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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NO BRASIL: A ROBOTICA

EDUCACIONAL COMO AMBIENTE DE APRENDIZAGEM


ZARATE JUNIOR, Carlos Recalde

Resumo
A educação profissional e tecnológica, no Brasil, ganhou novo folego a partir da implantação do PRONATEC.
Entretanto, o processo de ensino/aprendizagem não tem sido eficaz com a utilização de métodos tradicionais de
ensino. Além, do que na educação profissional oferecidas nas escolas públicas esdaduais apresentam
peculiaridades no que diz respeito aos estudantes que frequentam os cursos: a maioria são filhos da classe
trabalhadora ou já estão inseridos no mercado de trabalho e procuram aperfeiçoar e se profissionalizar. Um dos
desafios de quem trabalha com a educação profissional, principalmente no periodo noturno, é a assiduidade e a
evasão escolar. Nesse ponto, acreditamos que a Robótica Educacional por suas características, pelos objetivos a
que se propõe seja uma ferramenta que melhor atende as condições e necessidades de ensino aprendizagem na
educação profissional.

Palavras-chave: Educação Profissional. Educação Tecnológica. Robótica Educacional. Ensino/aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

A Educação Profissional e Tecnológica, no Brasil, sempre esteve atrelada aos ditames


socioeconômicos de cada período. Atualmente não é diferente. A formação de mão de obra
tecnicamente especializada ganhou contornos novos, objetivando a atender às necessidades do
sistema produtivo, cada dia mais informatizado, mecanizado e robotizado.
Nesse sentido, cada vez mais se exige que a formação de profissionais se deem por
meio do desenvolvimento de habilidades e competências mais condizentes com a
modernização do sistema produtivo.
Entretanto, a Educação Profissional e Tecnológica ofertada nas escolas públicas,
estaduais, atendem a uma população que, na maioria das vezes, já estão inseridos no mercado
de trabalho e procuram novas possibilidades profissionais. Por já estarem inseridas no
mercado de trabalho ou frequentarem os cursos concomitantemente com a formação do
Ensino Médio, os estudantes já chegam cansados ou desmotivados. Portanto, a educação
profissional e tecnológica para manter um bom nível de frequência e evasão escolar tem que
buscar novas metodologias e ferramentas de ensino-aprendizagem, que fujam das formas
tradicionais.


Pós-graduando no curso lato sensu em Docência para a Educação Profissional, Científica e Tecnológica, do
Instituto Federal de Mato Grosso do Sul - IFMS. Contato: educadorcarlos@hotmail.com
Acreditamos que a Robótica Educacional é uma possibilidade metodológica que, por
suas características, seja um estimular e um motivador do processo de ensino-aprendizagem.
Por isso decidimos desenvolver um projeto aplicando a robótica educacional no Curso
Técnico em Programação de Jogos Digitais para os alunos da Escola Estadual João Brembatti
Calvoso, com o objetivo de tornar as aulas mais atrativas e evitar a evasão escolar. O presente
estudo tem o objetivo de relatar a experiência com o projeto para contribuir e incentivar essa
prática em outras escolas. Assim, pretendemos nesse documento levantar algumas
possibilidades de aplicação da Robótica Educacional no contexto das escolas que possuem
poucos recursos ou nenhum para que tal ferramenta seja aplicada no processo de ensino
aprendizagem.
Concluímos, ao estudar vários projetos que aplicam a robótica educacional e pela
aplicação de nosso próprio projeto que é possível a utilização dessa ferramenta na Educação
Profissional e Tecnológica por meio da utilização de kits robóticos, sucatas, hardwares e
softwares já disponíveis nas escolas, mesmo que escassos e os recursos da robótica livre, que
atende perfeitamente às condições econômicas das escolas públicas que oferecem os cursos da
SED, sobretudo atendendo a necessidade de ensino aprendizagem dos cursos voltados para as
áreas da computação, programação, da comunicação e informática. Não queremos com isso
afirmar que os demais cursos não possam utilizar essa ferramenta de aprendizagem. Apenas
que nosso foco está voltado para as áreas apontadas acima.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Breve História da Educacional Profissional e Tecnológica no Brasil

