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Gestão Pedagógica e

Alfabetização
Módulo

4 A relação entre o gestor escolar e o docente para a


promoção da alfabetização
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Diogo Godinho Ramos Costa

Diretor de Desenvolvimento Profissional


Paulo Marques

Coordenador-Geral de Produção de Web


Carlos Eduardo dos Santos

Equipe
Maria Virgínia Morais Garcia (Conteudista, 2020)
Thaís de Oliveira Alcantara (Coordenador, 2020)
Paula Alves Tavares (Planejador Educacional, 2021)
Andréia Santiago de Oliveira (Designer Instrucional, 2021)
Ludmila Bravim (Revisão de texto, 2021)
Danielle Alves de Oliveira Tabosa (Implementação Moodle, 2021)
João Paulo Albuquerque Cavalcante (Diagramação e produção gráfica, 2021)

Curso produzido em Brasília 2021.


Desenvolvimento do curso realizado por meio de parceria entre Enap e Funape.

Enap, 2021

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF

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Sumário
Unidade 1 – Alfabetizando nos anos iniciais ............................................................................5
Referências..................................................................................................................................12
Glossário......................................................................................................................................12

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4
Módulo
A relação entre o gestor escolar e o docente para a
promoção da alfabetização

Olá!

Desejamos boas-vindas ao Módulo 4 do curso Gestão Pedagógica e Alfabetização. É um prazer


ter você como participante e auxiliá-lo na construção do seu conhecimento acerca desse tema.

Neste módulo abordaremos sobre a criança na educação infantil nos dois primeiros anos do
Ensino Fundamental, ele possui:

Unidade 1 – O papel do gestor no apoio aos docentes no processo de alfabetização

Desejamos um excelente estudo!

Unidade 1 – Alfabetizando nos anos iniciais


Ao final desta unidade, você será capaz de promover confiança no profissional docente
por meio de estratégias de valorização, reconhecimento e pertencimento do trabalho
realizado na alfabetização.

Acompanhamento pedagógico

Não podemos falar em qualidade da educação sem pensar na qualificação e na valorização de


seus profissionais. Não é mais concebível em uma instituição escolar ter um professor que se
destaca dos demais. Todos têm que ter seus trabalhos valorizados, reconhecidos e todos têm
que fazer o seu melhor.

Assim também acontece com o diretor, gestor escolar. Ele não pode simplesmente ser uma figura
decorativa e precisa inteirar-se de todo o funcionamento da escola. Muitos gestores acreditam
que, se desempenham brilhantemente a gestão administrativa, a escola está bem administrada.
Mas, tratando-se de educação, uma escola precisa muito mais do que somente uma boa
administração. O gestor precisa efetivar também:

• A gestão de resultados educacionais;


• A gestão democrática e participativa;
• A gestão de pessoas; a gestão pedagógica;

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• A gestão do clima e cultura escolar; e
• A gestão do cotidiano escolar.

Luck (2009) argumenta que a ação do diretor escolar será tão limitada quão limitada for sua
concepção sobre a educação, a gestão escolar e o seu papel profissional na liderança e organização
da escola.

A escola precisa se comprometer para que haja um ensino efetivo. Para alcançar este objetivo,
precisa ir além do ensinar e se preocupar com o aprender contínuo. Este aprender não se refere
somente aos alunos, mas também aos professores, funcionários e gestores. É necessário também
a união ou a participação de um conjunto de segmentos, tais como ilustrado na imagem a seguir:

Fonte: Elaborado pelo Autor

Cada indivíduo é único, tem a sua forma particular de ser. No aprendizado também é assim. Cada
um aprende de uma forma e em tempos diferentes. Um instrumento importante para trabalhar
estes tempos diferenciados na escola é o acompanhamento pedagógico.

O acompanhamento pedagógico tem como principal objetivo orientar o processo de aprendizagem


individual de acordo com as necessidades de cada estudante. Esse é um grande desafio para as

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escolas, que ainda têm a carga histórica do ensino padronizado, e precisam quebrar paradigmas
para considerar o tempo de cada aluno e as diversas formas de aprender e ensinar.

O coordenador pedagógico é a figura central deste trabalho. Pode ser representado pelo
especialista educacional, mas o gestor diante de todas as atribuições e responsabilidades é
também fundamental neste processo.

Um bom educador se dedica a transformar o ensino da escola, ajuda a desenvolver habilidades


socioemocionais, além de apoiar o relacionamento entre professores e alunos.

Um coordenador engajado procura novas metodologias, ferramentas e métodos de ensino para


melhorar a gestão de aprendizagem. Um bom exemplo são as metodologias ativas, que colocam
os alunos no centro do ensino como protagonistas do seu conhecimento.

