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MÓDULO I

GESTÃO DE ENSINO

PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO
PARA DIRETOR GERAL E
DIRETOR ADJUNTO DE UNIDADE
ESCOLAR

NÍVEL 1 – 2022/ 2023


Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

NESTE MÓDULO VOCÊ ESTUDARÁ:

Introdução ao tema do módulo e Estudo de Caso


Unidade I – Gestão de Ensino
Unidade II – BNCC, Currículo Carioca, Priorização Curricular, Habilidades e
Competências, Materiais e Recursos Pedagógicos
Unidade III – Ensino Híbrido, Recomposição de Aprendizagem, Inclusão e Diferenciação
de Aprendizagem
Unidade IV – Plano Estratégico e Planejamento
Unidade V – Avaliação
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

INTRODUÇÃO
A Gestão de Ensino é um ponto fundamental dentro do papel do gestor da escola, e
é a partir dela que todas as demais áreas de trabalho justificam a sua ação.
O material que apresentamos neste curso vem contribuir para a formação dos atuais
e futuros gestores das Unidades Escolares da Rede Municipal do Rio de Janeiro, que
têm como seu papel prioritário o desenvolvimento do trabalho pedagógico e da
promoção da aprendizagem dos alunos.

O material é composto por legislações e bases teóricas a fim de proporcionar uma


visão ampliada das Unidades Escolares, em seus diferentes aspectos e dimensões.

Após a leitura deste, você terá subsídios para pensar nos objetivos do espaço
escolar, planejando e articulando ações que serão orquestradas com os diferentes
setores desse espaço educacional e democrático.
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O gestor, na Rede Municipal de Educação do Rio de Janeiro, deve garantir o


alinhamento entre o Currículo Carioca e os recursos pedagógicos produzidos
pela Rede, a formação continuada e a avaliação da aprendizagem, criando
possibilidades para que este ciclo seja sempre retroalimentado não deixando
nenhum aluno para trás.

Esse trabalho estará alinhado à equipe gestora, que é formada pelo Diretor-
Adjunto e pelo Coordenador Pedagógico, parceiros na missão de implementar
a ação-reflexão-ação dos professores, em relação à sua prática de modo a
aprimorá-la sempre.
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ESTUDO DE CASO

A diretora Martha, após a análise do resultado da escola na Avaliação Diagnóstica do 1ºbimestre, percebeu que os
níveis de leitura dos alunos do 3º ano do Fundamental estavam muito abaixo do esperado. Dos 110 alunos
matriculados, 60 alunos apresentaram nível 1, ou seja, 54% do total dos alunos do 3º ano apresentam uma leitura
elementar, sem a compreensão de frases e não conseguindo identificar informações simples no texto.

*Este caso será retomado ao final do curso.


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Reflita:
1. De que maneira o Projeto Político Pedagógico da Unidade Escolar contempla a participação de todos os atores da
comunidade escolar no planejamento das ações e intervenções pedagógicas?
2. Como gestor pedagógico da Unidade Escolar articula as ações do PPP com as informações obtidas através da Avaliação
Diagnóstica em Rede?
Lembramos que a avaliação diagnóstica deve identificar a aprendizagem dos alunos em relação aos objetivos de aprendizagem
para apoiá-los em seu desenvolvimento, sem caráter classificatório ou punitivo, além de proporcionar ao professor subsídios
para análise das habilidades já desenvolvidas ou não pelos seus alunos, planejando estratégias mais eficazes e direcionando a
intervenção pedagógica, garantindo assim, o avanço de todos.
Durante o seu percurso formativo, você encontrará suporte para refletir sobre as possíveis estratégias que Martha e sua
equipe poderão traçar para solucionar o problema, a partir de um trabalho colaborativo com todos os atores da escola.
Unidade 1

Gestão de Ensino
e Aprendizagem
PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO PARA GESTORES DE UNIDADES ESCOLARES Nível 1
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

1. GESTÃO DE ENSINO E APRENDIZAGEM


A escola atual passa por vários desafios para garantir o desenvolvimento e a aprendizagem de todos os estudantes. Muitas são as
demandas emanadas desse cenário, composto por diferentes atores sociais: alunos, responsáveis, professores, funcionários que
fazem parte da comunidade escolar.
A gestão democrática do ensino público, que foi instituída a partir da Constituição de Federal de 1988 e implantada pela Lei de
Diretrizes e Bases de 1996, contemplou a participação de todos os atores da Comunidade, conforme estabelece o Artigo 14º:
“Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I . participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II. participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.”
Sendo assim, entende-se que o papel do diretor escolar, em uma gestão democrática e participativa, é articular todos os elementos
que influenciam na parte pedagógica direta ou indiretamente. Esses elementos vão desde os recursos humanos, como os
profissionais que atuam na escola, até os aspectos físicos, materiais e legais, a fim de garantir o processo de ensino-aprendizagem.
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Segundo Luck (2009), “escola democrática é aquela em que seus participantes estão coletivamente organizados e
comprometidos com a promoção da educação de qualidade para todos”. O envolvimento dos atores sociais da
comunidade escolar nos processos decisórios contribui para efetivar uma gestão democrática, por meio do diálogo
participativo.
De acordo com Cury (2007), o trabalho da equipe gestora pressupõem:

“[...] transparência e impessoalidade, autonomia e participação, liderança e trabalho coletivo,


representatividade e competência. Voltada para o processo de decisão baseado na participação e
na deliberação pública, a gestão democrática expressa um anseio de crescimento dos indivíduos
como cidadãos e do crescimento da sociedade democrática. Por isso a gestão democrática é a
administração de uma gestão concreta.
Nesse cenário, o gestor escolar destaca-se por conduzir o planejamento e fazer a articulação das
decisões que se efetivam através das ações pedagógicas delineadas no Projeto Político Pedagógico
da Unidade Escolar.”
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E qual é o papel do gestor


escolar na atualidade?

O gestor precisa estabelecer uma boa comunicação


para obter efetiva participação de todas as
representações dos diferentes segmentos, para
que transformem os anseios sociais em realidade
para a comunidade escolar e sucesso do trabalho
realizado, expresso no resultado escolar.
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Evidencia-se que os maiores sucessos alcançados no âmbito escolar estão intrinsecamente ligados a uma liderança ativa, porém
compartilhada e comprometida, sobretudo, com o avanço do ensino e aprendizagem (liderança transformacional). Segundo Oliveira
(2015), ainda que os diretores escolares não atuem diretamente nas atividades acadêmicas, sua participação no monitoramento dos
resultados de aprendizagem e o suporte aos professores na análise desses resultados e na tomada de decisão voltada para a
correção de rumos são fundamentais para o alcance dos objetivos educacionais.

Outro aspecto de suma importância no perfil do gestor da atualidade é a valorização das relações interpessoais, seja com a equipe
docente e com os demais funcionários, seja na predisposição ao diálogo com alunos e responsáveis, com intuito claro de unir todos
os esforços para o objetivo cerne: melhorar a aprendizagem de todos os alunos.

Todas as evidências citadas estão contempladas em um documento norteador, que foi construído a partir de várias pesquisas
realizadas no campo, e deu origem a uma Matriz Nacional Comum de Competências do Diretor Escolar, que passou por processo de
consulta pública para ser aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), aguardando a aprovação do Ministério da Educação
(MEC) para futura implementação. Esse documento em suas dimensões dá escopo e auxilia a construção de um perfil para o gestor
escolar, cujas competências devem ser desenvolvidas para garantir uma educação de qualidade.
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Tais dimensões estão organizadas em blocos que sinalizam aspectos do contexto institucional e político da escola; da função
pedagógica, elemento central na escola; dos aspectos administrativos e financeiros da gestão escolar; das competências pessoais e
relacionais do diretor. São estas dimensões:

A. Político-Institucional, considerando a instituição escolar em seu papel social, dando relevância às competências
do diretor na liderança da escola, na direção da garantia do direito fundamental à educação;

B. Pedagógica, destacando a função primeira e específica da escola e considerando o papel do diretor na efetivação
de aprendizagens de qualidade;

C. Administrativo-Financeira, abordando os requisitos técnicos e operacionais que viabilizam a realização do


trabalho escolar.

D. Pessoal e Relacional, definindo mais do que o perfil esperado, ou seja, uma referência de atitudes e
posicionamentos que favorecem o trabalho do diretor escolar.
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Percebe-se que o gestor escolar, com o propósito de garantir o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos da Rede
Municipal de Educação do Rio de Janeiro, deve compreender todos os conhecimentos necessários à Gestão Pedagógica no
cotidiano da unidade escolar em que atua.

MATRIZ NACIONAL COMUM DE


COMPETÊNCIAS DO DIRETOR ESCOLAR
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1. PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO


Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm),
determinou que “os currículos da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) devem ter uma Base
Nacional Curricular Comum (2017), sendo complementada com uma parte diversificada, abrangendo as características regionais e
locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos” ( Brasil, 2021 - Capítulo II, Seção I, Artigo 26).
No ano de 2014, foi sancionado pelo Congresso Nacional o Plano Nacional de Educação PNE - Plano Nacional de Educação - Plano
Nacional de Educação - Lei n° 13.005/2014 (mec.gov.br) , com a finalidade de direcionar esforços e investimentos para a melhoria
da qualidade da educação no país. O PNE implementa diretrizes, metas e estratégias que devem reger todas as iniciativas na área
da educação.

Foram constituídas 20 metas que abrangem desde a educação infantil até o ensino superior,
garantindo um projeto de educação para o país com metas tanto de resultado (acesso e
aprendizagem), quanto de processo (formação, remuneração, gestão e financiamento), que se
desdobram em inúmeras estratégias, entre elas a implementação da Base Nacional Comum
Curricular.
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PNE 20 METAS (RESUMO)


Fonte: LINK ESCOLA

https://www.youtube.com/watch?v=Kycgx1sM44M
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AS 20 METAS DO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

