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VICE-DIRETOR DE ESCOLA
Abertura do Módulo
Consideramos essencial que toda a equipe escolar esteja familiarizada com as respon-
sabilidades de cada ator dentro da estrutura do PEI. Conhecer as atribuições de cada
profissional é fundamental para garantir o bom andamento dos trabalhos e uma co-
municação assertiva entre as pessoas, pois é a partir deste conhecimento que identi-
ficamos a quem recorrer em determinadas situações, conforme o escopo de atuação,
implicando maiores chances de sucesso no objetivo principal do programa, que é a
formação de jovens autônomos, solidários e competentes.
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Com relação às atividades específicas do Modelo Pedagógico, o Vice-Diretor é respon-
sável pelo acompanhamento e sistematização dos Projetos de Vida dos estudantes,
pelo gerenciamento da metodologia da tutoria e pelo apoio às ações dos docentes de
Protagonismo Juvenil e Projeto de Vida.
Atenção
Lembramos que todos os profissionais devem ter como base os princípios e premissas
do programa, sendo responsáveis por estimular o protagonismo juvenil e a prática da
pedagogia da presença.
Ressaltamos que, apesar de haver pontos em comum, cada profissional desempenha
funções específicas na estrutura organizacional escolar.
Assumir a direção da escola nos períodos em que o Diretor estiver atuando como
agente difusor e multiplicador do Modelo Pedagógico da escola.
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Programa Ensino Integral: Lei Complementar no 1.164/2012 (https://www.al.sp.gov.br/
repositorio/legislacao/lei.complementar/2012/lei.complementar-1164-04.01.2012.html).
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Reunião com a Equipe Gestora (Diretor e PCG)
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Reunião com os Jovens Acolhedores
Reuniões: O Vice-Diretor irá atuar como orientador dos acolhedores usando os docu-
mentos norteadores da SEDUC-SP para a realização do Acolhimento nas escolas.
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Reunião com o Grêmio Estudantil
Dica de Leitura
• Para saber mais sobre a organização e o funcionamento dos grêmios estudantis, in-
dicamos a página “Entenda o papel dos grêmios estudantis nas escolas da rede e tire
todas suas dúvidas”: http://www.educacao.sp.gov.br/entenda-o-papel-dos-gremios
-estudantis-nas-escolas-da-rede-e-tire-todas-suas-duvidas/.
• Para ajudar você com mais informações a respeito dos grêmios, acesse a legislação
referente aos grêmios estudantis: https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php
/865986/mod_resource/content/53/Anexo%20II%20-%20Legisla%C3%A7%C3%A3o_
Rev%20ao%20Gr%C3%AAmio%20Estudantil.pdf.
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Reunião com o PCG e Professores de Projeto de Vida
Delicadas: Nos referimos às atividades que não estão em conformidade com a lei. Nesses
casos, a atuação do professor é fundamental, ele precisará ter jogo de cintura, não emitir
juízo de valores nem criticar o estudante. Será preciso desenvolver atividades para que o
estudante reflita sobre a sua escolha, analise os pontos negativos e as consequências, e
mude, por conta própria, o seu PV.
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Reunião com o PCG e Professores de Protagonismo Juvenil
Atenção
Essa prática acontece somente nas escolas que possuem a etapa Ensino Fundamental
Anos Finais (EFAF) e as híbridas (EFAF e Ensino Médio juntos), pois existe um compo-
nente curricular com essa mesma nomenclatura, conforme consta nos Anexos 9 e 11 da
Resolução Seduc no 85, de 19-11-2020. A matriz curricular das escolas do modelo de turno
único de 9h dispõe de 2 tempos para as aulas de Protagonismo Juvenil para cada ano do
Ensino Fundamental Anos Finais. Já as escolas de dois turnos de 7h dispõem de 1 tem-
po para as aulas de Protagonismo Juvenil para cada ano do Ensino Fundamental Anos
Finais em sua matriz curricular. Sendo assim, as escolas que atendem apenas o Ensino
Médio não precisam realizar alinhamentos voltados à organização de aulas para o com-
ponente curricular Protagonismo Juvenil. Para mais informações, acesse a resolução:
https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/865986/mod_resource/content/53/
Resolu%C3%A7%C3%A3o%20SE%2085-2020%20-%20Matriz%20curricular%20
Anexos%209%20e%2011.pdf.
