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MÓDULO 2

DIRETOR DE ESCOLA

Abertura do Módulo

Caro cursista, seja muito bem-vindo ao Módulo 2 do curso “Modelo de Gestão”.


No Módulo 1 estudamos os fundamentos do modelo pedagógico e do modelo de ges-
tão e como eles se articulam de modo a auxiliar a equipe escolar no cumprimento das
metas e na promoção da formação integral dos estudantes.
Vimos também que os profissionais que integram as escolas do Programa Ensino
Integral (PEI) baseiam-se nos princípios e premissas do programa para planejar e de-
senvolver suas ações de maneira eficaz e eficiente.

Princípios: Protagonismo Juvenil, Pedagogia da Presença, Educação Interdimensional e


Os 4 Pilares da Educação.
Premissas: Protagonismo, Formação Continuada, Excelência em Gestão, Corresponsabi-
lidade e Replicabilidade.

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Neste módulo, o foco da nossa reflexão está no Diretor de Escola e no papel que ele de-
sempenha para garantir a excelência acadêmica e a formação integral dos estudantes.
Desse modo, os objetivos de aprendizagem deste módulo são:

Examinar as atribuições do diretor nas ações do PEI;

Planejar as ações de acordo com o cronograma do Programa;

Estruturar o acompanhamento das ações com base nos instrumentos de gestão.

É fundamental que toda a equipe escolar conheça as atribuições de cada um dos pro-
fissionais para que saibam a quem recorrer em determinadas situações, e também
qual é a delimitação de seu escopo de atuação dentro das engrenagens do programa.
Assim como os princípios do modelo pedagógico e as premissas do modelo de gestão
estão muito bem articulados, a equipe escolar também deve estar em sintonia para
que o programa alcance seu objetivo: a consolidação da formação de jovens autôno-
mos, solidários e competentes.
Vamos conhecer ou relembrar algumas atribuições do Diretor de Escola que atua no
Programa Ensino Integral?
De acordo com o Caderno do Gestor – Modelo Pedagógico e de Gestão do Programa
Ensino Integral (p. 30) e o artigo 4 da Lei Complementar no 1.164, de 4 de janeiro de
2012 (alterada pela Lei Complementar no 1.191, de 28 de dezembro de 2012), as princi-
pais atividades do Diretor de Escola são:

Coordenar e integrar as atividades e funções dos profissionais da equipe e garantir a


implantação do plano de ação da escola;

Envolver e orientar toda a comunidade escolar para elaborar e executar o plano de


ação, propiciando condições para o adequado desenvolvimento do programa, tanto
no modelo pedagógico e nas atividades diversificadas, quanto no modelo de gestão,
zelando pela operacionalização e execução do plano de ação e dos programas de ação
dos professores;

Promover o planejamento e a orientação de ações para o esclarecimento do modelo


pedagógico da escola junto aos pais e responsáveis, com especial atenção ao Projeto
de Vida;

Atuar como agente multiplicador da expansão do Programa;

Oferecer apoio para as ações de replanejamento;

Manter a equipe coesa, atuante, motivada e alinhada para que a aprendizagem dos
estudantes seja norteada a partir da prática eficaz da Pedagogia da Presença;

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Articular a elaboração dos programas de ação e das rotinas de trabalho de toda a equi-
pe escolar com o plano de ação da escola;

Apoiar a Coordenação Pedagógica da escola e o Vice-Diretor nas ações e atividades


voltadas à aquisição, por parte dos estudantes, de habilidades e competências identi-
ficadas nas avaliações, facilitando e acompanhando a introdução das iniciativas previs-
tas na Parte Diversificada e demais componentes do Currículo Paulista;

Orientar os Clubes Juvenis e as ações junto aos líderes de turma promovendo estraté-
gias para o desenvolvimento do protagonismo juvenil;

Buscar e oferecer parcerias que contribuam para a efetividade do plano de ação;

Manter informados os órgãos regionais e centrais sobre o desenvolvimento do Programa;

Garantir a divulgação dos Guias de Aprendizagem por diferentes meios e espaços de


comunicação;

Sistematizar e documentar as experiências e as práticas educacionais e de gestão es-


pecíficas da escola;

Promover e incentivar a troca de experiências e a replicabilidade de ações exitosas;

Gerenciar o cumprimento do Regime de Dedicação Plena e Integral (RDPI) e as subs-


tituições entre os professores, quando necessário.

Currículo Paulista: Resolução Seduc no 85/2020 (https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/


pluginfile.php/860309/mod_resource/content/67/Resolucao_SE_n%C2%BA_85-2020.pdf).

Saiba mais

Para conhecer melhor as atribuições específicas do Diretor, leia o Artigo 4 da Lei Com-
plementar no 1.164, disponível em: https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei.
complementar/2012/lei.complementar-1164-04.01.2012.html.

Galeria das atribuições

Cursista, as atribuições específicas do Diretor de uma escola do PEI estão relacionadas


no Anexo 1. A seguir, você se aprofundará em cada uma dessas atribuições por meio
da análise de situações, atividades complementares e cenário interativo de decisões.

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Planejar e implantar todas as ações pedagógicas e de gestão escolar

Na prática
A Diretora Lúcia ao chegar à escola convida a Vice-Diretora Margarida e o PCG Daniel
para organizarem a semana de planejamento, pois a escola passou a integrar o Pro-
grama Ensino Integral. Durante a reunião, ao consultar os documentos orientadores,
percebeu as responsabilidades e atribuições de cada um dos funcionários.
Para facilitar a organização, a Diretora elaborou um checklist que contempla as se-
guintes informações:

Na primeira semana, é necessário verificar o módulo da unidade escolar e alinhar a


equipe gestora para organizar o planejamento;

Com o apoio da Vice-Diretora, verificar os recursos e insumos para o retorno às aulas;

Durante as reuniões de planejamento, promover a escolha dos PCA;

Combinar os momentos de alinhamento da equipe gestora;

Elaborar a grade de horários da escola e alocar os professores;

Elaborar o plano de ação, pois é a partir deste instrumento que os demais serão elaborados;

Iniciar o Plano de Melhoria da escola;

Orientar os Jovens Acolhedores e definir como será o acolhimento para a comunidade


escolar.

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Cursista, o Diretor é o principal responsável por todas as ações pedagógicas e admi-
nistrativas da escola, e para que essas ações sejam implementadas com sucesso é
necessária uma gestão democrática e participativa.
Nas escolas do PEI não é diferente, porém a importância da participação de toda a co-
munidade escolar evidencia a premissa de corresponsabilidade, que deve ser incorpo-
rada à cultura escolar e interiorizada, pois todos são partes importantes do processo
educacional ao se reunirem para refletir sobre propostas, novas ideias e problemas,
trazendo sugestões para superar os desafios existentes.
O Diretor, como responsável pela implementação dessas ações, precisa ficar atento
ao ideal formativo do PEI de formar jovens solidários, autônomos e competentes e,
para tanto, todas as ações pedagógicas e de gestão na unidade escolar devem estar
ancoradas nos princípios e premissas do Programa.

Dica

Para auxiliar na implantação do Programa Ensino Integral veja, no Anexo 2, sugestão de


checklist para guiar as ações iniciais.

Momento de reflexão

Agora é com você, cursista! Reflita sobre os desafios que as primeiras semanas de traba-
lho numa escola que aderiu ao PEI podem trazer e quais ações o Diretor deverá realizar
durante o primeiro mês letivo. Anote no seu diário de bordo!

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Apoiar toda a equipe escolar, mantendo-a coesa, motivada e alinhada com os
princípios e premissas do programa

O Diretor, como todos sabem, é um líder e uma autoridade dentro da escola, porém
essa autoridade não deve ser confundida com autoritarismo a fim de não compro-
meter a realização dos trabalhos e o sucesso escolar. Ele é o responsável por motivar,
engajar e promover a coesão de sua equipe. Mas como ele faz isso?
O bom líder é aquele que consegue, de maneira democrática, conduzir sua equipe
para obter os resultados planejados. Para isso, deve:

Praticar a escuta ativa;

Planejar e estruturar ações para enfrentar dificuldades;

Ser um exemplo a ser seguido;

Estar disponível para apoiar a todos.

O Diretor deve ter em mente que a pedagogia da presença começa por ele, e essa
prática deve ficar evidente para todos os integrantes da comunidade escolar.

Relembrando

Revise suas anotações do Módulo 1 sobre a pedagogia da presença e, se necessário,


acrescente os tópicos listados acima.

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Ao iniciar o ano letivo e sempre que julgar necessário, é recomendável que o Diretor
retome alguns pontos importantes com a equipe escolar:

Relembrar quais são os objetivos do programa e quais benefícios sua implementação


proporcionará/proporcionou;

Abordar a importância dos princípios e premissas do programa de forma clara e


objetiva;

Contextualizar situações em que a equipe consiga perceber as diferentes maneiras de


aplicar os princípios e as premissas no cotidiano escolar;

Propor reflexões que possam auxiliar na busca de possíveis soluções para determina-
dos pontos de atenção que a equipe escolar identifique.

