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Resumo: Este artigo aborda a temática “a EaD pode contribuir para formação e
aperfeiçoamento do docente no processo de ensino/aprendizagem”? O principal
objetivo é refletir sobre a importância da EaD na formação de docentes. A pesquisa
foi baseada em pesquisa bibliográfica relacionada a educação profissional e
educação a distância. Os estudos demonstraram que o ensino a distância é uma
alternativa que vem sendo gradativamente utilizada pelas universidades devido à
sua capacidade de alcance, independente da distância física. A EaD tem se
apresentado na esfera pedagógica como mais uma opção que impõe a necessidade
de nova aprendizagem por parte de quem planeja, desenvolve e avalia, e de quem
recebe as informações, criando um novo processo de ensino-aprendizagem.
Contudo, a adoção da educação a distância na formação de docentes ainda tem um
caminho a ser percorrido para garantir a sua eficácia.
1 INTRODUÇÃO
1
Discente da Pós-graduação em Educação Profissional e Tecnológica. IFSC.E-mail:
salasario68@gmail.com
2
Mestre. Professor de História e Historiografia da Educação Profissional e Tecnológica. IFSC. E-mail:
viegas.costa@ifsc.edu.br
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Mestre. Professora de História e Historiografia da Educação Profissional e Tecnológica. IFSC E-
mail: jaqueline.sentinelo@ifsc.edu.br.
2
eram ligadas à agricultura, composta por trabalho braçal e sem a exigência de qualificação,
não havia qualificação profissional. Uma pequena parcela da população com recursos
financeiros, europeus e seus descendentes, possuía acesso à educação através de
universidades europeias. No século XIX, com a transferência da Corte Portuguesa para o
Brasil criam-se as primeiras instituições de ensino superior, voltada a atender a elite.
Segundo Ciavatta e Silveira (2010).
Na evolução do ensino de ofícios, a aparição do Seminário dos Órfãos, da
Bahia, representa um marco de incontestável importância. A própria filosofia
daquele ramo de ensino foi grandemente influenciada pelo acontecimento e
passou, daí por diante, a encarar o ensino profissional como devendo
ser ministrado aos abandonados, aos infelizes, aos desamparados.
Para o ensino de ofícios, com raras exceções, já se não vai mais falar em
“todos os rapazes de boa educação que quiserem nele entrar”, mas “nos
desfavorecidos pela fortuna”, “nos deserdados da sorte” (CIAVATTA;
SILVEIRA, 2010, v.1. p. 76, grifo nosso).
mesmo aquele que buscava o 2ºgrau apenas como caminho para o curso superior.
(ALMEIRA; GIORGI, 2014)
Maior acesso da população ao ensino secundário provoca uma forte
pressão por parte destes estudantes pelo acesso ao Ensino Superior, em busca de
ascensão social. O Ensino Profissionalizante, muito mais do que qualificar mão-de-
obra para a indústria, atua como válvula de escape, aliviando a pressão exercida
pela sociedade por vagas nas universidades. Os jovens trabalhadores que
chegavam ao ensino secundário e almejavam o Ensino Superior. Por falta de
condições materiais amplia ainda mais as diferenças entre as escolas de ricos e
pobres e a distância entre ensino médio e profissional.
Em 1961 a Lei 4.024/61 surgiu na tentativa de equivalência entre Ensino
Técnico e ensino médio, assim criava possibilidade de acesso ao Ensino Superior.
Em 1971 a formação para a cidadania fez parte do projeto educacional dos militares,
sendo a escola usada para divulgar valores desejáveis e manter a sociedade
“pacífica”, apesar da retórica liberal que defendia as liberdades individuais. A Lei
5692/1971 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira – LDB) elaborada na
ditadura militar, abordou temáticas sociais do currículo para o ensino fundamental,
sendo obrigatória a profissionalização dos estudantes do ensino médio. Em 1978,
com a Lei nº 6.545, três Escolas Técnicas Federais (Paraná, Minas Gerais e Rio de
Janeiro) são transformadas em Centros Federais de Educação Tecnológica -
CEFETs. Com isso as veio mais uma atribuição, formar engenheiros de operação e
tecnólogos. A Lei 7044/82 resgata a possibilidade de as escolas fazerem a opção
entre a oferta de ensino médio ou técnico. Apesar de anunciada, a criação de uma
escola única para todos, que unificasse ensino médio e profissional não se
concretizou neste período. (GANZELI; ORTIGARA, 2013).
