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FUNDAÇÃO DE APOIO À ESCOLA TÉCNICA (FAETEC)

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO


CURSO DE GRADUAÇÃO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Práticas de Alfabetização

Jéssica Juliane da Silva dos Santos


Rafael Amorim Farias Dos Santos
Viviane Seraine Soares Rodrigues

1 INTRODUÇÃO

Como garantir o direito ao ensino/aprendizagem dos estudantes estando todos


afastados da escola, sem contato humano? Esse foi o grande desafio encarado pelos
profissionais de educação no percurso da pandemia causada pelo novo Coronavírus.
A pandemia da Covid-19 interrompeu de forma brusca a maneira como o ensino era
aplicado, tornando o ano letivo de 2020, um ano atípico para a história da educação no
mundo. As novas tecnologias, que outrora eram usadas como entretenimento, na maior
parte do tempo, passou a compor a práxis da educação na maioria das instituições de
ensino. As desigualdades sociais, que já eram marcantes em nossa sociedade, se
intensificaram nesse período, tornando o acesso a nova modalidade ressurgente, o Remoto
Emergencial, excludente para a maioria dos estudantes.
De forma geral, enquanto escolas privadas tentavam apresentar as tecnologias
educacionais a fim de garantir o aprendizado e manter a clientela em suas unidades, a
maioria das escolas públicas não estavam preparadas para uma mudança tão repentina. A
partir desta questão, nosso grupo buscou trazer experiências vividas por escolas públicas e
privadas, e, como os professores lidaram com as novas demandas da educação, durante a
pandemia e no retorno do ensino presencial. Também, avaliamos a percepção de alunos
estagiários no curso de Pedagogia do ISERJ em relação ao ensino remoto.
Este resumo expandido trata-se da segunda fase do trabalho proposto como parte da
avaliação da disciplina de Alfabetização III, cuja proposta foi articular achados das
práticas, dilemas e questões da alfabetização em tempos de pandemia, em que o nosso
grupo teve como objetivo apresentar as diferentes possibilidades e desafios enfrentados
pelos profissionais de educação e a comunidade escolar.
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Desta maneira, conclui-se que o ensino no percurso da pandemia está sendo um


grande desafio, ressignificando a aprendizagem para alunos, pais e educadores.

2 DESENVOLVIMENTO

Neste novo cenário, tudo que poderia ser considerado rotina na vida do educador
precisou ser descontruído e reinventado e isso trouxe muitas dúvidas, inquietações e
necessidade de inovação.
A mudança requer toda uma sensibilidade de planejamento e isso, conseguimos
perceber através do aluno Rafael Amorim, que hoje é professor do Ensino Fundamental –
Anos Iniciais da Prefeitura do Rio de Janeiro com sua turma do 2º ano da escola CIEP
Thomas Jefferson. Pensando nos seus relatos em como se reinventar e planejar na
pandemia, decidimos abordar esse tema onde apresentamos dificuldades, possibilidades e
pontos de vista pessoais deste novo cenário.
Depois de mais de um ano afastados da escola, teve-se que repensar em estratégias
que amenizassem os problemas na aprendizagem gerados pela pandemia. Para que não se
"perdesse" o ano letivo, trabalhar o biênio (2 anos em 1) foi adotado pelo nosso Município,
como forma de garantir a continuidade do Ensino Público.
Uma das práticas aplicadas em sala de aula foi o uso de blocos de madeira colorido
para a materialização dos valores numéricos, até 10 na primeira etapa, e posteriormente até
20 no segundo momento, nos processos de adição e subtração, sem reserva, no primeiro
momento, e, subsequentemente, com reserva. Conforme se pode observar nas imagens
abaixo:

FONTE: ACERVO PESSOAL

No segundo momento, resolvemos pesquisar sobre as dificuldades enfrentadas


pelos professores da rede particular. E, nos deparamos com a reportagem da professora do
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1º ano, Márcia Braga Marinho, da Escola SESI David Nóvoa Alvarez, em Iranduba, região
metropolitana de Manaus (AM), que comentou:
Muitos foram os desafios durante a pandemia, tivemos que nos reinventar
através de uma nova rotina de trabalho, adotando ferramentas de ensino eficazes
para melhor atender nossos alunos. Bem como a família, que se tornou a
principal mediadora no processo de aprendizagem dos alunos. Observamos que
nossos alunos estavam apresentando dificuldades. Portanto, houve a necessidade
de implantar atividades de reforço, estabelecendo o incentivo à leitura com a
família através do manuseio de livros de contos infantis, tirinhas, reportagem,
receita de culinária, gibis, fichas de leituras, dentre outros. Esses tipos de
atividades têm como finalidade ampliar e aprimorar o vocabulário e contribuir
para o desenvolvimento de um pensamento crítico e reflexivo, pois possibilita o
contato com diferentes ideias e experiências. A leitura é um instrumento valioso
para a apropriação de conhecimentos relativos ao mundo exterior.

