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DISTÂNCIA
1
Caro(a) aluno(a),
Dispensem tempo específico para a leitura deste material, produzido com muita
dedicação pelos Doutores, Mestres e Especialistas que compõem a equipe
docente da Faculdade Anísio Teixeira (FAT).
Leia com atenção os conteúdos aqui abordados, pois eles nortearão o princípio
de suas ideias, que se iniciam com um intenso processo de reflexão, análise e
síntese dos saberes.
Atenciosamente,
Setor Pedagógico
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................... 4
EDUCAÇÃO DIGITAL E A PANDEMIA DE COVID-19 ...................................................... 5
AS DIFICULDADES DA EDUCAÇÃO DIGITAL DURANTE A PANDEMIA .................. 13
EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO DIGITAL NA PANDEMIA ................................................ 17
ESTUDAR E APRENDER EM UM CURSO A DISTÂNCIA ............................................... 21
O PAPEL DO ALUNO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA .................................................... 27
TECNOLOGIAS E MÍDIAS DIGITAIS NO CONTEXTO ESCOLAR ................................. 33
AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM ................................................................. 39
CIBERCULTURA ................................................................................................................... 40
LETRAMENTO E INCLUSÃO DIGITAL ............................................................................. 46
INCLUSÃO DIGITAL ............................................................................................................. 51
TIC E NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS ............................................................... 53
AS TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E O ENSINO
SUPERIOR ............................................................................................................................... 55
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 59
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APRESENTAÇÃO
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EDUCAÇÃO DIGITAL E A PANDEMIA DE COVID-19
Desde 2020, estamos passando por um marco significativo na Educação. Uma grande
pandemia, que assolou o Brasil e o mundo, em dezembro de 2019, despertou questionamentos
sobre as aulas remotas. O ensino híbrido, mesmo não sendo algo novo, foi implantado na
educação brasileira, mas muitos docentes não conheciam esse modelo, o que causou
desconforto e muitas dificuldades em sua chegada.
A partir de agora, você acompanhará a leitura de um artigo intitulado “As dificuldades
da Educação Digital durante a pandemia de COVID-19”. Esse artigo poderá ser encontrado na
íntegra na referência web gráfica a seguir.
FLAUZINO, Victor Hugo de Paula. Et al. As dificuldades da educação digital durante a pandemia de COVID-
19. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 03, Vol. 11, pp. 05-32. Março de
2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://autorreconhecimento/saude/educacao-digital, DOI:
10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/educacao-digital
A pandemia causada pelo coronavírus foi responsável por modificar não só a vida
social das pessoas, como também o modelo de ensino. O Ensino à Distância (EaD) já existia
como modelo alternativo cuja principal característica é o acesso ao ensino a distância. Com a
pandemia, as atividades educacionais foram readaptadas para o Ensino Remoto Emergencial
(ERE), inicialmente sem um planejamento definido. Com o avanço da pandemia, fez-se
necessário adaptar o sistema de ensino utilizado atualmente para que todos os alunos
continuassem o processo de aprendizagem (SPALDING et al., 2020)
O conceito de educação a distância é muito simples, professores e alunos mediam o
conhecimento por meio de interações síncronas e/ou assíncronas em diferentes espaços e
tempos, independentemente do uso de artefatos digitais. O termo “distância” explica sua
principal característica: a separação física entre professores e alunos no espaço, mas não exclui
o contato entre alunos ou a utilização de meios técnicos para fazer contato direto entre alunos
e professores. O método de ensino por EAD ocorre com a mediação didático-pedagógica para
o processo de ensino e aprendizagem, por meio da utilização da TDIC (Tecnologias digitais de
informação e comunicação), na qual utiliza-se professores qualificados e treinados para realizar
o acompanhamento e avaliação dos alunos, além de desenvolver atividades educativas e
colaborativas para promover a educação em diversos lugares diferentes (JOYE; MOREIRA;
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ROCHA, 2020). Vale ressaltar, no entanto, que mesmo sem as tecnologias digitais, a educação
a distância existia.
Ensino Remoto Emergencial (ERE) teve que ser instituído em virtude da pandemia
causada pelo coronavírus e a obrigatoriedade do distanciamento social para evitar o contágio.
Vale lembrar que esse conceito está relacionado diretamente à situação vivenciada pelo mundo
atualmente, imposta pela pandemia. Para atender às necessidades educacionais dos alunos, por
meio da utilização da educação digital, é um grande desafio, pois a maioria dos professores não
está familiarizado com este tipo de ensino e tão pouco a população brasileira possui aceso à
internet. É necessário que cada contexto seja analisado cuidadosamente, para que nenhum
profissional ou aluno seja excluído do processo. Isso inclui a logística (equipamentos e rede de
internet) bem como o treinamento de profissionais para que as ferramentas sejam utilizadas de
forma correta e proveitosa. Outro desafio merece destaque frente a pandemia: como manter os
alunos motivados e garantir que eles participem das aulas e usem regularmente as ferramentas
(LUDOVICO et al., 2020).
No campo da educação, clama-se por soluções imediatas para desenvolver ações
educacionais formais durante a pandemia, estratégias alternativas estão sendo adotadas nas
práticas de ensino da escola, e essas estratégias precisam ser aceleradas neste século. A
pandemia serviu como um trampolim para que as instituições de ensino entendessem que o uso
da tecnologia para comunicação e aulas ministradas deveria ser estruturado, que a cada dia o
mundo está mais desenvolvido tecnologicamente, e que as instituições de ensino, especialmente
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no Brasil, não estavam acompanhando esse avanço e por meio disto surgiu a seguinte pergunta
de pesquisa, quais foram as dificuldades da educação digital durante a pandemia de COVID-
19?
METODOLOGIA
A coleta dos artigos científicos foram realizadas no mês de janeiro de 2021 e foram
estabelecidos os critérios de inclusão; artigos acadêmicos publicados entre 2016 a 2020, na
língua portuguesa, disponíveis de forma gratuita e nos bancos de dados supracitados. Foram
excluídos os artigos inferiores a 2016, resumos, periódicos que não contemplavam nenhum dos
objetivos e que não respondessem à pergunta de pesquisa e artigos repetidos encontrados nas
bases de dados citadas acima. O critério de exclusão será explicado conforme a ilustração da
Figura 1.
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Figura 1: Fluxograma de PRISMA
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Conforme Pinho e Araújo (2019), os avanços tecnológicos testemunhados pelo mundo
inteiro, percebe-se a necessidade de se familiarizar a cada dia com as ferramentas oferecidas
pela tecnologia. Em todos os segmentos da vida, percebe-se o quão impactante é a presença da
tecnologia e, obviamente, essa presença também se estenderia às escolas e redes de ensino em
geral.
Para Kobs e Junior (2020), com o avanço da tecnologia digital no Brasil surgiram
novas possibilidades dinâmicas de aprendizado, por meio da internet, na qual promoveu o
suporte para o processo de aprendizagem com serviços como de correio eletrônico, conexão
remota, troca interativa de mensagens em tempo real, transferência de arquivos, navegação
multimídia, entre outros, para promover o conhecimento.
Heinsfeld e Pischetola (2020), comenta que a velocidade que o EAD está evoluindo e
modificando a forma de ensino, mas mantendo a sala de aula como espaço de diálogo entre
educador e educando. O método EAD permite que o aluno troque experiências, informações e
conhecimentos em qualquer local do mundo, favorecendo-o na economia de tempo que ele
gastaria para se deslocar até a sala de aula.
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Segundo Barroso e Antunes (2016), a tecnologia permite que a metodologia de ensino
deixe de ser unidirecional para ser uma troca dinâmica. Isso amplia os horizontes e permite o
acesso instantâneo e sem fronteiras ao conteúdo educacional. Uma das grandes vantagens do
uso da tecnologia é a otimização do tempo e espaço, graças aos equipamentos (computadores,
notebooks, laptops) e aos softwares, que estão presentes na era digital. Queiroz; TorI e
Nascimento (2020), afirmam que o avanço da tecnologia na área de educação e ensino como
forma de aprendizagem possibilita que o aluno possa desenvolver habilidades para favorecer o
seu conhecimento e aprendizagem.
Segundo Leite e Silva (2020), nos últimos anos o EAD teve grandes avanços, no qual
impactou diretamente a educação, por meio da adoção do ensino digital e abandonando o
sistema de ensino arcaico. Com isso os docentes e discentes tiveram que adquirir novas
habilidades educativas no universo digital, para o processo de construção de um novo método
de ensino.
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Conforme Barroso e Antunes (2016) e Schmid e Lima (2016), o EAD pode ser usada
para apoiar as atividades dos professores, gestores e alunos. O principal objetivo é promover a
troca de informações e o ensino colaborativo por meio de algumas das ferramentas que podem
ser utilizadas na área educacional, tais como Dropbox, Google drive, CloudMagic, Jumpshare,
Weebly, Issuu, ClassDojo, entre outras. São inúmeras as opções os professores e gestores
devem conhecer as ferramentas, avaliar as necessidades da instituição, e utilizar as ferramentas
que vão atender a essas necessidades. De acordo com o desempenho e adaptação dos alunos,
essas ferramentas podem ser substituídas, ou até mesmo uma nova estratégia pode ser utilizada
a fim de obter maior aproveitamento da ferramenta escolhida. O uso de novas tecnologias para
melhorar o processo de aprendizagem e familiarização dos alunos requer o desenvolvimento de
habilidades.
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complexidade do processo educativo, e pretendem partilhar ações de formação nas escolas para
intervir nesta realidade (FANTIN, 2017).
