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Curitiba
2020
Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Fael.
FAEL
Referências | 201
Carta ao Aluno
Prezado(a) aluno(a),
O que você conhece a respeito do ensino médio e de sua
relação com a educação profissional? Você já refletiu sobre a
contribuição do ensino médio e da educação profissional para o
desenvolvimento social, cultural e econômico do país? Se essas
questões mexeram com sua curiosidade, o convidamos a realizar
a leitura do livro Gestão e Docência no Ensino Médio e na Edu-
cação Profissional.
Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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História e legislação
do ensino médio
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História e legislação do ensino médio
Saiba mais
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
Saiba mais
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História e legislação do ensino médio
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História e legislação do ensino médio
Saiba mais
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
Saiba mais
Art. 22. O ensino de 2º grau terá três ou quatro séries anuais, conforme
previsto para cada habilitação, compreendendo, pelo menos, 2.200 ou
2.900 horas de trabalho escolar efetivo, respectivamente.
Art. 22. O ensino de 2º grau terá a duração mínima de 2.200 (duas mil
e duzentas) horas de trabalho escolar efetivo e será desenvolvido em
pela menos três séries anuais.
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História e legislação do ensino médio
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História e legislação do ensino médio
Saiba mais
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História e legislação do ensino médio
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História e legislação do ensino médio
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História e legislação do ensino médio
Dica de Filme
Síntese
A história do ensino médio no Brasil retrata as dificuldades de um
nível de ensino que, por ser intermediário, precisa ser ao mesmo tempo
terminal e propedêutico (KUENZER, 2000). Nesse contexto, as políticas
para o ensino médio organizam-se em torno da relação capital e trabalho
– e normalmente atendem aos interesses do capital. Assim, a legislação
atual mantém o caráter da escola estruturalmente dualista.
Foi realizado ao longo desse primeiro capítulo um caminho pela his-
tória da educação brasileira, destacando como o ensino médio se cons-
tituiu no Brasil, com reflexões importantes para seu desenvolvimento,
levando em consideração a legislação que o norteou até final da primeira
década do século XXI.
Novas perspectivas para o ensino médio são depositadas em um
novo ordenamento jurídico, instituído pela Resolução n. 2, de 30 de
janeiro 2012, a qual define as novas DCNEN. Esse será o tema do pró-
ximo capítulo, porque essas regras constituem a base do movimento de
reestruturação do ensino médio nacional, e a construção de um pacto
nacional nessa modalidade.
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História e legislação da
educação profissional
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História e legislação da educação profissional
Saiba mais
Saiba mais
Alvará da Rainha de Portugal D. Maria I, que proíbe as fábricas e
manufaturas no Brasil
Eu a rainha. Faço saber aos que este alvará virem: que sendo-me pre-
sente o grande número de fábricas, e manufaturas, que de alguns anos
a esta parte se tem difundido em diferentes capitanias do Brasil, com
grave prejuízo da cultura, e da lavoura, e da exploração das terras
minerais daquele vasto continente; porque havendo nele uma grande
e conhecida falta de população, é evidente, que quanto mais se mul-
tiplicar o número dos fabricantes, mais diminuirá o dos cultivadores;
e menos braço haverá, que se possam empregar no descobrimento, e
rompimento de uma grande parte daqueles extensos domínios, que
ainda se acha inculta, e desconhecida: nem as sesmarias, que formam
outra considerável parte dos mesmo domínios, poderão prosperar,
nem florescer por falta do benefício da cultura, não obstante ser esta a
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Dica de Filme
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História e legislação da educação profissional
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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História e legislação da educação profissional
Saiba mais
Veloso (1998) coloca em sua obra Mario Lago: boêmia e política, que a
censura também ocorreu no samba criado por Ataulfo Alves e Wilson
Batista em 1940, O Bonde de São Januário. Mario Lago aponta que a ver-
são original do samba era a seguinte:
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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História e legislação da educação profissional
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
Saiba mais
Esse novo cenário foi marcado por pressão da classe média por educa-
ção, o que serviu de estratégia para o Governo conseguir conter a demanda
pelo Ensino Superior e focar na formação profissional já no segundo grau.
Assim, a legislação educacional passou por novas alterações, como a
Reforma do Ensino Superior, Lei n. 5. 540/68, a Reforma do Ensino de 1º e
2º Graus e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 5. 692/71.
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História e legislação da educação profissional
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Saiba mais
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História e legislação da educação profissional
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
Saiba mais
TEORIAS CRÍTICOS-REPRODUTIVISTAS
• São críticas porque postulam não ser possível compreender a educação senão
a partir dos seus condicionantes sociais;
• Não constituem pedagogias;
• Não apresentam uma proposta pedagógica: o caráter reprodutivista da escola
impede que ela seja diferente, donde a inviabilidade ou inutilidade de uma pro-
posta pedagógica vinculada aos interesses da classe trabalhadora.