Em momento oportuno, o Diretor pode expor as possíveis fragilidades e/ou dúvidas


levantadas pela comunidade sobre o programa ou sobre o cotidiano da escola e, en-
tão, juntamente com a equipe escolar, planejar ações para solucionar ou minimizar o
impacto dos pontos de atenção.
Cabe ao diretor, sempre em parceria com a comunidade e a equipe escolar, estrutu-
rar os pontos de atenção e, em seguida, definir metas, ações, responsáveis e prazos.
Planejadas todas as ações, é hora de a equipe começar a colocá-las em prática, e o
diretor deve, sempre com respeito, perseverança, resiliência e empatia, acompanhar,
monitorar e apoiar a equipe no que se fizer necessário.
Fica evidente a importância da aplicação do método PDCA nesse processo. Entretan-
to, vale lembrar que o PDCA não deve ser utilizado apenas diante de um momento
de tomada de decisão. A metodologia PDCA deve ser aplicada de forma contínua du-
rante todo o processo de desenvolvimento das práticas pedagógicas e de gestão no
cotidiano escolar.

Dica

Reveja os exemplos práticos de aplicação dos instrumentos de gestão na Unidade 2 do


Módulo 1 para que fique claro como eles são utilizados na busca de soluções para supe-
rar as fragilidades encontradas.

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Atenção

Cabe ressaltar que as metas propostas devem ser possíveis de serem alcançadas, pois,
quando estão muito distantes da realidade, podem desestimular a equipe. Por outro lado,
metas pouco ambiciosas também podem gerar na equipe o sentimento de frustração.

Dica de leitura

Você vai planejar uma reunião de alinhamento para sua equipe? Para ajudá-lo nes-
sa tarefa, leia o artigo selecionado: “Reunião de alinhamento de equipe: 7 dicas para
colocar todos na mesma página” (https://www.siteware.com.br/blog/reunioes/reuniao-
alinhamento-equipe).

Na prática
Durante uma reunião de ATPCG, o Professor Coordenador Geral Daniel percebeu que
alguns professores estavam dispersos, conversando muito entre eles. Para manter o
foco da equipe, de uma forma cordial, sem causar constrangimento, propôs aos pro-
fessores a realização de uma atividade em grupo: retomar e compartilhar a ferramen-
ta de gestão Alinhamentos (vertical e horizontal).
Durante a execução da atividade, circulou pelos grupos e percebeu que o professor
Manuel e a professora Joaquina ainda estavam conversando sobre outro assunto.
Aproximou-se deles e indagou se estavam tendo algum problema. O professor Manuel,
então, disse-lhe:
“Daniel, ontem, no retorno do intervalo, fui para a sala de aula e notei que alguns
estudantes não estavam presentes. Não sabia o que fazer... até pensei em deixar
a sala sozinha para chamar alguém da equipe gestora, mas desisti porque esta
não seria a melhor alternativa. Então, solicitei para o líder da turma que procurasse
pelos colegas ausentes ou pedisse ajuda para o Agente de Organização Escolar, o
Cristiano, para encontrá-los.
Passado um bom tempo, o líder retornou com os colegas atrasados. Perguntei-lhes o
motivo de não estarem na sala no horário combinado, e eles alegaram que estavam
ajudando o Cristiano a levar livros para a sala de leitura. Fiquei frustrado, pois tinha
preparado uma atividade importante e a demora dos estudantes atrasou a aula,
impactando o meu planejamento.

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Sabe, Daniel, tudo bem os estudantes ajudarem o Cristiano, mas desde que não per-
cam a hora de voltar para a sala de aula, pois tive que fazer alguns ajustes no Plano
de Aula por conta do ocorrido.”
Após ouvir o relato, Daniel pediu para que os professores se concentrassem na ativida-
de e os tranquilizou dizendo que iria conversar com a Diretora Lúcia sobre o ocorrido
a fim de resolver a questão.

Atividade reflexiva
Cursista, se você fosse a Diretora desta escola, como conduziria essa situação?

Tome nota

Anote em seu Diário de Bordo para que possa, posteriormente, refletir sobre o caminho
escolhido por você e pela Lúcia, nossa personagem. Há semelhanças? E diferenças? In-
dependentemente da proposta de atuação, será que ambas estão de acordo com os
princípios e premissas do Programa Ensino Integral?

Vamos lá?
Após ser informada sobre o ocorrido, Lúcia marcou uma reunião com o AOE, Cristiano,
e a professora da Sala de Leitura, Solange, para compreender o ocorrido. Depois, soli-
citou que a Vice e o PCG acompanhassem uma conversa com os professores Manuel
e Joaquina para que pudesse entender melhor o problema relatado.
Mediante as informações colhidas, Lúcia se reuniu com a equipe gestora para que
pensassem em uma estratégia visando solucionar o problema. Após definida a estra-
tégia, a Diretora se reuniu com os envolvidos para propor uma solução.

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Lúcia começou a reunião elogiando Cristiano e Solange por desenvolverem nos es-
tudantes o espírito da solidariedade e da prestatividade ao ajudá-los em uma tarefa
importante para a organização dos livros na escola. Também disse que se sentiu muito
feliz com a preocupação dos professores quanto ao desenvolvimento das atividades e
por terem notado a ausência dos estudantes no momento da aula. Após apresentar o
motivo da reunião, argumentou que esta é uma importante oportunidade para pensa-
rem em conjunto na melhor proposta para solucionar o problema, que é o atraso dos
estudantes e o impacto que isso pode ter no planejamento realizado pelo professor.
A equipe chegou ao consenso de que todos poderiam ajudar em relação aos livros
e que toda vez que um deles sentisse a necessidade de receber ajuda em uma tare-
fa, seria importante que planejassem o melhor momento para realizá-la de forma a
não prejudicar outras ações, principalmente aquelas que envolvessem os estudantes.
Lúcia perguntou para a equipe se todos estavam de acordo com o combinado e se
alguém gostaria de falar mais alguma coisa.

Resolução de cenário

Para esta situação é importante que você, cursista, perceba a importância do papel do Dire-
tor como líder na resolução de problemas a fim de evitar possíveis conflitos no ambiente es-
colar. Pela forma com que Lúcia conduziu a reunião, percebemos que ela sabe reconhecer
e valorizar os esforços, atitudes e preocupações da equipe. A ênfase não está no erro, mas
no reconhecimento das boas intenções por parte dos envolvidos. Por meio do diálogo e da
escuta ativa, a Diretora envolveu os participantes na busca por soluções coletivas, de forma
que todos conseguissem compreender o que motivou a reunião.
Contudo, vale o alerta de que, neste cenário, o PCG poderia ter conversado diretamente
com a Vice-Diretora, que é a responsável pela mediação de conflitos na unidade escolar.

Alinhamentos

Na escola, o Diretor orienta sua equipe em reuniões periódicas, fazendo registros dos
alinhamentos propostos para garantir que todos façam sua parte e, assim, o progra-
ma possa ter êxito.

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Reunião de alinhamento com a equipe gestora (Vice-Diretor e PCG)

Na reunião de alinhamento com o Vice e PCG, o Diretor deverá analisar as evidências e trocar
informações sobre o andamento dos trabalhos na escola. Utilizando o PDCA, o Diretor pode-
rá checar e propor estratégias para correção dos rumos, caso seja necessário para garantir
que as ações atinjam os objetivos e as metas contidas no Plano de Ação.
Reunião com os presidentes dos Clubes Juvenis

Na reunião de alinhamento com os Presidentes dos Clubes Juvenis, o Diretor deverá ana-
lisar as evidências e trocar informações sobre o andamento das atividades dos Clubes na
escola. Utilizando o PDCA, o Diretor poderá checar e orientar os estudantes para correção
dos rumos, caso seja necessário para garantir que as ações atinjam os objetivos e as metas
descritas no Plano de Ação dos Clubes.
Reunião com os Líderes de Turma

Na reunião de alinhamento com os Líderes de Turma, o Diretor deverá analisar os indicado-


res de aprendizagem dos estudantes, as reivindicações e propostas das turmas. Também
precisará avaliar se os líderes de turma estão atuando com proatividade e de forma solidá-
ria junto aos colegas e cumprindo com todas as atribuições destinadas a eles, utilizando o
PDCA para checar e propor estratégias para correção dos rumos, caso seja necessário para
garantir que as ações atinjam os objetivos e as metas contidas no Plano de Ação.

