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OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

NO CENÁRIO DA EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA – EAD
EDUCAÇÃO
Reflexão acerca do modelo de ensino voltado a Educação à distância – EAD face ao
novo cenário mundial provocado pela Pandemia ocasionada pela Covid – 19.



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ÍNDICE

1. 1. RESUMO
2. 2. INTRODUÇÃO
3. 3. Reflexos da pandemia do coronavírus, consequências e
mudanças no âmbito educacional
4. 4. A redefinição com a EAD mediado no contexto
tecnológico
5. 5. Educação infantil à distância: relação professor-
família
6. 6. Considerações finais
7. 7. REFERÊNCIAS
1. RESUMO
O presente estudo objetiva trazer a tona uma reflexão acerca do modelo de ensino
voltado a Educação à distância – EAD face ao novo cenário mundial provocado
pela Pandemia ocasionada pela Covid – 19, com isso, mostrar os desafios e
perspectivas enfrentadas por docentes, alunos e seus genitores diante dessa
situação. Para a elaboração deste estudo, utilizou-se a pesquisa de base
qualitativa e de caráter bibliográfico. Esse novo modelo educacional trará ou não
uma evolução significativa para o cenário educacional? Sim ou não, isso
dependerá das estratégias criadas no sentido de planejar para saber lidar com essa
nova realidade.
2. INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos a educação precisou passar por inúmeras mudanças e isso
acontecia de forma gradativa. Momentos marcantes como a Reforma Ortográfica
e a inserção da Educação à distância, inicialmente aplicada ao nível superior,
expandindo-se para o nível técnico agora chega à educação infantil e de forma
inusitada, urgente. Se por um lado, parece um grande avanço por parecer facilitar
o acesso para os estudantes, por outro, causa medo, incertezas e estranhamentos.

O surgimento da Pandemia do Corona vírus, o Covid19, um vírus mutável e que


se propaga ocasionando diversos problemas no sistema respiratórios, levando
inclusive à morte, fez com que autoridades governamentais, mediante
recomendação da Organização Mundial de Saúde – OMS, decretasse estado de
emergência e calamidade pública, através de Portaria do Ministério da Saúde –
MS, devido aos crescentes casos de pessoas infectadas pelo Coronavírus em todo
território nacional (DECRETO,2020).

Diante do exposto, uma das medidas de enfrentamento da Pandemia ocasionada


pela COVID -19 foi a suspensão das aulas nas redes de ensino pública e privada.
Com a suspensão das aulas, sem previsão de retorno, as instituições de ensino
precisaram adequar e, portanto, aderir ao sistema de ensino remoto e a distância.
Essa rápida transformação que gerou muitas dúvidas entre os docentes e gestores
de ensino: como seria implementado e qual a reação e adaptação dos alunos, das
crianças em processo de alfabetização ou nas series iniciais, e seus pais? Tais
indagações são pertinentes haja vista que o ensino infantil é complexo e requer
uma forma especifica e já requer uma metodologia específica, por se tratar da
base do universo do saber. Assim, já dizia Paulo Freire, (2004, p. 98), quando diz
que “[...] a educação é uma forma de intervenção no mundo”.

Se por um lado, parece um avanço, se levado em conta com a realidade de outras


pandemias, a adesão a essa nova perspectiva de ensino pode vir a causar uma
série de fatores, dentre eles, podemos destacar a questão socioeconômica, e isto,
não somente para os discentes, pais, mas também para professores e gestores.
Quem disse que os professores e gestores estão reparados para essa nova forma
de ensinar? Outra importante indagação, todos esses profissionais, dispõe de
equipamentos, internet adequada e manejo com os recursos tecnológicos para o
enfrentamento de mais esse desafio?

3. Reflexos da pandemia do coronavírus, consequências e


mudanças no âmbito educacional
O Ministério da Educação - MEC prorrogou a autorização de ensino a distância
até 31 de dezembro do corrente ano e autorizou em caráter excepcional, a
substituição das disciplinas presenciais, em cursos regularmente autorizados, por
atividades letivas que utilizem recursos educacionais digitais, tecnologias de
informação e comunicação ou outros meios convencionais (BRASIL, 2020).

A partir de então, os professores estão utilizando essa nova forma de ensinar


através da gravação de vídeo aulas e envio de atividades via plataforma escolhida
a critério de cada instituição de ensino e com base nos recursos financeiros de
cada uma, aliás, cabe destacar que em todo o mundo, ocorreu esta adesão ao
sistema EaD para aulas, reuniões, trabalho por meios virtuais, todos
fundamentados pela ocorrência do estado de calamidade, conforme explicitado
no art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, a ocorrência do
estado de calamidade pública no país (BRASIL, 2020).

4. A redefinição com a EAD mediado no contexto


tecnológico
A tecnologia está emersa em todo o cotidiano da sociedade vigente e se faz,
atualmente, necessário e essencial para o paradigma da educação, uma vez que se
apresenta um problema global, a pandemia, a qual estar-se a vivenciar. Essa
situação ressignificou o processo de ensino.