Em todas as sociedades existiram de alguma forma um tipo de educação que


preparacem os aprendizes na execução de alguma atividade profissional e domínio das
técnologias por eles desenvolvido. No Brasil não foi diferente, pois antes mesmo de os
portugueses partirem para o dominio das terras os povos que aqui habitavam preparavam seus
jovens para o domínio das ferramentas e artefatos tecnologicos por eles desenvolvidos.
Dentro dos parâmetros da cultura ocidental, a formação do trabalhador no Brasil teve
início no momento em que os portugueses aportaram e necessitavam de mão de obra que
dominasse seus artefatos e tecnologias. Entretanto, de acordo com Kuenzer (2007), somente a
partir do século XX o Estado brasileiro passou a demonstrar maior preocupação com a
preparação de operários para o exercício profissional, assumindo essa modalidade de ensino
como política pública a partir de 1909 com a criação de 19 escolas de artes e ofícios
espalhadas pelo país, consideradas como precussoras das escolas técnicas estaduais e federais.
Apesar da existências de poucas industrias no Brasil, as escolas tinham “a finalidade moral de
repressão: educar pelo trabalho, os órfãos, pobres, e desvalidos da sorte, retirando‐os das
ruas”, caracterizando‐se como política pública moralizadora da formação do caráter pelo
trabalho” (KUENZER, 2007, p. 27).
Em 1942, com a Reforma Capanema1 a educação profissional passa a ser
regulamentada por lei especificas em cada ramo da economia: curso normal, industrial
técnico, comercial técnico e agrotécnico. Porém, os cursos não habilitava para o ingresso no
nivel superior. Para que tal ocorresse era necessário fazer um exame de adaptação para que os
estudantes dos cursos profissionais tivessem direito de participar dos exames para ingresso no
ensino superior. Na década de 1940 foram criados as primeiras instituições que irião compor o
Sistema S, como o SENAI (1942) e o SENAC (1946), constituindo um sitema privado de
educação profissional juntamente com as iniciativas públicas com o objetivo de atender as
demandas da divisão social e técnica do trabalho, pautado no paradigma taylorista-fordista
(MULLER, 2010).
A primeira Lei de Diretrizes e Base da Educação, promulgada em 1961, Lei
4.024/1961, trouxe mudanças significativas para a Educação Profissional. Apesar de não
superar as dualidades estruturais existente entre as diferentes modalidades de ensino. Porém,
com a diferenciação e o desenvolvimento de diferentes ramos profissionais, que surgiram com
o desenvolvimento do setor secundário e terciário, houve um reconhecimento da legitimidade
dos diferentes saberes, não só os de cunho acadêmicos. A legislação educacional, pela
primeira vez, reconheceu e integrou completamente o ensino profissional ao sistema regular
de ensino, estabelecendo equivalência entre os cursos profissionais e propedêutico, não
existindo impedimentos para o ingresso no ensino superior para aqueles que fizeram os cursos
profissionais (KUENZER, 2007).
No governo militar, após 1971, foi realizada uma profunda reforma educacional, com
a Lei 5.692/1971 (Lei da Reforma do Ensino de 1º e 2º Graus). A reforma procurou estruturar
a educação de nível médio profissionalizante para todos, sendo imposto pelo governo com o

1
Este conjunto de decretos ficou conhecido como as Leis Orgânicas da Educação Nacional – a Reforma
Capanema, em função do nome do então ministro da educação, Gustavo Capanema. Os principais decretos
foram os seguintes: Decreto nº. 4.244/42 – Lei Orgânica do Ensino Secundário; Decreto nº. 4.073/42 – Lei
Orgânica do Ensino Industrial; Decreto nº. 6.141/43 – Lei Orgânica do Ensino Comercial; Decreto nº. 8.529/46 –
Lei Orgânica do Ensino Primário; Decreto nº. 8.530/46 – Lei Orgânica do Ensino Normal e; Decreto nº.
9.613/46 – Lei Orgânica do Ensino Agrícola. Além disso, o Decreto-Lei nº.4.048/1942 – cria o Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (SENAI), que deu origem ao que hoje se conhece como Sistema “S” (MEC, 2007).
discurso de atendimento à crescente demanda das classes populares por acesso a níveis mais
elevados de escolarização o que levou a um aumento das reinvidicações pelo aumento de
vagas no ensino superior. A reforma, atrelada ao chamado “Milagre Economico” marcado
pela tentativa de aumento no desenvolvimento industrial do país, demandava por mão-de-
obra qualificada em nível médio para atender ao crescimento e a insersão de jovens no
mercado de trabalho, com a intensificação da internacionalização do capital. A reforma
voltou-se apenas ao sistema público de educação, enquanto as intituições particulares
continuaram a oferecer os curriculos introdutorios voltados para a ciência, as letras e artes,
voltado para as elites (MEC, 2007).
Mesmo com essa dualidade, nos anos do regime militar foram criados as escolas
técnicas, escolas agricolas e os Centros de Educação e Tecnologia (CEFETs).
A obrigatoriedade da profissionalização foi se dispersando. No final dos anos de 1980
e inicio dos anos de 1990, com as mudanças constitucionais de 1988, uma nova LDB (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação) começa a ser discutida no Congresso Nacional com a
promulgação da Lei nº 9.394/1996, momento em que quase já não existiam escolas
profissionalizantes de 2º graus, apenas as ETF (Escolas Técnicas Federais) e as EAF (Escolas
Agrotécnicas Federais) e em apenas alguns estados.

O texto é minimalista e ambíguo em geral e, em particular, no que se refere a essa


relação – ensino médio e educação profissional. Assim, o ensino médio está no
Capítulo II que é destinado à educação básica. Enquanto a educação profissional está
em outro, o Capítulo III, constituído por três pequenos artigos. Assim sendo, como a
educação brasileira fica estruturada na nova LDB em dois níveis - educação básica e
educação superior - e a educação profissional não está em nenhum dos dois,
consolida-se a dualidade de forma bastante explícita. Dito de outra maneira, a
educação profissional não faz parte da estrutura da educação regular brasileira. É
considerada como algo que vem em paralelo ou como um apêndice (MEC, 2007, p.
17).