Essas metas deverão ser acompanhadas e implementadas num período de 10 anos (2014/2024). Cabe, assim, aos estados e
municípios a elaboração de um planejamento regional, alinhado às metas predefinidas pelo plano e ao acompanhamento deste a
cada dois anos.
A Secretaria Municipal de Educação, portanto, a partir dos pressupostos no Plano Nacional de Educação (PNE), elaborou metas
estratégicas, que veremos no módulo IV sobre planejamento. Estas metas quantificam os objetivos a serem alcançados num
determinado período de tempo.
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2. CURRÍCULO CARIOCA
O Currículo Carioca surge de um estudo aprofundado iniciado no ano de 2017, com escuta dos professores
da Rede, a partir das Orientações Curriculares da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro. Foi
organizado e elaborado no intuito de promover um avanço no trabalho pedagógico (planejamento)
realizado em sala de aula, com foco no desenvolvimento das habilidades necessárias ao aluno, por ano de
escolaridade e área de conhecimento. A proposta é deixar de pensar o “conteúdo pelo conteúdo”,
organizando as possibilidades de aprendizagem através de habilidades que possibilitem o pleno
desenvolvimento das aprendizagens dos alunos.
No Currículo Carioca encontramos habilidades negritadas que representam as expectativas de
consolidação da aprendizagem em cada ano de escolaridade e a base para o “Comportamento de Saída” do
ano de escolaridade em questão. Acesse o Currículo Carioca:
https://www.rio.rj.gov.br/web/rioeduca/exibeconteudo/?id=10885079
No ano de 2020, o mundo foi surpreendido pelo surgimento da pandemia de COVID-19, alterando as
rotinas com momentos de paralisação das atividades provocados pela necessidade do distanciamento
social.
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O Conselho Municipal de Educação, na deliberação E/CME n.º 42, de 23 de setembro


de 2020, aprovou a reorganização do Currículo Carioca, orientando as instituições do
Sistema Municipal de Ensino do Rio de Janeiro sobre a realização de atividades escolares
em regime especial domiciliar, em caráter excepcional, no período em que os alunos
permaneceram em isolamento social, em razão da necessidade de prevenção e
combate à COVID-19.
Ressaltamos que a reorganização, como recorte do Currículo Carioca, prevê que as
habilidades a serem trabalhadas em cada ano de escolaridade vão se tornando mais
complexas, num movimento espiral, dependendo das escolhas do professor – a partir do
que se observa do desenvolvimento de seus alunos.
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Na educação escolar, foi necessário pensar novas alternativas para minimizar o impacto
dos danos causados na manutenção das atividades pedagógicas e na reorganização do
calendário escolar. Diante desse cenário inusitado, o Conselho Nacional de Educação
(CNE) na Resolução CNE/CP nº 02, de 10 de dezembro de 2020, instituiu diretrizes
nacionais orientadoras para implementação dos dispositivos da Lei Federal nº
14.040/2020, que estabelece normas excepcionais a serem adotadas pelos sistemas de
ensino e pelas redes escolares públicas e privadas. Em decorrência ao §3 do art.2º, que
trata do cumprimento dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, inclusive por
meio da adoção de um continuum de dois anos escolares em um ano letivo, o Conselho
Municipal de Educação do Rio de Janeiro aprovou a Deliberação E/CME nº 48, de 11 de
maio de 2021, com a Priorização Curricular de 2021 na Rede Pública de Ensino do
Município do Rio de Janeiro, no contexto de pandemia.
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3. PRIORIZAÇÃO CURRICULAR
Com o início da nova gestão municipal em janeiro de 2021, viu-se a necessidade de realizar a Priorização Curricular de 2021. Essa não é
uma nova proposta curricular da Rede Municipal de Ensino da Cidade do Rio de Janeiro e não se norteia pela ideia de um currículo
mínimo, mas pretende destacar as habilidades do Currículo Carioca que precisam ser contempladas em 2021/2022, para uma
orientação clara e objetiva do trabalho do professor.
Conselho Municipal de Educação aprovou a Priorização Curricular
(http://www.rio.rj.gov.br/web/rioeduca/exibeconteudo/?id=12834446) Portanto, em 2022, os estudantes desenvolveram habilidades
previstas para o anos de 2020 e 2021, estendendo até o ano de 2022, conforme Deliberação E/CME Nº 50, de 14 de dezembro de 2022,
com exceção da Educação Infantil e 1º Ano do Ensino Fundamental.
(http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/12807773/4349024/DELIBERACAOECMEN50DE14DEDEZEMBRODE2021..pdf)
O Currículo da Educação Infantil, tendo como eixos estruturantes do seu trabalho as Interações e Brincadeiras, nos Direitos de
Aprendizagem e na perspectiva dos campos de experiência, não demandou, no momento pandêmico, uma reorganização, posto que as
experiências vividas e/ou proporcionadas não são sustentadas por uma cronologia. Dessa forma, não há, mesmo no contexto atual,
uma priorização de experiências para a Educação Infantil.
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Para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), a Priorização Curricular garantiu os aspectos essenciais para a modalidade, assegurando os 3
(três) trimestres letivos, seguindo a sua própria estrutura e organização. A deliberação E/CME N.º 42, de 23/09/2020, assegurou a
organização do trabalho pedagógico na Educação de Jovens e Adultos garantindo a organização curricular anteriormente realizada.
A Priorização Curricular 2021 abrange as habilidades dos componentes curriculares do Ensino Fundamental e do Projeto de Correção de
Fluxo, Carioca II: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia e Língua Inglesa, respeitando os objetivos de
aprendizagem do Currículo Carioca e considerando:
✔ O desafio de mitigar as desigualdades educacionais aprofundadas em virtude do contexto pandêmico da COVID-19;
✔ A necessidade de desenvolver ações pedagógicas específicas para contribuir com o trabalho pedagógico dos professores;
✔ A Lei Federal N.º 14.040/2020, em seu art.2º, §3º, em que trata do cumprimento dos objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento, inclusive por meio da adoção de um continuum de dois anos escolares em um ano letivo.
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4. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS
Tanto o Currículo Carioca, quanto a BNCC trabalham no Ensino Fundamental com o conceito de habilidades. De acordo com a
BNCC (p. 29), “as habilidades expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes
contextos escolares”.
Macedo (2005) afirma que “a diferença entre habilidade e competência depende do recorte.” Precisamos ter essa afirmativa em
mente, quando pensamos o processo ensino-aprendizagem de nossos alunos. O referido autor continua dizendo que “a habilidade
é uma competência de ordem particular, específica,” que, ao ser desenvolvida, permite ao aluno alcançar a competência proposta
inicialmente.
Segundo Perrenoud (1999), "competência em educação é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes,
capacidades, informações etc.), para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações complexas".
Partindo desses pressupostos, tanto o docente quanto o aprendiz – durante o processo de ensino-aprendizagem –
potencializam suas competências e habilidades.
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Portanto, faz parte do papel do gestor escolar, o entendimento e aplicação do uso das
competências na rotina da Unidade Escolar, trazendo à tona nos momentos de estudo
coletivo com todos os atores educativos:
✔ O que, dentro de uma instituição escolar, já colabora para desenvolver
as competências gerais dos alunos?
✔ O que terá de ser modificado – tanto em termos de infraestrutura quanto de
cultura, práticas e projetos?
✔ Há espaços de convivência? Seus estudantes exercem o protagonismo?
✔ O clima escolar e as relações humanas recebem atenção especial?
Um bom exemplo de prática para desenvolver competência na argumentação é convidar
os professores da escola a escolherem um tema para pesquisarem e debaterem em
grupo, em uma reunião de planejamento e/ou estudo. Posteriormente, o debate pode
transformar-se em texto coletivo, ou o gestor poderá trazer outras reflexões com o
mesmo tema. A imagem ao lado pode representar habilidades e competências:
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Então, surge o questionamento: Como desenvolver as competências?


Não se planeja uma aula específica sobre competências nem as transformamos em componente curricular. Temos um grande
desafio, pois competências se relacionam com os currículos, os processos de ensino e aprendizagem, a gestão, a formação de
professores e a avaliação. Assim, a partir da homologação da BNCC, os estados e municípios que possuíam currículo próprio, tiveram
que reelaborá-los, nos aspectos necessários para que estivessem alinhados à Base Nacional Comum Curricular, garantindo as
aprendizagens essenciais definidas no referido documento.

A BNCC NÃO É CURRÍCULO, ELA


A BNCC ESTABELECE ENQUANTO O CURRÍCULO
A BNCC ESTABELECE OSOS DEFINE COMO ALCANÇAR
É O PONTO DE PARTIDA PARA
OBJETIVOS QUE SE ESPERA A CONSTRUÇÃO DESTE.
OBJETIVOS ATINGIR.
QUE SE ESPERA ESSES OBJETIVOS.
ATINGIR

Sendo assim, faz parte do papel do gestor na Unidade Escolar: conhecer, organizar e dinamizar, em conjunto com sua equipe
pedagógica, o planejamento do ano letivo a partir do Currículo Carioca/Priorização Curricular, alinhado à BNCC, usando o período de
planejamento pedagógico para rever e reorganizar o seu Projeto Político Pedagógico e as possibilidades e ações de formação dos seus
professores.
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Cabe ao gestor da Unidade Escolar, então, ter ciência de documentos oficiais, que favoreçam uma prática
pedagógica reflexiva e inovadora, oportunizando a melhoria do desempenho dos alunos, tais como:

Com o intuito de auxiliar novas possibilidades pedagógicas no momento atual, a SME elaborou um Documento Orientador para
gestores e professores. Acesse:
http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/14102445/4352718/DocumentoOrientador2022Atualizado.pdf
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5. MATERIAIS E RECURSOS PEDAGÓGICOS


Os materiais e recursos pedagógicos são aqueles que se destinam aos processos educativos e de aprendizagem, intencionalmente
organizados e estruturados por educadores da escola ou de fora dela. A Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio de
Janeiro disponibiliza, através do site Rioeduca (https://www.rio.rj.gov.br/web/rioeduca/recursos-pedagogicos), recursos
pedagógicos desenvolvidos por educadores da própria rede, que auxiliam a ação docente e a aprendizagem de todos os alunos.
Nesse espaço, podemos encontrar reunidos os materiais pedagógicos oferecidos para a organização da Unidade Escolar voltadas
para o ensino/aprendizagem, como:
✔ Calendário Escolar e Calendário Pedagógico vigentes;
✔ Currículo Carioca e Priorização Curricular;
✔ Orientações Curriculares da EJA;
✔ Material da Coordenadoria da Primeira Infância;
✔ Material Rioeduca 2023;
✔ Material do Professor – Ensino Fundamental (1º ao 9º ano, Acelera Carioca e Carioca I e II) e Educação de Jovens e Adultos
(EJA).
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O Aplicativo Rioeduca em Casa é o software oficial da Rede Municipal do Rio de Janeiro para o
Ensino Remoto online. A SME patrocina o pacote de dados de navegação dentro do aplicativo
para alunos e professores quando acessado por dispositivos móveis. No aplicativo, que está em
constante atualização, encontramos aulas ao vivo e gravadas, além de materiais didáticos ao
alcance de todos. Alunos e professores encontram aulas cuidadosamente elaboradas por
professores da Secretaria Municipal de Educação, além de conteúdos cedidos por organizações
parceiras. Aulas transmitidas a partir de estúdios da Multirio. Os conteúdos do Rioeduca em Casa
ficam disponíveis para futuras consultas de alunos e professores, oportunizando ampliar o
repertório de possibilidades de ensino e aprendizagem.
Acesse: http://www.rio.rj.gov.br/web/rioeduca/exibeconteudo?id=14100813
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Você vai encontrar dentro do aplicativo Rioeduca em Casa, dentre outras possibilidades:
Rioeducopédia é um ambiente virtual onde as videoaulas do Rioeduca na TV estão inseridas em itinerários junto
com o Material Rioeduca Digital, o Quiz Educa com feedback de respostas imediato e relatórios para os
professores e gestores - Acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=EysPaAANOvI

Rioeduca em Ação é uma plataforma instalada no aplicativo Rioeduca em Casa que tem como objetivo principal
apoiar professores e gestores educacionais na verificação da aprendizagem das crianças e dos jovens da Rede
Municipal do Rio de Janeiro, trazendo, entre tantas possibilidades, os resultados dos alunos nas Atividades
Diagnósticas em Rede.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Sugestões Metodológicas, para os professores,


http://www.rio.rj.gov.br/web/rioeduca/exibeconteudo?id=14100813;
Sala de Leitura, com livros literários organizados por segmento, dentro do App Rioeduca em Casa;
Portal OBMEP – Leva ao site da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas propiciando acesso ás
informações, para alunos do Fundamental II;
Olimpíada Carioca de Matemática – para alunos do 2º ao 9º ano do Ensino Fundamental, entre outros.
Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD)
Este programa federal compreende um conjunto de ações voltadas para a distribuição de obras didáticas,
pedagógicas e literárias, entre outros materiais de apoio à prática educativa, destinados aos alunos e professores
das escolas públicas de educação básica do País.
Cabe ao gestor da Unidade Escolar, junto com a equipe pedagógica, orientar e acompanhar a escolha das obras mais
pertinentes pelos professores de sua Unidade Escolar, pois estas terão um período determinado de durabilidade de
uso para os alunos.
Para maiores informações acesse:
http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=12391:pnld
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Plataforma da Escola de Formação Paulo Freire