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Alinhamento vertical e horizontal
Como vocês puderam perceber, o Diretor de Escola é responsável por organizar al-
gumas reuniões e zelar pelo cumprimento das ações previstas. Para que isso aconte-
ça existem reuniões de alinhamentos verticais e horizontais, que nada mais são que
momentos de conversas e trocas entre profissionais e estudantes para dirimir dúvi-
das, estabelecer acordos, combinados e consensos em torno do desenvolvimento das
ações do dia a dia das escolas. Esses alinhamentos favorecem o diálogo, a escuta ativa,
a comunicação, a socialização das informações, a organização dos trabalhos e o exer-
cício do protagonismo sênior e juvenil de todos os envolvidos.
São nos alinhamentos que a equipe combina os prazos de entrega dos documentos,
metodologias, projetos interdisciplinares, modos de agir em determinadas situações,
expedições culturais, feiras e eventos, entre outras ações e acordos específicos do am-
biente escolar.
Nessas reuniões de alinhamento periódicas, a aplicação do PDCA fica evidente, pois há
momentos em que é preciso planejar, desenvolver, monitorar e avaliar as ações em curso
e corrigir os rumos, conduzindo assim à excelência em gestão e à corresponsabilidade.
Existem dois tipos de alinhamento que são determinados a partir das atribuições, fun-
ções e responsabilidades que cada um possui dentro do programa: alinhamentos ho-
rizontais e alinhamentos verticais, descritos a seguir.

Alinhamento Horizontal
Os alinhamentos horizontais ocorrem quando existem profissionais exercendo funções
iguais ou semelhantes dentro do programa, em que há troca de experiências e saberes e
encaminhamentos conjuntos para determinadas ações, como é o caso de reuniões com Su-
pervisores e PCNP. (Caderno do Gestor – Modelo Pedagógico e de Gestão. Volume Único.
2021. p. 28.)
Existem vários alinhamentos horizontais dentro das escolas do Programa Ensino Integral e
em diferentes níveis de hierarquia, desde que as responsabilidades destes profissionais es-
tejam interconectadas e suas funções relacionadas para a execução da ação em questão. Na
imagem a seguir, você poderá perceber alguns dos alinhamentos que o Diretor acompanha.

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Alinhamento Vertical
Cursista, você vai perceber que o alinhamento vertical é o oposto do alinhamento horizontal.
Ele ocorre quando profissionais com funções diferentes possuem responsabilidades dife-
rentes na execução de determinadas ações. Veja as possibilidades desse tipo de alinhamen-
to na imagem abaixo.

Os alinhamentos são muito importantes, pois propiciam a tomada de decisões em conjunto


e reforçam as responsabilidades de cada profissional. Por isso, é imprescindível que cada
um tenha clareza sobre suas atribuições de acordo com as diretrizes do PEI.

Coordenar a elaboração e a execução do plano de ação da escola

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Caro cursista, veja a animação e reflita se já presenciou algum caso parecido em
sua trajetória como educador: https://midiasefape.educacao.sp.gov.br/ava/pei/026_
EFAPE_PEI_Modelos_de_Gestao_Plano_de_Acao.mp4.
Para acompanhar, apoiar e monitorar o desenvolvimento do Plano de Ação, o Diretor
realiza reuniões de alinhamento com a comunidade escolar (docentes, discentes, pais
ou responsáveis, além da equipe gestora) objetivando que todos possam conhecer a
situação real da escola em termos de aproveitamento das aprendizagens (habilidades
prioritárias, por exemplo, a análise dos índices da escola nas Avaliações Institucionais,
etc.), o contexto social e físico no qual a escola está inserida, os perfis dos seus estu-
dantes, para assim traçar as metas almejadas, conforme os fundamentos do PEI.
Neste momento, são estabelecidos os seguintes combinados:

O que deve ser feito?

Como será feito?

Por quem será feito?

Quais os prazos?

Como monitorar os resultados?

O Diretor coordena as propostas de ações utilizando, por exemplo, a ferramenta de


gestão Método de Melhoria de Resultados (MMR), que, por meio do método Diagra-
ma de Ishikawa, conhecido como “espinha de peixe”, oportuniza que os integrantes
levantem os problemas e extraiam suas causas raízes, para juntos buscarem propos-
tas de soluções.

As estratégias importantes nas atividades de gestão são aquelas que visam à sensibi-
lização dos membros da equipe e que podem levá-los a refletirem sobre suas práticas,
a fazer uma autocrítica, para que, se necessário, possam gerar mudanças de atitudes e
correção de rumos, propiciando a formação de uma equipe coesa e engajada com os
princípios e premissas do PEI.

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Cursista, sempre devemos olhar para o estudante como o centro de todo o processo
educacional. É para garantir o seu desenvolvimento integral que elaboramos o Plano
de Ação e os demais instrumentos de gestão. É preciso uma profunda mudança de
paradigma para compreender que o estudante não é o foco dos problemas, mas par-
te da solução!
Mas como coordenar a elaboração das ações que serão propostas? As reuniões de ali-
nhamento são os instrumentos que o Diretor pode utilizar para coordenar, elaborar e
monitorar as ações propostas no Plano de Ação da escola.

Dica

No Anexo 3, sugerimos alguns temas e a estruturação para algumas dessas reuniões.

Orientar os líderes de turma e acompanhar suas ações

O líder de turma é o estudante indicado e eleito pela turma de sua classe, cuja função
é colaborar de maneira corresponsável na formação e no desenvolvimento do grupo
como um todo, por meio de vivências de liderança. Ele tem a responsabilidade de
incentivar a turma a fazer importantes reflexões sobre os estudos, as atitudes e os
comportamentos dentro do espaço escolar. Atuar como um líder de turma ajudará o
estudante a desenvolver e colocar em prática cinco macrocompetências socioemo-
cionais: resiliência emocional, engajamento com os outros, autogestão, amabilidade
e abertura ao novo.

O objetivo do líder de turma é ser uma referência positiva, trabalhar em equipe de ma-
neira a conviver com as diferenças, ser um elo entre os estudantes e a direção, atuar na
resolução de conflitos e mal-entendidos e propor soluções junto à comunidade escolar
para todos os assuntos da sala de aula e da escola, motivar e incentivar a integração, es-
timulando a participação protagonista dos colegas e, por fim, representar os estudantes
perante os educadores e toda a comunidade escolar.

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Uma atuação assertiva dos Líderes de Turma fará com que os demais estudantes per-
cebam o seu importante papel de interlocutores dentro da escola, sendo inspiração e
referência para os demais estudantes na busca pelo bem-estar coletivo e superação
de problemas por meio do diálogo respeitoso e ético.
Para garantir essa atuação assertiva, cabe ao Diretor de Escola elaborar uma formação
junto aos estudantes sobre o que é ser Líder de Turma e as atribuições e responsabili-
dades em torno dessa função. Desse modo, além de abordar esses pontos, é essencial
que a formação contemple os seguintes temas:

Protagonismo juvenil;

Os quatro pilares da educação;

Excelência em gestão;

Corresponsabilidade.

Realizada a formação de todos os discentes, a eleição dos Líderes de Turma deve ser
executada. Para isso, o Diretor de Escola precisará orientar os estudantes sobre esse
processo e enfatizar que a escolha do Líder de Turma é uma oportunidade para o
exercício da autonomia e do protagonismo juvenil e, por isso, deve ser feita com res-
ponsabilidade e consciência.
Após a etapa de eleição, o Diretor precisará organizar uma reunião com os novos Líde-
res de Turma para relembrar as atribuições e destacar o importante papel que desem-
penharão junto aos colegas de sala, compreendendo assim a relevância de sua atuação.

Dica

É imprescindível que os Líderes de Turma interiorizem que são parte essencial na resolu-
ção das situações de divergência ou nas reivindicações entre a turma que representam
e a equipe escolar.

O Diretor também deve programar reuniões periódicas e sistemáticas com os Líderes


de Turma. Vale ressaltar que os Líderes de Turma também realizam reuniões entre
eles e com sua turma.
Ao longo do ano, caberá ao Diretor de Escola orientar, acompanhar, monitorar e apoiar
as atividades dos Líderes de Turma. É importante verificar se os Líderes estão se au-
todesenvolvendo e sendo uma influência positiva junto à sua turma, demonstrando
liderança, proatividade e solidariedade e incentivando seus colegas a superarem as
dificuldades e desenvolverem seu protagonismo e o seu projeto de vida.

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Atenção

A ferramenta do PDCA é uma grande aliada para a análise do que está dando certo e do
que pode ser melhorado. Perceba o quanto as reuniões de alinhamento, em conjunto
com o método do PDCA e o procedimento passo a passo, quando organizadas e siste-
matizadas, podem contribuir para aperfeiçoar as práticas desenvolvidas nas escolas e
apoiar a sua gestão, garantindo a excelência!

