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Resumo
O objetivo desta pesquisa teórica é apresentar uma análise sobre a concepção do termo
"itinerário formativo" na nova proposição de legislação do ensino médio recém aprovada e
sua compreensão nos documentos institucionais publicados anteriormente. Para o estudo
documental foram analisadas as normativas, as legislações que mencionam em seu teor a
concepção de itinerários formativos, de maneira mais específica a RESOLUÇÃO CNE/CEB
Nº 06/2012 e a LEI Nº 13.415/2017. Define itinerários formativos como os caminhos
possíveis que um estudante pode seguir durante sua trajetória acadêmica e de formação, como
o conjunto de etapas que compõem a organização da oferta da Educação Profissional pela
instituição de Educação Profissional e Tecnológica, no âmbito de um determinado eixo
tecnológico. Apresenta elementos da conjuntura da atual reforma do ensino médio, instituída
por meio de medida provisória e que no contexto de outras reformas que preconizam a
redução dos gastos públicos, deve encaminhar precocemente para o mercado de trabalho uma
grande parte da classe trabalhadora. Discute as concepções de educação profissional e
tecnológica e a proposta de ensino médio integrado, que propõe, além da formação técnica
específica, a formação humanística do indivíduo. A formação prevista nos documentos
orientadores da educação profissional exige a visão crítica sobre o contexto ao qual o sujeito
está inserido e buscam na tecnologia a produção de conhecimentos científicos que visem a
formação integral do indivíduo O estudo analisa comparativamente as propostas e
1 Pedagoga na Pró-reitoria de Ensino do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Doutora em Educação pela
Universidade Federal do Paraná (UFPR). E-mail: rosane.teixeira@ifpr.edu.br.
2 Biólogo. Professor do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Mestre em Biologia Celular e Molecular pela
Universidade Federal do Paraná (UFPR). Doutorando no Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e
Molecular da Universidade Federal do Paraná (UFPR). E-mail: gabriel.leao@ifpr.edu.br.
3 Pedagoga na Pró-reitoria de Ensino do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Especialista em
Administração e Orientação Educacional pela Faculdade de Pinhais (Fapi). E-mail:
hanny.domingues@ifpr.edu.br.
4 Engenheiro Eletricista. Professor do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Mestrado em Engenharia
Elétrica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). E-mail: evandro.rolin@ifpr.edu.br.
ISSN 2176-1396
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Introdução
Grinspun (2001, p. 37) defende que a educação tecnológica está ligada às tecnologias
educacionais, tendo correlação com a educação profissional e/ou com a educação técnica. E
reforça que o mais importante na educação tecnológica é a formação integral do indivíduo:
Art. 14.
XI - a organização curricular do Ensino Médio deve oferecer tempos e espaços
próprios para estudos e atividades que permitam itinerários formativos opcionais
diversificados, a fim de melhor responder à heterogeneidade e pluralidade de
condições, múltiplos interesses e aspirações dos estudantes, com suas
especificidades etárias, sociais e culturais, bem como sua fase de desenvolvimento;
Art. 17. Os sistemas de ensino, de acordo com a legislação e a normatização
nacional e estadual, e na busca da melhor adequação possível às necessidades dos
estudantes e do meio social, devem:
III - fomentar alternativas de diversificação e flexibilização, pelas unidades
escolares, de formatos, componentes curriculares ou formas de estudo e de
atividades, estimulando a construção de itinerários formativos que atendam às
características, interesses e necessidades dos estudantes e às demandas do meio
social, privilegiando propostas com opções pelos estudantes.
administrativos e professores especialistas em cada área de formação, fato que a Lei parece
tentar resolver com a possibilidade de contratação de profissionais com notório saber (Figura
2).
Figura 2 – Alguns pontos importantes da reforma do ensino médio .
Como a definição dos itinerários formativos será realizada pelos sistemas de ensino, e
não pelos estudantes, as instituições de ensino poderão ofertar, na prática, poucas opções de
escolha aos estudantes, uma vez que têm a obrigatoriedade de ofertar apenas um único
itinerário formativo. Outro agravante refere-se ao processo de georreferenciamento presente
em alguns sistemas de ensino, que obriga o estudante a se matricular na instituição de ensino
mais próxima de sua residência, impedindo uma possível escolha de Instituições que
ofereçam itinerários formativos de interesse do estudante.
A diversificação de programas ou tipos de estudo disponíveis deve estimular
alternativas, de acordo com os interesses dos estudantes e as demandas do meio social,
admitidas as opções feitas pelos próprios estudantes. Conforme consta no parágrafo 5º do
Artigo 36, o concluinte do Ensino Médio poderá retornar e concluir outro itinerário formativo
(se houver vaga), mas isso acarretaria atrasos formativos ao estudante.
Considerações Finais
REFERÊNCIAS