A plataforma EADEPF foi desenvolvida a partir do software livre Moodle para


proporcionar aos professores da Secretaria Municipal de Educação do Rio de
Janeiro (SME-RJ) uma ferramenta que cumpra os requerimentos modernos do
processo educacional na modalidade de Educação a Distância (EAD). Nela são
encontrados diversos cursos. Alguns destes cursos ajudam a otimizar o uso dos
recursos no Aplicativo Rioeduca em Casa. É importante que o gestor incentive seus
professores a participarem das formações disponibilizadas nesta plataforma.
Para maiores informações acesse:
http://www.rio.rj.gov.br/web/epf/formacao-a-distancia
Unidade 3

Ensino Híbrido, Recomposição de


Aprendizagem, Inclusão e Diferenciação
de Aprendizagem
PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO PARA GESTORES DE UNIDADES ESCOLARES Nível 1
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO

1. PRÁTICAS DE ENSINO HÍBRIDO


O cenário educacional foi muito afetado pelas medidas de contenção do avanço da pandemia de COVID-19. Por conta
desse cenário, as instituições de ensino sentiram a necessidade de adaptação a uma realidade nunca vivenciada e, por
isso, viabilizaram a integração dos ambientes de ensino com tecnologias que permitiram uma experiência otimizada,
tanto para alunos presenciais quanto remotos.
Os gestores das unidades escolares precisaram organizar essa metodologia de ensino, ora de forma remota, ora de
forma presencial, a fim de darem conta do calendário escolar e da aprendizagem dos alunos.
As atividades pedagógicas remotas foram as atividades didáticas não presenciais realizadas pelos estudantes sob a
orientação de professores, de forma síncrona ou assíncrona, mediadas por tecnologias de informação e comunicação,
ou outros meios convencionais.
O gestor, naquele momento, garantiu que a escola aplicasse todos os recursos disponíveis e possíveis para viabilizar a
integração dos ambientes de ensino presencial e remoto com as novas tecnologias, entre professores e alunos,
garantindo avanços na aprendizagem.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Entendemos como Ensino Híbrido o modelo em que o ensino remoto (on-line) e o presencial se complementam,
com foco na personalização da aprendizagem e num maior aproveitamento do tempo, das condições e
possibilidades de intervenção com os alunos.

Podemos destacar, no ensino híbrido, a integração das atividades da sala de aula com as atividades
on-line, ou seja, o ensino presencial com as propostas remotas.
Na verdade, o gestor precisa criar possibilidades para que os professores possam trabalhar as
atividades pedagógicas, permitindo, ao mesmo tempo, caminhos personalizados para atender às
necessidades, não simplesmente de todos, mas de cada um dos nossos alunos.
Para aprofundamento do tema acesse:
https://ceipe.fgv.br/artigos/politicas-educacionais-em-acao-numero-14
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

ENSINO HÍBRIDO – PERSONALIZAÇÃO E TECNOLOGIA NA


EDUCAÇÃO
Fonte: FUNDAÇÃO LEMMAN

https://www.youtube.com/watch?v=E8NlU_07XRI&t=4s
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2. RECOMPOSIÇÃO DE APRENDIZAGEM EM CONTEXTOS DE CRISE

Sabe-se que a partir do contexto pandêmico de Covid-19 trouxe forte impacto na educação. Apenas no Brasil, 5,1
milhões de crianças ficaram fora da escola em 2020 segundo dados do Unicef e do CENPEC. A pesquisa "Perda de
Aprendizagem na Pandemia", realizada pelo Insper e pelo Instituto Unibanco, mostra que se nada for feito, os
alunos que cursaram o 3° ano do Ensino Médio perderam, ao final de 2021, mais da metade de todo o aprendido
em português, e praticamente tudo do que seria aprendido em matemática, ao longo de toda a etapa escolar. Por
esse motivo, mostra extremamente importante nesse momento, identificar alternativas e pensar em estratégias
que façam sentido para apoiar as práticas pedagógicas no processo de planejamento como a mitigação das perdas e
recomposição das aprendizagens.
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Vejamos alguns conceitos importantes a seguir: Mitigação x recomposição das aprendizagens

Fonte: INSTITUTO NATURA, Recomposição das aprendizagens em


contextos de crise, Junho 2021.

Nesse cenário, é relevante pontuar ações como: a necessidade da adaptação das práticas pedagógicas, avaliação
diagnóstica, práticas de tutoria, formação docente específica, material didático apropriado, acompanhamento por
meio de “busca ativa” de estudantes evadidos durante a pandemia, além de outras iniciativas estratégias específicas
para alfabetização, estratégias para gestão escolar, investimentos etc. Para saber mais:
https://www.institutonatura.org/wp-content/uploads/2021/08/Levantamento_Internacional___Estrate%CC%81gias_de_Recomposic%CC%A7a%CC%83o_das_Aprendizagens_VF_1.pdf
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3. INCLUSÃO E DIFERENCIAÇÃO DE APRENDIZAGEM

Existe todo um tecido legislativo que regulamenta o sistema e a política educacional. As leis que formam esse tecido
enfatizam um olhar para as diferenças, a diversidade e a inclusão. Através da análise dessas leis e de estudos mais
aprofundados, percebemos que todos devem ter suas necessidades atendidas na escola.
A educação é um direito, e é imprescindível a participação de todos os alunos na sala de aula, observando a singularidade de
cada um no processo ensino-aprendizagem. A diferença é um motivo de inclusão! (BUNCH, 2017)

Não adianta apenas leis, é necessário que se tenha uma visão ampla da realidade educacional do
país. Apesar de se falar em educação para todos, temos de analisar como essa educação vem
acontecendo, sem deixar lacunas no que se refere a um trabalho para a diversidade. A inclusão vem
garantir o direito à educação, assegurando o cumprimento das leis e os direitos do cidadão.
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4. COMO O BRASIL SE ORGANIZA QUANTO À INCLUSÃO?


Nos anos 90, o Brasil assumiu o compromisso com a universalização da educação básica ao entrar em acordo com a Declaração
Mundial sobre Educação para TODOS/UNESCO, Jomtien, Tailândia/1990. Na declaração fica expresso, no artigo 3º, o dever de
universalizar o acesso à educação e promover a equidade.
Dessa forma, o caminho que a sociedade vem tomando há alguns anos reflete diretamente no papel da escola, fazendo dela parte
fundamental na consolidação do conceito de cidadania. Nessa mesma esteira, movimentos sobre as diferenças de gênero, etnia,
nacionalidade, religião, deficiências, direitos humanos e culturais fazem parte das relações e são pontos marcantes da Educação
Inclusiva, na educação de todos e por todos, portanto, devem fazer parte da educação formal oferecida pela escola.
Entretanto, somente as legislações não garantem a inclusão, são necessárias mudanças no olhar que gera a exclusão, pensando-se
em novas metodologias que integrem a todos, independente de suas condições físicas, sociais ou intelectuais.
Para ler na íntegra a Declaração Mundial sobre Educação para TODOS da UNESCO,
acesse: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-mundial-sobre-educacao-para-todos-conferencia-de-jomtien-1990
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Vários documentos nacionais, estaduais e municipais, no caso da Cidade do Rio de Janeiro, traçam suas Diretrizes para a Educação
Especial na Educação Básica.
“O movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos
os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um
paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores
indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da
exclusão dentro e fora da escola.” BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva. 2008.”

5. EDUCAÇÃO ESPECIAL NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO


A Rede Municipal de Ensino, hoje temos mais de 18 mil alunos público-alvo da Educação Especial, em suas 1.544 unidades, sendo
que muitos alunos público-alvo da modalidade, encontram-se incluídos em turmas regulares. Como já observamos, a Secretaria
Municipal de Educação do Rio de Janeiro prioriza a inclusão e a inserção dos alunos com necessidades especiais em classes
regulares, tendo o suporte do Instituto Helena Antipoff (IHA), como órgão responsável por tratar a política inclusiva, supervisionar e
dar suporte aos professores, garantindo o atendimento e a qualidade de ensino aos alunos com deficiência.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA


“São aquelas que têm impedimento de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais
pessoas.” (ONU 2006)

É considerado público-alvo da Educação Especial:


Deficientes físicos, deficientes intelectuais, deficientes visuais (baixa visão e cegueira), pessoas com surdez; deficiências múltiplas
(surdo, cegueira); pessoas com transtornos do espectro autista; pessoas com transtornos globais do desenvolvimento; pessoas com
altas habilidades (superdotação).
As ações do IHA vão além da formação dos profissionais da educação. O Instituto Helena Antipoff auxilia na elaboração do Plano
Educacional Individualizado (PEI), na elaboração de recursos metodológicos e na implementação de rede de apoio que contribui
para implementação da Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Lei nº 6.432 de 20 de dezembro de
2018).
Para ler na íntegra a Lei 6.432 de 20/12/2018, sobre a Política da Educação especial na perspectiva Inclusiva, acesse:
http://aplicnt.camara.rj.gov.br/APL/Legislativos/contlei.nsf/50ad008247b8f030032579ea0073d588/a25d0492993dd8bd83258369007470d7?OpenDo
cument
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

O aluno, público-alvo da Educação Especial, deve ter acesso ao mesmo currículo dos demais alunos, a matriz curricular comum
da Rede Pública Municipal de Ensino, cabendo ao professor de Atendimento Educacional Especializado (AEE) fazer as
adaptações necessárias, complementando a formação dos alunos, auxiliando-os a eliminar as barreiras e limitações que
dificultam a autonomia e participação nas turmas regulares.

DESAFIOS E ESTRATÉGIAS

Muitos alunos encontram-se inseridos nas classes regulares, mas nem todos estão de fato incluídos. Os professores muitas
vezes não se sentem preparados para estes desafios.
Neste sentido, cabe ao gestor propor discussões e acesso aos materiais atualizados de estudo e novas propostas metodológicas
que podem auxiliar na prática e na construção do PEI – Plano de Ensino Individualizado. Este dispositivo do planejamento é um
instrumento que garante o atendimento às necessidades específicas dos alunos, inclusive acerca da avaliação. Esse documento
será abordado na UNIDADE 4 sobre Planejamento.
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO

A avaliação é um dos maiores desafios para a equipe escolar e para a gestão. É fundamental o estudo sobre as propostas da SME e a
revisitação aos documentos oficiais. Segundo o IHA, a avaliação pedagógica é um processo dinâmico, que considera tanto o
conhecimento prévio e o nível atual do desenvolvimento do aluno, quanto às possibilidades de aprendizagens futuras, configurando uma
ação pedagógica processual e formativa.
O gestor da Unidade Escolar deve estar atento ao desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual, prevalecendo os
aspectos qualitativos, que indiquem as intervenções pedagógicas necessárias numa ação compartilhada.