O SESI já utilizava em seu dia a dia as novas tecnologias na educação, antes


mesmo da pandemia, como podemos observar nas imagens abaixo:

Fonte: https://noticias.portaldaindustria.com.br/ noticias/educacao/a-experiencia-e-os-aprendizados-da-alfabetizacao-na-pandemia

Assim que as aulas presenciais foram suspensas devido a pandemia, os alunos


continuaram usando essas ferramentas, sem muitas dificuldades. E no processo de
alfabetização o professor se tornou o facilitador.

Escrever exige pensar na representação da palavra escrita. Ao pronunciar uma


palavra, a criança não se dá conta dos sons isolados que articula. A escrita é que
vai exigir que a criança tome consciência da estrutura sonora da palavra, que a
decomponha e recomponha, de forma voluntária, em signos escritos. Isso vale
para a composição do texto também, é preciso saber que frases vai
intencionalmente encadear e isso não é fácil. A estrutura semântica da escrita
exige o mesmo trabalho voluntário sobre os significados das palavras e sobre o
seu desenvolvimento em uma determinada sequência sintática e fonética. A
escrita é dirigida, desde o começo, pela consciência e intencionalidade. “A fala
escrita obriga a criança a atuar mais intelectualmente” ( Vygotsky (2007) apud
CORAIS (2019), p.2).

Um ponto importante a ser ressaltado na execução das atividades pela profissional


foi que as aulas foram pensadas respeitando os recursos tecnológicos que os alunos tinham
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em casa. Podemos dizer que esta iniciativa diz também sobre o respeito a realidade dos
alunos, principalmente no ensino remoto.

Fonte: https://noticias.portaldaindustria.com.br/ noticias/educacao/a-experiencia-e-os-aprendizados-da-alfabetizacao-na-pandemia

Segundo Marcia, a comunicação entre a família e a escola foi essencial para


entender cada etapa de aprendizagem dos alunos. O contato virtual foi constante para sanar
dúvidas dos pais sobre como eles deveriam acompanhar suas crianças nas atividades em
casa.
No terceiro momento, refletimos sobre a experiência vivida pela aluna Jéssica
Juliane, estagiária do CAp ISERJ no ensino remoto. Entendemos os desafios e as
possibilidades da professora regente ao lidar com uma turma de Educação Infantil em fase
de alfabetização. A professora teve que pensar em estratégias que mantivesse a atenção
dos alunos no desenvolvimento das atividades e contava com a parceria dos estagiários,
dos residentes e principalmente dos pais dos alunos, onde tinham uma relação de muito
carinho e respeito.
A aula iniciava através de música e dança, onde a professora chamava todos os
alunos para saírem dos seus lugares e realizarem movimentos de acordo com a música.
Num segundo momento, eram realizadas contações de histórias de autoria dos próprios
alunos, o que incentiva muito a criatividade, a imaginação e a sequência lógica. Depois
disso, a professora realizava atividades diárias de fixação envolvendo diversos temas e
solicitava aos alunos que ilustrassem a atividade apresentada e que registrassem as mesmas
na ferramenta do Google Classroom com apoio de seus pais através de postagem de fotos
da realização das atividades.
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Embora em muitos momentos ela precisasse trazer a atenção de alguns alunos


dispersos, as atividades eram desenvolvidas com muito carinho e atenção. Pode-se dizer
que a professora, dentro de suas possibilidades, fez das aulas um ambiente acolhedor para
os alunos e responsáveis.

4 CONCLUSÃO

Desta maneira, concluímos que a pandemia acelerou o processo de


desenvolvimento do uso de ferramentas tecnológicas pela escola, pelos alunos e pela
comunidade escolar. Durante nossa análise, percebemos que o fator primordial foi a
relação escola-famílias, onde tornou-se necessário manter o contato para depois pensar nas
estratégias e avaliação.

A necessidade de entender cada vez mais as realidades dos alunos e como a escola
iria se adequar para acolhê-los, tornou-se crucial para uma permanência ou evasão escolar.
Não só o professor, todo corpo docente precisou se reinventar. A família foi essencial no
sentido de parceria com a escola, onde disponibilizou recursos pessoais, financeiros e
tecnológicos para apoio nas atividades.

REFERÊNCIAS

CORAIS, Marcia Cristina. Trabalho apresentado no GT 10 – Alfabetização leitura e


escrita. Anais da 39a Reunião Científica da ANPEd. Rio de Janeiro, Outubro de 2019.
ISSN: 2447-2008.

MAIA, Amanda. A experiência e os aprendizados da alfabetização na pandemia. Portal da


Indústria, 2021. Disponível em <https://noticias.portaldaindustria.com.br/
noticias/educacao/a-experiencia-e-os-aprendizados-da-alfabetizacao-na-pandemia/>.
Acesso: em 25 de out. de 2021.

MATEMÁTICA. Educa Mais Brasil, 2021. Disponível em:<https://www.educamaisbrasi


l.com.br/enem/matematica>. Acesso em: 23 de out. de 2021.

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