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Reunião com os Tutores
Dica
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Reunião com os Funcionários
Galeria de atribuições
Cursista, a seguir, você vai se aprofundar em cada uma das atribuições específicas do
Vice-Diretor de uma escola do PEI por meio da análise de situações realistas, ativida-
des complementares e cenário de decisão.
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Auxiliar o Diretor a Integrar e Alinhar as Funções e Atividades dos Profissionais
da Equipe Pedagógica da Escola e Garantir a Implantação do Plano de Ação
da Escola
Caro cursista, nas escolas do Programa Ensino Integral (PEI), o Vice-Diretor é o braço
direito do Diretor da escola, pois ele é o substituto legal do Diretor; portanto, precisa
estar a par de todas as atividades pedagógicas e administrativas. Uma das atribuições
do Diretor é a elaboração do Plano de Ação da escola, que deve ser realizado anual-
mente por conta das metas e projetos que a unidade escolar desenvolve durante o
ano letivo, e o Vice-Diretor deve apoiá-lo na elaboração do documento.
O Plano de Ação é o norte do trabalho pedagógico e administrativo da unidade esco-
lar. É a partir dele que todos os outros instrumentos de gestão são elaborados. Assim,
dentro do Modelo de Gestão, todos os profissionais do quadro do magistério (QM),
incluindo o Vice-Diretor, devem elaborar seu Programa de Ação em consonância com
os objetivos do Plano de Ação da unidade escolar.
O Vice-Diretor é responsável por divulgar o Programa Ensino Integral, por meio da re-
plicabilidade das boas práticas, das ações que a unidade escolar desenvolve, deixando
evidente a todos os princípios e as premissas.
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Na prática
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A situação apresentada possibilitou a reflexão sobre a atuação da Vice-Diretora
Margarida no sentido de alinhar as funções e atividades dos profissionais da equipe
pedagógica da escola com a comunidade (no caso em questão, a Universidade lo-
cal), para atender aos pressupostos descritos no Plano de Ação da escola.
1. Cursista, complete o parágrafo a seguir, selecionando para cada lacuna uma das pa-
lavras-chave: Plano de Ação, Anualmente, Semestralmente, Piaf, Guia de Aprendi-
zagem, Programa de Ação, a cada dois anos.
Uma das atribuições do Vice-Diretor é apoiar o Diretor na elaboração do
da escola que deve ser elaborado por conta das metas e projetos
que a unidade escolar desenvolve durante o ano letivo. O é ela-
borado a partir do Plano de Ação, que é o norte do trabalho pedagógico e adminis-
trativo da unidade escolar.
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Quando o item parte para além dos muros da escola é importante que o Vice-Dire-
tor coloque ações de parceria com a comunidade escolar e, principalmente, com os
responsáveis pelos estudantes, como, por exemplo, em casos de atrasos, ausências
pontuais e/ou prolongadas dos estudantes ou qualquer outra questão que possa im-
pactar negativamente o fluxo escolar e ter como consequência uma defasagem na
aprendizagem dos estudantes.
O Programa de Ação do Vice-Diretor deve contemplar todas as ações realizadas junto
aos estudantes, professores e gestores da escola, nas reuniões de alinhamento sob
sua responsabilidade, conforme vimos anteriormente, neste módulo.
Assista à animação em: https://www.youtube.com/watch?v=_gz-AEKSx2c&t=4s.
Cursista, você observou que uma das atribuições do Vice-Diretor é estar atento às
faltas dos estudantes, diretamente associada à premissa da corresponsabilidade e ao
princípio da Pedagogia da Presença, com consequências que impactam a aprendi-
zagem e o fluxo da unidade escolar, ambos indicadores utilizados na elaboração do
Plano de Ação da escola, seus objetivos e metas.
2. Caro cursista, uma das ações do Vice-Diretor é zelar pela frequência dos estudantes
na escola e, sempre que necessário, intervir, pois essa ação impacta diretamente no
aprendizado dos estudantes e, consequentemente, nos indicadores internos e exter-
nos da escola, o que reflete no Plano de Ação e no Programa de Ação do Vice-Diretor,
conforme vimos no módulo.
