Você está na página 1de 14

Papéis do Núcleo Gestor

Link da figura:
https://www.google.com/url?q=https://br.123rf.com/photo_163480390_front-view-of-attracti
ve-young-woman-in-formal-wear-holding-a-take-away-coffee-cup-and-standing-near.html?vti%
3Dlqb0kdi6ellthpdshe-2-52&sa=D&source=editors&ust=1624041069737000&usg=AOvVaw3hj
GAgFywt1ROEvRGw95np

EXPEDIENTE
Autoria: Ana Claudia Cossini Martins e Aparecida Francisco da Silva
Edição: Denise Pellegrini
Leitura crítica: Alessandro Crisostomo e Patricia Guarany
Revisão: Denise Rocha
Coordenação: Bruna Carvalho
Realização: Sincroniza Educação

Licença Creative Commons

Este conteúdo está licenciado com uma Licença Creative Commons


Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Objetivos ou expectativas de aprendizagem
● Aprender, por meio da reflexão, quais são os desafios propostos aos gestores
pela BNCC do Ensino Médio e formas de abordá-los.
● Estruturar o conhecimento sobre como a gestão escolar pode colaborar para o
desenvolvimento integral dos estudantes.
● Provocar reflexões sobre a gestão democrática em seus aspectos conceitual e
organizacional.

Tópicos a serem abordados

● A reorganização do Projeto Político-Pedagógico da escola diante da Base


Nacional Comum Curricular (BNCC)
● A formação continuada na escola e para a escola
● Gestão democrática e participativa
● Gestão escolar nas Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI)
● O que se espera dos gestores diante da proposta da BNCC do Ensino Médio?
● Progressão das aprendizagens e avaliação
Introdução
Com a promulgação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio,
muitos são os desafios que se colocam para a comunidade escolar e, em especial, para
os gestores. Para que sua escola esteja alinhada com o modelo que se pretende com a
implantação da base, você precisa conhecer o documento e identificar e planejar as
ações necessárias para adequá-la ou transformá-la.

Vamos abordar aspectos importantes para a gestão e ideias que permitam pôr em
prática os preceitos e as propostas da BNCC, de modo a alcançar o tão esperado
resultado: uma aprendizagem efetiva e eficaz. O tópico Gestão escolar nas Escolas de
Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI), em particular, baseou-se na proposta de
organização curricular elaborada pelo estado do Ceará, como será reconhecido por
quem estudou ou leu o documento. Vamos nessa?

1. A reorganização do Projeto Político-Pedagógico da escola


diante da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

Quando falamos em núcleo gestor nos vem à mente planejamento, organização e


tomada de decisões que garantam o sucesso da escola. Na realização dessas tarefas, a
gestora, ou o gestor, não pode perder de vista a função social da escola, a estrutura
pedagógica e as relações interpessoais e socioemocionais dos corpos docente e
discente. Cabe a ela, ou a ele, liderar os diferentes segmentos da comunidade por meio
do diálogo e da gestão participativa e colaborativa.   

Esse trabalho pode começar com a reorganização do Projeto Político-Pedagógico (PPP).


Um bom PPP aborda questões administrativas, pedagógicas e políticas. Ele define os
objetivos da escola e as estratégias de ação para que eles sejam atingidos, e indica os
meios para a aprendizagem significativa das alunas e dos alunos. Além de estabelecer
as ações da escola, o documento orienta o trabalho em todas as instâncias e descreve a
função de cada integrante para o desenvolvimento de uma educação eficiente e
exitosa. Por meio do PPP, a identidade da escola se fortalece.

Para atender às demandas da BNCC do Ensino Médio, os gestores devem repensar o


PPP de modo a incorporar nele as propostas e o desenvolvimento de competências
que a Base prevê. Ao reorganizar o documento, é importante envolver toda a equipe
escolar e a comunidade em que a escola está inserida, discutindo e estruturando as
formas de participação e as ações dos diversos atores educativos da escola.

Um PPP bem planejado e estruturado favorece ações que põem a aprendizagem dos
estudantes no centro das atividades diárias da equipe escolar. Dessa forma, cria-se um
ambiente saudável, com princípios básicos de segurança, organização e qualidade de
ensino. Os profissionais e a comunidade ganham um sentimento de pertencimento à
ação educativa.