A LDB estabeleceu ainda que o ensino médio, além da formação geral poderá prepará-
lo para o exercicio de profissões técnicas. No capítulo III, artigo 40 estabelece que “a
educação profissional será desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por
diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente
de trabalho”, estabelecendo que qualquer articulação entre ensino médio e educação
profissional pode ser realizadas, ou, ter desarticulação.
A reforma educacional dos anos de 1990, de acordo com Frigoto (2000), foram
mudanças na educação se deram no plano organizacional, de financiamento e no projeto
político pedagógico, procurando se adequar ao idéias neoliberais. O resultado foi, na sua
opinião, a ampliação do processo de exclusão, a fragilização da esfera pública, fortalecendo o
ideário utilitarista e individualista proprio do mercado livre e autoregulado. O efeito foi o
ressurgimento da “ideologia das competencias, das habilidades e as noções ideológicas de
empregabilidade, trabalhidade ou laboralidade que infestam os documentos oficiais dos
governos neoliberais” (FRIGOTO, 200, p. 349).
A Reforma da Educação profissional foi estabelecida a partir do Decreto nº 2.208/972.
A partir do decreto o ensino médio voltou a ser puramente propedeutico e os cursos técnicos
separados do ensino médio. A oferta dos cursos passou a se dar de duas formas: concomitante
a ensino médio e sequencial ao mesmo. Sendo que a matrícula e os currículos são distintos,
podendo serem cursados na mesma instituição (concomitância interna) ou em instituições
diferentes (concomitância externa). A forma sequencial se destina a quem já terminou a
educação básica.
Para financiar a reforma o governo FHC emprestou dinheiro do BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento), materializado por meio da Proep (Programa de
Expansão da Educação Profissional). Partindo da lógia neoliberal a reforma da educação
profissional foi bastante eficiente, sobretudo no que diz respeito a lógica da relação entre o
Proep e a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica e entre o programa e as
escolas estaduais e comunitárias.

Paralelamente ao aporte de recursos do Proep, o orçamento público das instituições


federais de educação tecnológica foi sendo reduzido, uma vez que esse Programa
tinha duração determinada com previsão inicial de 5 anos, ao final dos quais,
segundo a lógica da reforma, era necessário que essas instituições estivessem
preparadas para buscar parte de seus orçamentos por meio da venda de cursos à
sociedade e de outras formas de prestação de serviços (MEC, 2007, p. 20).

No ano de 1997, a Portaria nº 646/97 reduziu em 50% o numero de vagas oferecidas


nas instituições federais de educação tecnológica. Apesar de inconstituicional vigorou até
2003, quando foi baixada a Portaria 2.736/2003.
Outro ponto eficiente na refoma foi a regulamentação da Educação Profissional como
sistema paralelo, pela LDB de 1996, ratificando e potencializando o ambito educacional como
espaço para o desenvolvimento econômico da economia de mercado e a regulamentação da
educação como uma articulação entre o ensino médio e a educação profissional, dividindo a

2
Art. 3º: a educação profissional compreende os seguintes níveis: I – Nível básico: destinado à qualificação,
requalificação e reprofissionalização de trabalhadores, independente de escolaridade prévia; 33 II – Nível
técnico: destinado a proporcionar habilitação profissional a alunos matriculados ou egressos do ensino médio,
devendo ser ministrado na forma estabelecida por este Decreto; III – Nível tecnológico: correspondente a cursos
de nível superior na área tecnológica, destinados a egressos do ensino médio e técnico (BRASIL, 1997).
ultima em três níveis: básico, técnico e tecnológico (reconhecido como pertencente a
educação superior)3, conforme estabelecido pelo Decreto 2.208/97.
No primeiro ano de mandato do governo Lula, por meio de uma significativa
mobilização dos setores educacionais ligados a educação profissional, retomou-se o debate
sobre o Decreto 2.208/97, principalmente no que diz respeito a separação obrigatória entre
ensino médio e educação profissional e a educação politécnica. A reinvidicação era a de que
houvesse a compreensão de que a educação deve ser unitária e universal, superando a
dualidade entre cultura geral e cultura técnica, voltada apenas para os conhecimentos
cientificos das diferentes técnicas. “Assim, a tentativa de implementar a politecnia de forma
universal e unitária não encontraria uma base material concreta de sustentação na sociedade
brasileira atual, uma vez que esses jovens não podem “se dar ao luxo” de esperar até os 20
anos ou mais para iniciar a trabalhar” (MEC, 2007, p. 24).
Ao final chegou-se ao entendimento de que o jeito era adotar uma solução transitória e
viavel, com a adoção de um ensino médio que garantisse a integralidade da educação básica e
que contemple o aprofundamento dos conhecimentos cientificos, além de formação
profissional que integre essas dimensões. A partir desse concenso, o Decreto nº 5.154/04
determinou a manutenção da oferta de cursos técnicos concomitantes e subsequentes,
possibilitando a integração entre ensino médio à educação profissional técnica de nível médio,
não se confundindo totalmente com a educação tecnológica ou politécnica.
O cenário que envolve o ensino de nivel médio no Brasil está envolto em uma aurea
de crise identitária. Essa crise, segundo MEC (2007), se dá em duas dimensões. A primeira
está relacionada a propria concepção e a outra relacionada a deficiencia de financiamento
público, o que tem contribuido para a falta de qualidade do ensino médio, o que faz aumentar
o número de evasão escolar.
Algumas iniciativas governamentais foram adotadas durante o governo Lula para a
estruturação de um sistema de formação técnica, como a sanção da Lei nº 11.892/2008, que
instituiu a Rede Federal de Educação Profissional Científica e Tecnologia e criou os Institutos
Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. A nova estrutura do sistema alterou a concepção
e a estruturação do processo de educação profissional. O artigo 2º da lei define os Institutos
Federais como: “instituições de educação superior, básica e profissional, pluricurriculares e
multicampi, especializados na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes

