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INTRODUÇÃO
REVISÃO DE LITERATURA
Não podemos esquecer que para esta comunhão é necessária uma boa formação
teórica e didática,caso contrário essa transposição não ocorre. E ainda não podemos
esquecer da pluralidade social, econômica e cultural de cada comunidade.
Então,segundo Contreras (2002, p. 73), uma das dimensões mais importantes do
trabalho docente é a competência profissional que transcende o domínio de habilidades
e técnicase emerge a partir da interação entre a obrigação moral e o compromisso com a
comunidade.
Desta forma, para que possamos formar bons profissionais para docência
devemos ter um olhar mais crítico e repensar a formação universitária, dando
condiçõespara que os futuros professoresconsigam mobilizar conhecimento de forma
mais dinâmica e adequada de acordo com a realidade local e, desta forma se libertar da
ansiedade e sensação de impotência por não estar atingindo os objetivos na construção
do conhecimento.
Ainda levando em consideração as constantes mudançasno cenário social,
econômico e político que passa a sociedade, vamos no deparar com a necessidade de
adequação do sistema educacional para atender a demanda do modelo vigente, desta
forma, o conhecimento é a condição básica, assim precisamos de bons profissionais para
atender esta demanda.
Logo, mudanças na formação inicial dos professores são necessárias. Nóvoa
(1992), defende que a mudança educacional depende dos professores e da sua formação, para
que ocorra transformação das práticas pedagógicas nasala de aula e para que isso ocorra deve
existir uma via de mão dupla entre as instituições de formação de professores e a quemse
destina esses profissionais.
E também não podemos deixar de lado a incorporação dossaberes com uma boa
didática, que com o passar do tempo passou a preocupar-se com o processo dinâmico e
interativo de ensinar e aprender que acontece entre o professor e o aluno (Haydt, 2002).
Pois de acordo com a ideia de Dias (2007) diz, que a didática tem uma importância
fundamental na formação do professor, pois é a disciplina que vai mostrar ao futuro professor
como é que ele deve transformar os objetivos educacionais, definidos pelas instâncias superiores
da Educação, em conteúdos. Vai também fornecer os métodos e as estratégias que deverão ser
usados para que o aluno aprenda os conteúdos dos programas.
Desta forma, acreditamosser necessário mudanças nas práticas das instituições
formadoras de professores, pois estes devem vivenciar o cenário de uma escola de educação
básica para desde cedo começarem articular conhecimento científico e prática pedagógica, uma
vez que, a licenciatura habilita professores para atuarem no âmbito da sala de aula.
E, hoje mais do que nunca,o bom professor deve estar preparado no fazer pedagógico,
ou seja, desenvolver ou buscar metodologia diversificadas e eficazes para o desenvolvimento
das habilidades necessárias para os discentes.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
RESULTADOS
De acordo com as respostas obtidas fizemos uma análise do perfil dos estudantes
que optam por uma licenciatura, da sua formação inicial, formação continuada,
experiência docente e suas perspectivas para o futuro de sua profissão.
Do total dos pesquisados, 38% são do sexo masculino e 61,9% do sexo
feminino, de acordo com a auto-declaração étnico racial, 61,9% se declaram brancos,
23,8% pardos, 9,5% negros e 5% não responderam essa questão.
Analisando a formação básica, foi identificado que 57% cursaram o ensino
médio, 33,33% o magistério e 9,5% fizeram o técnico profissionalizante, e de acordo
com sua formação inicial no nível médio, 57% disseram que sua formação contribuiu de
maneira mediana para sua formação profissional, para 19% contribuiu muito e 23,8%
disseram que não contribuiu em nada na sua formação profissional.
Quando foram questionados sobre a escolha profissional, as respostas foram as
mais variadas, porém as mais evidentes foram: admiração pela profissão, a falta de
oportunidade e de recursos para buscarem outra qualificação profissional.
Todos os pesquisados fizeram licenciatura plena em suas respectivas áreas e na
modalidade presencial, no qual 61% já cursaram uma especialização e 28,5% não fizeram
nenhum curso após a graduação.
Com relação a formação continuada, o que ficou evidente é que 76% do pesquisados
participaram de mini-cursos nos últimos cinco anos, cursos de curta duração e formações
promovidas pela Secretaria Estadual de Educação.
Outro dado muito interessante é que 95,2% costumam trocar experiências sobre a
prática docente em momentos de estudo na própria escola, assim, confirmando que a
experiência docente ocorre no dia a dia na escola com seus alunos e colegas.
No que diz respeito a graduação, todos disseram que o curso foi muito bom, porém, não
os preparou para a prática docente, embora tenham realizado o estágio supervisionado, não foi
suficiente e ainda que os cursos de licenciatura são muito teóricos.
