Você está na página 1de 20

ESCOLA ESTADUAL OTTO WEISZFLOG

CAROLINA VIANA DOS SANTOS

NOVO ENSINO MÉDIO: AVANÇO OU RETROCESSO

CAIEIRAS
2023
ESCOLA ESTADUAL OTTO WEISZFLOG

CAROLINA VIANA DOS SANTOS

NOVO ENSINO MÉDIO: AVANÇO OU RETROCESSO

Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência


parcial de avaliação para conclusão do Ensino Médio,
apresentado à escola estadual Otto Weiszflog O Novo ensino
Médio: Avanço ou Retrocesso sobre orientação da Coordenadora
de Gestão Ana Maria Sant'’Ana Mazivieiro.

CAIEIRAS
2023
ESCOLA ESTADUAL OTTO WEISZFLOG

CAROLINA VIANA DOS SANTOS

NOVO ENSINO MÉDIO: AVANÇO OU RETROCESSO

APROVADA EM ______/______/_______

BANCA EXAMINADORA

ORIENTADOR

ANA MARIA SANT’’ANA MAZIVIERO


_______________________________________
AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha orientadora e coordenadora por aceitar a me ajudar


com apenas três dias e agradeço a minha irmã por me ajudar a
desenvolvê-lo.
RESUMO

O sistema educacional brasileiro é alvo de mudanças e reestruturações ao longo de


sua história, a última, marcada pela revisão da Lei de Diretrizes e Base da Educação
Nacional (LDB), em 2017, trouxe uma mudança significativa para o Ensino Médio,
estabelecendo que esta etapa da educação também contaria com uma Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). Objetivando analisar se o Novo Ensino Médio
foi um avanço ou um retrocesso, no presente trabalho, é analisado o contexto no
qual originou-se o Novo Ensino Médio, bem como analisado os desafios enfrentados
para implementar a reforma no Brasil, também analisados os impactos na educação
e na sociedade. Após a pesquisa, conclui-se que o Novo Ensino Médio foi sim um
retrocesso.

Palavras-chave:; Novo Ensino Médio; Retrocesso; Desafios


ABSTRACT
The Brazilian educational system has been the target of changes and restructuring
throughout its history, the last one, marked by the review of the National Education
Guidelines and Base Law (LDB), in 2017, brought a significant change to Secondary
Education, establishing that this This stage of education would also have a National
Common Curricular Base (BNCC). Aiming to analyze whether the New Secondary
Education was an advance or a setback, in this work, the context in which the New
Secondary Education originated is analyzed, as well as the challenges faced to
implement the reform in Brazil, as well as the impacts on education and society. After
the research, it was concluded that the New High School was indeed a setback

Keywords: New High School; Implementation..


SUMÁRIO

1 Introdução ______________________________________________________8

2 A Reforma Curricular do Ensino Médio.______________________________9

2.1 As Mudanças a educação trazidas pelo Novo Ensino Médio ______________10

3 Desafios na Implementação _______________________________________12

3.1 Infraestrutura Escolar ____________________________________________14

3.2 A Participação da juventude na elaboração do Ensino Médio _____________15

4 Sociedade Insatisfeita ____________________________________________16

5 Considerações finais _____________________________________________17

Referências_______________________________________________________18

Glossário_________________________________________________________20
1 INTRODUÇÃO
2. A reforma Curricular do ensino médio.

O Novo Ensino Médio está permeado por lacunas e foi realizado sem um profundo
diálogo com sociedade cívica, a reformulação do ensino médio brasileiro é um
conjunto de novas diretrizes que altera a estrutura vigente da última etapa do ensino
básico no Brasil. O que dá corpo à essa reforma é a mudança dos currículos
escolares para se adequarem a Lei 13.415∕2017 que instituiu uma carga mínima
anual de 800 horas que deve ser ampliada de forma progressiva para até 1400
horas a fim de estabelecer o ensino de tempo integral. Também determina que a
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deverá definir objetivos de aprendizagem
dentro de quatro áreas de conhecimento, a saber: I - linguagens e suas tecnologias;
II - matemática e suas tecnologias; III - ciências da natureza e suas tecnologias e IV
- Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. A reforma designa uma parte do ensino
que será comum e obrigatória a todas as escolas durante toda a etapa do Ensino
Médio, denominando-a Formação Geral Básica (FGB); e propõe uma outra parte
que será organizada por um modelo diversificado e flexível, que são os Itinerários
Formativos (IF). Essa segunda parte será ofertada levando em consideração os
diferentes arranjos curriculares, conferindo maior relevância ao contexto local e a
capacidade do sistema de ensino.