3
Parecer CNE/CES 436/2001, Parecer CNE/CP 29/2002 e Resolução CNE/CP 03/2002).
modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos”
(BRASIL, 2008).
O objetivo era oferecer uma alternativa de educação profissional em instituições fortes
e ligadas ao Ministério da Educação em todos os níveis educacionais. A partir desse novo
quadro que se delinea a Educação Profissional ganha maior destaque, contribuindo para a
ampliação de vagas.
Como medida para ampliar o acesso a Educção Profissional, durante o governo Dilma
foi criado o PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) por
meio da Lei nº 12.513/2011. O objetivo é ampliação da oferta de cursos de Educação
Profissional e Tecnológica (EPT) em nível médio e cursos de formação inicial continuada, por
meio de programas, projetos e ações de assitência técnica e financeira. Os objetivos
especificos são:

- a expansão das redes federal e estaduais de EPT;


- a ampliação da oferta de cursos a distância;
- a ampliação do acesso gratuito a cursos de EPT em instituições públicas e
privadas;
- a ampliação das oportunidades de capacitação para trabalhadores de forma
articulada com as políticas de geração de trabalho, emprego e renda e;
- a difusão de recursos pedagógicos para a EPT (PRONATEC, 2018).

Para alcançar seus objetivos, o Pronatec articulou a iniciativa de ofertar Bolsa


Formação com ações de política pública de Educção Profissional e Tecnológica, que já
existiam na Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC. As ações são: o
Programa Brasil Profissionalizado, Rede e-Tec Brasil, Plano de Expansão da Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e Tencológica e o acordo de gratuidade com os Serviços
Nacionais de Aprendizagem, o Mediotec e o Pronatec Oferta Voluntária.
O público prioritário do Pronatec são os estudantes do ensino médio da rede pública,
inclusive da educação de jovens e adultos; os trabalhadores; os beneficiários dos programas
federais de transferência de renda e os estudantes que tenham cursado o ensino médio
completo em escola da rede pública. Para garantir a efetividade do programa fez parcerias
com as instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica; as
instituições de educação profissional e tecnológica das redes estaduais, distrital e municipais;
as instituições dos serviços nacionais de aprendizagem e as instituições privadas de ensino
superior e de educação profissional e tecnológica devidamente habilitadas para a oferta de
cursos técnicos de nível médio, no âmbito da iniciativa Bolsa-Formação.
Apesar de reconhecer a existência de uma série de legislações e programas para a
formação profissional, Kuenzer (2007) entende que é preciso substituir o termo “educação
profissional”, atrelado a uma concepção de qualificação estreita e precarizada, com foco na
ocupação e empregabilidade para atender aos interesses do setor produtivo por uma
terminologia mais abrangente, como por exemplo, “educação dos trabalhadores”. A educação
dos trabalhadores deveria integrar a educação básica e a especializada, atendendo as
demandas das transformações sociais.

2.2 Robótica Educacional

A robótica é uma área de pesquisa que se dedica a desenvolver robôs. Os robôs


desenvolvidos tem por finalidade auxiliar os seres humanos na realização de tarefas
complexas ou repetitivas. Para que robôs sejam desenvolvidos a robótica conta com o auxilio
de várias áreas do conhecimento, sendo portanto, um estudo interdisciplinar e por isso mesmo
com grandes possibilidades de aplicação na educação. A luz do que, Fazenda (1994) nos
aponta sobre a interdisciplinaridade, podemos concluir que a robótica possibilita atitudes
positivas diante do conhecimento, levando os alunos a mudanças comportamentais na tomada
de decisões, promovendo a cooperação, trabalho em equipe, diálogo entre as pessoas e as
disciplinas.
Dessa forma, o principal objetivo da robótica educacional é promover nos estudantes a
possibilidade de compreensão do sentido do que seja a multidisciplinaridade, pois que a
mesma inclui os estudos da física, matemática, geografia, artes, biologia, etc. Pela variação de
aplicabilidade e interação, os estudantes são estimulados a serem criativos, a exercitarem a
inteligencia e promover a interdisciplinaridade.
Para melhor compreender o que é a robotica e como ela pode contribuir no processo
de ensino aprendizagem se faz necessário conceitua-la. De acordo com Brelaz et. al (2016)

A robótica é um ramo educacional e tecnológico que engloba computadores, robôs e


programação, tratando de sistemas compostos por partes mecânicas automáticas
controladas por circuitos integrados, tornando sistemas mecânicos motorizados,
controlados manualmente ou automaticamente por circuitos eléctricos (BRELAZ et.
al, 2016, p. 489).