TEORIA DO TEORIA DA
SISTEMA ESCOLA
TEORIA DA
DE ENSINO ENQUANTO
ESCOLA
TEORIA ENQUANTO APARELHO
DUALISTA
VIOLÊNCIA IDEOLÓGICO
(1971)
SIMBÓLICAS DE ESTADO
(1970) (1969)
P. Bourdieu e C. Baudelot e
TEÓRICOS L. Althusser
J.C. Passeron R. Establet
“A Reprodu-
ção: Elementos “Ideologia e Apa- “A escola
OBRA DE
para uma teoria relhos Ideológicos capitalista na
REFERÊNCIA
do sistema de do Estado” (s/d) França” (1971)
ensino” (1975)
• Especialmente durante a década de 70;
INFLUÊNCIA • Saviani utiliza estes estudos como referência teórica para
NO BRASIL fazer a análise crítica da história das tendências da educa-
ção brasileira.
• A sociedade é dividida em classes antagônicas que sob a
CONCEPÇÃO forma de luta de classe opõe burguesia ao proletariedade;
DE SOCIEDADE • Essa luta trava-se nas relações de produção, que são rela-
ções de exploração.
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História e legislação da educação profissional
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História e legislação da educação profissional
Síntese
Este capítulo apresentou um breve histórico das políticas e da legis-
lação para a educação profissional no Brasil. Buscou-se, por meio dos
aspectos histórico e legal, discutir as principais concepções que permea-
ram a constituição dessa que hoje é uma modalidade da educação básica
na legislação mais atual. Assim como nas discussões sobre o ensino
médio, quando abordamos a educação profissional percebemos que a
característica histórica de ambos é um profundo dualismo – por um lado,
a formação academicista e propedêutica, e por outro lado, a formação
para o trabalho destinada às camadas mais empobrecidas da população.
É importante perceber que os embates travados ao longo da história e as
legislações mostram como em alguns momentos se aprofunda o dualismo,
e em outros tem-se uma concepção mais integrada entre ensino médio e
educação profissional.
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Diretrizes Curriculares
Nacionais para o
ensino médio
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Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino médio
Saiba mais
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Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino médio
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
alternativa para reverter essa situação seria tentar articular o ensino médio
com a educação profissional.
Conforme as metas contidas no Plano Nacional de Educação, ao final
da vigência da Lei n. 13.005/2014, deveria-se ampliar para 10,2 milhões
o número de matrículas no ensino médio. Verifique os resultados reais na
tabela 3.1.
Tabela 3.1 – Número de matrículas no ensino médio por localização e dependência
administrativa, segundo a Região Geográfica e a Unidade da Federação – 2014
Fonte: MEC/Inep/Deed.
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Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino médio
Fonte: MEC/Inep/Deed
Os dados apresentados nas tabelas 3.1 e 3.2 são de 2014, para veri-
ficarmos como estamos longe da integração do ensino médio à educação
profissional – após uma década da aprovação do Decreto n. 5.154/2004,
na análise de matrículas é possível perceber que não ocorreu a devida
articulação entre ambos.
O decreto de 2004 revogou a necessidade de separar ensino médio
e educação profissional técnica de nível médio, segundo Simões (2011).
O autor ainda coloca que o decreto delega às instituições escolares a
decisão quanto à forma de articulação entre o ensino médio e a educa-
ção profissional (integrada, concomitante ou subsequente), mantendo a
separação entre as duas formas de ensino. Taç conceito foi ainda reafir-
mado pelo MEC quando decidiu deixar cada uma delas em secretarias
separadas – a educação profissional a cargo da Secretaria de Educação
Profissional e Tecnológica (SETEC) e o ensino médio com a Secretaria
de Educação Básica. A falta de diálogo que muitas vezes acontece entre
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Saiba mais
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Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino médio
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Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino médio
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Síntese
Neste capítulo, foi proposta uma análise conjuntural do ensino
médio. Debatemos os desafios postos para o atendimento dos jovens nesta
etapa da educação básica, utilizando as sinopses estatísticas produzidas
pelo INEP a partir de dados do IBGE e da PNAD. Em seguida, anali-
samos as ações que ocorrem no âmbito do Programa do Ensino Médio
Inovador; apresentamos também as questões centrais das Diretrizes Curri-
culares Nacionais para o Ensino Médio e finalizamos com a apresentação
do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio. Como políticas
conjunturais, portanto recentes, suas ações estão mais no plano da espe-
rança do que no plano de concretude. E no plano da esperança, vemos
com entusiasmo a articulação entre os eixos trabalho, ciência, tecnologia
e cultura na formação unitária do estudante de ensino médio, critério enfa-
tizado nas novas diretrizes.
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Diretrizes Curriculares
Nacionais para a
educação técnica
de nível médio
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Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação técnica de nível médio
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Fonte: MEC/Inep/Deed.