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AS DIFICULDADES DA EDUCAÇÃO DIGITAL DURANTE A PANDEMIA DE
COVID-19
Conforme Oliveira (2020), uma das principais dificuldades da educação digital durante
a pandemia foi a falta de habilidade dos professores com o ensino EAD, diversos professores
não tinham conhecimento sobre o método de aula online e não tiveram tempo para realizar o
treinamento de ambientação nas plataformas de ensino EAD.
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professores precisam se familiarizar com as novas ferramentas e assumir integralmente o papel
de mediadores do aprendizado, enquanto alunos precisam ser mais independentes e
responsáveis pelo que aprendem
Segundo Alves (2020), os professores não têm formação apta para uso tecnológico, e
as escolas não estão adaptada para a educação a distância, outro ponto foi o acesso dos alunos
a internet, devido à desigualdade social, alguns discentes não tiveram o ensino adequado
impactando diretamente no processo de ensino e aprendizagem de vários discentes no Brasil.
Conforme Santos et al. (2020), o EAD foi uma grande preocupação no início e sofreu
diversos preconceitos, porém ela foi a salvação para a educação na pandemia por COVID-19,
que atualmente remodelou o ensino para não comprometer a educação, mas hoje a EAD sofre
com a condição econômica da sociedade pois o acesso à internet é o principal requisito para a
modalidade de ensino a distância, a inclusão digital é uma barreira a ser quebrada, pois em
diversos locais do país não tem acesso a sinal de internet.
Mas para Costa e Sousa (2020), foi observado diversas condições socioeconômicas
diferente em todo o território nacional junto com a falta de internet, para conseguir sanar este
problema no ensino a distância, algumas empresas de telefonia disponibilizaram o sinal aberto
de internet, nos locais que falta internet foi desenvolvido um canal educativo, no qual todos os
alunos conseguiram ter acesso à educação.
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Segundo Santana e Sales (2020), no EAD o principal desafio foi promover educação
igualitária para todos os cidadãos brasileiros, por questões como o acesso a equipamento e
internet, manejo adequado dos sistemas, treinamento. Os professores têm um duplo desafio,
que se concentram em se adaptar à nova realidade imposta por tempo indeterminado e
garantindo a qualidade do serviço prestado. A pandemia serviu de mediador para exaltar as
fraquezas apresentadas pelo sistema de ensino e que são necessárias transformações que
acompanhem o avanço tecnológico mundial. Cada estado brasileiro tem suas particularidades e
problemas sociais e educacionais, e todos esses aspectos devem ser levados em consideração
de forma a implementar um novo modelo educacional que atenda às necessidades dos discentes
de forma igualitária.
Para Amaral e Polydoro (2020), algumas escolas tiveram que replanejar e reorganizar
as estratégias educacionais, adaptar alunos no ambiente virtual e criar módulos
interdisciplinares para superar os problemas socioeconômicos e de internet, algumas faculdades
disponibilizaram equipamentos e ampliaram o acesso digital e facilitou a inclusão do discente
no processo de educação.
Conforme Spalding et al. (2020), um dos maiores desafios no EAD é manter os alunos
focados e motivados, visto que o isolamento social forçado pode acarretar problemas de ordem
emocional. Para tanto, um plano estratégico para promover a saúde mental também precisa ser
utilizado para evitar esses transtornos. Foram utilizadas algumas ferramentas tecnológicas já
existentes, a fim de manter o processo de ensino aprendizagem regular, afetando o mínimo
possível o interesse dos alunos.
Para Arruda (2020), durante a pandemia o EAD teve diversos desafios, o principal foi
realizar a aproximação entre aluno e professor no ambiente virtual, para superar esta barreira
foram desenvolvidos conteúdos interativos no qual solicitava a presença ativa do aluno e
docente como mediador, além destes conteúdos a criação de lives auxiliaram aproximação do
aluno com o ambiente de sala de aula.
Ludovico et al. (2020), versa que os alunos normalmente têm dificuldades de acesso à
Internet e alegam que a quantidade de atividades nas plataformas é muito grande. O autor
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também destaca que diversos alunos se distraem utilizando aplicativos de relacionamentos e
não acessam a aula nas plataformas digitais o uso do Whatsapp aumentou em virtude da
dificuldade dos pais em acessarem as plataformas digitais.
Segundo Joye; Moreira e Rocha (2020), o EAD é uma medida emergencial, todas as
instituições ainda estão se adaptando e buscando a melhor forma de contemplar o conteúdo a
ser estudado junto aos alunos, de forma a garantir a motivação dos mesmos e adaptação dos
professores a um novo modelo educacional.
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EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO DIGITAL NA PANDEMIA DE COVID-19
O EAD durante a pandemia revolucionou o método de ensino, pois criou um espaço
educacional, no qual desempenhem um papel importante no desenvolvimento das habilidades
e competências dos professores e alunos. O EAD teve muitas evoluções para fornecer materiais
ricos de informações a um ambiente no qual os professores e alunos conseguem expressar suas
ideias e melhorar o processo de ensino (SILVA; TEIXERA, 2020).
Conforme Oliveira et al. (2020), a EAD é uma forma de educação que durante a
pandemia teve uma grande evolução na democratização do conhecimento por ser uma forma
alternativa de ensino, pois permite que professores e instituições de ensino levem o
conhecimento a quem está disposto a aprender, sem depender de rígidas estruturas do ensino
tradicional e lugar ou hora predeterminada.
Coelho; Moraes e Rosa (2020), uma das grandes revoluções do EAD foi o acesso
digital a todos, sem ferir a privacidade do aluno e professor para melhorar a desigualdade
favorecendo o aumento das possibilidades na educação, aprendizado, além de favorecer o
acesso tecnológico, informação, cultura e educação, para alunos e professores.
Segundo Silva e Filho (2020), os métodos de ensino a distância tiveram uma grande
evolução por meio das plataformas digitais, pois estes ambientes foram modernizados e
adaptado para atender uma grande demanda de alunos e professores. Para reforçar a ideia de
Silva e Filho (2020), Cani et al. (2020), afirma que as plataformas durante a pandemia por
covid-19, tiveram uma melhora significativa para auxiliar professores e alunos para
disponibilizar, produzir e compartilhar conteúdos educacionais de forma criativa, independente
e segura, com isso impulsionando a educação para o meio digital.
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Com a mesma linha de pensamento Martins et al. (2020), reforça que o EAD realizou
uma intensa transformação no sistema educacional e no processo de ensino e pesquisa com
alterações nas práticas diárias de aprendizado, por meio de um ambiente interativo criado nas
plataformas de educação a distância, na qual os alunos tiveram acesso a grande quantidade de
informações e conhecimento fornecido pelo método EAD.
Dosea et al. (2020), o EAD teve grandes mudanças durante a pandemia do covid-19
para manutenção e qualidade de ensino, por meio da renovação das plataformas digitais, a fim
de promover a educação e aprendizado, contribuindo de forma significativa para proporcionar
o contato do aluno com o professor, tornando um ambiente interativo e rico de informação
Segundo Magalhães et al. (2020), a evolução do EAD foi a introdução das tecnologias
digitais de informação e comunicação (TDIC) para o desenvolvimento de um modelo de
educação integrada. Essas tecnologias permitem que professores, alunos e instituições de ensino
se adaptem aos métodos de ensino a distância por meio de plataformas como o Google Meet®,
WhatsApp® e portal do serviço de conferência web da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
(RNP).
Para Silva; Andrade e Santos (2020), a evolução digital do EAD por meio de
plataformas como o Google Classroom, que é um sistema utilizado para gerenciar o conteúdo
de escolas e profissionais da educação para criar atividades de ensino e realizar diversas formas
de avaliação de acordo com a turma selecionada, tornou-se uma das principais ferramentas da
atividade acadêmica para assessorar professores no Brasil. Trata-se de um ambiente virtual no
qual os professores podem organizar cursos por meio de séries ou cursos integrais (gestão,
informática ou automação), arquivo de atividades e orientação de trabalhos. O ambiente
tecnológico atual mudou os métodos de ensino.
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Oliveira e Souza (2020), mencionam a Educação 4.0 é uma das grandes revoluções do
EAD, na qual apresenta ênfase no conteúdo e método de ensino, levando em consideração o
contexto do processo de ensino, a experiência e a continuidade que ele traz. O conteúdo é
basicamente o mesmo, mas a mudança é a utilização de métodos de ensino que utilizam
ferramentas digitais para trabalhar com professores e alunos no ambiente virtual.
Para Santos e Schneider (2020), o EAD contribui para os alunos serem atores e atrizes,
mas também protagonistas de enredos online e ao vivo, com o objetivo de mediar, intervir,
informar, divulgar e dialogar sobre diversos temas que constituem temas coletivos ou
individuais e seus interesses, para aumentar o campo da aprendizagem. A decisão mais
inteligente, especialmente em tempos de pandemia, é utilizar todas as ferramentas digitais como
facilitadora do conhecimento e processo de aprendizagem.
Oliveira et al. (2020), para o EAD foi uma das principais tecnologias nos tempos de
pandemia que desenvolveu a cooperação entre alunos e professores para quebrar a barreira do
distanciamento social, na qual aproximou novamente docente e discentes nos ambientes
virtuais, com a única finalidade que é o desenvolvimento do ensino e aprendizagem no Brasil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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inovações de forma a fornecer aos professores novas estratégias de ensino usando as
plataformas digitais.
