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Formação continuada de professores

Prof.ª Maria Helena Bimbatti

Descrição

Dialogar à luz dos referenciais teóricos adotados sobre a importância do conceito de formação docente em seus diferentes níveis: inicial ou
continuada.

Propósito

Definir os conceitos de formação inicial e continuada como forma de acesso a novos conhecimentos necessários à composição docente de maneira
teórica e prática.

Objetivos

Módulo 1

Processo formativo na composição profissional docente

Identificar a relevância do processo formativo para a composição profissional docente, articulando conhecimentos específicos e pedagógicos.

Módulo 2

O que é a formação continuada e como funciona

Reconhecer a relevância da continuidade do processo formativo no desenvolvimento de sua atividade profissional docente.
Introdução
Gostaria de convidá-lo para uma viagem ao conhecimento formativo docente. Para isso, passaremos por dois caminhos fundamentais para a
evolução funcional: a formação inicial e a formação continuada.

Vamos começar pela formação inicial, suas especificidades e sua relevância na formação do educador. Nosso objetivo será fazer com que
você compreenda a importância do processo formativo para a composição profissional docente, articulando conhecimentos específicos e
conhecimentos pedagógicos associados à relevância do estágio supervisionado como promoção do diálogo entre teoria e prática para a
construção da práxis educativa. Nesse sentido, discutiremos o estágio supervisionado.

A próxima parada nessa viagem será o diálogo com a formação continuada, procurando entender o que é e como funciona, a fim de fazer
com que você consiga reconhecer a relevância desse elo formativo como possibilidade de ampliação e complemento ao processo inicial.
Uma nova forma de pensar o ensino-aprendizagem será abordada.

Todos esses eixos trazem discussões que se complementam ao longo da leitura. O maior objetivo deste conteúdo é ampliar os horizontes,
assim você verá em cada janela uma nova vista!

1 - Processo formativo na composição profissional docente


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar a relevância do processo formativo para a composição profissional docente,
articulando conhecimentos específicos e pedagógicos.

A indissociável relação entre o conhecimento específico e o pedagógico


Antes de pensarmos em formação docente, é necessário lembrar de nossos professores, afinal somos formados por eles desde a Educação Básica,
passando pelo Ensino Médio até a universidade. Com certeza, muitos de nós carregamos professores na memória, alguns com muitas lembranças
positivas, outros, nem tanto. Mas todos trazemos um pouco desses professores em nós. Se pensarmos em todas as condicionantes históricas e
culturais, de alguma maneira esses profissionais influenciaram nossa chegada à escola, não mais como alunos, mas sim como professores. Ou seja,
de alguma forma eles colaboraram nesse processo de transformação do aluno em professor que trouxe cada um de nós à Educação.
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Atividade reflexiva
Pensando dessa forma, cada um chegou à educação por um caminho. Qual foi ele? Você se lembra? Relembre sua trajetória!

Digite sua resposta aqui

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Esses questionamentos estimulam a avaliação dos professores que passaram por nossa existência, depois influenciam nossa capacidade
formativa, especialmente quando pensamos: qual professor eu quero ser? Essa pergunta chega a nossa existência humana, mas atinge
também nossa essência profissional. Afinal, por que você quer ser professor? Essas questões são essenciais para nossa composição
docente e para a escolha tanto da área quanto de qual licenciatura, ou seja, você quer ser professor de quê? Essa costuma ser a primeira
aproximação com a ideia.

O próximo passo concentra-se na percepção propriamente do fazer docente: você tem conhecimento da abrangência do que é ser professor?

Essa dimensão é uma das mais importantes dentro do conceito de formação docente:

school
Humanizar

school
Transformar o homem
Esta é a principal colaboração do professor: formação humana!

O essencial nesse conceito é gostar do ser humano e se perceber como agente transformador do ser humano e, consequentemente, de sua
realidade. Pode-se observar essa noção em autores como Freire (2020) e Libâneo (2005 e 2015), que definem a educação como prática social, e a
formação de professores como essencial ao desenvolvimento humano.

Dada a escolha da área, o segundo passo será a escolha do curso: você quer ser professor de quê? Independentemente da escolha de qual área ou
licenciatura, temos a pretensão de mapear o processo de formação inicial do professor.
Para compor esse referencial, é muito importante entender a condicionante social e sua influência no campo educacional.

Seguindo essa lógica, Gatti (2013) afirma que o Brasil desenvolveu tardiamente o processo de escolarização, muito pressionado pelo
movimento de democratização do ensino, quando surgiu a necessidade de incluir nas redes de ensino crianças e jovens de segmentos sociais
que antes não eram atendidos pela Educação Básica.

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Esse contexto trouxe grandes desafios, um deles foi a formação de professores estimulada pela significativa expansão das redes de ensino em
curto prazo, evidenciando a urgência formativa capaz de atender às demandas emergentes.

Dentro dessa lógica, podemos identificar dois fatores que influenciam significativamente esse movimento:


O crescimento populacional


O desenvolvimento social
Esses fatores demandam desafios à sociedade e à educação.

A formação de professores, portanto, tem papel decisivo nesse cenário, justamente pela importante colaboração na construção humana e social do
sujeito. Nesse sentido, as instituições formadoras de professores (universidades, faculdades ou institutos) ganham considerável responsabilidade
frente aos movimentos sociais atuais, configurando-se como pontos de referência de informação, comunicação e transformação das esferas de
atuação.

A formação dos professores tem sido um grande desafio para as políticas educacionais. Inúmeros países vêm
desenvolvendo políticas e ações agressivas na área educacional cuidando, sobretudo, dos formadores, ou seja, dos
professores, que são os personagens centrais e mais importantes na disseminação do conhecimento e de elementos
substanciais da cultura. […] Podemos dizer que essa preocupação se tornou mundial, no entanto, quanto à formação
inicial de professores no ensino superior no Brasil, não tivemos até aqui uma iniciativa nacional forte o suficiente para
adequar o currículo às demandas do ensino, uma iniciativa que levasse a rever a estrutura dessa formação nas
licenciaturas e a sua dinâmica, em que pesem algumas resoluções do Conselho Nacional de Educação a partir do ano
2000.

(GATTI, 2013, p. 36)

Sobre os estudos acerca da formação docente, Libâneo (2015) sinaliza que nas três últimas décadas as investigações ganharam destaque Brasil,
acompanhando a tendência mundial de investigações em torno desse tema, que é incentivado por organismos internacionais como a UNESCO e o
Banco Mundial, chegando a constituir o maior número de ensaios e pesquisas no campo da educação.

Por outro lado, o debate suscitado nesse período evidenciou que formar professores é muito diferente de formar especialistas disciplinares.
Se tomarmos como foco as licenciaturas, esse enfrentamento não ocorre apenas em nível normativo, por meio de ações legalistas, mas o principal é
não perder de vista o processo formativo em razão do imperativo. Para isso, é necessário superar conceitos, hábitos e inovar. Nesse processo, a
criatividade das instituições, dos gestores e dos professores do Ensino Superior está sendo desafiada.