A seguir, teremos um cenário em que você será convidado a refletir sob a perspectiva
do Vice-Diretor e, então, selecionar a(s) alternativa(s) que apresenta(m) o(s) encami-
nhamento(s) mais adequado(s).
O Agente de Organização Escolar da escola ficou responsável por registrar a frequência
de todos os estudantes na primeira aula e, em seguida, fornecer os dados para a Vi-
ce-Diretora Margarida, que tomaria as providências cabíveis, pois as ausências causam
impactos na aprendizagem. Após uma semana de aula os registros foram os seguintes:
• Ana: compareceu todos os dias.
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Diante dessa situação, Margarida percebeu que a Vivian e o Abraão são os estudan-
tes que estiveram ausentes mais vezes durante a semana, e que Felipe, Ricardo e
Vinícius se ausentaram duas vezes durante a semana. Assinale por qual(is) ação(ões)
a seguir a Vice-Diretora Margarida deve optar para diminuir as ausências dos estu-
dantes e, consequentemente, melhorar a aprendizagem:
a) Conversar com todos os estudantes que se ausentaram mais de uma vez na se-
mana para procurar saber qual o motivo de suas ausências e orientá-los sobre os
problemas que as ausências frequentes podem causar em suas aprendizagens e
desempenho escolar.
d) Dar uma suspensão aos estudantes Vivian e Abraão por estarem faltando muito
às aulas para que reflitam sobre a importância de serem responsáveis.
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O Vice-Diretor é incumbido de organizar e zelar pelas informações dessas reuniões e,
quando permitido, agir sobre as situações apontadas.
A Tutoria é um momento em que os estudantes, junto com seus professores tutores,
refletem sobre suas práticas educacionais e, consequentemente, sobre seus Proje-
tos de Vida.
Outro ponto importante é que são os estudantes que escolhem seus tutores. Nesse
sentido, o Vice-Diretor também pode ser um tutor, o que é um fato positivo já que é
ele o responsável pelas reuniões de alinhamento com os demais tutores, conforme
vimos anteriormente. Ter essa experiência servirá para enriquecer ainda mais essas
reuniões, na medida em que o Vice-Diretor passa a vivenciar os desafios de ser tutor.
Na Tutoria, fica evidente o princípio da Pedagogia da Presença, pois o estudante es-
tabelece uma relação de confiança com seu tutor ao refletir sobre suas dimensões
acadêmicas e profissionais.
Essas reuniões entre tutor e estudante acontecem em horário determinado pelo tu-
tor, ora individualmente, ora de maneira coletiva e sempre com registros e orienta-
ções do Vice-Diretor.
Atenção
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Na prática 1
Em uma manhã muito calma na unidade escolar, a professora tutora Daniela procu-
rou a Vice-Diretora Margarida pedindo orientação sobre como agir diante de uma
situação que havia acabado de ouvir de sua tutoranda, a estudante Ana Flávia.
Margarida, antes de ouvir o relato da tutora, pergunta se a estudante havia autorizado
que ela o compartilhasse. A tutora disse que ainda não havia perguntado para a Ana
Flávia, mas que faria isso, pois não sabia como agir, já que o problema trazido pela es-
tudante não se referia à dimensão acadêmica, nem profissional. Era de ordem pessoal.
Margarida aproveitou a oportunidade para orientar a professora a conversar calma-
mente com a estudante. Disse para lembrar à Ana Flávia que ela podia contar com o
seu apoio, pois ela, como Vice-Diretora, estava preparada para lidar com situações de
conflito, já que era inclusive a mediadora da escola.
Durante seu horário de estudo, a tutora Daniela conversou com a estudante, que acei-
tou compartilhar o seu problema com Margarida, embora tenha relatado para a pro-
fessora que se sentia um pouco constrangida. Daniela tranquilizou a estudante e disse
que Margarida, por conta das suas habilidades, poderia ajudá-la a resolver o problema.
Na mesma semana, a estudante procurou a Vice-Diretora e, finalmente, contou o que
vem se passando em casa com a mãe, que a agride verbalmente por não fazer as ta-
refas domésticas.
A Vice-Diretora ligou para a mãe e marcou uma conversa na qual relatou que Ana
Flávia anda um pouco triste e isso tem influenciado seu desempenho na escola.
