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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

MAXUEL BATISTA DE ARAUJO


http://lattes.cnpq.br/7030765674441176
Linha 3: História, Historiografia e Memória da Educação Profissional

O Ensino Profissional da Rede Estadual do Rio Grande do Norte: uma


história em construção e reconstrução – 1961 a 2021

NATAL – RN
2023
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MAXUEL BATISTA DE ARAUJO


http://lattes.cnpq.br/7030765674441176
Linha 3: História, Historiografia e Memória da Educação Profissional

O Ensino Profissional da Rede Estadual do Rio Grande do Norte: uma


história em construção e reconstrução – 1961 a 2021

Projeto de Pesquisa de Doutorado apresentado ao


Programa de Pós-Graduação em Educação
Profissional do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte,
conforme Edital nº 11/2023 – PPGEP/IFRN, como
requisito parcial para obtenção de ingresso no
Programa de Doutorado.

NATAL – RN
2023
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1. Introdução

A história da educação profissional no Rio Grande do Norte é rica e diversificada,


abrangendo diferentes períodos e transformações ao longo do tempo, onde na esfera da rede
pública mantida pelo Governo do Estado passou por várias fases de desenvolvimento,
influenciadas por contextos políticos, econômicos e sociais. As primeiras iniciativas
institucionais da rede estadual de ensino remontam as primeiras décadas do século XX, onde
incluía a criação de escolas técnicas, cursos profissionalizantes e programas de formação
voltados para as demandas específicas da economia e da sociedade da época.

Ao estudar e pesquisar sobre a história da educação profissional no Rio Grande do


Norte, é importante considerar como essas iniciativas impactaram a sociedade local. A
formação profissional pode ter desempenhado um papel significativo na mobilidade social, na
qualificação da força de trabalho e no desenvolvimento econômico potiguar influenciado pelo
contexto econômico e social como a expansão de setores como agricultura, indústria, comércio
ou serviços poderia ter direcionado a oferta de cursos e programas de formação profissional em
áreas relacionadas.

A análise histórica da trajetória da Formação Profissional (EP) no Estado do Rio Grande


do Norte, compreendendo o lapso temporal de 1961 a 2021, tendo como premissas a
investigação documental com foco nas leis e decretos que influenciaram essa área. Portanto,
sendo uma unidade da Federação, o Rio Grande do Norte, na sua esfera da rede Estadual de
Educação, embora com iniciativas tímidas e descontinuas de oferta de cursos profissionalizante
desde a década de 1920, diferente da rede federal de educação (atuais IFs) que já tinha escolas
técnicas num patamar de sistematizadas e com diretrizes próprias, pensamento ainda distante
na secretaria estadual de educação na década de 1950.

No limiar da década de 1960 temos a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional (LDB) nº 4.024/61. Essa lei estabeleceu as bases para a organização do
sistema educacional no país. Nesse contexto, começaram a surgir debates sobre a integração da
formação profissional ao sistema educacional, visando preparar os estudantes tanto para o
mercado de trabalho quanto para a continuação dos estudos.
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Os anos de 1970, no governo do general Emílio Médici e diante da necessidade de


trabalhadores no que foi chamado de “milagre econômico” e com expectativas de
industrialização e crescimento foi proposto e em tempo recorde aprovada a Lei 5.692/71 que
trouxe mudanças significativas para a Formação Profissional no Brasil. Essa lei estabeleceu a
obrigatoriedade do ensino de 2º grau (atual ensino médio) e buscou a integração entre a
formação geral e a formação profissional. A alteração proposta conforme palavras do então
ministro da educação, Jarbas Passarinho (1971): significava “deixar de ensinar e de educar
verbalmente para avançar ativamente nos sistemas de ensino de primeiro e segundo graus com
enfoque nas necessidades de desenvolvimento”. No entanto, essa integração não ocorreu de
forma harmoniosa e gerou controvérsias, especialmente devido à falta de estrutura adequada e
de recursos para a implementação da formação profissional e nos Estados, ficou bem
evidenciado que o ensino propedêutico no 2º Grau ainda seria dado de forma massiva pelas
escolas da iniciativa privada, enquanto as escolas públicas da rede estadual ofereciam cursos
técnicos profissionais de forma obrigatória na sua ampla rede de escolas.

Nas décadas de 1980 e 1990 o Brasil passou por transformações sociais, econômicas e
políticas significativas. No contexto educacional, essas décadas foram marcadas por debates
sobre a qualidade da educação e a necessidade de reformas. Em 1996, foi promulgada a atual
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/1996, que trouxe novas
orientações para a formação profissional, visando a integração entre educação geral e formação
técnica. Observa-se ainda a promulgação do Decreto nº 2.208/97, que estabeleceu diretrizes
para a Formação Profissional e a integração entre educação básica e educação profissional
técnica. No entanto, posteriormente, a Portaria Ministerial nº 646/97 reforçou a separação entre
ensino médio e formação profissional.

