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PORTO VELHO/RO
Novembro de 2018
Cássia Luciana de Melo Lima
PORTO VELHO/RO
Novembro de 2018
RESENHA
Educação profissional é o ponto de convergência e tema debatido nesta obra produzida com a
participação de profissionais de diferentes áreas. Dante Henrique Moura figura como
organizador do material, além de autor de dois capítulos. Outros nomes no que diz respeito ao
Ensino Médio e Educação profissional no Brasil, como Domingos Filho, Mônica Silva, Maria
Ciavatta e Lucília Machado também participaram na produção do material, que teve como
contexto a criação do Programa de Pós Graduação em Educação Profissional do IFRN. A obra
é composta por 15 capítulos. No entanto, este trabalho se ocupará de apenas dois,
especificamente os capítulos 5 e 14, que abordam, respectivamente, os movimentos
contraditórios do Ensino Médio e da Educação Profissional no Brasil nos anos 2000 e a
expansão dos bacharéis professores da rede federal de educação profissional e tecnológica.
O livro foi está organizado em três partes. A primeira delas possui três capítulos que abordam
a produção de conhecimento no âmbito da Educação Profissional. A segunda parte é
composta por sete capítulos destinados às políticas publicas na esfera da educação
profissional. A última parte dedica-se a formação docente em educação profissional, e é
composta por cinco capítulos.
A proposta, no entanto, está em analisar apenas dois capítulos da obra. O primeiro deles, o
capitulo 5, trata sobre políticas publicas e tem por título “Ensino médio e educação
profissional no Brasil nos anos 2000: movimentos contraditórios”. O texto foi escrito pelo
professor Dante Moura. O outro é o capitulo 14. Ele refere-se à formação docente em
educação profissional, e tem por título “Bacharéis professores: um perfil docente em expansão
na rede federal de educação profissional e tecnológica”. Seus autores são Francisco das
Chagas Silva Souza e Vivianne Souza de Oliveira Nascimento, ambos, professores do IFRN.
No capítulo 5 o professor Dante Moura analisa o quem vem acontecendo no Ensino Médio
brasileiro a partir dos anos 2000, em especial, na relação do mesmo com a educação
profissionalizante. Para isso, o autor subdivide o texto em duas partes. Na primeira delas ele
busca analisar a relação entre o Ensino Médio e o Ensino Profissionalizante na perspectiva da
formação humana integral. A segunda parte traz um histórico dessa relação a partir do ano
2000, traçando os fundamentos e diretrizes curriculares para o Ensino Médio Integrado no
país e apontando os autores que deram suporte a essa educação integradora.
“O ensino médio no Brasil: do real ao ideal, passando pelo possível” é o subtítulo dado pelo
autor ao trazer reflexões sobre como o Ensino Médio é oferecido no Brasil e como deveria
ser, pontuando a proposta do Ensino Médio Integrado como uma possibilidade para uma
formação humana integral. Isso significa que nessa etapa final da educação básica, o aluno
deve ser formado não apenas para a continuidade dos estudos, cuja preparação para o mundo
do trabalho aconteceria em nível superior, mas esta formação já aconteceria nesta etapa, além
de formar para o pleno exercício da cidadania. O autor aponta alguns dados em relação à
expansão do ensino médio no Brasil e ao perceber que o Ensino Médio acontece também
entre jovens e adultos, discorre sobre a necessidade de uma educação nas dimensões
intelectuais, físicas e tecnológicas para a classe trabalhadora.
“As relações entre o ensino médio e a educação profissional técnica de nível médio e suas
contradições” é outro dos subitens apresentado por Dante. Nele o autor menciona leis e
decretos que embasam o Ensino Médio Integrado, e apresenta o contexto e debates sobre a
implantação do Ensino Médio Integrado no Brasil. Também discorre, apontando a evolução
histórica e de forma contextualizada da expansão da rede federal de ensino, e considera a
criação dos Institutos Federais no Brasil importante e necessária.
O autor ainda analisa os debates em torno da formulação das diretrizes curriculares nacionais
para a educação profissional técnica de ensino médio, o DCNEPTNM, e das diretrizes
curriculares para o Ensino Médio, o DCNEM. Finaliza o artigo traçando algumas
considerações para a continuidade do debate, e conclui que a materialização de uma formação
humana integral enfrenta diversas dificuldades relativas aos conflitos entre os diferentes
projetos societários, e que o ensino médio politécnico e o ensino médio politécnico integrado
à formação profissional poderão coexistir na sociedade brasileira por longo tempo, em que
pese o ideal da escola unitária proposta por Gramsci.
O autor aborda algumas questões relativas à formação dos bacharéis para a prática docente.
Aponta uma precariedade na formação dos professores dos IFs, em que pese os mesmos
serem vistos como centro de referência em educação profissional. Neste sentido, trata, ainda,
sobre a experiência como elemento essencial na prática docente, sem, contudo, substituir a
formação pedagógica, em que se adquire e se amplia saberes provenientes de teorias.
CONCLUSÃO
As leituras dos textos presentes na obra oportunizam, em primeiro lugar, uma reflexão sobre a
necessidade e importância da implantação de uma educação em nível médio de ensino que
seja integradora, bem como sobre uma atualização sobre o que já tem sido feito no Brasil
nesse sentido, para que possamos, como educadores, continuarmos os debates e auxiliarmos
de alguma forma nesse processo. Destaca-se que por integração deve-se compreender não
apenas um Ensino Médio integrado à educação profissional, mas também uma formação
humana que se preocupa com todas as áreas de conhecimento.
Em segundo lugar, mas não menos importante, a leitura proporciona a reflexão sobre a
própria prática pedagógica, principalmente daqueles que, assim como eu, não possuem
formação pedagógica para lecionar, ou seja, são bacharéis, porém docentes. Nesse sentido,
conclui-se que tanto o conhecimento adquirido nos cursos bacharelados como as teorias
relativas ao papel docente é importante e, portanto, aos professores dos IFs deve ser
oportunizada formação pedagógica. Por estar o mundo em constante evolução, tal formação
deve se dar de forma contínua.