Dica

Nas escolas PEI temos os Líderes de Turma e nas escolas de tempo parcial os Repre-
sentantes de Classe, ambos eleitos pelos colegas. A ideia é que as boas práticas do
PEI sirvam de inspiração para as escolas de tempo parcial. Que tal organizar e plane-
jar momentos de formação e troca entre os Representantes de Classe e o Diretor da
Escola, de forma a fomentar o desenvolvimento do protagonismo juvenil nos espaços
escolares? Essa é uma importante estratégia pedagógica e de gestão para aproximar
os estudantes e solidificar essa parceria, contemplando a premissa da replicabilidade
de práticas exitosas.

Tanto no papel de Líder de Turma quanto no de Representante de Classe, essas fun-


ções, quando bem compreendidas e apoiadas pela equipe escolar, promovem o pro-
tagonismo juvenil na medida em que os estudantes são estimulados a desempenhar
seu papel de líderes perante as dificuldades enfrentadas ao longo do percurso esco-
lar, ter sabedoria para respeitar as hierarquias, aprender a mediar as situações confli-
tuosas da sala e a encaminhar e propor soluções junto aos gestores da escola, conso-
lidando e promovendo essa importante parceria dentro do espaço escolar.
Reflexões sobre os Líderes de Turma e os Quatro Pilares da Educação
Nas reuniões com os Líderes ou Representantes, o Diretor de Escola precisa saber
ouvir, respeitar e dar voz aos estudantes, estimulando suas ideias e propostas de
soluções e conduzindo as propostas para um melhor caminho sempre que essas
soluções fugirem da governabilidade da escola ou até quando essas ideias gerarem
mais conflitos, sempre explicando os motivos e estabelecendo os limites de atuação
de cada um.
Nesses alinhamentos, é de extrema importância que o Diretor tenha conhecimento
dos Quatro Pilares da Educação para o Século XXI (DELORS, 1998), pois precisará

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estimular nos estudantes o pilar “Aprender a Conhecer”, já que por eles serem os lí-
deres é natural que outros jovens se sintam confiantes para tirar suas dúvidas sobre
a matéria e que eles precisem auxiliá-los.
Por trabalhar constantemente como elo entre a equipe dos estudantes e a equipe dos
professores, o Líder de Turma precisa ser estimulado quanto à sua prática interpessoal,
sempre visando à resolução dos conflitos existentes e evitando a criação de novas situa-
ções. É interessante que o Diretor ensine técnicas de mediação de conflitos (pilar “Apren-
der a Conviver”).
Os líderes são estimulados pelo Diretor a relatar os pontos de atenção, as dúvidas e as
boas práticas que sua turma tem vivenciado. Nesse momento, é importante que seja
pontuado o que o líder fez para resolver a situação ou como ele estimulou os outros
estudantes a relatarem suas práticas exitosas e compartilharem suas experiências
para a melhoria do seu aprendizado e, consequentemente, de todos da turma (pilar
“Aprender a Fazer”).
A liderança traz consigo muitas responsabilidades e compromissos. O Diretor deve ex-
plicar que os estudantes líderes são exemplos e, antes de auxiliar os outros a resolve-
rem seus problemas, é preciso se conhecer e saber dos seus limites e fragilidades para
procurar superá-los. É importante que o Diretor, nas reuniões de alinhamento, desen-
volva atividades de autoconhecimento para esses jovens (pilar “Aprender a Ser”).
Na prática
A Diretora Lúcia passou nas salas do 6o ano C para falar com os estudantes sobre o
processo de eleição dos Líderes de Turma. Luiz, um dos estudantes novos, fez uma
pergunta: “Esse líder é para mandar na sala ou contar se alguém não se comportar
direito ou não fizer as lições?”.
Depois de ouvir a pergunta do Luiz, a Diretora pediu que todos prestassem atenção e
começou a explicar a importância dessa liderança:
“Em primeiro lugar, ser líder significa ser a voz da turma, seja para passar as informa-
ções que a sala julgar necessário, seja para encaminhar as reivindicações ou para
compartilhar as informações da escola, como eventos, atividades que vão acontecer,
datas comemorativas, entre outros.”
Ela esclareceu que, sempre que tiver algum tipo de reivindicação, essa deverá vir
acompanhada de proposta de soluções.
Explicou que ser líder é saber conviver com os colegas, prestando atenção quando
alguém não está bem para tentar ajudar, ou então informar os docentes e o tutor,
ajudar a turma a melhorar nos estudos, auxiliando os que estão em defasagem, e ter
proatividade ante as dificuldades. Lembrou também que os jovens estão na escola
para aprenderem a ser autônomos, solidários e competentes.
Neste momento, João e Alice levantaram a mão e disseram que gostariam de ser os
líderes da turma. Alguns estudantes disseram que Eva poderia ser a líder da turma,
pois ela sempre ajudava os colegas, era uma estudante inteligente e criativa e tinha
sido monitora nas aulas de Matemática.

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Eva ficou surpresa, pois ela era muito quieta e achava que os colegas não gostavam
dela; então, quando foi questionada se seria a líder, ela disse que não poderia assumir
essa responsabilidade.
A Diretora Lúcia esclareceu para os estudantes que o líder eleito terá todo o apoio
que precisar da direção da escola em reuniões periódicas. Então, Lúcia pediu para
Eva pensar nessa possibilidade, já que seus colegas estavam reconhecendo nela este
potencial; pediu também que João e Alice preparassem suas propostas para a eleição,
que ocorreria no dia seguinte.
Após a indicação, Eva se sentiu desafiada e foi durante uma conversa com sua mãe
que tomou a decisão de aceitar essa oportunidade.
No dia seguinte, ocorreu a eleição. Os três candidatos eram João, Alice e Eva. Após a
apresentação de suas propostas, os estudantes realizaram a votação. Por maioria de
votos, Eva foi eleita a Líder da Turma.
Os dias foram passando e Eva foi sendo estimulada pela Diretora, aprendendo cada
vez mais sobre o seu papel como Líder de Turma e como se posicionar diante da sala
de aula e, ao final do bimestre, aquela insegurança inicial nem existia mais.
Havia um ponto que ninguém tinha ensinado a Eva, mas que a deixava inquieta. Era
sobre a entrada de novos estudantes no decorrer do bimestre em sua turma. Ela, então,
começou a se questionar: como engajar os novos estudantes nas práticas do cotidiano
da turma? Como fazer com que eles respeitassem as regras e tivessem o mesmo entro-
samento que os demais colegas?
Esses questionamentos não saíam de sua cabeça. Foi então que teve a seguinte ideia:
primeiramente, esses novos colegas não haviam passado pelo acolhimento inicial, e
isso dificultava sua inserção no PEI, pois muitos não tinham refletido sobre seus Pro-
jetos de Vida.
Para resolver essa situação, levou esse problema para a Diretora e perguntou se po-
dia conversar com os acolhedores e entender um pouco mais sobre como era feito o
acolhimento inicial. Em seguida, conversaria com o Professor de Projeto de Vida (PV)
para que, em uma ou duas aulas, ela pudesse fazer o acolhimento, junto com uma pe-
quena equipe, com todos os estudantes novamente e, por fim, estimular esses novos
estudantes a pensarem sobre seus Projetos de Vida.
A ação foi um sucesso. Todos os estudantes tiveram a oportunidade de refletir um
pouco mais sobre seus Projetos de Vida, sobre o caminho que queriam seguir, e,
consequentemente, viram um propósito em seus estudos. A ação teve um resulta-
do impactante nos indicadores de desempenho da Avaliação da Aprendizagem em
Processo (AAP) de sua turma, e Eva teve sua posição de líder percebida e respeitada
pelos novos estudantes.

19
1. Como você pôde perceber, Eva conseguiu compreender na prática os Quatro Pilares
da Educação. Relacione os trechos recortados do cenário ao pilar correspondente:
Aprender a Fazer, Aprender a Ser, Aprender a Conviver ou Aprender a Conhecer.
a) Alguns estudantes disseram que Eva poderia ser a líder da turma, pois ela sem-
pre ajudava os colegas, era uma estudante inteligente e criativa e tinha sido mo-
nitora nas aulas de Matemática.
Eva ficou surpresa, pois ela era muito quieta e achava que os colegas não gosta-
vam dela.

b) Após a indicação, Eva se sentiu desafiada e foi durante uma conversa com sua
mãe que tomou a decisão de aceitar essa oportunidade.

c) Esses questionamentos não saíam de sua cabeça; foi então que teve a seguinte
ideia [...].

d) Havia um ponto que ninguém tinha ensinado a Eva, mas que a deixava inquieta.
Era sobre a entrada de novos estudantes no decorrer do bimestre em sua turma.
Ela, então, começou a se questionar: como engajar os novos estudantes nas prá-
ticas do cotidiano da turma? Como fazer com que eles respeitassem as regras e
tivessem o mesmo entrosamento que os demais colegas?

