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Claudia Zuppini Dalcorso

A profissionalização do formador
de professores: um começo de conversa
Autora: Claudia Zuppini Dalcorso

Título e subtítulo: A profissionalização do formador de professores: um


começo de conversa

Edição: 1ª

Local: Santo André

Nome do Editor: Elos Educacional

Ano da publicação: 2019


A formação em serviço de professores é uma necessidade constante, por questões
inerentes a sua profissão, tanto por lidar com o desenvolvimento de pessoas - e isso

por si só já seria suficiente para justificar - como também pelas questões

contemporâneas de um mundo cada vez mais veloz, trazendo consigo novidades

tecnológicas, sociais, econômicas, e de estruturas de vida que faz com que todos

educadores precisem se apropriar para poder acompanhar seus alunos.


Poucas vezes na história da profissão docente tem enfrentado tantas mudanças quanto as

ocorridas nas últimas décadas, algumas sociais e culturais, e, portanto, externas aos próprios

sistemas educacionais; outros, mais específicos. Entre os primeiros, pode-se mencionar, a título de

exemplo, as exigências da sociedade em relação a um cada vez mais extensa formação, tanto o

processo aceleração na produção de conhecimentos a serem transmitidos para a próxima geração, de

acordo com as exigências da organização da vida social e do exercício da cidadania; as mudanças nas

estruturas produtivas e no mercado de trabalho, com efeitos em termos de uma distribuição

diferenciada dos recursos econômicos; a transformação das estruturas familiares, por meio da

multiplicação das formas em que são apresentadas; globalização com suas diversas manifestações de

pluralismo e diversidade cultural. Estas mudanças e mutações das sociedades, que às vezes tomam

uma aparência caótica, o impacto diretamente sobre o exercício de ensinar, transformar ambas as

suas condições de adesão assim como o seu exercício e representam desafios para a corrida e para a

construção de uma identidade. Poggi, 2006, p.10


U m aspecto fundamental na construção de pautas de formação docente é como ela deve
estar atrelada aos significados que os próprios professores constroem a partir de seu

trabalho educativo e seu desempenho em diversos contextos, portanto as dimensões da

prática articulando com a teoria é o processo metodológico mais adequado para o processo

dessa formação em serviço, sendo assim o preparo e a qualidade dela deve ser objeto de

atenção e de constante aperfeiçoamento.


E m 2015, como resultado da reforma educacional no México, foram estabelecidos o
perfil, parâmetros e indicadores para Professores. Nestes estão organizados em cinco

dimensões, as características, qualidades e aptidões desejáveis que os professores

exigem para um desempenho profissional eficaz, além de ser um guia que permite aos

professores orientar sua formação para desempenhar determinada função ou cargo (SEP

, 2015a).
Quanto aos professores de educação básica são consideradas as seguintes dimensões:

Dimensão 01

Um docente que conhece os seus alunos, sabe como aprendem o que devem aprender.

Dimensão 02
Um docente que organiza a avaliação do trabalho educativo e realiza uma intervenção
pertinente.

Dimensão 03
Um docente que se reconhece como profissional que melhora continuamente para apoiar os
alunos em suas aprendizagens.
Dimensão 04
Um docente que assume as responsabilidades legais e éticas inerentes a sua profissão
para o bem-estar de seus alunos.

Dimensão 05
Um docente que participa do funcionamento eficaz da escola e fomenta um vínculo com
a comunidade para assegurar que todos os alunos concluam com êxito sua
escolaridade.
Considerando essas dimensões, podemos concluir que algumas competências importantes

devem ser consideradas quando pensamos em formação de professores:

Sabe o que ensinar e como ensinar.


1

Organiza processos de avaliação.


2

Está em constante formação.


3

Assume responsabilidades e é ético.


4

Estabelece parceria com a comunidade escolar.


5
O profissional da área que faz essa formação o: “formador de professores” deve

estar atento para estas competências a serem desenvolvidas considerando o contexto

de cada realidade que será trabalhado.

Este nível de complexidade exige do formador de professores um aperfeiçoamento e a

necessidade de desenvolvimento de competências e mobilização de recursos para seu

aprimoramento constante.