As primeiras aplicações da robótica se dedicaram ao desenvolvimento de artefatos


para a industria automobílistica e têxtil. Atualmente, tem se dedicado a desenvolver artefatos
para os mais variados finalidades, seja para atender as necessidades do agronegócio, da
medicina, da indústria de alimentos, entretenimento, etc. Atualmente, a robótica, também, tem
se constituido em uma poderosa ferramenta de ensino aprendizagem nas escolas, deixando de
ser uma área de pesquisa que desenvolve robôs para se constituir em uma ferramenta
facilitadora do processo de ensino aprendizagem.
A robótica educacional, de acordo com o Dicionário Interativo de Educação Brasileira
(2002), também é conhecida como Robótica Pedagógica. A terminologia é utilizada para
caracterizar ambientes de aprendizagem que reune os mais variados materiais, sobretudo
sucatas, ou kits de montagem composto por uma variadade de peças, motores e sensores
controláveis por um computador ou software. O computador e os softwares permitem fazer a
programação do funcionamento dos modelos.
Os robôs por possuirem um sistema lógico ou informático podem ser constantemente
reprogramados. Por essa versatilidade são utilizados em uma grande variedade de tarefas.
Porém, as variações no seu ambiente de trabalho, por conta de um sistema adequado de
percepção e tratamento de informação os torna ainda mais versáteis.
A robótica educacional, assim como as novas tecnologias, ainda são aplicadas de
forma muito tímida nas escolas. Elas são pensadas no ambiente escolar sobre duas formas, de
acordo com Ferreira (2017): 1) com capacitação de pessoas para o trabalho tecnológico; 2) o
uso de tecnologias para favorecer o processo de ensino-aprendizagem dos conhecimentos
escolares. De acordo com a segunda forma de pensar, a robótica deixa de ser pensada
meramente como um conjunto de máquinas automatizadas que aceleram o sistema de
produção. Ao ser inserida no processo de ensino-aprendizagem escolar constitui-se em um
instrumento de ensino.
Como instrumento de ensino-aprendizagem a robótica educacional tem como meta
principal proporcionar um ambiente de aprendizagem totalmente diferente dos propostos pela
robótica industrial. Conforme Zili (2004, p. 40) a robótica educacional tem como principais
vantagens: Desenvolver o raciocínio lógico e as habilidades manuais e estéticas; Favorecer a
utilização dos conceitos aprendidos na elaboração e execução de projetos; Estimular a
investigação e a compreensão; Preparar o aluno para o trabalho em grupo; Fomentar a
criatividade; Estimular o hábito do trabalho organizado; Reelaborar hipóteses a partir do erro;
Aplicar a teoria formulada em atividades práticas.
A robótica educacional como instrumento de ensino-aprendizagem varia de acordo
com os objetivos que se deseja alcançar. Segundo Godofredo, Romano e Zilli (2011) a
aplicação da robótica educacional pode ser utilizada desde o estabelecimento prévio dos
passos para a confecção de modelos, de projetos livres pelos estudantes. “A restrição – quanto
à forma ou quanto aos passos para construção –poderia servir para levar o aluno a aprender
determinado tópico do conteúdo de uma disciplina” (GODOFREDO, ROMANO E ZILLI,
2001, p.3).
A robótica educacional é uma proposta que tem apoio na experimentação, pautadas em
erros e acertos, proporcionando “uma nova relação professor/aluno, na qual ambos caminham
juntos, a cada momento, buscando, errando, aprendendo...” O professor demonstra na prática
os conceitos teóricos, nem sempre de fácil compreensão para o aluno, mas a motivação se dá
por meio de desafios ao observar, abstrair e inventar (FRÓES apud MAISONNETTE, 2002,
p. 1).
Os alunos têm a possibilidade de utilizar os conceitos de diversas disciplinas para
construir os modelos, ampliando sua experiência de aprendizagem na prática. Os alunos
deixam de ser sujeitos passivos para serem sujeito ativos, construtores do seu conhecimento
por meio de suas observações e aprende por meio dos seus próprios esforços. O potencial da
robótica como ferramenta interdisciplinar ao objetivar a construção de um novo mecanismo
extrapola os espaços da sala de aula, na frequente busca de soluções. O estudante busca
conhecimento em professores de outras disciplinas, para a solução do seu problema. Dessa
forma, o conhecimento passa a ser significativo para o estudante, adaptando as suas estruturas
mentais (MAISONETTE, 2002).
De acordo com Zilli (2002), a utilização da robótica como ferramenta de
aprendizagem permite que o estudante desenvolva as seguintes competências: raciocínio
lógico; habilidades manuais e estéticas; relações interpessoais e intrapessoais; utilização de
conceitos aprendidos em diversas áreas do conhecimento para o desenvolvimento de projetos;
investigação e compreensão; representação e comunicação; trabalho com pesquisa; resolução
de problemas por meio de erros e acertos; aplicação das teorias formuladas a atividades
concretas; utilização da criatividade em diferentes situações; capacidade crítica.
Existem no mercado vários kits educacionais de robótica. Esses kits possuem
linguagem próprias de programação ou outras existente. Os kits mais utilizados são: Lego
conforme Edacom. Mas, também existem os Kits Educacionais de Robótica utilizando
material sucata, como por exemplo, o Super Robby, Cyberbox, DWS Robotics, entre outros.
Para colocar os robôs em funcionamento existem algumas linguagem de programação,
tais como a Linguagem Logo.