Vencendo as lacunas de formação com estratégias de estímulo à participação em


aperfeiçoamento contínuo

A gestão pedagógica é o alicerce da escola e compreende diversos atores, entre eles, destacam-
se o professor, o aluno e o gestor escolar. Mas você sabe, efetivamente, quem é o professor, o
aluno e o gestor?

Fonte: Elaborado pelo Autor

Luck (2009) nos diz que:

Os professores são profissionais que influenciam diretamente na formação dos alunos, a partir
de seu desempenho baseado em conhecimentos, habilidades e atitudes e sobretudo por seus
horizontes pessoais, profissionais e culturais. De sua postura diante da vida, dos desafios, da
educação e das dificuldades do dia a dia depende a qualidade de seu trabalho.

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Fonte: Elaborado pelo Autor

Os alunos são as pessoas para quem a escola existe e para quem deve voltar as suas ações,
de modo que todos tenham o máximo sucesso nos estudos que realizam para sua formação
pessoal e social. Para tanto, devem ser envolvidos em ambiente e experiências educacionais
estimulantes, motivadoras e de elevada qualidade.

Fonte: Elaborado pelo Autor

O gestor escolar é o líder, mentor, coordenador e orientador principal da vida da escola e


todo o seu trabalho educacional, não devendo sua responsabilidade ser diluída entre todos
os colaboradores da gestão escolar, embora possa ser com eles compartilhada. Portanto, além
do sentido abrangente, a gestão escolar constitui, em caráter delimitado, a responsabilidade

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principal do diretor escolar, sendo inerente ao seu trabalho a responsabilidade maior por essa
gestão.

As atuações dos professores, alunos e gestores na comunidade escolar estão interconectadas,


uma vez que um ator depende do outro. Por essas razões podemos afirmar que os alunos só
terão melhores resultados e conseguirão concretizar a formação integral na medida em que
o trabalho escolar se aprimorar, por meio do crescimento e aperfeiçoamento cotidiano dos
docentes e gestores.

A história da educação brasileira nos conta que no início ela era uma atribuição dos jesuítas, os
quais realizavam uma educação religiosa e não para todos, mas sim direcionada à classe alta.
Somente no século 20, a educação é direcionada para todas as classes, porém sem grandes
preocupações com a formação e valorização do profissional.

Apesar de vermos nos dias de hoje algumas políticas públicas voltadas à formação continuada
dos profissionais e a sua valorização, podemos afirmar que ainda temos um grande caminho a
percorrer no que diz respeito a essas conquistas.

Segundo Delors e Nanzhao (2003), o professor tem uma formação inicial que precisa ser
complementada e fortalecida pela formação durante a carreira e a qualidade de ensino é
determinada tanto ou mais pela formação contínua dos professores, do que pela sua formação
inicial.

Portanto, se cabe ao docente estar em constante processo de aprendizagem, cabe ao gestor


escolar, observar essas necessidades e criar estratégias de incentivo à formação continuada.

Já sabemos a imprescindível relevância da constante capacitação, conforme resumido na imagem


a seguir:

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Agora, gestor, devemos refletir sobre o seguinte: que estratégias de estímulo à participação em
aperfeiçoamento contínuo podemos utilizar?

Fonte: Elaborado pelo Autor

O gestor, o docente e o processo de inclusão na alfabetização.

O art. 205 da Constituição Federal afirma que a “educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho”. O artigo 206, por sua vez, afirma que
o ensino terá alguns princípios para ser ministrado: “igualdade de condições para o
acesso e permanência na escola”.

Compreendemos, portanto, que a Constituição Federal de 1988 prevê a educação inclusiva.

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Fonte: Elaborado pelo Autor

Segundo Beyer (2006), uma escola inclusiva é aquela que não rotula e separa alunos que são
ditos ‘normais’ ou ‘não normais’ e outros qualificados como alunos ‘especiais’ ou ‘incluídos’ em
que se tem uma pedagogia que não é diluída perante as necessidades especiais de alguns alunos.

Para Carvalho (2007), a educação inclusiva defende uma escola aberta a todos, uma vez que
nossa sociedade é plural e democrática, oferecendo subsídios e iguais oportunidades para que
os alunos ingressem, permaneçam e, principalmente, participem do processo de aprendizagem,
sendo construtores do seu próprio conhecimento.

Falamos de uma educação inclusiva de fato e de direito e não somente nos referimos ao
recebimento de matrícula das crianças, deixando-as à margem da escola.