Isto é, os caminhos para a formação inicial de docentes ficam atrelados às atuações em políticas educacionais coerentes e integradas, por meio de
executivos e legisladores que levem em conta a produção científica na área, especialmente aquelas com fundamentos educacionais e sociais.

Por outro lado, de acordo com Lopes (2015), a preocupação com a formação inicial está atrelada à composição de um bom professor e ao
papel fundamental que ele assume na vida do seu aluno. Tendo em vista esse papel, é latente pensar que a decisão de como fazer uma
formação qualitativa gera impacto no projeto educacional de qualquer nação.

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Nesse processo, é fundamental considerar as mudanças constantes nas formas de aprender e de ensinar. Por essa razão, os cursos de
licenciatura devem preparar profissionais capazes de dialogar com a nova realidade da sala de aula, atuando como mediadores e designers de
aprendizagem.

Esse momento evoca a grande sacada de toda a história da formação inicial do professor, não basta licenciar e formar bacharéis, os aspectos
pedagógicos são fundamentais, pois orientarão as ações de ordem prática que se efetivarão no dia a dia escolar.

Talvez a resposta esteja vinculada ao tratamento pedagógico de manipulação dos conteúdos em nível formativo, pois muitas vezes há formação de
profissionais de excelência em termos de aprofundamento de conteúdo da área, mas sem didática para mediar o desenvolvimento e a aprendizagem
do educando.

Reflexão
Quem nunca teve um professor com grande potencial técnico-científico, mas com fragilidade metodológica ou até mesmo com dificuldades nas
relações interpessoais? É nesse momento que podemos talvez compreender os porquês de comportamentos considerados negativos por parte de
muitos professores.

Essa dicotomia é discutida por Klung e Pinto (2015), que tratam das licenciaturas no que tange à formação pedagógica e à formação nos
conhecimentos específicos da área disciplinar, justamente pontuando a indissociabilidade de ambas na construção do processo formativo.

Nesse sentido, há uma divisão entre conhecimentos específicos e conhecimentos pedagógicos como um dos problemas mais persistentes na
organização dos currículos para a formação profissional. Essa análise no âmbito da formação profissional tem seu referencial em pesquisas que
investigaram concepções de formação e matrizes curriculares tanto em relação à licenciatura em pedagogia como às licenciaturas em conteúdos
específicos.

Para elucidar as relações e propor formas de integração entre o conhecimento disciplinar e o didático, Libâneo (2015), por exemplo, acessou a teoria
do ensino para o desenvolvimento humano de Davydov que tem como base a concepção vygotskiana de que a aprendizagem e o ensino são formas
universais de desenvolvimento mental.
O grande paradoxo é que, apesar desse conhecimento ser consensual, nas concepções formativas e nos currículos e, consequentemente na conduta
profissional dos professores, está arraigada a seguinte crença:

Uma coisa é o conhecimento disciplinar

Lógica, estrutura, especificidade de conteúdo.


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Outra coisa é o conhecimento pedagógico

Domínio de procedimentos e recursos de ensino.

Essa dicotomia prejudica a amplificação dos conhecimentos específicos à luz de um referencial pedagógico ajustado, ou seja, os conhecimentos
pedagógicos quando utilizados adequadamente pelo docente potencializam os conteúdos específicos.

[…] a didática é assumida como uma disciplina pedagógica indispensável ao exercício profissional, constituindo-se
referência para a formação de professores à medida que investiga os marcos teóricos e conceituais que fundamentam, a
partir das práticas reais de ensino-aprendizagem, os saberes profissionais a serem mobilizados na ação docente, de
modo a articular na formação profissional a teoria e a prática.

(LIBÂNEO, 2015, p. 05)

A formação pedagógica, precisa integrar os conhecimentos pedagógicos, didáticos e específicos da área disciplinar, não estando dessa forma
restrita a disciplinas, mas integrando a totalidade do processo formativo nos cursos de formação de professores.

Essa concepção ganhou legalidade por meio da Resolução CNE/CP 01/2002, que destaca a importância de considerar as
competências referentes ao domínio do conhecimento pedagógico na formação docente.

Exemplo
As correntes formativas francesas realçam as articulações necessárias entre a didática e a epistemologia das disciplinas, superando a separação
entre o conhecimento disciplinar e o conhecimento pedagógico, e trazendo elementos ricos para a compreensão do que significa “conhecimento
pedagógico do conteúdo” em articulação com o conteúdo. Dessa forma, é possível compreender a imbricação entre os conhecimentos disciplinar e
pedagógico.

Para você, fica a dica:

Dica
É preciso articular a área de formação aos conhecimentos pedagógicos, pois são dois elementos extremamente necessários para a composição
docente. O professor que casar conhecimentos específicos com as habilidades pedagógicas com certeza atingirá o patamar docente do bom
professor no século XXI.

O processo de formação de professores constitui um grande desafio contemporâneo. Ter domínio do conteúdo sem base didática tornou-se inviável,
especialmente considerando o cenário educacional atual. Essa condição faz com que profissionais formados nas mais diferentes licenciaturas
sintam-se inseguros com a prática pedagógica, comprometendo a sua performance em sala de aula, justamente porque formar biólogos e
matemáticos é diferente de formar professores de Biologia e de Matemática.

Essa relação envolve a formação docente aos componentes:

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A formação específica

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A composição pedagógica

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A prática de ensino
Somente essa tríade será capaz de dar amplitude e fundamento à formação docente inicial. (GATTI, 2013)

Frente a esse cenário, cabe questionar:

Ah, se você quer estar aberto a novos conhecimentos, significa que deseja aprender sempre. Aqui entra um componente importante e fundamental
na organização da prática docente: leitura de mundo!

Se pararmos para observar as transformações em razão do avanço das tecnologias, perceberemos que ela atingiu todos os campos
em escala mundial e a educação não está fora desse contorno.
Portanto, pode-se dizer que não há como resistir às transformações, pois entraríamos em descompasso com o contexto e com o
tempo.

O movimento de transformação faz emergir novas condições e práticas extinguindo ações e sistemas obsoletos frente ao campo
evolutivo!

Exemplo
A Biologia mostra isso à condição humana, não é mesmo? Da mesma forma, o advento da Internet revolucionou os cenários social, econômico,
científico, entre outros, pois trouxe diferentes formas de comunicação e de pesquisa que introduziram novas tecnologias que, por sua vez, apoiaram
ações inovadoras em detrimento de outras, não é verdade?

O celular, por exemplo, alguns de vocês nem se imaginam sem, mas houve uma época em que ele não existia e a comunicação era feita de outras
maneiras, como por cartas e telegramas. Hoje, resolvemos muitas coisas com agilidade por meio de uma mensagem de plicativo de mensagens
instantâneas.

Na trajetória docente, muitas práticas se transformam ou são extintas. É necessário levar em consideração diferentes contextos para entender
essas mudanças. Entretanto, é importante considerar a transformação como condição humana também.

As crianças quando manipulam aparelhos celulares ou tablets, mesmo tão pequeninas, apresentam muita facilidade não apenas no manuseio e na
exploração intuitiva, mas também com relação à inserção virtual. Elas já navegam como dois universos paralelos: o virtual e o presencial.