A proposta do Novo Ensino Médio surgiu após a percepção de uma estagnação dos
índices de desempenho dos estudantes brasileiros. Além disso, entre as etapas da
educação básica, o ensino médio é a que tem as maiores taxas de abandono,
reprovação e distorção idade-série (atraso escolar de dois anos ou mais).Foram
muitas as justificativas para reformular a última etapa da educação básica: um
ensino de baixa qualidade, generalista, com número excessivo de disciplinas, alto
índice de evasão e de reprovação e distante das necessidades dos estudantes e dos
problemas do mundo contemporâneo. De acordo com o Anuário Brasileiro da
Educação Básica 2020, apenas 65,1% dos brasileiros concluíram o Ensino Médio na
idade esperada, até os 19 anos – percentual que chega a 51,2% entre os mais
pobres. E 12% dos brasileiros com idades entre 15 e 17 anos estão fora das salas
de aula.

Em relação à justificativa apresentada, no que diz respeito a altos


índices de abandono e reprovação, vale mencionar que tais fatos não
são exclusivamente responsabilidade da organização curricular. Ao
contrário, muito disso ocorre por diversos outros motivos como:
infraestrutura inadequada das escolas; necessidade de trabalhar
precocemente para garantir sustento básico; violência familiar; gravidez
na adolescência, dentre outros. Assim, tais fatores também devem ser
considerado na proposição de medidas efetivas para diminuição da
evasão escolar observada atualmente (FERRETTI, 2018)

Conforme apresentado, se faz inadequado atribuir exclusivamente o


abandono e reprovação à organização curricular, quando no entanto,
diversos outros aspectos sociais e culturais envolvidos, são
determinantes para o resultado em tais ações. Neste mesmo cenário
inclusive, outro ponto a ser discutido quanto a possível influência
negativa sob índices de evasão escolar, se refere a carreira dos
professores, que muitas vezes possuem salários insuficientes, os que o
fazem buscar outras formas de contratação, resultando em vínculo a
várias escolas e elevadas cargas horárias, que podem sobrecarregar
educadores e comprometer um ensino voltado a identificar necessidades
pontuais de cada aluno e ainda, ofertar acolhimento e apoio importante
capazes de refletir em bons níveis de incentivo para que o aluno
permaneça na escola. Assim, a partir dos elementos apresentados,
verifica-se contexto complexo, que requer diversas estratégias capazes
de atender a todas as demandas destacadas. Apesar disso, a referida lei
parece insistir na hipótese de que os problemas verificados no Ensino
Médio público, podem ser resolvidos exclusivamente por meio de um
currículo escolar atrativo, o que não faz muito sentido, tendo em vista
que as relações externas que interferem na permanência escolar,
parecem estar muito além de um currículo que chame atenção dos
alunos.

2.1 As Mudanças a educação trazidas pelo Novo Ensino Médio

O Novo Ensino Médio no Brasil trouxe mudanças significativas no sistema


educacional, visando uma formação mais flexível e alinhada às demandas
contemporâneas. Uma das principais alterações é a flexibilização curricular,
permitindo que os estudantes escolham parte do conteúdo a ser estudado. Essa
abordagem busca promover uma educação mais personalizada, considerando as
aptidões e interesses individuais dos alunos. Além disso, o Novo Ensino Médio
introduziu a ampliação da carga horária, com a previsão de tempo integral. Essa
medida visa proporcionar uma imersão mais profunda nos estudos, favorecendo o
desenvolvimento de habilidades essenciais para o século XXI, como o pensamento
crítico e a resolução de problemas complexos.Outro ponto relevante é a integração
de áreas do conhecimento por meio dos chamados "itinerários formativos", que
permitem a conexão entre disciplinas e a aplicação prática do aprendizado. Essa
abordagem interdisciplinar busca uma compreensão mais holística e contextualizada
dos conteúdos, preparando os estudantes para desafios multidisciplinares na
sociedade e no mercado de trabalho. No contexto do Novo Ensino Médio, a
formação técnica e profissionalizante ganha destaque, proporcionando aos
estudantes a oportunidade de adquirir habilidades específicas e ingressar mais
rapidamente no mercado de trabalho. Essa inclusão visa atender às demandas por
profissionais qualificados em diversos setores, contribuindo para a empregabilidade
dos jovens. É importante destacar que as mudanças no Novo Ensino Médio também
envolvem a reestruturação da avaliação educacional, buscando métodos mais
abrangentes e menos centrados em provas tradicionais. Esse redirecionamento na
forma de avaliar busca valorizar o desenvolvimento contínuo do aluno, considerando
não apenas seus conhecimentos, mas também suas competências socioemocionais.
Por fim, as transformações no Novo Ensino Médio têm como objetivo central
proporcionar uma educação mais alinhada com as demandas contemporâneas,
promovendo a formação integral dos estudantes e preparando-os para os desafios
do século XXI.
3 Desafios na Implementação

