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Volume 20, N. 1, pp.

86 – 101, Jan/Jun, 2016

A AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM:


DIÁLOGOS EM WALLON E VYGOTSKY

Anderson Oramisio Santos


(UFU Universidade Federal de Uberlândia Uberlândia MG)
Adriana Mariano Rodrigues Junqueira
(PMU Prefeitura Municipal de Uberlândia Uberlândia MG)
Graciela Nunes da Silva
(PMU Prefeitura Municipal de Uberlândia Uberlândia MG)

Resumo

Este trabalho fundamenta-se em apresentar as contribuições da relação afetiva para o processo


de aprendizagem, compreendendo como acontece a relação afetiva entre professor e aluno no
final dos anos iniciais do ensino fundamental. Objetiva-se em buscar nas principais obras
educacionais e pedagógicas referência sobre a afetividade no processo de aprendizagem,
elencando pesquisas contemporâneas que refletem sobre as contribuições da relação entre
professor e aluno para o processo de aprendizagem escolar. Para esse estudo, além da
realização de uma pesquisa bibliográfica, houve também a realização de uma pesquisa de
campo de caráter investigativo exploratório, por meio da aplicação de um questionário com
questões objetivas e subjetivas, que continham questões sociais, econômicas e culturais. A
escola deve proporcionar um espaço de reflexões sobre a vida do aluno como um todo,
contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência crítica e transformadora, na qual
esse processo não deveria dissociar-se da afetividade. Constata-se que a afetividade é
imprescindível para o desempenho educacional, uma vez que as palavras das crianças deixam
bem claro que a afetividade representa um aspecto importante no processo de aprendizagem,
que tem como base o respeito mútuo, o diálogo e, principalmente o carinho.

Palavras-chave: Afetividade; Escola; Professor; Aluno; Aprendizagem.

Abstract

The Affectivity in the Process of Teaching and Learning: Dialogue in Wallon and
Vygotsky

This work is based on present contributions of affective relation to the learning process,
comprising as it does the affective relationship between teacher and student at the end of the
early years of elementary school. Our objective is to get into the main educational and
pedagogical reference works on the affectivity in the learning process, listing contemporary
research that reflect on the contributions of the relationship between teacher and student to the
school learning process. For this study, in addition to conducting a literature search, there was
also the realization of an exploratory investigative character of field research, through the
application of a questionnaire with objective and subjective questions, which contained social,
economic and cultural issues. The school must provide a space reflections on the life of the

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student as a whole, contributing to the development of a critical consciousness and


transforming, in which this process should not be divorced from affection. It appears that
affectivity is essential for educational achievement, since the words of children make it clear
that affection is an important aspect in the learning process, which is based on mutual respect,
dialogue and especially the affection.

Keywords: Affection; School; Teacher; Student; Learning.

Introdução nos resultados deste processo de ensino e


aprendizagem dos alunos.
A escola constitui um espaço
Contudo, ao debater sobre a
importante para que o processo de ensino e
afetividade nas relações pedagógicas, é
aprendizagem aconteça. Toda ação
necessário ter bem definidas as habilidades
pedagógica que se realiza dentro da
que queremos desenvolver com os
concepção afetiva pode contribuir para a
educandos durante o processo de ensino e
aprendizagem dos alunos e para o trabalho
aprendizagem. Diante disso alguns
em equipe dos educadores.
questionamentos surgiram: Qual é a função
Assim, a valorização do trabalho do
da afetividade no ensino? Como trabalhar a
supervisor no acompanhamento e na
afetividade no trabalho em equipe visando
orientação da prática docente reflete nos
a aprendizagem dos alunos?
resultados da aprendizagem dos alunos.
O objetivo desse trabalho é
Pois o ato de ensinar é resultado de uma
compreender a relação afetiva entre
prática pedagógica relacional, por isso
professor e aluno no processo de
envolve a afetividade dos educandos e dos
aprendizagem de crianças no final dos anos
profissionais que estão envolvidos no
iniciais do ensino fundamental.
processo de ensino e aprendizagem.
Trata-se de uma pesquisa
Isto faz com que o aluno sinta
bibliográfica apoiada em teóricos que
motivado ou não para aprender. Portanto,
discutem o tema, possibilitando uma breve
os avanços do processo de ensino e
reflexão quanto à prática docente no
aprendizagem dos alunos estão
processo de ensino de aprendizagem
concentrados nos métodos que cada
dentro de uma linha de pesquisa voltada
educador usa. Constituindo também como
para a metodologia de ensino.
um sistema de controle de qualidade da
aprendizagem dos educandos. Assim a
Afetividade Conceituação e Importância
afetividade pode contribuir para a melhoria
no Processo da Aprendizagem
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Wallon (1992) é bem diferente da ideia