Gradualmente, o ensino profissional compulsório foi desaparecendo e já no final da


década de 1990 o ensino médio propedêutico ganha força nas escolas públicas do Rio Grande
do Norte e de forma paralela se tem também às escolas técnicas da rede federal bem com as
escolas que fazem parte do sistema S1.

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Conjunto de nove instituições de interesse de categorias profissionais, estabelecidas pela Constituição brasileira.
Criado no governo do presidente Getúlio Vargas em 1942. Além da qualificação profissional, o Sistema também
tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores com a oferta de serviços à população, como
escolas, cursos técnicos e profissionalizantes, especialização e capacitação, atividades culturais, programação de
eventos, centros esportivos e de pesquisas. As nove entidades do Sistema S são mantidas com recursos de empresas
dos setores correspondentes da iniciativa privada.
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A primeira década do século XXI (2001- 2010) houve debates e movimentos em prol
da integração curricular entre o ensino médio e a formação técnica. Isso culminou na revogação
do Decreto nº 2.208/97 e na aprovação do Decreto nº 5.154/2004, permitindo a criação de cursos
técnicos integrados ao ensino médio. Essa medida buscava oferecer aos estudantes uma
formação mais abrangente e alinhada com as demandas do mercado de trabalho. É importante
ressaltar que ao longo desse período, a sociedade brasileira passou por mudanças econômicas,
políticas e sociais significativas, e essas transformações influenciaram diretamente as políticas
educacionais e a evolução da Formação Profissional no país. Os desafios e debates em torno da
integração entre educação geral e formação profissional refletem as complexidades enfrentadas
na busca por um sistema educacional mais eficiente e alinhado às necessidades da sociedade e
do mercado de trabalho.

A educação profissional no âmbito do ensino público ofertado pelo Estado do Rio


Grande do Norte, verifica-se diversas ações e programas visando um desenvolvimento,
implementação e melhorias na educação e uma das ações que deu uma admirável contribuição
para a educação profissional do Estado do Rio Grande do Norte no século XXI foi o Programa
Brasil Profissionalizado, criado por meio do Decreto no 6.302/2007 (BRASIL, 2007) com a
finalidade de estimular, nas redes estaduais de educação, o ensino médio integrado à educação
profissional, enfatizando a educação científica e humanística, por meio da articulação entre
formação geral e educação profissional no contexto dos arranjos produtivos e das vocações
locais e regionais, em parceria entre a União/Governos Estaduais.

A Educação Profissional e os conceitos de Educação Integral e o Tempo Integral


permeiam o cenário educacional brasileiro republicano, muitas vezes considerados utópicos,
todavia, observa-se que ao longo da História da Educação Brasileira, tivemos iniciativas
plausíveis, principalmente com governos progressistas, como ocorreu no ano de 2008 quando
foi lançado as premissas desta escola referência para um salto de qualidade no ensino médio,
concretizado no Programa Brasil Profissionalizado, por meio do Decreto nº 5.154/2004,
(BRASIL, 2004) possibilitou a junção novamente dos ensinos médio e técnico, onde se
observou que a Educação Profissional pôde assumir um caráter duplo. De um lado, um Ensino
Médio Integrado, visando uma formação holística numa práxis que torne sujeitos ativos,
compreendendo e desenvolvendo competências e habilidades tecnológicas, socioculturais e
econômicas, noutro lado, se teve a necessidade de expansão e aprimoramento da educação
profissional, principalmente nas redes estaduais de ensino.
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Ainda no ano de 2008, a Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Lazer do estado do


Rio Grande do Norte (SEEC/RN), através da Subcoordenadoria de Educação Profissional
(SUEP), de forma oficial fizeram a adesão ao Programa Federal Brasil Profissionalizado, cujo
convênio de cooperação e fomento, dentre outros propósitos, o governo federal daria apoio e
transferências de recursos financeiros objetivando construir, ampliar e reformar escolas;
mobiliar, equipar e instalar laboratórios; formar técnicos, professores e gestores em cursos de
formação pedagógica e pós-graduação. Em contrapartida, o Estado do RN assegurava a criação
e manutenção do quadro docente para atuarem nos cursos técnicos, entretanto, é importante
destacar a observação dos autores MOURA, LIMA FILHO E SILVA:

Em razão de distorções decorrentes do nosso pacto federativo, a maioria dos estados,


apesar de terem apresentado projeto e recebido recursos significativos para executar
o programa, não tem nem está constituindo quadro de professores efetivos,
especialmente no que se refere às disciplinas específicas da educação profissional, e
o curso técnico de nível médio continua sem avançar na maioria dos estados.
(MOURA, LIMA FILHO E SILVA, 2015, Págs. 1073-1074)

Com a nova política educacional profissional no governo progressista do Partido dos


Trabalhadores que, através do Ministério da Educação (MEC) em parcerias com as Secretarias
Estaduais de Educação, onde o Estado do Rio Grande do Norte assumiu também o compromisso
de se construir 10 (dez) escolas técnicas (com estrutura física de área construída de 5 mil metros
quadrados no mínimo), seguindo uma arquitetura semelhante aos Institutos Federais,
denominados aqui de Centros Estaduais de Educação Profissional (CEEPs), além de reformar
e adequar 109 (cento e nove) escolas da rede pública estadual para oferecer um ensino técnico
profissional e/ou também no Tempo Integral (NASCIMENTO, 2019).