Em 1994 com a Lei 8.948/1984, que instituiu o Sistema Nacional de
Educação Tecnológica, com ela veio as primeiras medidas para o ensino
profissionalizante, sendo uma delas a permissão das Escolas Técnicas Federais
(EFTs), transformassem em Centros Federais de Educação Tecnológicas (CEFETs).
Nos anos 90, uma das primeiras medidas de regulação política para o
ensino profissional foi o trâmite e aprovação da Lei no. 8.948/1984, que
instituiu o Sistema Nacional de Educação Tecnológica. Segunda essa lei, as
Escolas Técnicas Federais (EFTs), poderiam ser transformassem em
Centros Federais de Educação Tecnológicas (CEFETs); a mesma
possibilidade ficou prevista, porém de modo gradativo, para as Escolas
Agrotécnicas Federais (EAFs), mediante critérios estabelecidos pelo
Ministério da Educação. (GANZELI, ORTIGARA, p. 262, 2013).
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Colégio Universitário/UFMA.
Colégio Técnico/UFRRJ.
Escola Agrotécnica/UFRR.
na preparação para o trabalho. Uma nova tipologia para o ensino profissional foi
estabelecida, sendo:
a. Iniciação para o trabalho: ensino formal no 1 o grau;
b. Aprendizagem: ensino não formal – voltada para jovens;
c. Qualificação profissional: ensino não formal – cursos profissionalizantes;
d. Habilitação profissional: ensino formal l – 2 o grau;
e. Aperfeiçoamento e especialização: ensino não formal – cursos de
atualização;
f. Treinamento: oferecidos pela empresa no local de trabalhos.
Esse modelo fracassou, diminuindo a importância da educação básica pública
e dificultando o acesso dos alunos do sistema público as universidades públicas,
aumenta a dualidade na educação brasileira (GOMES, 2013).
A Lei constituída acabou por racionar o ensino da escola formal, tendo essa
restringir a proposta curricular para agregar o ensino profissionalizante. [...]
O fracasso da reforma no ensino acabou por se contradizer, reforçando
ainda mais o elitismo na educação. (GOMES, p. 73).
Matos e Guarezi, 2008). Com a Lei no. 6.394/1996 (Decreto 5.622, 2005) a EaD
passou a ser uma modalidade validade para todos os níveis de ensino.
Art. 80. O poder público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de
programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de
ensino, e de educação continuada.
§ 1o A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais,
será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
§ 2o A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e
registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.
§ 3o As normas para produção, controle e avaliação de programas de
educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos
respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração
entre os diferentes sistemas.
§ 4o A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:
I – custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão
sonora e de sons e imagens e em outros meios de comunicação que sejam
explorados mediante autorização, concessão ou permissão do poder
público;
II – concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;
III – reserva de tempo mínimo, sem ônus para o poder público, pelos
concessionários de canais comerciais.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MORAN, José M.; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda A. Novas tecnologias
e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2006. Disponível em:
<https://pt.slideshare.net/gracielamarques1/moran-novas-tecnologias-e-mediao-
pedaggica>. Acesso em: 15 abr. 2020.
PORTO, Alzira, S.; NEVES, Maialú F.; MACHADO, Jordão. Educação a distância
na formação de professores: ranços e avanços, Brasília-DF, 2012. Disponível em:
<http://www.abed.org.br/congresso2012/anais/283f.pdf> Acesso em: 16 abr. 2020.
SOUZA, Marcia Maria Previato de; GASPARIN, João Luiz. Educação a Distância:
Desafios docentes nesta modalidade de ensino. SEMINÁRIO DE PESQUISA do
PPE. Universidade Federal de Maringá, 2010.