A afetividade é um composto tradicional da escola que prioriza a
fundamental das relações interpessoais. inteligência e o desempenho dentro da sala
Através dela o trabalho escolar pode ser se aula.
mais bem direcionado. Servindo ainda de É bom lembrar que a relação
meio para a construção do conhecimento pedagógica é uma via de mão dupla. O
discente e para o processo da professor não é o detentor do saber, mas o
aprendizagem. facilitador, o mediador da construção do
Segundo Wallon (1992): conhecimento do aluno. Isto não se dá fora
do vínculo afetivo que se cria durante a
A afetividade é uma fase do
aquisição do conhecimento. Além de
desenvolvimento humano, a mais
tornar o processo de ensino e
arcaica. O ser humano foi, logo que saiu
aprendizagem uma ação libertadora.
da vida puramente orgânica, um ser
Quando o professor estabelece
afetivo. Da afetividade diferenciou-se,
laços afetivos com seus alunos, ele está
lentamente, a vida racional, portanto, no
criando um ambiente de segurança. Isto
início da vida, afetividade e inteligência
pode evitar bloqueios afetivos e cognitivos
estão sincronicamente misturadas, com
estimulando a socialização do aluno com o
o predomínio da primeira (Wallon,
grupo da classe e da escola. Pois o homem
1992, p. 90).
é um ser social dependente do outro.

Diante disto, o professor deve Vygotsky apud Arantes (2003),

observar com muito cuidado o afirma que:

comportamento do aluno. Pois se ele não


Só se pode compreender
estiver bem emocionalmente poderá sair
adequadamente o pensamento humano,
mal nas avaliações. As emoções têm papel
quando se compreende a sua base
fundamental no desenvolvimento das
afetiva. Quem separa o pensamento do
pessoas. É por meio delas que o aluno
afeto, nega de antemão a possibilidade
exterioriza seus desejos e suas vontades.
de estudar a influência inversa do
A construção do eu depende
pensamento no plano afetivo. A vida
essencialmente do outro. Isto significa que
emocional está conectada a outros
a aprendizagem da criança depende da
processos psicológicos e ao
relação afetiva que se constrói entre
desenvolvimento da consciência de um
professor e aluno. Por isso a proposta de
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modo geral (Vygostky, citado por, professor amoroso da vida e das gentes,
Arantes, 2003, p. 18-19). o professor mal-amado, sempre com
raiva do mundo e das pessoas, frio,
A mudança de atitude da escola no
burocrático, racionalista, nenhum deles
que se refere ao processo de ensino e
passa pelos alunos sem deixar marca
aprendizagem é fundamental diante dos
(Freire, 1996 p. 96).
novos paradigmas que se emergem. Uma
vez que, a relação do professor com os Sendo assim, o professor tem papel
alunos em sala de aula é o reflexo de sua fundamental na relação pedagógica com o
relação cultural com a sociedade. Como aluno. Porque é responsável não somente
afirma Gado i (1999, p.76), o ed cador pelo conhecimento através da transmissão
para pôr em prática o diálogo, não se deve de informações métodos de motivação em
colocar como o detentor do saber, mas na sala de aula. Mas também pelo processo de
posi o de q em n o sabe do . construção da cidadania. Tendo o papel de
Diante disto, a afetividade assume facilitador da aprendizagem, aberto às
outra dimensão que envolve todo o novas experiências, numa relação empática
processo educacional da criança. Além de que envolve também os sentimentos dos
contribuir também para a melhora da alunos.
prática docente, pois Freire (1996) traz Portanto, a construção do
uma ótima contribuição ao afirmar que: conhecimento humano não se dá de forma
individual. Ele é fruto das relações
O bom professor é o que consegue,
coletivas marcadas pelos encontros e
enquanto fala, trazer o aluno até a
desencontros sociais e culturais que
intimidade do movimento do seu
ocorrem dentro das escolas. Logo o aluno
pensamento. Sua aula é assim um
deve ser entendido como indivíduo único,
desafio e não uma cantiga de ninar.
mas com necessidades afetivas que se
Seus alunos cansam, não dormem.
completam na convivência com o outro.
Cansam porque acompanham suas idas
A afetividade não pode ser
e vindas de seu pensamento,
trabalhada separada do processo de ensino
surpreendem suas pausas, suas dúvidas,
e aprendizagem, pois ela pode contribuir
suas incert6ezas. O professor
para a aquisição do conhecimento de forma
autoritário, o professor licencioso, o
prazerosa e segura. O aluno precisa
professor competente, sério, o
entender que ele faz parte de todo o
incompetente, o irresponsável, o
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conjunto de atividades diárias de sua vida Eleger a cidadania como eixo


