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Resumo
Abstract
The Affectivity in the Process of Teaching and Learning: Dialogue in Wallon and
Vygotsky
This work is based on present contributions of affective relation to the learning process,
comprising as it does the affective relationship between teacher and student at the end of the
early years of elementary school. Our objective is to get into the main educational and
pedagogical reference works on the affectivity in the learning process, listing contemporary
research that reflect on the contributions of the relationship between teacher and student to the
school learning process. For this study, in addition to conducting a literature search, there was
also the realization of an exploratory investigative character of field research, through the
application of a questionnaire with objective and subjective questions, which contained social,
economic and cultural issues. The school must provide a space reflections on the life of the
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A AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: DIÁLOGOS EM WALLON E
VYGOTSKY
modo geral (Vygostky, citado por, professor amoroso da vida e das gentes,
Arantes, 2003, p. 18-19). o professor mal-amado, sempre com
raiva do mundo e das pessoas, frio,
A mudança de atitude da escola no
burocrático, racionalista, nenhum deles
que se refere ao processo de ensino e
passa pelos alunos sem deixar marca
aprendizagem é fundamental diante dos
(Freire, 1996 p. 96).
novos paradigmas que se emergem. Uma
vez que, a relação do professor com os Sendo assim, o professor tem papel
alunos em sala de aula é o reflexo de sua fundamental na relação pedagógica com o
relação cultural com a sociedade. Como aluno. Porque é responsável não somente
afirma Gado i (1999, p.76), o ed cador pelo conhecimento através da transmissão
para pôr em prática o diálogo, não se deve de informações métodos de motivação em
colocar como o detentor do saber, mas na sala de aula. Mas também pelo processo de
posi o de q em n o sabe do . construção da cidadania. Tendo o papel de
Diante disto, a afetividade assume facilitador da aprendizagem, aberto às
outra dimensão que envolve todo o novas experiências, numa relação empática
processo educacional da criança. Além de que envolve também os sentimentos dos
contribuir também para a melhora da alunos.
prática docente, pois Freire (1996) traz Portanto, a construção do
uma ótima contribuição ao afirmar que: conhecimento humano não se dá de forma
individual. Ele é fruto das relações
O bom professor é o que consegue,
coletivas marcadas pelos encontros e
enquanto fala, trazer o aluno até a
desencontros sociais e culturais que
intimidade do movimento do seu
ocorrem dentro das escolas. Logo o aluno
pensamento. Sua aula é assim um
deve ser entendido como indivíduo único,
desafio e não uma cantiga de ninar.
mas com necessidades afetivas que se
Seus alunos cansam, não dormem.
completam na convivência com o outro.
Cansam porque acompanham suas idas
A afetividade não pode ser
e vindas de seu pensamento,
trabalhada separada do processo de ensino
surpreendem suas pausas, suas dúvidas,
e aprendizagem, pois ela pode contribuir
suas incert6ezas. O professor
para a aquisição do conhecimento de forma
autoritário, o professor licencioso, o
prazerosa e segura. O aluno precisa
professor competente, sério, o
entender que ele faz parte de todo o
incompetente, o irresponsável, o
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autonomia etc., (Gobbi & Missel, 2005, humanista são caracterizados pelo respeito,
p.125). confiança, aceitação e tolerância do ritmo
de cada aluno para aprender. Assim o
Assim o processo de aprendizagem
papel do professor vai além de ensinar é o
passa pela empatia que se estabelece
de facilitar a aprendizagem dos educandos.
durante a ação de ensinar e aprender. Isso
Para Rogers (1985, p. 328) ele
ocorre quando o professor leva em
aprende a ser mais a sua experiência, a ser
consideração os sentimentos do aluno.
os seus sentimentos, tanto os sentimentos
Além de valorizar as experiências que ele
que considerava temíveis como os que
traz consigo ao longo da vida.
qualificava mais aceitável. Torna-se uma
Nesta linha de entendimento
pessoa mais flexível, mais modificável,
Rogers (1985) definiu a compreensão
mais capaz de aprender .
emp ica como capacidade de emergir no
Percebe-se que ao se conhecer, o
mundo subjetivo do outro e de participar
aluno se torna mais aceitável no próprio
na sua experiência, na extensão em que a
grupo em que esteja inserido, facilitando o
comunicação verbal ou não verbal o
processo de ensino e aprendizagem. Com
permite. É a capacidade de se colocar
isto ele pode trocar os sentimentos
verdadeiramente no lugar do outro, de ver
negativos que o impedem de aprender. O
o mundo como ele vê (Rogers, 1985,
professor pode ser o motivador desta
p.47).
relação.
O professor exerce um papel
Com esta perspectiva humanista, o
fundamental neste processo, a escola pode
professor será capaz de entender seu aluno
e deve criar um clima de afetividade na
como único e com condições de aprender
acolhida de seus alunos, mesmo a desperto
em seu ritmo próprio. Tendo esta
de todas dificuldades que enfrenta. Uma
compreensão, o professor pode tem mais
pratica docente centrada na pessoa é
êxito no processo de ensino e
possível nesta proposta.
aprendizagem. Compreendendo o tempo
Ao analisar a escola dentro de uma
de cada um a relação afetiva poderá ser
proposta humanista, Rogers (1985) ressalta
estabelecida. Facilitando a aprendizagem
que:
do aluno.
É importante afirmar que os Seu maior sucesso é dar as crianças
vínculos estabelecidos por uma teoria incapazes de apreender a matéria um
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moral, é para essas experiências que que nos contam, mas pela forma como
devemos conceder a mais alta somos tratados. Educar sempre pelo
prioridade em nosso projeto de exemplo e, ao errar em uma atitude,
educação. A plena liberdade que esta pedir desculpas e mostrar que você
teoria propõe exige o esforço de nossas também pode, às vezes, ser dominado
mentes para que possamos construir, por esta ou aquela emoção. Valorizar
dentro de casa ou da escola, um narrativas, filmes ou histórias com
primeiro passo para a humanidade exemplos de prestatividade,
integral. Basta querer (Antunes, 2000, solidariedade, amizade (Antunes, 2000,
p. 121) p.118).
Referências
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Rogers, C. R.(1985). Liberdade de aprender em nossa década. Porto Alegre: Artes Médicas.
Os autores:
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