Como linguagem de programação o Logo serve para nos comunicarmos com o


computador. Entretanto, ela apresenta características especialmente elaboradas para
implementar uma metodologia de ensino baseada no computador (metodologia
Logo) e para explorar aspectos do processo de aprendizagem. Assim, o Logo tem
duas raízes: uma computacional e a outra pedagógica (VALENTE, 2002, p.1).

O fundamento da Linguagem Lego está voltado para o desenvolvimento de atividades


espaciais e o desenvolvimento de conceitos numéricos e geométricos. As caracteristicas do
Logo, segundo Zacharias (2003), o torna de facil assimilação, pois permitem: exploração de
atividades espaciais, permitindo assim que a criança tenha contato imediato com o
computador; é uma linguagem procedural, que possibilita a criação de novos comandos ou
procedimentos em Logo; divide-se, basicamente, nos comandos primitivos, que são próprios
da linguagem e em nomes ou rótulos de procedimentos, escritos pelo usuário; possui
comandos para manipular palavras e listas, com os quais é possível programar a tartaruga,
criar histórias, animações, jogos, etc.
De acordo com Cruz e Weiss (1998), o enfoque da Linguagem Logo está na pedagogia
do projeto, pois envolve diversas áreas do conhecimento para a solução de diferentes
problemas, desenvolvido por meio de atitudes cooperativas que são facilitadas pelo professor.
Outra forma de linguagem da robótica é o Everest, que é um software de autoria,
caracterizado por ser uma oficina de criação que utiliza diversas ferramentas para o
desenvolvimento de telas multimídias. Para sua utilização não é necessário um profundo
conhecimento de programação para a inserção de objetos com sons, imagens, vídeos, textos,
animação, bancos de dados, etc. É um programa aberto que possibilita a criação e aplicação,
permitindo aos estudantes elaborar material de consulta para a escola, partilhar pesquisas
entre escolas e desenvolver projetos em parceria.
Existem ainda linguagens de programação Robolab, que é uma versão simplificada da
Everest 4. Tem como objetivo principal tornar mais atraente a programação, possuindo
poucas opção e uma interface mais apropriada para crianças.
Dessa forma, podemos concluir que a Robótica Educacional é uma alternativa que
pode ser utilizada como ferramenta pedagógica no processo de ensino-aprendizagem não só
de crianças, mas também de adolescentes e jovens que buscam na Educação Profissional um
alargamento dos seus horizontes futuros.

3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

3.1 Tipo de Pesquisa

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O LabView é um ambiente de programação eficiente, usado por engenheiros e cientistas em faculdades e na
indústria
Essa pesquisa partiu de uma revisão da literatura, objetivando fundamentar e dar
suporte para analisar da aplicação da robótica educacional no Curso Técnico em Programação
em Jogos Digitais. A revisão da literatura permitiu fazer um levantamento dos conceitos por
meio de material já elaborado e desenvolvido como periódicos, artigos científicos, livros,
entre outros. O suporte bibliográfico, sobretudo de Ferreira (2017)., Fernandes et. al,
(2012),Cerciliar et. al (2011), entre outros estudiosos alicerçou o conhecimento
fundamentando os objetivos da pesquisa.
O tipo de pesquisa a ser realizada é, também, qualitativa e descritiva, pois através dela
podemos realizar um amplo levantamento de dados para atender aos objetivos propostos por
meio da descrição, registro, interpretação, análise e correlação dos fatos. A escolha dessa
forma de pesquisa se deve ao fato de que segundo Gil (2002, p. 45) “As pesquisas deste tipo
têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou
fenômeno ou do estabelecimento de relações entre variáveis”.

3.2 Instrumento de Pesquisa

A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma ampla pesquisa bibliográfica e estudo,


com sistemática seleção dos textos pertinentes à temática que possibilitou refletir
teoricamente a Educação Profissional e Tecnológica e a utilização da Robótica Educacional
como ambiente de aprendizagem. Os materiais utilizados como referência bibliográfica são
periódicos, livros e revistas especializadas.
Outro material utilizado para a realização da pesquisa foi os questionários impressos,
entregue aos alunos com dez questões para que os alunos respondam questões pertinentes a
aplicação da robótica educacional. O questionário é “instrumento de coleta de dados
constituído por uma série de perguntas, que devem ser respondidas por escrito”. Por meio do
questionário pudemos obter um grande número de dados e atingimos um número maior de
pessoas simultaneamente (MARCONI & LAKATOS, 1999, p. 100)
Os questionários foram entregues aos alunos para que os mesmos respondam e
entreguem no dia a combinado.