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Fonte: MEC/Inep/Deed.
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Fonte: MEC/Inep/Deed.
Fonte: MEC/Inep/Deed.
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Fonte: MEC/Inep/Deed.
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Saiba mais
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Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação técnica de nível médio
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
Síntese
Neste capítulo, apresentamos as bases legais para a educação pro-
fissional e tecnológica vigentes no país. Para isso, consideramos de que
forma a Lei de Diretrizes e Bases Nacionais define as normas para a oferta
da educação profissional no Brasil. Em seguida, contrastamos a Resolução
CNE/CEB n. 6, de 20 de setembro de 2012, que define Diretrizes Curricu-
lares Nacionais para a educação profissional técnica de nível médio com
dados do INEP a respeito das matrículas da educação profissional. Por
fim, apresentamos os eixos tecnológicos definidos no Catálogo Nacional
de Cursos Técnicos (CNCT). Percebe-se que a maior oferta ainda ocorre
no sistema privado e não no público. Como conclusão, pode-ser dizer que
mesmo com todo o debate histórico sobre a importância da educação pro-
fissional, o Brasil ainda está longe de assumir a responsabilidade com a
oferta desses cursos na esfera pública.
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O Plano Nacional
de Educação e os
desafios para a
gestão dos sistemas
de ensino no Brasil
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O Plano Nacional de Educação e os desafios para a gestão dos sistemas de ensino no Brasil
Saiba mais
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O Plano Nacional de Educação e os desafios para a gestão dos sistemas de ensino no Brasil
ção. Em seu artigo 2º, o novo PNE define que serão diretrizes da educação
nacional (BRASIL, 2014):
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promo-
ção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação;
IV - melhoria da qualidade da educação;
V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos
valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade;
VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação
pública;
VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País;
VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos
em educação como proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que
assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de
qualidade e equidade;
IX - valorização dos (as) profissionais da educação;
X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à
diversidade e à sustentabilidade socioambiental.
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Saiba mais
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O Plano Nacional de Educação e os desafios para a gestão dos sistemas de ensino no Brasil
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
anos esse sistema deve: produzir indicadores de rendimento escolar, com par-
ticipação de 80% dos alunos de cada ano escolar e de cada escola; e produzir
indicadores de avaliação institucional, com perfil do alunado e do corpo de pro-
fissionais da educação, dimensões do corpo docente, técnico e discente, infra-
estrutura, recursos pedagógicos e de gestão, dentre outros (BRASIL, 2014).
A partir da próxima seção, iremos abordar as 20 metas do PNE ane-
xas à Lei n. 13.005 de 2014. Serão apresentadas projeções da situação
atual e uma previsão de investimento público para cumprimento das refe-
ridas metas, quando se fizer necessário.
É importante destacar que as metas e estratégias do PNE estão vincu-
ladas ao cotidiano da gestão escolar. Assim, pode-se dizer que as políticas
definidas em âmbito nacional têm impacto profundo nas escolas. Compre-
endê-las então está no cerne da nossa atuação profissional.
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O Plano Nacional de Educação e os desafios para a gestão dos sistemas de ensino no Brasil
lização até o fim da vigência do PNE, e que seja garantida uma formação
continuada na área de atuação desses profissionais.
Quadro 5.14 – Meta para a especialização de docentes
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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O Plano Nacional de Educação e os desafios para a gestão dos sistemas de ensino no Brasil
Síntese
Neste capítulo, apresentamos uma análise de como se desenvolveu o
planejamento das políticas públicas para a educação nacional. Contempla-
mos a elaboração no âmbito da legislação dos planos nacionais de educa-
ção, dando destaque para a apresentação do PNE, aprovado no âmbito da
Lei n. 13.005 de 2014. Refletir sobre o PNE está diretamente vinculado
à gestão e à docência nas etapas e modalidades da educação básica, pois,
como vimos, estamos longe da garantia da efetividade do direito à edu-
cação de crianças, jovens e adultos. Ao mesmo tempo, precisamos estar
conectados aos desafios postos para a democratização da educação, que
são imensos, uma vez que o Brasil não fez a lição de casa ao longo de sua
história no que se refere à oferta de vagas, permanência na escola e garan-
tia da qualidade no processo ensino-aprendizagem na educação básica e no
ensino superior. No capítulo seguinte, analisaremos mais detalhadamente
as metas e estratégias para o ensino médio e a educação profissional.
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O Plano Nacional de
Educação – metas
e estratégias para a
educação profissional
e o ensino médio
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O Plano Nacional de Educação – metas e estratégias para a
educação profissional e o ensino médio
cação secundária” (p. 4). Além disso, com a ampliação da escolaridade
média da população, as empresas dão preferência no recrutamento daque-
les que já concluíram o ensino superior.