Embora houvesse uma expectativa e euforia nesta nova fase de resgate da educação
profissional da rede estadual do RN, observou-se que no período de 2009 a 2016, no tocante
especifico da construção e funcionamento dos Centros Estaduais de Educação Profissional,
quiçá pela inercia ou burocracia estatal, houve um atraso anormal nas obras, como atesta Silva
(2015):
Os recursos para construção desses Centros foram firmados por meio do Convênio nº
658468/2009, no qual foi destinado o valor equivalente a R$ 55.229.737,80. Dessa
maneira, em 2009, foram iniciadas as obras, contudo, em 2016, ainda não consta nos
levantamentos realizados pela SEEC/SUEP/RN nenhum desses Centros em
funcionamento no Estado, para o que se propôs fazer, pois as obras ainda estão em
andamento e o que está pronto foi destinado à outras atividades conforme informações
e verificações feitas in loco.... (SILVA, 2015, p. 96).
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A história da qualificação dos trabalhadores no Estado do Rio Grande do Norte ao longo


do século XX e início do século XXI reflete as transformações sociais, econômicas e
tecnológicas ocorridas em cada época. Inicialmente, a formação técnica estava voltada para o
desenvolvimento de habilidades específicas para a indústria, visando suprir as demandas do
mercado de trabalho. Com o tempo, houve uma mudança de ênfase e abordagem na qualificação
dos trabalhadores. Passou-se a reconhecer a importância de uma base científica sólida para
fornecer uma compreensão mais ampla dos processos industriais e tecnológicos. Isso implicou
em uma maior integração entre a formação técnica e a formação científica. Além disso, a rápida
evolução tecnológica e as demandas cada vez mais complexas do mercado de trabalho levaram
ao reconhecimento da importância da formação continuada ao longo da carreira.

Os trabalhadores precisam se atualizar constantemente para acompanhar as mudanças e


inovações tecnológicas. Nesse contexto, o Estado do Rio Grande do Norte buscou avançar na
oferta da educação profissional na rede estadual de ensino. Foram criadas escolas técnicas e
implementados programas e ações para fortalecer essa modalidade de ensino. Além disso,
foram realizados investimentos em infraestrutura, como a construção e reforma de unidades
escolares, laboratórios e espaços de prática profissional.

Outra estratégia adotada foi o estabelecimento de parcerias com instituições de ensino


superior e entidades empresariais. Essas parcerias visam promover a qualificação profissional
dos estudantes, proporcionando oportunidades de estágio, intercâmbio de conhecimentos e
estímulo ao empreendedorismo. Em suma, ao longo do último século, o Estado do Rio Grande
do Norte tem buscado se adaptar às mudanças e demandas do mercado de trabalho, investindo
na formação técnica e profissional dos trabalhadores. A oferta de educação profissional nas
escolas técnicas estaduais, a integração entre a formação técnica e científica, e as parcerias
estabelecidas são exemplos das ações realizadas nesse sentido.

A educação profissional no Brasil não só almeja a formação de técnicos de nível médio,


mas a qualificação, a requalificação, a reprofissionalização para trabalhadores com qualquer
escolaridade, promovendo não só a inserção no mercado de trabalho mais também um cidadão
atuante na sociedade, ciente dos seus direitos e deveres, bem como o Estado promova realmente
o bem estar social, equidade e oportunidade igualitária para todos.
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2. Problema da Pesquisa

Ao contextualizar e delimitar o problema (objeto da pesquisa) dentro de um estágio de


doutoramento, a questão “X” é tentar responder no processo educacional, sendo a história da
educação profissional no Rio Grande do Norte é investigada em torno dos eixos de pesquisa,
a saber: história da educação profissional, história cultural e história regional. Esses eixos
orientam a pesquisa, mas para que se iluminem mutuamente, são levantadas questões como:
Como os governos do estado do Rio Grande do Norte (1961-2021) abordaram a educação e
a educação profissional? Em que espaços escolares é realizada a educação profissional? Em
que se baseia a filosofia educacional da educação e do trabalho no Rio Grande do Norte?
Como se processou a educação profissional e suas construções e reconstruções na rede estadual
de educação no ensino médio profissional? Quais perspectivas e desafios de integração da
educação profissional com o advento da modalidade do Tempo Integral no novo contexto do
Ensino Médio (2017)? Bem como historicizar o período 1961 a 2021, quais características,
problemas semelhanças ou não com a implantação obrigatória do ensino técnico profissional
em nível médio (Lei 5.692/71) e sua correlação ou não em tempos de Base Nacional Curricular
Comum e a Lei 13.415/2017?

