; Espaço
Maker, entre outros.
1340. No entanto, demonstra que o conjunto das experiências e atividades desenvolvidas na
Formação do Ensino Técnico Profissional também possuem articulação em parcerias com os
movimentos sociais, o setor produtivo, as universidades públicas e privadas, os institutos
federais, o Sistema “S”, as secretarias municipais de educação por meio do regime de
colaboração, as unidades escolares de formação técnica profissional, entre outros.
1341. O itinerário de Formação Técnica Profissional integrado à Educação Básica compreende
três possibilidades: a) a oferta integrada; b) a oferta integrada multidisciplinar; c) a oferta
integrada em parceria.
1342. A oferta integrada compreende cursos de formação inicial e continuada (FIC) em
unidades escolares que demandam à SUPROT/SEC a criação dos itinerários e respectivas
turmas onde há oferta de EPT consolidada na Rede, ou seja, ensino médio regular; educação
integral; EPT em tempo integral; complexos educacionais; pedagogia da alternância; e as
demais modalidades de ensino compreendendo/a estudantes matriculados na mesma escola
(CETEP, CEEP, Complexos Educacionais e Unidades Compartilhadas).
1343. Entende-se por oferta integrada multidisciplinar a criação de cursos FIC em unidades
escolares que demandam à SUPROT/SEC os itinerários de Formação Técnica Profissional
considerando-se modelo híbrido na composição das turmas, no contra turno e/outra
disposição de temporalidade e local que não seja a escola de origem, possibilitando ao/a
estudante de modo eletivo migrar de um ambiente escolar a outro, na mesma cidade ou
entorno, quando presencial, e/ou, excepcionalmente, em atividade semipresencial para a
realização da qualificação profissional conforme aprovação do projeto político pedagógico
de curso (PPC), considerando-se turmas mistas onde há oferta de EPT consolidada na Rede,
ou seja, ensino médio regular; educação integral; EPT em tempo integral; complexos
educacionais; pedagogia da alternância; PROEJA e EJA e nas demais modalidades de ensino.
1344. Considera-se oferta integrada em parceria, instituições ou organizações que mediante
termo de parceria e/ou convênio com uma unidade escolar de EPT da Rede demandam da
SUPROT/SEC os itinerários de Formação Técnica Profissional para criação de cursos FIC para
oferta esporádica na instituição de destino (parceira): setor produtivo e o Sistema “S”;
instituições públicas e privadas de EPT; movimentos sociais e secretarias municipais de
educação.

1345. É mister salientar que para a criação do itinerário de Formação Técnica Profissional a
unidade escolar solicita autorização da oferta à SUPROT/SEC, no intuito de avaliar as
condições de infraestrutura, provimento de professores, laboratórios, equipamentos,
insumos e demais condições necessárias para autorização de curso FIC, bem como o
processo paulatino de implantação dos itinerários na Rede de acordo com a integralização
dos cursos Técnicos e expansão da EPT no estado da Bahia. Desse modo, a tabela abaixo
apresenta um demonstrativo ou exemplificação do Eixo de Turismo, Hospitalidade e Lazer,
compreendendo o Curso de Cozinha ofertado na Rede com base no CNCT, em vários
municípios, em convergência com as opções de cursos FIC contempladas no Guia Pronatec
de Cursos FIC, no intuito de correlacionar a distribuição da carga horária, a disposição dos
módulos, o perfil profissional pretendido e a organização didática para a oferta.
1346. Por fim, segue tabelas de cada eixo tecnológico de cursos de EPT ofertados pela
Rede como referencial baseado no CNCT (Resolução CNE/CES n.º 02/2020) e Guia
Pronatec de Cursos FIC (Portaria MEC n.º 12/2016) no intuito de se averiguar
aproximações dos cursos técnicos ofertados na Rede, correspondente ao eixo
tecnológico na correlação com os cursos FIC pretendidos e, respectiva organização
didático-pedagógica, no intuito de servir de subsídio para que o coletivo
docente/pedagógico das unidades escolares possa ter por referência, cursos
compatíveis para oferta FIC do itinerário, bem como a construção dos módulos e planos
de ensino de modo participativo que atenda às necessidades dos Territórios de
Identidade.
1347. TABELA 4: DESCRIÇÃO DO EIXO TECNOLÓGICO CONFORME CATÁLOGO NACIONAL DE CURSOS TÉCNICOS.
DESCRIÇÃO DO EIXO TECNOLÓGICO OFERTADO PELA REDE
O eixo tecnológico de AMBIENTE E SAÚDE compreende tecnologias associadas à melhoria da qualidade de vida, à preservação e utilização da natureza,
desenvolvimento e inovação do aparato tecnológico de suporte e atenção à saúde. Abrange ações de proteção e preservação dos seres vivos e dos
recursos ambientais, da segurança de pessoas e comunidades, do controle e avaliação de risco, programas de educação ambiental.
O eixo tecnológico de SEGURANÇA compreende tecnologias relacionadas à infraestrutura e aos processos de prevenção e proteção de indivíduos e
patrimônio. Abrange segurança pública, segurança privada, defesa social e civil e segurança do trabalho.
O eixo tecnológico de CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS compreende tecnologias associadas à infraestrutura e processos mecânicos, elétricos e
eletroeletrônicos, em atividades produtivas. Abrange proposição, instalação, operação, controle, intervenção, manutenção, avaliação e otimização de
múltiplas variáveis em processos, contínuos ou discretos
O eixo tecnológico de GESTÃO E NEGÓCIOS compreende tecnologias associadas a instrumentos, técnicas, estratégias e mecanismos de gestão.
Abrange planejamento, avaliação e gestão de pessoas e de processos referentes a negócios e serviços presentes em organizações e instituições
públicas ou privadas, de todos os portes e ramos de atuação; busca da qualidade, produtividade e competitividade; utilização de tecnologias
organizacionais; comercialização de produtos; e estratégias de marketing, logística e finanças.
O eixo tecnológico de INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO compreende tecnologias relacionadas a infraestrutura e processos de comunicação e
processamento de dados e informações. Abrange concepção, desenvolvimento, implantação, operação, avaliação e manutenção de sistemas e
tecnologias relacionadas à informática e às telecomunicações; especificação de componentes ou equipamentos; suporte técnico; procedimentos de
instalação e configuração; realização de testes e medições; utilização de protocolos e arquitetura de redes; identificação de meios físicos e padrões
de comunicação; desenvolvimento de sistemas informatizados; e tecnologias de comutação, transmissão e recepção de dados. Identificação de meios
físicos e padrões de comunicação; desenvolvimento de sistemas informatizados; e tecnologias de comutação, transmissão e recepção de dados.
Identificação de meios físicos e padrões de comunicação; desenvolvimento de sistemas informatizados; e tecnologias de comutação, transmissão e
recepção de dados.
O eixo tecnológico de INFRAESTRUTURA compreende tecnologias relacionadas à construção civil e ao transporte. Abrange planejamento, operação,
manutenção, proposição e gerenciamento de soluções tecnológicas para obras civis, topografia, geotécnica, hidráulica, recursos hídricos, saneamento,
transporte de pessoas e bens e controle de trânsito e tráfego.
O eixo tecnológico de PRODUÇÃO ALIMENTÍCIA compreende tecnologias relacionadas ao beneficiamento e à industrialização de alimentos e de
bebidas. Abrange planejamento, operação, implantação e gerenciamento de processos físicos, químicos e biológicos de elaboração ou industrialização
de produtos de origem vegetal e animal; aquisição e otimização de máquinas e implementos; análise sensorial; controle de insumos e produtos;
controle fitossanitário; distribuição e comercialização.
O eixo tecnológico de PRODUÇÃO CULTURAL E DESIGN compreende tecnologias relacionadas a representações, linguagens, códigos e projetos de
produtos, mobilizadas de forma articulada às diferentes propostas comunicativas aplicadas. Abrange criação, desenvolvimento, produção, edição,
difusão, conservação e gerenciamento de bens culturais e materiais, ideias e entretenimento aplicados em multimeios, objetos artísticos, rádio,
televisão, cinema, teatro, ateliês, editoras, vídeo, fotografia, publicidade e projetos de produtos industriais.
O eixo tecnológico de RECURSOS NATURAIS compreende tecnologias relacionadas a extração e produção animal, vegetal, mineral, aquícola e
pesqueira. Abrange prospecção, avaliação técnica e econômica, planejamento, extração, cultivo e produção de recursos naturais e utilização de
tecnologias de máquinas e implementos.
O eixo tecnológico de PRODUÇÃO INDUSTRIAL compreende tecnologias relacionadas a sistemas de produção, técnicas e tecnologias de processos
físico-químicos e relacionados à transformação de matéria-prima e substâncias, integrantes de linhas de produção. Abrange planejamento, instalação,
operação, controle e gerenciamento de tecnologias industriais; programação e controle da produção; operação do processo; gestão da qualidade;
controle de insumos; e aplicação de métodos e rotinas.
O eixo tecnológico de TURISMO, HOSPITALIDADE E LAZER compreende tecnologias relacionadas aos processos de recepção, viagens, eventos,
gastronomia, serviços de alimentação e bebidas, entretenimento e interação. Abrange planejamento, organização, operação e avaliação de produtos
e serviços inerentes ao turismo, hospitalidade e lazer, integradas ao contexto das relações humanas em diferentes espaços geográficos e dimensões
socioculturais, econômicas e ambientais.
Fonte: MEC/SETEC. Texto adaptado do CNCT.
1348. TABELA 5: PERFIL PROFISSIONAL DOS CURSOS TÉCNICOS OFERTADOS PELA REDE EM ADERÊNCIA AO ITINERÁRIO DE CURSOS FIC
COMO BASE DE REFERÊNCIA À FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL DO EIXO DE AMBIENTE E SAÚDE.

EIXO TECNOLÓGICO DE AMBIENTE E SAÚDE

CURSO FIC REF.


CURSO TÉCNICO OFERTADO
GUIA PRONATEC PERFIL PROFISSIONAL C.H. MÍNIMA
PELA REDE REF. CNCT
CURSOS FIC
Promove a saúde e a prevenção de agravos. Desenvolve atividades junto às
Curso Técnico em Análises
famílias e à comunidade. Mobiliza as famílias para a vida organizativa, para
Clínicas
a resolução de problemas identificados, para a conquista da saúde e para a
Agente Comunitário
autonomia dos sujeitos sociais. Colabora na identificação do perfil 400 horas
Curso Técnico em em Saúde
epidemiológico da área adstrita. Mobiliza estratégias de promoção da
Enfermagem
saúde. Medeia a formação de vínculo entre a comunidade e as equipes de
saúde e outras esferas da organização da vida social.
Curso Técnico em Farmácia
Realiza a vigilância, a prevenção, o controle de doenças e a promoção da
Agente de Combate
saúde, em conformidade com as diretrizes do SUS e sob a supervisão do 240 horas
Curso Técnico em Gerência às endemias
órgão gestor. Zela pela manutenção da saúde coletiva.
em Saúde
Comercializa e realiza a dispensação de medicamentos e correlatos.
Interpreta receitas prescritas pelo médico ou dentista e presta os devidos
Curso Técnico em Nutrição e
Balconista esclarecimentos no que se refere ao uso correto dos medicamentos. Auxilia
Dietética 240 horas
de Farmácia na organização do estabelecimento farmacêutico, no controle de estoques
e no armazenamento de medicamentos. Trabalha sob a supervisão do
Curso Técnico em Saúde Bucal
profissional farmacêutico.
Contribui para a autonomia e melhoria de qualidade de vida do idoso. Zela
Curso Técnico em Agente pela integridade física do idoso. Cuida da higiene, do conforto e da
Cuidador de Idoso 160 horas
Comunitário de Saúde alimentação do idoso. Observa possíveis alterações no estado geral do
idoso.
Realiza a limpeza e desinfecção dos ambientes de saúde. Evita a
Higienista de disseminação de infecções. Aplica as normas de biossegurança ao manuseio
240 horas
Serviços de Saúde de produtos químicos e materiais biológicos. Realiza limpeza terminal e
concorrente. Considera a classificação de áreas nos ambientes de saúde.
Recepciona e atende clientes, pacientes, usuários e visitantes. Organiza e
Recepcionista em
opera sistemas de documentação de convênios. Facilita o acesso às 240 horas
Serviços de Saúde
consultas, exames, admissão e alta hospitalar
Exerce atividades junto ao Serviço de Nutrição e Dietética, em instituições
Atendente de
de saúde, comerciais e educacionais. Realiza o processo produtivo da dieta. 240 horas
Nutrição e Dietética
Distribui refeições aos pacientes, acompanhantes e funcionários
Participa de programas de prevenção das doenças bucais. Auxilia em
Auxiliar de Saúde intervenções clínicas odontológicas, na organização do consultório e da
300 horas
Bucal agenda de pacientes, no controle de estoques e na manutenção dos
instrumentais e equipamentos odontológicos.
Auxilia o técnico com pesagem e manipulação de fórmulas farmacêuticas
Auxiliar de Farmácia
sólidas, semissólidas e líquidas. Controla estoque de matérias-primas e 240 horas
e Manipulação
embalagens. Auxilia na esterilização e sanitização de embalagens.
Auxilia a implantação de ações socioambientais coletivas para resolução de
problemas em ambientes naturais, urbanos e rurais. Realiza a mediação
Agente entre os cidadãos e os diversos segmentos da sociedade no planejamento e
de Desenvolvimento na implementação de projetos socioambientais. Identifica situações- 160 horas
Socioambiental problema e propõe soluções. Estimula a reflexão sobre os riscos e
vulnerabilidades socioambientais e fomenta a busca por soluções
pertinentes ao contexto de atuação
Compreende o impacto social e ambiental dos resíduos sólidos. Auxilia
atividades operacionais para a gestão de resíduos sólidos. Executa serviços
no âmbito da gestão de resíduos sólidos, com foco na redução, reutilização
Agente de Gestão e reciclagem. Planeja e realiza inspeções e campanhas de conscientização,
240 horas
de Resíduos Sólidos para orientar adequadamente a gestão dos Resíduos Sólidos. Auxilia a
Curso Técnico em Meio
realização de parcerias com empresas para a coleta dos resíduos recicláveis.
Ambiente
Difunde a preservação ambiental e propaga a cultura ambiental e ações
voltadas aos cuidados com os resíduos sólidos.
Auxilia o cadastramento da propriedade rural no sistema de cadastro
Agente de
ambiental rural (SiCAR) e avalia o passivo ambiental da propriedade.
Regularização 160 horas
Identifica o passível ambiental da propriedade e auxilia na aplicação de
Ambiental Rural
técnicas de recuperação florestal.
Auxilia o cadastramento da propriedade rural no sistema de cadastro
Auxiliar de
ambiental rural (SiCAR) e avalia o passivo ambiental da propriedade.
Fiscalização 160 horas
Identifica o passível ambiental da propriedade e auxilia na aplicação de
Ambiental
técnicas de recuperação florestal.
Auxiliar de Auxilia na execução de procedimentos básicos de georeferenciamento e
160 horas
Geoprocessamento edição de arquivos vetoriais e mapas para uso no planejamento ambiental
1349. TABELA 6: PERFIL PROFISSIONAL DOS CURSOS TÉCNICOS OFERTADOS PELA REDE EM ADERÊNCIA AO ITINERÁRIO DE CURSOS FIC
COMO BASE DE REFERÊNCIA À FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL DO EIXO DE GESTÃO E NEGÓCIOS.

EIXO TECNOLÓGICO DE AMBIENTE E SAÚDE

CURSO FIC REF.