Guardadas as medidas reguladoras de uso que cada família desenvolverá, de toda forma é notória a habilidade dos pequenos.

Como trabalhar com uma criança tão evoluída? Será que seria justo promover uma atuação prática que não contemple essas competências e
habilidades?
É disso que estamos falando nesse processo formativo: da importância da leitura do mundo, do contexto, e de se considerar a evolução dos alunos.

Com relação à percepção pedagógica, observem como o professor precisa mediar o desenvolvimento e a aprendizagem de forma integrada à
realidade do aluno.

Saber fazer as adaptações didáticas e as intervenções metodológicas adequadas junto ao processo de aprendizagem é
fundamental ao desenvolvimento do educando.

Sabemos que, se a aula não trouxer elementos que motivem o aluno, com certeza a indisciplina aparecerá!
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O desinteresse sempre tão associado ao aluno também deve ser visto pelo contorno didático-pedagógico do professor!
Por que o aluno está desmotivado? Como motivar mais os alunos? São questões importantíssimas que o docente deve fazer
a si mesmo.

Estamos falando de mediação, em perspectivas histórico-culturais do sujeito, em Zona de


Desenvolvimento Proximal; estamos falando de Vygotsky na prática.
Estamos falando de concepções didáticas e do uso de metodologias ativas. Percebam, todo
educador deve estar atualizado, alinhando suas atividades práticas ao corpo teórico.
etodologias ativas
Metodologia de ensino aprendizagem focado no aluno e nas suas experiêcias.

Essa é a simbiose teoria-prática; isso que hoje discutimos, Paulo Freire já nos apresentava quando falava da importância da práxis (teoria e prática)
na educação.

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Mas como transformar conhecimentos epistemológicos em ações pedagógicas?

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Como transpor o vínculo formativo da construção docente?

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Quais ações pedagógicas são importantes nesse processo?

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Frente a tudo que estudamos, vamos refletir: o que é preciso para ser um bom professor?
Para responder a essa pergunta, listamos alguns elementos essenciais à formação e à composição docentes. Vamos a eles? Vamos considerar,
então, algumas características fundamentais:

Saber transmitir os Conhecer e respeitar os Valorizar a aprendizagem Ter capacidade de


conteúdos alunos em suas autônoma comunicação
Propor atividades necessidades e Usar métodos modernos e Desenvolver habilidades
envolventes que despertem o individualidades; tecnologia como suporte emocionais para mediar
interesse do aluno na acompanhar quem tem didático conflitos, sejam
construção da aprendizagem dificuldade e promover a comportamentais ou
superação acadêmicos
Provocar a autonomia dos
alunos constantemente

Todos esses elementos denotam a relevância da formação pedagógica do professor, por isso o aprendizado sobre concepções metodológicas e
formatações didáticas deve ser muito valorizado, reforçando todos os aspectos já delineados pelos referenciais apresentados. Apesar de relevantes,
são desenvolvidos por meio de princípios pedagógicos teóricos exigentes que precisam ser convertidos em ações práticas. Esse é um exercício que
exige leitura da realidade, aproximação com a avaliação do educando, disposição de promover desenvolvimento e aprendizagem, habilidades
didáticas, e competências pedagógicas, mas também a compreensão das instituições formadoras sobre a importância desses elementos no
desenho dos cursos.

Nesse sentido, as instituições formadoras devem transformar sua maneira de ensinar. É preciso criar referências para o futuro professor, e isso
implica dizer que nem sempre o docente aplicará as mesmas práticas pedagógicas que aprendeu em sua formação com seus alunos. Devemos
entender que o processo formativo deve ser solidificado em aprendizagens significativas também pelos docentes que estão formando os futuros
professores, mas estão preparados para novas experiências.

De acordo com Ramos (2010):

É emergente a necessidade de reconceituar a docência universitária no século XXI, especialmente


considerando a responsabilidade da universidade no processo de aprendizagem do estudante.

(Ramos, 2010, p. 68)

O autor reconhece a importância do conhecimento específico para o exercício da função docente, mas também ressalta a necessidade de se
delinear um lugar para os conhecimentos pedagógicos e didáticos, pois não se pode negar a importância do caráter mediador desses
conhecimentos devido à relação direta que eles mantêm com a composição da profissionalização docente.
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Frente a esse contexto, Ramos acredita que há emergência de atualizações pedagógicas e didáticas também na universidade, que devem ser
encaradas como espaços de reflexão sobre a profissionalidade docente universitária.

Sem dúvida, a investigação é tarefa da universidade, mas sua atividade primeira é a docência. O contexto atual requer transformações que passam
por articulações dos posicionamentos político e pedagógico, essa relação deve estar apoiada em conhecimentos que permitam a elaboração de
uma reflexão pedagógico-didática, e que promova a compreensão da formação nela desenvolvida. Afinal:

Qual o papel do conhecimento pedagógico-didático no quadro do reconhecimento de uma profissionalidade


docente universitária?

(RAMOS, 2010, p. 69)

Acerca da profissão professor, Nóvoa (1995) triangula o conhecimento apontando três pontos essenciais:

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O saber da experiência (professores)

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O saber da pedagogia (especialistas em educação)
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O saber das disciplinas (especialistas em diferentes domínios de conhecimentos)
Essa figura geométrica do conhecimento ilustra a existência de três grandes tipos de saber, que devem ser valorizados proporcionalmente, inclusive
dos saberes práticos que são extremamente valiosos, mas que muitas vezes perdem espaço para os conhecimentos pedagógicos e específicos, por
serem tratados como abordagens científicas. Por outro lado, é um grande paradoxo porque os saberes da experiência devem ser legitimados e
reconhecidos em sua relevância junto ao processo formativo. Esse aspecto pode ser considerado como o grande desafio da atualidade, mas, para
isso, será preciso romper com a visão errônea que desvaloriza a riqueza da experiência.

Até aqui, aprendemos que participar de aulas relevantes durante o processo formativo é de extrema importância ao
professor em formação.

A situação relatada a seguir exemplifica o domínio epistemológico, porém a ausência de ajuste prático distorceu o conceito e prejudicou o
desenvolvimento da aula.

Nas aulas de pedagogia, estuda-se que a tinta guache é uma excelente ferramenta para desenvolver nas
crianças a coordenação motora fina, relacionada a habilidades como pintar e desenhar. Com o conhecimento
na cabeça, o professor já formado chega à sala de aula e usa o material para descobrir, então, que tudo vira
uma enorme bagunça. É tinta para todo lado, às vezes até na parede da sala. Desiludido, resolve banir o guache
de vez.”

(MINAMI, 2013)

Situações como essa são comuns na vida dos recém-formados, que trazem da graduação uma poderosa bagagem teórica, mas com conhecimento
prático debilitado, o que é um grande paradoxo da formação inicial. Reverter essa situação é desejo eminente no campo formativo, e desde o início
da década de 1970 a legalidade traz a obrigatoriedade do estágio supervisionado para os cursos de pedagogia e de licenciatura. Mais do que o
cumprimento de 400 horas, há a necessidade de acompanhar bem o estudante nesse momento. Simples elementos, como um bom planejamento e
um acompanhamento criteriosos, podem aumentar a eficácia do estágio.