Tanto como em momentos presenciais como em momentos a distância, o formador

precisa mobilizar uma série de competências para conseguir mediar o conhecimento e

levar os professores para à reflexão necessária para o seu aprimoramento.


Entre muitas, elenco três delas essencialmente relevantes:

1 - Identificar as necessidades formativas

Uma das características fundamentais da aprendizagem do adulto é sua motivação

para a ação quando sua tarefa responde à uma necessidade. Portanto, cabe ao formador

identificar quais são as reais necessidades de cada docente que se encontra em sua

responsabilidade, para a partir daí planejar suas intervenções.

Uma das competências necessárias para a formação dos professores, citadas a cima é que

os professores precisam saber o que ensinar e como ensinar, portanto fazer um bom

diagnóstico dessas defasagens dos docentes é primordial para o início de uma formação.
2 - Conhecer a realidade do grupo docente

Para facilitar o diálogo entre o formador e o seu grupo, conhecer a realidade onde eles

estão inseridos, como o vocabulário que usam, como funciona a organização escolar que

trabalham, a rede de ensino, os problemas que enfrentam, e além de tudo criar empatia

com a sua realidade trará para o formador uma conexão com o seu público necessária para

a mediação dos trabalhos.


3 - Desenvolver metodologias que provoquem problematização,
investigação e questionamentos.

A prática dos professores deve ser o ponto de partida e o ponto de chegada à luz das

teorias, eles devem ser levados para chegar as soluções por meio de problematização da

realidade. Isto trará ao grupo o protagonismo necessário para a agir com segurança.

O uso de tecnologias, trabalhos em grupo, e de metodologias ativas são estratégias

eficazes para colaborar neste desenvolvimento crítico.


Para que o formador possa iniciar seu processo profissional ele precisará, inicialmente, dos

seguintes recursos:

Conhecer sobre a aprendizagem do adulto professor;

Conhecer várias metodologias ativas;

Saber elaborar uma pauta formativa;

Saber utilizar tecnologias para usar com os professores;

Estar apropriado do tema a ser tratado e

Saber fazer a gestão da sala de aula.


O Cada tema desses deve ser estudado com detalhamento e atenção devida,

discutida com seus pares e realizado um vasto levantamento bibliográfico, pois o lugar

de formador de professores exige responsabilidade e qualificação.

Para este texto, deixo um início de conversa e um convite aos próximos que seguirão

detalhando cada ponto elencado.


Sobre a autora
Claudia Zuppini Dalcorso, doutoranda e mestre em Educação pela PUC-
SP é formada em Pedagogia com especialização em Ensino Fundamental
pela FEUSP/USP e em Gestão Escolar pela UFABC.
Tem 27 anos de experiência em educação como professora de Educação Infantil, Ensino
Fundamental e diretora de escola. Atuou na assessoria de planejamento na Secretaria
de Educação de Diadema, como consultora educacional em vários projetos voltados
para gestão escolar e formação de professores em parceria com a Fundação Lemann, o
Conselho Britânico, Microsoft e o Instituto Crescer. Foi professora no curso de pós-
graduação para gestores escolares na Universidade Anhembi-Morumbi e no programa
Parfor pela PUC/SP. Foi premiada em 2007 com o Prêmio Escola Nota 10, concedido
pela Fundação Victor Civita.
É Conselheira Consultiva da Associação Nova Escola e integrante do Programa Talentos
da Educação da Fundação Lemann. Sócia-fundadora da Elos Educacional e atua na
direção de programas de formação de professores e gestores.

claudiazuppini@eloseducacional.com
Referencial bibliográfico

Secretaría de Educación Pública, SEP. (2015a). Perfiles, parámetros e


indicadores para docentes y técnicos docentes en educación básica.
Evaluación del desempeño docente y técnico docente. Ciclo escolar 2015-
2016. México: SEP.

Poggi, M. (2006). Prólogo. En Tenti, E. (2006), El oficio docente: vocación,


trabajo y profesión en el siglo XXI (9-11). Buenos Aires: Siglo XXI.

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