Margarida procurou saber se está tudo bem na casa da estudante e perguntou se
há algo em que possa ajudar. A mãe relatou que anda muito nervosa, pois o pai de
Ana Flávia foi embora de casa e a deixou sozinha para resolver todos os problemas e
criar os três filhos, além disso, contou que se sente sobrecarregada e anda brigando
muito com a filha porque ela precisa de sua ajuda com as tarefas de casa.
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Margarida lhe ofereceu um copo de água e disse que compreende o momento difícil
pelo qual está passando. Sugere, então, que ela tenha uma conversa reservada com
a filha para dizer como se sente e que ouça a Ana Flávia, pois ela também deve estar
sofrendo com a ausência do pai. Margarida ressaltou que, neste momento, é impor-
tante que ambas possam se abrir uma com a outra, é uma chance para estreitar os
laços entre elas e se olharem como amigas, para além da relação de mãe e filha. Isso
as ajudaria a superar esse momento difícil.
Após alguns dias, a mãe retornou à escola para relatar que tomou a decisão de agen-
dar uma consulta com um psicólogo e agradeceu pelas orientações e pelo cuidado
que Margarida teve ao lidar com essa situação.
Na prática 2
Assista à animação em: https://www.youtube.com/watch?v=95R2ntacvD8.
Caro cursista, observe que, nesse exemplo, a prática pedagógica da Vice-Diretora
Margarida estava embasada no ciclo do PDCA. A Vice-Diretora planejou ações com
a equipe docente, que posteriormente as executou. No momento da reunião, checa-
ram as ações realizadas e perceberam que precisavam retomar o princípio do Prota-
gonismo Juvenil. Como resultado, planejaram ações complementares junto com os
professores de PJ.
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Para que, nesse período de ausência, o trabalho continue sendo desenvolvido a con-
tento, a parceria da equipe gestora deve se pautar na confiança, no profissionalismo,
na corresponsabilidade, no comprometimento e no respeito.
Para que todos estejam alinhados e em sintonia com os objetivos e metas da escola, o
Diretor realiza alinhamentos verticais e horizontais com a equipe. Essas reuniões auxi-
liam o Vice-Diretor sempre que assumir a direção da escola.
Na prática
A Diretora Lúcia foi convidada pela Diretoria de Ensino para apresentar o Programa
Ensino Integral a alguns diretores na reunião de preparação do Replanejamento, no
início do segundo semestre.
Ela então alinhou com a Vice-Diretora Margarida as atividades que deveriam ser rea-
lizadas no Replanejamento, pois iria se ausentar neste momento para multiplicar as
ações exitosas da unidade escolar com outras escolas.
A Vice-Diretora e o PCG Daniel organizaram as atividades do Replanejamento, pen-
sando no fechamento do semestre letivo anterior, focados em apoiar e recuperar a
aprendizagem dos estudantes que apresentaram mais dificuldades.
Depois, Margarida reuniu-se com o GOE Pedro para analisar os atendimentos da Se-
cretaria e, assim, verificar se toda a documentação dos docentes estava em ordem,
pois logo precisariam terminar as fichas 100 e, também, os históricos dos estudantes,
principalmente dos concluintes, além de checar se conseguiram entrar em contato
com os estudantes faltosos.
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Diário de Bordo
Cursista, anote em seu Diário de Bordo situações que você já presenciou ou que você
acredita que o Vice-Diretor pode fazer quando substitui o Diretor de escola.
Em seguida, reflita se as atribuições abordadas no módulo anterior fazem parte dessas
situações. Em caso negativo, inclua uma situação para cada uma das atribuições.
Dica
Cursista, você percebeu como é importante a construção de uma rede de apoio, do espí-
rito de parceria e de coletividade da equipe escolar para que as atividades desenvolvidas
na escola aconteçam com a qualidade necessária para garantir o sucesso dos trabalhos.
Ninguém está sozinho! A escola é um organismo vivo e pulsante e a união e o apoio de
todos os membros da equipe são fundamentais. Como diz o ditado popular, “juntos so-
mos mais fortes”!
As ações dos Jovens Acolhedores começam antes do início do ano letivo, quando o
Vice-Diretor marca uma reunião para programar e organizar as ações do(s) dia(s) do
Acolhimento.