Portanto, para responder a essas questões, é necessário buscar evidências e


fundamentos que possam ajudar a explicar os resultados. Nesse sentido, o registro e a escrita
dessa história é um recurso indispensável para a produção e sistematização do
conhecimento a fim de observar as experiencias do passado, seus acertos e erros, se possa
construir um presente/futuro com bases mais sólidas para uma política e diretrizes eficazes num
ensino profissional na rede pública estadual do Rio Grande do Norte.

Ao pesquisar a história da educação profissional, é possível identificar tendências e


padrões que moldaram o desenvolvimento desse setor ao longo dos anos. Essa compreensão
histórica permite antecipar possíveis desafios e oportunidades futuras, contribuindo para a
formulação de abordagens mais robustas, proporcionando uma contextualização maior e mais
profunda da política educacional atual e que permite avaliar até que ponto as diretrizes e metas
atuais se alinham com as experiências históricas e se há lições a serem aprendidas com o
passado. Por isso, estudar a história da educação profissional é uma forma de preservar a
memória educativa e reconhecer a contribuição de diferentes atores ao longo do tempo. Isso
ajuda a manter viva a herança educacional e a construir uma base sólida para o futuro.
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3. Justificativa

As discussões em torno da Educação Profissional em solo potiguar, surge o consenso


de que há necessidade de estabelecer uma adequação mais harmoniosa entre as exigências
qualitativas dos setores produtivos e da sociedade em geral, e os resultados da ação educativa
desenvolvida nas instituições de ensino. Dessa maneira o ensino técnico deve ser uma ponte
eficaz entre as necessidades da indústria e o desenvolvimento educacional e social dos
estudantes, contribuindo assim para o crescimento e a melhoria do Estado do Rio Grande do
Norte, portanto estabelecer e/ou conhecer marcos históricos permite que essa abordagem possa
atender as demandas sociais por políticas públicas educacionais que ampliem e fortaleçam a
oferta de cursos de ensino médio com foco na educação profissional técnica e urge o olhar ao
passado para projetar um presente/futuro que proporcione mais benefícios pessoais,
profissionais e sociais para os estudantes. Essa abordagem pode ajudar a preparar os estudantes
para o mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento
econômico e social da região nos motiva a justificar o presente estudo também em premissas
pessoais, profissionais, sociais e acadêmicas.

De ordem pessoal, reside no fato de ser aluno oriundo de Escola Pública de Educação
Profissional do curso Técnico em Contabilidade da Escola estadual Prof. Anísio Teixeira (Natal, 1992)
e que desde 2014, como professor, vem-se integrando estudos e trabalhos como o SISMÉDIO (sendo
bolsista no Programa do Governo Federal que promovia estudos, debates e formação docente na
reformulação do Ensino Médio); No período de 2017 a 2020 fez-se parte Equipe de estudos sobre a
educação profissional da Subcoordenadoria de Educação Profissional da Secretaria Estadual de
Educação, bem como ser aluno (especial) dos Programas de Pós Graduação em Educação do Instituto
Federal de Educação do RN (IFRN), cursando a disciplina Gestão e avaliação de políticas da educação
profissional (2020); na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), cursando a disciplina
Estado e Políticas Educacionais (2021) e nos anos de 2022 e 2023, cursou respectivamente História da
Educação Profissional no Brasil e Metodologias Da Pesquisa Em História Da Educação Profissional
no Programa de Pós Graduação do IFRN – Campi Natal Central, configurando assim uma afinidade e
dedicação aos estudos acadêmicos a este importante tema na educação.

De ordem profissional destaca-se a experiência de ser professor há 23 (vinte e três) anos


no Ensino Médio e na Educação Profissional tendo diversas experiências em instituições
públicas e privadas e recentemente ter o contato inicial como docente da primeira leva de
professores do Centro Estadual de Educação Profissional Dr. Ruy Pereira dos Santos (São
Gonçalo do Amarante/RN) e depois com a experiência administrativa, como vice-diretor, na
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Gestão do Centro Estadual de Educação Profissional Professora Djanira Brasilino de Souza


(Natal), e nessa magnitude in loco se vislumbrou e se deparou com enormes desafios que vão
da falta de recursos financeiros aos trâmites burocráticos da Administração Pública dentre
outros.

Da ordem social, observa-se que existe um sentimento em preservar o ensino público e


mais inclusivo, procurando oportunizar para a população mais carente acesso a uma educação
pública e de qualidade em tempo integral. Visando também que este jovem aluno possa ter mais
tempo no espaço escolar para desenvolver uma educação sociointeracionista aliada aos
conceitos da Educação Profissional Técnica, onde o egresso dessa escola se promova um
cidadão crítico e atuante na sociedade.

