Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
INTRODUÇÃO
1
Ao fazer referência a Educação Profissional Tecnológica utilizou-se a sigla EPT e, CNCT para designar
Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos.
3
ano de 1942, passou a serem chamadas de Escolas Técnicas Federais. Com o passar do
tempo, em Centros Federais de Educação Tecnológica – Cefets. Atualmente, são
denominadas de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia - IFs.
Complementando as ideias dos autores supracitados, a Revista Brasileira da
Educação Profissional e Tecnológica (2009) expõe que no ano de 1909 foi assinado o
Decreto nº 7.566, pelo então Presidente Nilo Peçanha, o qual criava dezenove Escolas
de Aprendizes Artífices no país.
[...] a criação da rede federal de educação profissional no Brasil [...] ocorreu
no final da década de 1910, quando o governo federal criou e instalou em
cada capital brasileira uma Escola de Aprendizes Artífices, com a finalidade
de ministrar o ensino de ofícios referentes às especialidades industriais de
cada Estado, proporcionar aos considerados ociosos e desprovidos da fortuna
uma profissão, um ofício, e formar os futuros operários úteis às indústrias
nascentes (KUNZE, 2009, p. 9).
políticos, econômicos e sociais. Cabe frisar ainda que, com tais propósitos, a instalação
dessa rede escolar foi o marco inicial do processo de escolarização do ensino
profissional no regime republicano e significou a efetivação da primeira política
nacional dessa modalidade de ensino (KUNZE, 2009).
Dando continuidade aos aspectos históricos do surgimento da EPT, Cardoso
dos Santos Neto (2009) contribui expondo que nos anos de 1930 e 1940 do século XX,
com a intensificação da industrialização (com forte apoio do Estado), as Escolas
Industriais acompanharam o novo modelo de desenvolvimento, qualificando mão-de-
obra, tendo em vista o seu papel estratégico para o país, principalmente na formação das
áreas de infraestrutura para o desenvolvimento econômico das décadas seguintes. Com
isso, o país chegou às décadas de 60, 70, 80 e 90 com Escolas Técnicas mais
autônomas, as quais enfrentaram mudanças paradigmáticas nas políticas de educação
profissional (implicadas pela necessidade da modernização da estrutura produtiva,
devido à globalização econômica e pelo uso de novas tecnologias de informática).
Sintetizando, é neste cenário complexo que surgiram os Institutos Federais, com o
objetivo de se comprometer com a sociedade para fundar a igualdade na diversidade
social, econômica, geográfica e cultural de nosso país. Logo, os Institutos Federais dão
continuidade ao papel político significativo que possui a Rede Federal de Educação
Profissional e Tecnológica.
No que diz respeito à regulamentação da EPT, conforme Zank e Corrêa (2010),
a reforma educacional se solidificou por meio da Lei 9394/96 e, principalmente, por
meio dos dispositivos de regulamentação. Os mais importantes dentre estes dispositivos
são o Decreto Lei 2.208/97, o Parecer CNE/CEB 16/99e os Referenciais Curriculares
Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico do ano de 2000.
Reforçando estes dados, Conciani e Figueiredo (2009) explicitam que a década
de 1990 marcou o início da reforma na EPT, a partir, especialmente, da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1996. Esta Lei
apresenta um capítulo dedicado à educação profissional. Com isso, houve a
singularização da educação profissional. O que abriu espaço para que a mesma passasse
a ter uma correlação de dependência no nível técnico com o ensino médio. Ainda nesse
cenário, conjuntamente com a promulgação da referida Lei, ocorreu a reforma de estado
que mudou o foco da expansão da rede federal para os estados, contando, inclusive, com
apoio financeiro. Assim, a Lei 9394/96 trouxe fim ao histórico comando vertical da
6
Segundo Gatti (1998), esta é a visão que temos que ter da tessitura
contemporânea: a busca de novas perspectivas. Precisamos entender a sociedade
12
CONCLUSÃO
podem ser trabalhados pela psicologia, mas que também devem ser contemplados nas
demais disciplinas ou eixos temáticos dos diferentes cursos técnicos.
Destaca-se ainda que, anualmente, em período pré-definido pelo Ministério da
Educação, há oportunidade para que a sociedade contribua e emita suas opiniões em
torno da educação profissional, especialmente o CNCT. Este momento deve servir para
que os apontamentos revelados neste estudo sejam observados e discutidos, visando
implementar melhorias no referido Catálogo, implicando em transformações
(especialmente curriculares), na EPT. Na realidade, verificou-se que as diretrizes legais
apontam para uma formação completa do educando, a qual visa o desenvolvimento
humano, bem como competências transversais. Porém, percebe-se que isso nem sempre
está garantido e contemplado, o que indica que os cursos ainda necessitam incluir e
aprimorar a formação voltada para as relações humanas. Nosso país necessita
desenvolver sua visão de formação integral no que se refere à EPT.
Além do exposto, compreendeu-se que a contribuição da Psicologia à educação
profissional vai muito além da psicologia organizacional, costumeiramente abordada
nos componentes curriculares, a qual normalmente vincula-se a administração. A
Psicologia ou disciplinas que a contemplem, deve considerar os sujeitos de modo
completo, contribuindo para que os profissionais consigam compreender as diferenças
entre os seres humanos, suas personalidades, a importância da flexibilização das
relações em um ambiente de convívio, o respeito pelo outro, a ética nas relações, etc.
Assim, a Psicologia deve contribuir na compreensão da importância e significado do
trabalho na atualidade, especialmente na percepção de que trabalho não é apenas
autoconservação, mas também uma forma de transformação da realidade. Percebe-se
que enquanto a formação voltada para o fator humano não for realmente encarada como
uma necessidade e inserida na EPT, encontraremos muitas carências na atuação dos
profissionais.
Conclui-se, portanto, que a formação dos profissionais da EPT deve estar
voltada para a compreensão integral do ser humano e da sociedade, possibilitando a
compreensão da realidade e o contexto ao qual está inserido.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GATTI, Bernaddete. O que é Psicologia da educação? Ou o que ela pode vir a ser
como área do conhecimento? Trabalho apresentado na 21 ª Reunião Anual da
ANPED. Caxambu, 1998.