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UNIVERSIDADE PAULISTA

DAIENE CRISTINA ALVES DA SILVA


DANIELA VICENTE MOISES

PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


RELAÇÃO PROFESSORES E PAIS EM TEMPOS DE COVID19: Boas
práticas na condução de dificuldades e transtornos de aprendizagem nos
processos de escolarização – informativo aos pais

São José do Rio Pardo


2021
DAIENE CRISTINA ALVES DA SILVA
DANIELA VICENTE MOISES

PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


RELAÇÃO PROFESSORES E PAIS EM TEMPOS DE COVID19: Boas
práticas na condução de dificuldades e transtornos de aprendizagem nos
processos de escolarização – informativo aos pais

Projeto de Iniciação Científica apresentado à


Vice- Reitoria de Pós- Graduação e Pesquisa
da Universidade Paulista - UNIP para análise

Orientadora: Profª Drª Raquel Gonçalves Octávio

São José do Rio Pardo


2021
RESUMO

Este projeto de iniciação científica insere-se na área de Educação e aborda


como eixo temático a relação de professores e pais de alunos em tempos de
COVID19, no que concerne especificamente na produção de boas práticas na
condução de dificuldades e transtornos de aprendizagem nos processos de
escolarização, por parte dos professores, junto aos pais. Apresenta como
objetivo maior auxiliar os pais no entendimento e diferenciação entre
dificuldades e transtornos nas práticas escolares de seus filhos, haja vista em
tempos de pandemia a família estar diretamente envolvida, mais do que nunca,
nos processos de ensino aprendizagem de seus filhos e mais conhecer e
entender os aportes teóricos concernentes às dificuldades e transtornos de
aprendizagem para posteriormente produzir uma cartilha sobre essa
diferenciação e possibilidades de atuações dos pais junto aos seus filhos em
contextos das práticas de ensinar e aprender. Para o desenvolvimento dessa
pesquisa optou-se pelo aspecto metodológico qualitativo, buscando
compreender a temática escolhida por meio de um estudo bibliográfico, a partir
de textos de autores reconhecidos no estudo das dificuldades e transtornos nos
processos de ensino aprendizagem. Dessa forma, para a pesquisa
bibliográfica, até o presente momento, foram selecionados documentos sobre
leis diretrizes curriculares, mais autores como Carrara (2018), Cortez (2018),
Ferreira (2015), Mantoan (2001), Octávio (2017), Santrock (2010).

Palavras – chave: Ensino – Aprendizagem, transtornos e dificuldades de


aprendizagem, Interação Professor e família
ABSTRACT

This scientific initiation project is part of the Education area and addresses as a
thematic axis the relationship of teachers and parents of students in times of
COVID19, with regard specifically to the production of good practices in
handling difficulties and learning disorders in the processes of education.
schooling, by teachers, with parents. Its main objective is to assist parents in
understanding and differentiating between difficulties and disorders in their
children's school practices, given that in times of pandemic, the family is directly
involved, more than ever, in the teaching processes of their children's learning
and learning more and to understand the theoretical contributions concerning
learning difficulties and disorders in order to later produce a booklet about this
differentiation and possibilities for parents to act with their children in the context
of teaching and learning practices. For the development of this research, the
qualitative methodological aspect was chosen, seeking to understand the theme
chosen through a bibliographic study, based on texts by recognized authors in
the study of the difficulties and disorders in the teaching-learning processes.
Thus, for the bibliographic research, until now, documents on curricular
guidelines laws have been selected, more authors such as Carrara (2018),
Cortez (2018), Ferreira (2015), Mantoan (2001), Octávio (2017), Santrock
(2010).