Numa premissa ainda, de ordem de produção acadêmica, reforçar a justificativa de


ampliar os estudos e debates, em relação à temática "História da Educação Profissional",
especialmente no contexto da atual política pública da educação profissional na rede estadual
de ensino, é de extrema importância por diversas razões. Ao realizar uma pesquisa no banco de
periódicos acadêmicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES) com a temática e tendo como “estado da arte” o recorte temporal recente (2013 a
2023), é possível constatar a relevância e a lacuna existente nessa área, uma vez que os
resultados foram: 953 recursos online (documentos digitais), sendo 253 Periódicos revisados
por pares; 553 Conjuntos de dados; 399 Artigos Científicos e 01 Dissertação. Vale ressaltar que
como a temática do presente projeto na área de História Profissional em solo potiguar,
vislumbrou apenas 05 (cinco) documentos digitais de orientandos de renomados professores
dos programas de Pós Graduação do IFRN e da UFRN.2

Os dados estatísticos da produção acadêmica, reforçam a necessidade de


aprofundamento e análise crítica, uma vez que, a compreensão da história da educação
profissional ofertado pela rede estadual de ensino é fundamental para embasar as políticas
públicas atuais. A análise das raízes históricas e das mudanças ao longo do tempo oferece
insights valiosos para a construção e avaliação de estratégias educacionais mais eficazes e
alinhadas com as necessidades contemporâneas.

2
Disponível em: https://www-periodicos-capes-gov-br.ezl.periodicos.capes.gov.br/index.php/buscador-primo.html
Acesso em 28 ago 2023
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4. Objetivos

Geral

Fazer um levantamento da educação profissional desenvolvida no Estado do Rio


Grande do Norte, através da sua Secretaria de Educação entre o período de tempo de 1961
até a 2021, tendo como elemento de pesquisa, análise e monitoramento da documentação
produzida pelos diversos atores sociais envolvidos nesse processo e, revelar, um século
depois da primeira ação em solo potiguar, os avanços e/ou retrocessos promovidos pelos
sucessivos governos para concretizar a educação profissionalizante ministrada pela rede
pública de Ensino do Rio Grande do Norte, onde se possa esclarecer e dissipar a névoa que
encobre o História do ensino e da educação profissional na rede estadual de ensino.

Específicos:

• Conhecer através de uma construção histórica as perspectivas e desafios da educação


profissional do Rio Grande do Norte da rede estadual, traçando uma linha do tempo para
entender melhor como a educação profissional se desenvolveu ao longo do tempo na rede
estadual de ensino, principalmente a partir das Leis 4.024/61 e 5.692/71;
• Analisar as relações entre o Estado, a sociedade e as políticas educacionais em relação à
educação profissional no Rio Grande do Norte, recorrendo a uma investigação das
motivações por trás das políticas educacionais, o papel das diferentes partes interessadas
(como o governo, instituições de ensino, empresas e sociedade civil) e como essas relações
evoluíram ao longo das últimas décadas;
• Examinar as reformas de ensino secundário propostas pela União/Ministério da Educação
e implementadas pelos governantes do Rio Grande do Norte (1961-2021) e como essas
reformas impactaram a organização da educação estadual (políticas educacionais,
currículos, métodos de ensino e infraestrutura das escolas secundárias), especialmente em
relação à oferta de educação profissional.
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5. Referencial Teórico-Metodológico

A educação profissional é um campo amplo e multifacetado, que aborda o


desenvolvimento de habilidades e conhecimentos necessários para o sucesso em uma
determinada profissão ou carreira. O referencial teórico sobre educação profissional é vasto e
pode ser abordado por várias perspectivas. Destaca-se algumas das principais teorias e
abordagens, como: Teoria do Capital Humano, foca na educação como investimento no capital
humano, sustentada que o aumento do conhecimento e das habilidades de um indivíduo resulta
em maiores oportunidades de emprego e ganhos financeiros; Teoria do Aprendizado
Experimental, desenvolvida pelo teórico de educação americano David Allen Kolb (1939- ),
mestre e doutor pela Harvard University em Psicologia Social, onde enfatiza a importância da
experiência prática e do aprendizado ativo no processo educacional. “Aprender fazendo e
refletindo sobre a experiência” são elementos fundamentais. A Abordagem Crítica, examina
as relações de poder e as estruturas sociais subjacentes à educação profissional. Ela busca
analisar e enfrentar desigualdades e injustiças no acesso e nos resultados da educação
profissional; Já a Abordagem baseada em Competências, que nos últimos anos ganhou
destaque no Brasil, onde é baseada na identificação e no desenvolvimento de competências
específicas necessárias para um determinado campo. Isso envolve a definição de habilidades,
conhecimentos e comportamentos necessários para o sucesso profissional.