Nessa reunião, o Vice-Diretor apresenta o material do Acolhimento aos Jovens Acolhe-
dores, realiza as dinâmicas previamente e explica que é necessário recolher todos os
registros e entregá-los no final do(s) dia(s).
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Durante o Acolhimento, o Vice-Diretor é o principal responsável por auxiliar os Jovens
Acolhedores no que for solicitado, monitorar as atividades desenvolvidas e acompa-
nhar todo o processo.
As ações dos acolhedores não terminam no Acolhimento inicial. Para que os estudan-
tes permaneçam engajados, são realizadas reuniões de alinhamento periodicamente.
Ao saber que um evento da unidade escolar se aproxima, o Vice-Diretor pode aumen-
tar a frequência dessas reuniões, pois os Acolhedores, junto com o Grêmio Estudantil,
têm funções importantes nesses eventos. Eles são os responsáveis por dar as boas-vin-
das aos convidados, indicar o que vai acontecer durante o evento, entre outras ações.
Outra atividade dos Acolhedores que o Vice-Diretor deve alinhar muito bem é a recep-
ção dos novos estudantes ao longo do ano letivo. É imprescindível que, assim que um
jovem seja matriculado, o Vice-Diretor chame um de seus Acolhedores e este apre-
sente a unidade escolar, as regras e o funcionamento, bem como explique as diferen-
ças da antiga escola para a nova escola, fazendo com que o novo estudante se sinta
bem no novo ambiente.
Vale ressaltar que a escolha pelos Jovens Acolhedores se dá por meio de um processo
democrático, em que os estudantes manifestam seu interesse e participam da definição
sobre o número de Jovens Acolhedores na escola e quem serão. Neste processo, além
dos estudantes, o Vice-Diretor conta com o apoio do Diretor da Escola.
Na prática
Devido ao trabalho de seu pai, Joana precisou ser transferida para outra unidade es-
colar. Ela nunca havia estudado em uma escola do Programa Ensino Integral e, por
saber que iria ficar o dia todo, reclamou muito com seus pais, pois queria continuar
fazendo suas atividades, principalmente seu hobby, que era dançar.
Quando os pais chegaram na escola para matricular Joana, a Vice-Diretora foi soli-
citada para se apresentar e explicar algumas ações quanto à dinâmica que a escola
espera da estudante.
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Ao encerrar sua fala, a Vice-Diretora chamou o PCG para conversar com os pais, discre-
tamente chamou Kauã, um dos Jovens Acolhedores e mostrou a nova estudante para
o garoto. Margarida solicitou que no dia seguinte Kauã acompanhasse Joana durante
o período de aulas.
Logo ao chegar à escola Joana já estranhou muito. Um menino que deveria ser uns
dois anos mais velho veio conversar com ela, se apresentou, quis saber de onde ela
era e se prontificou a mostrar-lhe a escola. Joana achou aquilo muito estranho, pois
pensava que iria ser a garota nova sem amigos e do nada aquele garoto chegou e co-
meçou a conversar.
Kauã, um jovem acolhedor, explicou como funcionava a escola e as novas aulas. Joana
não entendeu muita coisa, eram inúmeras informações ao mesmo tempo, mesmo
assim tentou assimilar ao máximo as informações que o menino lhe passava.
Ao soar o sinal do início das aulas, Kauã encaminhou a estudante para sua sala e
avisou para não se preocupar, pois no intervalo viria buscá-la, para que não se sen-
tisse insegura.
As aulas foram excitantes, pois tudo era novidade! Ela teve uma aula de Orientação de
Estudos, os professores e colegas de sala eram todos muito amigáveis e companhei-
ros, mas o que não saía da cabeça de Joana era que essa escola parecia maluca e que
Kauã era um garoto muito gentil.
Quando os professores avisaram que era o intervalo, Joana arrumou suas coisas e saiu
da sala. E não é que Kauã estava lá, esperando-a? E ainda fez uma piada sobre a de-
mora dela em sair da sala, brincando que ela iria ficar sem lanche. Joana deu de om-
bros, mas depois caiu na gargalhada.
Durante o intervalo quis saber mais sobre a escola e as atividades. No meio da expli-
cação do que era cada aula, Kauã perguntou o que ela mais gosta de fazer, ela pron-
tamente respondeu “dançar”, ele exclamou um “que máximo” e logo chamou a Ana.