Percebe-se nesta nova era um novo perfil de discente e docente, no qual exigirá
caminhos não sistemáticos conduzidos a ações reflexíveis, em um ótico sócio
histórica do ser em formação. Nessa nova condição, “o professor sai de sua
função de mero transmissor de conhecimento, alguém que ensina a aprender, e
passa a assumir o papel de aprendiz junto a seus alunos e colegas em situações
diversas do cotidiano” (Schmitt (2011)). Urge a necessidade de reconstrução do
fazer pedagógico, conforme preconiza Freire (1996) quando se refere à prática
como sendo um dos principais momentos na formação do professor: “é pensando
criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima
prática”.

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Por outro lado, há de se considerar o que nos diz Lago (2003) que estamos
convivendo com ciberalunos, com cibercrianças, ciberadolescentes, conectados
em aparelhos e eletronicamente enraizados. É impossível se dar aula hoje como
se dava há 10 anos, os jovens e as crianças são outros, e os professores precisam
se transformar para seguir essa mudança.

É urgente a necessidade de uma nova forma de abordagem ao educando, não


mais cabe o uso dos métodos tradicionais. Essa nova geração aguardam uma
aprendizagem utilitária, aquela aprendizagem defendida pelo capitalismo, que
exige “criatividade em termos de capacidade de encontrar novas formas de ação
que permitam melhor adaptação aos ditames capitalistas (DUARTE, 2001)”.
Todavia, mesmo diante do aceite de todo esse aparato tecnológico, é preciso que
o docente jamais perdam de vista o objetivo principal que é indubitavelmente, a
aprendizagem.

5. Educação infantil à distância: relação professor-família


Nos últimos tempos, o maior desafio da educação infantil é organizar ferramentas
capazes de proporcionar e dar suporte pedagógico às famílias e crianças nessa
fase de distanciamento social ditado pela necessidade de quarentena. É preciso
diálogo para que o contexto da educação infantil não perca terreno, ou seja, sua
essência, que é proporcionar um espaço dinâmico e criativo e que esta não se
distancie dos passos que o mundo vem compactando. Pois, para a
contemporaneidade essa interrelação tornou-se relevante para a atuação do
docente e discente.

Ao orientar, por meio de conversas on line, os familiares percebem o impacto


devido à falta de acessibilidade estrutural. Esse sistema gera dúvida sobre o
rendimento, o desenvolvimento cognitivo das crianças, sua eficácia e ao mesmo
tempo, exige que o professor se reinvente para oferecer uma forma de ensinar
que atenda as necessidades de aprendizagem de seus educandos.

6. Considerações finais
Buscou-se trazer reflexões acerca do novo cenário e metodologia de ensino
inserida nas escolas ocasionado pelo estado de calamidade em que o país se
encontra e acerca dos desafios enfrentados por docentes, discentes e seus pais,
especialmente na educação infantil.

Além de vivenciar as consequências da Pandemia em si, os problemas derivados


da tecnologia, sua eficácia e às vezes escassez, somados a fatores preponderantes
com relação ao âmbito familiar, é possível mensurar o quão difícil está sendo a
adaptação pelos pais pela emergência da implantação deste sistema. Igualmente,
o docente também apresenta dificuldades no uso de suas ferramentas na atividade
laboral para dar continuidade as suas atividades docentes fazendo uso dessa
ferramenta no âmbito do ensino infantil.

Nessa perspectiva pode-se compreender que este paradigma está intrinsicamente


relacionado à única forma de minimizar possíveis prejuízos para a educação, pois
se trata da solução mais coerente que o sistema encontra; cabendo aos
profissionais e a sociedade se adaptar e através do novo, na expectativa de que
tão logo apareçam outras formas de convivência com a pandemia.

7. REFERÊNCIAS
DECRETO Legislativo nº 6 de 2020. Disponível em: . Acessado em: 07 de jun
de 2020.

DUARTE, N. As Pedagogias do “Aprender a Aprender” e Algumas Ilusões da


Assim Chamada Sociedade do Conhecimento. Rev. Brasileira de Educação, n.
18, p. 35-40, 2001.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.


São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática


educativa. Coleção Leitura. 29ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

LAGO, Andrea Ferreira. Sala de Aula: Adolescentes e Mídias Digitais. In:


ALVES Lynn; NOVA, Cristiane (org.). Educação e Tecnologia: Trilhado
Caminho, Salvador: Uneb, 2003.
LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm. Acessado em: 07 de
jun de 2020.

PAINEL do Coronavírus. Disponível em: . Acessado em: 06 de julh de 2020.

SCHIMITT, Miguel Ângelo. Ação-Reflexão-Ação: A Prática Reflexiva como


elemento transformador do cotidiano educativo. Protestantismo em Revista. São
Leopoldo, RS, v, 25, maio-ago. 2011.
  

Publicado por: Francimeire Maria dos Santos

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal
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