Desta forma, os professores não estão preparados para o atual cenário da educação
brasileira, pois deveria ter uma maior integração ente teoria e prática para vencer os desafios do
cotidiano em uma sala de aula, ou seja, ter domínio do conteúdo e saber como fazer a transição
para a prática.
Aproveitando o momento, realizamos uma análise de quanto tempo esses profissionais
estão atuando na área e foi evidenciado que, 19% já trabalham como professor num período
entre 1 a 5 anos, 23,8% entre 6 a 10 anos, 9,5% entre 11 a 15 anos, 23,8% entre 16 a 20 ano,
14,2% entre 21 a 25 anos e 14,3% entre 26 a 30 anos. Com relação a rede de atuação, 76,2%
atuam exclusivamente na Rede Pública Estadual, 9,5% na Rede Pública Municipal e Estadual e
4,7% na Rede Pública Estadual e Rede Particular. Analisando também a jornada de trabalho,
19% dos professores pesquisados trabalham vinte horas semanais, 61,9% quarenta horas, 4,7%
sessenta horas e 14,3% não possuem uma jornada fixa, pois são professore eventuais.
Analisando a renda mensal por estas jornadas verificamos que 57% recebem entre três e quatro
salários mínimos e 42,8% recebem de um a dois salários mínimos, e com o resultado obtido em
relação a renda auferida, para 38% essa é a única renda responsável por todas as despesas, para
9,5% é a principal renda, responsável pela maioria das despesas e para 52,5% essa renda é
complementar, ou seja, responsável pela metade das despesas e finalmente para 85,7% a renda
pessoal advém exclusivamente do trabalho de professor.
CONCLUSÃO
O estudo teve a intenção de fazer uma análise do perfil dos atuais professores
bem como sua formação inicial e continuada, assim, verificamos que a maioria dos
envolvidos no processo de ensino e aprendizagem procedem do ensino médio e
escolheram a licenciatura por admiração a profissão ou algum professor deste período
provavelmente deve ter influenciado, mas alguns admitem o seu ingresso em uma
licenciatura em decorrência de outros fatores como por exemplo, situação financeira,
necessidade de trabalhar ou falta de opção, mas, todos os pesquisados acreditam e
gostam do que fazem
Mas também ficou claro que quando esses profissionaissaem da graduação
apresentam uma grande dificuldade no dia a dia da profissão, pois existe uma grande
distância entre o que foi aprendido com o cotidiano de uma escola, não conseguem fazer
a transição da teoria para a prática.
Assim, a formação inicial ainda está bem desvinculada com a realidade e por
isso deveria ser pensado em novas matrizes curriculares para sanar esta dificuldade.
Vale a pena lembrar que a grande maioria fez um curso de pós-graduação
relacionado com sua área de trabalho na tentativa de buscar novas práticas de ensino,
mas em decorrência da jornada de trabalho e a desvalorização da profissão, muitossó
fazem as formações oferecidas pela Secretaria de Estado e na aula de trabalho
pedagógico coletivo (ATPC) buscam uma alternativa de formação continuada, assim,
nestes espaços de estudo e discussões os professores iniciantes buscam nos que têm
mais experiências novas possibilidades para renovar sua prática pedagógica, desta
forma, este espaço é utilizado para formação continuada dos educadores e é de caráter
estritamente pedagógico.
No quesito tempo de serviço existe uma variabilidade muito grande, mas, fica
claro que a formação para atuação na educação básica praticamente não sofreu
alterações, porém, as tendências pedagógicas mudaram e isto determina urgentemente a
necessidade de mudanças.
A graduação ainda é muito tradicional, formando apenas transmissores de
conhecimentos e precisamos de professores que sejam pesquisadores, mediadores e
reflexivos.
Desta forma, se não ocorrer uma profunda reflexão sobre os a grade curricular
relacionados a formação de professores em um curto espaço de tempo, não teremos
mais jovens interessados pela docência.
Vale a pena lembrar que todas as profissões têm suas fragilidades, mas no caso
especifico dos professores, necessitamos de políticas efetivas que vão assegurar a
qualidade dos cursos de formação, a valorização do profissional e uma formação
continuada que vá de encontro com as reais necessidades do profissional.
REFERÊNCIAS
HAYDT, Regina C.C.. Curso de Didática Geral. 7.ed. São Paulo, Editora Ática, 2002.
MELLO, G.N. Formação inicial de professores para a educação básica uma (re)visão
radical. In: CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE FORMAÇÃO DE
EDUCADORES, 9., 2007, Águas de Lindóia. Livro eletrônico do IX Congresso
Estadual Paulista sobre Formação de Educadores, 2007. p.98-110.
NÓVOA, Antônio (coord.). Formação de Professores e Profissão Docente. In: Os
professores e a sua formação. Lisboa:Publicações Dom Quixote/IIE, 1992.