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ESTUDAR E APRENDER EM UM CURSO A DISTÂNCIA
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Além de investir no desenvolvimento das qualidades e habilidades relacionadas acima, Willis
(1993) destaca alguns desafios para o aluno a distância, os quais precisam ser encarados e
vencidos. Alguns destes “desafios” são:
• Tornar-se e manter-se responsável por si mesmo, por seu processo de aprendizagem.
Eis um desafio diretamente relacionado à motivação. Você precisa sentir-se motivado a
estudar! Portanto, quando você perceber que a sua motivação está em baixa, não hesite:
entre em contato com os seus colegas, escreva para os seus tutores, proponha questões
de debate para os seus professores. Anime-se! Dessa forma, você será o principal agente
do seu processo de aprendizagem.
• Conhecer os seus pontos fortes e fracos, qualidades e limitações. Mantenha-se em
constante autoavaliação, estabeleça objetivos e metas realistas, concretas! E nunca deixe
de contar com o apoio dos seus professores.
• Manter e aumentar a autoestima. Reconheça e valorize cada pequena conquista e o
esforço que você fez para atingi-la.
• Relacionar-se com os outros. Participe ativamente de atividades em grupo e busque
relacionar-se com colegas também informalmente, mesmo que somente a distância.
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• Ter clareza sobre o que está realmente aprendendo. É preciso que você reflita e analise
o que está sendo estudado, tendo certeza de que entendeu o que já foi visto, antes de
seguir em frente com o estudo de novos conteúdos.
• Lidar com o conteúdo: Defina um plano de estudos e administre as atividades propostas,
adequando a sua realização ao tempo que você possui para se dedicar aos seus estudos.
• Procure sempre associar a sua aprendizagem à sua prática diária. Como você pode
notar, estudar a distância implica muito comprometimento consigo mesmo, com os seus
propósitos e objetivos. Você, como o principal agente dessa experiência de aquisição de
novos conhecimentos, deve estar sempre atento às suas necessidades e dificuldades, e
em constante processo auto avaliativo. Procure tornar toda essa jornada a mais prazerosa
e enriquecedora possível para você mesmo!
Estilos de aprendizagem
As pessoas encaram os seus momentos de estudo de forma distinta: cada um tem um modo de
se organizar, estudar, aprender e ensinar. São essas peculiaridades que influenciam e
diferenciam o processo de aprendizagem de cada um. Tais particularidades no modo como
estudamos e aprendemos podem estar associadas aos Estilos de Aprendizagem, que são as
diferentes abordagens ou caminhos que cada indivíduo pode traçar para aprender.
Por exemplo, Alonso (1994 apud PORTILHO; TORRES, 2004) define Estilos de
Aprendizagem como os traços cognitivos, afetivos e fisiológicos que servem de indicadores
relativamente estáveis de como os alunos percebem, interagem e respondem a seus ambientes
de aprendizagem. A autora defende que existem quatro estilos: o ativo, o reflexivo, o teórico e
o pragmático. Já o psicólogo Howard Gardner, da Universidade de Harvard, em seu livro
Inteligências Múltiplas – A Teoria na Prática (lançado no Brasil em 1995), destaca que os
indivíduos não possuem uma inteligência fixa, mas, pelo menos, sete diferentes modos de
aprender que podem ser desenvolvidos ao mesmo tempo. Para esse autor, os sete principais
estilos de aprendizagem são:
• Físico: são pessoas inquietas, que raciocinam melhor quando seus corpos estão em
movimento. Interagem melhor com o mundo através do contato manual e corporal, o que lhes
concede boa coordenação motora e habilidade física.
• Intrapessoal: são pessoas solitárias, que se relacionam melhor com o mundo sob uma ótica
independente e através da autorreflexão. Têm um raciocínio lógico muito apurado, são
reflexivos e gostam de escrever e pesquisar (e explorar a internet!).
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• Interpessoal: são pessoas que se relacionam melhor com o mundo através de suas interações
com os outros e adoram viver rodeados de gente. Rendem mais trabalhando em grupos e gostam
de ajudar, ouvir e dar opiniões.
• Linguístico ou Verbal: essas pessoas relacionam-se melhor com o meio através da linguagem
e causam impactos quando se expressam através da fala ou escrita. Têm uma excelente
memória, uma boa fluência verbal e facilidade para se expressar.
• Matemático: são pessoas que se relacionam melhor com o mundo através do raciocínio,
números, padrões e sequências. Têm um raciocínio lógico muito apurado e conseguem assimilar
facilmente a realização de processos complexos.
• Musical: são pessoas que se relacionam com o mundo através dos sons e ritmos sonoros e
gostam de cantar, interpretar e escrever músicas.
• Visual: são pessoas que se relacionam com o mundo através de pinturas e imagens. Têm um
talento natural para as cores e para harmonização de ambientes.
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daquilo ser valioso ou não, a descoberta é simplesmente dividida com o parceiro. » A
cooperação acontece quando temos que atingir uma meta juntamente a um parceiro,
caracterizando um “trabalho em equipe”, em que a divisão de informações faz parte do
processo.
Desse modo, é possível compreender que “colaboração” significa uma postura de cada
indivíduo diante de outros indivíduos, e a “cooperação” uma estratégia de trabalho.
No entanto, para Roschelle e Teasley (1995 apud BRNA 1998), “o trabalho cooperativo é
realizado através da divisão do trabalho entre os participantes, como uma atividade em que cada
pessoa é responsável por uma porção da solução do problema”. Colaboração envolve, portanto,
o “empenho mútuo dos participantes em um esforço coordenado para juntos solucionarem o
problema”. Maçada e Tijiboy (1997), por sua vez, comentam que » o conceito de cooperação é
mais complexo que o de interação e de colaboração pois além de pressupor ambos requer
relações de respeito mútuo e não hierárquicas entre os envolvidos, uma postura de tolerância e
convivência com as diferenças e um processo de negociação constante.
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Como você planeja organizar seus estudos?
Nesta seção, trataremos do modo como você dispõe e prioriza o seu tempo para os estudos, pois
o seu tempo e o seu espaço para estudar são fundamentais para garantir o seu sucesso em
qualquer Curso.
Vejamos algumas dicas e estratégias que podem ajudá-lo a estudar a distância. Leia com
atenção as questões do autodiagnóstico (NORTHEDGE, 1998) apresentadas a seguir e anote as
suas respostas.
Reflita com cuidado sobre suas respostas e conscientize-se de que o tempo é o único recurso
não reciclável que recebemos. Podemos usá-lo apenas uma única vez. Por isso, é de extrema
importância que você saiba utilizar o tempo que tem à sua disposição de forma consciente.
Neste sentido, é fundamental que você:
- Identifique ações importantes e concentre-se nelas;
- Faça uma revisão periódica de valor e determine quais são, de fato, as suas prioridades;
- Discipline-se em relação ao cumprimento de prioridades.
Uma boa dica de leitura para ajudá-los nos seus estudos é o livro de Andrew Northedge, Técnicas para estudar
com sucesso, editado em Florianópolis pela Editora da UFSC, 1998.
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O PAPEL DO ALUNO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
AUTONOMIA
Será que todos nós conseguimos aprender a distância? Este é um questionamento válido
quando está em jogo atitudes individuais como autonomia, disciplina e comprometimento. A
primeira competência exigida ao aluno é a organização. Organizar-se para o alcance de um
objetivo denota responsabilizar-se pela sua atividade, o que significa cumprir a parte que lhe
cabe no processo ensino-aprendizagem, ou seja, ler o material, fazer os exercícios, interagir nos
fóruns de discussão, fazer as avaliações, atividades mínimas que o despertarão para a
construção do conhecimento.
A segunda é disponibilizar tempo para se dedicar aos estudos. O aluno disciplinado irá
reservar de 2 a 3 horas por dia para se desincumbir da tarefa, no horário que mais lhe interessar,
sendo está uma das grandes vantagens da EAD (flexibilidade e liberdade). Mas é preciso
demonstrar persistência e perseverança diante das dificuldades de estudo. O aluno, neste caso,
buscará na sua autonomia, inclusive sendo proativo ao buscar contato com o seu tutor/professor
para elucidar suas dúvidas. E por fim e como consequência, se comprometer com o que ele
escolheu. Comprometer-se significa dedicação, seriedade, cumprimento de cronograma e
disciplina. A alternativa de estudar a distância está posta e apresenta inúmeras vantagens, mas
construir uma autonomia de aprendizado não é algo fácil. Se o aluno não colocar esta questão
em perspectiva, dificilmente terá sucesso em seu processo de aprendizagem. Para discorrer
sobre autonomia tomemos recortes do texto do professor Antônio Carlos Ribeiro da Silva,
professor da Faculdade de Ciências Contábeis - UFBA, intitulado Educação a Distância e o seu
Grande Desafio: o aluno como sujeito de sua própria aprendizagem, publicado em abril de 2004
na FABAC.
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como pensa o educador, o ser que somos é um ser em aberto e o educador precisa desenvolver
possibilidades de investigação, sair da ideia de senso comum e permitir que o outro aja com a
sua singularidade.
Pacheco (1996) comenta que o Aprender a aprender é o objetivo mais ambicioso e ao
mesmo tempo irrenunciável da educação escolar – equivale a ser capaz de realizar
aprendizagens significativas por si mesmo numa ampla gama de situações e de circunstâncias.
Para o desenvolvimento de uma aprendizagem autônoma, o educador deve, mesmo que seja
difícil, mas se for desejável, assumir uma posição de renúncia ao poder oferecido pelo próprio
“lugar” de professor – aquela posição que permite a alguém controlar outros, no caso, os alunos.