Prática positiva

Até aqui vimos a relevância das concepções pedagógicas na planificação da aula, ou seja, os recursos, as técnicas e os métodos aplicados podem
modificar o desenvolvimento da aula, potencializando os conteúdos específicos. Por isso, os bons educadores sempre deixam exemplos didáticos
interessantes.

Prática negativa

Em contrapartida, escolhas pedagógicas ruins podem comprometer negativamente o desenvolvimento dos conteúdos. Muitas vezes falamos: tal
professor sabe demais, mas eu não entendo nada, ou seja, a pessoa tem domínio do conteúdo, mas não emprega os recursos didáticos adequados
na construção dos conhecimentos com a turma, e isso prejudica sua comunicação.

Nossa tentativa é valorizar a amplitude prática com um elemento essencial: a aproximação com a realidade por meio do estágio supervisionado. Em
nossa próxima discussão, falaremos sobre a importância desse momento como mais um elemento formativo essencial para a composição da
formação inicial do professor, formaremos uma tríade: concepções pedagógicas, domínio dos conteúdos específicos e prática.

A aproximação com a realidade: o estágio supervisionado


Afinal, o que é o estágio supervisionado e qual a sua importância? O dicionário classifica estágio como: período de prática em posto, serviço ou
empresa para que o profissional se habilite a exercer bem sua profissão ou qualquer período preparatório. Assim, como o texto esclarece, devemos
entender o estágio como um momento muito especial de aproximação ao contexto ao qual seremos inseridos, porém ainda como aprendizes.

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Assim, como o texto esclarece, devemos entender o estágio como um momento muito especial
de aproximação ao contexto ao qual seremos inseridos, porém ainda como aprendizes.

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Trata-se de um momento muito importante para observação da realidade e para transposição
teórica em diálogo com a universidade rumo ao desenvolvimento do alinhamento teoria-
prática
Ele tem dois momentos fundamentais aos graduandos:

Observação

Em observação, é comum a clássica cena de ver estudantes na escola, ou no fundo da sala, observando e anotando.

Regência
O próximo passo, a regência, concentra-se em oportunizar espaço de autonomia, nesse momento o estudante pode dar aula, com consentimento do
professor da disciplina em questão. É uma ocasião muito esperada e muito especial, e poderia ser como operar uma máquina para o engenheiro
mecânico, ou fazer um procedimento para o dentista. Trata-se da apropriação da execução de um trabalho.

Como já pontuamos, no período de graduação são apresentadas teorias e conceitos clássicos ao estudante, contudo, na hora do estágio, são
apresentadas as práticas. Esse momento consiste no estudante vivenciar a profissão. No caso da carreira docente, observar, auxiliar e acompanhar
as rotinas escolares são as principais atividades.

Nesse período, o aluno consegue conhecer seu campo de atuação com mais propriedade, ter contato com profissionais atuantes, que podem
inclusive passar algumas funções ao estagiário durante o processo, sempre com supervisão, começando muitas vezes por atividades mais simples;
condição essa que pode evoluir à medida que o profissional adquire confiança no estagiário. Esse apoio será muito importante para a apropriação
da realidade educativa frente ao contexto escolar.

À luz do campo prático, o ensino é uma prática social, portanto, o movimento que envolve (o educar e o ensinar) é uma forma de permitir
acesso a determinada cultura e “trata-se de um processo em que a própria experiência cultural do professor é determinante” (SACRISTÁN,
1995, p. 67).
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Frente a esse contexto, considera-se que as funções docentes são determinadas pelas necessidades sociais as quais o sistema educacional
deve dar resposta.

Ou seja, é importante perceber que o sistema social influencia o sistema educativo que, por sua vez, influencia as práticas educativas desenvolvidas
em sala de aula. Por essa razão, o momento de imersão ao contexto cultural da escola é um momento extremamente significativo e capaz de trazer
leituras sociais, educacionais, filosóficas e até políticas que permeiam todo contexto educativo.

Muitas observações poderão ser tecidas pela vida da prática:

Estrutura

Estrutura geral da unidade escolar: aspectos relacionados à estrutura física da unidade escolar

Instituição

Práticas institucionais: relacionadas ao funcionamento estrutural do sistema escolar e aos processos que configuram o movimento pedagógico de
forma ampla

Organização
Práticas organizativas: relacionadas ao funcionamento da escola, à forma de trabalho dos professores, à divisão do tempo e do espaço escolar, à
atribuição de saberes das disciplinas, aos critérios para organização das turmas e aos demais aspectos que influenciam as atividades pedagógicas

Didática

Práticas didáticas: ações apreendidas por meio de referências que dão suporte e enquadramento às novas práticas — a dialética entre o
conhecimento e a ação. A prática educativa é também histórica e social, portanto, não se faz somente com o conhecimento científico.

As ações de formação têm que incidir nos contextos em que a prática se configura. Existem quatro grandes campos de ação:

O professor e a melhoria/mudança das condições de aprendizagem e das relações sociais na sala de aula.

A participação ativa do desenho curricular institucional, deixando de ser um professor consumidor.

O professor envolvido com as condições da escola.

Um professor preocupado em provocar mudanças extraescolares.

Para o referido autor, todos esses elementos influenciam sobremaneira as ações práticas dos professores, pois provocam iniciativas e motivações
aos docentes em suas ações didáticas. O conjunto de saberes associado ao saber-fazer influencia as ações realizadas.

(…) É necessário incentivar a aquisição de uma consciência progressiva sobre a prática, sem desvalorizar a
importância dos constructos teóricos”

(SACRISTÁN, 1995, p.78)

Dica

A coordenação, normalmente, observa e valoriza algumas habilidades, como boa comunicação, conhecimentos específicos, conhecimentos
pedagógicos, interesse, envolvimento, proatividade e capacidade de trabalhar.

Além disso, valorizem o estágio e o professor responsável pelo estágio. Esse é um importante momento formativo. Portanto, use esse momento
enriquecedor a favor de sua aprendizagem e de seu desenvolvimento. Seja ético e cumpra seu estágio com reponsabilidade. O maior beneficiado
será você mesmo!
Nossa próxima discussão traz a relevância do processo de formação continuada como base fundamental de renovação de conhecimentos ao
educador. Uma forma de manter-se bem-informado sobre as novas demandas educacionais.

Dica

Criem um mapa mental durante a leitura, isso ajudará na construção e na fixação do processo de aprendizagem!

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O que você precisa saber sobre a formação docente?
A professora Maria Helena esclarece dúvidas básicas sobre a formação de professores.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Imbernón (2011) conceitua a formação de docentes como um processo que necessita objetivar o desenvolvimento da capacidade de reflexão
em grupo, não somente como treinamento para atuação técnica, mas visando à formação para se aprender a conviver com mudanças e
incertezas da sociedade contemporânea. Tendo como base a formação docente, avalie as afirmativas:

I. Consolidar-se-á em atualizar os métodos de ensino, abrangendo simplesmente duas dimensões inseparáveis: a profissional e a
organizacional.