Figura 6.1 –Salários relativos por grupos de educação na América Latina 1990/2010
Outro dado importante, destacado pelos autores, é que além dos par-
cos salários, os jovens também enfrentam a difícil condição de se verem
sem emprego. Verificou-se que esta tem sido uma tendência muito forte
na América Latina:
Na América Latina, além das mudanças observadas no salário,
os pífios resultados de trabalho entre os jovens se manifestam em
outros indicadores. Atualmente, cerca de 15% daqueles que que-
rem trabalhar não encontram emprego. No início dos anos 1980, a
desocupação na faixa juvenil chegava a apenas 5%. Entre os que
trabalham, 54% têm um emprego informal, enquanto há três déca-
das 45% estavam nessa condição. Para os jovens com educação
primária, essa proporção chega a 70% (maior que os 50% observa-
dos em princípio dos anos 1980), e entre os egressos da educação
secundária os informais constituem 50% daqueles que estão traba-
lhando (ante os 30% do princípio da década de 1980), (BASSI et
al., 2012, p. 5).
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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O Plano Nacional de Educação – metas e estratégias para a
educação profissional e o ensino médio
26,4%; São Paulo, 26,2%; Porto Alegre 25,2%; e, mesmo que em pro-
porção menor, em Salvador (22,6%) e Recife (19,1%). Ainda segundo
o estudo, a mão de obra mais jovem é incorporada pelas grandes redes
nacionais e internacionais ou em micro e pequenos estabelecimentos fami-
liares, e esses trabalhos são caracterizados pela não necessidade de grande
qualificação e experiência, com a contrapartida de baixas remunerações.
Em relação ao tema de nosso capítulo, o estudo realizado pelo Die-
ese é bem taxativo quando traz à tona a informação de que, do total de
jovens que trabalham no comércio, 70% não estuda, isso em todas as regi-
ões pesquisadas. “Este distanciamento da escola pode ser explicado, em
certa medida, pela elevada jornada dos jovens que não estudavam, o que
diminui, em muito, suas possibilidades de voltarem a frequentar a escola”
(DIEESE, 2009).
Tabela 6.1 - Proporção de ocupados no comércio com 16 a 24 anos que estudam, e jornada
média semanal dos jovens comerciários – regiões metropolitanas e Distrito Federal (2008)
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
Para efeitos de análise, vamos separar esta meta 3 em: meta 3.A, que
trata da universalização do atendimento escolar para toda população de 15
a 17 anos; e meta 3.B que trata da elevação da taxa líquida de matrícula
no ensino médio para 85%.
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O Plano Nacional de Educação – metas e estratégias para a
educação profissional e o ensino médio
No caso da meta 3.A, temos a seguinte situação de atendimento no
Brasil, por meio da PNAD/2013:
Figura 6.3 – Percentual da população de 15 a 17 anos que frequenta a escola
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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O Plano Nacional de Educação – metas e estratégias para a
educação profissional e o ensino médio
ticamente estável no período de 2007 a 2013, apresentando queda de 0,8%
(64.037 matrículas) no último ano.
Tabela 6.2 – Ensino regular – número de matrículas no ensino médio e população residente
de 15 a 17 anos de Idade – Brasil (2007-2013)
Saiba mais
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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O Plano Nacional de Educação – metas e estratégias para a
educação profissional e o ensino médio
Outra característica do Enem é a promoção de uma avaliação mais
sistêmica que pode subsidiar as políticas públicas para a educação básica.
Além disso, a estratégia 3.6 coloca o Enem como instrumento de certifi-
cação, já que realiza a aferição de conhecimentos e habilidades adquiridos
dentro e fora da escola, e instrumento avaliação classificatória, como cri-
tério para entrada no ensino superior.
Como destacamos no início do capítulo, é urgente que o ensino médio
atenda às necessidades atuais dos jovens, e isso diz respeito à profissionali-
zação da juventude, garantindo inserção qualificada no mercado de trabalho.
Tendo isso em mente, a estratégia 3.7 do PNE estimula que seja expandido o
número de matrículas gratuitas de ensino médio integrado com a educação pro-
fissional, considerando as particularidades das populações do campo, comu-
nidades indígenas e quilombolas e pessoas com deficiência (BRASIL, 2014).
À medida em que o ensino médio passa a ser obrigatório, o estado pre-
cisa garantir a existência da vaga, e a família precisa garantir a presença do
adolescente na escola. Para isso acontecer, estratégias que já ocorriam no
ensino fundamental passam a ser necessárias no ensino médio. Levando isso
em consideração, a estratégia 3.8 do PNE tem por objetivo estruturar e forta-
lecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência dos
jovens beneficiários de programas de transferência de renda no ensino médio.