Essas teorias e abordagens oferecem diferentes perspectivas para entender a educação


profissional e podem ser combinadas ou adaptadas de acordo com as necessidades específicas
de programas educacionais e contextos culturais. A escolha da teoria ou abordagem depende
dos objetivos educacionais e das prioridades de quem desenvolve e implementa programas de
educação profissional. E, ao escrever sobre a história da educação profissional numa tentativa
de traçar uma linha do temporal sobre a oferta e ensino da rede estadual do Rio Grande do
Norte, tendo como referência o conceito de que “fazer história” é uma prática, conforme
Certeau (1982, p. 69), entendemos que a escrita da história se constitui como uma operação.
A escrita da história da educação profissional é, portanto, "a manipulação da relação entre
lugar (recrutamento, meios, ocupação etc.), procedimento analítico (disciplina) e
construção".

O ano de 2022, seria o ano que marcava os 100 (cem) anos do ensino profissional
ofertado pela rede pública estadual, entretanto, tal marco passou em “brancas nuvens”, uma
vez que a própria Secretaria de Educação Estadual e as poucas obras acadêmicas, acredita-
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se que ofuscou o marco temporal de cem anos da presença da educação técnica profissional
na rede pública de ensino do Rio Grande do Norte, portanto mais do que uma tentativa de
reconstruir uma trajetória histórica, uma prática cotidiana educacional, o ato de relembrá-los
traz a re experiência de determinados acontecimentos, reordenando-os, dando nova forma a
vivências e acontecimentos hoje esquecidos e aparentemente não sentidos.

O historiador Michel de Certeau (2002, p. 65) nos remete algumas indagações como:
O que os historiadores fazem quando fazem história? Para quem você trabalha? O que é
este produto e há uma história? ele não revelou explicitamente, mas a pergunta está aí, nas
entrelinhas: por que, Afinal, a história funciona? Certamente, a história da escrita da história
pode fornecer valiosas orientações para compreender a natureza do ofício do historiador e os
debates em torno da cientificidade da história. As diferentes concepções e práticas ao longo do
tempo ajudam a iluminar como os historiadores abordam e interpretam o passado, bem como a
influência de diferentes paradigmas, como o positivismo e o historicismo. Cada um desses
paradigmas traz perspectivas distintas sobre como abordar e interpretar o passado e a análise
dos paradigmas como o positivismo e o historicismo mostram como a prática historiográfica
evoluiu e como diferentes abordagens moldaram a compreensão do passado. Essas reflexões
também oferecem insights sobre como os historiadores podem equilibrar objetividade e
interpretação em sua busca pela verdade histórica.

Ao pesquisar e analisar a História da Educação Profissional no Brasil, observando as


fontes, métodos e técnicas vimos que diferentes concepções ao longo do tempo trataram da
temática, refletindo as mudanças da sociedade, sendo o ensino técnico Profissional visto como
um novo campo de estudo no Brasil e, para compreender a configuração da produção do
conhecimento na Educação Profissional, aproximamo-nos da compreensão de Bourdieu (1983)
sobre o campo científico, que ele apresenta como um espaço social onde ocorrem eventos,
relações de poder e conflitos, a fim de alcançar determinados interesses. Para Bourdieu, o
Campo é uma estrutura onde os atores sociais desempenham o seu papel e continuam a mover-
se através das estruturas construídas em torno do campo.

Nesse campo social surge a à qualificação dos trabalhadores e à relação entre o


conhecimento profissional e o sistema de divisão social e técnica do trabalho. Pois os
trabalhadores precisam se qualificarem de maneira sistemática. Isso significa que, ao longo do
tempo, a natureza do trabalho tem evoluído e se tornado mais complexa, exigindo que os
trabalhadores adquiram novos conhecimentos e habilidades para se manterem relevantes no
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mercado de trabalho, ao mesmo tempo, em que destaca as complexas relações de poder e as


contradições de classe que envolvem a produção e a apropriação do conhecimento no contexto
do trabalho. Essa análise crítica é fundamental para compreender as dinâmicas sociais e
econômicas que moldam a educação e o mundo do trabalho.

A escrita da História é feita de forma arbitrária pelos os historiadores, mesmo baseando-


se em fontes históricas consideradas sérias, verdadeiras e aceitas pela comunidade científica.
Assim, o registro das narrativas orais, daqueles que testemunharam o fato histórico não difere
da posição arbitrária daquele que escreve ou traduz a fonte oral em escrita. Neste aspecto, não
faz sentido o certo olhar distante e até de desconfiança de alguns historiadores com as fontes
orais, uma vez, cumprido todos os procedimentos, cuidados e rigores do método científico se
tem um método de pesquisa eficaz e confiável. Mais que recordar conscientemente os fatos da
prática cotidiana, a ação de memorizá-los traz consigo o reviver certos acontecimentos,
reordenando-os, dando novas formas às experiências e aos acontecimentos no instante presente, já
esquecidos e aparentemente não sentidos.

A natureza e robustez das fontes e a relação do historiador com as fontes. Embora muito
se tenha avançado na discussão sobre pensar e fazer história, esses dois aspectos ainda suscitam
dúvidas sobre novas fontes, novas questões, e trazem uma série de dificuldades para
operacionalizá-las, o que nos fez por muito tempo apenas sobre o que escolher. Observa-se
ainda que o documento escrito é bastante importante para reconstituir um fato histórico, todavia,
não se pode venerar ou definir como o principal instrumento, pois para entender que no trabalho
do pesquisador com as fontes históricas, não há uma verdade absoluta e final.