Galeffi (2002, p. 17) afirma que: “Só se aprende o que se mostra necessário no pensar-se. Só o
necessário pode ser aprendido em seu evento”.
A Segunda questão é de ordem prática e não constitui tarefa difícil de respondê-la, visto
que são inúmeras as vantagens da aprendizagem autônoma para o aluno e o professor. É nesta
concepção que HAIDT (1994:61) afirma que: quando o professor concebe o aluno como um
ser ativo, que formula ideias, desenvolve conceitos e resolve problemas de vida prática através
de sua atividade mental, construindo, assim, seu próprio conhecimento, sua relação pedagógica
muda. Não é mais uma relação unilateral, onde um professor transmite verbalmente conteúdos
já prontos a um aluno passivo que o memorize.
A utilização dessa alternativa é aconselhável, mesmo que alguns admitam a inexistência
de ganhos pedagógicos (o que não concebemos), pois quando você alimenta no outro a
potencialidade de crescimento ele busca sua independência e autoafirmação e a aprendizagem
ocorrerá não de forma dicotômica, distante e distorcida, mas pelo contrário, interligada e
interdependente com todas as relações significativas mantidas com o aluno. A utilização dessa
alternativa é aconselhável, mesmo que alguns admitam a inexistência de ganhos pedagógicos
(o que não concebemos), pois quando você alimenta no outro a potencialidade de crescimento
ele busca sua independência e autoafirmação e a aprendizagem ocorrerá não de forma
dicotômica, distante e distorcida, mas pelo contrário, interligada e interdependente com todas
as relações significativas mantidas com o aluno.
Essas questões nos remete a uma reflexão da necessidade de uma intervenção
pedagógica construtivista propiciando nos educandos condições adequadas para que os
esquemas de conhecimento, construídos pelos alunos, sejam os mais corretos e o professor não
deve ficar na posição de mero transmissor de conhecimentos, pois no EaD esse modelo é
obsoleto pois sua característica básica é a não convencionalidade em relação à sala de aula, das
dimensões espacial e temporal e da relação professor-aluno.
Esse poderia ser um caminho para melhoria do ensino brasileiro. Trabalhar a autonomia
do ato de aprender independente de modalidade de ensino, proporcionar na verdade uma
formação de indivíduos autônomo, crítico e criativo. Um cidadão que não pense de forma
fragmentada, mas de forma global e sistematizada, só assim seremos sujeitos de nossa própria
aprendizagem”.
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Comunicação /Reflexão Na Educação a Distância, o acesso às ferramentas multimidiáticas
permitindo o desenvolvimento da interatividade desenvolve no aluno a visão crítica imediata
(em função do feedback), a possibilidade de acesso instantâneo a um enorme volume de
materiais, à estrutura não-linear do material didático, aos indicadores de progresso on-line, à
possibilidade de repetição (quantas vezes for necessário).
Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Kátia Duarte nos
presenteia com o artigo: Encontros e desencontros na formação aluno e do professor na
Educação a Distância. De acordo com a professora, ao longo de um curso, os alunos interagem
e aprendem. Realizam atividades de forma individual e coletiva, apropriando conhecimentos e
realizando trocas. O processo de apropriação (que é individual) é favorecido pela interação e
pela interatividade entre os integrantes do processo (conteúdo, professor, tutor e demais
colegas). É o momento da reflexão, da organização das ideias, da produção.
Na medida em que é externalizado o conhecimento, o aluno se torna coautor (na
elaboração das tarefas, por exemplo). A externalização do conhecimento, seja de forma
dialógica, nos fóruns temáticos, seja nos trabalhos individuais e/ou coletivos, permite que o
aluno desenvolva sua capacidade crítica-reflexiva, condição essencial para o sucesso do
aprendizado em EAD. Esta, é o segundo drive de competência exigida do aluno de EAD. Não
basta só esforço do professor/tutor instigando a participação no debate, mas o aluno deve ter
uma atitude proativa se sensibilizando para a troca de ideias e conhecimento.
Segundo Aretio (1996, apud DUARTE), a idade média do aluno de EAD está na faixa
de 25-50 anos, portanto adultos que decidem por uma educação continuada. São indivíduos que
já têm seus projetos de vida pessoais e sociais bem estabelecidos, e é em relação a eles que
buscam o aprendizado; possuem interesses de adultos: ocupação, bem-estar, ascensão social e
profissional, família e autoestima; normalmente, têm objetivos claros e concretos, valorizados
e atuais de aprendizagem; a motivação para o estudo é espontânea, intensa e persistente; têm
muita vontade de aprender com as situações escolares. Mas, em função do comportamento
psicológico dos jovens adultos e adultos, Aretio (1996 apud DUARTE), ressalta que existem
dificuldades que influenciam na aprendizagem do adulto: a insaciável curiosidade da infância,
por conhecer coisas novas, diminui; a inteligência pode estagnar-se e a memória tende a
diminuir; há decréscimo na rapidez de reação e das atitudes sensoriais e perceptivas; a
aprendizagem tende a ser mais lenta do que em idades anteriores, sobretudo quando se refere à
mudança de hábitos já consolidados; o cansaço e a escassez de tempo para dedicar-se ao esforço
intelectual. Por tanto, o planejamento de um curso EAD deve levar em conta o perfil de seus
estudantes para que a interatividade possa se fazer presente.
Para Resnick (1991, apud DUARTE), a aprendizagem é, antes de tudo, um processo
social em que interações com o outro desempenham papel fundamental. A apresentação de um
caso e sua análise ou a apresentação de um problema para se resolver são, também, estratégias,
a partir das quais o grupo pode analisar conceitos e procedimentos, chegando a situações de
aprendizagem significativas.
Vale a pena lançar mão de Kensky (2003, p.119) a respeito da comunicação no ensino
mediado pelas tecnologias. Acredito que os processos de interação social e de comunicação são
29
inerentes às atividades de ensinar. Estes processos não terminam ou se deterioram à medida que
uma nova e fenomenal tecnologia surge. Pelo contrário, mesmo com tanto oferecimento de
informações nas redes, com o aumento da velocidade das interações na web, ainda assim as
pessoas se intercomunicam, trocam ideias e informações principalmente pela fala (linguagem
oral) de ensino, é inerente ao ser humano se comunicar. E as novas tecnologias dissipam a
barreira da distância e do tempo para que se promova uma comunicação (linguagem escrita)
muito mais dinâmica. O aluno que põe em perspectiva este fato estará, por seu turno, abrindo
oportunidades maiores para o processo de aprender.
Construção coletiva do conhecimento é ainda extraída de Kensky (2003, p.126) a
importância dos trabalhos colaborativos. Nos cursos semipresenciais e a distância as formas
cooperativas e colaborativas de ensino baseadas no ambiente virtual podem ser utilizadas na
maioria das atividades. Buscas temáticas on-line, fóruns, chats e muitos outros trabalhos
diferenciados podem ser feitos tendo como meta a interação e a comunicação entre todos os
participantes.
A utilização cada vez mais frequente de trabalhos em grupo via redes foi possibilitada
após o desenvolvimento de vários softwares de produção escrita coletiva, como Wikis e Google
docs. Orientadas pelo princípio da inteligência coletiva (termo criado por Pierre Levy), as
atividades colaborativas de ensino correspondem “a reunião em sinergia dos saberes, das
imaginações, das energias espirituais... de um grupo humano constituído como comunidade
virtual” (KENSKY,2003, p.126 apud LÈVY,1999, p.130). Lendo Kerckhove (KENSKY 2003,
p.126), Kensky acrescenta informações para definir seu conceito de inteligências em conexão.
Para o autor, a inteligência partilhada não é realmente “coletiva”, mas conectada. Para ele, a
convergência do hipertexto, multimídia, realidade virtual, redes neurais etc., está nos nossos
modos de comunicação, entretenimentos e trabalho.
A Internet nos dá acesso a um entorno real, quase orgânico, de milhões de inteligências
humanas perpetuamente trabalhando em algo e em muitas coisas que sempre têm uma
relevância potencial para qualquer um e para todos os outros.
E segundo Kensky, o conceito de webness caminha ao encontro do conceito de
aprendizagem colaborativa. “Nas comunidades virtuais em que vigoram os princípios da
aprendizagem colaborativa, cada membro do grupo é responsável pela sua aprendizagem e a
aprendizagem dos demais participantes” (KENSKY 2003, p.126).
Portanto, o conhecimento é visto como uma construção social e não individual e é por
isso que os ambientes educacionais que propiciam a interação e a colaboração são ricos em
possibilidades de crescimento do grupo. Pesquisadores da Universidade de Évora (Portugal)
que estudaram a aprendizagem colaborativa desenvolveram um quadro comparativo das
principais diferenças entre a aprendizagem tradicional e a aprendizagem colaborativa. A seguir,
um quadro comparativo sobre as duas aprendizagens.
30
Em seguida, Kensky apresenta os elementos básicos de aprendizagem colaborativa de
acordo com a pesquisa de Évora: 1. “A interdependência do grupo. Os alunos, como um grupo,
têm um mesmo objetivo a perseguir e devem trabalhar eficazmente em conjunto para alcançá-
lo. Primeiro, os alunos são responsáveis pela sua própria aprendizagem (grifo nosso). Segundo,
por facilitar a aprendizagem de todos os membros do grupo. Terceiro, por facilitar a
aprendizagem de alunos de outros grupos.