CURSO TÉCNICO OFERTADO
GUIA PRONATEC PERFIL PROFISSIONAL C.H. MÍNIMA
PELA REDE REF. CNCT
CURSOS FIC
Programa e controla o recebimento de materiais mediante documentação
Curso Técnico em
fiscal do inventário físico. Armazena materiais e mantém atualizados os
Administração
Almoxarife registros de localização no almoxarifado de acordo com as normas e 160 horas
procedimentos técnicos de qualidade, segurança, higiene e saúde. utiliza
Curso Técnico em normas e procedimentos técnicos de qualidade, segurança, higiene e saúde.
Contabilidade
Executa processos administrativos e atividades de apoio em recursos
Assistente humanos, finanças, produção, logística e vendas. Atende fornecedores e
160 horas
Administrativo clientes. Fornece e recebe informações sobre produtos e serviços. Trata
Curso Técnico em Finanças documentos variados

Executa, codifica e classifica históricos e escriturações contábeis. Realiza


Curso Técnico em Logística conciliações contábeis, pagamentos, conferência de livros fiscais e
Assistente declarações fiscais. Elabora balancetes, balanços e demonstrativos
160 horas
contábeis, folha de pagamento e rescisões. Controla planos de contas,
Curso Técnico em Recursos de Contabilidade
calcula custos de ativos, encargos trabalhistas, sociais e previdenciários,
Humanos
tributos, taxas, encargos e impostos e apura resultados financeiros
Assistente Organizam e gera documentos de faturamento, auxiliam no preenchimento
Curso Técnico em Secretariado de guias de recolhimento junto a órgãos do governo. Emitem notas de venda 160 horas
de Faturamento e de transferência entre outras e realizam o arquivo de documentos.

Curso Técnico em Serviços Auxilia na aplicação de procedimentos de logística, recebimento,


Jurídicos Assistente armazenagem, movimentação, expedição e distribuição de materiais e
160 horas
produtos. Colabora no controle das operações logísticas na perspectiva da
de Logística
multimodalidade
Curso Técnico em Serviços
Públicos Executa rotinas de processos administrativos do setor de Recursos Humanos
de uma empresa. Realiza atividades de apoio ao planejamento, execução,
avaliação e controle dos processos de recrutamento e seleção, treinamento
Assistente de e desenvolvimento, avaliação de desenvolvimento, avaliação de
160 horas
Recursos Humanos desempenho, progressão funcional, cargos, salários e benefícios, jornada de
trabalho, férias e rescisão de contrato. Prepara, organiza, solicita e emite
documentos e processos de acordo com a legislação trabalhista. Organiza
informações cadastrais dos funcionários.

Auxilia no recebimento, registro e demais tarefas necessárias à guarda e


Auxiliar de Arquivo 160 horas
conservação dos documentos, assim como na prestação de informações.

Empreende e identifica características empreendedoras necessárias ao


Microempreendedo sucesso de um pequeno negócio. Desenvolve um modelo de negócios.
160 horas
r Individual Reconhece a importância da cooperação para fortalecimento dos pequenos
negócios. Conhece técnicas de negociação: compra e venda de produtos
(mercados, clientes, fornecedores, concorrentes, preço, planejamento/
prazos, negociação/ produtos), bem como o devido atendimento que se
deve dispensar a clientes. Compreende e utiliza o controle de caixa no dia a
dia empresarial e domina o processo de formação de preços. Conhece os
tributos relacionados aos pequenos negócios e os benefícios a que tem
direito. Gerencia um pequeno negócio: planeja, organiza, controla e avalia
as atividades de gestão de um pequeno negócio, de forma inovadora,
utilizando das tecnologias disponíveis no mundo moderno, potencializando
a sustentabilidade do seu negócio.

Recepciona e atende diferentes públicos, por meio de diversos canais de


comunicação
(telefone, virtual e presencial). Promove a satisfação, a qualidade e a
Recepcionista excelência no atendimento. Presta 160 horas
informações e estabelece fluxos de atendimento, com base nos processos,
produtos e serviços da organização,
de modo a atender com rapidez e eficiência às necessidades do cliente.

Apresenta os produtos e serviços da empresa. Negocia e argumenta a venda.


Prepara mercadorias para venda. Presta serviços ao cliente. Demonstra
Vendedor 160 horas
produtos. Executa a venda e a pós-venda. Expõe mercadorias no ponto de
venda. Registra a entrada e a saída de mercadorias.
1350. TABELA 7: PERFIL PROFISSIONAL DOS CURSOS TÉCNICOS OFERTADOS PELA REDE EM ADERÊNCIA AO ITINERÁRIO DE CURSOS FIC
COMO BASE DE REFERÊNCIA À FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL DO EIXO DE CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS.

EIXO TECNOLÓGICO DE AMBIENTE E SAÚDE

CURSO FIC REF.


CURSO TÉCNICO OFERTADO
GUIA PRONATEC PERFIL PROFISSIONAL C.H. MÍNIMA
PELA REDE REF. CNCT
CURSOS FIC
Curso Técnico Auxiliar
Auxiliar de Biotecnologia 240 horas
em Biotecnologia de Biotecnologia
Executa os processos de ajustagem mecânica com auxílio de instrumentos
de medição.
Ajustador Mecânico Interpreta desenho técnico, respeitando procedimentos e normas técnicas 160 horas
de qualidade, segurança, meio
Curso Técnico
ambiente e saúde
em Eletrotécnica
Elabora e detalha desenhos de peças e de conjuntos mecânicos, utilizando
Desenhista
instrumentos e software de CAD (desenho assistido por computador), 160 horas
Mecânico
seguindo normas técnicas.
Curso Técnico Realiza a desmontagem, reparação e montagem em instalações elétricas e
em Eletromecânica Eletricista de equipamentos auxiliares de veículos automotores. Instala sistemas e
200 horas
Automóveis componentes eletroeletrônicos em veículo, interpretando esquemas.
Curso Técnico em Mecânica Diagnostica defeitos eletroeletrônicos.
Executa montagem, diagnóstico e manutenção em instalações elétricas
Curso Técnico em Mecatrônica industriais de baixa tensão e circuitos elétricos de máquinas e
Eletricista Industrial equipamentos. Interpreta e monta diagramas elétricos de baixa tensão dos 200 horas
Técnico em Manutenção quadros de medição, distribuição, comando, sistema de aterramento e de
Automotiva proteção contra descargas atmosféricas.
Eletricista Instalador
Analisa, quantifica e realiza instalação, reparação e manutenção elétrica
Predial de Baixa 160 horas
predial de baixa tensão e equipamentos de segurança e comunicação.
Tensão
Eletromecânico de Realiza manutenção preventiva e corretiva em sistemas elétricos e
360 horas
Automóveis mecânicos de veículos. Interpreta esquemas e utiliza ferramentas.
Instalar e executar serviços de manutenção corretiva em tubulações
industriais e seus acessórios, interpreta desenhos, considerando os
Encanador Industrial 160 horas
procedimentos técnicos, de qualidade, de saúde e segurança e de meio
ambiente.
Eletricista de Analisa, quantifica e realiza instalação, reparação e manutenção elétrica de
Técnico em Sistemas de
Sistemas de sistemas de geração de energia residencial e comercial através de painéis 200 horas
Energia Renovável
Energias Renováveis solares fotovoltaicos e/ou pequenos aero geradores

1351. TABELA 8: PERFIL PROFISSIONAL DOS CURSOS TÉCNICOS OFERTADOS PELA REDE EM ADERÊNCIA AO ITINERÁRIO DE CURSOS FIC
COMO BASE DE REFERÊNCIA À FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL DO EIXO DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO.

EIXO TECNOLÓGICO DE AMBIENTE E SAÚDE


CURSO FIC REF.
CURSO TÉCNICO OFERTADO
GUIA PRONATEC PERFIL PROFISSIONAL C.H. MÍNIMA
PELA REDE REF. CNCT
CURSOS FIC
Implementa, administra, instala e realiza manutenção em servidores de banco
Administrador de
de dados. Documenta todas as etapas do processo. Gerencia o sistema de 200 horas
Curso Técnico em Banco de Dados
banco de dados e o acesso às informações.
Computação Gráfica
Agente de Orienta usuários dos telecentros para o uso democrático e gratuito das
Inclusão Digital tecnologias de informação e comunicação (TIC), dos serviços de governo 200 horas
Curso Técnico em Informática
em Centros eletrônico e facilita a produção de conhecimento com o uso das TIC. Capacita
Públicos de o usuário a manusear as ferramentas de pesquisa e nos processos de
Curso Técnico em Acesso à Internet participação em redes sociais para o desenvolvimento econômico, social,
Manutenção e Suporte em pessoal e da cidadania. Informa sobre as normas e políticas de segurança da
Informática informação e respeito à propriedade intelectual.
Realiza a concepção e o desenvolvimento de softwares voltados para o uso
Curso Técnico em Redes de em dispositivos digitais. Desenvolve aplicações. Determina interface gráfica,
Desenvolvedor de
Computadores critérios ergonômicos de navegação, montagem da estrutura de banco de
Aplicativos para 240 horas
dados e codificação de programas. Seleciona metodologias de
Mídias Digitais
desenvolvimento de sistemas, linguagem de programação e ferramentas de
desenvolvimento.
Desenvolvedor de Desenvolve e realiza a manutenção de jogos eletrônicos utilizando recursos
240 horas
Jogos Eletrônicos multimídias e ferramentas de desenvolvimento.
Instalador e
Reparador de Realiza manutenção e instalação em infraestrutura física, sistemas
200 horas
Redes de operacionais, aplicativos e equipamentos ativos de rede de computadores.
Computadores
Montador e Realiza manutenção em computadores. Documenta, monta, instala, repara e
Reparador de configura computadores e dispositivos de hardware (periféricos). Identifica, 160 horas
Computadores Instala e configura sistemas operacionais e software aplicativos.

Programador Realiza a manutenção e programação de sistemas computacionais podendo


200 horas
de Sistemas utilizar banco de dados. Documenta as etapas do processo.
Desenvolve e mantém projetos para a web. Utiliza linguagens de
programação, banco de dados e recursos para a segurança da informação.
Programador Web 200 horas
Utiliza recursos de imagens, vídeos, animações, linguagens de marcação e
folha de estilo para desenvolvimento web.
Curso Técnico Instala, repara e testa cabos em redes de sistema de telecomunicações.
Cabista de 240 horas
em Telecomunicações Realiza manutenção
Sistema de preventiva e corretiva. Aplica conceitos de comutação, telefonia e
Telecomunicações transmissão de dados
Instalador e
Efetua testes de aceitação e qualificação em redes de telefonia. Utiliza
Reparador de
equipamentos específicos. Realiza implantação e manutenção de sistemas de
Equipamentos de 160 horas
comutação, centrais telefônicas públicas e PABX. Efetua testes de aceitação e
Transmissão em
qualificação em redes de telefonia.
Telefonia
Instalador e
Realiza implantação e manutenção de sistemas de telefonia fixa e móvel,
Reparador de
comunicação de dados e sistemas irradiantes. Efetua testes de aceitação e 160 horas
Linhas de
qualificação em redes de transmissão. Utiliza equipamentos específicos
Telecomunicação

1352. TABELA 9: PERFIL PROFISSIONAL DOS CURSOS TÉCNICOS OFERTADOS PELA REDE EM ADERÊNCIA AO ITINERÁRIO DE CURSOS FIC
COMO BASE DE REFERÊNCIA À FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL DO EIXO DE INFRAESTRUTURA

EIXO TECNOLÓGICO DE AMBIENTE E SAÚDE


CURSO FIC REF.
CURSO TÉCNICO OFERTADO
GUIA PRONATEC PERFIL PROFISSIONAL C.H. MÍNIMA
PELA REDE REF. CNCT
CURSOS FIC
Auxilia na representação gráfica de projetos de arquitetura e engenharia civil
Cadista para a
Curso Técnico em Desenho de utilizando software para representação em duas e três dimensões e 160 horas
Construção Civil
Construção Civil tratamento realístico de imagem.
Confecciona, monta e desmonta formas e escoramentos para estruturas de
Curso Técnico em Edificações Carpinteiro de concreto armado e estruturas auxiliares. Auxilia na organização de serviços
200 horas
Obras de implantação e desmobilização de
canteiros de obras
Representa graficamente desenhos de arquitetura e engenharia civil. Analisa
solicitações de desenhos. Interpreta documentos de apoio (plantas, projetos,
Desenhista da
catálogos, croquis e normas). Observa características técnicas de desenhos. 160 horas
Construção Civil
Esboça desenhos. Define formatos e escalas, sistemas de representação e
prioridades de desenhos. Desenha detalhes de projetos
Elabora desenhos topográficos para aplicação em arquitetura e engenharia
utilizando softwares gráficos. Analisa solicitações de desenhos. Interpreta
Desenhista de
documentos de apoio (plantas, projetos, catálogos, croquis e normas). 160 horas
Topografia
Define formatos, escalas e sistemas de representação de acordo com normas
técnicas. Desenha detalhes.
Executa trabalhos de construção, reforma e manutenção hidráulica de água
fria e quente, de esgoto e de combate a incêndio em obras civis.
Encanador Operacionaliza projetos de instalações de tubulações. Define traçados.
200 horas
Instalador Predial Dimensiona tubulações. Prepara locais para instalações. Realiza pré-
montagem e instalam tubulações. Realiza testes operacionais de pressão de
fluidos e testes de estanqueidade.
Coordena, supervisiona e orienta equipes de trabalho em canteiros de obras.
Controla padrões produtivos e de qualidade. Acompanha e orienta o
cumprimento das normas de segurança do trabalho e do cronograma físico
da obra. Interpreta, analisa e discute detalhes do projeto a ser executado e
instruções técnicas/procedimentos. Participa na solução de problemas, na
Mestre de Obras 300 horas
instalação do canteiro de obras, definição dos equipamentos e instrumentos
necessários à realização do trabalho, locais para estoques, redução dos
desperdícios e destinação correta dos resíduos. Solicita materiais, zela pela
limpeza, organização, manutenção do canteiro e controle do processo de
produção.
Executa trabalhos de construção, reforma e manutenção de alvenaria de
Pedreiro de
tijolos, blocos e concreto, contrapisos, revestimentos de pisos e paredes em 200 horas
Alvenaria
geral. Monta painéis de alvenaria pré-fabricados ou convencionais.
Analisa e prepara superfícies internas e externas de edificações a serem
pintadas e combina materiais. Distingue materiais para cada tipo de
Pintor de Obras
superfície a ser pintada. Calcula quantidade de materiais e equipamentos a 180 horas
Imobiliárias
serem utilizados. Aplica tintas e materiais em superfícies. Realiza pinturas
externas e internas em superfícies de edificações.

1353. TABELA 10: PERFIL PROFISSIONAL DOS CURSOS TÉCNICOS OFERTADOS PELA REDE EM ADERÊNCIA AO ITINERÁRIO DE CURSOS FIC
COMO BASE DE REFERÊNCIA À FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL DO EIXO DE PRODUÇÃO ALIMENTÍCIA.