1.1 Um olhar para a educação integral do estudante

A BNCC traz como premissa o desenvolvimento pleno do educando em todas as suas


dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural, como pode ser visto no
destaque:

Nesse contexto, a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso


com a educação integral. Reconhece, assim, que a Educação Básica deve
visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica
compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento,
rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão
intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir uma
visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do
adulto – considerando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma
educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento
pleno, nas suas singularidades e diversidades. Além disso, a escola, como
espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se fortalecer na
prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e respeito às
diferenças e diversidades. (BNCC, 2019, p. 14)

O que significa dizer que a revisitação do PPP deve focar o desenvolvimento de ações
que se consolidam na rotina escolar e explicitar como vai se dar a execução do
trabalho, de modo a promover a equidade, oferecendo condições adequadas às
especificidades de cada estudante e a sua educação integral.

Saiba mais!
● CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO INTEGRAL. O que é educação integral?

● DIVERSA. Educação Inclusiva na Prática. Gestão Escolar.

Atividade reflexiva 1
Quais ações você, gestora, ou gestor, julga que são importantes e contribuem para uma
formação integral das alunas e dos alunos? Como inseri-las no PPP?
Na prática 1

Elabore de 4 a 7 questões norteadoras que poderão auxiliar no trabalho de


reelaboração do PPP. A seguir, discuta com seus pares se essas questões se ajustam às
metas que a escola deseja alcançar e como podem ser postas em prática.

2. A formação continuada na escola e para a escola

Vivemos em um mundo que se modifica a cada momento! Para estar em consonância


com os valores e anseios da sociedade e ajustar o PPP da escola às novas demandas,
sua equipe precisa estar em constante desenvolvimento. É claro que isso vale também
para os gestores. Afinal, eles são os responsáveis por articular o processo de mudança
das práticas pedagógicas, proporcionando meios para a participação efetiva dos corpos
docente e discente em ações pensadas e realizadas para o desenvolvimento integral
dos estudantes. Assim, a formação continuada deve ter lugar definido na escola e no
PPP de modo a facilitar a transformação da prática de todos.

Lembramos que é papel da equipe gestora promover formações e orientações visando


aprimorar as competências dos docentes com o objetivo de transformar suas práticas.

Quando falamos em formação continuada, é importante salientar que a equipe gestora


também está inserida nesse processo, de modo a aprender com os participantes em
cada formação, pois todos possuem experiências e saberes que podem formar uma
comunidade de aprendizagem, fortalecendo-se no processo formativo.

Nesse sentido, destacamos a importância da homologia de processos, na qual os


educadores vivenciam metodologias de ensino nas formações continuadas e, a partir
de seus conhecimentos e experiências, estabelecem novas práticas e estratégias que
podem ser aplicadas no cotidiano profissional.

Para que isso ocorra, nas formações continuadas os gestores devem proporcionar
momentos de reflexões sobre a prática, discussões e debates sobre conteúdos e ideias
e a autoavaliação. É sempre fundamental que haja interação de qualidade entre os
envolvidos, e que as ações de formação resultem em propostas de trabalho para o
envolvimento dos estudantes com suas aprendizagens.

Para que o processo de formação continuada ocorra de modo colaborativo, cabe à


equipe gestora cuidar das variáveis necessárias para seu desenvolvimento.

2.1 Plano de formação continuada

Um espaço colaborativo de formação continuada deve ter as seguintes características:


● Foco nas necessidades das alunas e dos alunos, dos docentes e de toda a
equipe escolar
● Organização de grupos de estudo
● Compartilhamento de experiências para busca de soluções
● Utilização da estratégia de observação de aula com devolutiva pedagógica

Uma sugestão de encadeamento e estrutura de um plano de formação continuada está


apresentada na figura a seguir, em que as setas indicam o carácter cíclico do processo:

Fonte: material elaborado pelas autoras

Descrição da imagem: Imagem que mostra oito retângulos, organizados em duas colunas: a
da esquerda, dos temas, representa os tópicos do plano de formação, e a da direita, a
descrição de cada um desses tópicos. Os retângulos da coluna da esquerda estão interligados
por duas setas laterais que representam um movimento cíclico, de baixo para cima e vice-versa,
ou seja, o último retângulo se liga ao primeiro e o primeiro ao último. Outras setas menores
saem das caixas dos tópicos e indicam seu conteúdo à frente, em retângulos maiores. O
retângulo Tema da formação se dirige ao texto que diz: Deve ser pautado no diagnóstico da
realidade escolar e nas necessidades de formação de estudantes, professores e demais
membros da comunidade. Do retângulo Proposta formativa sai a seta que leva ao texto: Deve
estar alinhada com o currículo da Secretaria e com as premissas da BNCC, apoiar-se nas
Metodologias Ativas e focar o trabalho colaborativo. Para o retângulo Plano de ação, o texto é:
Deve apresentar o detalhamento da formação, os materiais teóricos de apoio e o cronograma
de execução. Para Monitoramento e avaliação: Devem se ajustar às necessidades da equipe
gestora e docente.
Tema da formação → Considerando uma gestão participativa, o tema da formação
deve ser pautado no diagnóstico da realidade escolar e discutido com as pessoas
envolvidas.

Proposta formativa → Deve estar alinhada com o currículo da Secretaria e com as


premissas da BNCC, apoiar-se nas Metodologias Ativas e focar o trabalho colaborativo.

Plano de ação → Deve apresentar o detalhamento da formação, os materiais teóricos


de apoio e o cronograma de execução.

Monitoramento e avaliação → Devem se ajustar às necessidades da equipe gestora e


docente.

Observe que, para atingir as metas, é preciso um constante ciclo de reflexão e


reelaboração do plano.

Atividade reflexiva 2
Faça uma síntese de como você, gestora, ou gestor, tem propiciado a formação
continuada em sua escola. Procure refletir sobre as seguintes questões:

● Quem promove a formação continuada em sua escola?


● Em que espaços os eventos da formação acontecem?
● As formações têm foco nas demandas e necessidades reais das professoras e
dos professores, dos estudantes, da comunidade escolar ou da escola em si?
● A equipe docente participa de ações de formação propiciadas por você?
● As formações favorecem trocas de experiência e construções coletivas entre os
participantes?

3. Gestão democrática e participativa


O documento orientador da EEMTI (2020) sinaliza o desenvolvimento dos processos
como um pressuposto do bom desempenho dos gestores e sua ação democrática,
dentro de cada especificidade. O núcleo gestor deve empreender tarefas cuja função
social seja compreendida como representativa de formação e transformação em um
espaço de múltiplas aprendizagens.
Fortalece-se, assim, a importância de privilegiar a gestão participativa e o diálogo com
os diferentes agentes do processo educativo diante das tomadas de decisão. Além
disso, os gestores têm um papel importante na organização dos diferentes segmentos
da comunidade escolar, devendo exercer papel de liderança. Os gestores são os
agentes que, normalmente, conduzem os processos de formação e mobilização
colaborativa que fomentam e garantem a implementação da educação integral das
alunas e dos alunos, e possibilitam a construção de uma aprendizagem efetiva.
Como é possível o núcleo gestor pôr em prática a gestão participativa?
● Propiciar a escuta ativa da comunidade escolar para que todos possam
compartilhar seus desejos e responsabilidades, e participar ativamente das
discussões e tomadas de decisão de maneira a contemplar a diversidade de
ideias e quereres.
● Compartilhar as metas, as ações e os resultados pedagógicos e financeiros para
que todos possam opinar e pensar em intervenções que contribuam com a
gestão.

A gestão participativa, quando bem praticada, viabiliza mudanças significativas e


permite inovar a escola criando um ambiente favorável à construção do conhecimento
crítico e à utilização de novas tecnologias.

As pessoas, ao serem ouvidas e participarem nas tomadas de decisão, passam a olhar o


espaço como sendo, efetivamente, delas. Isso influencia a maneira como elas usam e
cuidam daquele ambiente, traz um sentimento de pertencimento e satisfação em estar
ali, o que resulta em maior esforço e dedicação.

3.1 Cultivando lideranças


A liderança dos gestores nas escolas é vital para a qualidade dos resultados de
aprendizagem das alunas e dos alunos. Bons líderes ajudam a promover uma cultura
positiva e motivadora para as professoras e os professores, os funcionários, os
estudantes e a comunidade. O caminho para isso é desenvolver ou pôr em prática as
habilidades de:

● Liderar por meio de ensino e aprendizagem


● Desenvolver-se e promover o desenvolvimento dos outros
● Promover mudanças positivas nos ambientes escolares
● Privilegiar a gestão participativa e o espaço dialógico
● Gerenciar dados e recursos com eficiência
● Articular comissões de trabalho na escola para as diversas áreas
● Envolver a comunidade no trabalho

Atividade reflexiva 3
Como as lideranças e os processos participativos e democráticos podem facilitar a
implementação das práticas previstas na BNCC do Ensino Médio?