Todos os alunos interagem e todos contribuem para o êxito da atividade”. 2. “A
interação. Um dos objetivos da aprendizagem colaborativa é o de melhorar competência dos
alunos para trabalhar em equipe”. 3. “O pensamento divergente. Não deve haver nenhum
elemento do grupo que se posicione ostensivamente como líder ou como elemento mais
“esperto”, mas uma tomada de consciência que todos podem pôr em comum as suas
perspectivas, competências e base de conhecimentos. As atividades devem ser elaboradas de
modo que exijam colaboração em vez de competição (tarefas complexas e com necessidade de
pensamento divergente e criativo)”. Tal análise vem ao encontro do drive comunicação (ver
Figura 1), atitude esperada pelo aluno EAD. Uma atitude proativa, investigativa, curiosa, e com
desejo de partilhar suas descobertas, enriquecerá o processo de aprendizagem do aluno EAD.
Para finalizar deixamos uma citação da professora Vani Kensky, especialista nesta área:
É participando, colaborando, reconhecendo e sendo reconhecido pelos seus pares, que a pessoa
31
que atua intensamente da comunidade virtual sente o seu poder, desenvolve suas
potencialidades comunicacionais, libera seus talentos. Mais ainda, socialmente integrada na
equipe, a pessoa dimensiona sua participação de acordo com os valores e regras em jogo, realiza
trocas e aprende muito mais do que o foco específico de seu interesse. Aprende a conviver em
grupo, a colaborar e respeitar as pessoas, a falar e a ouvir (ainda que, na maioria das vezes,
ocorram apenas intercâmbios escritos), a superar conflitos, expor opiniões, trabalhar com
pessoas que não conhece presencialmente, mas com as quais se identifica no plano dos
interesses e ideias.” (KENSKY 2003, p.129)
32
TECNOLOGIAS E MÍDIAS DIGITAIS NO CONTEXTO ESCOLAR
As mudanças sociais e tecnológicas ocorridas nos últimos tempos, decorrentes de um processo
histórico, evidenciam novas demandas em relação ao modo de pensar, agir, de se relacionar
socialmente e adquirir conhecimentos. De acordo com Kenski (2008, p.21):
A evolução tecnológica não se restringe apenas aos novos usos de determinados equipamentos
e produtos. Ela altera comportamentos. A ampliação e a banalização do uso de determinada
tecnologia impõem-se à cultura existente e transformam não apenas o comportamento
individual, mas o de todo o grupo social. [...] O homem transita culturalmente mediado pelas
tecnologias que lhe são contemporâneas.
Nas palavras da autora, o avanço das tecnologias interfere no comportamento e nas formas de
relacionamento dos grupos sociais, modificando a cultura. A esse respeito, Gomes (2013, p. 27)
corrobora ao afirmar que “[...] essa nova cultura social, que surge em consequência de
transformações tecnológicas, acaba por oportunizar novas formas de comunicação que moldam
a vida ao mesmo tempo em que são moldadas por ela [...]”. Esse novo cenário social, mediado
pelo uso das tecnologias e mídias digitais, nos insere no contexto da cibercultura, a qual é
entendida por Lemos (2010, p. 87; 105) como:
[...] fruto das novas relações sociais a partir da apropriação criativa das novas tecnologias, em
que o receptor também se torna um emissor potencial, propiciando a democratização do acesso
à informação. [...] a cibercultura vai se caracterizar pela formação de uma sociedade estruturada
através de uma conectividade telemática generalizada, ampliando o potencial comunicativo,
proporcionando a troca de informação sob as mais diversas formas, fomentando agregações
sociais.
No âmbito educacional a escola vem, lentamente, procurando se inserir nessa nova realidade
tecnológica que se apresenta. Em setores como na medicina e na indústria, podemos observar
que o uso e integração dos recursos tecnológicos às práticas dos profissionais dessas áreas,
acontece de maneira muito mais rápida e articulada. Na educação, são necessárias mudanças no
currículo, bem como na prática dos sujeitos que atuam na escola e, conforme aponta Moran
(2007, p.90):
É claro que ao nos referirmos às tecnologias na escola não estamos entendendo-as, por si só,
como garantia de melhoria na qualidade do ensino, mas pensando nas possibilidades de
aprendizagem que podem ser ampliadas. Ao estar conectada às redes de internet, a escola se
comunica e fica mais sintonizada com as informações disponibilizadas na rede em relação à
33
sociedade, às questões sociais, culturais, econômicas e políticas do mundo. As tecnologias e
mídias digitais, conforme pontua Kenski (2008), provocam mudanças de comportamentos que
exigem mudanças metodológicas acerca da prática docente. Mas qual é a percepção dos
professores acerca do uso das tecnologias e mídias digitais no contexto escolar? Justificamos o
desenvolvimento deste estudo com base na importância do papel do professor diante da
utilização das tecnologias e mídias digitais na educação.
Acreditando que ele seja parte importante no processo de integração das tecnologias à sala de
aula, buscamos ouvi-lo com o intuito de captar suas percepções sobre o assunto, as quais podem
contribuir para repensar o contexto e ações desenvolvidas pela Secretaria Municipal da
Educação (SME) no âmbito do uso das tecnologias nas unidades educacionais. Os dados que
serviram de base para o desenvolvimento desta pesquisa foram coletados por meio da aplicação
de um questionário junto aos professores participantes de curso de formação continuada sobre
tecnologias educacionais ofertado aos docentes da Rede Municipal de Ensino (RME) de
Curitiba, o qual foi desenvolvido durante os meses de março a maio de 2015 e contou com a
participação de 26 (vinte e seis) professores que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental
(1º ao 5º ano). O processo de formação contemplou um total de 40 (quarenta) horas - sendo 24
(vinte e quatro) horas presenciais e 16 (dezesseis) horas a distância - e abordou a questão das
tecnologias e mídias digitais4 na educação sob o viés tanto do domínio técnico quanto
pedagógico por parte dos docentes.
Os profissionais da educação vêm, cada vez mais, contando com a presença de tecnologias e
mídias digitais nas escolas, tais como: notebooks educacionais, computadores, internet, lousa
digital, dentre outras. É fato que essa realidade trouxe implicações para a prática pedagógica
deles, haja vista, que estes profissionais precisam buscar uma formação mais consistente para
lidar com esta nova realidade e contemplar esses recursos tecnológicos em suas atividades
diárias, seja por solicitação da equipe pedagógica, da mantenedora ou mesmo dos alunos que,
observando a presença dos recursos em sala de aula, questionam os professores sobre a sua
utilização. Outro aspecto importante é o fato de que vivemos em uma sociedade cuja tecnologia
avança continuamente, não sendo possível retroceder ou desprezar o potencial pedagógico que
as tecnologias e mídias digitais apresentam quando incorporadas à educação.
34
Conforme defende Castells (1999, p. 37), “[...] é nessa sociedade que vivemos e ela é a que
devemos conhecer se quisermos que nossa ação seja ao mesmo tempo relevante e responsável”.
Relacionando a presença das tecnologias com a prática pedagógica Almeida (2010, s/p) aponta
que: O importante é que o professor tenha oportunidade de reconhecer as potencialidades
pedagógicas das TIC5 e então incorporá-las à sua prática. Nem todas as tecnologias que
surgirem terão potencial. Outras inicialmente podem não ter, mas depois o quadro muda.
Primeiro, é preciso utilizar para si próprio para depois pensar sobre a prática pedagógica e as
contribuições que as TIC podem trazer aos processos de aprendizagem. Salienta-se que a
utilização das tecnologias e mídias digitais pode ocorrer de forma a potencializar e dinamizar
os processos de ensino e aprendizagem.
Por outro lado, lembramos que o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC) na educação, por si só, não garante mudanças significativas nos processos educativos.
Isso porque, frente à presença das tecnologias e mídias digitais é necessário que os profissionais
envolvidos no ato de educar revejam suas concepções, metodologias e estratégias de ensino à
luz de uma nova cultura: a cibercultura. A Cibercultura tem desencadeado mudanças no
cotidiano dos cidadãos, nas práticas de letramento, nas transações econômicas, nos processos
de acesso e consumo das informações etc. De acordo com Levy (1999, p. 17): O ciberespaço
[..] é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. O
termo especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o
universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam
e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo “cibercultura”, especifica aqui o conjunto de
técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores
que se desenvolvem juntamente ao crescimento do ciberespaço.
Esse processo cultural que se desenvolve e se dissemina suportado na tecnologia digital, tem
colocado à escola e, portanto, aos professores, a necessidade de discutir o processo de
utilização, integração e apropriação das tecnologias e mídias digitais às práticas pedagógicas.
35
[...] do livro, ao quadro de giz, ao retroprojetor, a TV e vídeo, ao laboratório de informática as
instituições de ensino vem tentando dar saltos qualitativos, sofrendo transformações que levam
junto um professorado, mais ou menos perplexo, que se sente muitas vezes despreparado e
inseguro frente ao enorme desafio que representa a incorporação das tecnologias ao cotidiano
da sala de aula. Nas palavras da autora, os professores sentem-se inseguros e despreparados
acerca da incorporação das tecnologias às práticas pedagógicas.
Por
meio das etapas demonstradas na Tabela 1 compreendemos que, para ocorrer a apropriação das
tecnologias por parte dos professores, há momentos que circundam a prática pedagógica
relacionada à utilização instrumental de tecnologias e mídias digitais e situações em que esses
recursos se constituem como parte do planejamento de ensino do professor.