escolar. vertebrador da educação escolar implica
Fernández (1990) afirma que o colocar-se explicitamente contra valores
processo de aprendizagem pode ser e práticas sociais que desrespeitem
comparado a uma rede entrelaçada onde os aqueles princípios, comprometendo-se
fios que a constituem identifica-se de um com as perspectivas e decisões que as
lado, pelas aquisições específicas que favoreçam. Isso se refere a valores, mas
compõem as estruturas cognitivas e, de também a conhecimentos que permitem
outro, pela estrutura desejante do sujeito. desenvolver as capacidades necessárias
Percebe-se que o aspecto afetivo para a participação social efetiva.
relacional é preponderante na relação (Brasil, 1997, p. 25)
pedagógica. Porque ele influencia de forma
Isso mostra que os Parâmetros
positiva ou negativamente na vida do aluno
Curriculares Nacionais (1997, p. 107-108)
e do professor. Pois durante o processo de
retratam a importância de o ensino
aprendizagem, ambos aprendem e
fundamental trabalhar para assegurar a
ensinam.
formação do indivíduo, contemplando os
A escola deve proporcionar um
temas morais, o respeito mútuo, a justiça, o
espaço de reflexão sobre a vida do aluno
diálogo e a solidariedade, fazendo com que
como um todo, contribuindo para o
o aluno seja capaz de respeitar as
desenvolvimento de uma consciência
diferentes formas de expressão e
crítica e transformadora. Esse processo não
participação, expondo seus pensamentos e
deveria dissociar-se da afetividade, a qual
opiniões de forma a ser entendido.
é retratada pelos conteúdos atitudinais, em
Ao entrar em contatos com o objeto
que os Parâmetros Curriculares Nacionais
do conhecimento, o indivíduo busca retirar
(1997, p. 22-23) defendem alguns
dele as informações que lhe interessam,
princípios que deveriam orientar a
deixando outras que não lhe são tão
educação escolar, como a dignidade da
importantes, visando atingir um equilíbrio.
pessoa humana, o que implica respeito aos
Acomodação consiste na capacidade de
direitos humanos, a igualdade de direitos, a
modificação da estrutura mental antiga
participação como princípio democrático e
para dar conta de dominar um novo objeto
a com responsabilidade pela vida social.
do conhecimento.
Desse modo:

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A acomodação representa o A criança precisa ser amada como