20
Acompanhar o desenvolvimento das ações pedagógicas voltadas à
implementação do Currículo Paulista e da Parte Diversificada/Itinerário
Formativo, favorecendo o processo de aprendizagem dos estudantes

O ambiente escolar não é uniforme e padronizado; muitas situações semelhantes


acontecem, porém cada unidade escolar possui uma realidade e necessidades es-
pecíficas. Para lidar com os desafios diários e superá-los é importante que o Diretor
conheça muito bem as atribuições de cada membro de sua equipe, suas potenciali-
dades e fragilidades.
Durante o ano letivo haverá diversas situações nas quais o Diretor precisará saber
quem é o responsável por lhe fornecer dados e informações necessários para que
possa acompanhar o andamento das ações. Também precisará conhecer muito bem
a sua equipe para fazer os encaminhamentos necessários.
Esse processo de delegar funções é mais evidente ainda nas escolas do PEI do modelo
de dois turnos de sete horas, pois o Diretor não está o tempo todo na escola, contando
com o apoio e a parceria do Vice-Diretor para o acompanhamento dos trabalhos. Por
esse motivo, as diretrizes e os encaminhamentos devem ser muito bem compreen-
didos, conversados e alinhados. A socialização das informações e a existência de uma
comunicação assertiva no ambiente de trabalho são tudo!
Mas não é somente delegar essas atribuições: o Diretor precisa acompanhar e mo-
nitorar todo o percurso das ações e dar total condição para que essas ações possam
ser viabilizadas. É importante que ele esteja ciente de tudo que está acontecendo na
escola; por isso, os alinhamentos têm um papel essencial no processo.
É durante as reuniões de alinhamento que o Diretor é informado sobre o que o Vice-
-Diretor e o PCG estão realizando e, consequentemente, sobre as ações das equipes
que eles apoiam, como a equipe de Professores Coordenadores de Área, o Grêmio
Estudantil, os Jovens Acolhedores, os Professores dos componentes do Currículo Pau-
lista e Parte Diversificada/Itinerário Formativo, entre outras equipes.
Esse monitoramento e esse acompanhamento podem ser realizados de diversas for-
mas: por meio de conversas, análise de documentos, análise de índices e dados, veri-
ficação de pautas e atas de reuniões, entre outras evidências.
No PEI é importante que cada membro esteja bem ciente de suas atribuições e pa-
péis para um não realizar uma atividade que compete ao outro; dessa forma, o Diretor
é o responsável por dar o direcionamento às ações.

21
Mas, afinal, o que delegar para o PCG e para o Vice-Diretor? Em uma esfera geral, o PCG
é responsável por cuidar e/ou acompanhar a implementação e o desenvolvimento do
Currículo Paulista e da Parte Diversificada/Itinerário Formativo do programa, exceto a
Tutoria e as aulas de Projeto de Vida que são responsabilidades do Vice-Diretor, que
também tem outras atribuições, como acompanhar o Grêmio Estudantil e a equipe de
acolhedores, entre outras funções. Nos próximos módulos, vocês poderão se aprofundar
um pouco nas atribuições de cada uma dessas funções.

Na prática
No momento de um atendimento aos pais e responsáveis, chegaram Carlos e Cristina,
pais de Ana, para uma conversa com a Diretora, Lúcia. Muito educadamente, apresen-
taram-se e informaram que estavam com um problema com a professora de História,
Sara. Lúcia acolheu os pais e pediu para que eles explicassem o que estava acontecendo.
Carlos começou a falar, explicando que sua filha era muito tímida; por isso, não quis
conversar com a Diretora e pediu para que eles fossem à escola.
Cristina falou que há dias tem recebido queixas de Ana sobre os Guias de Aprendiza-
gem e o conteúdo ministrado nas aulas. Então, pegou o caderno da Ana e uma cópia
do Guia de Aprendizagem e os mostrou à Diretora. No caderno havia aulas de História
sobre o Egito Antigo, e no Guia a docente tinha sinalizado que iria ensinar sobre His-
tória do Brasil. E, para piorar a situação, na avaliação surpresa que a professora havia
dado há dois dias (Cristina entrega a cópia da avaliação à Diretora), a docente tinha
colocado questões sobre História do Brasil.
Lúcia tira uma cópia dos documentos apresentados pelos pais, registra a ocorrência em
seu livro, informa que vai conversar com a professora para entender melhor a situação
e, em breve, dará um parecer aos pais.
Preocupada com a situação, a Diretora chamou o PCG, Daniel, e o PCA de Ciências
Humanas, André, para uma reunião de alinhamento.
Ao chegarem, Lúcia expôs o ocorrido e mostrou as evidências que os pais apresen-
taram. Prontamente, André buscou em seus registros os Guias da professora Sara e
constatou que o documento é realmente o que está exposto na sala. Em seguida, a Di-
retora pediu para que André conversasse com Sara para entender o que aconteceu e,
depois, informasse quais foram as ações realizadas para sanar o ponto de atenção.
André foi conferir o horário de aulas e percebeu que a docente estava em Horário de
Estudo (HE) naquele momento. Então, chamou-a para conversar. Durante a conver-
sa, o PCA foi muito pontual e informou que havia recebido algumas queixas de pais
quanto ao conteúdo trabalhado nas aulas e perguntou o motivo de lecionar habilida-
des diferentes das que estão nos Guias de Aprendizagem.

22
Sara então informou que estava se adaptando ao Programa Ensino Integral e, por ser
seu primeiro ano no programa, estava tendo dificuldades no desenvolvimento dos
documentos e das ações. Por esse motivo, ela optou por ministrar o mesmo objeto de
conhecimento para todas as suas turmas, assim facilitando a elaboração de seus pla-
nos de aula. Sara pediu para o PCA não se preocupar que essa situação já estava em
seu radar e que no ano seguinte ela acertaria a situação, já que grande parte de seus
planos de aula deste ano já estavam prontos.
O PCA explicou que essa situação não deveria acontecer, pois os estudantes preci-
sam aprender os objetos de conhecimento do ano/série em que estão matriculados.
Ressaltou que o Currículo Paulista deve ser seguido por todas as unidades escolares.
Acordou com a Sara que ela não mais daria avaliações surpresa, pois esse tipo de prá-
tica não mede o desenvolvimento dos estudantes e, por não se tratar das habilidades
lecionadas, não serviria como um indicador da aprendizagem.
O PCA também informou que ele e o PCG estavam ali para auxiliá-la e que juntos iriam
criar uma estratégia para a recuperação das habilidades que os estudantes deixaram
de aprender, trabalhando simultaneamente com as habilidades do próprio bimestre.
Além disso, até a situação ser resolvida, o PCA iria acompanhar suas aulas a fim de
auxiliá-la em suas práticas. A docente agradeceu a ajuda e a compreensão do PCA.
Ao final da reunião com a docente, André chamou o PCG e a Diretora, informou sobre
as ações que ficaram acordadas e enfatizou que iria acompanhar e monitorar siste-
maticamente as aulas de História.
Lúcia agradeceu a André pela disposição em ajudar e pelo direcionamento das ações.
Avisou também que iria chamar os pais de Ana para posicioná-los sobre os encami-
nhamentos dados à situação.

23
Caro cursista, na situação exposta, você percebeu qual é o percurso que acontece
quando chega um ponto de atenção da parte pedagógica para o Diretor? Abaixo
apresentamos algumas ações-chave desse percurso.

Ponto de atenção trazido pelos pais de Ana;

Informar o PCG do ponto de atenção;

Informar o PCA do ponto de atenção;

Alinhar com o Professor o que precisa ser repensado;

Definir e aplicar as ações corretivas;

Dar feedback ao PCG;

Dar feedback ao Diretor.

Articular o Plano de Ação com os Programas de Ação dos professores e


Projetos de Vida dos estudantes

Durante a reunião de Planejamento, é hora de realizar o documento norteador das


escolas do Programa Ensino Integral, chamado de Plano de Ação.
É nele que são organizadas as ações da escola com base nos indicadores, objetivos,
prioridades, premissas e resultados esperados. O Diretor é responsável por mediar,
sistematizar e validar as propostas e ideias da equipe e da comunidade escolar para o
preenchimento do documento.
O Plano de Ação deve conter atividades que foram destacadas como ponto de aten-
ção durante a reunião. Neste documento são priorizados alguns pontos de atenção,

24
mas isso não quer dizer que não podemos elaborar ações para os demais pontos le-
vantados, como vimos no Módulo 1.
Após a elaboração do Plano de Ação, todos os profissionais devem fazer seus Progra-
mas de Ação. Para cada ponto de atenção elencado no Plano de Ação, o profissional
deverá refletir sobre como ele poderá abordar aquela situação em suas práticas, com
o objetivo de sanar esses pontos de atenção.