4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

4.1. O Curso Técnico em Programação em Jogos Digitais na E.E. João Brembati


Calvoso
O estudo em questão foi realizado no Curso Técnico em Programação de Jogos, na
Escola Estadual João Brembati Calvoso, em Ponta Porã/MS, turma de 2018, 1º ano D.
A Escola Estadual João Brembatti Calvoso está localizada na Av. Brasil, nº 836,
Bairro da Granja, no município de Ponta Porã/MS. Na escola é ofertado aulas a partir do 4º
anos do Ensino Fundamental I até o Ensino Médio, bem como o curso técnico em
programação em jogos digitais integrado.
O curso técnico da SED é oferecido de forma integral. O Curso Técnico em
Programação de Jogos Digitais, turma 2018, foi ofertado no período integral e vem sendo
oferecido na escola desde o ano de fevereiro de 2018. Por conta do ensino médio ser integral
nos primeiros meses da modalidade integral, o curso teve que lidar com o alto índice de
evasão escolar dos alunos durante o curso.
A turma 2018 do Curso Técnico em Programação de Jogos Digitais contava com 32
alunos matriculados. Em menos de 2 meses já contava com a evasão de 12 alunos. A direção e
a coordenação do curso buscaram soluções para está situação juntamente com os professores.
Uma primeira atitude foi entrar em contato com os alunos evadidos e convencê-los a voltar, o
que surtiu um efeito positivo, pois 6 alunos retornaram para as aulas. Outra medida foi a
adoção da robótica educacional como metodologia de ensino envolvendo várias disciplinas.
A aplicação do processo foi bastante produtiva no sentido de evitar a evasão escolar.

4.2 A aplicação da Robótica Educacional no Curso Técnico em Programação de Jogos


Digitais na E.E. João Brembatti Calvoso: Seqüência Didática

A evasão escolar dos alunos nos cursos técnicos é uma das grandes preocupações de
toda a comunidade escolar. Motivada, principalmente pelo cansaço físico e mental, pois os
alunos de forma integral, e isso os cansa muito. Como forma de incentivar e motivar a
permanência dos alunos na escola os professores e o coordenador do curso técnico adotaram,
de forma experimental, a metodologia da robótica educacional a partir do Projeto
Programação de Robôs Lego/RobotC.
Sem fugir do currículo a ser ensinado o Projeto Programação de Robôs Lego/RobotC
foi aplicado de forma extraclasse, de forma interdisciplinar, coordenado pelo professor
coordenador do curso e pelo professor de Algoritmos.
Para a montagem dos robôs foi utilizado um protótipo do Lego Mindstornms EV3 e
para a programação o aplicativo RobotC que foram instalados nos computadores da STE a
partir do site: HTTP://www.lego.com/en-us/midinstorms/downloads.
Para a execução do projeto foi planejado uma seqüência didática com 10 horas aulas.
As primeiras horas aulas o coordenador apresentou o projeto e o professor de algoritmos os
auxiliou durante as aulas diárias na matéria de algoritmos. O Coordenador por meio de slides,
explicou sobre a relação humano x robô. A segunda aula teve como objetivo verificar o
conhecimento prévio que os alunos tinham de robótica e introduzir os estudos sobre a história
da robótica.
Na terceira e quarta aulas o professor apresentou o Kit Lego Robótica. O objetivo foi
levar os alunos a identificar a estrutura dos robôs com seus sensores e motores, a utilização de
atuadores, raciocínio lógico para a construção de algoritmo no ambiente Robotc. Ao final da
quarta aula foi apresentado aos alunos dois robôs Lego EV3, montados na forma humanoide e
atirador de bolinhas. O professor explicou sobre a criação de robôs inspirados em seres vivos
e a forma como a maioria das descobertas e inventos é baseada em seres vivos.

Foto 1: Alunos com o Robô EV3 em mãos

Foto 2: Alunos participantes


A quinta aula os alunos foram apresentados ao programa RobotC, utilizando a STE
(Sala de Tecnologia Educacional) da escola. O objetivo foi levar os alunos a compreender e
utilizar os atuadores, looping (repetição) e switch (condição). O professor explicou, revisando,
sobre o conceito de algoritmo como sequência de ação para atingir o objetivo especifico – a
programação.

Foto 3: Professor Carlos na STE

Foto 4: Aplicativo Robotc


Na sexta aula o professor sugeriu que montassem uma estrutura simples de um robô.
Em seguida pediu para que os alunos programassem para que o robô dissesse Hello!; dê dois
passos para trás; 1 passo para a direita; 1 passo para a frente e mostrar um sorriso no ecrã do
tijolo de programação.
Foto 5: Alunos montando com os kits

As aulas 7, 8, 9 e 10 foram utilizadas para os alunos montarem e programarem os


robôs. Os alunos foram divididos em grupos de 4 e 5 alunos para desenvolver as atividades.
Foto 6: Alunos conhecendo os tipos de peças