II. Baseia-se nas práticas educativas, nas intervenções e nas situações oriundas do processo de ensino e aprendizagem concretizado em sala
de aula.

III. Uma formação sólida necessita dotar o professor de instrumentos intelectuais que sejam úteis ao conhecimento e à interpretação das
situações complexas em que se encontra.

IV. A noção dessa formação se relaciona intimamente com o conceito de aprendizagem permanente, considerando sempre os saberes docentes
como resultados de um processo de formação dentro e fora da escola.

Marque a alternativa correta:

A I, II e III estão corretas.

B II, III e IV estão corretas.

C Somente I e II estão corretas.

D Somente II e III estão corretas.


E Somente IV está correta.

Parabéns! A alternativa B está correta.

De acordo com Imbernón (2011), a formação de docentes é um processo cujo objetivo principal é o desenvolvimento da capacidade de reflexão
em grupo. Para o autor, não se trata de um treinamento de técnica. Nesse sentido, é incorreto afirmar que se trata de uma atualização dos
métodos de ensino e que possui somente duas dimensões: a profissional e a organizacional.

Questão 2

Segundo Barbosa (2003), as ferramentas mais importantes para que um trabalho interdisciplinar seja bem-sucedido são a postura, a atitude
interdisciplinar e a formação do professor. De acordo com a autora, faz parte de uma atitude interdisciplinar:

I. Atitude de reciprocidade que induz à troca, ao diálogo.

II. Atitude de humildade diante das limitações do próprio saber.

III. Atitude de desenvolvimento e de comprometimento com os projetos e com as pessoas neles envolvidas.

IV. Atitude de estudo e pesquisa, pois o professor deve dominar todas as disciplinas que abordará.

Quais estão corretas?

A Apenas a I

B Apenas a IV

C Apenas a II e a III

D Apenas a I, a II e a III

E Apenas a I e a II

Parabéns! A alternativa D está correta.

Segundo Barbosa (2003), a atitude interdisciplinar é composta por atitude de reciprocidade, atitude de humildade e atitude de desenvolvimento
e comprometimento.
2 - O que é a formação continuada e como funciona
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a relevância da continuidade do processo formativo no desenvolvimento
de sua atividade profissional docente.

Identidade docente: quando nasce um professor?


Na discussão anterior, tratamos bastante do processo formativo inicial: a valorização dos saberes específicos, pedagógicos e didáticos, e
especialmente sobre a importância de métodos e de técnicas. Consideramos esses aspectos como elementos essenciais à composição docente.
Depois, falamos sobre a importância do estágio supervisionado, momento de aproximação com a realidade escolar.

Agora, entraremos em um momento único na vida de qualquer docente: a imersão na realidade escolar. Aí, verdadeiramente, nasce um professor!
Esse momento é a sua gênese! Sua apoteose! É possível questionar, dizendo: que exagero! Mas não é! Esse momento marca a trajetória de todos os
professores. Qualquer um que você indagar sobre esse momento, vai se lembrar de seus primeiros passos, de sua aproximação com a realidade
escolar. Ao entrar numa escola e ir à sala de aula, já não mais como um aluno (sentado, ouvindo e observando), agora o que divide o “você aluno” do
“você professor” é a sua posição espacial na sala.

O momento em que você deixa de ser espectador e se torna ativo no processo educativo é marcante.

Ali não existem mais professores para você tirar dúvidas, nem colegas para dividir o problema, ali você nasce como protagonista do processo
educativo, assumindo responsabilidades únicas nas formações humana e específica de cada indivíduo.

Saiba mais

Para saber mais! Faça esta pesquisa de forma curiosa: pergunte a alguns professores se eles se lembram de quando iniciaram. Se eles se lembram
de quando entraram na sala de aula pela primeira vez. Tenho certeza de que vocês colherão narrativas incríveis!

Para Nóvoa (2005), há um momento muito importante, que ele denomina de fase de transição (quando as pessoas saem das universidades e vão
começar a ensinar). Esse momento é muito significativo, porque o professor aprendeu técnicas e métodos na faculdade, mas é na escola que ele se
desenvolverá como professor, nos primeiros anos de exercício profissional. O professor recém-formado acaba seu curso, entra na escola e, muitas
vezes, fica com as piores turmas, nos piores horários e sem nenhum apoio. Atitudes como essas, prejudicam sua composição pessoal e
profissional, pois fragilizam a construção da sua própria imagem/identidade como docente.

Criar parcerias entre as escolas, as universidades e os poderes políticos para assegurar um acompanhamento seria uma alternativa
cabível.

Organizar um momento reflexivo ajudaria muito; encontros coletivos semanais com os professores, refletindo sobre a semana, as
conquistas e as dificuldades, trariam melhorias significativas no acompanhamento dos professores.

Muitas vezes, pequenas soluções contribuem eficazmente para o processo de capacitação docente.

Outro ponto de referência aos professores é a participação do projeto educativo, respeitando a singularidade de cada unidade escolar,
de cada equipe pedagógica e do conjunto de objetivos a serem alcançados.

Incorporar os professores nesse movimento é muito importante para a criação de identidade.

(NÓVOA, 2005, p 110)

Há, segundo Nóvoa (2005), um movimento realizado em muitas unidades escolares com o nome próximo a Hora de Trabalho Coletivo (TDC). Nesse
momento, há um diálogo entre a equipe gestora e a equipe docente. A pauta, normalmente, traz especificidades do momento: situações conflitantes
ou problemáticas na busca de soluções compartilhadas em equipe; discutições sobre as propostas pedagógicas; ou alinhamento dos projetos,
porém nem sempre há um momento de atendimento específico ao professor iniciante.

Esse elemento é essencial para a composição do fazer docente.

Efetiva-se como um canal de valorização dos saberes da prática, especialmente quando associados às teorias que os desencadeiam. Felizes serão
as escolas que, em seu movimento frenético, conseguirem realizar esse apoio, pois contribuiriam sobremaneira ao processo de adaptação do novo
professor.

Esse conceito torna-se um elemento inovador dentro da cultura escolar, e sua aplicação favorece muito o apoio ao professor iniciante.
Por meio desse contexto, vocês poderão perceber que o findar da graduação não encerra o círculo formativo. Muito pelo contrário, você perceberá
que aquela máxima filosófica socrática — “Só sei que nada sei!” — nunca foi tão verdadeira! Aí se localiza o chamado paradoxo socrático. Cada vez
mais, você perceberá que sabe menos e precisará buscar novos conhecimentos! Ele disse isso quando foi elogiado por ser um homem sábio!
Reconhecer sua própria ignorância, segundo Sócrates, motiva a busca por novos conhecimentos. Permeados por essa análise filosófica,
entendemos que a crescente necessidade de novos estudos sempre agrega mais conhecimentos e esse ciclo alimenta a sabedoria. Entender esse
movimento é reconhecer o princípio da formação continuada, como o próprio nome já diz, uma formação complementar à inicial.