É fundamental que o Diretor compreenda que todos os membros da escola são impor-
tantes e têm um papel fundamental para a organização e o sucesso das ações planeja-
das. Ele deve confiar no trabalho de sua equipe e saber direcionar as ações, conforme o
perfil de cada profissional.
É importante que defina qual pessoa ficará responsável por qual ação, os prazos, as es-
tratégias que serão utilizadas, entre outros. O Diretor precisará acompanhar todo o pro-
cesso, pois é neste momento que ele monitora as ações e apara as arestas de algo que
não está sendo realizado a contento para que seja possível corrigir os rumos a tempo.

O Diretor que valoriza somente o trabalho administrativo e se fecha dentro da sua


sala não conseguirá garantir uma importante premissa do Programa – a excelência
em gestão –, pois é nas conversas informais, nas reuniões com líderes ou durante um
bate-papo com os professores no intervalo que ele conseguirá perceber as falhas e
orientar alguma ação que não está dando certo. É preciso estar junto, liderar o pro-
cesso, apoiar e incentivar sua equipe e dar condições para que as propostas sejam
implementadas.
Temos que lembrar que a escola funciona como uma engrenagem: todos precisam
saber sua função e suas atribuições para que os objetivos e metas sejam alcançados.
O Diretor é o maquinista, aquele profissional que detecta quando esses mecanismos
estão falhando e, então, realiza alinhamentos e ajustes para que tudo volte a funcionar
corretamente.
Na prática
Na reunião de alinhamento do trio gestor, a Diretora Lúcia abriu a reunião perguntan-
do como estava a elaboração dos Programas de Ação dos professores.
A Vice-Diretora Margarida explicou que terminou a sistematização dos produtos do
Acolhimento e já estava tabulando os dados para levantar as informações acerca das
opções de Projeto de Vida que os estudantes apontaram, já que este compilado dos
registros dos Projetos de Vida é fundamental para subsidiar as ementas das eletivas e
os Programas de Ação dos docentes de Projeto de Vida.
O PCG respondeu que vem acompanhando a validação dos Programas de Ação dos
professores pelos PCA de cada área. A Diretora estipulou uma data-limite para en-
cerrar a ação de compilar os dados de Projeto de Vida dos estudantes, pois é de sua

25
responsabilidade garantir que as ações sejam desenvolvidas dentro do prazo previsto
para não impactar as demais atividades planejadas.

Cursista, você percebeu que a Diretora é a responsável pela articulação do Plano de


Ação aos Programas de Ação e, para isso, os documentos devem ser sistematizados
e elaborados dentro dos prazos estabelecidos, pois deles dependem os encaminha-
mentos do processo de aprendizagem dos estudantes.

2. Caro cursista, relacione as situações descritas abaixo aos documentos corresponden-


tes: Guia de Aprendizagem, Agenda da Escola, Plano de Ação, Procedimento Passo
a Passo, Projeto de Vida ou Programa de Ação.
a) O estudante Guilherme está confuso quanto ao caminho que deve seguir na vida
adulta. Qual documento pode apoiá-lo?

b) O responsável por um estudante deseja saber quando foi programada a expedi-


ção cultural do 8o Ano A. Qual instrumento de gestão pode apoiá-lo?

c) O supervisor solicita evidências para o Diretor sobre ações do Professor de Educa-


ção Física empregando metodologias diferenciadas. Qual instrumento de gestão
pode apoiá-lo?

d) A Professora de Arte não se recorda de quais metas a escola precisa atingir. Qual
instrumento de gestão pode apoiá-la?

e) O Professor de Geografia necessita registrar e socializar com os estudantes, pais e


demais membros da equipe escolar os objetos de conhecimento, as estratégias,
as metodologias e as ações que desenvolverá no bimestre. Qual instrumento de
gestão pode apoiá-lo?

f) O Diretor precisa de orientação sobre o processo de tomada de decisões na im-


plementação do Programa Ensino Integral. Qual instrumento de gestão pode
apoiá-lo?

26
Estabelecer parcerias que contribuam com a execução do Plano de Ação da
escola

Cursista, você já pensou que é possível articular parcerias entre diferentes instituições
de ensino – ou até mesmo trazer uma empresa – para expandir os horizontes dos es-
tudantes? Acompanhe o cenário exposto e verifique a resposta para essa pergunta!
Vamos lá?
Na prática
A Professora Virgínia, de Língua Portuguesa, ao redigir seu Guia de Aprendizagem,
lembrou que, na elaboração do Plano de Ação, foi prevista a realização de palestras
para os estudantes durante o ano letivo.
Verificou que muitos estudantes tinham dificuldade em utilizar as tecnologias e pen-
sou na realização de uma palestra sobre inclusão digital. Ela escreveu o projeto, fez
parceria com o Professor de Inglês e conversou com o PCG para pensar quais pales-
trantes poderiam chamar para apoiá-los nessa ação.
Durante a reunião de alinhamento da equipe gestora, o PCG falou sobre os projetos
que os docentes estavam pensando em desenvolver durante o bimestre.
A Diretora lembrou de uma universidade próxima à unidade escolar que ofereceu
parceria no ano anterior. Entrou em contato com o departamento responsável e con-
seguiu um palestrante para o próximo mês.

27
Nesse cenário, podemos observar algumas premissas do Programa Ensino Integral,
como a corresponsabilidade, quando todos se mobilizam na busca da parceria para via-
bilizar a palestra. Caso a atividade seja um sucesso, poderá ser divulgada como uma das
boas práticas desenvolvidas pela unidade escolar, propiciando a sua replicabilidade.

Cursista, conforme já mencionado ao longo deste curso, o Guia de Aprendizagem


deve estar em consonância com o Plano de Ação da unidade escolar e também com
o Programa de Ação de cada profissional. É por meio do Plano de Ação que a equipe
escolar pode estruturar ações para engajar a comunidade escolar na busca por im-
portantes parcerias.
Essas parcerias podem, por exemplo, acontecer entre membros da própria escola,
quando algum Professor, funcionário, estudante ou pai/responsável, compartilha seus
conhecimentos com todos. Também podem acontecer por intermédio de institui-
ções, outras escolas, faculdades ou universidades. São muitas possibilidades!

Divulgar os Guias de Aprendizagem à comunidade escolar

Cursista, durante sua trajetória como educador, certamente você se questionou sobre
a importância dos estudantes, pais ou responsáveis saberem quais objetos de conhe-
cimento e estratégias de aprendizagem estão sendo trabalhados durante as aulas.
Vamos acompanhar um exemplo prático de como a divulgação dos Guias de Apren-
dizagem se torna benéfica para toda a comunidade escolar.
Na prática
Veja a história na animação: https://midiasefape.educacao.sp.gov.br/ava/pei/025_EFA
PE_PEI_Modelos_de_Gestao_Guias_de_Aprendizagem.mp4.
Cursista, perceba que cabe ao Diretor garantir a ampla divulgação dos Guias, poden-
do, por exemplo:

Colar nos murais da sala de aula;

Publicar nos murais do Google Sala de Aula da turma;

Publicar no blog e nas redes sociais da escola.

28
O monitoramento das ações do Guia é feito constantemente em reuniões de alinha-
mento entre o PCA e o docente e entre os Líderes de Turma (também responsáveis
pelo acompanhamento da execução dos Guias de Aprendizagem) e o Diretor, em que
é verificado se as estratégias estão sendo úteis e surtindo o efeito desejado, que é a
aprendizagem dos estudantes.

Importante

É importante que o Diretor esclareça aos estudantes que essas reuniões não têm como
objetivo fiscalizar o trabalho do Professor, mas contribuir para a aprendizagem da turma
e para a formação continuada do profissional.

Momento de Reflexão

Considerando o momento atual, em que passamos a utilizar a tecnologia mais ativa-


mente em nossa rotina pedagógica, quais outras formas de divulgar o Guia de Aprendi-
zagem o gestor pode utilizar?

Se você pensou nas plataformas de comunicação social como grupos de WhatsApp™


ou Telegram™ das salas ou YouTube™, entre outros, acertou!

Prestar informações aos órgãos regionais e centrais sobre o desenvolvimento


do programa

Cursista, no Módulo 1 exemplificamos toda a rede de apoio que opera em conjun-


to com as escolas do PEI para que o programa tenha êxito em sua implementação
nas novas escolas que aderiram ao programa, bem como nas escolas veteranas. Mas
como essa estrutura de suporte é efetiva na prática? No exemplo a seguir, você pode-
rá compreender melhor como essa articulação se concretiza.

29
Na prática
A Supervisora Mariana, durante o acompanhamento da unidade escolar, perguntou à
Diretora Lúcia como estava a implantação do PEI na unidade escolar.
A Diretora relatou que, durante o planejamento, começou a formação nos princípios
e premissas com os docentes, liderou a escrita do Plano de Ação e agora precisava
agendar a reunião N3 para dar início ao MMR. Como essa ação é realizada em conjun-
to com a supervisão, estava aguardando esse momento para que pudesse realizar a
referida reunião.