A implementação do novo ensino médio no Brasil enfrenta uma série de desafios


que abrangem diferentes aspectos do sistema educacional. Um dos problemas mais
evidentes está relacionado à infraestrutura precária em muitas escolas,
especialmente aquelas localizadas em regiões menos desenvolvidas. A falta de
recursos financeiros compromete a capacidade dessas instituições de oferecer um
ambiente adequado para a execução das mudanças propostas. Outro ponto crítico
diz respeito à resistência encontrada entre educadores e estudantes diante das
transformações curriculares e metodológicas. A adaptação a um novo modelo de
ensino demanda tempo e esforço, e a falta de suporte adequado pode resultar em
atritos e desmotivação. A capacitação dos professores é essencial, mas muitas
vezes insuficiente, prejudicando a qualidade do processo educativo. A desigualdade
regional é um fator significativo, pois as disparidades socioeconômicas entre as
diversas áreas do país influenciam diretamente na eficácia da implementação.
Escolas em regiões mais carentes enfrentam desafios adicionais, desde a falta de
materiais didáticos atualizados até a carência de profissionais qualificados. A
diversidade de realidades socioeconômicas dos alunos também representa um
grande desafio. Nem todos têm acesso igualitário a oportunidades educacionais
ampliadas, gerando disparidades no aproveitamento e na assimilação das
mudanças propostas pelo novo modelo de ensino médio. Isso pode acentuar as
desigualdades educacionais já existentes.

A ausência de um planejamento abrangente e estratégico por parte das autoridades


educacionais é um ponto crítico que impacta na implementação eficaz do novo
ensino médio, a falta de clareza nos objetivos, aliada à ausência de políticas
consistentes de apoio, contribui para a incerteza e a instabilidade no sistema
educacional. A avaliação e monitoramento do progresso do novo modelo ainda
estão em estágios iniciais, o que dificulta a identificação rápida e a correção de
possíveis falhas. A definição de indicadores claros de desempenho e a
implementação de mecanismos eficientes de acompanhamento são essenciais para
garantir o sucesso a longo prazo do novo ensino médio. Além disso, a falta de
investimento em pesquisa educacional compromete a base teórica que sustenta as
mudanças propostas. A ausência de dados robustos sobre o impacto das
transformações curriculares e metodológicas dificulta a tomada de decisões
informadas e pode resultar em políticas pouco fundamentadas. A burocracia e a
morosidade na implementação das reformas educacionais também são obstáculos
consideráveis. Processos lentos e complexos para a aprovação e execução de
políticas podem atrasar significativamente o avanço do novo ensino médio, gerando
frustração e descrença no sistema. A falta de incentivo à participação da
comunidade escolar e dos pais no processo educativo é um aspecto que merece
atenção. O engajamento desses atores é fundamental para o sucesso das
transformações propostas, e a ausência de estratégias eficazes para envolvê-los
pode comprometer a aceitação e a efetividade do novo modelo. A falta de uma
abordagem mais flexível e adaptável às diferentes realidades locais é um ponto
sensível na implementação do novo ensino médio. Uma abordagem uniforme pode
não atender às necessidades específicas de cada comunidade, gerando resistência
e dificultando a aceitação das mudanças.

A instabilidade política e as mudanças frequentes nas lideranças educacionais


também representam um desafio, a falta de continuidade nas políticas educacionais
pode resultar em interrupções no processo de implementação do novo ensino
médio, prejudicando a consistência e a eficácia das mudanças. A falta de um diálogo
constante entre as partes interessadas, incluindo educadores, alunos, pais e
gestores, é um obstáculo que impacta na aceitação e na efetividade do novo
modelo. A construção de consenso e a participação ativa de todas as partes são
fundamentais para superar resistências e garantir o sucesso das transformações
propostas. A ausência de medidas eficazes para lidar com a evasão escolar é um
desafio adicional.