Isso inclui o controle sobre a frequência, aproveitamento escolar, interação
com os colegas, situações de discriminação, preconceito e violência, práticas
irregulares de exploração no trabalho, uso de drogas, gravidez precoce, etc.
em colaboração com as famílias e com órgãos públicos de assistência social,
saúde e proteção à adolescência e juventude (BRASIL, 2014).
A taxa de evasão do ensino médio é alta no Brasil; portanto, é
necessário renovar os currículos, articular o ensino médio com a educação
profissional, dentre outras ações. Levando isso em consideração, a estra-
tégia 3.9 do PNE propõe a busca ativa adolescentes de 15 a 17 anos que
estão fora da escola (BRASIL, 2014).
Um Plano Nacional de Educação de Educação deve apresentar res-
postas às angústias da sociedade brasileira. Sendo assim, as estratégias
3.10 a 3.14 do PNE colocam sobre a necessidade de articulação de progra-
mas educacionais e culturais aos jovens do campo, atrelando tais progra-
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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O Plano Nacional de Educação – metas e estratégias para a
educação profissional e o ensino médio
e as aspirações da sociedade civil evidenciam necessidade de formulação
de políticas que visem a superação da dualidade histórica, constituindo um
ensino médio mais orgânico e unitário.
Sendo assim, precisamos avaliar as metas e estratégias constantes no
PNE de 2014, refletindo sobre as possibilidades de articulação das políti-
cas educacionais e formação do trabalhador. A meta 10 (que integra o EP
à Educação de Jovens e Adultos) e a meta 11 (integração da EP de Nível
Médio) versam sobre a temática.
Figura 6.5 – Percentual de matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada
à educação profissional
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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O Plano Nacional de Educação – metas e estratégias para a
educação profissional e o ensino médio
10.6) estimular a diversificação curricular da educação de jovens
e adultos, articulando a formação básica e a preparação para o
mundo do trabalho e estabelecendo inter-relações entre teoria
e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da
cultura e cidadania, de forma a organizar o tempo e o espaço
pedagógicos adequados às características desses alunos e alunas;
10.7) fomentar a produção de material didático, o desenvolvi-
mento de currículos e metodologias específicas, os instrumentos
de avaliação, o acesso a equipamentos e laboratórios e a formação
continuada de docentes das redes públicas que atuam na edu-
cação de jovens e adultos articulada à educação profissional;
10.8) fomentar a oferta pública de formação inicial e continu-
ada para trabalhadores e trabalhadoras articulada à educação
de jovens e adultos, em regime de colaboração e com apoio de
entidades privadas de formação profissional vinculadas ao sis-
tema sindical e de entidades sem fins lucrativos de atendimento à
pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na modalidade;
10.9) institucionalizar programa nacional de assistência ao estu-
dante, compreendendo ações de assistência social, financeira e de
apoio psicopedagógico que contribuam para garantir o acesso, a
permanência, a aprendizagem e a conclusão com êxito da edu-
cação de jovens e adultos articulada à educação profissional;
10.10) orientar a expansão da oferta de educação de jovens e adultos
articulada à educação profissional, de modo a atender às pessoas
privadas de liberdade nos estabelecimentos penais, assegurando-
-se formação específica dos professores e das professoras e imple-
mentação de diretrizes nacionais em regime de colaboração;
10.11) implementar mecanismos de reconhecimento de
saberes dos jovens e adultos trabalhadores, a serem conside-
rados na articulação curricular dos cursos de formação ini-
cial e continuada e dos cursos técnicos de nível médio.
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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O Plano Nacional de Educação – metas e estratégias para a
educação profissional e o ensino médio
Figura 6.7 – Matrículas em educação profissional técnica de nível médio na rede pública
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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O Plano Nacional de Educação – metas e estratégias para a
educação profissional e o ensino médio
11.10) expandir a oferta de educação profissional técnica de
nível médio para as pessoas com deficiência, transtornos glo-
bais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;
11.11) elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos
cursos técnicos de nível médio na Rede Federal de Edu-
cação Profissional, Científica e Tecnológica para 90%
(noventa por cento) e elevar, nos cursos presenciais, a rela-
ção de alunos (as) por professor para 20 (vinte);
11.12) elevar gradualmente o investimento em programas de
assistência estudantil e mecanismos de mobilidade acadêmica,
visando a garantir as condições necessárias à permanência dos (as)
estudantes e à conclusão dos cursos técnicos de nível médio;
11.13) reduzir as desigualdades étnico-raciais e regionais no acesso
e permanência na educação profissional técnica de nível médio,
inclusive mediante a adoção de políticas afirmativas, na forma da lei;
11.14) estruturar sistema nacional de informação profissional,
articulando a oferta de formação das instituições especializadas
em educação profissional aos dados do mercado de trabalho e a
consultas promovidas em entidades empresariais e de trabalhadores
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
Síntese
Neste capítulo, nos propusemos a apresentar os desafios postos para
educação profissional e para o ensino médio no Brasil, no contexto das
políticas definidas no Plano Nacional de Educação, Lei n. 13.005 de 2014.