EIXO TECNOLÓGICO DE AMBIENTE E SAÚDE


CURSO FIC REF.
CURSO TÉCNICO OFERTADO
GUIA PRONATEC PERFIL PROFISSIONAL C.H. MÍNIMA
PELA REDE REF. CNCT
CURSOS FIC
Realiza higienização, cortes, porcionamento, congelamento, armazenamento
e conservação adequada de alimentos. Realiza preparações da cozinha
Cozinheiro
industrial com matérias primas de origem animal e vegetal. Zela pelas 360 horas
Curso Técnico em Alimentos Industrial
condições de segurança no local de trabalho. Segue o cardápio estabelecido.
Segue os princípios das boas práticas de manipulação de alimentos.
Curso Técnico em
Executa o abate e processamento de pescado (peixes, moluscos, crustáceos,
Agroindústria
Operador de anfíbios,
Processamento de entre outros). Realiza a limpeza, evisceração, cortes, porcionamento, 400 horas
Pescado embalagem e armazenamento. Executa processos de elaboração de salgados,
defumados, embutidos, enlatados, formados, fermentados, entre outros.
Segue os princípios das boas práticas de fabricação de alimentos e zela pelas
condições de segurança no local de trabalho
Operador de Opera os processos de produção de carnes e derivados de bovinos, bubalinos,
Processos de ovinos,
390 horas
Produção de caprinos, suínos e aves. Segue os princípios das boas práticas de fabricação e
Carnes e Derivados zela pelas condições de segurança no local de trabalho
Prepara doces, conservas, compotas e geleias de frutas regionais e
Preparador de
comerciais. Segue os princípios das boas práticas de fabricação de alimentos 200 horas
Doces e Conservas
e zela pelas condições de segurança no local de trabalho
Realiza preparo para o processamento de pescado em suas diversas etapas,
Preparador de através de conhecimentos adquiridos na conservação e no controle de 200 horas
Pescado qualidade das matérias-primas e insumos, trabalhando de acordo com as
normas técnicas, de segurança, higiene e saúde do trabalho.
Elabora bebidas não alcoólicas. Aplica técnicas de conservação de matérias-
Produtor de primas,
Bebidas não produtos em elaboração e de produtos prontos. Segue os princípios das boas 200 horas
alcoólicas práticas de fabricação de bebidas não alcoólicas e zela pelas condições de
segurança no local de trabalho.
Recebe e seleciona a matéria prima, beneficia o leite. Executa processos de
industrialização do leite e dos derivados (queijos, requeijão, bebidas
Produtor de
fermentadas e lácteas, iogurte, creme de leite, manteiga, doce de leite, entre 200 horas
Derivados do Leite
outros). Segue os princípios das boas práticas de fabricação de alimentos e
zela pelas condições de segurança no local de trabalho.
Recebe a matéria prima, analisa os padrões de qualidade do leite, processa
para a industrialização do doce de leite (de corte e pastoso) e utiliza
Produtor de Doce
equipamentos específicos. Segue os princípios das boas práticas de 160 horas
de Leite
fabricação de alimentos e zela pelas condições de segurança no local de
trabalho.
Organiza as instalações e utensílios, opera equipamentos. Transforma a
Produtor de matéria prima para a fabricação de embutidos. Realiza a moagem da carne,
Embutidos e a formulação, o embutimento e a maturação. Elabora produtos embutidos e 160 horas
Defumados defumados. Segue os princípios das boas práticas de fabricação e zela pelas
condições de segurança no local de trabalho.
Executa o beneficiamento e processamento de frutas e hortaliças. Segue os
Operador de
princípios
Processamento de 270 horas
das boas práticas de fabricação de alimentos e zela pelas condições de
Frutas e Hortaliças
segurança no local de trabalho.
Elabora produtos de confeitaria, por meio do preparo de massas, coberturas
e recheios.
Contribui no controle de qualidade das matérias primas e dos produtos
finalizados. Prepara, monta e finaliza produtos. Realiza a preparação de
Confeiteiro 200 horas
geleias, massas diversas, cremes, caldas, glacês, merengues, chocolates,
caramelos e sobremesas. Executa a mise-en-place, segue os princípios das
boas práticas de manipulação de alimentos e zela pelas condições de
Curso Técnico em Panificação
segurança no local de trabalho.
Elabora produtos de panificação como pães, biscoitos e bolos simples.
Domina técnicas de fermentação de massas, forneamento e as proporções
Padeiro de pré-misturas. Confecciona pães artesanais. Realiza o controle de 200 horas
qualidade dos produtos. Aplica os princípios das boas práticas de
manipulação de alimentos e zela pelas condições de segurança no local de
trabalho.
1354. TABELA 11: PERFIL PROFISSIONAL DOS CURSOS TÉCNICOS OFERTADOS PELA REDE EM ADERÊNCIA AO ITINERÁRIO DE CURSOS FIC
COMO BASE DE REFERÊNCIA À FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL DO EIXO DE PRODUÇÃO CULTURAL E DESIGN.

EIXO TECNOLÓGICO DE AMBIENTE E SAÚDE


CURSO FIC REF.
CURSO TÉCNICO OFERTADO
GUIA PRONATEC PERFIL PROFISSIONAL C.H. MÍNIMA
PELA REDE REF. CNCT
CURSOS FIC
Rege, ensaia e dirige artisticamente grupos vocais de diferentes naturezas e
Regente de Coral 200 horas
formações.
Curso Técnico em Canto
Curso Técnico em Instrumento
Arquiva, mantém, organiza e cataloga as partituras impressas de pequenas
Musical Arquivista de
e grandes formações musicais. Providencia aquisição de material e incorpora 160 horas
Músicas
material ao acervo. Arquiva e classifica documentos

Assistente de Auxilia a execução, a anotação e o registro dos movimentos das sequências


200 horas
Coreografia coreográficas. Auxilia montagens coreográficas.

Organiza figurinos, acessórios e calçados de acordo com os personagens e


Assistente de
com a ordem das trocas das roupas. Auxilia os artistas na apresentação do 160 horas
Camarim
espetáculo. Realiza pequenos consertos nas peças de vestuário.
Curso Técnico em Dança
Curso Técnico em Teatro Trabalha na pesquisa e auxilia na adaptação e criação de textos cênicos.
Assistente de
Auxilia na elaboração da dramaturgia e partituras corporais para teatro, 200 horas
Dramaturgia
dança e audiovisual.

Recreador Cultural Trabalha na elaboração e realização de atividades culturais. Utiliza recursos 160 horas
da dança, do teatro, da música, do circo e elementos da cultura popular
(bailados, cantigas, máscaras, jogos e brincadeiras tradicionais). Realiza
apresentações com envolvimento entre artistas e público.

Assessora a elaboração, implementação e a execução de projetos culturais,


de espetáculos artísticos, de conteúdos audiovisuais e multimídia. Auxilia na
Assistente de
pré produção, execução e pós produção nas áreas de teatro, dança, circense, 160 horas
Curso Técnico em Figurino Produção Cultural
ópera, música, exposições, cinema, audiovisual, televisão, rádio, eventos e
Cênico mídias digitais

Fomenta a difusão dos saberes culturais locais. Auxilia na organização de


Curso Técnico em Artes Visuais
eventos culturais e na promoção de espaços de divulgação e valorização de
diversidades culturais. Incentiva a geração de renda por meio da
Curso Técnico em Cenografia Agente Cultural comercialização de produtos artesanais produzidos na comunidade. 160 horas
Reconhece o conceito de economia criativa (cooperativismo, associativismo
e economia solidária). Conhece noções básicas de direitos humanos, sociais
e culturais

Executa e transforma objetos cênicos utilizando diferentes técnicas


Aderecista artesanais, materiais e acabamentos de acordo com a necessidade do 200 horas
projeto cenográfico ou de figurino. Compreende representação gráfica

Auxilia a criação e execução de figurinos, acessórios e adereços, para teatro,


cinema, publicidade, dança, manifestações populares, circo e televisão.
Figurinista Colabora com a pesquisa de indumentária (história do vestuário) adequada 160 horas
a composição das personagens. Acompanha os ensaios cênicos. Realiza a
produção de materiais para a confecção dos figurinos.
Prepara, instala e desinstala equipamentos e estruturas cênicas. Organiza o
Assistente de Palco 160 horas
espaço, objetos e adereços cênicos durante o espetáculo.

Auxilia no planejamento de cenários para espetáculos, eventos, vitrines ou


Auxiliar de
produções audiovisuais. Auxilia na construção e montagem de cenários de 160 horas
Cenotecnia
objetos cênicos.

Instala equipamentos e executa a iluminação cênica para teatros, televisão


e demais espaços cênicos e culturais em áreas internas e externas. Traduz
em parâmetros técnicos as expectativas em relação à iluminação desejada.
Realiza a leitura de projetos de roteiros de iluminação. Opera, monta e
Iluminador Cênico 160 horas
desmonta sistemas de iluminação analógicas ou digitais (mesas
controladores, refletores, projetores, dimmers cabeamentos, led, moving
lights, filtros, gobos e demais acessórios de iluminação). Determina as
melhores fonte de luz para cada contexto.

Opera câmeras fotográficas digitais ou analógicas e utiliza a luz para produzir


Curso Técnico em Processos imagens. Registra e edita imagens em preto e branco e/ou coloridas. Revela
Fotográficos Fotógrafo 190 horas
e retoca negativos de filmes. Amplia e retoca cópias. Cria efeitos gráficos em
Curso Técnico em Produção de imagens digitais. Controla, organiza e armazena acervo fotográfico
Áudio e Vídeo
Curso Técnico em Multimídia Desenvolve animações em stop motion de acordo com o roteiro apontado
Animador em Stop
no projeto. Estrutura narrativas de filmes e vídeos. Edita imagens e áudio. 200 horas
Motion
Cria efeitos especiais.

Estrutura narrativas de filmes e vídeos. Edita imagens e áudio. Cria efeitos


Editor de Vídeo 160 horas
especiais. Executa a pós-produção de obras audiovisuais. Opera
equipamentos de videografismo e imagens ao vivo. Controla funções de
Curso Técnico em Design software e utiliza produções básicas, MIDI, USB e LAN e Wi-Fi. Dialoga com
Gráfico novas tecnologias e mídias.

Elaborador de Elabora e interpreta textos para legendagem descritiva para adaptação de


160 horas
Legenda Descritiva obras audiovisuais à fruição de pessoas com deficiência.

Desenhista de
Desenvolve, executa, finaliza e atualiza aplicativos, gráficos, páginas da rede
Produtos Gráficos 160 horas
internacional de computadores. Documenta todas as etapas do processo.
Web

Cria, desenvolve e edita projetos visuais gráficos. Utiliza programas de


Editor de Projeto computação.
160 horas
Visual Gráfico Otimiza aspectos estéticos. Adequa conceitos de expressão e comunicação
sintonizados com o projeto.

Realiza desenhos detalhados de peças e conjuntos do mobiliário. Interpreta


Desenhista de solicitações de desenhos. Elabora desenhos de produtos. Dá acabamento
160 horas
Móveis final em desenhos. Indica características de materiais e acabamentos em
desenhos.

Elabora projeto de móveis em prancheta e por meio da utilização de


Curso Técnico em Design de
softwares específicos (2D e 3D). Considera a aplicação de materiais e
Móveis
formação de preço de venda do produto. Realiza projetos de móveis
Projetista de personalizados e móveis planejados. Elabora, desenvolve, confere,
220 horas
Móveis interpreta e finaliza projetos (em plantas, elevações e 3D). Customiza e
parametriza desenhos. Cria as bibliotecas de produtos da empresa. Presta
atendimento ao cliente. Apresenta projetos a clientes. Executa medições de
obras. Presta suporte a vendedores e montadores
Exerce cuidados básicos de conservação preventiva e compreende diversas
técnicas de conservação de acervos bibliográficos, filmográficos,
Auxiliar de fonográficos, de vestuário, digitais e de outras formas de registros de
Conservação de documentos, objetos, imagens, sons e de outras formas de acervos. Elabora 240 horas
Curso Técnico em Conservação Acervos formatos de acondicionamento e confecciona materiais para
e Restauro acondicionamento para guarda de livros, filmes e outras imagens, roupas,
fitas cassetes e outros meios de gravações sonoras e demais materiais.

Executa processos de restauro e retoque de pintura e acabamento em


Pintor Restaurador 300 horas
móveis, esquadrias e fachadas. Compreende técnicas de pintura e materiais

Cria e executa projetos florais para ornamentação de ambientes, a partir da


consideração do estilo, da harmonia dos arranjos, da tendência e estação do
Curso Técnico em Paisagismo Florista 160 horas
ano, das finalidades de uso das espécies e da conservação de elementos
vegetais
1355. TABELA 12: PERFIL PROFISSIONAL DOS CURSOS TÉCNICOS OFERTADOS PELA REDE EM ADERÊNCIA AO ITINERÁRIO DE CURSOS FIC
COMO BASE DE REFERÊNCIA À FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL DO EIXO DE RECURSOS NATURAIS.

EIXO TECNOLÓGICO DE AMBIENTE E SAÚDE


CURSO FIC REF.
CURSO TÉCNICO OFERTADO
GUIA PRONATEC PERFIL PROFISSIONAL C.H. MÍNIMA
PELA REDE REF. CNCT
CURSOS FIC
Realiza planejamento estratégico, acompanhamento da produção e elabora
Curso Técnico em projetos de intervenção. Realiza abordagem metodológica participativa,
Agroecologia Agente de dialógica e construtivista junto aos diversos públicos. Compreende conceitos
Assistência Técnica de saber empreender projetos que envolvem o desenvolvimento rural 200 horas
e Extensão Rural sustentável e a promoção social. Planeja reuniões e coordena grupos de
Curso Técnico em trabalho em redes cooperativas, associativistas e outros grupos produtivos.
Agropecuária Atende a legislação vigente.

Planeja, implanta e maneja sistemas agroflorestais para a produção


Curso Técnico em Zootecnia consorciada. Maneja e recupera solos degradados. Emprega técnicas de
Agricultor produção de sementes e mudas. Produz alimentos com segurança e
200 horas
Agroflorestal soberania alimentar. Realiza tratos culturais de acordo com as espécies
Curso Técnico em Agronegócio utilizadas e em consonância com as características regionais. Atende a
legislação vigente.

Curso Técnico em Agricultura Atua em propriedades familiares de pequeno e médio porte. Realiza
diagnóstico da propriedade familiar baseado nas ações integradas do
Agricultor Familiar 200 horas
sistema produtivo. Planeja e organiza ações de forma cooperativa. Colhe e
beneficia produtos agropecuários. Correlaciona os sistemas de produção e o
ecossistema. Maneja os recursos naturais de forma sustentável promovendo
a integração lavoura pecuária. Atende a
legislação vigente

Executa com base nas técnicas da produção orgânica, o manejo do solo e das
culturas, a produção de sementes e mudas, o transplante, a colheita,
comercialização e logística de produtos orgânicos. Cultiva e beneficia
Agricultor Orgânico produtos orgânicos com base na legislação vigente e em consonância com 160 horas
as normas certificadoras. Utiliza manejo agroecológico integrado de pragas,
doenças e plantas espontâneas. Opera e regula maquinário e implementos
agrícolas exclusivos para utilização em sistemas orgânicos de produção.

Auxilia no desenvolvimento de ações integradas em sistemas de produção


agropecuária e extrativista. Auxilia na realização de ações de conservação e
Auxiliar de
armazenamento de matéria-prima e de processamento e industrialização de 240 horas
Agroecologia
produtos agroecológicos com base na legislação vigente e em consonância
com as normas certificadoras. Atende a legislação vigente.

Auxiliar de Auxilia no planejamento, execução e acompanhamento da produção e de


200 horas
Agropecuária projetos agropecuários. Atende a legislação vigente.

Desenvolve o cultivo e o manejo sustentável da cultura do cacaueiro.


Emprega técnica para produção de sementes e mudas do cacaueiro. Realiza
o manejo integrado de pragas, doenças e plantas espontâneas. Realiza a
Cacauicultor 160 horas
colheita e pós-colheita de cacau. Opera máquinas e equipamentos
relacionados à produção de cacau. Conhece os parâmetros para obtenção
de cacau de qualidade. Realiza a comercialização do cacau.