Keywords: Teaching - Learning, learning disorders and difficulties, Teacher


and family interaction
INTRODUÇÃO

A prática de ensinar e aprender desde o século XIX sempre foi atribuída


à instituição escolar. Aprender em espaços não escolares não era tão comum
até o aparecimento da pandemia causada pelo vírus COVID19 no ano de 2020.
Neste contexto ocorreram numerosas mudanças e transformações em
vários segmentos e espaços da sociedade, dentre elas no funcionamento do
ensino, isso desde a educação básica até a educação superior. Por conta do
isolamento social e suas significativas restrições as aulas em nosso país foram
suspensas, isso por recomendação dos órgãos de saúde pública e do
Ministério da Educação – MEC 1. Com o objetivo de manter as atividades e
disciplinas cada estado, município, instituição formataram essas aulas de
acordo com as suas condições disponíveis.
A forma mais comum foi a utilização das plataformas virtuais, em um
modelo de ensino a distância. Assim, elas passaram a ser ministradas de forma
EaD, remota, síncronas ou não. Logo, vê-se que uma atividade ou aula remota
pode ser considerada uma solução temporária para continuar as atividades
pedagógicas e tem como principal ferramenta a internet, contudo muitos
desafios e rejeições foram atribuídas a esse novo modo de ensinar e de
aprender, a adaptação para muitos tem sido penosa.
Sobre esse novo modo de a educação acontecer faz-se necessário
elucidar e conhecer as possibilidades de oferta e realização do ensino. No caso
do uso da internet, como já dito acima, as aulas expositivas e até avaliações
têm ocorrido com o suporte de recursos tecnológicos, em diferentes formatos
de conteúdo e ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), como forma de não
permitir que o ensino parasse em meio ao caos dessa pandemia.
Assim sendo, aula remota e educação a distância são a tendência do
momento para dar continuidade ao ano letivo em meio às restrições impostas
pela pandemia de COVID-19. Importante observar que enquanto a aula remota

1
Conforme PORTARIA Nº 544, DE 16 DE JUNHO DE 2020 – que dispões sobre a substituição
das aulas presenciais por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia do novo
coronavírus – Covid-19, e revoga as Portarias MEC nº 343, de 17 de março de 2020, nº 345, de 19 de
março de 2020, e nº 473, de 12 de maio de 2020
surge como resposta imediata ao momento atual, a modalidade de ensino a
distância já é conhecida por muitos brasileiros há várias décadas. Faz-se
necessário e urgente saber a diferenças entre elas, bem como suas principais
características. Para tal apresentamos um quadro comparativo elaborado por
IPOG (2020):

AULA REMOTA ENSINO A DISTÂNCIA


Aulas ao vivo e remotas simulando o Aulas gravadas
encontro presencial
Professor da disciplina disponível Tutor/Monitor como suporte de maneira
diariamente atemporal
Conteúdo e material didático mais Conteúdo e material didático mais
personalizados e ajustados pelo padronizados, normalmente
professor segundo a necessidade disponibilizados com antecedência
Cronograma mais flexível e ajustado Cronograma padronizado
segundo o contexto atual
Avaliações mais centradas nas aulas Avaliações padronizadas
Mais atividades síncronas Atividades síncronas e assíncronas
Carga horária concentrada nas aulas Carga horária distribuída entre diversos
recursos midiáticos
Mais centrado no professor Mais autoinstrucional
Quadro 01 – Comparação entre aula remota e EaD – Fonte IPOG/2020

As leituras sobre o tema ensino em tempos de pandemia e os relatos de


alunos de outros semestres do curso de pedagogia referentes as suas
experiências no contexto de ensino remoto e/ou EaD no evidenciam que a
maioria das atividades escolares ocorrem via internet, todavia em algumas
localidades são produzidos materiais físicos e estes são entregues aos alunos,
podendo haver mediação dos professores ou não. Nos dois casos a
participação da família nesses processos é de expressiva importância. Se na
modalidade presencial essa participação é essencial, nesse novo modo de
aprender mais ainda, haja vista muitas famílias não estarem preparadas e ou
não terem condições, muitos são os motivos, para auxiliar seus filhos nas
atividades propostas pela escola.
Segundo Octávio (2017, pág. 94) “a relação escola e família caracteriza-
se por perspectivas e desafios que são enfrentados por ambas instituições com
o objetivo de superação e fomento da qualidade de ensino.” Sob essa
perspectiva Piaget (2007) destaca que essa parceria não visa somente
aspectos de socialização, mas também aspectos educacionais, os quais
tendem a gerar responsabilidade na e para a família nesse processo de ensinar
e aprender.
Há que se dizer que muitos são os benefícios da proximidade entre
a família e a escola, um deles é poder juntos, alinhar as expectativas, por meio
de um diálogo aberto, pois afinal, o objetivo comum dessa relação é oferecer a
criança boas condições de desenvolvimento e aprendizagem. Convém
destacar nesse contexto os aspectos legais que defendem essa parceria e,
acima de tudo a participação da família no aprender do filho. A Lei de Diretrizes
e Bases – LDB 9394/96 em seu artigo 2º estabelece que:
A educação, dever da família e do estado, inspirada nos
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana,
tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.