Em relação à prática docente, Lopes (2005, p. 34) enfatiza que o uso das tecnologias e mídias
digitais exige, por parte do professor, a elaboração de uma nova abordagem teórica, centrada
na valorização do conhecimento e que busque ensinar e aprender a buscar o saber. No intuito
36
de estabelecer uma relação entre o papel do docente - mediador das relações - e o processo de
ensino, Masetto (2013, p.142) afirma a necessidade de que o professor:
[...] parece haver uma crença, entre alguns responsáveis pelas políticas educacionais, de que as
novas tecnologias da informação e comunicação são uma panaceia para solucionar os males da
educação atual. [...] se, de um lado, pode ser considerado relativamente simples equipar as
escolas com essas tecnologias, de outro, isso exige profissionais que saibam utilizá-las com
eficácia na prática escolar.
Nesse sentido podemos estabelecer relação com a questão do letramento digital. A esse respeito,
Souza (2007) organiza um levantamento das concepções que caracterizam esse termo e as
define por visões “restritas e ampliadas”. A partir das visões restritas, o letramento digital é
denominado com base em uma concepção instrumental, como forma de “usar a tecnologia
digital, ferramentas de comunicação, e/ou redes para acessar, gerenciar, integrar, avaliar e criar
informação para funcionar em uma sociedade de conhecimento”. Também pode ser definido
por “aprendizagem mecânica de aplicações de softwares e hardwares”; bem como usar o
computador para “melhorar a aprendizagem, produtividade e performance”. Ou seja, a partir
dessas visões não são considerados os contextos socioculturais, históricos e políticos que
envolvem o processo do letramento digital (SOUZA, 2007, p. 57). Por sua vez, com base em
visões ampliadas, o letramento digital é entendido como:
37
O conjunto de competências necessárias para que um indivíduo entenda e use a informação de
maneira crítica e estratégica, em formatos múltiplos, vinda de variadas fontes e apresentada por
meio do computador-internet, sendo capaz de atingir seus objetivos, muitas vezes
compartilhados social e culturalmente. (FREITAS, 2010, p. 339).
38
AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
39
CIBERCULTURA OU CULTURAL DIGITAL
O CIBERESPAÇO
De acordo com Kenway (2001), o ciberespaço é um “lugar” sem cara de lugar e sem
espaço, pois não há em seu interior fronteiras ou corpos, apenas textos e imagens e sons feitos
de bits e bytes; um espaço transnacional, um “lugar” que não tem os aspectos de espaço, sem
fronteiras, representando um lugar de peregrinação, de andarilho.
Este espaço oferece novas relações entre produtores e
consumidores de conhecimentos, pois permitem aos sujeitos serem
não apenas consumidores ativos ou passivos dos produtos de
informação e da cultura global, mas agentes de seus próprios
produtos culturais e distribuidores desses elementos.
Percebe-se, assim, que o ciberespaço não surge apenas por
conta da digitalização, evolução da informática e suas interfaces,
mas da interconexão de computadores, da disseminação de produtos culturais.
Portanto, a Internet e o ciberespaço oferecem novas relações entre produtores e
consumidores de textos culturais, novas e diferentes formas de relacionamento, novas
identidades culturais e sociais e novas formas de desenvolver e armazenar conhecimento,
indicando, assim, novas possibilidades para as pedagogias transformacionais.
É inegável que vivemos uma época com muitas transformações. Desde a década de
1970 experimentamos um mundo caracterizado por um meio técnico-científico-informacional,
que se distingue dos períodos anteriores da história em virtude da profunda interação da ciência
40
com a técnica. Nesse cenário, a informação assume papel essencial nos processos de produção,
não só de mercadorias, mas também na organização do espaço, exigindo que o território seja
cada vez mais equipado com objetos técnicos que facilitem sua circulação em redes. Antenas,
cabos submarinos e satélites são alguns destes objetos que marcam cada vez mais a paisagem
ao darem origem a redes de comunicação eletrônicas.
Conforme asseguram Malaguti e Nunes (2009), neste contexto de interação entre
técnica e ciência, a implantação das redes de telecomunicações em alguns países por meio da
aproximação entre setores da comunidade acadêmica e governos deu origem às National
Research and Education Networks – NRENs (Redes Nacionais de Ensino e Pesquisa). Tendo
como principal objetivo a integração das comunidades acadêmicas dentro e fora dos seus
respectivos territórios nacionais, as NRENs foram implementadas por meio de modelos e
arranjos institucionais que variaram de acordo com cada país, como a Advanced Research
Projects Agency Network – ARPANET, nos Estados Unidos, que a história registra como o
embrião do que popularmente chamamos de internet.
No Brasil, as primeiras conexões às redes globais de computadores foram estabelecidas
em 1988 com a ativação de um enlace de comunicação do Laboratório Nacional de Computação
Científica (LNCC), no Rio de Janeiro, com a Universidade de Maryland (EUA), por meio da rede
BITNET (sigla de Because It´s Time Network, uma das primeiras redes de conexão em grande
escala), assim como a conexão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP) com o Fermi National Laboratory (Fermilab) de Chicago (EUA).
No ano seguinte, em 1989, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) deu início à
implementação da NREN brasileira lançando, com apoio do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto Rede Nacional de Pesquisa (RNP).
Dez anos depois da criação do projeto RNP, em 1999, o Ministério da Educação
(MEC), por meio da instituição do Programa Interministerial de Implantação e Manutenção da
RNP, passa a compartilhar os custos da rede com o MCT. Em 2002, a RNP deixa de ser um
projeto e é qualificada como Organização Social (OS), responsável pela prestação de um
serviço de interesse público.
No entanto, a Internet não pode ser considera hoje apenas como equipamentos,
ferramenta de comunicação ou apoio utilitário, mas são meios potenciais de transformação de
práticas pedagógicas, fato esse que nos leva a pensar na concepção de educação e também na
importância do investimento na formação do professor para o desenvolvimento do trabalho com
as TIC, principalmente a Internet, tornando-as como instrumentos de aprendizagem.
A implementação das TIC no sistema educacional, principalmente a conexão de
computadores à Internet, pode tornar o processo de ensino-aprendizagem algo sintonizado com
a vida contemporânea, proporcionando para o aluno a escolha dos próprios caminhos para ter
acesso à informação. As TIC potencializam a difusão dessas informações, que seriam os nós na
rede, formando assim uma teia, onde os conhecimentos são permanentemente (re)construídos
a partir das inter-relações entre os sujeitos que estão ligados à máquina. Ou seja: o uso dessas
41
tecnologias na educação busca não apenas transmitir a informação, mas tornar o ambiente mais
interativo e propício à construção de aprendizagens, a partir da conexão entre professor-aluno,
aluno-aluno.
No entanto, em um programa de educação a distância, os estudos são feitos, na maior
parte do tempo, individualmente, sem a presença de colegas e professores. Essa autonomia de
construção de conhecimento é uma das principais características dessa modalidade de estudo.
São, portanto, bastante diferentes das experiências de cursos presenciais, nos quais o aluno
conta com a mediação constante de um professor. Em um curso a distância, os materiais e o
sistema de apoio tutorial cumprem essa função de mediar a aprendizagem, requerendo um papel
mais ativo e participante do cursista. Essa situação individual tem a vantagem de permitir ao
aluno definir quando vai estudar, onde e quanto tempo vai dedicar a essa tarefa, ou seja, oferece
condições de trabalho bem flexíveis. Porém, para que essa vantagem potencial não resulte numa
prática em desvantagem, é muito importante que o discente esteja ciente da necessidade de
planejar cuidadosamente o tempo que vai dedicar ao estudo e as condições em que ele vai
acontecer. Nesse contexto, planejar o estudo quer dizer organizar com alguns dias de
antecedência as suas sessões de estudo, a que horas, onde e durante quanto tempo vai estudar.
Além disso, é necessária a participação em ambientes virtuais de aprendizagens, para a troca de
interação aluno-aluno e aluno-professor.
42
informações para interagir com os elementos tecnológicos (TV, celular, vídeo, computador,
filmadora, entre outros), de forma a proporcionar a construção de conhecimentos.
Para que essa interação entre tecnologia-professor-conhecimento ocorra, é necessária
uma formação continuada, uma reflexão constante sobre as potencialidades que os recursos
tecnológicos podem promover em relação à aprendizagem dos alunos e a troca de
conhecimentos. A escola, entretanto, precisa se tornar um espaço de formação e reconstrução
e, para isso acontecer de forma proficiente, é importante que a proposta pedagógica e práticas
docentes indisciplinares proporcionem a implantação de redes de formação continuada,
possibilitando ao professor a construção de projetos coletivos, a reflexão sobre sua prática
pedagógica, buscando a implementação das TIC como ferramenta de um fazer pedagógico.
Mas para essa formação se efetivar, o professor também deve exercer outro papel: o de
pesquisador que, junto com os alunos, busquem outras formas de aprendizagem, considerando
a reflexão, a crítica, a interação e a construção coletiva.
O professor precisa estar aberto para atuar com essa tecnologia no sentido de formar o
cidadão atuante na sociedade. Para se construir esse novo cidadão, é preciso o uso consciente e
relevante das tecnologias e o desenvolvimento de práticas não lineares, mas, sim, estrutura de
forma hipertextual: uma educação interativa, em que as comunicações entre professor e aluno
acontecem de forma bidirecional, não apenas centrada na transmissão de informação por um
único agente emissor: o professor.
Assim, ao pensar nessa forma de comunicação, o professor redimensiona a sala de aula,
tornando o aluno autor e coautor de seus textos e de suas enunciações discursivas.
