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Edital 2022
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO RESIDENTE
1. Identificação
Resumo
A Lei nº 13.415/2017 marcou o início de uma nova era para o ensino médio no
Brasil, instituindo a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino
Médio em Tempo Integral e promovendo alterações significativas na Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). Esta reformulação visa introduzir novos
objetivos para os currículos escolares, enfatizando uma abordagem mais
flexível e voltada para as necessidades e interesses dos estudantes. Com
essas mudanças, espera-se que novas discussões sobre as metodologias de
ensino e a qualidade da formação docente em instituições de ensino superior
surjam, tornando a participação da comunidade acadêmica indispensável.
O presente estudo tem o objetivo de investigar o impacto da implementação do
Novo Ensino Médio (NEM) no processo de ensino-aprendizagem, com foco
especial nas disciplinas de Física e Biologia. Essas áreas foram escolhidas por
representarem campos de conhecimento nos quais o NEM busca promover um
aprendizado mais personalizado, através de itinerários formativos específicos
que permitem ao aluno moldar parte de seu percurso educativo conforme seus
interesses e objetivos de carreira. Para fundamentar teoricamente esta
pesquisa, serão examinados documentos oficiais e outras fontes bibliográficas
relevantes, além de incorporar relatos de experiências em sala de aula.
Nos recentes anos o Brasil tem sofrido uma série de reajustes e tramites
políticos o que repercute em várias instâncias em todo o país como economia,
relações sociais, e entres eles podem também citar a Educação. Não é uma
exclusividade dos dias atuais a pauta sobre Educação estar em debate,
embora tenha ganhado mais foco e força na última década a educação básica
sempre foi algo a ser discutido, buscando melhorias e um rendimento
satisfatório.
Todavia, apesar dos debates recorrentes, a questão sobre melhorias no ensino
tornou-se mais forte com os dados baixos e insatisfatórios expressos pelos
IDEB, principalmente no Ensino Médio, que fez com que surgisse uma urgência
em resolver a situação e números. Por conseguinte, como forma de resolução,
foi homologada em 16 de fevereiro de 2017 a Medida Provisória 746/2016 que
traz como base a reforma do EM como Novo Ensino Médio e o ensino integral
que visa aumentar a carga horária diária e anual propondo desenvolver
habilidades e aptidões dos estudantes nas diferentes áreas: intelectual, social,
esportiva e profissionalizante. (CORRÊA, 2018).
É válido recordar que tais mudanças não foram bem aceitas pela sociedade em
geral, um bom exemplo sobre essa vertente foi o episódio de diversas
ocupações em escolas públicas entre outras manifestações feitas por
estudantes. Todavia ignorando completamente o diálogo com as partes
interessadas a MP seguiu adiante implementando o ensino integral. Sobre a
reforma e Novo Ensino Médio SILVA salienta:
Analisando o contexto de surgimento dessa reforma, levando em
conta a urgência em que tramitou a proposta e os interesses do setor
privado em sua aprovação, fica evidente que a educação integral do
jovem brasileiro não é a única, nem sequer a principal, intenção do
Novo Ensino Médio. (SILVA, 2018, p. 524).
Isto devido ao fato de que muitos alegam a ideia do ensino integral como
contraditória e confusa, uma vez que por meio do aumento de carga horária
estudantes que estudam e trabalham, até mesmo para o sustento de seus
lares, seriam prejudicados e em um dado momento forçados a escolherem
entre mercado de trabalho e educação. Seguindo por essa ótica, a educação
básica que em pauta deveria ser direito de todos acaba tornando-se um
privilégio para aqueles que dispõem de tempo livre para cumprimento da nova
carga horária, neste cenário pode-se fazer uma alusão histórica com os
primórdios da Educação, onde a educação de saberes seguia de forma privada
para os nobres enquanto que os demais tinham acesso a uma educação
voltada para o lado profissional provendo mão de obra. Trazendo novamente à
nossa atualidade, essa estratégia de ensino técnico profissionalizante com
conclusão de ensino tende a afastar estudantes do ensino superior e
encaminhá-los diretamente ao mercado de trabalho. (CORRÊA, 2018).
Além do debate sobre carga horária e estudantes, também ressalta o alerta
sobre o currículo escolar e as novas modalidades em que são ofertadas as
disciplinas, os ditos itinerários formativos que apesar de alegarem uma
flexibilidade e possibilidade de escolha aos estudantes, na realidade e prática
não será exatamente o aluno que irá escolher e sim a instituição de ensino
mediante as suas limitações, ou seja, o aluno terá o livre arbítrio de escolha,
mas poderá escolher somente entre as opções que a escola puder lhe
disponibilizar. (SILVA, 2018).
O Novo Ensino Médio chegou inspirado em projetos de escolas do exterior,
porém na execução não levou-se em conta a infraestrutura das escolas, a
economia do país e outros parâmetros essenciais para a viabilidade da
reforma. Nessa vertente, Silva relata:
Ampliar a carga horária sem ampliar a estrutura física das escolas e o
número de profissionais da educação é ampliar a precariedade.
Temos vivenciado há tempos em nosso país problemas emergenciais
como falta de merenda escolar e de professores, além do espaço
físico muitas vezes insatisfatório, e antes de resolver problemas
básicos como este, e diante da PEC 241 que congela investimentos
para educação, emergiu a proposta de um aumento significativo da
carga horária diária para o ensino médio. Essa política parece
desconhecer a realidade das escolas brasileiras e de seus
educandos. (SILVA, 2018, p. 528).
2.3. Desenvolvimento
Referências
Brasil. (1996). Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, DF. Senado Federal, 1996.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 14 Jan. 2024.
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Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13415.htm.
Acesso em: 14 Jan. 2024.
BRASIL. LDB : Lei de diretrizes e bases da educação nacional. – Brasília : Senado Federal,
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https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf
. Acesso em: 17 de Jan. 2024.
CORRÊA, Shirlei de Souza; GARCIA, Sandra Regina de Oliveira. “Novo Ensino Médio:
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https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/11469. Acesso em: 17 de Jan.
2024.
OLIVEIRA, Claudia Lisete; PANOSSIAN, Maria Lucia. Reflexões sobre o novo ensino médio:
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2024.
OLIVEIRA, Rodrigo da Conceição de. Uma conversa sobre a disciplina de Física à luz da
BNCC e do novo Ensino Médio: desafios e possibilidades para a implementação das
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Acesso em: 19 Jan. 2024.
SILVA, Karen Cristina Jensen Ruppel da; BOUTIN, Aldimara Catarina. Novo ensino médio e
educação integral: contextos, conceitos e polêmicas sobre a reforma. Educação, Santa
Maria, v. 43, n. 3, p. 521-534, jul./set. 2018. Disponível em:
https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/30458. Acesso em: 17 Jan. 2024.
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