O novo ensino médio precisa abordar estrategicamente as causas da evasão, como


a falta de interesse dos alunos, a desmotivação e as dificuldades socioeconômicas,
para garantir a permanência e o sucesso dos estudantes. A escassez de recursos
tecnológicos e a falta de acesso à internet em algumas regiões do país são
obstáculos significativos na implementação de uma abordagem mais tecnológica e
inovadora no ensino médio. A desigualdade digital amplia as disparidades
educacionais, comprometendo a eficácia das mudanças propostas. A resistência de
setores conservadores da sociedade também se manifesta como um desafio à
implementação do novo ensino médio. Ideologias contrárias às mudanças propostas
podem influenciar negativamente a aceitação do modelo, gerando conflitos e
dificultando a efetividade das transformações. A falta de uma estratégia abrangente
para a formação integral dos estudantes é um ponto crítico.

O novo ensino médio busca uma abordagem mais flexível e voltada para o
desenvolvimento de habilidades socioemocionais, mas a implementação eficaz
desses aspectos requer uma estratégia educacional holística. A precariedade na
oferta de atividades extracurriculares e de orientação profissional é um desafio
adicional. A falta de recursos e de incentivos para essas práticas compromete a
formação integral dos estudantes, limitando suas oportunidades de descoberta e
desenvolvimento pessoal. A necessidade de uma revisão constante dos currículos e
das práticas pedagógicas para acompanhar as mudanças na sociedade é um ponto
crucial. A rigidez na estrutura curricular pode tornar o ensino médio desatualizado,
comprometendo a preparação dos alunos para os desafios contemporâneos. A
ausência de políticas eficazes de inclusão e acessibilidade é um desafio que afeta
diretamente a diversidade de estudantes no novo ensino médio. A falta de
estratégias para atender às necessidades de alunos com deficiência ou em situação
de vulnerabilidade

3.1 A Infraestrutura Escolar

A lei 13.415/2017 nos traz a reforma do currículo do ensino médio buscando


melhorar a educação do ensino médio com aulas técnicas e a flexibilidade curricular,
com muitos projetos que não conseguem ser implementados igualmente pelo país
criando grandes desigualdades na educação do ensino médio. A falta de estrutura
escolar compromete a educação a anos, em outubro de 2022, os 32 Tribunais de
Contas da União se uniram para visitar e avaliar a infraestrutura das escolas no país
e identificaram que 57% das salas de aula são inadequadas. Os números são
assustadores: 31% das escolas visitadas não tinham coleta de esgoto e 8% não
possuíam coleta de lixo e 82,38% das cozinhas não possuíam alvará da Vigilância
Sanitária para funcionamento. A fiscalização encontrou também 63% das escolas
sem bibliotecas, mesmo índice entre as que não possuem sala de leitura. O
percentual de unidades que não possuem laboratório ou sala de informática é ainda
maior, 88%. Em muitas unidades escolares, para que possam dar aula, os
professores precisam exercer o papel de servente, com varrição de salas e limpeza
de áreas alagadas. A precariedade, ressalta, afeta diretamente a qualidade do
ensino. “Qual aluno ou aluna aprende com fome, com calor extremo, com frio, com
chuva caindo em suas cabeças?”, enfatiza Carla, quase impossível professores e
professoras darem conta da demanda de salas com alunos e alunas mais ativos e
que necessitam de um modelo de uma educação em que sejam protagonistas da
construção de conhecimento. Isso incluiria a disponibilidade de equipamentos
digitais capazes de aumentar a interação e o interesse pela permanência nas
escolas. Os desafios de infraestrutura na implementação do Novo Ensino Médio no
Brasil podem abranger diversos aspectos, incluindo:

● Espaço Físico - Muitas escolas podem enfrentar limitações de espaço físico


para acomodar as mudanças na estrutura curricular, especialmente quando
há a necessidade de oferecer itinerários formativos específicos que
demandam salas especializadas.
● Recursos Tecnológicos - A integração de recursos tecnológicos, essenciais
para uma educação mais alinhada com as demandas contemporâneas, pode
ser dificultada em escolas com infraestrutura limitada em termos de acesso à
internet, laboratórios de informática e dispositivos para os alunos.
● Laboratórios e Equipamentos Específicos - Para itinerários formativos
voltados para áreas técnicas e profissionais, pode ser desafiador fornecer
laboratórios e equipamentos específicos necessários para práticas mais
especializadas.
● Formação de Professores - A capacitação dos professores para lidar com as
mudanças propostas pode exigir recursos consideráveis, incluindo programas
de formação continuada, workshops e acesso a materiais didáticos
atualizados.
● Acessibilidade - Escolas localizadas em regiões remotas ou com dificuldades
de acesso podem enfrentar desafios adicionais na implementação do Novo
Ensino Médio, impactando a equidade no acesso à educação de qualidade.
● Investimentos Financeiros - Muitas vezes, a infraestrutura necessária para a
implementação bem-sucedida requer investimentos financeiros substanciais,
algo que nem todas as instituições de ensino têm disponíveis.
● Manutenção de Espaços e Equipamentos - Garantir a manutenção adequada
dos espaços físicos e equipamentos é fundamental para o funcionamento
eficaz das atividades propostas no Novo Ensino Médio.

Superar esses desafios demanda um esforço coordenado entre os diferentes níveis


de governo, instituições de ensino, e outras partes interessadas. É crucial abordar
essas questões para garantir que todas as escolas possam oferecer uma
implementação efetiva e equitativa do Novo Ensino Médio.

3.2 A Participação da juventude na elaboração do Novo Ensino Médio

A falta de participação da sociedade civil e da juventude na elaboração do novo


ensino médio é um reflexo preocupante da ausência de mecanismos efetivos de
envolvimento democrático. Ao negligenciar a voz da sociedade, as decisões
educacionais podem não refletir adequadamente as necessidades reais dos
estudantes e da comunidade em geral. Isso cria um vácuo de representação,
impedindo que as perspectivas diversificadas e inovadoras da juventude sejam
consideradas. A participação ativa da sociedade civil é essencial para garantir que
as políticas educacionais se alinhem com os valores, expectativas e desafios
enfrentados pela comunidade. A ausência desse diálogo pode resultar em decisões
desconectadas da realidade, comprometendo a eficácia e a relevância do sistema
educacional. A juventude, em particular, é uma parte fundamental desse processo,
pois são os principais beneficiários do sistema educacional e detêm valiosos
conhecimentos sobre suas próprias experiências de aprendizado. A falta de
participação pode levar a uma lacuna entre as intenções das políticas educacionais
e sua implementação efetiva nas salas de aula. Ao negligenciar as contribuições da
sociedade civil e da juventude, há o risco de criar um sistema que não atenda
adequadamente às demandas contemporâneas, limitando o potencial de
desenvolvimento integral dos estudantes. A inclusão ativa desses grupos na
elaboração de políticas educacionais é fundamental para promover um ambiente de
aprendizado dinâmico e adaptado às necessidades emergentes da sociedade.
4. A sociedade insatisfeita

Como citado anteriormente, o Novo Ensino Médio foi criado sem um diálogo,
consentimento com a sociedade civil. Desde o começo da implementação ele já
estava sendo alvo de críticas por professores, profissionais da educação e
estudantes do país inteiro, pois a implementação ocorreu sem cuidados e preparos
necessários, afetando de forma negativa o ambiente escolar dada a incompreensão
de alunos e famílias e também professores e funcionários. Em 15/03/2022 protesto
reivindicando a revogação do Novo Ensino Médio aconteceu em 51 cidades
brasileiras, mobilizando cerca de 150 mil estudantes em todo o país. A forma como o
MEC impôs a reforma, se alastrou por toda a estrutura educacional, o Novo Ensino
Médio foi imposto às secretarias estaduais de educação, que não foram
devidamente auxiliadas pelo MEC, e estas por sua vez, impõe ao NEM às escolas,
que precisam impô-lo aos demais profissionais da educação. Este processo gerou
multidões de profissionais despreparados e perdidos que não acreditam na
possibilidade de sucesso do Novo ensino Médio. A falta de participação da
juventude na construção do Novo Ensino Médio foi um grande problema, dada a
falta da compreensão do MEC com as suas necessidades, vontades para a
educação, o despreparo da infraestrutura escolar, sem investimentos, preparo
socioemocionais foram o que impediram o sucesso da reforma do currículo do
ensino médio. Assim como a falta de capacidade docente, a falta de diálogo
contínuo, desconexão com a realidade social. Ocorreu grande desconexão com a
realidade social, disciplinas que abordavam temas como questões sociais como
diversidade, inclusão e educação para a cidadania, o que não agradou parte
significativa da sociedade. A pressão sobre os estudantes foi preocupante, com o
aumento da carga de disciplinas e atividades extracurriculares gerou preocupações
com a saúde mental dos estudante