4. Gestão escolar nas Escolas de Ensino Médio em Tempo


Integral (EEMTI)
A proposta de organização curricular em escolas de Tempo Integral do Estado do Ceará
tem como pressuposto fazer dos estudantes seres participativos e que tenham voz
ativa na definição da estrutura da escola. Para que isso ocorra, o PPP precisa estar
alinhado com três dimensões da prática educativa: a escola como uma comunidade de
aprendizagem, aprendizagem cooperativa e protagonismo estudantil. Como atender a
essas premissas?

● A escola como uma comunidade de aprendizagem - O princípio é a


transformação social com o envolvimento de cada segmento da escola e da
comunidade. Em um ambiente de respeito, diálogo constante, confiança e
engajamento, todos compartilham responsabilidades sobre o processo de
ensino e aprendizagem. Por se tratar de uma proposta de transformação social
e cultural, o processo é contínuo e demanda tempo. Cabe aos gestores articular
as ações de transformação com as etapas de sensibilização, tomada de decisão,
sonho, seleção de prioridades e planejamento para garantir sua implementação.
● Aprendizagem cooperativa - As equipes gestora e docente podem trabalhar
juntas, desenvolvendo um processo colaborativo com foco na aprendizagem
das alunas e dos alunos. Essa é uma forma de superar a cultura de “portas
fechadas”, em que o professor trabalha sozinho e não compartilha as ações.
Para “abrir as portas”, os coordenadores devem praticar a escuta ativa das
angústias e necessidades de professoras e professores e estimular a formação
de uma comunidade de prática. Momentos de formação e compartilhamento
de experiências e práticas pedagógicas facilitam o diálogo sobre as dificuldades
e os desafios que são vivenciados na escola. Além disso, essas oportunidades
favorecem a busca de alternativas para superar problemas que possam
aparecer, do planejamento à realização das atividades em sala de aula. Esse
método pedagógico pode ser desenvolvido com os estudantes. A aprendizagem
colaborativa requer interação e participação ativa dos alunos no processo de
construção de seu conhecimento. É necessário que ocorra cooperação, troca de
experiências e engajamento, posicionando-os como protagonistas do processo
de aprendizagem. A aplicação de Metodologias Ativas corrobora essa prática e
inclui:

- Promoção de estudos em grupo para posterior debate com a participação de


todos os estudantes sobre determinado tema
- Promoção de pesquisa de campo seguida de debate
- Proposição e viabilização de uso de recursos tecnológicos para produção e
divulgação de materiais de pesquisa
● Protagonismo estudantil - O desenvolvimento de alunas e alunos protagonistas
se dá ao estabelecer intencionalmente espaços de participação dentro da sala
de aula por meio de Metodologias Ativas e aprendizagem colaborativa e em
outras instâncias de participação e deliberações coletivas. São exemplos os
conselhos de classe e série, as comissões mistas e os clubes estudantis. A
professora, ou o professor, e a equipe gestora podem e devem contribuir para
esse desenvolvimento, propondo debates e discussões acerca de questões
relacionadas à escola e à comunidade. Cabe a eles mediar as interações entre
os estudantes, se necessário, para que cheguem a uma conclusão sobre o caso.
Ao longo deste curso, abordaremos o protagonismo estudantil com mais
profundidade.

Na prática 2
Identifique no texto do link a seguir os elementos destacados no tópico Gestão escolar
nas Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) e elabore um mapa conceitual
com as possibilidades de pôr em prática as premissas desse tópico.
Proposta de organização curricular em escolas de Tempo Integral. Disponível em:
<https://www.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/37/2018/09/proposta_organi
zacao_curricular.pdf>.

5. O que se espera dos gestores diante da proposta da BNCC do


Ensino Médio?

Link da imagem:
https://br.freepik.com/fotos-gratis/grupo-multietnico-de-jovens-estudantes-alegres-em-pe-ao-
ar-livre_7571533.htm#page=1&query=jovens%20na%20escola&position=8

As escolas e todos os profissionais que nela atuam estão diante de uma nova demanda:
a implementação das ações previstas na BNCC do Ensino Médio para a formação dos
jovens nas dimensões afetiva, física, socioemocional e cultural. Mas o que se espera
dos gestores educacionais diante desse cenário?