As trocas entre pares também costumam ser estratégias propostas com sucesso em todos os âmbitos. O professor não está sozinho
neste processo de inclusão, é possível estabelecer uma boa relação com toda rede de apoio e extrair desta parceria bons resultados. O
gestor deve envolver toda comunidade escolar neste processo.
Dessa forma, a partir da Conferência Mundial em Jomtien, na Tailândia, no ano de 1990, os países foram incentivados a elaborar
Planos Decenais de Educação Para Todos, de acordo com as diretrizes e metas do Plano de Ação da Conferência. Em decorrência, foi
elaborado no Brasil o Plano Decenal de Educação para Todos, cuja meta principal era assegurar, em dez anos (1993 a 2003), a crianças,
jovens e adultos, os conteúdos mínimos em matéria de aprendizagem que respondam às necessidades elementares da vida
contemporânea (universalização da educação fundamental e erradicação do analfabetismo).
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO

DIFERENCIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E INCLUSÃO


Diante dos desafios ainda maiores com a pandemia, tornam-se urgentes mudanças no cenário educacional.
Para nos auxiliar nessas estratégias, vamos trazer algumas considerações sobre uma abordagem de ensino
que busca a promoção da inclusão e da equidade na educação.
Para Ainscow (2011), inclusão envolve a ampla participação, o que tem relação com o fato da escola
atender à diversidade, aos interesses da comunidade escolar, às bagagens, aos conhecimentos e
às competências de seus alunos. O reconhecimento das diferenças enriquece a aprendizagem por meio
da multiplicidade de interesses, estilos, desejos, ritmos e tudo o mais que contempla a diversidade
humana e a sua complexidade.
Por mais que tenhamos discursos inclusivos em nossas práticas, ainda é um desafio lidar com toda essa
diversidade do contexto escolar. Para Tomlinson et al. (2003) é imprescindível que desenvolvam práticas
diferenciadas de ensino em sala de aula. Nesse sentido, o destaque é pensarmos na diferenciação
pedagógica, enquanto ensino adaptado às características dos sujeitos envolvidos na busca pela promoção
da aprendizagem e do seu sucesso.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Segundo Prud’Homme et al. (2016), no que se refere à diferenciação pedagógica, várias


terminologias foram surgindo: individualização, pedagogia variada, ensino diferenciado,
pedagogia diferenciada e outras. Cabe ressaltar, que a diferenciação não é uma forma
para atender os apenas os alunos com mais dificuldades, público da Educação Especial,
com ajustes e adaptações, mas TODOS os alunos que apresentarem alguma necessidade
no seu processo de aprendizagem.

Primeiramente devemos verificar como pensamos a educação. De que modo ela é


concebida? Ela envolve atitudes, valores, princípios e práticas que buscam uma
aprendizagem efetiva. De acordo com Tomlinson (2018), a diferenciação pedagógica
baseia-se em alguns princípios como: ambiente positivo de aprendizagem, currículo de
qualidade, avaliação contínua, sala de aula flexível e ensino orientado para as
necessidades dos alunos.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Para pensar nesse ambiente positivo podemos investir na exposição dos trabalhos dos alunos, na
facilitação do acesso a materiais distintos, a um mobiliário organizado, de modo a estimular as
interações e colaborações. Os alunos devem ser desafiados, apoiados e sentirem-se envolvidos e
seguros no espaço escolar.

No que tange ao currículo, é essencial atentarmos para o currículo informal, para as


aprendizagens que ocorrem por meio do que não é planejado através das interações e
relações interpessoais. Para Tomlinson e Imbeau (2010), o currículo é um plano organizado
para envolver os alunos com saberes, conhecimentos e competências importantes. De que
modo estamos cativando, fascinando e estimulando os nossos alunos à
participação/aprendizagem?
A avaliação é fundamental, quando pensamos em aulas dinâmicas através do ensino
diferenciado. Ela permite, de modo contínuo, que observemos as fragilidades e
potencialidades dos alunos. Assim, a diferenciação pedagógica é “uma forma de resposta
proativa do professor face às necessidades de cada aluno” (TOMLINSON & ALLAN, 2002, p.
14)
Unidade 4

Plano Estratégico e
Planejamento
PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO PARA GESTORES DE UNIDADES ESCOLARES Nível 1
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

1. PLANO ESTRATÉGICO
O Plano Estratégico da Prefeitura do Município do Rio de Janeiro, para o período de
2021 a 2024 tem como objetivo central a construção de estratégias que possibilitem a
ideação* de objetivos, as ações do município e o monitoramento de políticas públicas
a serem realizadas ao longo dos quatro anos de governo. É neste Plano Estratégico
que estão contidas as metas planejadas para cada Secretaria Municipal.
Para a leitura na íntegra do Plano Estratégico da Prefeitura do RJ 2021/2024 acesse:
https://plano-estrategico-2021-a-2024-pcrj.hub.arcgis.com/

*ato ou efeito de idear.


MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

2. METAS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


As metas do plano estratégico da Cidade do Rio de Janeiro de 2021 a 2024, especificamente
na área da Educação, foram construídas em quatro grandes eixos que se desdobram em doze
grandes iniciativas:
✔ Aprendizagem para todos;
✔ Valorização dos profissionais da educação;
✔ Infraestrutura escolar;
✔ Conectividade.
Acesse: https://prefeitura.rio/educacao/plano-estrategico-confira-as-metas-para-a-educacao

O gestor escolar deve conhecer e estar ciente das metas e iniciativas propostas para a Educação no Município do Rio de Janeiro
especificando-as no seu plano de gestão. O gestor deve planejar e desenvolver ações na Unidade Escolar que atendam as estratégias de
ação elencadas para a Educação, lembrando dos diferentes dispositivos que constituem o planejamento escolar e garantindo a
participação de todos os atores envolvidos nas ações planejadas pela SME para atingir as metas estabelecidas.
Veja os Projetos relacionados às metas da Educação: Rio Integral, Rio Aprende+, Reforço Rio e Olimpíadas de Matemática, nos
slides a seguir.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

PROJETO: RIO INTEGRAL


Metas estratégicas
Objetivo central
● Estar entre as sete capitais com melhor IDEB dos Anos Iniciais e Finais;
Garantir o direito de aprendizagem
● Reduzir em 25% a desigualdade no IDEB entre as escolas municipais;
na idade certa e a promoção da
● Ter 50% dos alunos e alunas da rede municipal estudando em tempo integral;
equidade

Objetivos
específicos Ampliar o número de Garantir modelo de
Reestruturar Garantir formação
vagas de ensino alocação eficiente
modelo continuada
integral pedagógico
• Otimizar o espaço da • Reformular matriz curricular • Formar as equipes a • Alocação compatibilizada com a
escola • Aprimorar parte partir de materiais de jornada
• Criar novas vagas diversificada dos diferentes apoio para a Parte • Alocação de profissionais de
Estratégias
• Ampliar modelos de TU modelos de tempo integral Diversificada do acordo com a matriz curricular
pensando na trajetória • Levar a parte diversificada currículo • Movimentação prioritária de
pedagógica do aluno da do TU para toda a Rede por profissionais de apoio para TU
educação infantil ao final meio do ensino remoto
do ensino fundamental
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

PROJETO: RIO APRENDE+ Metas estratégicas


Objetivo central ● Estar entre as sete capitais com melhor IDEB dos Anos Iniciais e Finais;
Garantir o direito de aprendizagem na idade ● Reduzir em 25% a desigualdade no IDEB entre as escolas municipais;
certa e a promoção da equidade

Formação de Revisão do currículo e Avaliação e


Objetivos
professores e equipe material didático monitoramento
específicos
gestora

• Formação de professores
com foco nas habilidades • Priorização curricular – 2 • Avaliação externa
críticas anos em 1 • Monitoramento de resultados
• Formar equipe gestora e • Material pedagógico • Avaliações bimestrais
Estratégias
coordenadores digital e impresso • Indicadores para modelo de
pedagógicos para gestão • Rioeduca na TV gestão e acompanhamento que
de aprendizagem • Rioeduca em Casa direcionem ações pedagógicas
• Revisão curricular
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

PROJETO: REFORÇO RIO


Objetivo central Metas estratégicas
Auxiliar os estudantes da Rede a reduzirem o déficit educacional Oferecer reforço escolar em 100% das escolas
agravado, principalmente, pela pandemia da Covid-19.

Reforço integrado Diagnosticar déficits Material Formação de Acompanhamento a Incentivo a


Objetivos ao horário do aluno de aprendizagem didático professores nível regional participação dos
específicos
alunos

• Tempos mínimos na • Identificar alunos • Materiais • Formação específica • Equipes de • Ações de


Estratégias grade para processo com necessidade pedagógicos para os professores acompanhamento incentivo à
de recuperação de reforço específicos para com turmas mais nas CRES participação
• Comunicação • Identificar alunos o reforço desafiadoras • Formação da equipe dos alunos,
eficiente para adesão não alfabetizados • Rioeducopedia • Formação continuada • Indicadores de como sorteio
da rede • Monitorar o em serviço focada nas acompanhamento e premiações
desempenho dos habilidades críticas • Ferramenta para
alunos • Trilhas formativas por gestão
grupamento e
habilidades críticas
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

PROJETO: OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA


Objetivo central Metas estratégicas
Estimular a aprendizagem em Matemática e Garantir a participação de no mínimo 80% das escolas na
Identificar talentos nova Olimpíada de Matemática Carioca

Objetivos Avaliação em parceria Participação Premiação


específicos com IMPA inclusiva

• Produção, distribuição e • Regulamento que contemple • Identificar e valorizar


aplicação da avaliação questões de gênero e étnico- alunos, turmas e escolas
Estratégias
• Criação de comitê conjunto raciais com desempenho de
• Criação de GT de • Premiação das escolas com excelência em
professores da Rede políticas inclusivas Matemática
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

3. O PLANEJAMENTO
Através do planejamento, o gestor organiza, delimita e direciona suas ações para que possa atingir as metas da SME/RJ e da
Unidade Escolar. Segundo Fernández (2019), se considerarmos o planejamento como uma forma de organizar, de articular atores
sociais coletivos em função do desenvolvimento de um projeto, evidencia-se a sua necessidade frente à diversidade de dispositivos
do planejamento escolar atual, como o Projeto Político Pedagógico, o projeto curricular, os projetos de aula e didáticos, que
veremos a seguir.
O planejamento favorece a organização do trabalho pedagógico na complexidade do cotidiano escolar.
Contudo, a necessária organização e articulação destes dispositivos só serão possíveis através da participação dos diversos
atores, cada um a partir do seu lugar e dos seus saberes, com foco no currículo e na aprendizagem dos estudantes. Isso nos faz
perceber que o planejamento está o tempo todo no nosso cotidiano, tanto dentro quanto fora da escola. É de responsabilidade do
gestor da Unidade Escolar conhecer e analisar o contexto local, político, social e cultural, e a partir desta problematização, articular
em conjunto com sua equipe, todos estes dispositivos em função do projeto maior: a aprendizagem dos estudantes!
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

No início da década de 80, surgiu a proposta de construção de um documento


que explicitaria e orientaria as práticas pedagógicas e administrativas da
escola: o Projeto Político Pedagógico (PPP).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96 apontou a
necessidade de que a escola elaborasse, executasse e avaliasse seu próprio
Projeto Político Pedagógico, pressupondo a articulação e a construção de
espaços participativos, enfatizando a produção coletiva de um projeto que
apontasse qual o caminho que a escola trilharia, com o intuito de atender a sua
função social. PPP +
Plano de
Como vemos na figura ao lado, o Projeto Político Pedagógico, com base na Ação
realidade de cada escola, deve orientar e articular o planejamento curricular, os
projetos didáticos e os planos de aula, assim como outros planos específicos Planejamento
Curricular
(ex. de infraestrutura, orçamento etc.).
Projeto
Planos de
Didático
Aula
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

CONSTRUÇÃO DOS PROJETOS POLÍTICO PEDAGÓGICOS (PPP)


Fonte: CONVIVA EDUCAÇÃO

https://www.youtube.com/watch?v=WVp2qC8HGAQ
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Combinar coletivamente como serão processados os problemas da escola, e configurar o papel do gestor
enquanto liderança neste espaço, é fundamental. Antes de pensar no planejamento e ações possíveis, o diretor
deve saber onde buscar as informações da sua escola.
Em nível nacional podemos encontrar:

● Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), criado em 1990, é elaborado com o objetivo de
identificar fatores que possam interferir no desempenho dos estudantes e dar um indicativo da
qualidade do ensino. Desde 2005, o SAEB avalia a proficiência de forma censitária os alunos do 5º e 9º
anos do Ensino Fundamental em Língua Portuguesa e Matemática. As médias de proficiência do SAEB
são utilizadas para calcular a Nota Padronizada, um dos indicadores que compõe o Ideb.

● Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) reúne, em um só indicador, os resultados de


dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: o fluxo escolar e as médias de
desempenho nas avaliações. É o principal indicador da qualidade da educação básica no Brasil.

● Censo Escolar é o principal instrumento de coleta de informações da educação básica e a mais


importante pesquisa estatística educacional brasileira sobre diversos aspectos das escolas brasileiras,
em especial as matrículas e infraestrutura. Ele é realizado anualmente e todos os níveis de ensino
são envolvidos: Educação Infantil, Ensino fundamental, Médio e a EJA. O Censo é uma ferramenta
indispensável para que os diversos atores da educação e a sociedade em geral possam conhecer a
situação educacional do País.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

● PISA - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, é um estudo comparativo internacional realizado a cada três anos
pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O PISA oferece informações sobre o desempenho dos
estudantes na faixa etária dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos
países, vinculando dados sobre antecedentes educacionais e suas atitudes em relação à aprendizagem, e também aos principais
fatores que moldam sua aprendizagem, dentro e fora da escola.

A partir de 2019, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) contou com várias novidades, passando a avaliar
a educação infantil, a alfabetização no 2º ano e ciências da natureza no 9º ano, de forma amostral.
Com a aprovação da BNCC, o INEP publicou uma nova matriz de referência do SAEB, que será gradativamente
adotada:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_referencia_versao_1.
0.pdf

O site Qedu.org.br disponibiliza os dados do SAEB e do Censo Escolar por escola e Rede de Ensino de forma bastante
acessível. As metas de aprendizagem do PNE são aferidas a partir dos resultados do SAEB.
Acesse o site do Qedu e busque informações da sua escola:
https://novo.qedu.org.br/?gclid=CjwKCAjwqeWKBhBFEiwABo_XBkHNiqGIQ0vBIxSxvYvcFAl3zxIC47SJ8ce36fHYxxndxfi
D5rSiuRoCGcMQAvD_BwE
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

NA REDE MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO PODEMOS


CONTAR:
● Sistema de Gestão Acadêmica (SGA) – sistema que organiza as informações de todas
as Unidades Escolares da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro, tanto a nível
pedagógico (planejamento de aulas, lançamento de frequência, avaliação de alunos)
quanto administrativo (matrícula, formação de turmas, movimentação de alunos). Os
dados lançados no SGA são enviados ao Inep pelo Nível Central em atendimento à 1ª
etapa do Censo Escolar.
Acesse: https: //portalsme.rioeduca.rio.gov.br/
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

● Plataforma Rioeduca em Ação, plataforma que busca apoiar os gestores educacionais na


verificação da aprendizagem das crianças e dos jovens da Rede Municipal do Rio de Janeiro.
Foi organizada em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd)
e nela encontramos os resultados das avaliações diagnósticas da Rede. O acesso a esta
plataforma é pelo Aplicativo Rioeduca em Casa.
É muito importante que o gestor saiba ler e interpretar os dados e informações contidas nestes
espaços e, a partir dos indicadores obtidos, analisar a situação educacional e de aprendizagem dos
alunos em conjunto com a equipe pedagógica da escola. Usar as informações da sua escola e estar
atento às políticas educacionais emanadas da Secretaria Municipal de Educação são primordiais ao
trabalho da gestão da Unidade Escolar.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Pensando na coleta de dados e informações da escola, o gestor e sua equipe devem ter ciência de que os problemas em curso
precisam de um planejamento reativo, porém, devem estar atentos aos problemas potenciais, aqueles que ainda estão no começo,
sem tanta gravidade, porém para os quais a gestão precisa de um planejamento proativo.
Por exemplo:
Para um problema com os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental que não estão frequentando as aulas presenciais neste
momento, precisamos planejar reativamente. Porém, a diminuição de matrículas no início do ano letivo para o 6º ano do Ensino
Fundamental é um problema potencial que exige um planejamento proativo.

É necessário definir o conteúdo dos problemas. Definições genéricas não colaboram muito com a sua resolução, por isso é também
importante identificá-los e descrevê-los detalhadamente, tanto quantitativa quanto qualitativamente, a fim de torná-los mais claros
e monitoráveis. Para isso, atualmente, além das informações produzidas na e pela própria escola, contamos com as informações
provenientes das avaliações em larga escala e do Censo Escolar, como vimos anteriormente.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Com todos esses dados e problemas identificados e registrados, temos que priorizar os mais importantes do ponto de vista técnico-
pedagógico (taxas de fluxo, reprovação, evasão, proficiência dos estudantes, frequência discente e docente etc.). Mas tampouco
podemos desconsiderar aqueles problemas que a grande maioria aponta como urgentes. Esse é o ponto de vista político, ou seja, do
consenso de todos.

4. PLANO DE AÇÕES/METAS
Qual é a diferença entre
objetivos e metas?
No plano de ação, estabelecemos o que a escola pode e deve fazer para alcançar seus
objetivos, articulando os níveis político e operacional. O plano de ação organiza e dispõe
ações, recursos, responsáveis e formas/momentos de avaliação para atingir os objetivos
propostos pela escola no seu Projeto Político Pedagógico. Ele estabelece prazos e define um
cronograma para organizar a ação. Sempre que possível, quantifica os objetivos a serem
alcançados, a fim de poder monitorá-los mais facilmente, e facilitar a avaliação do plano.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Segundo Neto, Gehlen e Oliveira (2018):

Objetivos – Normalmente, existem dois níveis de objetivos. O objetivo geral expressa de forma ampla a contribuição
que o projeto pretende trazer. Os objetivos específicos descrevem de maneira mais detalhada como o objetivo geral
será aplicado a situações particulares. Neste nível se explicitam as ações a serem desenvolvidas com a população-
alvo. O objetivo geral é único, ao passo que os objetivos específicos costumam desdobrar-se em vários.
Metas – As metas consistem nas parcelas quantitativa e qualitativa determinadas do objeto do projeto. Elas buscam
especificar onde pretendemos chegar e contêm a definição do prazo de sua execução e dos benefícios diretos e
indiretos que dele advirão. Para definir uma boa meta, podemos usar o acrônimo SMART que indica as características
que uma meta deve ter:

• Specific = específico. A meta deve ser clara, simples e objetiva.


• Mesurable = mensurável. O ideal é que números sejam usados para verificar se a meta foi ou não atingida.
• Achivable = atingível. A meta pode ser ambiciosa, mas possível de ser alcançada, caso contrário, podem ser ignoradas.
• Relevant = relevante. As metas precisam ajudar de forma significativa no atingimento do objetivo estratégico.
• Time based = baseada no tempo. É preciso que haja um prazo determinado, tanto com uma data de início como de término.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

O que são indicadores?


É uma variável crítica que precisa ser controlada, mantida em determinados patamares.
“Indicadores são instrumentos que permitem observar, identificar e mensurar aspectos relacionados à
evolução de um determinado objeto que, no caso da gestão estratégica, pode ser um objetivo, um processo
ou um projeto.”
Fonte: MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital; Secretaria de Gestão. Guia Técnico
de Gestão Estratégica. Brasília: ME, 2019. v. 1.

Para que servem indicadores?


• Mostrar se as metas estão sendo atingidas.
Exemplo
• Deixar clara as prioridades. Objetivo: Assegurar aprendizagem na idade certa com equidade, expandindo um
• Gerar alinhamento. modelo de escola em tempo integral, inclusiva e inovadora.
• Motivar. Meta: Estar entre as 7 capitais com melhor IDEB dos Anos Iniciais e Finais

• Indicar se são necessários ajustes. Indicador: IDEB

• Apoiar a tomada de decisão.


• Reconhecer o desempenho.
Os indicadores são úteis para ajudar a tomar decisões.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Avançando nos desdobramentos do PPP no seu Plano de Ação, trazemos algumas questões que podem ajudar a elaborá-lo,
conforme Brito e Sabariz (2011):

QUESTÕES PARA O PLANO DE AÇÃO


Após a elaboração do escopo, considerando especialmente a definição dos objetivos e os resultados esperados em um projeto, as
perguntas que devem ser respondidas, visando à elaboração do Plano de Ação, são estas:
● Quais atividades serão necessárias para alcançar os objetivos e resultados esperados?
● Quando acontecerá cada atividade?
● Quais serão os responsáveis por sua execução?
● Quanto custará cada atividade?
● Qual a melhor sequência para a realização das atividades?
● Quais são as atividades críticas do projeto?
● Quais os produtos que serão gerados com a realização das atividades?
● Quais recursos (humanos e materiais) serão necessários?
⮚ Cabe ressaltar que o Plano de ação da Gestão tem que estar em consonância com as metas da Rede Municipal de Educação,
como vimos no início desta unidade.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

5. PLANEJAMENTO CURRICULAR
O Planejamento curricular na escola é uma das etapas de sistema mais amplo, que contribui para a consolidação do Currículo, como
veremos a seguir.
O planejamento curricular próprio de cada escola irá, portanto, consolidar todas essas vertentes por meio de decisões, que resultam de
um processo de envolvimento e participação das famílias e da comunidade.
Etapas do Planejamento Curricular:
a) Avaliar e diagnosticar
Esta etapa consiste em avaliar as necessidades de aprendizagem dos alunos e avaliar o programa atual de ensino e aprendizagem da sua
escola. As atividades da Avaliação Diagnóstica em Rede são um instrumento importante nesta etapa.
b) Priorizar e definir metas:
Esta etapa estabelece metas para o crescimento do aprendizado dos alunos. Prioriza as ações que terão maior impacto no
desenvolvimento escolar do aluno.
c) Implementar e monitorar
Nesta etapa, deve-se implementar uma abordagem integrada ao currículo, ensino e avaliação, monitorando o ensino e o programa de
aprendizagem da sua escola.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

6. PROJETO DIDÁTICO
O Projeto Didático organiza os conteúdos a serem trabalhados de forma multidisciplinar, prevendo
ações, tempos e recursos para o trabalho pedagógico conjunto. Pode ter estruturas diferentes,
dependendo do tema proposto, podendo ser implementado entre várias turmas e docentes e até
entre mais de uma escola.
Entende-se que Projeto Didático é um dispositivo de organização do planejamento escolar com o
objetivo de mediar o currículo da escola com as propostas de ensino a serem desenvolvidas.