Sob esta perspectiva a LDB ratifica a ideia de que a família também


possui papel de extrema relevância na aprendizagem da criança, pois está
fortemente ligada ao papel da escola.
Na esteia discussão Jardim (2006) sinaliza que essa ligação, esse
intercâmbio entre pais e escolas tendem a colaborar para o crescimento
acadêmico, afetivo e social das crianças. Logo, trata-se de uma ligação
relacional, pela qual é possível colocar o aprendizado da criança em destaque
em prol ao desenvolvimento integral da mesma.
Contudo uma recensão feita por Octávio (2017) com o objetivo de
verificar a participação da família na vida escolar dos filhos, isso nos aspectos
qualidade e quantidade, chegou a conclusão de que a maioria dos pais
atribuem a escola o papel de ensinar. Poucos pais dividem essa tarefa com a
escola, os motivos são diversos, incluem falta de tempo, de conhecimento, de
comprometimento, de responsabilidade e outros. Fato que piora quando temos
alunos que apresentam situações de dificuldades e transtornos frente aos
processos de ensino aprendizagem.
Se na modalidade presencial já é muito difícil lidar com alunos que
apresentam situações de dificuldades e transtornos, quiçá na modalidade
remota e ou EaD. Há contextos que os pais nem sabem que seus filhos
possuem problemas no processo de aprender e tendem a ficar inertes frente a
essa situação.
Acreditamos ser importante para essas famílias saber que as barreiras
que afetam o processo de aprendizagem escolar podem partir de diversas
origens, dentre elas cultural, socioeconômica, familiar, cognitiva, emocional e
outras. Saber ainda que dificuldades são diferentes de transtornos. Saber que
a dificuldade de aprendizagem não se refere a dificuldades específicas, mas
sim na defasagem genérica e abrangente referente a  aquisição e ou
automatização de uma ou mais competências. Logo, trata-se apenas de um
sintoma de que existe um déficit de aprendizagem. 
Importante saber ainda, no mínimo, que os transtornos, distúrbios e
dificuldades de aprendizagem caracterizam-se e envolvem uma incapacidade
de adquirir, reter ou usar habilidades ou informações gerais, o que resulta de
dificuldades com a atenção, com a memória ou com o raciocínio e afeta o
desempenho acadêmico.
Desse modo, vê-se a necessidade de pensarmos em desenvolver boas
práticas na condução de dificuldades e transtornos de aprendizagem nos
processos de escolarização, no que tange a explicar para os pais a diferença
entre dificuldades e transtornos para com tal proporcionar a eles e professores
possibilidades de ensinar e aprender levando em conta as necessidades e
possibilidades das crianças.

JUSTIFICATIVAS

Como demonstramos, novas formas de ensinar e aprender foram


estruturadas e produzidas no contexto de isolamento por conta do COVID 19.
Logo, as instituições escolares tiveram que fazer o ensino acontecer.
Professores e alunos se reinventaram para dar conta de ensinar e aprender. As
formas mais utilizadas foram os suportes digitais, contudo muitos alunos
começaram a depender demais de suas famílias para conseguirem engajar-se
nessa nova forma de aulas e atividades escolares. Nunca na história das
relações entre família e escola notou-se tamanha importância dessa união em
prol a um desenvolvimento do ensino aprendizagem de qualidade.
Temos, pois, várias situações, as que os pais não querem se envolver e
deixam os filhos estudarem como querem e podem, outros pais que não
possuem capital intelectual para auxiliar seus filhos nos afazeres escolares,
outros que começam a perceber muitas dificuldades em seus filhos quando da
realização das tarefas e ficam perdidos.
Neste contexto, o presente projeto de iniciação científica busca conhecer
as diferenças entre dificuldades e transtornos de aprendizagem, bem como de
que forma estes interferem nesse processo de aprender, para com tal produzir
uma cartilha explicativa para os pais sobre as caracterizações e principais
diferenças entres dificuldades e distúrbios de aprendizagem.

OBJETIVO

Este projeto de iniciação científica tem como objetivo geral conhecer,


entender as diferenças entre dificuldades e transtornos de aprendizagem para
auxiliar os pais nas práticas escolares de seus filhos, haja vista em tempos de
pandemia a família estar diretamente envolvida nos processos de ensino
aprendizagem de seus filhos. E mais, produzir uma cartilha sobre essa
diferenciação e possibilidades de atuações dos pais junto aos seus filhos em
contextos das práticas de ensinar e aprender.