Ao discutir sobre as fontes históricas, pensa imediatamente em coisas que contêm


informações sobre tempo, lugar e tempo. Assim podem ser entendidas como os materiais
utilizados pelos historiadores através de certos métodos e técnicas e diferentes técnicas para
criar seu discurso histórico. E, com base nas ideias tecidas por Pinsk (2005), parece que o
conceito de fonte histórica surgiu através da pesquisa, portanto é entendido como fonte, todos
os diferentes vestígios naturais produzidos por uma sociedade determinadas sociedades e o uso
de fontes, historiadores precisa saber, usar métodos analíticos, interpretar fontes de pesquisa,
criticar e escrever a história.

As fontes históricas são essenciais para o estudo e escrita da história, fornecendo


evidências, contexto e insights que permitem aos historiadores e pesquisadores compreender e
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interpretar o passado. Elas são a base sobre a qual a história é construída, e sua análise cuidadosa
é fundamental para uma narrativa histórica precisa e significativa, onde desempenham um papel
crucial na pesquisa da história da educação profissional, permitindo que os pesquisadores
obtenham uma compreensão profunda e contextualizada de como esse campo se desenvolveu
ao longo do tempo e como influenciou e foi influenciado pelos eventos históricos, políticos,
sociais e econômicos.

A educação profissional no Brasil não é apenas uma resposta às necessidades imediatas


do mercado de trabalho, mas também uma parte integrante da história e da evolução da
educação moderna no país. Ela desempenha um papel vital na formação de cidadãos
qualificados e preparados para contribuir para o crescimento e a prosperidade do Brasil,
enquanto se adapta continuamente às mudanças em curso na sociedade e na economia, onde a
compreensão e/ou construção ou reconstrução da sua história, principalmente em solo potiguar
urge mais debates diante de tantas lacunas e dúvidas.

A Escrita e a História surgiram da necessidade humana de registrar, reconstruir o


passado, relatar, analisar e interpretar acontecimentos, reorganizar as suas causas em ordem
cronológica e escolher as causas em que acreditam. E Para entender a História, é necessário
explorar a base material de uma sociedade cuja história está sendo reconstituída. tal
procedimento pressupõe um processo de investigação que não se limita ao que
convencionalmente chamada de história da educação, mas implica uma investigação
econômica, política e social do país em que desenvolve um fenômeno educacional a ser
compreendido porque é um processo de pesquisa que revelará um problema educacional
específico. Em suma, o conhecimento da história da educação é uma vantagem encontrar os
meios adequados para viabilizar o projeto de mudança educacional. Em outras palavras, esse
conhecimento é capaz de fornecer uma reflexão filosófica com o conteúdo da realidade que se
pensa para descobrir diretrizes e coordenadas da ação pedagógica.

Para NORA (1993), os lugares de memória são investidos da imaginação de uma aura
simbólica, ao mesmo tempo em que procuram garantir a cristalização da memória. Na opinião
do autor:

[...] se é verdade que a razão básica de ser um lugar de memória é parar o tempo,
bloquear a obra do esquecimento, corrigir o estado de coisas, imortalizar a morte,
materializar o imaterial para prender [...] o máximo de sentido no mínimo de signos,
claro, e isso os torna fascinantes: que os lugares de memória vivem apenas de sua
capacidade de transformação, da reflexão constante de seus significados e do zumbido
imprevisível de suas consequências. (NORA, 1993, p. 22).
15

A concepção do autor enquadra-se claramente nas intenções que nortearam a


organização das comemorações do centenário e a elaboração deste texto, pois são ações
permeadas por um esforço de destacar a importância do impresso, de evitar seu esquecimento
e de monumentalizar a data, assim, ressalta-se aqui o recorte temporal de 1961 a 2021.

A educação profissional no Brasil estava de acordo com as ideias de sociedade e o


trabalho implantado no país, portanto, em termos de bem-estar destinado a escravos, índios e
órfãos nos tempos colonial e imperial e aos menos favorecidos sorte na primeira república,
passou para a qualificação de trabalhadores profissionais na década de 1930, para formar
profissionais para a indústria e comércio, sob os auspícios das leis orgânicas da década de 1940,
técnicos médios para subsidiar modelos de desenvolvimento nacional, como atesta a
pesquisadora, Dra. Olivia Medeiros Neta (2020) nos mostra as expectativas dos formandos:

Para a ideologia política oficial, era urgente a implementação dos direitos sociais
ligados à valorização do trabalho e à valorização do trabalhador brasileiro. A
construção do homem novo deveria ser feita por meio da política de controle da mão-
de-obra e da organização científica do trabalho. Era preciso criar o universo
ideológico da própria industrialização. MEDEIROS NETA, 2020, p.18)

Já nas décadas seguintes de 1960 e 1970, ao cidadão produtivo e nos anos 1990 a uma
formação mais completa trabalhadores aliando a formação técnica a uma sólida base científica,
e nas primeiras décadas do século XXI observa-se o desafio de desenvolver e concretizar uma
educação profissional integral e omnilateral3. E para compreender e traçar paralelos entre a
educação profissional, importa referir que a educação profissional é vista como um campo que
se encontra em conflito entre os diferentes grupos que compõem a sociedade, tendo em conta
fatores como: história política, reforma educativa, educação desenvolvimento. eventos e
projetos de treinamento. (MANFREDI, 2003).