Apresentar e conhecer as metas e estratégias do PNE é fundamental nos
cursos que visam a formação de docentes no país, uma vez que nossa
melhor arma e instrumento de luta é nosso conhecimento crítico face às
ações governamentais. No início deste capítulo, fizemos uma breve expo-
sição sobre a situação da juventude em relação ao acesso ao ensino médio
e à educação profissional, bem como sua inserção no mundo produtivo,
que muitas se dará por meio de postos precários de trabalho e baixa remu-
neração. Nesse sentido, destacamos que as ações de articulação entre o
ensino médio e a educação profissional constituem-se como desafios his-
tóricos para a educação nacional. Reforçamos que o pessimismo das aná-
lises apresentadas na introdução deste capítulo, servem como combustível
para nossas lutas organizadas coletivamente, no sentido de que as metas
e estratégias do Plano Nacional de Educação se efetivem na prática social
no seu decênio de vigência.
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O princípio da gestão
democrática na
educação básica e
profissionalizante
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O princípio da gestão democrática na educação básica e profissionalizante
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
Saiba mais
Bobbio, Matteucci e Pasquino (1983) colocam que a democracia possui
três tradições históricas (ABREU, 2010):
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O princípio da gestão democrática na educação básica e profissionalizante
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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O princípio da gestão democrática na educação básica e profissionalizante
Saiba mais
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O princípio da gestão democrática na educação básica e profissionalizante
Saiba mais
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O princípio da gestão democrática na educação básica e profissionalizante
Escolha uma escola pública que oferte ensino médio e educação pro-
fissional em seu município. Entre em contato com a escola e marque
uma conversa com um representante de cada segmento escolar. Para a
conversa, elabore um roteiro de questões que possibilite pensar sobre
a concepção de gestão democrática presente no imaginário de cada
um dos representantes desses segmentos. Ao mesmo tempo, observe
o cotidiano da escola, a fim de perceber se esse imaginário se relaciona
com as práticas sociais vivenciadas. Peça para acompanhar as reuniões
pedagógicas, os conselhos de classe, a reunião do conselho de escola e
as atividades do grêmio estudantil. Escreva sobre suas impressões.
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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O princípio da gestão democrática na educação básica e profissionalizante
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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O princípio da gestão democrática na educação básica e profissionalizante
Síntese
Nos propusemos a debater primeiramente o conceito de democra-
cia, passando pelas tradições liberais e socialistas dessa temática, para
em seguida nos debruçarmos em como esse conceito tem influenciado os
debates em torno da gestão democrática na escola pública, especialmente
após a Constituição de 1988. O desafio ainda está lançado, uma vez que
uma das metas do Plano Nacional de Educação recoloca essa temática no
seio das preocupações para a organização dos sistemas e das redes escola-
res. Um importante desafio é fazer da escola e das salas de aula espaços de
vivência da democracia. Para Luckesi (2014) a aprendizagem e a vivên-
cia de experiências democráticas implicam também em reorganização do
ambiente escolar. A sala de aula é um lugar de aprendizagem da gestão
democrática, não só do ponto de vista da gestão da escola, mas na promo-
ção da intervenção qualitativa dos sujeitos na vida prática.
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O Projeto Político-
Pedagógico na
educação básica
Saiba mais
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O Projeto Político-Pedagógico na educação básica
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
Como sugere Gadotti (1994, p. 579) “todo projeto supõe rupturas com
o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um
estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade
e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto
contém de estado melhor do que o presente”. Esta é uma das faculdades
que diferencia o homem de seu estado de natureza. Assim, entendemos
que não há organização do trabalho pedagógico quando não existe uma
atividade prévia do projetar e do planejar. E, ainda, como sugere o autor,
“um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a deter-
minadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação pos-
síveis, comprometendo seus atores e autores (GADOTTI, 1994, p. 579).
Por que compreendemos esse ato de pensar e definir o projeto peda-
gógico de uma escola como um ato político? Para responder essa questão,
faremos uma alusão a Freire (2001); segundo o autor, todo ato educativo
é um ato político:
Neste sentido, educar engloba uma profunda transformação, é
essencialmente um ato de intervenção no mundo, pois as conse-
quências desse ato podemos caracterizar o que o autor chama de
politicidade da educação, ou seja, a qualidade desta de ser política,
inerente a sua natureza. “Para que a educação não fosse uma forma
política de intervenção no mundo era indispensável que o mundo
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O Projeto Político-Pedagógico na educação básica
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O Projeto Político-Pedagógico na educação básica
Síntese
A organização do PPP deve ser pautada em uma construção coletiva.