Cafeicultor Emprega técnicas para produção de sementes, mudas, preparo do solo e 160 horas
implantação da lavoura cafeeira nas formas tradicional, orgânica ou
agroecológica. Efetua tratos culturais em todos os estágios de
desenvolvimento da cultura. Identifica e promove o Manejo Integrado de
Pragas, doenças e plantas espontâneas. Realiza a colheita e a pós-colheita
em via seca ou úmida. Conhece os procedimentos e os parâmetros para
obtenção de cafés tradicionais e especiais. Opera máquina e implementos
ligados à atividade produtiva.

Maneja a criação de caprinos nos diferentes sistemas de produção. Implanta


sistemas de produção de forragem e os seus processos de conservação, com
a produção de silagens e feno. Projeta e implanta pastagens. Trabalha
reservas estratégicas de água e alimentação para os animais em época de
Caprinocultor necessidade de suplementação. Desempenha o manejo alimentar, mineral e 200 horas
sanitário do rebanho. Controla a reprodução natural e promove a
inseminação artificial. Ordenha e prepara caprinos para exposição e venda.
Controla a qualidade dos produtos derivados. Gerencia o empreendimento
caprícola. Atende a legislação vigente.

Realiza a coleta de sementes e produção de mudas. Prepara o local


adequado para plantio e adubação do dendezeiro. Executa o plantio e os
Dendeicultor tratos culturais. Implanta o Manejo Integrado de Pragas, doenças e plantas 160 horas
espontâneas. Realiza a colheita e a pós-colheita dos frutos. Atende a
legislação vigente.

Identifica espécies e variedades produtivas. Seleciona matrizes e utiliza


técnicas de propagação de sementes e mudas. Define local de produção de
Floricultor 160 horas
flores e plantas ornamentais. Realiza manejo, trato cultural e tratamentos
fitossanitários. Instala e opera sistemas de irrigação. Trabalha técnicas de
construção e manutenção de estruturas para cultivo protegido. Prepara o
solo e os substratos para o plantio e colheita. Planeja e comercializa a
produção. Atende a legislação vigente.

Conhece aspectos relativos a produção de mudas, solos e nutrição vegetal.


Seleciona e demarca área para plantio. Implanta pomares. Realiza tratos
Fruticultor 200 horas
culturais e manejo. Executa atividades relacionadas a irrigação. Executa
atividades de colheita. Atende a legislação vigente.

Produz espécies hortícolas, prepara a área e realiza os tratos culturais por


meio do manejo orgânico. Executa, com base nas técnicas da produção
Horticultor orgânica, o manejo do solo e da água. Planeja a logística e comercialização
160 horas
Orgânico da produção. Implanta o Manejo Integrado de Pragas, doenças e plantas
espontâneas. Atende as exigências de certificação. Atende a legislação
vigente.

Realiza a inseminação artificial de bovinos, suínos, ovinos e caprinos por via


transcervical. Identifica o aparelho reprodutor feminino das espécies.
Conhece técnicas de reprodução através da inseminação artificial
convencional e tempo fixo, in vitro, transferência de embrião e sincronização
Inseminador de cio. Diferencia as fases do ciclo estral dos animais. Detecta cio e
Artificial de determina o momento ideal para inseminar fêmeas. Realiza separação e 160 horas
Animais contenção de animais para inseminação com base no manejo racional e
bem-estar animal. Maneja os equipamentos destinados ao
acondicionamento de sêmen. Realiza o descongelamento de sêmen
criopreservado. Realiza a passagem da pipeta pela cérvix e deposita o sêmen
no alvo. Atende a legislação vigente.
Operador de Auxilia na implantação e operacionalização de sistemas de irrigação.
Sistemas de Identifica as relações com o solo e as culturas vegetais. Opera e realiza 160 horas
Irrigação manutenção dos sistemas de irrigação. Atende a legislação vigente

Maneja de forma sustentável a fertilidade do solo, dos recursos hídricos e


dos recursos naturais. Seleciona, produz e aplica insumos (sementes,
fertilizantes, defensivos, pastagens, concentrados, sal mineral,
medicamentos, vacinas). Desenvolve estratégias para reserva de
alimentação animal e água. Realiza atividades de produção de mudas,
Produtor
transplantio e plantio. Realiza tratos culturais. Realiza colheita e pós-colheita 160 horas
Agropecuário
(armazenamento, beneficiamento e comercialização). Opera máquinas e
equipamentos. Maneja animais por categoria e finalidade (criação,
reprodução, alimentação, sanidade). Comercializa animais. Desenvolve
atividade de gestão rural. Aplica a legislação para produção e
comercialização dos produtos agropecuários.

Planeja, implanta e monitora viveiros. Prepara solo e substratos para plantio.


Seleciona matrizes e utiliza técnicas de propagação de sementes e mudas.
Viveiricultor Realiza manejo e tratamentos fitossanitários. Instala e opera sistemas de 160 horas
irrigação. Trabalha técnicas de construção e manutenção de estruturas para
cultivo protegido. Comercializa a produção. Atende a legislação vigente.

Curso Técnico em Aquicultura Calcula e fornece a alimentação necessária para o sustento de espécies
aquáticas. Monitora e intervém na manutenção dos níveis ideais dos
Aquicultor 160 horas
parâmetros do ambiente de produção nos diferentes cultivos. Realiza
Curso Técnico em Pesca procedimentos de depuração e despesca das espécies cultivadas. Auxilia a
implantação e condução de projetos aquícolas. Auxilia na operação de
equipamentos e métodos qualitativos de análise de água utilizada em
Curso Técnico em Recursos sistemas de cultivo. Atende a legislação vigente.
Pesqueiros
Cria peixes em tanque rede. Realiza manejo, classificação e despesca dos
peixes. Confecciona tanques rede. Calcula e fornece alimentação de acordo
Criador de Peixes com a fase de cultivo. Auxilia na captura dos peixes. Monitora os parâmetros
200 horas
em Tanque Rede físico-químicos da água. Opera e auxilia na manutenção dos equipamentos
no manejo do cultivo de peixes em tanque rede, como barcos e balsas.
Atende a legislação vigente.

Identifica as espécies com potencial para o cultivo. Diferencia e desenvolve


sistemas de cultivo extensivo, semi-intesivo e intensivo. Aplica
procedimentos básicos para reprodução artificial de peixes. Monitora e
Piscicultor interfere nos parâmetros de qualidade de água no ambiente de cultivo. 160 horas
Calcula e fornece alimentação nas diferentes fases de produção. Realiza os
procedimentos de despesca e conservação do produto. Comercializa o
produto
1356. TABELA 13: PERFIL PROFISSIONAL DOS CURSOS TÉCNICOS OFERTADOS PELA REDE EM ADERÊNCIA AO ITINERÁRIO DE CURSOS FIC
COMO BASE DE REFERÊNCIA À FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL DO EIXO DE SEGURANÇA.

EIXO TECNOLÓGICO DE AMBIENTE E SAÚDE


CURSO FIC REF.
CURSO TÉCNICO OFERTADO
GUIA PRONATEC PERFIL PROFISSIONAL C.H. MÍNIMA
PELA REDE REF. CNCT
CURSOS FIC
Desenvolve atividades em áreas confinadas. Acompanha serviços como
Agente de
liberação de entrada e saída de trabalhadores. Reconhece, avalia e controla
Observação de 240 horas
riscos. Manuseia equipamentos e produtos. Realiza medições. Utiliza
Segurança
procedimentos estabelecidos.

Agente de Realiza a prevenção e o controle para minimizar os impactos provocados por


160 horas
Proteção Civil desastres naturais e tecnológicos.

Previne e combate incêndios, de modo a preservar a vida, o patrimônio e o


meio ambiente. Identifica e acondiciona produtos que podem causar riscos à
Curso Técnico em Segurança Bombeiro Civil 210 horas
coletividade. Realiza procedimentos em situações emergenciais em que se
do Trabalho
necessite de primeiros socorros.

Vigia dependências e áreas públicas e privadas. Previne, controla e combate


delitos e irregularidades. Zela pela segurança das pessoas, do patrimônio e
pelo cumprimento das leis e regulamentos. Recepciona e controla a
movimentação de pessoas em áreas de acesso livre e restrito. Fiscaliza
Vigilante 200 horas
pessoas, cargas e patrimônio. Escolta pessoas e mercadorias. Controla
objetos e cargas. Vigia parques e reservas florestais. Combate focos de
incêndio. Vigia presos. Comunica-se via rádio ou telefone. Presta
informações ao público e aos órgãos competentes.
1357. TABELA 14: PERFIL PROFISSIONAL DOS CURSOS TÉCNICOS OFERTADOS PELA REDE EM ADERÊNCIA AO ITINERÁRIO DE CURSOS FIC
COMO BASE DE REFERÊNCIA À FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL DO EIXO DE TURISMO, HOSPITALIDADE E LAZER.

EIXO TECNOLÓGICO DE AMBIENTE E SAÚDE


CURSO FIC REF.
CURSO TÉCNICO OFERTADO
GUIA PRONATEC PERFIL PROFISSIONAL C.H. MÍNIMA
PELA REDE REF. CNCT
CURSOS FIC
Auxilia o cozinheiro no preparo de alimentos e organização da cozinha.
Realiza mise-en-place das produções gastronômicas. Realiza cortes,
porcionamento, congelamento, armazenamento e conservação adequada de
Auxiliar de Cozinha 220 horas
frutas, verduras, carnes, aves, peixes, crustáceos e frutos do mar. Segue os
princípios das boas práticas de manipulação de alimentos e zela pelas
condições de segurança no local de trabalho
Realiza mise-en-place das produções gastronômicas. Executa cortes. Utiliza
Curso Técnico em Gastronomia técnicas de cocção. Prepara, monta e finaliza produções. Elabora fichas
Cozinheiro técnicas de produção. Organiza estoque e a cozinha. Segue os princípios das 400 horas
boas práticas de manipulação de alimentos e zela pelas condições de
segurança no local de trabalho
Prepara, confecciona e acondiciona salgados tradicionais e elaborados,
quentes e frios, fritos, assados e cozidos. Segue os princípios das boas
Salgadeiro 160 horas
práticas de manipulação de alimentos e zela pelas condições de segurança
no local de trabalho.
Realiza o mise-en-place e o preparo de café, bebidas não alcoólicas e lanches
rápidos. Presta atendimento e serve aos clientes. Segue os princípios das
Copeiro 160 horas
boas práticas de manipulação de alimentos e zela pelas condições de
segurança no local de trabalho
Conduz turistas em atividades de turismo de aventura e ecoturismo,
aplicando as Normas Técnicas da ABNT (competências mínimas conforme
ABNT NBR 15285). Informa sobre as atividades disponíveis no atrativo
turístico, bem como suas características específicas (incluindo severidade do
Condutor de
meio). Interpreta aspectos ambientais do atrativo. Contribui com a
Turismo De 240 horas
conservação ambiental e com a minimização dos impactos negativos da
Aventura
visitação turística. Orienta sobre as técnicas das atividades de ecoturismo e
Curso Técnico em Guia de
turismo de aventura. Zela pela integridade física e psicológica dos turistas e
Turismo
da equipe de condutores. Conduz a visitação de forma articulada aos demais
agentes envolvidos na atividade turística.
Curso Técnico em
Conduz visitantes e turistas em sítios e centros históricos existentes na
Hospedagem
destinação turística. Informa e interpreta sobre o acervo histórico,
arquitetônico e cultural, assim como as manifestações artísticas, folclóricas,
Curso Técnico em Eventos Condutor de
populares e gastronômicas locais. Contribui para a valorização e conservação
Turismo em
do patrimônio material e imaterial, com base na legislação pertinente. Aplica 200 horas
Espaços Culturais
e orienta sobre as técnicas e tecnologias para a visita sustentável dos centros
Locais
históricos e culturais. Zela pela integridade física e psicológica dos visitantes
e turistas. Elabora, negocia e executa roteiros de visitação em centros
históricos e culturais. Auxilia o Guia de Turismo
Condutor de Conduz visitantes e turistas em Unidades de Conservação legalmente
200 horas
Turismo em protegidas. Informa e interpreta aspectos ambientais e socioculturais do
Unidades de atrativo. Contribui com a proteção ambiental e auxilia no monitoramento dos
Conservação impactos da visitação. Aplica e orienta sobre as técnicas e tecnologias para a
Ambiental Local manejo sustentável das unidades de conservação. Zela pela integridade física
e psicológica dos visitantes e turistas.
Elabora, negocia e executa roteiros de visitação em ambientes naturais de
forma articulada aos demais agentes envolvidos na atividade turística. Auxilia
o Guia de Turismo.
Informa e orienta sobre atrativos turísticos naturais e culturais e informações
Agente de
inerentes à localidade. Informa e orienta turistas sobre roteiros,
Informações 200 horas
programações, serviços e produtos. Presta informações históricas, culturais
Turísticas
e artísticas locais.
Executa técnicas e tecnologias para limpeza, higienização, arrumação,
vistoria, conservação. Auxilia os hóspedes em relação as suas necessidades.
Camareira em
Zela pela integridade física das unidades habitacionais de hospedagem.
Meios de 200 horas
Controla os produtos e materiais referentes à conservação, higiene e
Hospedagem
limpeza. Registra o consumo e repõe produtos pertencentes ao frigobar.
Contribui para a sustentabilidade ambiental por meio de boas práticas
Atende ao cliente que busca hospedagem, utilizando técnicas e tecnologias
de atendimento e de vendas para melhorar a captação de reservas em meios
Agente de de hospedagem, concretizando a venda. Aplica técnicas de atendimento,
Recepção e qualifica, identifica e aborda o cliente, percebendo seus desejos e a
160 horas
Reservas em Meios potencialidade da venda, respeitando os padrões e as regras definidas pelo
de Hospedagem estabelecimento. Recepciona e acolhe diferentes hóspedes/clientes por
meio de diversos canais de comunicação. Efetua os procedimentos de
recepção, com atenção aos princípios éticos e observância às questões legais,
de modo a promover satisfação e garantir a qualidade e excelência no
atendimento.
Executa as ações planejadas e realiza serviços de apoio técnico e logístico em
Organizador de eventos e cerimônias, públicos e privados, de diversas classificações e
180 horas
Eventos tipologias. Utiliza técnicas e tecnologias de organização, produção,
decoração em conformidade as características do evento.
Apresenta eventos e cerimônias públicas ou privadas, de acordo com a
classificação e tipologia do evento, seguindo o sript do cerimonialista. Utiliza
Mestre de
técnicas e tecnologias de comunicação e informação. Lida com situações 160 horas
Cerimônias
adversas do cerimonial e/ou do evento. Aplica regras protocolares, conforme
legislação pertinente.
Organiza e produz o cerimonial de eventos e cerimônias públicas e/ou
Cerimonialista privadas, de acordo com a classificação e tipologia do evento. Aplica as 160 horas
normas protocolares e de etiqueta social, conforme legislação pertinente.
Recepciona, identifica e acolhe pessoas em eventos em cerimônias públicas
e/ou privadas. Conduz, orienta e fornece informações, utilizando materiais e
Recepcionista de
equipamentos necessários. Utiliza técnicas e tecnologias de comunicação e 160 horas
Eventos
informação. Aplica as boas práticas de hospitalidade nas relações com o
público e a equipe.
Trabalha na elaboração e realização de atividades culturais. Utiliza recursos
da dança, do teatro, da música, do circo e elementos da cultura popular
Recreador Cultural 160 horas
(bailados, cantigas, máscaras, jogos e brincadeiras tradicionais). Realiza
apresentações com envolvimento entre artistas e público
1358. 5.21 EIXOS ESTRUTURANTES DOS CAMINHOS FORMATIVOS
1359. Na Lei n.º 13.415/201754, tem-se como definição que o Itinerário Formativo (IF), é um
como conjunto de situações e atividades educativas que os/as estudantes podem escolher
conforme seu interesse, para aprofundar e ampliar aprendizagens em uma ou mais Áreas de
Conhecimento e/ou na Formação Técnica e Profissional, com carga horária total mínima de
1.200 horas.
1360. Esta Lei desdobra-se em outros dispositivos legais e documentos referenciais, a exemplo
das “Recomendações e Orientações para Elaboração e Arquitetura Curricular dos Itinerários
Formativos”55, buscando explicitar as possibilidades de arquiteturas curriculares
entrelaçados com Eixos Estruturantes definidos pelo Ministério da Educação, explicitados por
meio da Portaria n.º 1.432/2018. Assim, de acordo com esta Lei, na oferta de cada IF deverá
se considerar no mínimo, dois eixos estruturantes selecionados a partir de um escopo de
quatro eixos estruturantes, a saber: Iniciação Científica, Processos Criativos, Mediação e
Intervenção Sociocultural e Empreendedorismo.
1361. Cada eixo estruturante desdobra-se, por sua vez, em um conjunto de habilidades gerais
e habilidades específicas, que, particularmente, quanto à elaboração do IF da formação
técnica e profissional, são apresentadas doze habilidades gerais e doze habilidades
específicas que descrevem os comportamentos a serem alcançados ao final dos estudos
deste Itinerário. Neste documento serão apresentados os detalhamentos de cada eixo, como
também, um quadro com as descrições das habilidades gerais e as específicas, bem como, as
respectivas codificações padronizadas em cada uma delas pelo Ministério da Educação.
1362. 5.22 EIXOS ESTRUTURANTES DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA DA REDE
ESTADUAL DA BAHIA
1363. As Diretrizes Curriculares Referenciais da Bahia (DCRB), da Educação Profissional e
Tecnológica, instituídas pela SEC/SUPROT, consideram como eixos estruturantes para
balizarem as arquiteturas curriculares da Rede Estadual de Educação Profissional da Bahia,
prioritariamente, o empreendedorismo social, a intervenção social, intervenção comunitária
e investigação científica e tecnológica.
1364. 5.22.1 EMPREENDEDORISMO SOCIAL
1365. O eixo estruturante empreendedorismo social ancora-se nos estudos de Paul Singer
(2001) e Bernardo Mançano Fernandes (2007), na defesa de que o “ Estado nacional