MÉTODO

A pesquisa será qualitativa, buscando compreender a temática escolhida para


estudo por meio de um estudo bibliográfico, a partir de textos de autores
reconhecidos no estudo das dificuldades e transtornos de aprendizagem, além
dos aportes teóricos que abordam esse eixo temático, a pretensão e consultar,
conhecer as diretrizes curriculares e leis que tratam da importância da relação
família e escola. Dessa forma, para a pesquisa bibliográfica foram selecionados
documentos sobre leis diretrizes curriculares, mais autores como Carrara
(2018), Cortez (2018), Ferreira (2015), Mantoan (2001), Octávio (2017),
Santrock (2010).
A essa orientação metodológica corresponde uma forma de abordar os
diversos entraves presentes no processo de ensino aprendizagem, sobretudo
as dificuldades e transtornos.
Espera-se obter conhecimento relevante sobre as caracterizações,
especificidades e diferenças entre distúrbios e dificuldades de aprendizagem e
como a produção de boas práticas pedagógicas podem auxiliar nesse contexto.
Em especial quando da produção de uma cartilha sobre essas diferenciações.
O tempo para estudo dos textos será dividido conforme o tempo de
duração da iniciação científica. Para cada concessão serão desenvolvidas as
seguintes atividades:
- Primeira:
 Leitura geral dos textos;
 Leitura crítica com destaque dos principais aspectos abordados
nos textos;
 Fichamento analítico do texto: ideias principais, ideias
secundárias, citações importantes e ponto de vista dos autores;
 Quadro síntese dos textos estudados: conceitos chave
(categorias de análise) e argumentos;
 Produção da cartilha
 Relatório parcial da pesquisa.

- Segunda:
 Análise da cartilha;
 Adequação da cartilha.
 Relatório final da pesquisa.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação.


Brasília, 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica.
Fundamentos pedagógicos e estrutura geral da BNCC. Brasília, DF, 2017.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_docman&view=download&alias=56621-bnccapresentacao-
fundamentos-pedagogicos-estrutura-pdf&category_slug=janeiro-2017-
pdf&Itemid=30192>.

CARARA, Mariane Lemos. Dificuldades de aprendizagem e vulnerabilidade


social sob a percepção da comunidade escolar. Disponível em:
<www.uniedu.sed.sc.gov.br >>. Acesso em 12 de março, 2018.

CORTEZ, Renata Veloso de Moraes; FARIA Moacir Alves. Distúrbios de


aprendizagem e os desafios da educação escolar. Revista eletrônica
saberes da educação. Vol. 02, nº 1, 2011. Disponível em: <
www.docs.uninove.br/>. Acesso em 14 de março, 2018.

DOMINIENSE, Maria do Céu de Souza. Dislexia um jeito de ser e de


aprender de maneira diferente. 2011. Folhas 70. Monografia apresentada ao
curso de Especialização em Desenvolvimento Humano. Universidade de
Brasília. Brasília, 2011. Disponível em: <http://www.bdm.unb.br/>. Acesso em:
19 de março, 2018.

FERNÁNDEZ, Amparo Ygual; Cervera, José Francisco Mérida; Orlandi Cunha,


Vera Lúcia; Orlandi Cunha, Andréia; Capelini, Simone. Avaliação e
intervenção da disortografia baseada na semiologia dos erros: Revisão da
Literatura. Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 16 de março, 2018.

FERREIRA, Cláudia. Transtornos da aprendizagem: Da teoria á prática. 3°


Edição. Belo Horizonte. Uni Duni editora de livros LTDA, 2015.

JARDIM, A. P. Relação entre Família e Escola: Proposta de Ação no


Processo Ensino Aprendizagem. Presidente Prudente: Unoeste, 2006.

MANTO AN, M. T. E. Caminhos pedagógicos da inclusão. São Paulo,


Memnon Edições Científicas, 2001.

OCTÁVIO, Raquel G. Prática de leitura entre leitores escolares e


contemporâneos: a ilusão do real. Casa do novo autor: São Paulo, 2017.
SANTROCK, Jonh W. Psicologia Educacional. Tradução: Denise Duarte,
Mônica Rosemberg, Taís Silva Galeano. 4° Edição. Editora LTDA. 2010.

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