elemento complementar das interações ela é, com atenção no que ela produz, nas
sujeito-objeto. Toda Experiência é suas próprias atividades e não com
assimilada a uma estrutura de ideias já expectativas em seus resultados. Assim
existentes simbólico é imitativa, mas ele é durante seu desenvolvimento a criança
também uma forma de auto expressão. No adquire, através das interações com sua
jogo Simbólico, a criança constrói mãe e outros membros da comunidade em
símbolos sem constrangimento, invenções que vive as emoções próprias de sua
que representam qualquer coisa que ela família e cultura.
deseja. Há uma assimilação da realidade Assim, o emocionar se dá nas
mais do que uma acomodação do eu à relações sociais como algo natural e
realidade. cultural como descreve Maturana (2004):
Quanto as emoções e as relações
Mas amb m ocorrem os desencon ros
afetivas, Maturama (2004) diz respeito a
emocionais sem as in era es com a
cultura que desvaloriza as emoções em
família ou cultura. Quando o interagir
favor da razão. Valorizar a racionalidade
em desencontro emocional torna-se
como expressão básica da existência
cotidiano em uma família pode gerar
humana é positivo, mas não podemos
conflitos emocionais. Se esse
deixar de levar em conta as emoções:
desencontro emocional ocorre na
Do ponto de vista biológico, o amor é a relação mãe-filho a criança não cresce
emoção que constitui o domínio de de modo natural, tanto em seu
ações no qual o outro é aceito como é desenvolvimento senso motor como no
no presente, sem expectativas em desenvolvimento de sua consciência
relação às consequências da corporal e autoconsciência. Ela cresce
convivência, mesmo quando seja como uma criança incapaz de participar
legítimo espera-las. O desenvolvimento de relações interpessoais naturais de
biológico sadio de uma criança requer mútua aceitação e respeito na vida
uma vida de amor e aceitação mútua e adulta (Maturana, 2004, p. 150).
sem expectativas sobre o futuro -, com
Desta forma, a afetividade
sua mãe e os outros adultos com os
influencia na construção do conhecimento,
quais ela convive (Maturama, 2004,
pois o tempo, no qual a aprendizagem de
p.223).
conteúdos se processa, depende do clima
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afetivo na sala de aula. O professor deve se momentos de afetividade vividos na escola


relacionar afetivamente com seus alunos são fundamentais para a formação de
para que não se sintam desmotivados, personalidades sadias e capazes de
dificultando assim a aprendizagem do aprende.
mesmo. Nesse aprofundamento a
A afetividade está sempre presente consciência afetiva é a forma pela qual o
nas experiências empíricas vividas pelos psiquismo emerge da vida orgânica. Diante
seres humanos, no relacionamento com o disto se percebe que o desenvolvimento
o ro social , por oda a s a ida, desde cognitivo pode e deve ser estimulado por
seu nascimento. Sabe-se que a meio da afetividade. Isto contribui para o
aprendizagem é um processo que, uma vez processo de interação e integração do ser
iniciado com o nascimento, só finda com a social com outro ser social, havendo um
morte. Isso significa que em qualquer entrelaçamento entre a cognição e a
etapa, em qualquer situação, ou em afetividade, tornando-as interdependentes e
qualquer momento, o indivíduo está contribuindo para o desenvolvimento pleno
aprendendo, sendo que, à medida que da criança na aquisição do conhecimento.
aprende varia seu comportamento, seu Para Vygotsky (1993) a cognição e
desempenho, sua ótica, seus enfoques. afetividade são fundamentais para o
Quando se fala em aprendizagem, acompanhamento da aprendizagem
como uma mudança relativamente porque:
aparente, significa que o aprendido deve
Enquanto objeto de estudos, é uma das
estar incorporado ao indivíduo não só em
principais deficiências da psicologia
situação temporária, mas por um tempo
tradicional, uma vez que está apresenta
razoável. À medida que novas
o processo de pensamento como um
aprendizagens surgem, vão sendo
fluxo autônomo de pensamentos que
incorporadas às já existentes, propiciando
pensam a si próprios, dissociados da
o surgimento de novos enfoques, ideias e
plenitude da vida, das necessidades e
atitudes.
dos interesses pessoais, das inclinações
A escola não deve ser só um lugar
e dos impulsos daquele que pensa
onde aconteça a aprendizagem intelectual,
(Vygotsky, 1993, p.6).
mas um ambiente no qual se fale de
amizade, da importância do grupo e de Assim o ensino e aprendizagem
q es es afe i as. Desse modo, os fundamentados no processo da afetividade
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e cognitividade se constitui numa ação prático, ser significante e cheia de