54
Lei n. º 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera a Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, (...) e institui a Política de Fomento à Implementação
de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Conversão da Medida Provisória n.º 746, de 2016. Lei do Novo
Ensino Médio.

55
Documento elaborado pela Frente Currículo e Novo Ensino Médio do Conselho Nacional dos Secretários de
Educação (Consed), com o intuito de apoiar as secretarias estaduais de educação na (re) elaboração curricular
e na implementação do Novo Ensino Médio, e apresenta o conjunto de orientações e recomendações para o
desenho da arquitetura curricular e construção dos Itinerários Formativos de Áreas do Conhecimento e de
Formação Técnica e Profissional.
soberano reconhece os setores constituídos pela soberania popular como alternativas e não
os combates” e, em decorrência, surge a necessidade de fomentar o desenvolvimento da
economia solidária, definida como diferentes tipos de “empresas” ou associações voluntárias
com a finalidade de proporcionar a seus associados gestão democrática, participativa e
coletiva, no intuito de assegurar benefícios econômicos. Essas empresas surgem como
reações a carências que o sistema dominante se nega a resolver. A mais importante dessas
carências é, sem dúvida, a própria pobreza, que, via de regra, decorre da falta de
oportunidade de participar do processo de produção social.
1366. Nessa perspectiva, a economia solidária surge como resgate da luta histórica dos/as
trabalhadores/as na defesa contra a exploração do trabalho humano e como alternativa ao
modo capitalista de organizar as relações sociais dos seres humanos, entre si, e, destes, com
a natureza. Compreende-se então que trabalho na perspectiva da economia solidária se
tornam premissas inseparáveis e adquirem centralidade na formação dos jovens e adultos
no Brasil por se tornarem instrumentos de combate à exclusão social. Ambos apresentam
uma alternativa viável de geração de emprego e renda por meio de ações de cooperação,
associativismo, crédito comunitário, entre outras formas coletivas de atuar e produzir a partir
de valores solidários nas relações de produção. Deste modo, a economia solidária é obra dos
movimentos sociais no seu empenho para reapropriar o espaço e o tempo. Por isso, esses
movimentos também podem ser chamados de “movimentos socioterritoriais”.
1367. No tocante ao desenvolvimento dos currículos da educação profissional na Bahia, sob o
eixo empreendedorismo social, a SUPROT orienta que os Projetos Políticos Pedagógicos de
Cursos (PPC) incluam o estudo sobre o Cooperativismo, que necessita envolver, sobretudo,
pesquisas que descrevam seus conceitos, seus objetivos, sua importância no contexto
socioeconômico, como se constituem cooperativas, entre outras possibilidades. Para isso,
os/s professores/es devem orientar os/as estudantes em pesquisa bibliográfica ou
virtual/eletrônica para o alcance dessas respostas e debate em sala, construção de um
referencial teórico consistente e compreensão do tema para alcance dos objetivos
propostos, da metodologia e no projeto construído.

1368. 5.22.2 INTERVENÇÃO SOCIAL


1369. Para o desenvolvimento do eixo estruturante Intervenção Social, a SEC/SUPROT ancora-
se nos estudos de Dagnino (2014), quanto à concepção de Tecnologia Social, como sendo o
resultado da ação de um coletivo de produtores sobre um processo de trabalho que, em
função de um contexto socioeconômico (que engendra a propriedade coletiva dos meios de
produção) e de um acordo social (que legitima o associativismo), os quais ensejam, no
ambiente produtivo, um controle (autogestionário) e uma cooperação (de tipo voluntário e
participativo), permitindo uma modificação no produto gerado passível de ser apropriada
segundo a decisão do coletivo. O conceito de Tecnologia Social (DAGNINO, 2019) vem sendo
ampliado com a concepção de “tecnociência solidária” - que além de incluir as características
da tecnologia social –, a descreve como sendo, a decorrência cognitiva da ação de um coletivo
de produtores sobre um processo de trabalho que provoca uma modificação no produto
gerado cujo resultado material pode ser apropriado segundo a decisão do coletivo
(empreendimento solidário).
1370. É neste sentido que a SEC/SUPROT orienta às escolas que os Projetos Políticos
Pedagógicos de Cursos – PPC incluam nos estudos das atividades de Intervenção Social, a
produção da Tecnologia Social. Para tanto, a elaboração da intervenção social será
desdobrada em etapas, quais sejam: a realização de projetos e atividade de campo, e visitas
técnicas, que se constituem na parte prática da pesquisa a ser realizada, tendo como base as
demandas locais a fim de buscar meios para a sua identificação, ação e tratativa, deixando
como legado não só os resultados, mas a certeza de que podem transformar para melhor a
realidade social. Elas representam o concreto social do mundo do trabalho. Essas atividades,
no projeto, devem estar explicitadas na metodologia, adequando-as à/s temática/as
escolhidas.
1371. Nesse sentido, temos um atendimento aos diferentes sujeitos sociais para os quais se
destina a Educação Profissional, e o por meio de um currículo integrado e articulado é
possível desenvolver práticas nas quais o/a estudante realiza ações de intervenção social, as
quais considera os saberes das diversas áreas do conhecimento.
1372. Deste modo, vale destacar também que, oportunizar ações de intervenção social,
contribui ainda para inserção do jovem no contexto social em sua comunidade, bem como
desenvolve projetos de intervenção que podem potencializar a melhoria da qualidade de vida
através do empreendedorismo social, considerando as vivências individuais e coletivas para
propor as diversas formas de cooperativismo e associativismo respeitando as legislações em
vigor, inclusive a ambiental.
1373. 5.22.3 INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA
1374. A Intervenção Comunitária (IC) é um eixo estruturante cujo objetivo é desenvolver
projetos que promovam mudanças na comunidade do entorno da escola, contribuindo para
o bem-estar das pessoas, por meio da resolução de problemas e desafios que são colocados
na formação técnica, tendo como balizador o desenvolvimento de Tecnologia Social. Neste
sentido, o eixo possibilita parcerias com instituições sem fins lucrativos do terceiro setor e
instituições públicas nas quais os/as estudantes devem realizar uma pesquisa e a partir da
qual gerar como produto uma inovação social. Estas resultam da Intervenção Comunitária e
caracterizam-se por aliar aspectos técnicos a aspectos sociais priorizando atividades
colaborativas e a construção coletiva de soluções para problemas autênticos, garantindo o
respeito às opiniões divergentes e buscando sustentabilidade nas soluções propostas.
1375. 5.22.4 INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA
1376. Investigação Científica e Tecnológica (ICT) é um eixo estruturante que tem por objetivo a
solução de problemas reais, por meio da realização de atividades de investigação e de
desenvolvimento de pesquisa aplicada, incluindo a definição de estratégias e escolha de
alternativas de solução. A identificação de problemas, de diferentes naturezas, que possam
gerar impactos na escola ou no seu entorno e propor soluções de baixo custo, fácil
aplicabilidade e, preferencialmente, com reutilização de materiais simples, descartados,
doados ou descartados pela comunidade. Para isso utiliza-se o método de engenharia e as
metodologias ativas de aprendizagem, além de metodologias de resolução de problemas.
1377. 5.23 EIXOS ESTRUTURANTES DA FORMAÇÃO NAS DIRETRIZES CURRICULARES
NACIONAIS PARA O ENSINO MÉDIO INTEGRADA ARTICULADA À EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
E TECNOLÓGICA
1378. Investigação Científica: este eixo tem como ênfase ampliar a capacidade dos/as
estudantes de investigar a realidade, compreendendo, valorizando e aplicando o
conhecimento sistematizado, por meio da realização de práticas e produções científicas
relativas a uma ou mais Áreas de Conhecimento, à Formação Técnica e Profissional, bem
como as temáticas de seu interesse.
1379. Processos Criativos: busca expandir a capacidade dos/as estudantes de idealizar e
realizar projetos criativos associados a uma ou mais Áreas de Conhecimento, à Formação
Técnica e Profissional, e de acordo com as temáticas de interesse.
1380. Mediação e Intervenção Sociocultural: tem como ênfase ampliar a capacidade dos/as
estudantes de utilizar conhecimentos relacionados a uma ou mais Áreas de Conhecimento, à
Formação Técnica e Profissional, bem como a temas de seu interesse para realizar projetos
que contribuam com a sociedade e o meio ambiente.
1381. Empreendedorismo: prioriza a capacidade dos/as estudantes de mobilizar
conhecimentos de diferentes áreas para empreender projetos pessoais ou produtivos
articulados ao seu projeto de vida.
1382. TABELA 15: HABILIDADES GERAIS E ESPECÍFICAS DOS EIXOS ESTRUTURANTES DOS
CAMINHOS FORMATIVOS ASSOCIADAS ÀS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC.
EIXO FORMAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONAL
ESTRUTURANTE HABILIDADES RELACIONADAS AO PENSAR E FAZER CIENTÍFICO
GERAIS ESPECÍFICAS
(EMIFCG01) Identificar, (EMIFFTP01): Investigar, analisar
selecionar, processar e analisar e resolver problemas do
dados, fatos e evidências com cotidiano pessoal, da escola e do
curiosidade, atenção, criticidade trabalho, considerando dados e
e ética, inclusive utilizando o informações disponíveis em
apoio de tecnologias digitais. diferentes mídias, planejando,
INVESTIGAÇÃO (EMIFCG02) Posicionar-se com desenvolvendo e avaliando as
CIENTÍFICA base em critérios científicos, atividades realizadas,
éticos e estéticos, utilizando compreendendo a proposição de
dados, fatos e evidências para soluções para o problema
respaldar conclusões, opiniões e identificado, a descrição de
argumentos, por meio de proposições lógicas por meio de
afirmações claras, ordenadas, fluxogramas, a aplicação de
coerentes e compreensíveis, variáveis e constantes, a
sempre respeitando valores aplicação de operadores lógicos,
universais, como liberdade, de operadores aritméticos, de
democracia, justiça social,laços de repetição, de decisão e
pluralidade, solidariedade e de condição.
sustentabilidade. (EMIFFTP02): Levantar e testar
(EMIFCG03) Utilizarhipóteses para resolver
informações, conhecimentos e problemas do cotidiano pessoal,
ideias resultantes de da escola e do trabalho,
investigações científicas para utilizando procedimentos e
criar ou propor soluções para linguagens adequados à
problemas diversos. investigação científica.
(EMIFFTP03): Selecionar e
sistematizar, com base em
estudos e/ou pesquisas
(bibliográfica, exploratória, de
campo, experimental etc.) em
fontes confiáveis, informações
sobre problemas do cotidiano
pessoal, da escola e do trabalho,
identificando os diversos pontos
de vista e posicionando-se
mediante argumentação, com o
cuidado de citar as fontes dos
recursos utilizados na pesquisa e
buscando apresentar conclusões
com o uso de diferentes mídias.
EIXO FORMAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONAL
ESTRUTURANTE HABILIDADES RELACIONADAS AO PENSAR E FAZER CRIATIVO
GERAIS ESPECÍFICAS
(EMIFCG04) Reconhecer e (EMIFFTP04): Reconhecer
analisar diferentes produtos, serviços e/ ou
manifestações criativas, processos criativos por meio de
artísticas e culturais, por meio de fruição, vivências e reflexão
vivências presenciais e virtuais crítica sobre as funcionalidades
que ampliem a visão de mundo, de ferramentas de
sensibilidade, criticidade e produtividade, colaboração e/ou
PROCESSOS criatividade. comunicação.
CRIATIVOS (EMIFCG05) Questionar, (EMIFFTP05): Selecionar e
modificar e adaptar ideias mobilizar intencionalmente
existentes e criar propostas, recursos criativos para resolver
obras ou soluções criativas, problemas reais relacionados à
originais ou inovadoras, produtividade, à colaboração
avaliando e assumindo riscos e/ou à comunicação.
para lidar com as incertezas e (EMIFFTP06): Propor e testar
colocá-las em prática. soluções éticas, estéticas,
criativas e inovadoras para
(EMIFCG06) Difundir novas problemas reais relacionados à
ideias, propostas, obras ou produtividade, à colaboração e/
soluções por meio de diferentes ou à comunicação,
linguagens, mídias e observando a necessidade de
plataformas, analógicas e seguir as boas práticas de
digitais, com confiança e segurança da informação no uso
coragem, assegurando que das ferramentas.
alcancem os interlocutores
pretendidos.
FORMAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONAL
EIXO
HABILIDADES RELACIONADAS À CONVIVÊNCIA E ATUAÇÃO
ESTRUTURANTE
SOCIOCULTURAL
GERAIS ESPECÍFICAS
(EMIFCG07) Reconhecer e (EMIFFTP07) Identificar e
analisar questões sociais, explicar normas e valores sociais
culturais e ambientais diversas, relevantes à convivência cidadã
identificando e incorporando no trabalho, considerando os
valores importantes para si e seus próprios valores e crenças,
para o coletivo que assegurem a suas aspirações profissionais,
tomada de decisões conscientes, avaliando o próprio
consequentes, colaborativas e comportamento frente ao meio
responsáveis. em que está inserido, a
(EMIFCG08) Compreender e importância do respeito às
considerar a situação, a opinião diferenças individuais e a
e o sentimento do outro, agindo preservação do meio ambiente.
com empatia, flexibilidade e (EMIFFTP08) Selecionar e
MEDIAÇÃO E
resiliência para promover o mobilizar intencionalmente
INTERVENÇÃO
diálogo, a colaboração, a conhecimentos sobre o mundo
SOCIOCULTURAL
mediação e resolução de do trabalho, demonstrando
conflitos, o combate ao comprometimento em suas
preconceito e a valorização da atividades pessoais e
diversidade. profissionais, realizando as
(EMIFCG09) Participar atividades dentro dos prazos
ativamente da proposição, estabelecidos, o cumprimento de
implementação e avaliação de suas atribuições na equipe de
solução para problemas forma colaborativa, valorizando
socioculturais e/ou ambientais as diferenças socioculturais e a
em nível local, regional, nacional conservação ambiental.
e/ou global, (EMIFFTP09) Propor e testar
corresponsabilizando-se pela estratégias de mediação e
realização de ações e projetos intervenção para atuar em
voltados ao bem comum. equipes de forma colaborativa,
respeitando as diferenças
individuais e socioculturais,
níveis hierárquicos, as ideias
propostas para a discussão e a
contribuição necessária para o
alcance dos objetivos da equipe,
desenvolvendo uma avaliação
crítica dos desempenhos
individuais de acordo com
critérios estabelecidos e o
feedback aos seus pares, tendo
em vista a melhoria de
desempenhos e a conservação
ambiental.
FORMAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONAL
EIXO
HABILIDADES RELACIONADAS AO AUTOCONHECIMENTO,
ESTRUTURANTE
EMPREENDEDORISMO E PROJETO DE VIDA
GERAIS ESPECÍFICAS
(EMIFCG10) Reconhecer e (EMIFFTP10) Avaliar as relações
utilizar qualidades e fragilidades entre a formação escolar, geral e
pessoais com confiança para profissional, e a construção da
superar desafios e alcançar carreira profissional, analisando
objetivos pessoais e as características do estágio, do
profissionais, agindo de forma programa de aprendizagem
proativa e empreendedora e profissional, do programa de
perseverando em situações de trainee, para identificar os
estresse, frustração, fracasso e programas alinhados a cada
adversidade. objetivo profissional.
(EMIFCG11) Utilizar estratégias (EMIFFTP11) Selecionar e
de planejamento, organização e mobilizar intencionalmente
empreendedorismo para conhecimentos sobre o mundo
estabelecer e adaptar metas, do trabalho para desenvolver um
EMPREENDEDORIS
identificar caminhos, mobilizar projeto pessoal, profissional ou
MO
apoios e recursos, para realizar um empreendimento produtivo,
projetos pessoais e produtivos estabelecendo objetivos e metas,
com foco, persistência e avaliando as condições e
efetividade. recursos necessários para seu
(EMIFCG12) Refletir alcance e definindo um modelo
continuamente sobre seu de negócios.
próprio desenvolvimento e (EMIFFTP12) Empreender
sobre seus objetivos presentes e projetos pessoais ou produtivos,
futuros, identificando aspirações considerando o contexto local,
e oportunidades, inclusive regional, nacional e/ou global, o
relacionadas ao mundo do próprio potencial, as
trabalho, que orientem escolhas, características dos cursos de
esforços e ações em relação à qualificação e dos cursos
sua vida pessoal, profissional técnicos, do domínio de idiomas
e cidadã. relevantes para o mundo do
trabalho, identificando as
oportunidades de formação
profissional existentes no mundo
do trabalho e o alinhamento das
oportunidades ao projeto de
vida.