Os alunos estavam muito entusiasmados com os desafios. Testaram programações


simples para executar as ações previamente planejadas com o auxilio dos professores
envolvidos no projeto.
Todos os alunos se envolveram no projeto e no final todos os alunos que conseguimos
resgatar de volta para o curso, foram até o final mostrando que o nosso objetivo maior foi
alcançado.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A inserção da robótica educacional na educação profissional, assim como sua inserção


nos demais sistemas de ensino, pode possuir um caráter de múltiplas valências.
Pudemos perceber ao estudar e aplicar o projeto em robótica educacional que os vários
projetos desenvolvidos rompem com os paradigmas da educação tradicional. Ao romper esses
paradigmas, sobretudo na educação profissional, a realidade vivenciada pelos estudantes nas
escolas de distanciamento dos conteúdos, das relações interpessoais se transformam em
conexões entre os estudantes, que passam a serem sujeitos do seu próprio conhecimento.
Como sujeitos são ativos, estão em constante mobilidades, se tornam mais flexíveis e passam
a enxergar a realidade escolar por um prisma mais dinâmico, com sorrisos, risadas, tensões,
nervosismos, ansiedades e a alegria de superar e conseguir dar vida a um objeto inanimado.
O contato com as diversas inovações tecnológicas que a robótica proporciona auxiliam
os alunos a adquirirem maiores e melhores competências, tão necessárias a sua sobrevivência
no mundo do trabalho, como por exemplo, a criatividade, capacidade de resolução de
problemas e de tomadas de decisões e autoestima intelectual. Além do que a robótica permite
uma maior inclusão digital dos estudantes que procuram uma formação profissional ao
frequentarem os cursos oferecidos pela SED.
Por outro lado, podemos perceber que a robótica educacional como ferramenta de
aprendizagem possui suas limitações. Limitações essas que podem ser superadas quando os
profissionais envolvidos nos projetos se atentam para o fato de que apesar de seu caráter
interdisciplinar, as disciplinas mais envolvidas são as que pertencem ao campo das ciências
exatas, muito pensada por um viés econômico, deixando de lado a formação mais humana dos
estudantes, erro que também cometemos por falta de experiência ou maturidade em relação
aos conhecimentos da área de humanas.

6. ANEXO
6. 1 Avaliação do Projeto de Robótica
Avaliação do Projeto de Robótica
Chegamos ao final do curso de Robótica, então, gostaríamos que você desse uma opinião
sobre alguns aspectos abordados durante nosso trabalho. Por favor, responda às questões a
seguir, escolhendo o grau de satisfação que achar mais adequado, para cada uma das
perguntas.
1. Você considera que o curso de robótica melhorou seu desempenho e habilidades no curso
técnico de forma...
Muito Satisfatório
Satisfatório
Nem Satisfatório/Nem Insatisfatório
Insatisfatório
Muito Insatisfatório
2. Você considera que a infra-estrutura de laboratórios da escola, foram utilizadas no
treinamento de forma...
Muito Satisfatório
Satisfatório
Nem Satisfatório/Nem Insatisfatório
Insatisfatório
Muito Insatisfatório
3. Você considera que os kits robóticos, equipamentos, foram utilizadas no treinamento de
forma...
Muito Satisfatório
Satisfatório
Nem Satisfatório/Nem Insatisfatório
Insatisfatório
Muito Insatisfatório
4. Você considera que os materiais, apostilas, que foram utilizadas no treinamento foram
usados de forma...
Muito Satisfatório
Satisfatório
Nem Satisfatório/Nem Insatisfatório
Insatisfatório
Muito Insatisfatório
5. Com relação a articulação entre as aulas teóricas e práticas abordadas no treinamento,
você considera que foi...
Muito Satisfatório
Satisfatório
Nem Satisfatório/Nem Insatisfatório
Insatisfatório
Muito Insatisfatório
6. Como você considera os conteúdos de programação/algoritmos abordados no treinamento
como facilitadores na compreensão dos conteúdos das disciplinas do curso técnico, você
considera que foi...
Muito Satisfatório
Satisfatório
Nem Satisfatório/Nem Insatisfatório
Insatisfatório
Muito Insatisfatório
7. Como você considera os conteúdos de linguagem de programação Robotc abordados no
treinamento como facilitadores na compreensão dos conteúdos das disciplinas do curso
técnico, isso foi...
Muito Satisfatório
Satisfatório
Nem Satisfatório/Nem Insatisfatório
Insatisfatório
Muito Insatisfatório
8. Como você considera os conteúdos de automação e Robótica abordados no treinamento
foi...
Muito Satisfatório
Satisfatório
Nem Satisfatório/Nem Insatisfatório
Insatisfatório
Muito Insatisfatório
9. Com relação a suas expectativas você considera que esse treinamento tenha sido...
Muito Satisfatório
Satisfatório
Nem Satisfatório/Nem Insatisfatório
Insatisfatório
Muito Insatisfatório
10. Com relação a sua permanência no curso técnico, você acha que esse curso de robótica
te ajudou a pensar melhor e ver as potencialidades do curso para sua carreira, e te ajudou a
permanecesse no curso, isso foi...
Muito Satisfatório
Satisfatório
Nem Satisfatório/Nem Insatisfatório
Insatisfatório
Muito Insatisfatório

6. 2 GRAFICO DOS ALUNOS


7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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________. Decreto nº. 2.208 de 17 de abril de 1997. Regulamenta o § 2 o do art.36 e os arts.


39 a 42 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da
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