Reunião N3: O objetivo da Reunião N3 é promover um momento de reflexão sobre os


indicadores da unidade escolar e as ações desenvolvidas para propor adequações ao
cenário. A reunião N3 acontece em data e horário previamente definidos pelo Diretor
da unidade escolar com base no calendário da SEDUC-SP e conta com a presença da
equipe gestora da escola e de representantes dos segmentos da comunidade escolar e
com a equipe da Diretoria de Ensino. Nessa reunião será elaborado um documento que
subsidiará a reunião de N2.

Também informou que o PCG e os PCA estavam conduzindo a formação sobre os


Instrumentos de Gestão junto aos docentes para que todos construíssem juntos o
Programa de Ação e os Guias de Aprendizagens.
Encerrou seu relato dizendo que a Vice-Diretora fez um ótimo trabalho junto aos Jo-
vens Acolhedores no acolhimento dos profissionais e dos estudantes e, agora, estava
preparando a assembleia para a escolha dos tutores.
Verificaram suas agendas e marcaram para a semana seguinte a reunião N3 para ela-
boração do MMR.

30
Uma das atribuições do Diretor de Escola é informar à Diretoria de Ensino (DER) de sua juris-
dição e aos Órgãos Centrais (Gabinete, Coordenadorias e Subsecretarias), quando solicita-
do, as condições da unidade escolar, tanto pedagogicamente como administrativamente.

Assim como o Diretor tem um importante papel na orientação e no apoio aos profis-
sionais e estudantes da escola, os profissionais da Diretoria de Ensino, como o Super-
visor de Ensino e o Professor Coordenador do Núcleo Pedagógico (PCNP), também
são elementos-chave para garantir o sucesso das ações e o cumprimento das metas
da escola. Essa rica parceria é que consolida essa rede de apoio.

Orientar os Clubes Juvenis e as ações junto aos líderes de turma e definir


estratégias para o desenvolvimento do protagonismo juvenil

A orientação e o acompanhamento do Clube Juvenil é uma atribuição do Diretor,


apoiado pelo Vice-Diretor. O Diretor é o responsável por formar os estudantes e esti-
mular a criação dos Clubes Juvenis, monitorando suas ações constantemente e ava-
liando seus resultados no Plano de Ação de cada Clube Juvenil da unidade escolar. É
função do Vice-Diretor apoiar o Diretor nas ações de formação e acompanhamento
dos Clubes Juvenis.
O Clube Juvenil é um dos espaços no qual os estudantes podem desenvolver seu
protagonismo juvenil, principalmente no que se refere à autonomia, capacidade de
organização e gestão.
Na prática
As estudantes Ana, presidente do Clube Juvenil de Dança, e sua vice Lívia procuraram
a Diretora Lúcia, pois estavam tendo problemas com o espaço destinado à realização
do clube de dança, pois a sala é repleta de carteiras, e elas perdiam tempo demais re-
movendo o mobiliário e organizando o espaço.
Durante a reunião com os presidentes de Clube, a Diretora Lúcia solicitou que os es-
tudantes dessem sugestões de espaço para a realização do clube de dança. Os presi-
dentes então sugeriram, como alternativas, o jardim, o corredor da escola ou o espaço
ao lado do refeitório.

31
Ana gostou da sugestão do espaço ao lado do refeitório para realizar as atividades do
Clube, pois tinha tomadas para ligar o equipamento de áudio e uma área grande para
realizar as coreografias. A sugestão foi prontamente aceita por todos.

Cursista, você pôde notar que, durante a conversa, a Diretora estimula o protagonismo
e a autonomia. Por meio da escuta ativa, ela estimulou os estudantes a apresentarem
soluções para o problema em questão.

Dica

Os estudantes podem indicar em quais espaços gostariam de realizar os encontros de


seu Clube. Contudo, cabe ao Diretor avaliar se a escolha está adequada aos objetivos
do Clube e se o espaço é seguro, entre outros fatores. Caso haja discordâncias, é funda-
mental que o gestor explique as razões para os estudantes. Os Clubes podem ser fixos
em um local, o que não impede a possibilidade de utilizarem outros espaços apenas em
um único dia, se houver interesse por parte dos estudantes para realizar uma atividade
específica. Contudo, o Diretor deverá ser avisado com antecedência.
Por exemplo, caso a escola tenha um clube de revitalização do espaço e os estudantes
queiram pintar as portas das cabines dos banheiros, por que não autorizar? O Diretor
pode marcar um dia antecipadamente, junto com o Presidente e Vice, avisar toda a
comunidade escolar e pedir ao Agente de Organização Escolar apoio para acompa-
nhar o processo.

32
Sobre o Cumprimento do Regime de Dedicação Plena e Integral
(RDPI) e as Substituições entre os Professores, quando Necessário

De acordo com a Lei Complementar no 1.164, de 4 de janeiro de 2012 (alterada pela Lei
Complementar no 1.191, de 28 de dezembro de 2012), as escolas que fazem parte do pro-
grama contam com o Regime de Dedicação Plena e Integral (RDPI), o que significa que
todos os profissionais do quadro do magistério têm jornadas de oito horas diárias, to-
talizando 40 horas semanais, fazendo jus à Gratificação de Dedicação Plena e Integral
(GDPI). No caso do Diretor de Escola, essas horas são divididas entre a parte pedagógica
e a administrativa.

Precisamos lembrar que não existem aulas vagas no Programa e, caso algum docente
precise se ausentar, será substituído pelo colega de área com menor número de au-
las e que esteja em Horário de Estudo (HE) ou pelo PCA se não estiver em aula ou até
mesmo pelo PCG, em caráter excepcional, para que a turma não fique sem aula.
Acesse o cenário de decisões, uma atividade interativa em que você vai escolher
por quais caminhos seguir: https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/mod/lesson/view.
php?id=4687.

33
Encerramento do Módulo

Caro cursista, chegamos ao final do Módulo 2. Esperamos que você tenha compreen-
dido as principais atribuições do Diretor de uma escola do Programa Ensino Integral e
como sua atuação de liderança pode fazer toda a diferença nos resultados da escola.
No próximo módulo abordaremos as atribuições do Vice-Diretor. Até lá!

34
Referências Bibliográficas

DELORS, Jacques. Os quatro pilares da educação. In: DELORS, Jacques (coord.). Edu-
cação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez/Unesco, 1998. p. 89-102.
RODRIGUES, Viviane. Reunião de alinhamento de equipe: 7 dicas para colocar todos
na mesma página. Siteware, 9 mar. 2020. Disponível em: https://www.siteware.com.
br/blog/reunioes/reuniao-alinhamento-equipe. Acesso em: 8 mar. 2021.
SÃO PAULO (Estado). Lei Complementar no 1.164, de 4 de janeiro de 2012. (Atuali-
zada até a Lei Complementar no 1.191, de 28 de dezembro de 2012.) Institui o Regime
de Dedicação Plena e Integral – RDPI e a Gratificação de Dedicação Plena e Integral
– GDPI aos integrantes do quadro do magistério em exercício nas escolas estaduais
de Ensino Médio de período integral, e dá providências correlatas. Disponível em:
https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei.complementar/2012/lei.comple
mentar-1164-04.01.2012.html. Acesso em: 8 mar. 2021.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Resolução Seduc no 85, de 19 de no-
vembro de 2020. Estabelece as diretrizes da organização curricular do Ensino Funda-
mental, do Ensino Médio e das respectivas modalidades de ensino da Rede Estadual
de Ensino de São Paulo e dá providências correlatas. Disponível em: https://avaefape2.
educacao.sp.gov.br/pluginf ile.php/860309/mod_resource/content/67/Resolucao_
SE_n%C2%BA_85-2020.pdf. Acesso em: 8 mar. 2021.

35
Gabaritos

1. a) Aprender a conhecer.
Comentários:
Este pilar é diretamente associado às capacidades cognitivas e metacognitivas que o estu-
dante deve desenvolver.

1. b) Aprender a ser.
Comentários:
Este pilar envolve a capacidade para o autoconhecimento, ou seja, desenvolver a visão que o
estudante tem de si próprio e que o outro tem sobre ele.

1. c) Aprender a fazer.
Comentários:
Trata-se da habilidade de colocar em prática, ou seja, de materializar uma ideia, transpondo
do plano mental para a concretização efetiva.

1. d) Aprender a conviver.
Comentários:
Trata-se da habilidade e arte de conviver com os demais, respeitando e sendo respeitado pela
comunidade em que se integra.

2. a) Projeto de Vida.
Comentários:
A situação descrita necessita de apoio no material Projeto de Vida – Caderno do Aluno e no
documento que cada estudante, com auxílio de seu tutor, elabora para o desenvolvimento de
seu Projeto de Vida.

2. b) Agenda da Escola.
Comentários:
A situação descrita necessita de um instrumento de gestão que registre datas de eventos es-
colares. Os instrumentos de gestão foram abordados na Unidade 2 do Módulo 1.