pedagógica eficaz. Uma vez que permite sentimentos e não apenas envolver a
ao educando criar relações sociais mente, com exposição de
importantes com os outros durante todo o acontecimentos que se tornam
processo de ensino e aprendizagem. Além superficiais no dia a dia do aluno; A
de permitir o desenvolvimento interpessoal aprendizagem envolve experiências; A
de cada aluno. aprendizagem é auto iniciada (Rogers,
O processo de aprendizagem 1985, p.30).
envolve vários aspectos que se evidenciam
Portanto, é impossível ocorrer a
durante a aquisição do conhecimento. A
aprendizagem se a relação do professor e
apropriação do saber contribui para o
do aluno estiver manchada. É importante
desenvolvimento das interações do
que os sentimentos individuais sejam
contexto de vida de cada ser humano. Isto
respeitados durante a ação pedagógica. Isto
implica dizer que o ato do processo de
representa uma visão humanista do
ensino e aprendizagem tem forte relações
indivíduo enquanto ser com
com a cultura de cada um.
potencialidades para a aprendizagem.
Logo, ensinar e aprender é um
Nesta visão Rogeriana, Gobbi e
processo de mão dupla. Pois ao mesmo
Missel (2005) a caracteriza como:
tempo em que o indivíduo aprende,
também influencia o outro nas relações Visão total do ser humano, que é mais
interpessoais que se cria durante o do que a soma das partes; O homem ser
processo. Assim pode se afirmar o ato de intencional, ele procura, a um tempo,
ensinar e aprender deve-se centralizar na conservação e desequilíbrio; Visualizar
pessoa. o homem de forma otimista e positiva
Nesta mesma linha Rogers (1985) com potencialidades; Enfatizar a
ressalta que: subjetividade do ser humano; O homem
ser consciente, e como tal tem
Para que ocorra a aprendizagem e
capacidade de escolha; O homem um
preciso que se deixe o aluno aprender;
ser social, que expressa sua natureza na
A figura daquele que ensina não deve
relação com outros homens; Enfatizar a
ser a de uma pessoa autoritária; A
características mais elevadas do ser
aprendizagem progride de forma
humano, tais como criatividade, afeto,
acelerada quando possui um significado

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autonomia etc., (Gobbi & Missel, 2005, humanista são caracterizados pelo respeito,
p.125). confiança, aceitação e tolerância do ritmo
de cada aluno para aprender. Assim o
Assim o processo de aprendizagem
papel do professor vai além de ensinar é o
passa pela empatia que se estabelece
de facilitar a aprendizagem dos educandos.
durante a ação de ensinar e aprender. Isso
Para Rogers (1985, p. 328) ele
ocorre quando o professor leva em
aprende a ser mais a sua experiência, a ser
consideração os sentimentos do aluno.
os seus sentimentos, tanto os sentimentos
Além de valorizar as experiências que ele
que considerava temíveis como os que
traz consigo ao longo da vida.
qualificava mais aceitável. Torna-se uma
Nesta linha de entendimento
pessoa mais flexível, mais modificável,
Rogers (1985) definiu a compreensão
mais capaz de aprender .
emp ica como capacidade de emergir no
Percebe-se que ao se conhecer, o
mundo subjetivo do outro e de participar
aluno se torna mais aceitável no próprio
na sua experiência, na extensão em que a
grupo em que esteja inserido, facilitando o
comunicação verbal ou não verbal o
processo de ensino e aprendizagem. Com
permite. É a capacidade de se colocar
isto ele pode trocar os sentimentos
verdadeiramente no lugar do outro, de ver
negativos que o impedem de aprender. O
o mundo como ele vê (Rogers, 1985,
professor pode ser o motivador desta
p.47).
relação.
O professor exerce um papel
Com esta perspectiva humanista, o
fundamental neste processo, a escola pode
professor será capaz de entender seu aluno
e deve criar um clima de afetividade na
como único e com condições de aprender
acolhida de seus alunos, mesmo a desperto
em seu ritmo próprio. Tendo esta
de todas dificuldades que enfrenta. Uma
compreensão, o professor pode tem mais
pratica docente centrada na pessoa é
êxito no processo de ensino e
possível nesta proposta.
aprendizagem. Compreendendo o tempo
Ao analisar a escola dentro de uma
de cada um a relação afetiva poderá ser
proposta humanista, Rogers (1985) ressalta
estabelecida. Facilitando a aprendizagem
que:
do aluno.
É importante afirmar que os Seu maior sucesso é dar as crianças
vínculos estabelecidos por uma teoria incapazes de apreender a matéria um