Sobre o professor em serviço também recaem algumas novas exigências. Mais do que nunca, o educador deve estar
sempre atualizado e bem-informado, não apenas em relação aos fatos e acontecimentos do mundo, mas, principalmente,
em relação aos conhecimentos curriculares e pedagógicos e às novas tendências educacionais.”

(CHIMENTÃO, 2009, p. 02)

A escola certamente trará novas demandas que precisarão ser sanadas. Como fazer isso? Um dos caminhos apontados pela literatura é a formação
continuada. O que é formação continuada? Como ela funciona?

Frente às demandas contemporâneas, faz-se necessária a composição de um novo perfil profissional, com capacidades investigativa, reflexiva
e crítica da prática educacional.
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A formação continuada vem com a proposta de quebrar paradigmas, desmistificando-os à luz de estudos e pesquisas de maneira que a prática
investigativa aponte para novos caminhos.

Fica mais difícil de o professor mudar seu modo de pensar o fazer pedagógico se ele não tiver a oportunidade
de vivenciar novas experiências, novas pesquisas, novas formas de ver e pensar a escola”

(CHIMENTÃO, 2009, p. 03)

Para Chimentão (2009), nesse sentido, é importante compreender o significado e a relevância da formação continuada para o exercício da prática
pedagógica, por isso não se pode desvincular a teoria e a prática em seu processo formativo.

É essencial que a formação continuada faça sentido para o professor, que dialogue com uma escola real e que traga
contribuição efetiva à prática escolar.

Cada vez mais, os professores procuram respostas efetivas para as suas demandas.

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É fundamental que as propostas de educação continuada façam sentido para os educadores.

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Essas informações são essenciais aos programas formadores.

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A ausência de uma relação real nesse processo pode provocar desinteresse e indiferença pela
proposta.
Como efeito rebote, esse tipo de formação não provoca as mudanças necessárias no dia a dia em sala de aula, trazendo uma sensação de ineficácia
(CHIMENTÃO, 2009). Mesmo que relacionada às necessidades do professor no seu cotidiano, a formação continuada não pode ser entendida como
um receituário.

[…] a formação continuada será significativa e ajudará a provocar mudanças na postura do professor quando conseguir
formar um professor: a) competente na sua profissão, a partir dos recursos de que ele dispõe; b) dotado de uma
fundamentação teórica consistente; e c) consciente dos aspectos externos que influenciam a educação, visto que a
educação não se resume à sala de aula ou à escola, mas está presente num contexto cujas características interferem no
seu andamento.

(CHIMENTÃO, 2009, p. 05)

É possível perceber a necessidade de promoção de formação continuada, compreendida como recurso complementar à formação docente inicial,
justamente por potencializar um processo de desenvolvimento contínuo, altamente necessário às demandas docentes.

Esse processo também pode ocorrer de forma personalizada. É o que vamos chamar de formação in loco, ou seja, em contexto mediante a realidade
da unidade escolar. Os detalhes dessa formação serão expressos a seguir.

Formação in loco. O que isso significa?


Os dados de análise de entrevistas aplicadas aos professores participantes indicaram formação inicial incipiente, tal como se pode observar pelo
recorte de análise expresso a seguir: “Meu curso superior não me preparou (…)” (MOREIRA, 2017), justifica a docente em início de carreira, indicando
uma formação inicial insatisfatória, fragilizada, que ainda não consegue oferecer informações suficientes para um bom desempenho pedagógico,
por oferecer um modo de formação muito carregado de direcionamentos teóricos, mas sem a preocupação com o desenvolvimento da práxis
educativa, especialmente em relação às disciplinas de currículo, didática, estágio supervisionado e legislação. Esse dado reforça todas as
informações epistemológicas apresentadas até aqui.

Os desdobramentos de uma formação inicial incipiente, segundo Moreira (2017), reforçam a necessidade de formação continuada em serviço
in loco.
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Esse conceito vai além da formação continuada usual, ou seja, em cursos oferecidos fora da escola, por outras instituições que desconhecem a
necessidade real da unidade.

A formação continuada in loco traz dados reais, fruto de situações-problema locais, específicas da escola na qual o professor está inserido, com
propostas de ações que solucionem os reveses por meio de um diálogo colaborativo entre todos e com observações/colaborações da coordenação
pedagógica e da Secretaria de Educação.
Os cursos de formação em serviço in loco (dentro do conceito de formação continuada) deveriam ser divididos em duas frentes:

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Formação teórica

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Formação prática
Essas formações contém dados da realidade escolar, com o intuito de solucionar coletivamente, e de forma colaborativa, as adversidades daquela
unidade escolar, o que é sempre feito com o apoio do coordenador pedagógico e da supervisão da Secretaria Municipal de Educação em conjunto
com todas as suas pastas.

É importante a compreensão de que o conceito de formação continuada está ligado à formação complementar do educador, dentro de um
entendimento de formação contínua. Entretanto, essa formação continuada ocorre in loco, ou seja, na escola, a possibilidade da construção da
práxis pedagógica aumenta, pois a discussão teórica versará justamente sobre as fragilidades que a prática revela.

Desse modo, a teoria apontará reflexões e até mesmo soluções às situações-problema da unidade, aumentando muito o sentido das discussões
promovidas na formação.

A essa altura deste conteúdo, já sabemos que a fragilidade docente pode ocasionar dificuldades pedagógicas que acabam ferindo
diretamente o ensino e, consequentemente, a aprendizagem.

É importante compreender a relação ensino-aprendizagem como uma relação entre aquele que ensina e aquele que aprende,
especialmente quando isso acontece no ambiente escolar.

É preciso perceber o que a criança consegue realizar sozinha e o que ela consegue fazer com colaboração, para que, por meio da
promoção da aprendizagem, seja alcançado seu desenvolvimento.

Esse é um movimento de mediação contínua até que ela consiga realizar suas tarefas de forma autônoma, transpondo os desafios
apresentados.
“São boas, conhecimento sempre é bem-vindo, mas poderia tratar um tema só, conduzido por um especialista da área, por
exemplo: autismo.”

Esse posicionamento indica a relevância da formação geral pedagógica, mas também das formações complementares oferecidas por
profissionais/especialistas em determinadas áreas que incitam os docentes a pensar no autismo não apenas como condição, mas de personalizar a
discussão sobre autismo, tendo como foco de análise os alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em processo inclusivo dentro de sua
unidade. Essa prática personaliza os conhecimentos desenvolvidos no processo de formação, tornando-o mais significativo.

Outro posicionamento interessante:

“Fiquei muito feliz com os cursos ofertados pela Secretaria a nós este ano, e gostaria de dar uma opinião: além dos cursos
oferecidos, seria bacana se as unidades creches ofertassem uma formação com os professores na própria unidade,
trabalhando os projetos escolhidos para serem aplicados.”

Nessa fala, há a presença viva da necessidade das formações em serviço, em consonância com as necessidades e as demandas institucionais,
portanto, outro ponto alto de análise indica claramente que as formações/capacitações estejam alicerçadas em casos reais, situações-problema do
cotidiano escolar, para a composição da práxis, aliando a discussão teórica de cada caso.