1383. 5.24 PROJETO DE VIDA


1384. O componente curricular Projeto de Vida é apresentado no Art. 5º da Resolução n.
º 03/2018, como estratégia de reflexão sobre trajetória escolar na construção das
dimensões pessoal, cidadã e profissional do/a estudante. No esteio da aprovação da
citada Resolução, o movimento pela Frente Currículo e Novo Ensino Médio do
Conselho Nacional dos Secretários de Educação (CONSED), na orientação para a
reelaboração dos currículos definiu o Projeto de Vida como um componente curricular
obrigatório a ser ofertado nas arquiteturas curriculares, conforme o Art. 8º em que as
propostas curriculares do ensino médio devem considerar a formação integral do/a
estudante, contemplando seu projeto de vida e sua formação nos aspectos físicos,
cognitivos e socioemocionais. Este componente curricular foi implementado nas
arquiteturas curriculares no ano de 2017, na oferta da educação profissional e
tecnológica.
1385. Inicialmente, foi desenvolvida experiência piloto, com a implantação dos
componentes curriculares Projeto de Vida e Mundo do Trabalho no currículo de dois
Centros de Educação Profissional e Tecnológica na forma de Educação Profissional em
tempo integral, e, a partir de 2018, ampliou-se para as unidades que ofertam Educação
Profissional na forma de articulação integrada ao ensino médio (EPTNM).
1386. No ano de 2019, a SEC/SUPROT, por meio da Diretoria de Currículo e Organização
Curricular do Trabalho Pedagógico e Integralização da Rede de Educação Profissional e
Tecnológica (DIROPE) dialogou com as unidades escolares que ofertam os
componentes curriculares Projeto de Vida e Mundo do Trabalho em seus cursos, com
o intuito de que professores e estudantes, avaliassem a proposta pedagógica, a
metodologia, os materiais e ações provenientes desses dois componentes. Essa
avaliação trouxe um importante retorno sobre os principais resultados impactados na
formação dos/as estudantes e dos professores, bem como na sua prática pedagógica.
1387. A pesquisa sobre os componentes curriculares Projeto de Vida e Mundo Trabalho
teve como objetivo principal avaliar a percepção dos professores e estudantes em
relação aos dois componentes e a metodologia implementada em parceria com o
Instituto Aliança. Para tanto, foi fundamental a participação dos professores e
estudantes envolvidos nos componentes, bem como as contribuições dos gestores,
coordenadores pedagógicos e assessores pedagógicos na socialização da pesquisa, que
obteve uma boa aderência da Rede de EPTEC.
1388. Das respostas e depoimentos concedidos, a importância da formação continuada
de professores para atuarem nos componentes em análise, suporte pedagógico para
acompanhamento das práticas pedagógicas dos professores, material didático,
orientação às unidades escolares e buscas de parcerias com outras instituições e órgãos
governamentais outros entes nos encaminhamentos de apoio psicológico dentre
outros, em consonância com o desenvolvimento dos seus projetos de vida, foram os
principais pontos apresentados pela Rede.
1389. Nesse sentido, avaliou-se que além das orientações metodológicas, é preciso
formação inicial e continuada de professores; acompanhamento pedagógico do
trabalho proposto e momento de reflexões sobre as práticas pedagógicas vivenciadas
a partir dos componentes curriculares em questão, cabendo à SEC/SUPROT, avaliar a
finalidade desses componentes, com base nos princípios da Educação Profissional e
Tecnológica da Bahia, na perspectiva do novo Ensino Médio.
1390. Considerando o atual contexto da consulta pública acerca da elaboração das
diretrizes curriculares, a SEC/SUPROT apresenta às escolas da Rede, a reelaboração do
componente curricular Projeto de Vida, com a carga horária total de até 120 horas, a
serem distribuídas na 1ª e 2ª séries do ensino médio, respectivamente. O quadro
abaixo apresenta proposta de ementário construído pelo coletivo de professores
envolvidos com a elaboração da proposta curricular do ensino médio. Os ementários
são sugestões dos conteúdos a serem trabalhados nas escolas, mas estão abertos à
consulta pública para acolhimento e a avaliação de novas propostas que forem
indicadas:
CONTEÚDOS / OBJETOS DO
COMPONENTE EMENTAS
CONHECIMENTO

Eu e o outro (responsabilidade 1ª SÉRIE


social): Representações e Características sociais, econômicas,
Identidades do eu, sujeito, em ambientais e culturais do ambiente
meus territórios: grupo e raízes. As escolar e seu entorno (território).
visões de natureza e ser humano Ocupação e dinâmica de uso dos
dos povos indígenas, africanos e recursos naturais e suas
PROJETO DE
orientais. A representação do eu na consequências. Potencialidades e
VIDA
vida cotidiana e o conceito de limites. Projeto de Vida
estigma - E. Goffman. A influência contemplando as diversas
da mídia para padrões e dimensões, a partir do
comportamentos. Reflexões fortalecimento da autoconfiança,
críticas dos valores sociais
(fracasso, sucesso, ressentimento, autoconhecimento, autoestima e
etc.). Ética hoje: conceito de moral, autogestão.
autonomia, responsabilidade,
virtudes e compromisso social).
Eu no mundo (mundo do trabalho
e formação intelectual). Modo de
Produção; Forças Produtivas;
Experiências de economia solidária
e cooperativismo. Escolhas
individuais, impactos globais: o Ser
e o Ter. Projetar-se no mundo:
possibilidades de atuação
profissional e ingresso no ensino
superior. Registro de memórias,
construção de portfólio.
Autoconhecimento e Identidade:
Autoconhecimento: Sócrates, o
Estoicismo e Sartre e as escolhas
individuais. Autocuidado,
autoconfiança, autodisciplina:
práticas corporais para o
fortalecimento do eu (Capoeira, Tai
Chi Chuan e Yoga, etc.). Estudos
biográficos: histórias de vidas
marcantes no universo geral e
próximo. As artes como recurso
para a expressão do “eu”.

Reflexão sobre aprendizagens 2ª SÉRIE


práticas e sociais, vivências, Processos de trabalho a partir das
experiências de vida, organização realidades
de conteúdos na relação teoria e locais/territoriais/globais em
prática. Estudo das relações consonância a seu Projeto de Vida.
sociais no processo histórico de Empreendedorismo a partir da sua
produção econômica e cultural. liberdade em fazer opções de
PROJETO DE
Realidade e potencialidades atuação profissional. Hábitos
VIDA
socioculturais nas dimensões de saudáveis de vida. Papel da
identidade, etnia, gênero e formação escolar para a realização
geração. Estudo das ocupações e do Projeto de Vida e quebra da
transformações do ambiente, das reprodução do ciclo de pobreza,
diferentes concepções e contribuindo para a redução das
dimensões do mundo do trabalho.
desigualdades sociais; Convivência
e respeito às diferenças.

1391. 5.25 ORGANIZADORES CURRICULARES DOS CAMINHOS FORMATIVOS DOS CURSOS DA


EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
1392. Na estruturação dos itinerários de Formação Técnica Profissional, materializados em
organizadores curriculares, faz-se necessário considerar a realidade da rede de escolas da
educação profissional, às particularidades das realidades escolares, dos lugares e dos
Territórios de Identidade nas suas dimensões socioeconômica, política, populacional,
ambiental e cultural; os Projetos Políticos Pedagógicos das unidades escolares integrados
ao mundo do trabalho; a dinâmica e as transformações da técnica/tecnologia e os impactos
da modernidade, assim como, a relação trabalho, saberes, tradições e educação científica.
1393. Os organizadores curriculares deste Itinerário Formativo em atendimento a nova
legislação, Lei 13.415/2017 e a Resolução CNE/CP 01/2021, referem-se às possibilidades de
trajetórias formativas de nível médio, das ofertas de cursos da educação profissional e
tecnológica, que são construídos coletivamente pelas redes de ensino e escolas, visando
assegurar o desenvolvimento dos conhecimentos, das habilidades, dos saberes da formação
geral básica, da formação profissional geral e as competências profissionais da formação
profissionais específicas mediadas pelas práticas profissionais, o estágio, o trabalho de
conclusão de curso, considerando as especificidades para cada habilitação ou qualificação
técnica profissional.
1394. Os organizadores definirão a sequência em que os quatro eixos estruturantes serão
percorridos na oferta dos cursos de cada eixo tecnológico e a forma de conexão entre eles,
no sentido de realizar a integração dos diferentes eixos. No tocante a formação profissional
geral, a sua composição materializa-se por unidades curriculares56 e considera que as
habilidades a eles associadas somem-se a outras habilidades básicas requeridas
indistintamente pelo mundo do trabalho, bem como, com as habilidades específicas
requeridas pelas distintas ocupações, conforme previsto no Catálogo Nacional de Cursos
Técnicos (CNCT) e na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), conforme exemplificados
a seguir:
A) ORGANIZADOR CURRICULAR DO ITINERÁRIO DOS CURSOS DE
HABILITAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO

56
Guia de Implementação do Novo Ensino Médio (MEC/CONSED). As unidades curriculares são os elementos
com carga horária pré-definida cujo objetivo é desenvolver competências específicas, seja da formação geral
básica, seja dos Itinerários Formativos. além da tradicional organização por disciplinas, as redes e escolas
podem escolher criar unidades que melhor respondam aos seus contextos e às suas condições, como projetos,
oficinas, atividades e práticas contextualizadas, entre outras situações de trabalho. o conjunto de unidades
curriculares de um itinerário deve desenvolver as habilidades de pelo menos um dos eixos estruturantes
apresentados nos referenciais para a elaboração dos Itinerários Formativos. São exemplos de unidades
curriculares: laboratórios, clubes, oficinas, incubadoras, núcleo de estudos, núcleos de criação artística.
1395. De acordo com a estrutura e organização da educação profissional técnica de nível
médio, apresentada no Art. 16 da Resolução CNE/CP 01/2021, esta modalidade articulada
com a formação geral, refere-se a oferta de curso a quem já tenha concluído o Ensino
Fundamental, de modo a conduzir o/a estudante à habilitação profissional técnica de nível
médio ao mesmo tempo em que concluem a última etapa da Educação Básica; os cursos
técnicos estão de acordo com os Eixos Tecnológicos do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos
(CNCT) e a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). A habilitação técnica confere um
diploma de validade nacional.
ARQUITETURA CURRICULAR
HABILITAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO
FORMAÇÃO GERAL BÁSICA – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
COMPONENTES CURRICULARES DA FORMAÇÃO GERAL - 1.800 HORAS
FORMAÇÃO PROFISSIONAL GERAL E PARA O MUNDO DO TRABALHO
EIXOS ESTRUTURANTES DO CURRICULO COM DESENVOLVIMENTO
DE HABILIDADES ESPECÍFICAS PARA CADA EIXO**
MEDIAÇÃO E
PROCESSOS
INICIAÇÃO CIENTIFICA EMPREENDEDORISMO INTERVENÇÃO
CRIATIVOS
SOCIOCULTURAL
Carga horária será definida de acordo com o Eixo Tecnológico de cada Curso.
PROJETO DE VIDA 120 HORAS (Máximo)
FORMAÇÃO PROFISSIONAL ESPECÍFICA
COMPONENTES CURRICULARES DA
HABILITAÇÃO PROFISSIONAL DE CADA EIXO
800 HORAS
TECNOLÓGICO
1000 HORAS

1200 HORAS
Referência: Catálogo Nacional de Cursos
Técnicos (CNCT).

ESTÁGIO 140 a 400 HORAS (Mínimo)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC 140 HORAS (Mínimo)

1396. B) ORGANIZADOR CURRICULAR DO ITINERÁRIO DOS CURSOS DE QUALIFICAÇÃO


PROFISSIONAL DE NÍVEL MÉDIO – CURSOS DE FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA (FIC)
1397. O organizador curricular será implementado pela SEC/SUPROT a partir do ano de
2021/2022. Esta oferta surge da necessidade do atendimento as legislações, a Lei n. º
13.415/2017 e o Art. 12 da Resolução CNE/CP 01/2021, pela oferta de Formação Inicial e
Continuada (FIC), que contempla uma abordagem sobre questões acerca da integração entre
formação inicial e continuada de trabalhadores. Os cursos de Qualificação Profissional
deverão desenvolver competências profissionais devidamente identificadas no perfil
profissional de conclusão, que sejam necessárias ao exercício de uma ocupação com
identidade reconhecida no mundo do trabalho, consideradas as orientações dos respectivos
Sistemas de Ensino e a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).
1398. Nesta perspectiva o jovem e/ou adulto trabalhador, tem a oportunidade de qualificar-se
em áreas de interesse, por meio de cursos de curta duração, a partir da concepção do
trabalho como princípio educativo, às necessidades específicas e demandas atuais
relacionadas à formação do trabalhador, bem como a estreita vinculação entre currículo,
trabalho e sociedade.
ARQUITETURA CURRICULAR
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO – FIC
FORMAÇÃO GERAL BÁSICA – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
COMPONENTES CURRICULARES DA FORMAÇÃO GERAL - 1.800 HORAS
FORMAÇÃO PROFISSIONAL GERAL E PARA O MUNDO DO TRABALHO
EIXOS ESTRUTURANTES DO CURRICULO COM DESENVOLVIMENTO
DE HABILIDADES ESPECÍFICAS PARA CADA EIXO**
MEDIAÇÃO E
INICIAÇÃO PROCESSOS
EMPREENDEDORISMO INTERVENÇÃO
CIENTIFICA CRIATIVOS
SOCIOCULTURAL
Carga horária será definida de acordo com o Eixo Tecnológico de cada Curso.
PROJETO DE VIDA 120 HORAS (Máximo)
FORMAÇÃO PROFISSIONAL ESPECÍFICA
COMPONENTES CURRICULARES DA
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DE ACORDO
COM A CARGA HORÁRIA MÍNIMA DE 20%
DA HABILITAÇÃO DE CADA EIXO
TECNOLÓGICO 160 HORAS
200 HORAS
Referência: Catálogo Nacional de Cursos 240 HORAS
Técnicos (CNCT), o Guia PRONATEC de 400 HORAS
Cursos FIC que apresenta 646 cursos com
carga horária mínima exigida e Classificação
Brasileira de Ocupações - CBO.