Quando Ana se aproximou, Kauã apresentou-as dizendo: “Joana, essa é a Ana, a pre-
sidente do Clube Juvenil de Dança da escola”. Joana ficou com uma cara de espanto,
mas foi logo perguntando sobre o que era o Clube Juvenil, se ela poderia fazer parte
e tudo mais.
Ao término do dia, a Vice-Diretora chamou Kauã em sua sala e conversaram sobre
Joana. Margarida quis saber como estava sendo a adaptação e quais eram as primei-
ras impressões que Joana teve sobre a escola. O garoto relatou que a nova estudante
se mostrou bem empolgada, bastante contente com as atividades e que até já tinha
se incluído no Clube Juvenil de dança.
Passados alguns dias, Joana começou a entender melhor o funcionamento da nova
unidade escolar, entendeu também que aquele garoto bonzinho e amável fazia parte
de um grupo chamado Jovens Acolhedores, que suas ações eram provenientes de
uma metodologia estruturada, com reuniões de alinhamento, e que a responsável
pelo grupo era a Vice-Diretora Margarida.
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Ela simplesmente amou a ideia e pensou: “Com toda certeza, quero fazer outras pes-
soas se sentirem tão bem quanto eu me senti ao entrar nessa escola”.
Foi conversando com Kauã que Joana descobriu que poderia se candidatar à vaga de
Jovem Acolhedor com a Vice-Diretora Margarida. Quando Joana comentou com Kauã
sobre sua decisão, ele ficou muito feliz em saber da iniciativa e levou Joana para con-
versar com a Vice-Diretora.
Margarida explicou quais eram as atribuições dos Acolhedores, como eles eram impor-
tantes para a unidade escolar e qual era a postura esperada desses estudantes. Em se-
guida, perguntou se ela gostaria mesmo de fazer parte dessa equipe e Joana sinalizou
que “sim”, pois desde que viu Kauã se importando com ela, amou a ideia de proporcio-
nar o mesmo a outro estudante recém-matriculado. Então, a Vice-Diretora colocou-a
na equipe e informou que a próxima reunião de alinhamento seria na terça-feira.
Joana esperou ansiosamente o dia e, quando chegou, estava tão agitada que nem o
café da manhã conseguiu tomar. Seu pai a levou para a escola, como era de costume,
e ela foi logo procurar por Kauã.
Quando chegou o horário da reunião, Kauã foi buscá-la e, logo que entrou na sala
de reuniões, foi falando para os colegas: “Pessoal, esta é a Joana. Ela gostou tanto da
minha performance que quis nos ajudar. Eu não sou o máximo?” Todos riram, brinca-
ram e vieram dar as boas-vindas à nova integrante do time, Joana. Nesse momento, a
Vice-Diretora entrou na sala e foi dar início à reunião.
Dica
Sabemos como são importantes as relações interpessoais nas escolas e, para auxiliar no
processo de conhecimento dos estudantes, sugerimos criar murais virtuais com os estu-
dantes. Indicamos o Padlet onde todos possam colocar suas fotos e descrever um pouco
sobre sua personalidade e atividades que gostam de fazer, entre outras coisas que a
equipe gestora, os professores e os estudantes acharem importante.
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Acompanhar e Sistematizar o Desenvolvimento dos Projetos de Vida,
Apoiando as Ações dos Professores e Garantindo sua Articulação com
os Demais Componentes Curriculares
Atenção
Todos os sonhos são importantes e não devem ser menosprezados. Por vezes, o Vice-Di-
retor, juntamente com os professores e tutores, deve orientar para que o jovem conheça
seu desejo e reflita como gostaria de alcançá-lo.
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Importante
Na prática
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Projeto de Vida. Sara explicou que se sentia insegura com o conteúdo a ser trabalha-
do e que não havia estabelecido uma relação de proximidade com seus estudantes.
Margarida tranquilizou Sara e apontou que, juntas, resolveriam esse ponto. Foi então
que a Vice-Diretora teve a ideia de conversar com o professor José e perguntou a ele
se a professora Sara poderia observar sua aula juntamente com ela. José informou
que seria um prazer tê-las em sua aula na semana seguinte.
Então Margarida conversou com Sara e juntas foram observar a aula do professor José,
que estava muito bem alinhada aos materiais da SEDUC-SP e com os estudantes mui-
to motivados.