Comentário

Para além, cursos e formações em serviços não causam perdas aos docentes, como no caso dos cursos em nível de pós-graduação, normalmente
dispendiosos por estarem vinculados a universidades privadas, que muitas vezes têm uma visão mercantilista das formações ofertadas, somado ao
fato de não terem vínculo com a realidade escolar do docente, pois são cursos oferecidos em nível macro, sem qualquer tipo de personificação com
a realidade docente, tal como pontua Moreira (2017).

Vamos fechar essa discussão entendendo a contribuição da formação complementar ou continuada para a composição profissional docente, seja
oferecida de forma terceirizada por instituições formadoras e universidades, ou atendendo às demandas cotidianas in loco.

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Em diferentes perspectivas, ela atua como importante nicho de formação complementar e
apoio ao professor, especialmente quando consideradas as demandas de sua atividade
pedagógica cotidiana.

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A atualização profissional é importante em qualquer área de atuação e em qualquer esfera da
profissão docente.

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Professores e membros da equipe docente devem se manter bem-informados sobre as novas
necessidades que a própria prática apresenta no cotidiano escolar.
Nesse sentido, o que mais temos observado no contexto atual em condições pandêmicas, especialmente, são formações continuadas que trazem
referências mais atualizadas do uso de tecnologias na sala de aula virtual. Sabemos que muitas unidades escolares têm se apropriado cada vez
mais dos recursos digitais e esse é um importante nicho complementar que merece atenção não apenas no contexto de formação inicial, mas
também no complementar!

Essa nova característica trouxe à escola uma nova organização metodológica, mais dinâmica e ativa. Isso é o que vamos discutir brevemente, como
dica complementar no item a seguir.
Metodologias ativas: uma nova forma de pensar o ensino-aprendizagem
As mudanças mundiais ocorridas social, econômica e politicamente também estão atingindo a educação e exigindo uma nova visão de formação de
profissionais que atuem de forma coerente ao novo paradigma educacional do século XXI.

Atualmente, as metodologias ativas favorecem o processo de ensino-aprendizagem, considerando o grande e crescente desafio contemporâneo de
buscar métodos de ensino que possibilitem a composição de uma práxis pedagógica atuante e capaz de ultrapassar os limites da pedagogia
tradicional na tentativa de compor habilidades e competências com vistas à humanização, compondo um sujeito ético, histórico, reflexivo, crítico e
transformador.

Nesse contexto, vamos saber a seguir sobre o aluno e o professor.

Aluno

É campo central do processo de aprendizagem. Por isso, estimular sua autonomia é fator essencial. Novas propostas, como trabalho em grupo, ilhas
de aprendizagem e sala de aula invertida, são técnicas que inovam as atividades docentes e estimulam a construção coletiva do conhecimento.

Professor

Nesse cenário, o professor aparece como mediador da aprendizagem na ampliação dos conhecimentos do aluno. São formas de aprofundar e
reinventar a construção de novos conhecimentos de forma ativa e coletiva.

Outro elemento essencial nesse processo consiste na motivação constante dos educandos de forma a ativar a colaboração, o envolvimento e a
participação de todos, frente aos conteúdos desenvolvidos, tal como explicitam Borges e Alencar (2014), em consonância com Santos (2019).

Entende-se que metodologias ativas são formas de desenvolver os processos da aprendizagem, e estas são utilizadas
pelos professores a fim de conduzir a formação crítica dos futuros profissionais, favorecendo mais autonomia ao
estudante, despertando a curiosidade e estimulando tomadas de decisões (BORGES; ALENCAR, 2014). Para Berbel (2011), as
metodologias ativas, além de desenvolver o processo de aprender, utilizam experiências reais ou simuladas, visando às
condições de solucionar com êxito os desafios advindos das atividades essenciais da prática social em diferentes
contextos.”

(CALAPONGA; WILDNER, 2018, p. 149)

Para Berbel (2011), a implementação dessas metodologias pode vir a favorecer uma motivação autônoma quando incluir o fortalecimento da
percepção do aluno de ser origem da própria ação, especialmente quando apresentadas as seguintes oportunidades:
De problematização de situações;

De escolha sobre conteúdos de estudo;

De diferentes caminhos para o desenvolvimento das respostas;

De espaço para proposta de soluções para os problemas;

De criação de alternativas criativas para a conclusão do estudo ou da pesquisa.

Entre outras possibilidades de cunho ativo que provoquem ou estimulem o uso de conhecimentos de forma autônoma.

Nessa lógica, as metodologias ativas podem despertar curiosidades visto que os alunos estão inseridos na teorização e no desenvolvimento de
novos elementos. Elas tendem a gerar engajamento, percepção de competência e pertencimento. Ou seja, promovem aproximação dos estudantes e
estudos, além de estimular a autonomia pedagógica.

Segundo Berbel (2011), a aprendizagem baseada em problemas (também conhecida pela sigla PBL, iniciais do termo em inglês Problem Based
Learning) é outra modalidade inserida no conjunto das metodologias ativas. Essa alternativa se desenvolve com base na resolução de problemas
propostos, com a finalidade de que o aluno estude e aprenda determinados conteúdos. Essa metodologia estimula uma atitude ativa do aluno em
busca do conhecimento.

É fundamental considerar a realidade concreta para aprender com ela e para nela intervir em busca de soluções para seus problemas. Para que isso
ocorra, é fundamental conduzir os alunos a problematizarem aspectos da realidade viva, relacionando-os com temas de estudo. Esse é um fato
pedagógico inegavelmente mais rico, especialmente quando comparado às atividades de programas escolares tradicionalmente tratados como
temas abstratos e distantes da vida dos estudantes, tal como enfatiza Berbel (2011).
De acordo com Berbel (2011), um conceito muito atual é envolver o aluno, provocar sua participação no exercício do aprender
fazendo.

O professor deve conduzir esse processo metodologicamente, estimulando, apoiando e valorizando as iniciativas do aluno em direção
à solução do problema em estudo.

Em cada etapa, provocará aprendizagens de diferentes ordens, dentre elas: a construção de instrumentos de busca de informações,
tratamento de informações, análise, tomada de decisão, síntese e registros sistemáticos do estudo.

Nesse contexto, a relação teoria-prática é constante, ocorre em percurso, de forma dinâmica e envolve ação-reflexão-ação. A valorização está no
processo que deve ser entendido como uma forma de exercitar a práxis (teoria e prática). A experiência dos estudantes dessa abordagem
pedagógica resulta na construção de conhecimentos pela vivência com o dado e a relação com as atividades elaboradas.

Dentro de todos os nossos diálogos com os mais variados referenciais, encontramos em Berbel (2011), Borges e Alencar (2014) e Santos (2019)
perspectivas fundamentais para um trabalho ativo por meio de uma metodologia dinâmica que agrega a relevância do percurso ao processo
formativo em todas as suas etapas, colocando o aluno no centro do desenho pedagógico. Esse viés está em alta nas discussões didáticas e, por
isso, foi escolhido como um ponto de referência fundamental ao futuro educador que deseja fazer de suas aulas contribuições inesquecíveis à
aprendizagem do educando.