PROJETOS E PRÁTICAS INTEGRADORES Carga horária a ser definida

1399. C) ORGANIZADOR CURRICULAR DOS CURSOS TÉCNICOS NÍVEL MÉDIO DO ITINERÁRIO


CONTÍNUO
1400. O organizador curricular do Itinerário Contínuo refere-se a oferta dos cursos de
habilitação técnica profissional de nível médio pela SEC/SUPROT a partir da implementação
desta no ano de 2020. Este itinerário foi concebido a partir da articulação com a Universidade
Federal do Sul da Bahia (UFSB), a Fundação Itaú: Educação e Trabalho e a Secretaria da
Educação do Estado da Bahia por meio da Superintendência da Educação Profissional e
Tecnológica (SEC/SUPROT), que tem como objetivo articular a Educação Profissional Técnica
de Nível Médio ao curso de graduação. Este projeto traz a possibilidade de elevação da
escolaridade em nível médio ao Ensino Superior, na medida em que o PPC elaborado com
participação efetiva do coletivo pedagógico da universidade e da unidade escolar, referente
a compreensão do sistema produtivo, do eixo tecnológico e das demandas advindas para a
oferta integrada e sequencial do Itinerário Formativo de Curso Técnico para o Curso Superior
de Tecnologia, correspondente a cada instância institucional, possibilita ao/a estudante
concluinte do curso técnico de nível médio ingressar no curso de graduação do mesmo eixo
tecnológico por meio de normativas e/ou editais a ser promulgados pela Universidade. Desta
forma, a referida proposta é uma oportunidade que o jovem tem para dar continuidade aos
estudos na área da formação técnica, aproveitando os conhecimentos adquiridos para o
curso superior, sem sobreposições de conteúdos e conhecimentos.
1401. Esta oferta de curso tem propósito de contribuir para a elevação da qualidade da
formação de jovens em um processo de apropriação e de produção de conhecimentos
científicos e tecnológicos, bem como a possibilidade de dar continuidade aos/às estudos em
um Curso Superior.
ARQUITETURA CURRICULAR
ITINERÁRIO CONTÍNUO COM HABILITAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO
FORMAÇÃO GERAL BÁSICA – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
COMPONENTES CURRICULARES DA FORMAÇÃO GERAL - 1.800 HORAS
FORMAÇÃO PROFISSIONAL GERAL E PARA O MUNDO DO TRABALHO
EIXOS ESTRUTURANTES DO CURRICULO COM DESENVOLVIMENTO
DE HABILIDADES ESPECÍFICAS PARA CADA EIXO**
MEDIAÇÃO E
INICIAÇÃO PROCESSOS
EMPREENDEDORISMO INTERVENÇÃO
CIENTIFICA CRIATIVOS
SOCIOCULTURAL
Carga horária será definida de acordo com o Eixo Tecnológico de cada Curso.
PROJETO DE VIDA 120 HORAS (Máximo)
FORMAÇÃO PROFISSIONAL ESPECÍFICA

COMPONENTES CURRICULARES DA
HABILITAÇÃO PROFISSIONAL DE CADA EIXO
TECNOLÓGICO 1200 HORAS
Referência: Catálogo Nacional de Cursos
Técnicos (CNCT).

140 HORAS (Mínimo)


ESTÁGIO 400 HORAS (Mínimo Tec. Em
Enfermagem)
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC 140 HORAS (Mínimo)

1402. ORGANIZADOR CURRICULAR DO ITINERÁRIO DOS CURSOS DE HABILITAÇÃO TÉCNICA


DE NÍVEL MÉDIO DO PROEJA
1403. O organizador curricular do itinerário da formação no Programa de Integração da
Educação Profissional à Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos
(PROEJA), desta oferta de curso técnico realizada pela SEC/SUPROT atende ao disposto no
Art. 18 da Resolução CNE/CP 01/2021, e no tocante a carga horaria ao Art. 26 da mesma
legislação, que tem por objetivo oferecer oportunidades de estudo para jovens e adultos
que finalizaram o ensino fundamental, como forma de elevação da escolaridade, ao cursar o
Ensino Médio, juntamente com a formação de um curso que os habilite em uma profissão
técnica de nível médio.
1404. Vale salientar que o PROEJA tem como uma das suas finalidades, integrar a educação
básica à formação profissional de modo que contribua para a integração socioeconômica de
qualidade do coletivo de jovens e adultos, e, nesse sentido, proporcionar a melhoria das
condições de participação social, política, cultural e no mundo do trabalho.
ARQUITETURA CURRICULAR
HABILITAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO DO PROEJA

FORMAÇÃO GERAL BÁSICA – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR


COMPONENTES CURRICULARES DA FORMAÇÃO GERAL - 1.200 HORAS (Mínimo)
FORMAÇÃO PROFISSIONAL GERAL E PARA O MUNDO DO TRABALHO
EIXOS ESTRUTURANTES DO CURRICULO COM DESENVOLVIMENTO
DE HABILIDADES ESPECÍFICAS PARA CADA EIXO**
MEDIAÇÃO E
INICIAÇÃO PROCESSOS
EMPREENDEDORISMO INTERVENÇÃO
CIENTIFICA CRIATIVOS
SOCIOCULTURAL
Carga horária será definida de acordo com o Eixo Tecnológico de cada Curso.
PROJETO DE VIDA 120 HORAS (Máximo)
FORMAÇÃO PROFISSIONAL ESPECÍFICA
COMPONENTES CURRICULARES DA
HABILITAÇÃO PROFISSIONAL DE CADA EIXO
800 HORAS
TECNOLÓGICO
1000 HORAS
1200 HORAS
Referência: Catálogo Nacional de Cursos
Técnicos (CNCT).
140 (Mínimo)
ESTÁGIO 400 HORAS (Mínimo Tec. Em
Enfermagem)
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC 140 HORAS (Mínimo)

1405. 5.26 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ÀS ESCOLAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA


EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
1406. Atendendo aos dispositivos da Resolução CEE/CEP nº 172/2017 e Decreto n. º
17.377/2017 a SEC/SUPROT é responsável pela oferta de cursos da Educação Profissional na
Rede Estadual de Ensino. Neste sentido, orientamos às unidades escolares que desejam
implantar cursos da Educação Profissional e Tecnológica as seguintes informações:
A) A educação profissional e tecnológica abrange cursos de qualificação profissional,
cursos técnicos de nível médio e cursos tecnólogos. A oferta de Cursos Superiores
de Tecnologia (Tecnólogos) é, exclusividade, das Instituições de Ensino Superior,
públicas ou privadas, credenciadas pelo Ministério da Educação, ou seja,
universidades, centros universitários, faculdades, institutos entre outros;
B) Os cursos de qualificação profissional têm se realizado em parceria com a
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) do Ministério da
Educação (MEC), por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico em
Emprego (PRONATEC), tendo este, prazos e critérios de autorização e oferta
definidos exclusivamente pelo Ministério no atendimento ao Programa.
C) A oferta de cursos técnicos de nível médio possui planejamento regular das
atividades, considerando-se a oferta de cursos anuais (Educação Profissional
Técnica Integrada ao Ensino Médio) e de cursos semestrais (Educação Profissional
Técnica Integrada a Educação de Jovens e Adultos - PROEJA Médio, Subsequente
ao Ensino Médio e Concomitante ao Ensino Médio);
D) Os cursos técnicos de nível médio têm como referência o Catálogo Nacional de
Cursos Técnicos (CNCT) aprovados pelo Conselho Nacional de Educação na Câmara
de Educação Básica e disponibilizado pelo Ministério da Educação. O CNCT traz
informações sobre o perfil profissional de conclusão, campo de atuação,
infraestrutura mínima requerida, Ocupações CBO associadas, carga horária
mínima, entre outras informações;
E) A escolha do curso e da forma de oferta deve ser feita pela unidade escolar
considerando a demanda local e/ou territorial, a partir das informações sobre o
Território de Identidade, assim como o perfil do/a estudante que deseja formar.
Para tanto, antes de realizar a proposta, orientamos que seja realizada uma
pesquisa no âmbito do município e do Território de Identidade onde a unidade
escolar está localizada. A comprovação da demanda é feita com base em dados
oficiais, pesquisas e/ou outras fontes pertinentes. Assim, a proposta de curso
técnico deve considerar a realidade local e territorial, as tecnologias e avanços dos
setores produtivos, o Regimento Escolar e o Projeto Político Pedagógico da
Escola57.
F) A oferta de cursos técnicos deve estar alinhada às demandas territoriais na
perspectiva de qualificar cidadãos para atuação profissional e, assim fortalecer os
arranjos produtivos, sociais, culturais e locais, identificados no mapeamento das
potencialidades de desenvolvimento socioeconômico e cultural. Esta orientação
é consonante aos critérios estabelecidos no Art. 8º da Resolução n. º 01/2021,
1407. São critérios para o planejamento e a organização de cursos de Educação Profissional e Tecnológica:
1408. I - atendimento às demandas socioeconômico ambientais dos cidadãos e do mundo do trabalho;
1409. II - conciliação das demandas identificadas com a vocação e a capacidade da instituição ou rede de ensino,
em termos de reais condições de viabilização da proposta pedagógica;
1410. III - possibilidade de organização curricular segundo Itinerários Formativos, em função da estrutura sócio-
ocupacional e tecnológica consonantes com políticas públicas indutoras e arranjos socioprodutivos e culturais
locais;
1411. IV - identificação de perfil profissional de conclusão próprio para cada curso, que objetive garantir o pleno
desenvolvimento das competências profissionais e pessoais requeridas pela natureza do trabalho, em condições
de responder, com originalidade e criatividade, aos constantes e novos desafios da vida cidadã e profissional.
1412. G) A duração das ofertas dos Cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio na
Rede Estadual de Educação é desenvolvida nas formas articulada e subsequente ao Ensino
Médio:
1413. Educação Profissional Técnica Integrada ao Ensino Médio (EPI), ofertado exclusivamente no período
matutino e vespertino, com duração de 03 (três) anos, tendo como exigência para ingresso a conclusão do
Ensino Fundamental e suas modalidades;
1414. Educação Profissional Técnica Concomitante ao Ensino Médio com duração 03 (três) semestres letivos,
tendo como requisito o/a estudante estar matriculado em uma unidade escolar da Rede Estadual de Educação
da Bahia, no 2.º ano do Ensino Médio propedêutico;
1415. PROEJA Médio - A Educação Profissional e Tecnológica articulada com a Educação de Jovens e Adultos,
propiciando, simultaneamente, a qualificação profissional e a elevação dos níveis de escolaridade dos
trabalhadores - com duração de 05 (cinco) semestres letivos, tendo como exigências a conclusão do Ensino
Fundamental e suas modalidades ou ensino médio incompleto e ter a idade mínima de 18 anos;
1416. Educação Profissional Técnica Subsequente ao Ensino Médio (PROSUB) - com duração de 02 (dois) ou 03
(três) semestres letivos, tendo como exigência a participação no Processo Seletivo, a comprovação da conclusão
do Ensino Médio em rede pública de educação (escola federal, estadual ou municipal) em instituição filantrópica
ou em instituição privada na condição de bolsista integral e que tenha sido classificado dentro do limite de vagas
conforme processo seletivo específico.

1417. H) O curso de habilitação técnica para ter validade, necessita de autorização da Secretaria
da Educação do Estado da Bahia (SEC) por intermédio da Superintendência da Educação
Profissional e Tecnológica (SUPROT). No âmbito da legislação há duas normativas que validam
o curso:
1418. A Portaria (indicar o número/ano) de oferta de cursos, que equivale ao
credenciamento, publicada a cada período letivo, após deliberação favorável. Consta os nomes das unidades
escolares, cursos, formas de oferta, turnos e número de turmas;

57
A estruturação do Itinerário de Formação Técnica Profissional deve considerar: i) A escola, o lugar e o
Território de Identidade: dimensão socioeconômica, política, populacional, ambiental e cultura; ii) o PPP da
unidade escolar integrado ao mundo do trabalho; iii) A dinâmica e as transformações da técnica/tecnologia e
os impactos da modernidade; iiii) A relação trabalho, saberes, tradições e educação científica.
1419. A Portaria de autorização do Projeto Político Pedagógico de Curso (PPC), na qual a
unidade escolar submeterá para apreciação sendo autorizado por 04 (quatro anos), desde que atenda às
exigências.

I) O Projeto Político Pedagógico de Curso - PPC do curso deve ser


encaminhado com a solicitação de implantação da oferta de curso
técnico na unidade escolar. O envio do PPC deverá atender a
normativa dos Art. 24 da Resolução n. º 01/2021. A autorização do
PPC é requisito obrigatório para a implantação de cursos técnicos. De
acordo com o Art. 24, os PPC, coerentes com os respectivos projetos
político pedagógicos, são submetidos à aprovação dos órgãos
competentes dos correspondentes Sistemas de Ensino, contendo
obrigatoriamente, no mínimo:
1420. I - Identificação do curso;
1421. II - Justificativa e objetivos;
1422. III - requisitos e formas de acesso;
1423. IV - Perfil profissional de conclusão e perfil profissional de saídas intermediárias e de especializações
técnicas, quando previstas;
1424. V - Organização curricular;
1425. VI - Critérios de aproveitamento de conhecimentos e experiências anteriores, mediante avaliação e
reconhecimento de competências profissionais constituídas;
1426. VII – Critérios e procedimentos de avaliação;
1427. VIII - infraestrutura física e tecnológica, identificando biblioteca, laboratórios, instalações e equipamentos;
1428. IX - Perfil de qualificação dos professores, instrutores e técnico-administrativos;
1429. X - Certificados e diplomas a serem emitidos;
1430. XI - prazo máximo para a integralização do curso; e,
1431. XII - identificação das atividades de estágio supervisionado obrigatório, quando couber.