O maior impacto nos estudante foi a desigualdade causada pela reforma nas
disciplinas, a inclusão dos itinerários formativos criou desigualdades de diversas
maneiras, escolas públicas com melhores estruturas receberam mais investimentos
e melhor implementação, já as escolas em áreas desfavorecidas não tiveram auxílio
para implementar o novo ensino assim criando lacunas de qualidade da educação
oferecida em diferentes regiões. A falta de recursos adequados, também intensificou
a desigualdade socioeconômica, a falta de recursos e apoio, amplia a desigualdade
de oportunidades educacionais entre diferentes estratos sociais.
5. CONCLUSÕES FINAIS
REFERÊNCIAS

CRUZ, Eliana Patricia educadores dizem que novo ensino médio amplia
desigualdades 2023 Disponível em
https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2023-04/educadores-dizem-que-n
ovo-ensino-medio-amplia-desigualdades Acesso em 19 de abril de 2023

AZEVEDO Rayane. Por que o Novo Ensino Médio é alvo de protestos? 2023
Disponível em
https://amp.dw.com/pt-br/por-que-o-novo-ensino-m%C3%A9dio-%C3%A9-alvo-de-pr
otestos/a-65065891 Acesso em 05/04/2023

ALMEIDA Mateus O Novo Ensino Médio é um dos maiores retrocessos da educação


brasileira 2023 Disponível em
https://pp.nexojornal.com.br/opiniao/2023/O-Novo-Ensino-M%C3%A9dio-%C3%A9-u
m-dos-maiores-retrocessos-da-educa%C3%A7%C3%A3o-brasileira Acesso em 26
de março de 2023

CNT Falta de estrutura na escola compromete educação pública no Brasil 2023


Disponível em
https://www.cut.org.br/noticias/falta-de-estrutura-das-escolas-compromete-educacao-
publica-no-brasil-bc17 Acesso em 04 de maio de 2023

QUIERICO, Tamires Luciana Desafios para a implementação do novo ensino médio


2023 Disponível em https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/37505 Acesso em 3
de fevereiro de 2023

REVUSTA QUERO Novo Ensino Médio 2023 o que muda na educação brasileira
2023 Disponível em
https://querobolsa.com.br/revista/novo-ensino-medio-o-que-muda-na-educacao-brasi
leira Acesso em 8 de ago de 2023

ABUD Marcelo Novo ensino Médio representa retrocesso no que já não era boa
2022 Disponível em
https://www.institutoclaro.org.br/educacao/nossas-novidades/podcasts/novo-ensino-
medio-representa-retrocesso-em-situacao-que-ja-nao-era-boa-avalia-fernando-cassi
o/#:~:text='Novo%20ensino%20m%C3%A9dio%20representa%20retrocesso,era%2
0boa'%2C%20avalia%20Fernando%20C%C3%A1ssio&text=Escolha%20de%20itine
r%C3%A1rios%20muito%20limitada,baseada%20no%20ensino%20%C3%A0%20di
st%C3%A2ncia Acesso em 19 de julho de 2022

MARCHAND patricia, Os Impactos Da Nova Reforma Do Novo Ensino Médio 2022


Disponivel em
https://www.ufrgs.br/jornal/os-impactos-da-nova-reforma-do-ensino-medio/ Acesso
em 16 de fevereiro de 2022

Equipe, tovts Novo Ensino Médio 2023:Mudanças; benefícios; desafios e como


adequar sua escola 2023 Disponível em
https://www.totvs.com/blog/instituicao-de-ensino/novo-ensino-medio/ Acesso em 19
de junho de 2023

FRIGOTTO Guadêncio Reforma do Ensino médio é retrocesso da educação 2018


Disponível em
https://cpers.com.br/reforma-do-ensino-medio-e-retrocesso-para-a-educacao/
Acesso em 2 de ago de 2018
GLOSSÁRIO

NEM = Novo Ensino Médio

MEC = Ministério da Educação

BNCC = Base Nacional Comum Curriculo

LBD = Lei de Diretrizes e Bases da Educação Naciona

Você também pode gostar