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RESUMO
Este estudo tem como objetivo analisar como a afetividade auxiliou o processo de avaliação da
aprendizagem durante o ensino remoto (ERE) no Centro de Aprendizagem Crescer no município de
Castanhal. Para isso, utilizou-se uma abordagem qualitativa e descritiva por meio da aplicação de um
questionário a duas professoras do 1º ano do ensino fundamental. Os resultados apontam que o uso
das tecnologias da informação e da comunicação foram essenciais durante o ERE, porém houve
necessidade de treinamento para utilização de recursos tecnológicos associado a compreensão do uso
das professoras da afetividade como auxílio na construção de uma aprendizagem mais efetiva,
destacando-se a presença da avaliação diagnóstica no processo avaliativo das professoras. Conclui-se
que a afetividade foi utilizada pelas docentes como um instrumento essencial para o auxílio da
avaliação da aprendizagem durante o ERE.
INTRODUÇÃO
Os dois últimos anos foram marcados pela pandemia de COVID-19 e isso resultou em
mudanças na rotina de diversos setores do mundo inteiro, incluindo a educação, que teve as
suas atividades presenciais suspensas, tendo em vista a alta taxa de contaminação do vírus
SARS-CoV-2. Diante disso, as práticas educativas nas instituições de ensino precisam se
readequar para continuar oferecendo os serviços educacionais à comunidade escolar.
Nesse cenário de inconstâncias, o ensino emergencial remoto (ERE) e as Novas
Tecnologias da Informação e da Comunicação e Sociedade (NTICs) foram alternativas
encontradas para que esse período não afetasse tanto a vida escolar dos alunos. Com isso, os
professores precisaram adaptar-se a uma nova forma de ensinar dentro dessa nova realidade,
pois apesar de estarmos na era da tecnologia, muitos instrumentos usados durante o ensino
remoto, como o google meet, o google forms, o google classroom, entre outros, não eram da
familiaridade dos docentes durante o ensino presencial por diversos fatores, principalmente a
falta de formação adequada, do acesso digital, da falta de recursos nas escolas.
REFERENCIAL TEÓRICO
As NTICs são bastante discutidas na atualidade, tendo em vista que estamos inseridos
em uma sociedade globalizada e tecnológica. Com isso, é de suma importância que a
educação encontre um meio de se relacionar com essa alternativa metodológica.
Rocha (2022, p. 17) enfatiza que “é possível concebemos uma perspectiva de
avaliação cuja vivência seja marcada pela lógica da inclusão, do diálogo, da construção da
autonomia, da mediação, da participação, da construção da responsabilidade com o coletivo”,
ou seja, a avaliação pode ser vista além do caráter meritocrático e classificatório, e sim a
partir de uma visão mais inclusiva que busca contribuir para o processo de ensino e
aprendizagem.
Assim, a afetividade e a aprendizagem são indissociáveis e dentro de um contexto de
isolamento e de pandemia, essa relação possui uma carga ainda maior na cognição dos
alunos, tendo em vista que a socialização está escassa nesse período.
Fortalecer a afetividade existente na relação professor-aluno, principalmente no
ensino remoto por meio das plataformas digitais é de suma importância, pois sabemos que
quando o assunto é tecnologia, o professor deve recriar suas práticas, refletir sobre o
potencial comunicacional e pedagógico do ambiente virtual de aprendizagem baseado nos
conceitos de interatividade e afetividade.
Ressaltando-se Azevedo et al (2014), refletir sobre práticas e avaliação educacional é
também “abrir os olhos” em relação ao tipo de sujeito que o professor forma, com laços de
afetividade, interatividade e dialogicidade.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi um processo desafiador mudar toda metodologia e sair da sala de aula para
ministrar aulas online e tive bastante dificuldade no início, mas no decorrer do
tempo com as capacitações e pesquisas consegui desenvolver as atividades
propostas pela escola. (PROFESSORA A, QUESTIONÁRIO, 2022).