Portanto, a compreensão da educação profissional requer uma análise holística que leve
em consideração todos esses fatores e a dinâmica entre eles. É importante encontrar soluções
que atendam às necessidades da sociedade, da economia e dos indivíduos, ao mesmo tempo em
que se navega pelos conflitos inerentes a esse campo, ressaltando que na educação profissional
diferentes partes interessadas, incluindo governos, educadores, empregadores, sindicatos e
alunos, podem ter interesses e objetivos divergentes em relação à educação profissional.

3
O conceito que se refere a uma formação humana oposta à formação unilateral provocada pelo trabalho alienado,
pela divisão social do trabalho, pela reificação, pelas relações burguesas estranhadas, enfim, sendo o processo
formativo que deve encontrar seu sentido no ser humano integral, rico não pela posse de coisas, mas pela
apropriação total de seu próprio ser, desenvolvido socialmente pelo total cultivo de suas possibilidades, para a sua
total realização.
16

6. Metodologia

O projeto de pesquisa e estudos se enquadra numa abordagem qualitativa, sustentada


por pesquisas bibliográfica e documental. A abordagem qualitativa adotada nesse estudo
permite ao pesquisador compreender, descrever e explicar os fenômenos em termos dos
significados que as pessoas atribuem a eles. Essa abordagem valoriza a subjetividade e busca
captar a complexidade das experiências humanas. Para isso, o pesquisador utiliza práticas
materiais e interpretativas para entrar em contato com a situação estudada. Além disso, a
pesquisa documental é uma das estratégias utilizadas nesse estudo. Essa abordagem se baseia
em materiais que ainda não passaram por uma análise sistemática, como documentos oficiais,
relatórios, jornais e revistas.

Assim o uso também de uma pesquisa in loco em arquivos e acervos públicos e


privados, como o Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Norte, o Instituto Histórico e
Geográfico do Rio Grande do Norte, além dos arquivos e documentos dos setores da Secretaria
Estadual de Educação como SOINSP e SUEP. Essas fontes documentais podem fornecer
valiosas informações sobre as políticas educacionais, os programas de ensino profissional, os
currículos e os impactos sociais dessas iniciativas, configurando de forma contundente que a
pesquisa bibliográfica tem a finalidade de propiciar maior familiaridade com o assunto a ser
analisado de modo a torná-lo o mais claro possível pois a fundamentação teórica será baseada
na leitura de livros, dados estatísticos, artigos especializados, visita a arquivos, entrevistas
dentre outros, num viés qualitativo, tendo como ponto de partida a análise documental, da
revisão bibliográfica e de entrevistas semiestruturadas observando os preceitos da Comissão de
Ética do IFRN ao se promover pesquisas com envolvam entrevistas/questionários.

Essas abordagens metodológicas, tanto a qualitativa quanto a pesquisa documental e


bibliográfica, são comumente utilizadas em estudos acadêmicos para investigar e compreender
diferentes fenômenos e questões de pesquisa e, ainda no intuito de trazer mais luz aos
questionamentos da pesquisa, numa bibliografia inicial selecionada, optou-se a um
aprofundamento maior na composição da tese futura, pesquisando ao longo do trabalho autores
clássicos e atuais sobre a História da Educação Profissional no Brasil e em destaque para a
produção do Estado do Rio Grande do Norte.
17

6.1 Cronograma de execução


Atividades 2024 2025 2026
Períodos 1º S 2ºS 1º S 2ºS 1º S 2ºS
Embasamento Teórico I (participação nas Disciplinas da
formação específica e Seminários e/ou Ateliês nas
Linhas de Pesquisa).
Embasamento Teórico II - participação nas Disciplinas
da formação específica e no Seminário Doutoral I.
Participação no Programa de Estudos e nos Seminários
de Pesquisa e Discussão e aprimoramento mais
detalhado sobre o Tema, Introdução e Objetivos: geral e
específicos.
Participação in loco da intervenção docente no ambiente
escolar e a sistematização dos dados coletados e
Redação dos 1º e 2º Capítulos
Apresentação do Exame de qualificação
Apresentação do trabalho em Congressos
Participação no Programa de Estudos e nos Seminários
de Pesquisa. Redação dos demais capítulos e
observações conclusivas.
Submissão do manuscrito em revista
Apresentação da Defesa da Tese

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