1432. J) Na avaliação da proposta com o pedido de implantação de cursos será considerado pela
SEC/SUPROT:
1433. Demanda Territorial/Local: análise da demanda real para a oferta deste curso em consonância aos APLS. É
necessário a comprovação por meio de dados oficiais, pesquisas e/ou outras fontes de informação pertinentes.
1434. Quadro de Professores - Faça o levantamento dos professores vinculados à unidade escolar que têm perfil
para lecionar as disciplinas técnicas. A formação do/a professor/a deve ser a nível de graduação com perfil de
atuação no curso solicitado;
1435. Currículo do Curso - Conheça a matriz curricular e a ementa do curso que deseja implantar;
1436. Campo para Realização de Aulas Práticas e/ou Estágio - formação de um técnico exige aulas práticas. Desta
forma, verifique instituições e possíveis parcerias para a realização das aulas práticas e estágios.

1437. Diante da perspectiva de expandir a oferta de Educação Profissional e Tecnológica aos 417
municípios da Bahia, o atendimento prioritário será às localidades que não têm oferta de EPT,
em ação dialogada com os Núcleos Territoriais de Educação - NTE e gestores escolares.
1438. Neste contexto, estima-se implementar políticas públicas de atendimento a juventude do
campo e da cidade, promovendo, sobretudo, elevação de escolaridade e qualificação
profissional, alcançando bolsões de pobreza e de vulnerabilidade socioeconômica,
agricultores familiares, povos originários, populações tradicionais, localidades onde haja
indicadores expressivos de analfabetismo e semiescolarização adulta.
1439. Assim, para fins de deliberação da oferta, serão considerados os aspectos:
A) Alinhamento ao processo de reordenamento da Rede Estadual de Educação, em
diálogo constante com a CONTE, SUPEC e NTE.
B) Articulação com a CEPEE para oferta de EPT em tempo integral.
C) Sombreamento de oferta com outras instituições de ensino - seja da rede pública
ou privada, assim como cursos desconexos e descontextualizados dos ofertados
na unidade escolar.
D) Plano Pedagógico de curso (PPC) encaminhado pela unidade escolar para a SEC.
E) Priorização da oferta de Cursos de educação profissional integrada ao ensino
médio ou a Educação de Jovens e Adultos - PROEJA.
1440. Oferta do curso Técnico em Enfermagem estritamente condicionada a existência de
hospitais administrados pela SESAB no município e número de vagas compatível com a
condição de execução.
1441. Disponibilização de qualificação profissional em unidades escolares de EPT dentro do
mesmo eixo tecnológico e respectiva área tecnológica.
A) Percentual de evasão/abandono dos/as estudantes nas ofertas dos períodos
letivos anteriores.
B) Percentual de estudantes concluintes e diplomados nas ofertas dos períodos
letivos anteriores.
C) Pendência na execução do curso (Estágio e TCC).
D) Professores com formação específica na escola ou previstos em edital de EPT.
E) Indicadores de matrícula e aprovação (êxito escolar) referente aos últimos
períodos letivos.
1442. Para fins de orientação e esclarecimentos se faz necessário que cada unidade escolar
mantenha contato com as duas diretorias da SUPROT através dos contatos fornecidos pelo
site da Secretaria da Educação. A Diretoria de Programas, Projetos, Empreendedorismo e
Inovação da Educação Profissional e Tecnológica (DIREPI) por meio da Coordenação de
Oferta, Legalização e Certificação Profissional, fornecerá as orientações acerca dos seguintes
documentos: Catálogo Nacional de Cursos Técnicos; Orientações para a elaboração do PPC
do Curso (Projeto Político-Pedagógico de Curso) e Fichas de Planejamento da Oferta de cursos
2020, conforme modelos em anexo.
1443. Ao preencher a Ficha Nº 01 a Unidade Escolar – UEE, deverá indicar dados sobre condições
e processos internos de planejamento para implementação dos cursos que pretende ofertar.
Quanto a Ficha Nº 02, está só será preenchida caso haja professor lotado na Unidade Escolar
com formação técnica que o habilite para lecionar as disciplinas técnicas do curso pretendido.
Também na DIREPI, a unidade escolar poderá obter informações e esclarecimentos quanto
ao Estágio e TCC, por meio da Coordenação de Estágio, Emprego e Renda.
1444. À Diretoria de Currículo, Organização do Trabalho Pedagógico e Integralização da Rede de
Educação Profissional e Tecnológica (DIROPE), a unidade escolar deverá solicitar a matriz
curricular e a ementa à Coordenação Pedagógica para conhecimento prévio do curso. O
diálogo é necessário para ter as orientações sobre elaboração do Projeto Político Pedagógico
de Curso - PPC, na relação entre o PPC com o Projeto Político Pedagógico da unidade escolar.
Além disso, a Coordenação de Provimento da Educação Profissional e Tecnológica da DIROPE
é responsável por apresentar as definições quanto ao perfil e provimento dos professores
atuantes nas disciplinas técnicas. Após o contato e orientações realizados com ambas
diretorias, a unidade escolar deve encaminhar as Fichas de Planejamento da Oferta de cursos
e PPC à DIREPI no e-mail: suprot.regulacao@enova.educacao.ba.gov.br
1445. 5.27 DOCENTE PARA ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
1446. A Secretaria da Educação do Estado da Bahia, quando não há professor efetivo lotado
na Unidade Escolar com uma segunda formação acadêmica compatível com o Eixo e Curso
ofertado, tem como prática realizar o provimento por contratos temporários sob Regime
Especial de Direito Administrativo - REDA com carga horária de 20 h, selecionados por regra
através de Processo Seletivo Simplificado de Provas Objetivas ou Análise Curricular.
1447. A carga horária dos cursos pode ser dividida entre componentes da Base Nacional
Comum ao Ensino Médio Regular e componentes específicos da Educação Profissional e
Tecnológica, nos casos da Educação Profissional Técnica Integrada ao Ensino Médio e da
Educação Profissional Técnica Integrada à Educação de Jovens e Adultos - PROEJA Médio, ou
integralmente composta pelos componentes específicos da Educação Profissional e
Tecnológica, nas formas do Subsequente ao Ensino Médio e Concomitante ao Ensino Médio.
1448. Este aspecto é importante para identificar a quantidade de professores necessários para
iniciar o curso, após análise das informações quanto ao quadro de docentes previamente
disponíveis ou não na Unidade Escolar.
1449. Como por exemplo:
Eixo Produção Alimentícia - Curso Agroindústria
Carga Horária de Professor por forma de Oferta
Component
Forma De Série /
es Base Nacional
Oferta Módulo
Específicos
1ª série 3h 26 h

EPI 2ª série 10 h 18 h

3ª série 13 h 16 h
Módulo I 18 h x

Subsequente Módulo II 18 h x

Módulo III 17 h x
Módulo I 10 h 10 h

Módulo II 8h 12 h
PROEJA
Módulo III 10 h 10 h

Módulo IV 9h 12 h
Módulo V 16 h 6h

1450. A partir deste quadro, é preciso considerar os números de turmas iniciais em cada forma
de oferta, para que seja possível calcular quantos professores contratar, respeitando a carga
horária mínima de 16 h em sala de aula para cada um.
1451. Nos casos do Subsequente, conforme sinalizado no quadro acima, podemos concluir
que cada turma se traduz na necessidade de um professor. Enquanto para demais ofertas, é
necessário reunir mais de uma turma para preencher a programação de um professor
técnico.
1452. 5.27.1 ATRIBUIÇÕES DO/A PROFESSOR/A DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
1453. Atuar em Programas estaduais e federais de educação profissional, participar da
elaboração da proposta pedagógica e do plano de desenvolvimento do estabelecimento de
ensino; elaborar e cumprir plano de trabalho e de aula, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino; zelar pela aprendizagem dos alunos; estabelecer estratégias de
aprendizagem e de recuperação para os alunos de menor rendimento; ministrar os dias
letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados
ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; colaborar com as atividades
de articulação da escola com as famílias e a comunidade; incentivar, orientar e estimular
a participação dos/as estudantes na vida institucional da escola/curso e o mundo do trabalho
no que se refere às práticas profissionais, conhecer e cumprir a legislação pertinente ao
estágio curricular, conhecer e executar as diretrizes e normas complementares sobre a
educação, e educação profissional; elaborar, juntamente com os demais professores, os
instrumentos de acompanhamento e avaliação referentes aos conhecimentos, habilidades e
atitudes desenvolvidas na execução do estágio; planejar, orientar, supervisionar,
acompanhar e avaliar o desenvolvimento das atividades de estágio e o desempenho dos
estagiários; fornecer ao/a estudante - estagiário subsídios teórico-práticos e bibliográficos de
modo a favorecer a sua aprendizagem; controlar a frequência e a pontualidade dos alunos-
estagiários; realizar atividades para acompanhamento e orientação ao aluno-estagiário, com
registro do seu desempenho; comparecer aos locais de estágios assídua e pontualmente;
orientar o/a estudante-estagiário na elaboração dos planos e programas de estágio, inclusive
o seu Relatório Final de Estágio; proceder à avaliação do Relatório Final de Estágio; elaborar,
juntamente com os professores, os instrumentos de acompanhamento e avaliação referentes
aos conhecimentos, habilidades e atitudes desenvolvidas na formação profissional; criar e
desenvolver estratégias de divulgação do curso, quanto às suas características e estrutura,
junto à comunidade e aos alunos egressos do 9º ano; participar do Conselho de Classe,
fornecendo subsídios à Coordenação Pedagógica para análise e tomada de decisões sobre
a vida escolar dos estudantes; promover, juntamente com a equipe gestora, a articulação
entre as unidades escolares com o mundo do trabalho.
1454. TABELA 1: RELAÇÃO DOS CURSOS TÉCNICOS OFERTADOS PELA REDE ESTADUAL
EIXO TECNOLÓGICO CURSO
Técnico em Meio Ambiente
Técnico em Nutrição e Dietética
Técnico em Análises Clínicas
Técnico em Enfermagem
AMBIENTE E SAÚDE
Técnico em Agente Comunitário em Saúde
Técnico em Saúde Bucal
Técnico em Farmácia
Técnico em Gerência em Saúde
Técnico em Eletromecânica
Técnico em Biotecnologia
Técnico em Eletrotécnica
CONTROLE E PROCESSOS
Técnico em Mecânica
INDUSTRIAIS
Técnico em Mecatrônica
Técnico em Manutenção Automotiva
Técnico em Sistemas de Energia Renovável
Técnico em Administração
Técnico em Logística
Técnico em Serviços Jurídicos
GESTÃO E NEGÓCIOS Técnico em Finanças
Técnico em Contabilidade
Técnico em Secretariado
Técnico em Recursos Humanos
Técnico em Informática
Técnico em Manutenção e Suporte em
INFORMAÇÃO Informática
E COMUNICAÇÃO Técnico em Redes de Computadores
Técnico em Computação Gráfica
Técnico em Telecomunicações
Técnico em Edificações
INFRAESTRUTURA
Técnico em Desenho em Construção Civil
Técnico em Agroindústria
PRODUÇÃO ALIMENTÍCIA Técnico em Alimentos
Técnico em Panificação
Técnico em Artes Visuais
Técnico em Instrumento Musical
PRODUÇÃO CULTURAL Técnico em Teatro
E DESIGN Técnico em Comunicação Visual
Técnico em Figurino Cênico
Técnico em Produção de Áudio e Vídeo
Técnico em Dança
Técnico em Multimídia
Técnico em Paisagismo
Técnico em Composição e Arranjo
Técnico em Documentação Musical
Técnico em Cenografia
Técnico em Conservação e Restauro
Técnico em Design De Móveis
Técnico em Química
PRODUÇÃO INDUSTRIAL
Técnico em Petróleo E Gás
Técnico em Agroecologia
Técnico em Agropecuária
Técnico em Pesca
Técnico em Agronegócio
RECURSOS NATURAIS
Técnico em Zootecnia
Técnico em Recursos Pesqueiros
Técnico em Agricultura
Técnico em Aquicultura
SEGURANÇA
Técnico em Segurança do Trabalho

Técnico em Cozinha
TURISMO,
Técnico em Guia de Turismo
HOSPITALIDADE E LAZER
Técnico em Hospedagem
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROFISISONAL E TECNOLÓGICA
DIRETORIA DE PROGRAMAS, PROJETOS, EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA (DIREPI)
COORDENAÇÃO DE OFERTA, LEGALIZAÇÃO E CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL

DADOS NA ELABORAÇÃO DO PPC PARA SUBSIDIAR A SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

TABELA 2: DADOS MULTIDIMENSIONAIS PARA SUBSIDIAR A ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DE CURSOS DA
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL (PPC)

FICHA COM OS DADOS PROVIMENTO/A


POPU-
DOS INDICADORES DO INDICADORES ATIVIDADES ECONÔMICAS PROFESSOR/AES
LAÇÃO
MUNICÍPIO EPT - Considerar NTE
OFERTANTE DE EPT

SALDO DE VAGAS
PERFIL DOCENTE
RANKING BAHIA –

SALDO MERCADO

FORMAL (CAGED)

CONTEMPLADO
RANKING BAHIA-

AGROPECUÁRIA

DE TRABALHO
SEDE DO NTE

COMÉRCIO E
HABITANTES

ANALFABE-

NO EDITAL
MUNICÍPIO

MUNICÍPIO

INDÚSTRIA

SERVIÇOS
TOTAL DE

(EDITAL)
TAXA DE

EDITAL
TISMO
IDEB
NTE

IDH
PIB
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROFISISONAL E TECNOLÓGICA
DIRETORIA DE PROGRAMAS, PROJETOS, EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA (DIREPI)
COORDENAÇÃO DE OFERTA, LEGALIZAÇÃO E CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL

FICHA 01: DADOS PARA SUBSIDIAR A OFERTA DE CURSOS PELA SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

TABELA 3: DADOS PARA SUBSIDIAR O PLANEJAMENTO DA OFERTA (FICHA 01)

Contato:
UNIDADE ESCOLAR

E-mail:
NOME DO GESTOR/A

TI/NTE MUNICÍPIO
FICHA 01 -SOLICITAÇÃO / PLANEJAMENTO DE OFERTA DE CURSOS TÉCNICOS DE NÍVEL MÉDIO
Preenchimento exclusivo para as ofertas dos módulos/séries iniciais.

Forma de PLANO DE CURSO (N.º Indicar parcerias para realização


Total de Descrição de Laboratórios
Curso articulação/ Turno da Portaria ou data de de visitas técnicas, aulas práticas
vagas e/ou Equipamentos
modalidade envio para SUPROT) e estágios
Tipo do Equipamento

Quantidade

Especificar Laboratório
(Área de Conhecimento
ou Eixo Tecn.)
FICHA 02 - DADOS PARA SUBSIDIAR O PROVIMENTO DE PESSOAL PELA SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA

TABELA 4: DADOS PARA SUBSIDIAR O PROVIMENTO DE PESSOAL

Contato:
UNIDADE ESCOLAR

E-mail:
NOME DO GESTOR/A

TI/NTE MUNICÍPIO
FICHA N.º 02 - DOCENTES RESPONSÁVEIS PELAS DISCIPLINAS TÉCNICAS
Deve ser preenchida por curso. Ex: Técnico em Informática
Citar somente professores habilitados para lecionar os componentes curriculares (disciplinas técnicas) do curso preterido

NOME
DO CURSO
Formação do Docente
Nome do
Matrícula (Graduação e Pós- Natureza do Vínculo Carga Horária Disponível
Docente
Graduação)

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