Os novos espaços de aprendizagem via Internet potencializam novas formas de ensinar
e de aprender não mais em uma estrutura vertical, mas em uma estrutura horizontal em rede,
onde cada nó é ao mesmo tempo centro e não-centro, de acordo como as relações de interação
acontecem no espaço tecnológico.
Outra percepção nessa esfera é relevante: a sala de aula no ciberespaço e a sala de aula
presencial não são opostas: elas, apenas, ocupam tempo e espaço diferenciados. Isso quer dizer
que dar aulas no espaço virtual não significa uma simples transposição das aulas presenciais.
Assim, é preciso pensar, nesse espaço cibernético, em novas formas de materialização do ensino
e da aprendizagem, o que pode favorecer novas formas interativas e viabilizar novas formas de
aprendizagem.
43
REDES E INTERNET
Existem redes locais, chamadas de LAN (Local Area Network), que servem para ligar
computadores próximos um aos outros. A ideia de uma rede que pudesse conectar um
computador ao outro surgiu na década de 50. Nessa época, os computadores só conseguiam
desempenhar uma tarefa por vez e os programadores não podiam trabalhar diretamente no
computador, pois esse não apresentava uma velocidade compatível com programações, mas,
sim, trabalhavam manualmente.
Assim, nessa década, começaram as experiências para ver se era possível os
programadores trabalharem ao mesmo tempo no mesmo computador, introduzindo, assim, uma
LAN, que seria a base para a rede Internet.
A Internet é formada por milhares de computadores ligados entre si. Para que possa
existir uma comunicação entre eles, é necessária uma conexão e, para isso, precisa-se de um
provedor de acesso. Provedores são empresas que garantem o acesso de um computador à
Internet. A conexão entre um computador e o restante da rede pode ser feita por uma linha de
telefone, ondas de rádio, cabos, entre outros.
O navegador é um software que permite ao usuário conseguir informações na Internet.
A criação do navegador mudou a história da Internet. Em 1970, a palavra Internet não existia.
A primeira rede chamava-se arpanet e no início reunia apenas quatro universidades americanas.
No entanto, essa rede criou as bases para o que conhecemos hoje como Internet, nome esse que
só começou a ser usado na década de 80. Mas navegar por essa rede nessa época ainda era
44
difícil e trabalhoso e, para resolver essa problemática, o engenheiro britânico Timothy John
Lee, organizou as informações contidas na Internet, através da criação da web que, do inglês,
significa teia.
As páginas da Internet se ligam uma a outras através de links, que são o ponto de
conexão entre uma página e outra. O link pode ser uma palavra destacada em uma cor diferente,
pode ser um desenho, uma foto ou qualquer outro elemento de uma página web.
A web é uma rede infinita de sites e mais sites sobre todos os assuntos, onde o usuário
“navega”. O primeiro navegador da história da Internet foi criado por Timothy Berners Lee,
sendo esse aperfeiçoado 1993, por Marc Andreessen, quando criou o mosaic. Hoje, existem
vários tipos de navegadores, que mantiveram a essência.
Cada máquina conecta à Internet tem um endereço único, o IP, apesar de fazer parte
de uma rede. O IP tem a função de localizar um computador em uma rede.
45
LETRAMENTO E INCLUSÃO DIGITAL
47
Para Kenway (2001, p. 116),
Educar os estudantes para o cambiante mundo do trabalho e para o papel das novas
tecnologias deve constituir uma parte importante do currículo, mesmo que isso
signifique conceder atenção a impopulares culturas extraescolares.
Nota-se, assim, que deve-se tornar papel da escola desenvolver habilidades que
permitam que o estudante utilize os meios digitais de forma adequada às suas expectativas
discursivas. Kenway (2001) vai um pouco mais além. Para a autora, “a competência tecnológica
constitui o novo equipamento básico dos educadores”, pois, para ela, “o computador tornar-se
um instrumento indispensável e uma faceta de todo e qualquer local da prática humana”
(Ibidem, p. 117).
Kleimam e Vieira (2006, p. 122) asseguram que “debaixo do impacto tecnológico, o
sujeito desloca-se do local para o transnacional e, na luta desigual entre o local e o transnacional,
o local é preterido pela nova concepção de território.” Em outras palavras,
A capacidade de os sujeitos desvincularem-se do local para se ligarem ao global sob
o efeito da velocidade com que lidam com as TIC, como a Internet, pode torná-los
descompromissados de qualquer problema local, pois a qualquer momento ele pode
se mover para outro lugar sempre que esse se torne inóspito e pouco favorável aos
seus propósitos. (KLEIMAN; VIEIRA, 2006, p. 122-3)
Dentro desse contexto, as instituições de ensino têm o papel de fazer emergir o cidadão
global com responsabilidades locais, favorecendo um intercâmbio discursivo entre essas duas
esferas. Assim, segundo Kleiman e Vieira (2006), torna-se papel do docente desmistificar a
concepção de que ser local em um mundo globalizado é sinal de privação e de degradação
social, pois o letramento digital deve ser uma prática que vise incluir digitalmente sujeitos à
margem das tecnologias e preservar a diferença e a diversidade.
Kenway (2001) ainda destaca que as agências escolares devem ensinar aos estudantes
as habilidades de análises semióticas, da análise do discurso, da desconstrução, da contra leitura
crítica e as tecnologias – meios, por si só, multissemióticos – podem servir de instrumentos para
essas aprendizagens. A autora assegura que “é necessário que os estudantes se movimentem
entre o alfabetismo da escrita e outros alfabetismos, que utilizem uma gama de formas
tecnológicas de comunicação” (Ibidem, p. 102). Mas para isso acontecer, segundo Deacon e
Parker (2001, p. 149), é necessária “a mudança em direção à produção de aprendizes ativos e
autorregulados, em vez de aprendizes controlados e passivos, exigirá a reinvenção das
identidades e das subjetividades tanto de professores quanto de aprendizes”, identidades essas
que podem ser reveladas, preservadas e modificadas através do ciberespaço.
Ribeiro (2007, p. 93) destaca que “a educação deve garantir o resgate da identidade e
da autoestima do homem, convertendo-se num instrumento libertário”. E, para ele, a tecnologia
pode ser um instrumento para essa potencialização, pois:
O papel da escola é ensinar a pensar, preparando o aluno para lidar com situações
novas, problematizando, discutindo e tomando decisões. Sobretudo, cabe à educação
48
resgatar o homem de sua pequenez, ampliando os horizontes, buscando outras opções,
tornando as pessoas mais sensíveis e comunicativas (Ibidem, p. 94).
Para realmente transformar as TIC como ferramenta que evidencie as identidades dos
sujeitos, Teixeira e Santos (2009) acreditam ser necessário redesenhar nas instituições
acadêmicas o trabalho com a questão da identidade cultural frente a desterritorialização
promovida pelas mídias digitais, traçando, nesse percurso, as percepções sobre as hibridizações
dos códigos culturais e suas possíveis reconversões, tornando-se, assim, um vetor para a
construção do desenvolvimento local.
Na visão de Kleiman e Vieira (2006, p. 119),
A escola tem papel central na realização das mudanças necessárias às novas
exigências tecnológicas. É fundamental, em qualquer sociedade, que o indivíduo
aprenda nas instituições escolares a se defender, conscientemente e de modo crítico,
das influências nefastas ou não, que atuam por meio das novas práticas discursivas
instituídas pelo uso do computador.
Assim, deve ser dentro da escola – e não alheia a ela – que discussões a respeito da
constituição das identidades do sujeito no mundo mediado pelas tecnologias devem ocorrer,
com o intuito de anular a falta de acesso a esses equipamentos, para que se possa partilhar
democraticamente o poder das modernas tecnologias. Além disso, debaixo do impacto
tecnológico, o sujeito desloca-se do local para o transnacional. Mas, conforme observam
Kleiman e Veira (2006), o local não deve ser preterido pela nova noção de território – que na
verdade é desterritorializada e sem fronteiras –, pois as TIC permitem o desvelamento de
identidades, mesmo essas, muitas vezes, sendo emancipadas. No entanto, as novas tecnologias
não podem (nem devem) gerar sujeitos descompromissados de problemas locais em nome de
um global. E é aí que, mais uma vez, entra a missão da escola: integrar o internauta aos
elementos globais, sem, contudo, permitir a homogeneização discursiva do sujeito virtual que,
devido a essas conexões diárias e velozes, podem aparecer sem ligações explícitas com o seu
contexto cultural e social.
Seguir essa concepção que permeia um intercâmbio entre as atividades culturais e
discursivas do local e do global faz com que os enunciados dos sujeitos se modifiquem e se
expandam, “pois todo e qualquer sujeito faz uso do discurso e como tal será constituído em
qualquer circunstância. O sujeito poderá ser múltiplo, ou único, mas nunca será nulo, zero,
apagado” (KLEIMAN e VIEIRA, 2006, p. 129).
Conforme Ribeiro (2007, p. 96), “a serviço da educação, as novas tecnologias devem
servir como mediação pedagógica a partir de um projeto educativo, num diálogo efetivo com a
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realidade.” Assim, o trabalho com as TIC na escola deve potencializar o diálogo entre o mundo
real e o virtual, fornecendo aos sujeitos que as utilizam ou passaram a utilizá-las uma ferramenta
para a leitura de mundo e, em sua escrita, uma possível transformação dos textos e de realidades
que fazem parte do cotidiano desses indivíduos.