Após assistirem à aula do professor José, Sara foi conversar com Margarida. Ela pediu
indicações de livros, vídeos e perguntou se poderia, nas Horas de Estudo, intervalo ou
outros momentos adequados, sentar-se com o professor José para trocarem dicas e
sugestões de como conduzir as aulas de Projeto de Vida.
Atividade reflexiva
Cursista, você já parou para pensar sobre seus sonhos? O que você deseja para seu
futuro? Neste momento, gostaríamos que você refletisse sobre seus sonhos e, para
auxiliá-lo, poderá fazer uso dos itens abaixo.
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Agora que você já refletiu sobre seus sonhos, realize a atividade a seguir.
Cursista, os sonhos podem ser divididos em sonhos a curto, médio e longo prazo. Para
essa atividade, vamos precisar que você pegue um envelope de carta, no remetente
escreva seu nome completo e na frente coloque um ano após o dia de hoje.
Agora, pegue uma folha de papel sulfite e divida em 6 partes, mantendo-a na posição
retrato (vertical), conforme a figura a seguir.
Nos quadrados da esquerda, escreva os sonhos que você tem, da seguinte maneira:
no quadrado superior os de curto prazo, no meio os de médio prazo e no quadrado
inferior os de longo prazo.
Após escrever seus sonhos, dobre a folha, guarde-a dentro do envelope, mas antes de
lacrar deixe um recadinho para o seu eu do futuro, relatando como você se sente no
dia de hoje, como espera estar daqui a um ano, para que, ao abrir a carta dentro de
um ano, possa refletir sobre cada sonho apontado e escrever nos quadrados da direita
se conseguiu ou não atingir o sonho estipulado. Caso negativo, repensar e verificar se
ainda deseja alcançar aquele sonho.
As consequências da vida podem fazer com que as pessoas mudem seus sonhos e é im-
portante que façamos exercícios de propor metas e buscar meios para alcançá-las. Esse
é um exemplo de atividade que o Vice-Diretor pode sugerir aos professores de Projeto
de Vida para realizarem com os estudantes.
Dica
Essa e outras atividades semelhantes podem ser desenvolvidas por meio de ferramentas
digitais. Uma dessas ferramentas é o próprio bloco de notas do celular, pois o estudan-
te pode travar a anotação e colocar uma senha que ele só deverá abrir posteriormente,
lembrando de anotar na agenda digital a data de abertura de sua própria carta.
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Apoiar o Diretor na Coordenação e Monitoramento das Ações dos Clubes Juvenis
O Clube Juvenil é uma atribuição do Diretor e conta com o apoio e a parceria do Vi-
ce-Diretor na realização dos trabalhos. O momento dos Clubes é quando os jovens
idealizam e colocam em prática seus temas de interesse e desenvolvem com autono-
mia as atividades propostas em seus Planos, propiciando a troca de experiências com
outros estudantes, com perfil semelhante.
Nesses momentos, o Diretor e o Vice-Diretor acompanham as atividades e os encon-
tros, fornecendo o apoio e o suporte necessários aos Presidentes e Vice-Presidentes
dos Clubes.
Na prática
A Diretora Lúcia, em uma reunião de alinhamento com o trio gestor, solicitou que a Vi-
ce-Diretora Margarida auxiliasse na logística dos materiais e parcerias que cada Clube
necessita para o andamento das suas atividades. Assim, Lúcia poderia se concentrar
mais nas formações dos Presidentes e Vice-Presidentes dos Clubes.
A Vice-Diretora fez um levantamento com todos os Presidentes dos Clubes da escola
para compreender as propostas e necessidades de material de cada um para o pros-
seguimento das ações. Após os dados coletados e organizados, Margarida verificou
o que a escola tinha à disposição e alinhou com Lúcia a possibilidade de entrar em
contato com a comunidade local para estabelecer parcerias para conseguir os ma-
teriais faltantes.
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Com o aval da Diretora, Margarida realizou algumas reuniões com a comunidade local
para fazer um levantamento dos diferentes ramos de atividades econômicas que se
desenvolviam no entorno da escola e como poderiam ser estabelecidas parcerias para
a doação de materiais para o funcionamento e a manutenção dos Clubes.