Tem como propósito ser o instrumento de organização pedagógica do conteúdo, da metodologia, do tempo e dos recursos
existentes para o desenvolvimento de aprendizagem do estudante.
De acordo com sua definição e propósito, pode-se também reconhecê-lo como Projeto Pedagógico, mas optamos aqui por utilizar o
termo Projeto Didático para marcar a diferença, de recorrente confusão, com Projeto Político Pedagógico.
O Projeto Didático constitui o desdobramento da dimensão didático-pedagógica do PPP, sendo o responsável por estruturar a
proposta pedagógica a ser aplicada no cotidiano escolar.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

7. PLANO DE AULA

O plano de aula é flexível e apresenta uma sequência do que ocorrerá em um dia letivo. Possui
vinculação com o PPP e com a proposta curricular da escola, com foco numa turma ou um grupo
de alunos. Organiza e norteia o trabalho pedagógico no que diz respeito à forma em que o
professor trabalhará determinados conteúdos em sala de aula, objetivando desenvolver as
habilidades propostas no currículo. É elaborado pelo próprio professor, de acordo com o previsto
para o bimestre/trimestre em cada escola.

A realização de planos de aula pelos professores traduz três questões importantes:


1. A intencionalidade da ação;
2. A relação entre os planos de aula, os planejamentos, os Projetos Políticos Pedagógicos e as
bases curriculares;
3. A necessidade do acompanhamento da gestão escolar nesse processo.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

8. PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO (PEI)


O Plano Educacional Individualizado (PEI) é um plano elaborado pelo Professor Regente, em
articulação com o Agente Educacional Especializado (AEE), objetivando atender o processo
de avaliação dos alunos público-alvo da Educação Especial, incluídos em turmas regulares.
O preenchimento do PEI deve ser uma ação conjunta entre os profissionais envolvidos com a
Educação Especial, em consonância com o Projeto Político Pedagógico (PPP) de cada Unidade
Escolar. A avaliação na Educação Especial, de acordo com a Perspectiva da Educação
Inclusiva, deve assegurar o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem, baseada
no Sistema Educacional Inclusivo, tomando como referência os objetivos estabelecidos pela
Lei n.º 13.146/2015 - Lei Brasileira de Inclusão e na Lei nº 6.432 de 20/12/2018, já citadas
anteriormente.
Sendo assim, devemos considerar as potencialidades e conhecimentos adquiridos pelos
alunos, numa análise contínua do desenvolvimento e da aprendizagem.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

9. PLANO PEDAGÓGICO INDIVIDUALIZADO (PPI)


Foi implementado no contexto da Resolução SME nº 261 de 28 de abril de 2021 e tem como objetivo
superar lacunas no processo de aprendizagem, oportunizando a todos o alcance satisfatório do
percurso pedagógico.
O Professor deverá elaborar o PPI para o aluno, quando este obtiver, no bimestre ou trimestre,
conceito RI (Reforço Intensivo) do Ensino Fundamental e da EJA, registrando-se suas dificuldades e as
estratégias previstas para sua recuperação, assim como o nível de aprendizagem em que o aluno se
encontra, sinalizando as habilidades que ainda não foram construídas, previstas para um determinado
período escolar.
Deverão ser asseguradas atividades diversificadas de recuperação paralela, que tenham como objetivo
oferecer, de forma contínua, novas estratégias de aprendizagem, registradas pelo professor no
Registro de Classe, disponibilizado no Sistema de Gestão Acadêmica - SGA, ao longo de todo ano letivo.
Vale ressaltar que cabe à Equipe Gestora o monitoramento das atividades de recuperação paralela de
estudos e propostas aos alunos com conceito RI (Reforço Intensivo).
Unidade 5

Avaliação
PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO PARA GESTORES DE UNIDADES ESCOLARES Nível 1
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

1. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DO


ALUNO

DEFININDO AVALIAÇÃO

De acordo com a definição de Alípio Casali (2007), avaliar é “saber situar


cotidianamente, numa certa ordem hierárquica, o valor de algo enquanto meio
(mediação) para a realização da vida do(s) sujeito(s) em questão, no contexto dos
valores culturais e, no limite, dos valores universais.” Segundo o autor, avaliar é
determinar o mérito, ou valor, de um processo, ou do que deste resulta. Como falamos
no início deste material.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA, FORMATIVA E SOMATIVA ALINHADA A BNCC


Fonte: INSTITUTO REÚNA

https://www.youtube.com/watch?v=FmUQpsWOjis&t=4s
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Avaliar deve ser um exercício conjunto e diversificado. Conjunto no sentido de que cada unidade escolar,
por meio do gestor e equipe gestora em interlocução constante com seus professores, portanto em
coletividade, deve discutir e planejar parâmetros avaliativos e metas a serem alcançadas por meio das
avaliações de acordo com seu contexto situacional. Diversificado, pois cada unidade escolar verificará, a
partir de seu próprio contexto social, planejamento e metas almejadas de acordo com as políticas
educacionais emanadas da Secretaria Municipal de Educação.
Ao nos dispormos a avaliar, precisamos primeiramente ter em conta o que estamos avaliando:

✔ O aluno enquanto objeto do olhar do professor;

✔ Aquilo que o aluno já aprendeu;

✔ O que o aluno ainda precisa aprender, pois ainda não foi consolidado;

✔ O trabalho desenvolvido (processo de ensino e aprendizagem);

✔ As condições ofertadas para esse processo.


MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

A avaliação não começa nem tampouco termina em um exame pontual, ela abrange o antes, o durante e o depois, e
abarca o comprometimento de toda a comunidade escolar. Faz parte do papel do gestor da Unidade Escolar liderar
a organização das estratégias de reforço escolar após o período de avaliação, a partir da leitura e interpretação dos
dados e de informações da sua escola. O processo se reinicia, reorganizando o planejamento e traçando ações de
possibilidades de avanço na aprendizagem dos alunos.
De acordo com a “Matriz Nacional Comum de Competências do Diretor Escolar” (2020) faz parte das atribuições do
diretor da escola:
✔ Promover estratégias de acompanhamento e avaliação do ensino-aprendizagem, prevendo sempre a
colaboração dos docentes e a transparência dos processos também para estudantes e seus pais.
✔ Conhecer, divulgar e monitorar os indicadores de desempenho acadêmico dos estudantes em avaliações de larga
escala e internas, as taxas de abandono e reprovação.
✔ Utilizar os dados de desempenho e fluxo da escola na orientação e planejamento pedagógico em colaboração
com os demais agentes escolares, em particular, o corpo docente.
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2. AVALIAÇÃO NA REDE MUNICIPAL: RESOLUÇÃO SME Nº 261/2021

Em 28 de abril de 2021, foi estabelecida em caráter excepcional a Resolução SME nº 261, que veio revogar as resoluções anteriores,
definindo novas diretrizes sobre a avaliação do processo de ensino-aprendizagem na rede municipal de escolas públicas.
O texto da resolução evidencia a necessidade de dar maior autonomia às unidades escolares, entendendo a equipe gestora como
capaz de observar o contexto de particularidades da comunidade escolar da qual faz parte, para, então, conciliar as diretrizes
estabelecidas com as especificidades de seu público. Essa autonomia ocorre em consonância com os parâmetros educacionais
estabelecidos oficialmente e com o Plano de Atividades Remotas, construído coletivamente em cada Unidade Escolar (já citado na
Unidade IV).
De acordo com a atual resolução, a avaliação do processo de ensino-aprendizagem do aluno deve considerar o Continuum Curricular
do biênio 2021/2022, considerando as lacunas de um processo de aprendizagem remota, tendo em vista as peculiaridades de uma
rede social e economicamente diversa como a nossa.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

O rendimento dos alunos, aferido formalmente por meio de provas, testes, pesquisas, trabalhos,
tarefas etc, do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, Carioca I e II, Travessia e do Programa de
Educação de Jovens e Adultos, será considerado em conjunto com as Atividades Diagnósticas em
Rede, elaboradas pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Os resultados devem
ser observados atentamente e registrados pelo gestor, para o acompanhamento do
desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, devendo servir como ponto de partida para
possível replanejamento das ações pedagógicas, endereçadas às turmas ou individualizadas, a
cada bimestre (Ensino Regular) ou trimestre (PEJA).

Esse resultado, aferido pela observação do desempenho do estudante nas avaliações propostas
por professores da escola e nas Atividades Diagnósticas em Rede, terá como objetivo, portanto, o
monitoramento do Continuum Curricular pelo gestor. A avaliação escolar assumirá um caráter
diagnóstico e deverá considerar a continuidade do percurso de aprendizagem inconcluso no ano
de 2021, suas interrupções e lacunas.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

SOBRE O CONCEITO GLOBAL


A resolução SME nº 261/2021 estabeleceu alterações na forma de conceituação da
avaliação. Algumas mudanças são observadas no conceito global, em sua caracterização
e definição, assim como no aspecto distintivo da avaliação. A análise dos dados dessas
avaliações diagnósticas trarão evidências a partir de informações qualificadas para a
tomada de decisões mais eficazes.

Vejamos como fica o conceito global para o Ensino Fundamental I e II, incluindo EJA e
Carioca, segundo a Resolução nº 261/2021 no próximo slide:
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

CONCEITO SIGLA CARACTERÍSTICAS

Muito Bom MB Desenvolveu as habilidades trabalhadas no período, ou demonstrou grande melhoria em


relação ao seu desenvolvimento, considerando seu contexto de aprendizagem.

Desenvolveu boa parte das habilidades trabalhadas no período ou demonstrou grande


B melhoria em relação ao seu desenvolvimento, considerando seu contexto de
Bom aprendizagem.

Desenvolveu parte das habilidades trabalhadas no período ou demonstrou grande


melhoria em relação ao seu desenvolvimento, considerando seu contexto de
Reforço R
aprendizagem.

Não desenvolveu as habilidades mínimas trabalhadas no período ou não demonstrou


Reforço avanço mínimo em relação ao seu desenvolvimento, considerando seu contexto de
RI
Intensivo aprendizagem.
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A sigla DF (Deixou de frequentar) só será atribuída ao aluno caso tenham sido


esgotadas todas as estratégias de busca ativa empreendidas pela equipe escolar,
durante o período avaliativo compreendido por um bimestre/trimestre.

O resultado da avaliação sobre o rendimento de cada aluno deve ser expresso por
meio do conceito global, considerando aspectos qualitativos da avaliação e definido
pelo coletivo de professores da turma, com a mediação da equipe gestora,
constituindo-se na síntese dos apontamentos realizados no Registro de Classe.

É importante deixar claro que todo processo avaliativo precisa de critérios bem
definidos pelo coletivo da comunidade escolar, como forma de promover uma
avaliação justa e equilibrada, que seja do conhecimento do avaliado e de seus
responsáveis. Além de seguir toda a legislação da esfera municipal.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Vejamos todos os aspectos que devem ser considerados por cada professor e, posteriormente, pelo coletivo em
Conselho de Classe, de acordo com a Resolução SME nº 261/2021, para a prática avaliativa:
✔ Deve ser feito o diagnóstico das lacunas e dos avanços na aprendizagem dos alunos;

✔ Deve ser feito o registro atento da evolução da aprendizagem dos alunos;

✔ É necessário ampliar o olhar sobre os alunos, de forma inclusiva, para identificar e fomentar seus potenciais;

✔ É necessário promover a ampliação do processo de aprendizagem;

✔ A avaliação deve ocorrer em diversos formatos, de modo a contemplar as diversas formas como os alunos
aprendem e demonstram seus saberes;

✔ É necessário envolver o aluno na própria avaliação colocando-o no lugar de protagonista do próprio


aprendizado;

✔ A prática avaliativa deve contribuir para a reelaboração da prática pedagógica dos professores e da Unidade
Escolar a partir dos apontamentos realizados pelos professores e alunos.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Caso o coletivo de professores, em Conselho de Classe, decida pelo conceito RI de um


aluno, ao final do bimestre ou trimestre, deverá ser elaborado um Plano Pedagógico
Individualizado - PPI, no intuito de reforçar a aprendizagem desse aluno.