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INCLUSÃO DIGITAL
Mas uma experiência muito significativa de inclusão digital, na esfera escolar, foi a
criação do Programa Escola Aberta, em 2006, pelo governo federal, que tem por objetivo
trabalhar a inclusão digital para a inclusão social por meio de integração escola-comunidade
em contextos populares desfavorecidos. Em relação à inclusão digital nas escolas públicas,
prevista pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB/96, não basta instalar computadores
nas escolas, mas, sim, primeiramente quebrar a barreira de acesso e, depois, manter esse acesso.
Mas uma pergunta é importante se fazer: a inclusão digital garante a inclusão social
das populações de baixa renda? A inclusão social pode ser compreendida como o acesso e o
exercício dos direitos civis (direito de ter um nome, acesso à justiça, a uma identidade de
referência); direitos políticos (acesso à informação, à liberdade de expressão); direitos
socioeconômicos (acesso a trabalho digno, à saúde, à educação); direito à ecologia e à
diversidade cultural (acesso a um meio ambiente livre de discriminações, desigualdades sociais,
acesso ao reconhecimento das diferenças).
Assim, a inclusão social vai além das questões identitárias e das apropriações das
tecnologias nas atividades do mundo do trabalho. Além do controle das esferas virtuais, é
necessário garantir aos jovens de contextos populares, igualmente, o acesso ao controle das
esferas reais. Ou seja: além de a escola (ou outra instituição social) possibilitar o acesso aos
meios tecnológicos, é necessário garantir a permanência de acesso, para a construção de uma
ciberdemocracia, condição contemporânea para que todos possam ser incluídos socialmente.
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TIC E NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
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tempo. Mas isso não diminui a importância da sólida formação em conhecimentos, da
capacidade de estar sempre atualizado. Esse é um valor eterno da educação. Com as novas
tecnologias educacionais, a única diferença é que a forma de transmitir esses conhecimentos
também é mais atualizada.
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AS TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E O
ENSINO SUPERIOR
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curriculares de sala de aula; e o uso das TDIC na complementaridade do ensino estritamente
presencial por intermédio da Educação a Distância (EaD). Diante das facilidades oferecidas
pelas TDIC, é necessário pensar nas mudanças das abordagens curriculares e como as
tecnologias podem ser integradas ao desenvolvimento dos conteúdos disciplinares. O currículo
atual, de praticamente todas as disciplinas, foi desenvolvido para a tecnologia do lápis e do
papel. As TDIC têm facilitado o trabalho com o áudio, a fotografia, o vídeo e o hipertexto,
criando alternativas para a representação linear e sequencial da escrita.
A integração das TDIC no currículo significa o uso dessas tecnologias no
desenvolvimento das atividades disciplinares, não como mera transposição do currículo do lápis
e do papel para as TDIC, mas na exploração das características que essas tecnologias oferecem
como as diferentes linguagens e os novos recursos de representação do conhecimento, como o
som, a imagem, a animação. Com isso, estaremos não só ampliando o leque de alternativas do
qual o aluno dispõe para auxiliar processos de construção de conhecimento, como também
desenvolveremos o currículo da era digital.
Quanto à questão do uso das TDIC nas atividades de EaD, existem diferentes modelos
de implantação dessa nova modalidade de ensino adotados pelas instituições de Ensino
Superior. Basicamente, temos dois modelos que ocupam posições extremas. Um, no qual o uso
das TDIC em atividades a distância é totalmente paralelo às atividades presenciais – são
estruturas de ensino separadas, com docentes especialmente contratados para desempenhar
essas funções. No outro extremo, as atividades de Educação a Distância são realizadas pelos
mesmos docentes, com o uso das mesmas estruturas e regimentos institucionais das unidades
de ensino.
Atualmente, as TDIC fazem parte das empresas, dos serviços e de praticamente todos
os segmentos da nossa sociedade. Não só fazem parte, como também transformaram muitas
atividades que fazemos hoje. Por exemplo, o sistema bancário, os restaurantes self-service e a
produção de bens foram totalmente remodelados. Tais setores ainda continuam existindo, ainda
preservam suas funções e objetivos. Porém, os procedimentos e processos que empregam são
totalmente diferentes do que era feito há 20 anos. Parte das mudanças ocorreu graças à
introdução das tecnologias. No entanto, tais tecnologias não foram utilizadas para simplesmente
automatizar velhos processos.
Foi necessário alterar estruturas e procedimentos, de modo que as inovações
implementadas pudessem efetivamente trazer contribuições significativas. Nesse sentido, as
TDIC não só transformaram como também estão totalmente integradas às atividades que
realizamos. As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação estão sendo incorporadas
ao nosso modo de ser, de interagir com os serviços e produções de bens, diminuindo os espaços
e tempos necessários para se comunicar, acessar e receber informação.
Com isso, começam a influenciar o nosso modo de agir e pensar. As TDIC passam a
ser estruturantes do nosso pensamento (ALMEIDA; VALENTE, 2011). Por outro lado, o
mesmo não ocorre com a escola. É possível dizer que as mudanças observadas em diferentes
segmentos da sociedade também ocorreram nos processos educacionais? As TDIC foram
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integradas às atividades curriculares e, com isso, mudaram os processos de ensino e
aprendizagem?
Em alguns casos específicos, é possível encontrar usos das TDIC que realmente
propiciaram transformações nos processos educacionais. Porém, essas experiências são
pontuais e não podem ser generalizadas. Mesmo a escola mantendo um laboratório de
informática à disposição dos alunos, o processo de ensino e aprendizagem ainda é basicamente
centrado na instrução e no uso do giz e do quadro-negro. O problema é que, nas escolas, as
TDIC ainda são vistas como recursos tecnológicos.
Para mostrar que usa as TDIC, a escola cria o laboratório de informática, onde os
alunos, em geral, desenvolvem atividades desvinculadas ou pouco relacionadas com o que é
abordado em sala de aula, ou usam o laboratório para reforçar conteúdos vistos em sala de aula.
No primeiro caso, por exemplo, podem estar aprendendo sobre informática. O foco, o objeto de
estudo é a própria tecnologia em si. As atividades realizadas nos laboratórios de informática
são voltadas para o ensino de aplicativos, como processador de texto e planilhas, e de softwares
para acessar a informação.
Nesse caso, as TDIC ajudam a manter a imagem da escola, mas atrapalham o
desenvolvimento curricular, pois são empregadas durante um tempo que poderia ser utilizado
para “passar mais conteúdo”. Outro tipo de atividade é o uso das TDIC para reforçar o que é
transmitido em sala de aula. Para tanto, são utilizados os softwares do tipo exercício e prática,
alguns jogos ou os tutoriais. A intenção é usar estes softwares para ajudar o aluno a armazenar
e reter mais conteúdo. Em ambos os casos, as TDIC são tratadas como apêndice do que ocorre
em sala de aula. O que vale é o currículo do lápis e do papel, a instrução que tanto o professor
quanto as TDIC podem transmitir ao aluno.
No entanto, as TDIC são mais do que ferramentas tecnológicas. Weston e Bain (2010),
embasados em estudos de diversos autores, propõem que as TDIC não sejam vistas como
ferramentas tecnológicas, mas como ferramentas cognitivas, capazes de expandir a capacidade
intelectual de seus usuários. É o que acontece quando um engenheiro utiliza recursos
computacionais para calcular a estrutura de uma ponte, por exemplo; ou quando médicos usam
sofisticados sistemas para visualizar partes do corpo, à procura de lesões ou tumores. Nesses
casos, esses profissionais não estão pensando nas tecnologias, mas no problema sendo
resolvido, e em como os resultados fornecidos pelas tecnologias podem auxiliar nas tomadas
de decisão. Algo semelhante acontece mesmo no caso do acesso pleno às TDIC, por meio do
uso dos laptops na situação 1-1. Em geral, esses equipamentos têm sido utilizados para o acesso
imediato à informação, basicamente, em substituição às fontes impressas de informação, como
o livro; para a produção de texto, em grande parte, substituindo o lápis e o papel; e para
armazenar informação, como repositório digital, substituindo os fichários.
Nenhuma dessas “inovações” está relacionada com alterações do processo de ensinar
e de aprender. Elas simplesmente automatizam velhas práticas (WESTON; BAIN, 2010). A
implantação das TDIC na Educação vai muito mais além do que prover o acesso à tecnologia e
automatizar práticas tradicionais. As TDIC têm de estar inseridas e integradas aos processos
educacionais, agregando valor à atividade que o aluno ou o professor realiza, como ocorre com
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a integração das TDIC em outras áreas. No entanto, para que essa integração tecnológica ocorra,
é preciso implantar mudanças em políticas, concepções, valores, crenças, processos e
procedimentos centenários, e que certamente vão necessitar de grande esforço dos educadores
e da sociedade como um todo.
A integração das TDIC nos processos de ensino e aprendizagem vai requerer alterações
na estrutura dos espaços e do tempo da escola, como a implantação de salas de multiatividades
e a flexibilização das tradicionais aulas de 50 minutos e, sobretudo, a reestruturação do tempo
do professor. O professor necessita de tempo para que ele possa se organizar para estudar,
planejar e dialogar com os alunos em situações que vão além do tempo e do espaço da sala de
aula, o que certamente implica políticas públicas de valorização do docente. A mudança
estrutural implica também alterações conceituais, como repensar as atividades curriculares,
assunto que será discutido no próximo tópico.
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REFERÊNCIAS
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SAMPAIO, RM. Práticas de ensino e letramentos em tempos de pandemia da
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