As Tics sem dúvida foram de extrema importância para esse processo de ensino à
distância. A princípio foi um desafio muito grande, apesar de já conhecer um pouco
sobre essas tecnologias, elas nunca tinham sido usadas para ministrar aulas aos
alunos. Então, enquanto docente, precisei estudar e conhecer todas as possibilidades
que as TICs me ofereciam para poder criar novos métodos e maneiras de ensinar,
que pudesse alcançar todos os alunos (PROFESSORA B, QUESTIONÁRIO, 2022).
SOBRE A AFETIVIDADE
Esta categoria considerou a questão 07 buscando-se entender se as professoras A e B
se preocuparam em não perder o vínculo com as crianças enquanto não podiam estar
presentes pessoalmente e se também convocaram as famílias para participarem das aulas.
Desta forma, a professora B descreve que:
Um dos nossos principais objetivos era manter esse vínculo, esse contato e
preocupação, para que os alunos pudessem se sentir amados e queridos mesmo
estando distante (PROFESSORA B, QUESTIONÁRIO, 2022).
Até mesmo os alunos que não conseguiam acompanhar as aulas em tempo real
tinham o suporte pelos meios mais acessíveis, eram gravados vídeos em datas
comemorativas e mantínhamos o contato ligando e pelo WhatsApp para as crianças
que não estavam conseguindo acompanhar. (PROFESSORA A, QUESTIONÁRIO,
2022).
Como foi possível observar, a afetividade é essencial para a construção de uma aprendizagem
mais efetiva, que poderia ter sido mais inclusiva com a adoção de uma avaliação diagnóstica,
mas que não deixou de ter um caráter afetivo e lúdico, onde inclusive algumas famílias se
fizeram presentes nas aulas online.
Segundo a professora A,
Posso dizer que os resultados variaram muito, tive alunos que se desenvolveram
perfeitamente como se estivessem na sala de aula presencial, já outros por não
terem o acompanhamento de um adulto orientando e se distrairem com facilidade
não tiveram resultados tão positivos (PROFESSORA A, QUESTIONÁRIO,
2022).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos resultados analisados, foi possível perceber que o processo de avaliação
não parou mesmo diante da inconstância causada pela pandemia. As professoras A e B
expõem de que forma isso influenciou o processo avaliativo, pois ele precisou ser adaptado
ao novo contexto e à inserção do uso das novas tecnologias. O fato de a instituição fornecer
capacitação aos docentes, assim como acesso à rede de internet foram de grande valia
mediante o cenário adverso e bem explanado na forma da fala de cada docente.
A busca da inclusão da afetividade, aliada ao processo de avaliação, foi uma alavanca
propulsora a qual obteve resultados satisfatórios, tornando a avaliação humanizada possível.
Porém para que esse processo ocorresse, foi-se necessária a adaptação de metodologias
preocupadas com o processo de ensino e a aprendizagem.
A inclusão de ferramentas tecnológicas ao ERE, para a obtenção de conceitos
avaliativos qualitativos dentro da instituição educacional, foi necessária para atender aos
modelos tradicionais estimativos, os quais a sociedade cobra. Modelo este já ultrapassado,
pois não se levou em conta a discrepância entre examinar e avaliar.
Por fim, consideramos que o objetivo desta pesquisa foi alcançado, visto que a análise
da pesquisa, nos trouxe respostas de como a afetividade auxiliou o processo avaliativo
durante o ensino remoto, com todos os seus desdobramentos. O que todo esse contexto
histórico nos mostrou foi que apesar das adversidades, buscar novas formas de reinventar o
processo avaliativo junto com a afetividade foram fundamentais para que o objetivo do
processo fosse alcançado, e isso foi ascendido pelo fato de não ser desprezado um dos
atributos humanos mais perfeitos, a afetividade.
O ser humano é um ser social e dentro do processo avaliativo de ensino e
aprendizagem, essa relação professor-aluno é de suma importância para que haja a construção
de um laço de confiança e afetividade que deve ser indissociável dos processos formativos do
estudante.
REFERÊNCIAS
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