2. c) Programa de Ação.
Comentários:
A situação descrita necessita de um instrumento de gestão que registre evidências de ações
desenvolvidas pela equipe escolar. Os instrumentos de gestão foram abordados na Unidade 2
do Módulo 1.

2. d) Plano de Ação.
Comentários:
A situação descrita necessita de um instrumento de gestão que registre os indicadores e as
ações a serem desenvolvidas pela equipe escolar. Os instrumentos de gestão foram aborda-
dos na Unidade 2 do Módulo 1.

36
2. e) Guia de Aprendizagem.
Comentários:
A situação descrita necessita de um instrumento de gestão que registre os objetos de conhe-
cimento, estratégias, metodologias e as ações a serem desenvolvidas pelo docente durante o
bimestre. Os instrumentos de gestão foram abordados na Unidade 2 do Módulo 1.

2. f) Procedimento Passo a Passo.


Comentários:
A situação descrita necessita de um instrumento de gestão de apoio ao cumprimento das
etapas essenciais para a execução do Plano de Ação. Os instrumentos de gestão foram abor-
dados na Unidade 2 do Módulo 1.

Organogramas das páginas 12 e 13 elaborados pelos autores do curso. Demais ilustra-


ções e fotografias: Getty Images.

37
Anexo 1

ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DO DIRETOR PEI

• Planejar e implantar todas as ações pedagógicas e de gestão escolar;


• Apoiar toda a equipe escolar, mantendo-a coesa, motivada e alinhada
com os valores, princípios e premissas do programa;
• Coordenar a elaboração e a execução do Plano de Ação da escola;
• Articular o Plano de Ação com os Programas de Ação dos professores e
projetos de vida dos estudantes;
• Estabelecer parcerias que contribuam com a execução do Plano de Ação
da escola;
• Divulgar os Guias de Aprendizagem à comunidade escolar;
• Acompanhar o desenvolvimento das ações pedagógicas voltadas à
implementação da Base Nacional Comum Curricular e da Parte
Diversificada/Itinerário Formativo, favorecendo o processo de
aprendizagem dos estudantes;
• Orientar os Clubes Juvenis e acompanhar as ações dos presidentes dos
clubes;
• Orientar os líderes de turma e acompanhar suas ações;
• Prestar informações aos órgãos regionais e centrais sobre o
desenvolvimento do programa.

FONTE: SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Caderno do gestor – Modelo


pedagógico e de gestão, 2021. p. 30.

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Anexo 2

SUGESTÃO DE CHECKLIST

Sabemos que toda mudança gera medo e apreensão. Para auxiliar na implementação do Programa
Ensino Integral, elaboramos uma sugestão de checklist para orientar o diretor nesse processo.
Registre neste checklist o seu planejamento prévio, indicando, para cada ação mapeada, QUEM,
QUANDO, COMO e ONDE ela ocorrerá, utilizando TDICs quando necessário para o acompanhamento
remoto.

PROGRAMA ENSINO INTEGRAL


Checklist de implementação – Diretor
.
ATENÇÃO: Caso a escola já faça parte do PEI, atentar a todos os novos profissionais, estudantes e seus
familiares que devem ser acolhidos e orientados sobre o programa.

Primeiros passos para implementar o Programa Ensino Integral

Formar equipe escolar e verificar se todos os profissionais foram alocados conforme o módulo da
unidade escolar.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Realizar reunião de alinhamento da equipe gestora, para organização do planejamento escolar.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Verificar os recursos e insumos para o retorno às aulas em parceria com o vice-diretor.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

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Durante as reuniões de planejamento e com a equipe docente completa, promover um momento para
escolha dos PCA.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Combinar momentos para alinhamentos verticais e horizontais.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Elaborar grade horária da escola.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Alocar professores (“atribuição”).

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

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Elaborar agenda da escola.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Iniciar elaboração do Plano de Ação.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Orientar jovens acolhedores e definir como será o acolhimento a toda a comunidade escolar.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Primeira semana de aula

Garantir realização do acolhimento no primeiro dia de aula.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:________________________________________________________________

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Garantir sistematização dos produtos do acolhimento relacionados a projeto de vida.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Garantir socialização dos produtos do acolhimento em ATPCG.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Garantir construção das Eletivas com base nos projetos de vida dos estudantes.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Garantir eleição de líderes de turma.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Realizar reunião de alinhamento com líderes de turma, promovendo sua formação.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

42
Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Combinar momentos de alinhamentos com líderes de turma.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Receber agendas dos professores.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Garantir aplicação da Avaliação Diagnóstica de Entrada (ADE).

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Segunda e terceira semanas de aula

Garantir momento de escolha de tutores pelos alunos (vice-diretor e líderes de turma).

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

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Validar as Eletivas propostas pelos docentes.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Garantir Feirão de Eletivas.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Garantir que os líderes de turma orientem os estudantes sobre Clubes Juvenis e elaboração de
projetos de clube.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

Garantir reunião de pais e responsáveis para explicar o PEI e apresentar o Plano de Ação da escola.

Quem:_______________________________________________________________

Quando:_____________________________________________________________

Como:_______________________________________________________________

Onde:_______________________________________________________________

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Anexo 3

Reuniões de alinhamento

Quem? O quê?
➔ Monitoramento dos indicadores do Plano de Ação.
Diretor com PCG e Vice-Diretor ➔ Monitoramento das ações previstas na Agenda da escola.
➔ Análise dos indicadores dos resultados de avaliações (compreendidas como indicadores de processo para o
estudante, o professor, o componente curricular, a área e a escola) e tomada de decisão para melhoria contínua.
➔ Monitoramento dos Programas de Ação dos profissionais da escola e de suas entregas para o Plano de Ação da
Escola – planejamento de apoio ao desenvolvimento dos profissionais (formação continuada)
➔ Informação do PCG e Vice-Diretor ao Diretor sobre recursos que devem ser mobilizados para efetivação do
Currículo.
➔ Verificação dos resultados do acolhimento diário, das aulas de Projeto de Vida, das Eletivas, das aulas de
Orientação de Estudos, das aulas de Práticas Experimentais e das aulas dos componentes do Currículo Paulista
Quando? em relação às entregas para o Plano de Ação da Escola: tomada de decisão quanto a ajustes imediatos.
➔ Verificação dos resultados das ações dos Líderes de Turma e dos Clubes Juvenis em relação às suas entregas para
Semanalmente, ao menos um o Plano de Ação da Escola: tomada de decisão quanto a ajustes imediatos.
tempo; definido na Agenda ➔ Diretor informa ao PCG o andamento das aulas de Orientação de Estudos, conforme sua coleta na reunião com
Semanal os líderes de turma.
➔ Diretor informa ao PCG a percepção dos líderes de turma sobre o desenvolvimento dos Guias de Aprendizagem.
➔ Vice-Diretor informa ao PCG o andamento das aulas de Projeto de Vida e Protagonismo Juvenil.
➔ PCG informa ao Vice-Diretor as demandas com foco na tutoria no período (semana ou quinzena), conforme a
coleta do PCG junto aos PCA (e desses com os professores).
➔ Vice-Diretor informa ao PCG os resultados da tutoria no período (semana ou quinzena), para alinhamento do
PCG com os PCA e desses com os professores nas áreas.

Elaborado pela equipe EFAPE com base nos documentos norteadores do PEI.

Quem? O quê?
➔ Líderes informam ao Diretor o andamento das metas de desempenho da turma pactuadas no Conselho
Diretor com líderes de turma Participativo.
➔ Diretor apoia os líderes em estratégias de melhoria de desempenho, pautadas no exercício dos
Quando?
princípios educativos.

Ao menos mensal, constando na ➔ Líderes informam ao Diretor o andamento e as aprendizagens a partir do monitoramento dos Guias de
Agenda da Escola (periodicidade menor Aprendizagem em suas turmas.
enquanto as práticas de protagonismo
➔ Líderes informam ao Diretor o andamento das aulas de Orientação de Estudos.
ainda estão na relação de dependência
ou somente colaboração). ➔ Diretor monitora com os líderes as ações relativas de combate à infrequência, acolhimento de

estudantes (contínuo) e atrasos.

Quem? O quê?

Diretor com Presidentes dos Clubes ➔ Monitoramento pelo Diretor do Plano de Ação dos Clubes.
Juvenis ➔ Diretor apoia os Presidentes em suas demandas (o que não significa prover, mas, por exemplo, facilitar
Quando? o acesso a espaços da escola, facilitar e apoiar em contatos para parcerias, entre outros).

Ao menos mensal, constando na


Agenda da Escola (periodicidade menor
enquanto as práticas de protagonismo
ainda estão na relação de dependência
ou somente colaboração).

Elaborado pela equipe EFAPE com base nos documentos norteadores do PEI.

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