Com a comunidade consciente dos benefícios que a metodologia dos Clubes Juvenis
simboliza para os estudantes, os seus representantes concordaram em doar materiais
e também participar como palestrantes ocasionalmente.
Margarida recebeu as doações e organizou-as para distribuir os materiais aos Presi-
dentes dos Clubes, conforme as listas de necessidades. A Vice-Diretora também se
responsabilizou por monitorar e controlar a devida utilização das doações recebidas
pela escola, evitando o desperdício de materiais.
Como forma de expressar a gratidão pelo engajamento da comunidade local e para
assegurar a continuidade da premissa da corresponsabilidade, Margarida convidou
a comunidade para a culminância dos Clubes. Isso também foi uma forma que a Vi-
ce-Diretora encontrou para prestar contas para a sociedade das doações recebidas,
evidenciando a utilização dos materiais doados.
Importante
Por vezes, o Diretor possui algum impedimento, como, por exemplo, para comparecer às
reuniões na Diretoria de Ensino. Nesses casos, caberá ao Vice-Diretor assumir a respon-
sabilidade de acompanhar as atividades dos Clubes.
Lembrete: no momento dos Clubes Juvenis, os professores, juntamente com os profes-
sores coordenadores, estão em ATPCG.
Dica
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Atuar na Mediação de Conflitos no Ambiente Escolar
Essa também é uma das atribuições do Vice-Diretor de escola, que tem como orien-
tação o Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar – Conviva SP
(https://efape.educacao.sp.gov.br/convivasp/), lembrando também que as ações do Vi-
ce-Diretor das escolas do Programa Ensino Integral devem pautar-se nos princípios e
premissas do PEI.
Nesse sentido, o trabalho do Vice-Diretor é desenvolvido com o objetivo de melhorar
a convivência escolar e de cuidar das pessoas, demonstrando sua corresponsabilidade
com toda a equipe escolar, a Diretoria de Ensino e a SEDUC-SP.
Como em toda unidade escolar, às vezes, podem ocorrer desentendimentos entre es-
tudantes, entre estudantes e equipe escolar, entre docentes, funcionários e demais in-
tegrantes da comunidade. Esses desentendimentos podem ocorrer presencialmente
ou por meio digital: o cyberbullying.
O Vice-Diretor é o responsável por atuar na mediação desses conflitos, praticando o
princípio da Pedagogia da Presença, utilizando a escuta ativa para auxiliar na busca
de soluções e, quando não for possível alcançar o consenso, solicitar ajuda externa.
Solicitar ajuda externa: Nesse caso, o Programa Conviva SP atua como uma rede proteti-
va e auxilia na busca por soluções.
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Na prática
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Cursista, o compromisso de todos na escola é com o desenvolvimento integral do estu-
dante. Para isso, é necessário criar condições para que o ambiente escolar seja solidário,
colaborativo e acolhedor. A atuação da Vice-Diretora caminha ao encontro dessa pro-
posta, providenciando um ambiente harmonioso, reflexivo e compreensivo.
3. Caro cursista, neste momento, vamos refletir mais sobre as ações do Vice-Diretor
quanto à atuação na mediação de conflitos. Para isso, relacione cada cenário com o
respectivo tipo de violência.
1 – Incivilidade
2 – Bullying
3 – Cyberbullying e Sexting
Dica
É possível realizar formações preventivas por meio de rodas de conversa em reuniões feitas
com o uso de aplicativos como WhatsApp, Google Meet e Microsoft Teams, entre outros,
propondo que os jovens reflitam sobre temas polêmicos vivenciados em seu cotidiano.
Cenário de Decisões
Acesse o cenário de decisões, uma atividade interativa em que você vai escolher
por quais caminhos seguir: https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/mod/lesson/view.
php?id=4740.
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Encerramento do Módulo
Caro cursista, chegamos ao final do Módulo 3. Esperamos que você tenha compre-
endido as principais atribuições do Vice-Diretor de uma escola do Programa Ensino
Integral e como sua atuação de liderança pode fazer toda a diferença nos resultados
da escola.
No próximo módulo, abordaremos as atribuições do Professor Coordenador Geral
(PCG). Até lá!
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Referência Bibliográfica
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Gabaritos
2. Alternativas corretas: a, c.
3. A sequência correta é: 1, 2, 3.
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