O papel do gestor é importante para que a escola seja inclusiva?

Sim, é de suma importância.

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Fonte: Elaborado pelo Autor

Carvalho (2007) aponta outros caminhos para a construção da escola inclusiva: valorização
profissional dos professores, aperfeiçoamento das escolas e do pessoal docente, utilização dos
professores das classes especiais e trabalho em equipe.

Um instrumento muito importante para a escola ser inclusiva, é o Projeto Político Pedagógico, pois
ele é um documento em que a escola detalha ter um compromisso firmado com o aprendizado
e com a sociedade na qual está inserida.

Vale destacar, ainda, que o gestor escolar só conseguirá seguir todos os caminhos acima descritos
se fizer uma gestão compartilhada dentro da escola. É o que chamamos de gestão democrática e
participativa, envolvendo a participação de todos nos processos da escola.

A liderança compartilhada corresponde à prática de tomada de decisão e atuação colegiada


por consenso (e não por votação) em que todos os participantes têm espaço e o usam para
influenciar os rumos e as condições do desenvolvimento que se pretende promover. A co-liderança
corresponde à atuação articulada de influência sobre os destinos da escola e seu trabalho, de
forma planejada e intercomplementar, pelos membros da equipe de gestão da escola, como

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por exemplo, vice-diretor, coordenador pedagógico, supervisor escolar, orientador educacional
e secretário da escola (Lück, 2008).

Para ser um líder que efetivamente promove a gestão democrática e participativa, segundo Luck
(2009), o diretor escolar precisa:

• Criar na escola uma visão de conjunto, que estabelece o sentido de unidade e


orienta o sentido de cooperação e ação articulada;.
• Promover clima de confiança e reciprocidade na construção de um ambiente
colaborativo;
• Promover a integração de esforços, a articulação de áreas de atuação, a quebra de
aresta e o enfraquecimento de atritos, dissensos e diferenças;
• Criar cultura de valorização das capacidades, realizações e competências das
pessoas pela celebração dos seus resultados, como um valor coletivo da escola e da
educação;
• Desenvolver a prática das decisões colegiadas e compartilhamento de
responsabilidades.

E aí diretor, você está fazendo uma gestão democrática e participativa?

O que faz para incentivar os professores, funcionários, alunos e comunidade


escolar a participarem das atividades?

Valoriza estas participações para que elas se fortaleçam?

No podcast a seguir, entrevistamos uma professora e uma gestora, e tivemos a oportunidade de


debater sobre o papel do gestor no apoio aos docentes no processo de alfabetização.

Escute o podcast sobre a importância da educação

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Referências
ALVES, Wanderson Ferreira. A formação de professores e as teorias do saber docente: contextos,
dúvidas e desafios. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.33, n.2, p. 263-280, mai/ago. 2007.

COMO fazer acompanhamento pedagógico remoto. In: Jornada Edu. 27 mar. 2020. Disponível
em: <https://jornadaedu.com.br/gestao-escolar/como-fazer-acompanhamento-pedagogico-
remoto/> Acesso em: 13 out. 2020.

GUMIEIRO, Angela Hess. A formação continuada de professores: considerações acerca dos


saberes e da prática reflexiva. Horizontes – Revista de Educação, v. 5, n. 9 p. 9-21, 2017.

JALBUT, Magdalena Viggiani. Fundamentos teóricos para a formação de professores: a prática


reflexiva. Veras, v.1, n.1, 2011.

JORNADA NACIONAL DA EDUCAÇÃO, X, 2018, Naviraí, Mato Grosso do Sul; Anais eletrônicos [...],
Naviraí, UFMS, 2018. Disponível em: <https://jornadaeducacaonavirai.ufms.br/files/2018/06/
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LÜCK, Heloísa. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo, 2009.

METODOLOGIA. In: DIVERSA - educação inclusiva na prática. Disponível em: <https://diversa.org.


br/institucional/metodologia/> Acesso em: 13 out. 2020.

RODRIGUES, Polyana Marques Lima; LIMA, Willams dos Santos Rodrigues; VIANA, Maria
Aparecida Pereira. A importância da formação continuada de professores da educação básica: A
arte de ensinar e o fazer cotidiano. Saberes Docente em Ação, v. 3, n. 1, set. 2017.

SOZO, Martha Luci Maria; POÇAS, Jaqueline de Menezes Rosa. Para pensar as pesquisas sobre
formação de professores e os saberes docentes. In: Seminário de Pesquisa em Educação da
Região Sul (ANPED), IX, Caxias do Sul. Anais [...]. Caxias do Sul, 2012.

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