Nos anos de escolaridade em que é prevista a retenção dos alunos por conceito, será
retido o aluno, dentro do Continuum Curricular, que apresentar conceito RI (Reforço
Intensivo) ou a sigla DF (Deixou de Frequentar) na maior parte das avaliações e
atividades do bimestre ou trimestre, tendo sido esgotados todos os esforços para
estimular a melhora da aprendizagem e o desenvolvimento do aluno.

Para cada aluno retido deverá ser elaborado um Relatório de Conceito RI, onde constará
todo o percurso do aluno até o final do ano letivo. Esse relatório tem como objetivo
deixar registradas as dificuldades e lacunas do aluno em seu percurso de aprendizagem,
facilitando seu reconhecimento caso mude de professor ou de escola.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

No ano de 2022, os processos avaliativos da Rede Municipal de Ensino foram organizados conforme
especificado abaixo:
Ponto de Partida - Sondagem Inicial
A diagnose da aprendizagem dos estudantes deve acontecer logo no início do ano letivo, não para
conhecer o que "não foi desenvolvido”, mas sim o que cada criança ou jovem já conseguiu e o que
precisa construir para apropriar-se dos diferentes conhecimentos.
A diagnose também deve auxiliar nas propostas de intervenção pedagógica, bem como nas estratégias
para recomposição de aprendizagem e reagrupamentos, além de subsidiar o plano de recuperação da
aprendizagem aos estudantes.

Atividade Diagnóstica em Rede - ADR


Para os alunos do Ensino Fundamental Regular, a Rede conta bimestralmente com as Atividades Diagnóstica em Rede (ADR), que são
avaliações em Língua Portuguesa – Leitura (do 1º ao 9º e projetos), Língua Portuguesa –Escrita (do 1º ao 6º e projetos) e
Matemática (do 1º ao 9º e projetos). Os resultados nas Atividades Diagnósticas em Rede por aluno, turma, habilidade, grupamento e
escola são disponibilizados na plataforma Rioeduca em Ação, disponível na aba “outros” do Rioeduca em Casa, o que facilita a
elaboração do replanejamento pedagógico focado em sanar as dificuldades de cada aluno.
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Análise Pedagógica de Aprendizagem- APA


No período destinado à Análise Pedagógica de Aprendizagem (APA) indicado no calendário letivo, os
professores deverão sistematizar os registros e as demais evidências do desenvolvimento do processo de
aprendizagem do aluno.
Atividade Diagnóstica em Rede – ADR/EJA
Trimestralmente, para os alunos da Educação de Jovens e Adultos, a Rede contará com as Atividades
Diagnóstica em Rede (ADR-EJA), que são avaliações da Rede em Língua Portuguesa – Leitura (EJAI e EAJ
II), Escrita (EJA I) e Matemática (EJAI e EAJ II), nas quais os resultados por aluno, turma, habilidade,
grupamento e escola serão lançados e disponibilizados no DESESC.

Prova Rio
Ao final de cada ano letivo a Prova Rio será aplicada com o intuito de fornecer elementos para a formulação e o monitoramento
de políticas públicas, bem como o redirecionamento de práticas pedagógicas. Nos anos ímpares a Prova Rio avaliará o 1º, 3º e 7º
anos do Ensino Fundamental Regular em Matemática e Leitura, além de Escrita no 1º e 3º anos. Já nos anos pares a Prova Rio
avaliará o 1º, 4º e 8º anos do Ensino Fundamental Regular em Matemática e Leitura, além de Escrita no 1º e 4º anos.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Por fim, de acordo com a resolução nº 261/2021, são documentos comprobatórios do processo de avaliação de aprendizagem:

I.O Registro de Classe;

II.O Boletim;

III.O Histórico Escolar;

IV.O Plano Pedagógico Individualizado - PPI - do aluno conceito RI (Reforço Intensivo);

V.O Plano Educacional Individualizado - PEI - para alunos público-alvo da Educação Especial;

VI.O Relatório final de alunos com conceito RI (Reforço Intensivo);

VII.O Relatório de desenvolvimento da Educação Infantil;

VIII.O Certificado, quando concluído o Ensino Fundamental.

Para a leitura na íntegra da Resolução acesse:

https://doweb.rio.rj.gov.br/apifront/portal/edicoes/imprimir_materia/727274/4930
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CONSELHO DE CLASSE (COC)


O Conselho de Classe exerce um dos papéis mais importantes dentro de uma escola. Com
certeza aqueles que estão envolvidos com os processos e com os alunos diariamente –
diretores, coordenadores pedagógicos, professores, funcionários da escola e, até mesmo,
pais e responsáveis – são os mais indicados para tomar algumas das melhores decisões
sobre os grandes desafios do dia a dia. O COC tem caráter deliberativo, sendo instância de
reflexão, discussão, decisão, ação e revisão da prática educativa, mantendo como
finalidades:
I – Analisar dados referentes ao desenvolvimento do aluno no processo de aprendizagem;
da relação professor-aluno; do relacionamento entre os próprios alunos e de outros
assuntos específicos da turma;
II – Sugerir medidas pedagógicas a serem adotadas, visando superar as dificuldades
detectadas;
III – Deliberar a respeito do conceito global dos aluno.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Compete ao Diretor ou, no seu impedimento, ao Diretor-Adjunto:


a) presidir as atividades do Conselho;
b) definir o horário das reuniões, observando o calendário do ano em curso.
c) indicar membro do Conselho para secretariar as reuniões;
d) coordenar as ações visando sanar os problemas pedagógicos constatados.

Conselho de Classe ocorre conforme calendário anual divulgado pelo nível central da
Secretaria Municipal de Educação Acesse calendário atualizado de 2022:
https://www.rio.rj.gov.br/web/sme/exibeconteudo?id=13927635

Para ampliação da sua leitura sobre COC


acesse: http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/10912399/4269346/Deliberacao36.pdf
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3. PROCESSOS AVALIATIVOS NA ESCOLA

Conforme já foi mencionado, a avaliação para a Rede Municipal de Escolas Públicas do


Rio de Janeiro deve ser contínua e processual e requer registro para o acompanhamento
do desenvolvimento e da aprendizagem dos alunos.

O gestor deve orientar a equipe docente a manter um olhar sensível, imparcial e atento
aos alunos, considerando o multiculturalismo de nossa sociedade e os avanços individuais
de cada estudante. A elaboração de um instrumento simples em forma de tabela para
avaliar qualitativamente os alunos da unidade escolar ou o registro de observações no
diário de classe para acompanhamento desses aspectos são propostas válidas para a
manutenção da objetividade no momento em que a avaliação for discutida no coletivo.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Algumas dimensões do desenvolvimento cognitivo podem ser registradas de forma mais


objetiva por meio dos aspectos listados a seguir:
✔ O grau de atingimento, pelo aluno, das habilidades propostas para o bimestre;
✔ Os resultados obtidos, pelo aluno, nas avaliações;
✔ A evolução do desempenho escolar do aluno;
✔ As anotações significativas feitas pelo professor no Registro de Classe, a partir de
suas observações sistemáticas.
✔ O resultado obtido, pelo aluno, na recuperação de estudos, quando dela teve
necessidade.

A elaboração de um percurso formativo, contendo as habilidades e competências que


cada segmento letivo deve alcançar por período, pode se tornar um bom instrumento de
orientação e estímulo da autonomia dos alunos.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Esse percurso deve ficar exposto em local visível a todos os alunos em sala de aula, além
de ser apresentado aos responsáveis e, se possível, ser distribuído aos alunos para que
tenham em seus cadernos.

Nos dois anos iniciais do Ensino Fundamental, em que não ocorre a retenção do aluno, o
sujeito aprendente é igualmente avaliado, de acordo com seus avanços e dificuldades,
por meio dos mesmos instrumentos empregados nos demais segmentos. O fato de não
haver retenção não invalida os conceitos conferidos ao aluno pelo professor, podendo a
escola servir-se desse registro posteriormente para compreender o mapa de
desenvolvimento do estudante.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Na Educação Infantil, a avaliação é processada de forma diferenciada. A criança é observada e avaliada no


desenvolvimento dos objetivos de aprendizagem, a partir da exploração dos Campos de Experiência,
listados no diagrama abaixo:
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Em semelhante viés mais amplo de entendimento sobre avaliação educacional, a


perspectiva sociológica de Almerindo Afonso (2003) contribui para percebermos que a
“escola é confrontada com dimensões éticas, simbólicas, políticas, sociais e pedagógicas
que devem ser consideradas como um todo por quem tem especiais responsabilidades
na administração da educação.” Afonso analisa a avaliação educacional em níveis:
microssociológico, mesossociológico, macrossociológico e megassociológico, definidos
no próximo quadro.

A avaliação educacional adquiriu grande centralidade nas políticas públicas. Atualmente


os Estados melhoraram a gestão das escolas e sistemas educacionais por meio da análise
de dados extraídos das avaliações organizadas periodicamente em nível regional,
nacional e global.

encurtador.com.br/jxAOZ
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS


"A avaliação não deve servir para medir o sucesso, mas para provocar o sucesso.
Avaliamos para que o aluno, o professor, a escola se transformem.“ Thereza Penna Firme
(2021)

Qual o objetivo da avaliação praticada na Unidade Escolar?


De acordo com o professor Domingos Fernandes, “A avaliação não está a serviço das classificações [...] o
principal propósito da avaliação é contribuir para melhorar a aprendizagem dos alunos.” Portanto, como dito
anteriormente, a avaliação deve ser um instrumento de diagnose das dificuldades para propiciar estratégias
mais efetivas de desenvolvimento da aprendizagem.
A avaliação eficaz deve estimular o aluno a verificar seus erros e hipóteses, e não simplesmente classificar!
Considerando as múltiplas inteligências verificadas por Howard Gardner (1993), é justo que um indivíduo tenha
maior facilidade para assimilar conhecimentos, competências e habilidades do campo das linguagens e menor
facilidade no campo do raciocínio matemático, por exemplo.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Alguns serão mais propensos a aprender regras de jogos e desenvolver habilidades


esportivas, enquanto outros demonstrarão maior habilidade para as interações sociais.
Diante disso, classificações frias perdem o sentido na prática avaliativa e podem
desestimular potenciais importantes ainda não evidenciados pelo avaliado, ou evidenciados,
mas ignorados.

