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FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Fonte: espacodemocratico.org.br
Primeiro Governo Vargas (1930-1934)
“A carga horária máxima estabelecida para a formação geral corresponde a cerca de 40%
do total, enquanto os itinerários formativos ficam com quase 60% dessa carga. A
deliberação pela maior carga horária para os itinerários formativos, induzindo a escolha
por um único caminho, dentre aqueles possíveis, havendo a separação de um único
itinerário exclusivamente para a formação profissional. Nesse sentido, arriscamos
pontuar que se vislumbra o reforço ao dualismo historicamente característico do ensino
médio, entre caráteres propedêutico e profissional, dantes mencionado. (RAMOS e
HEINSFELD, 2016, p.18296.”
Art. 36: A quem interessa a
§ 6º A critério dos sistemas de possibilidade de certificação
ensino, a oferta de formação com intermediária? Qual o público
ênfase técnica e profissional alvo?
considerará: A certificação intermediária é
II - a possibilidade de concessão de
uma maneira de empurrar para
certificados intermediários de
qualificação para o trabalho, quando o mercado de trabalho ainda
a formação for estruturada e mais cedo, os estudantes das
organizada em etapas com camadas mais pobres que
terminalidade. certamente serão maioria no
§ 10. Além das formas de organização ensino profissional, mantendo
previstas no art. 23, o ensino médio assim a dualidade do Ensino
poderá ser organizado em módulos e Médio.
adotar o sistema de créditos com
terminalidade específica.
BRANCO, E. P.; BRANCO, A. B. de G.; IWASSE, L. F. A.; ZANATTA, S. C. Uma visão crítica sobre a implantação da Base Nacional Comum Curricular em consonância com a reforma do Ensino Médio. Debates em Educação, [S. l.], v. 10, n.
21, p. 47–70, 2018. DOI: 10.28998/2175-6600.2018v10n21p47-70. Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/5087. Acesso em: 22 nov. 2022.
NOVO ENSINO MÉDIO E A MERCANTILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO
Lei n° 13.415/17 originada pela MP n° 746/16
subsidia a:
Reforma do Implantação da
Ensino Médio BNCC
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a
n
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a
s ● Abre espaço para financiamento da educação
através de parcerias público-privadas
● Fragmentação dos itinerários formativos
● Lei 13415/17
Art. 4º O art. 36 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 , passa a vigorar com as seguintes alterações:
§ 6º A critério dos sistemas de ensino, a oferta de formação com ênfase técnica e profissional considerará:
I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no setor produtivo ou em ambientes de simulação, estabelecendo parcerias e fazendo
uso, quando aplicável, de instrumentos estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem profissional;
II - a possibilidade de concessão de certificados intermediários de qualificação para o trabalho, quando a formação for estruturada e
organizada em etapas com terminalidade.
§ 11. Para efeito de cumprimento das exigências curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino poderão reconhecer
competências e firmar convênios com instituições de educação a distância com notório reconhecimento, mediante as seguintes formas
de comprovação:
I - demonstração prática;
VI - cursos realizados por meio de educação a distância ou educação presencial mediada por tecnologias.
MERCANTILIZAÇÃO DO ENSINO MÉDIO E
ORGANISMOS NACIONAIS E
INTERNACIONAIS
MERCANTILIZAÇÃO DO ENSINO MÉDIO E SUAS
IMPLICAÇÕES NAS IES PÚBLICAS E PRIVADAS
MERCANTILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO DO
ENSINO MÉDIO E RELAÇÃO COM A ESCOLA
SEM PARTIDO
O DOCUMENTO CURRICULAR REFERENCIAL DA
BAHIA DO ENSINO MÉDIO E SEU ANDAMENTO
OBJETIVO DESTE DOCUMENTO ORIENTADOR
I - o ano corrente de 2021 destina-se à aprovação do curriculo referencial para o ensino médio,
pelo CEE/BA, nos termos do que está evidenciado na referida Portaria MEC N.º 521 de 2021;
II - incumbe-se o CEE/BA, para o período situado entre o final do ano 2021 e até o final do primeiro
quadrimestre de 2022, da divulgação contínua do curriculo referencial para o ensino médio para as
escolas baianas;
III - no ano de 2022 as instituições escolares [...] devem organizar seus currículos [...],
considerando a premissa de mil horas para o primeiro ano do ensino médio [...];
IV - no ano de 2023 todas as instituições escolares de ensino médio [...], apresentarão suas
matrizes curriculares para o primeiro e segundo anos do ensino médio, já considerado o currículo
referencial para o ensino médio devidamente aprovado pelo CEE/BA;
V - no ano de 2024, todas as instituições escolares de ensino médio, [...], apresentarão suas
matrizes curriculares para os três anos do ensino médio, em respeito à plena implantação do
currículo referencial para o ensino médio em todo o estado da Bahia.”
DOCUMENTO CURRICULAR REFERENCIAL BAHIA (DCRB) DO ENSINO MÉDIO
“No caso da Bahia, [...], podemos citar, o protagonismo que a Fundação Itaú
Social tem assumido na formação de professores e a associação com a
Telefônica Vivo para atuar também nessa área com cursos de formação
continuada para docentes. Dessa forma, as universidades públicas passam a
serem consideradas “parceiras” que seriam acionadas balizadas por essas
instituições. [...] Consideramos essa uma posição que reforça o discurso de maior
eficiência e qualidade da iniciativa privada em detrimento da ação das instituições
públicas.” (MOREIRA e NEVES, 2021, p.3-4).
SOBRE A PROPOSTA CURRICULAR NA BAHIA
[...] podemos compreender a proposta curricular baiana a partir de sua aproximação com
as teorias críticas de currículo, e noutra direção, contraditoriamente, sua relação com o
que orienta a BNCC, a partir da consideração de competências e habilidades aplicadas
ao currículo escolar, notadamente acríticos, sustentadas por suas veias tecnicistas.
(SANTOS e RAIC, 2021, p.12)
REFERÊNCIAS
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http://dcrb.educacao.ba.gov.br/wp-content/uploads/2022/08/DCRB-09_08_22_COM-MATRIZES.pdf Acesso em 29 set. 2022
BRANCO, E. P.; BRANCO, A. B. de G.; IWASSE, L. F. A.; ZANATTA, S. C. Uma visão crítica sobre a implantação da Base Nacional Comum Curricular em consonância com a reforma do Ensino Médio. Debates em Educação, [S. l.],
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