Compete à gestora, ou ao gestor, liderar a tomada de decisões que visem planejar e


organizar os tempos, os espaços e o fluxo de materiais, não apenas com foco nos
estudantes, mas também na equipe escolar, de modo a propiciar a efetiva prática do
currículo, ou seja, o núcleo gestor precisa estar atento para a gestão do currículo em
todas as suas variáveis.
Algumas sugestões para a implementação do currículo:

● Organização dos tempos: respeitar o ritmo de aprendizagem de cada estudante


e possibilitar, no final da Educação Básica, a conclusão da progressão das
aprendizagens previstas.
● Sala de aula: organizar as carteiras de modo a facilitar a comunicação e a
participação das alunas e dos alunos, e a interação entre todos de acordo com a
atividade proposta. Por exemplo: disposição em círculo para roda de conversa,
disposição em formato de U para debates, agrupamento de carteiras para
trabalhos em equipe etc.
● Espaços recreativos: organizar nesses ambientes recursos lúdicos, jogos de
tabuleiro, jogos interativos, cantos de leitura etc., a fim de aproveitar esses
espaços para aprendizagem dos estudantes
● Materiais: facilitar o acesso a materiais didático-pedagógicos previstos para o
desenvolvimento de atividades

Na prática 3
Elabore uma lista de ações que considere necessárias na implementação do currículo
do Ensino Médio. Identifique as que podem ser postas em práticas imediatamente e
aquelas que demandam um tempo maior para implementação. Para estas, indique
uma sequência de passos a serem trilhados. Organize as informações, elaborando um
fluxograma ou uma tabela, a fim de facilitar a visualização e acompanhar o
desenvolvimento.

6. Progressão das aprendizagens e avaliação


Um olhar atento para os resultados das avaliações e a análise cuidadosa de
diagnósticos e indicadores devem orientar as ações da equipe escolar na proposição de
ações, estratégias e metodologias a serem utilizadas na escola e em cada turma, em
particular. Os dados produzidos pelas avaliações só vão, de fato, apoiar a gestão escolar
e o desenvolvimento das alunas e dos alunos totalmente se forem analisados,
divulgados e apropriados por toda a equipe escolar e transformados em novas ações
de aprendizagem.

Para que o planejamento pedagógico seja eficaz e atinja seu objetivo, que é a melhoria
do ensino e da aprendizagem, o processo de avaliação é fundamental. Vale lembrar
que a avaliação, além de identificar defasagens, é uma oportunidade de
desenvolvimento e aprimoramento das aprendizagens.

A avaliação diagnóstica exerce papel fundamental para pautar o (re)planejamento das


ações educativas. Por meio dos resultados desse tipo de avaliação, o núcleo gestor
consegue identificar os níveis de aprendizagem dos estudantes nas diferentes turmas e
etapas, verificar quais habilidades e competências já foram alcançadas e quais ainda
necessitam ser trabalhadas, e traçar estratégias que permitam a progressão das
aprendizagens.

Na perspectiva formativa, o foco da avaliação é o desenvolvimento individual do


estudante, sua participação no processo educativo, o autoconhecimento e a
progressão da aprendizagem ao longo da escolaridade. Assim, na avaliação formativa
devem ser priorizadas as competências e habilidades essenciais elencadas pela escola
para alcançar os objetivos propostos. Do ponto de vista da equipe gestora, as
avaliações formativas servem para identificar pontos fortes e frágeis da ação
pedagógica e ou da gestão escolar. Elas funcionam como um norte para a reflexão e a
proposição de novas ações.

Já a avaliação somativa e a compreensão dos indicadores de desempenho do


estudante em avaliações externas, como o Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Saeb), são fundamentais para que as propostas de intervenção pedagógica sejam
alinhadas com as ações metodológicas e estratégicas que devem estar fundamentadas
no PPP.

Lembramos que, na proposta pedagógica dos estados e municípios, estão explicitadas


as práticas que possibilitam desenvolver as competências e habilidades previstas na
BNCC. Essas práticas vão permitir a progressão das aprendizagens dos estudantes, ao
longo das séries, dos ciclos e das etapas e, consequentemente, o planejamento e o
replanejamento das ações e das avaliações.