Além disso, algumas dificuldades que emergem durante o processo avaliativo podem ter
inumeráveis razões. O indivíduo que passa por problemas de ordem emocional, social ou
econômica terá maior prejuízo de sua capacidade de concentração, dificultando sua
aprendizagem. É por isso que o olhar sobre o avaliado precisa adquirir um caráter empático
e holístico para considerar possíveis entraves que atravessam esse processo e demandam da
Unidade Escolar um auxílio a mais para serem superados.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Obstáculos de qualquer ordem podem ser evidenciados pelas dificuldades de


aprendizagem, tornando-se meios de identificar um problema, entretanto não devem ser
tomados como determinantes absolutos de um fracasso a curto, médio ou longo prazo. A
escola deve cumprir suas funções de forma diferente para indivíduos diferentes, tendo
como um de seus objetivos, talvez o primordial dentro da escola pública, não permitir
que o percurso histórico e social da criança seja um determinante limitador e
excludente.
Retomando as palavras da Professora Thereza Penna Firme, a avaliação deve estar a
serviço do sucesso do avaliado e da transformação de toda a comunidade escolar, e deve
ser feita em conjunto a partir de decisões coletivas. Ninguém ensina, aprende,
transforma ou avalia sozinho. A equipe gestora junto ao corpo docente deve elaborar
estratégias de avaliação para a unidade escolar. Tais estratégias devem ser do
conhecimento do avaliado e de seus responsáveis, devendo haver inclusive
autoavaliações feitas por alunos e orientadas para o desenvolvimento contínuo de suas
potencialidades.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Dessa forma, tomemos como ponto de partida para a elaboração de uma avaliação
coerente com os parâmetros de nossa rede a instrumentalização do percurso formativo.
Lembrando que um percurso formativo deve conter as competências, habilidades e
objetos de conhecimento a serem assimilados num determinado período de acordo com
o currículo exigido para cada segmento. Com base no percurso, serão verificadas quais
competências, habilidades e objetos foram esgotados pelo docente em cada turma. Uma
vez analisado esse conteúdo, a avaliação contemplará ao menos uma questão de cada
item do percurso.

Uma avaliação eficaz deve conter itens objetivos e itens discursivos com graus variados
de dificuldade, que podem ir do mais fácil e simples ao mais complexo, considerando ao
menos uma questão que exija do aluno uma análise crítica (“qual sua opinião sobre...”,
“o que você pensa a respeito de...”, “o que você faria caso...”etc).
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO

Resultado das Análise dos


avaliações resultados

Estratégias e Elevar a qualidade


ações do processo
(replanejamento) educacional
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

A avaliação se dá a todo o momento quando nos propomos a observar o aluno


atentamente. Seus avanços e dificuldades devem ser registrados primeiramente
pelo professor que observa e, em seguida, devem ser discutidos coletivamente.
Porém, durante o Conselhos de Classe, como vimos anteriormente, não podemos
perder de vista os altos índices de abandono escolar. A evasão deve ser considerada
um ponto de atenção para o gestor. É necessário manter um olhar que considere a
excepcionalidade de cada caso.
Quando o corpo docente em conjunto com a gestão da Unidade Escolar trabalha
tendo em vista essa organização do processo de ensino e aprendizagem, é mais
provável que a escola atinja as metas a que se propõe.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

5. ANÁLISE DAS AVALIAÇÕES EXTERNAS:


O NÍVEL MACROSSOCIOLÓGICO DA AVALIAÇÃO
Além das avaliações internas realizadas pela escola e no caso da Rede Municipal as Atividades Diagnósticas, o gestor escolar
pode ter acesso às avaliações externas para identificar o resultado da sua escola no Sistema de Avaliação da Educação
Básica (Saeb), já citado quando falamos sobre planejamento.
Por meio dos resultados, é possível observar, a partir do nível alcançado pela turma na Escala de Proficiência do Saeb,
informações que podem ser empregadas pelos gestores para orientar os docentes na intervenção dos processos de ensino
e aprendizagem, diagnosticando problemas e elaborando planos de ação para o Projeto Político Pedagógico da instituição.
O IDEB, por sua vez, é um indicador de 0 a 10 que contempla a junção de duas medidas: o Saeb (média das provas) + o fluxo
escolar (taxa de aprovação, reprovação e abandono). Através do IDEB visualiza-se, a partir do equilíbrio entre desempenho
e fluxo escolar, se as escolas e sistemas de ensino estão atingindo as metas de qualidade definidas pelo Plano de
Desenvolvimento da Educação.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

O IDEB está previsto no Plano Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro, aprovado em 2018 e com validade de 10 anos, tendo
sido estabelecida uma meta a ser atingida pelas escolas cariocas a cada biênio, com o objetivo de aprimorar a oferta educativa aos
estudantes.
A meta do PME-RJ de fomentar a qualidade da Educação Básica em todas as etapas e modalidades com melhoria do fluxo escolar e da
aprendizagem de modo a considerar que a qualidade social da educação, deverá ser cumprida a partir da garantia da aprendizagem
significativa dos estudantes, através da valorização dos profissionais da educação e da melhoria da infraestrutura das unidades escolares.
Além disso, atingir as seguintes médias nacionais para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica:

Muitos são os desafios a serem enfrentados pelas escolas, mas a gestão deve ter um olhar amplo sobre a avaliação e estar atenta às
diferentes ferramentas, dados e informações disponíveis. O uso de diferentes dados e instrumentos de avaliação escolar contribuirão
para identificar pontos-chave que necessitam de maior atenção, além de auxiliar no planejamento de ações em prol do desenvolvimento
dos alunos e da melhoria da oferta educativa na instituição de ensino.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

6. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL INTERNA


Uma boa avaliação institucional interna pode render bons resultados, desde que seja orientada
para o alcance de metas viáveis ao aprimoramento de práticas educacionais e outras demandas.
De acordo com Brandalise (2010) a avaliação interna deve ser “uma análise sistemática da
instituição com vistas a identificar suas fragilidades e potencialidades, e a possibilitar a elaboração
de planos de intervenção e melhorias.” Cada unidade escolar pode estabelecer etapas para a
construção do processo de avaliação interna, tendo em vista questões de base fundamental
como:

✔ O que deve ou pode ser avaliado?


✔ Quais atores da comunidade escolar irão avaliar a escola?
✔ Como avaliar?
✔ Qual o objetivo da avaliação interna?

Desta forma, vejamos cada um dos itens que respondem ao percurso proposto pelas questões
acima:
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

O QUE DEVE OU PODE SER AVALIADO?


MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

Cada unidade escolar pode estabelecer seus próprios parâmetros para uma avaliação interna tendo como base as áreas ou dimensões
citadas. É possível explorar apenas aquelas consideradas pela equipe como as mais necessárias; explorar uma de cada vez ou todas ao
mesmo tempo, desde que, a partir do resultado inicial, novas etapas avaliativas sejam desenvolvidas no interior da escola.(Mary Ângela
Brandalise - 2003)
Por outro lado, no tocante a quem planeja o instrumento avaliativo, ao reconhecermos a escola como um espaço constituído por
variados atores, é interessante que esse instrumento seja elaborado coletivamente.

QUAIS ATORES DA COMUNIDADE ESCOLAR IRÃO AVALIAR A ESCOLA?


A escolha sobre quais atores avaliarão a escola estará atrelada ao planejamento desta ação avaliativa e do que se deseja alcançar a
partir dela. Com base nesta primeira deliberação, é possível construir instrumentos que possibilitem a avaliação por toda a comunidade
ao mesmo tempo, ou construir avaliações que sejam direcionadas especificamente aos interesses de cada segmento em períodos
diferentes. Por outro lado, em lugar de demandar a avaliação de todos também é possível definir diferentes representantes de cada
segmento para a realização desta incumbência.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

É de suma importância ter em vista que avaliações diferentes devem ser orientadas para segmentos diferentes, posto que cada setor da
comunidade escolar tem acesso a um determinado “panorama” da unidade escolar. Brandalise nos lembra que uma “coleta de dados
precisa ser feita de uma forma não incomodativa, com discrição, com profissionalismo, pois a escola não para porque nela está em
desenvolvimento um processo de autoavaliação.”

COMO AVALIAR?
É possível aplicar questionários, entrevistas, observação seguida de relatórios, portifólio de projetos e documentos, seminários, pesquisa
comparativa em arquivos, análise de documentos, análise quantitativa, entre outros instrumentos.
Efetuada a avaliação, procede-se à análise dos dados, com a integração e síntese dos resultados para posterior feedback à comunidade.
Essa análise pode ser feita por meio de tabelas, gráficos, sinopses, registros pontuais de situações-problema ou fragilidades e diagramas
que relacionem os dados observados.
Os resultados preliminares, levantados a partir da análise dos dados, podem levar à necessidade de nova avaliação para apuração de
tendências, que venham a revelar o perfil da escola e do que é preciso melhorar ou manter. Os resultados precisos, esgotadas as
avaliações, serão organizados de acordo com cada dimensão analisada, expressando o pensamento do coletivo escolar que participou do
processo.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

A imagem, que é formada da escola por meio de uma avaliação, apenas será completa ao proceder à interpretação desses resultados,
entendendo pontos positivos, pontos negativos, fragilidades, potencialidades em cada uma das áreas analisadas. A divulgação dos
resultados deve ser feita a toda comunidade para que o processo seja legitimado. Apresentar, divulgar, debater de forma ampla
oportuniza a manifestação de pontos de vista e a revisão de conclusões, caso as discussões acrescentem contribuições que auxiliem no
aprofundamento da interpretação.
Um Plano de Desenvolvimento Institucional eficaz permite à escola olhar-se criticamente, considerando seus valores e potencialidades.
Enfim, a prática avaliativa só deve ser instrumentalizada para estimular a superação de dificuldades e determinar novas metas de
transformação e sucesso tanto para alunos quanto para a própria instituição.

QUAL O OBJETIVO DA AVALIAÇÃO INTERNA?


Uma avaliação interna deve ter como efeito a elaboração de um Plano de Desenvolvimento da Escola para melhorias qualitativas na
instituição. Esse plano pode vir a ser um documento que contenha as intenções do coletivo escolar, identificando prioridades de ação,
metas e estratégias para a concretização do planejado.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

O processo de construção de um plano de desenvolvimento escolar deve considerar ao


menos três fatores:
✔ Respeito pelo contexto social considerando as orientações da política educacional, o
projeto pedagógico da escola, as características da comunidade escolar e os recursos
disponíveis e necessários;
✔ Consulta e decisão acerca das prioridades, elaborando o plano de forma coletiva,
democrática e negociada;
✔ Redação e divulgação do plano esclarecendo a articulação com os objetivos e fins da
escola, justificando a seleção das prioridades e os recursos envolvidos.
Um plano de desenvolvimento Institucional eficaz permite à escola olhar-se
criticamente, considerando seus valores e potencialidades.
MÓDULO I – GESTÃO DE ENSINO

RETOMANDO O ESTUDO DE CASO


Retomando para reflexão o caso registrado da “Diretora Martha” (slide 5), e com base em todo o material
disponibilizado sobre a Gestão de Ensino, fica evidenciado que as ações fundamentadas na visão macro da
estrutura e da comunidade escolar atendem de maneira eficaz para o alcance dos objetivos pedagógicos.
É fundamental discutir os dados da análise da avaliação com todos os atores da Comunidade Escolar (professores,
alunos, responsáveis e funcionários) percebendo o papel e o protagonismo de cada um nesse processo. A partir
dessa discussão, é necessário o replanejamento de ações efetivas no âmbito pedagógico, que serão acompanhadas
pela equipe gestora.
É esperado da equipe gestora e do gestor, enquanto líder, que criem as possibilidades junto com a comunidade
escolar para as intervenções pedagógicas em todos os espaços de aprendizagem, possibilitando a efetiva mudança
do quadro inicial, em que mais da metade dos alunos de 3º ano apresentava nível 1 de leitura. A ação da gestão
escolar deve ser referendada também teoricamente pelas legislações e por sua capacidade de antever, planejar e
articular ações que possam orquestrar os diferentes setores, dimensões e aspectos do espaço escolar.

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