Nesse sentido, faz-se necessária plena participação de todas as instâncias
decisórias: conselho de escola, conselho de classe, associação de pais
e professores, grêmios estudantis, etc. Ao estabelecer este esforço, que
pode se constituir na expressão da gestão democrática, todos os envolvi-
dos poderão definir uma identidade para a escola, sem fugir dos conflitos,
mas enfrentando-os, em uma prática solidária e corresponsável. “A escola,
para se desvencilhar da divisão do trabalho, de sua fragmentação e do
controle hierárquico precisa criar condições para gerar uma outra forma
de organização do trabalho pedagógico” (VEIGA, 2003).
Quando pensamos na reorganização da escola, devemos escancarar
seus problemas, debatê-los, e estabelecer rupturas com o que existe para
avançar na direção de uma escola que tenha como princípio fundamen-
tal a garantia do direito à educação. Afinal, para que serve uma escola
que não seja para todos, que persista com a evasão e a exclusão, que não
tenha qualidade, ou ainda que seja dirigida sob práticas antidemocráticas
e autoritárias? O PPP é uma reflexão do cotidiano da escola, que por vezes
é contraditório.
A atividade da práxis (ação-reflexão) nos permite a inquietude tão ima-
nente ao ser humano. Essa inquietude, portanto, conduzirá nossas reflexões
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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O papel do pedagogo
como professor no
ensino médio e na
educação profissional
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O papel do pedagogo como professor no ensino médio e na educação profissional
Dessa forma, entendemos que utilizar esse espaço para a finalidade que
ele foi instituído é um dever das equipes docentes e pedagógicas das unida-
des escolares, e uma das formas de aproveitar esse espaço está na organiza-
ção da escola como espaço efetivo de formação continuada. Assim, o peda-
gogo entra em cena ao promover debates e aprofundamento teórico sobre
temas relativos a metodologias de ensino, questões teóricas e conceituais
que abrangem as áreas do conhecimento, situações e problemáticas contem-
porâneas, políticas educacionais, condições materiais de trabalho etc.
Esses profissionais devem enfatizar as formas de diálogo no interior
da escola para, de tempos em tempos, coordenar o processo coletivo de
construção dos projetos político-pedagógicos.
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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O papel do pedagogo como professor no ensino médio e na educação profissional
Visite uma unidade escolar pública que oferta ensino médio e educa-
ção profissional e investigue como o projeto político-pedagógico e o
regimento escolar abordam as funções do pedagogo específicas para
esta etapa e modalidade da educação básica. Você deverá construir um
quadro, colocando primeiro as qualidades que devem ser exigidas ao
egresso do curso de pedagogia definidas nas DCNs/2006, e em seguida
as funções definidas no regimento escolar da escola visitada.
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O papel do pedagogo como professor no ensino médio e na educação profissional
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
diurno, até 20% da carga horária poderá ser cumprida a distância, prefe-
rencialmente nos itinerários formativos. No ensino médio noturno, esse
percentual sobe para 30%, considerando a dificuldade de o estudante que
estuda à noite permanecer mais de 4 horas diárias na escola.
Outro aspecto bem polêmico da reforma diz respeito à possibilidade
de profissionais considerados de “notório saber” poderem lecionar disci-
plinas no ensino médio. A dúvida é se qualquer pessoa poderá ser profes-
sor de ensino médio a partir da reforma; entretanto o texto oficial prevê
que para lecionar nas disciplinas obrigatórias (matemática, português e
língua estrangeira) os profissionais precisam ter formação específica na
área, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Professo-
res com notório saber reconhecido pela rede de ensino somente poderão
lecionar nas disciplinas do itinerário de formação técnica e profissional.
Precisarão atestar que são graduados na área em que vão lecionar e com-
provar experiência no assunto.
No ano de 2019, as escolas começaram a implementar, ainda de maneira
gradativa, algumas mudanças, de forma a se adaptar ao novo ensino médio.
Algumas escolas públicas inclusive foram indicadas pelas redes estaduais
de ensino para se tornarem unidades-piloto, já testando as alterações.
De acordo com o MEC, as secretarias terão apoio de técnicos e con-
sultorias especializadas para traçar seus planos de implementação, com o
objetivo de que até 2021 o novo ensino médio esteja consolidado em todas
as escolas.
Síntese
Neste capítulo, buscamos sistematizar algumas considerações sobre
o papel do pedagogo na escola, dando ênfase primeiro ao que se espera do
egresso do curso de pedagogia depois de passar por sólida formação teó-
rico-prática nas instituições de ensino superior. Em seguida, observamos o
que as instituições de ensino esperam do pedagogo por meio das funções
atribuídas a estes nos regimentos escolares. Por fim, problematizamos os
desafios que estão postos aos pedagogos nas escolas de ensino médio e
educação profissional.