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O que você precisa saber sobre a formação continuada?
A professora Maria Helena esclarece dúvidas básicas sobre a formação continuada.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A formação continuada de professores é o processo permanente de aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade docente, realizado
ao longo da vida profissional, com o objetivo de assegurar uma ação docente efetiva e que promova aprendizagens significativas. Para isso,
uma característica crucial de um processo de formação continuada efetivo é contemplar as três dimensões da formação docente, quais sejam:

A A cultural, a pedagógica e a política


B A científica, a física e a administrativa

C A social, a administrativa e a política

D A científica, a pedagógica e a pessoal

E A estrutural, a pedagógica e a filosófica

Parabéns! A alternativa D está correta.

A formação continuada de professores é um processo permanente de aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade profissional, que é
realizado após a formação inicial. Ela é relevante uma vez que o avanço dos conhecimentos e das tecnologias e as novas exigências dos meios
social e político impõem ao profissional, à escola, e às instituições formadoras, a continuidade, o aperfeiçoamento da formação profissional.
Nesse sentido, a formação continuada articula três âmbitos: o científico, o desenvolvimento específico das disciplinas; o pedagógico, o âmbito
didático do ensino; e o pessoal, na necessidade do profissional de manter o aperfeiçoamento.

Questão 2

Uma professora da rede municipal de ensino de Maracajá (SC), em uma das reuniões promovidas pela escola, faz a seguinte colocação: “Nós,
professores, precisamos sempre buscar a atualização por meio dos cursos, capacitações e leituras sobre os processos pedagógicos que
envolvem a escola.” A fala da professora enfatiza um importante aspecto da profissão docente relacionado à(s):

A Importância da formação inicial.

B Busca pela formação continuada.

C Lutas pelo reconhecimento do professor.

D Importância das tecnologias na educação.

E Importância de atualização dos métodos de ensino.

Parabéns! A alternativa B está correta.

A formação continuada de professores é o processo permanente e coletivo de aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade docente.
Com foco no processo de ensino-aprendizagem, é realizado ao longo da vida profissional, e seu objetivo principal é o desenvolvimento da
capacidade de reflexão em grupo e de assegurar uma ação docente efetiva que promova aprendizagens significativas.
Considerações finais
Nesse contexto, a relação teoria-prática é constante, ocorre em percurso, de forma dinâmica e envolvendo ação-reflexão-ação. A valorização está no
processo que deve ser entendido como uma forma de exercitar a práxis (teoria e prática). “A vivência desse caminho metodológico pelos alunos
permite-lhes a construção de conhecimentos, pelo seu envolvimento com os dados da realidade e com as atividades de elaboração dos mesmos em
cada etapa do processo” (BERBEL, 2011, p. 38).

Dentro de todos os nossos diálogos com os mais variados referenciais, encontramos em Berbel (2011), Borges e Alencar (2014) e Santos (2019)
perspectivas fundamentais para um trabalho ativo por meio de uma metodologia dinâmica que agrega a relevância do percurso ao processo
formativo em todas as suas etapas, colocando o aluno no centro do desenho pedagógico. Esse viés está em alta nas discussões didáticas e, por
isso, foi escolhido como um ponto de referência fundamental ao futuro educador que deseja fazer de suas aulas contributos inesquecíveis à
aprendizagem do educando.

Estamos certos de que as informações apresentadas neste conteúdo favorecerão a formação de todos. Sejam responsáveis com a sua própria
formação, sejam ativos, apropriem-se dos conhecimentos disponíveis, sejam pesquisadores, busquem, procurem sempre novas informações. Essas
são ações pertinentes ao docente em qualquer etapa de sua carreira!

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Podcast
Neste podcast, o professor Rodrigo Rainha realiza um resumo com os principais aspectos tratados no conteúdo.

Referências
BERBEL, N. A. N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 32, n. 1, p.
25-40, jan./jun. 2011.

BORGES, T. S.; ALENCAR, G. Metodologias ativas na promoção da formação crítica do estudante: o uso das metodologias ativas como recurso
didático na formação crítica do estudante do ensino superior. Cairu em Revista, a. 03, n. 4, p. 119-143, 2014.

BRASIL, Ministério da Educação. Resolução CNE/CP 01/2002. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação
Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília, DF. Consultado na Internet em: 13 out. 2021.

CALAPONGA, F.; WILDNER, M. C. S. Usando as metodologias ativas na educação profissional: identificação, compreensão e análise nas percepções
dos estudantes. Revista Destaques Acadêmicos, Lajeado, v. 10, n. 4, 2018.

CHIMENTÃO, L. K. O significado da formação continuada docente. Paraná: Universidade Estadual de Londrina, 2009.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 74. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2020.
GATTI, B. A. A formaçao inicial de professores para a educação básica: a licenciatura. Revista USP São Paulo, n. 100, p. 33-43, 2013-2014.

LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos para quê? São Paulo: Cortez, 2005.

LIBÂNEO, J. C. Formação de professores e didática para desenvolvimento humano. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 40, n. 2, p. 629-650, 2015.

LOPES, M. Desafios e caminhos para a formação de professores no Brasil. Porvir, Inovações em Educação, 2015.

MINAMI, T. O novo programa de residência educacional em São Paulo e o projeto de lei em tramitação no Senado que trata do assunto trazem à
tona a questão: a prática em sala de aula desde cedo é suficiente para melhorar a formação do professor? Revista Ensino Superior, 2013.

MOREIRA, M. H. B. Educação especial e capacitação docente em serviço: articulando conhecimentos pró-inclusivos na educação infantil (creche).
2017. Tese (Pós-Doutorado). UEMS — Paranaíba, 2017.

NÓVOA, A. Profissão professor. Portugal: Porto Editora, 1995.

OLIVEIRA, V. M. F. De. Formação docente: aprendizagens e significações imaginárias no espaço grupal. Formação Docente — Revista Brasileira de
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RAMOS, K. M. da C. Reconfigurar a profissionalidade docente universitária. Um olhar sobre as ações de atualização pedagógico-didáticas. Portugal:
Universidade do Porto, 2010.

SACRISTAN, J. G. Consciência e ação sobre a prática como libertação profissional dos professores. In: NÓVOA, Antonio. Profissão professor.
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SANTOS, T. da S. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem. 2019. Dissertação (Mestrado profissional em Educação Profissional e Tecnológica)
– Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Pernambuco — Campus Olinda, Universidade Federal de Pernambuco, 2019.

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Vamos conhecer um pouco sobre a formação de professores no todo. Observe o bom site do MEC sobre formação continuada.

O site da Porvir, uma das principais instituições que debatem a educação e seus caminhos, vale a pena conhecer.

Leia o artigo Formação docente: aprendizagens e significações imaginárias no espaço grupal, de Valeska Fortes de Oliveira.

Leia o artigo de Chimentão intitulado O significado da formação continuada.

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