Em resumo, cabe ao núcleo gestor:

● Vislumbrar o contínuo de aprendizagens na Educação Básica, explicitadas nos


documentos de referência
● Articular o planejamento coletivo para que a equipe escolar esteja envolvida no
processo de ensino e aprendizagem e saiba as competências e habilidades que
devem ser desenvolvidas ao longo dos anos e bimestres
● Usar a avaliação como um feedback que identifique se as competências e
habilidades previstas estão sendo desenvolvidas em sua plenitude.
● Promover o uso da avaliação formativa como prática docente, a qual permite
verificar a compreensão dos estudantes ao longo do processo e orienta sobre as
tomadas de decisão para futuras ações.
● Promover o replanejamento de atividades para propor novas estratégias, novos
tempos, novas formas de organizar as turmas, visando alcançar as
aprendizagens previstas.
Atividade reflexiva 4

Pensando na importância da avaliação na gestão do currículo e no planejamento


pedagógico, sugerimos que você reflita com as equipes gestora e docente sobre as
seguintes questões:

● O que sua equipe de professores entende por avaliação de desempenho das


alunas e dos alunos?
● Para sua equipe escolar, qual o objetivo da avaliação?
● Como os resultados das avaliações são organizados, interpretados e utilizados
em sua unidade escolar?

Na prática 4

Desenvolva uma atividade formativa com os docentes para definirem estratégias de


ações a partir de dados obtidos em avaliações.

Considerações finais
Que bom que você chegou até aqui! Esperamos que tenha percebido o papel do
núcleo gestor para o bom funcionamento da engrenagem escolar, em que cada
profissional, estudante e membro da comunidade externa é uma peça importante.
Para que essa máquina possa funcionar de maneira eficaz, focando a aprendizagem
efetiva dos estudantes, a ação do núcleo gestor deve ser pautada pelo incentivo, pelo
respeito, pela organização, pelo planejamento, pelo diálogo e pela cooperação de
todos os envolvidos.
Esperamos que você tenha aproveitado o módulo e que as atividades tenham
contribuído para o desenvolvimento do seu trabalho na escola.
Referências
BIZOL. K. M. F. O papel do gestor na unidade escolar: desafios e possibilidades.
Instituto Federal Catarinense. 2018. 16 p. Trabalho de Curso (Especialização em
Educação: Educação e Prática de Ensino). Instituto Federal Catarinense Campus
Avançado Abelardo Luz, Abelardo Luz, 2018.
BRASIL. Governo Federal. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação.
Brasília, 2018.

CEARÁ. Plano de gestão escolar, ensino médio em tempo integral na rede estadual do
Ceará. Secretaria da Educação. Fortaleza, 2017. Disponível em:
https://www.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/37/2018/09/plano_gestao_ee
mti.pdf. Acesso em: 02 jun. 2021.
CEARÁ. Proposta de organização curricular em escolas de tempo integral. Secretaria
da Educação. Fortaleza, 2016. Disponível em:
https://www.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/37/2018/09/proposta_organiz
acao_curricular.pdf. Acesso em: 15 jun. 2021.
CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO INTEGRAL. O que é educação integral? [s.d.]
Disponível em: https://educacaointegral.org.br/conceito/. Acesso em: 11 jun. 2021.

DIVERSA. Gestão escolar. [s.d.] Disponível em:


https://diversa.org.br/educacao-inclusiva/como-transformar-escola-redes-ensino/gesta
o-escolar/. Acesso em 05 jul. 2021.

LÜCK, H. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Curitiba: Positivo, 2009.


NOSSO ENSINO MÉDIO – Formação de Educadores(as). Institutos Iungo e Reúna. Por
que e como integrar formação e acompanhamento. Formação continuada na escola.
Disponível em:
https://nossoensinomedio.org.br/wp-content/uploads/2021/04/IG2_C22_Texto.pdf.
Acesso em: 10 jun. 2021.

NOSSO ENSINO MÉDIO – Formação de Educadores(as). Institutos Iungo e Reúna. Ser


gestor escolar no ensino médio – Competências e práticas. Disponível em:
https://nossoensinomedio.org.br/wp-content/uploads/2021/04/IG_C15_Texto.pdf.
Acesso: em 09 jun. 2021.

Você também pode gostar