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Docência das
disciplinas pedagógicas
no curso de formação
de docentes
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Docência das disciplinas pedagógicas no curso de formação de docentes
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
Saiba mais
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Docência das disciplinas pedagógicas no curso de formação de docentes
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
Em seu Art. 30, a Lei coloca que o professor precisa ter uma forma-
ção mínima para exercer o magistério. Já no Art. 34, coloca que a contra-
tação dos professores e especialistas seria por concurso público com prova
de títulos, e que cabe aos sistemas de ensino estimular seus profissionais
a se especializarem:
A habilitação magistério do ensino de segundo grau, regulamen-
tada em 1972, substituiu a escola normal tradicional. Foi estru-
turada em dois grandes eixos curriculares: um núcleo comum de
formação geral constituído de disciplinas da área de comunicação
e expressão, estudos sociais e ciências; e outro de formação espe-
cial, abrangendo os fundamentos da educação, a estrutura e o fun-
cionamento do ensino de primeiro grau, e a didática que incluía a
prática de ensino (SHEIBE, 2009 p. 45).
Saiba mais
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Docência das disciplinas pedagógicas no curso de formação de docentes
A lei ainda fez uma separação clara entre a formação necessária para
o professor e o bacharelado em pedagogia. Isso gerou uma fragmentação
na formação profissional de educação, ao contrário do que pregavam os
movimentos sociais, os sindicatos e as associações docentes, que era a não
separação entre teoria e prática, ensino e pesquisa, conteúdo específico e
conteúdo pedagógico ou, ainda, o fim do antagonismo posto nas estruturas
curriculares tradicionais, que separam o bacharelado da licenciatura, os
conteúdos específicos dos conteúdos pedagógicos.
Em 2002, as Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de
Professores da Educação Básica foram finalmente aprovadas, em um
momento de críticas profundas ao processo de instituição e regulamen-
tação das reformas – sobretudo pelo fato de que elas negligenciavam a
política de formação global, não valorizando os profissionais da educação
(FREITAS, 2007).
Cada instituição de ensino superior acatou as diretrizes à sua maneira,
a depender das especificidades de cada uma delas e dos modelos já prati-
cados nas suas licenciaturas (FREITAS, 2007).
O Conselho Nacional de Educação (CNE), em 2006, aprovou uma
outra regulamentação importante para a formação de professores em nosso
país: as Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia, por meio do
Parecer n. 05/05 (BRASIL, 2005a), do Parecer n. 03/06 (BRASIL, 2006a)
e da Resolução CNE n. 01/06 (BRASIL, 2006b).
Com as diretrizes para o curso de pedagogia (FREITAS, 2007),
adquiriu-se centralidade no encaminhamento das políticas de formação
de professores, já que esse curso ocupa grande importância na produção
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
Saiba mais
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Docência das disciplinas pedagógicas no curso de formação de docentes
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Docência das disciplinas pedagógicas no curso de formação de docentes
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Docência das disciplinas pedagógicas no curso de formação de docentes
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Docência das disciplinas pedagógicas no curso de formação de docentes
Síntese
Nesse capítulo, debatemos sobre a formação de professores no Bra-
sil. Para tanto, fizemos uma incursão histórica e observamos o contexto
legal no qual se deu esse processo. Percebe-se que a formação de profes-
sores em nível médio assumiu grande importância no contexto de insti-
tucionalização da educação nacional. Assim sendo, no Brasil, os cursos
profissionalizantes tiveram papel fundamental na formação de professores
habilitados para atuação nas séries iniciais do primeiro grau (atual ensino
fundamental). Em seguida, passamos a tratar das atuais Diretrizes Curri-
culares Nacionais para a Formação de Docentes da Educação Infantil e
dos anos iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na modalidade
Normal, que dão as bases legais para oferta e regulamentam os proce-
dimentos dos estabelecimentos de ensino. Por fim, apresentamos como
ocorre a distribuição curricular das disciplinas pedagógicas dos cursos de
formação de professores em nível médio na modalidade Normal.
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Referências
Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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Referências
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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Gestão e Docência no Ensino Médio e Profissionalizante
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Referências
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Esta obra busca aproximar o leitor, futuro profissional da educação, dos
principais aspectos referentes ao ensino médio e à educação profissional. No
decorrer dos capítulos, serão apresentadas a história e a legislação do ensino
médio e da educação profissional, suas características e influência sofridas em
cada período histórico do Brasil.
Ainda, serão apresentadas as atuais Diretrizes Curriculares para o ensino
médio, sua organização curricular e articulação com a BNCC. O livro ainda
aborda as metas e estratégias delineadas para o ensino médio no Plano
Nacional de Educação.
Por fim, o ensino médio e a educação profissional são analisados no contexto
da instituição escolar, tratando da gestão democrática nas instituições e do
Projeto Político Pedagógico, dimensões da ação pedagógica que, no contexto
do ensino médio e da educação profissional, já contam com a participação
ativa dos jovens estudantes, dando voz e vez e a oportunidade de exercitar a
cidadania, participando de um contexto escolar democrático.