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senso de fracasso. Também tem êxito aprendizagem dentro da sala de aula.


em persuadir os estudantes a desistirem, Assim a afetividade é importante nesta
quando se dão conta de que a matéria relação que se cria entre o aluno e o
ensinada é quase completamente professor. Uma vez que ele é o centro da
irrelevante para as suas vidas. Ninguém ação docente.
devia tentar aprender algo do qual não O desenvolvimento intelectual está
vê a relevância. Criança alguma jamais ligado ao afetivo. Na teoria de Piaget
deveria experimentar o senso de (1979), o desenvolvimento intelectual é
fracasso que é importo por nosso considerado como tendo dois
sistema de notas, pela crítica e pelo componentes: um cognitivo e um afetivo.
ridículo da parte de professores e outras Afeto inclui sentimentos, interesses,
pessoas, pela rejeição que se dá quando desejos, tendências, valores e emoções. O
ela se mostra lenta. O senso de fracasso afeto se desenvolve no mesmo sentido que
experimen5tado quando se tenta algo a cognição ou inteligência, tornando difícil
que se quer conseguir e que realmente é encontrar um comportamento apenas da
difícil de mais é uma sensação saudável, afetividade, sem nenhum elemento
que impulsiona novas aprendizagens. É cognitivo e vice-versa.
uma coisa muito diferente de um Embora as crianças de
fracasso imposto por outra pessoa, que aproximadamente três anos de idade estar
tem de desvalorizar como pessoa, ainda em processo rudimentar dos
aquele que fracassa (Rogers, 1985, conceitos morais, elas já apresentam
p.145). sentimentos afetivos formados,
preferências e o sentimento de gostar e não
Percebe-se que deve ocorrer uma
gostar. Estas experiências são necessárias
mudança de atividade dos educadores para
para o desenvolvimento de sentimentos
que esta ação ocorra. O aluno precisa se
morais e para o futuro desenvolvimento
sentir bem valorizado enquanto pessoa,
afetivos em geral. Assim, o mundo infantil
precisa gostar do ambiente escolar. Ao se
torna-se fortemente influenciado pelas
sentir aceito e amado, o aluno pode se
interações com os outros.
expressar de forma mais livre e
Outro ponto importante a ressaltar é
espontânea, é fundamental a construção da
sobre a socialização do comportamento,
relação pessoas de afetividade que se cria
onde entende-se que o desenvolvimento
ao longo do processo de ensino e
social age sobre o desenvolvimento
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cognitivo e afetivo. Como o família e cultura. Assim, o emocionar se dá


desenvolvimento afetivo não é separado do nas relações sociais como algo natural e
desenvolvimento cognitivo, o cultural.
desenvolvimento social está relacionado ao Entretanto Maturana (2004) ressalta
desenvolvimento cognitivo e afetivo. O que:
conhecimento social é constituído pela
Tamb m ocorrem os desencon ros
criança à medida que ela interage com os
emocionais sem as in era es com a
adultos e com outras crianças.
família ou cultura. Quando o interagir
Assim, o afeto se torna relevante
em desencontro emocional torna-se
para o desenvolvimento das crianças.
cotidiano em uma família pode gerar
Mesmo que culturalmente não quiseram
conflitos emocionais. Se esse
aceitar tal proposta. Pois a razão se tornou
desencontro emocional ocorre na
a expressão básica da existência humana.
relação mãe-filho a criança não cresce
Do ponto de vista biológico, o amor é a
de modo natural, tanto em seu
emoção que constitui o domínio de ações
desenvolvimento senso motor como no
no qual o outro é aceito como é no
desenvolvimento de sua consciência
presente, sem expectativas em relação às
corporal e autoconsciência. Ela cresce
consequências da convivência, mesmo
como uma criança incapaz de participar
quando seja legítimo espera-las. O
de relações interpessoais naturais de
desenvolvimento biológico sadio de uma
mútua aceitação e respeito na vida
criança requer uma vida de amor e
adulta (Maturana, 2004, p. 150).
aceitação mútua e sem expectativas sobre
o futuro, com sua mãe e os outros adultos Assim, o brincar surge como uma
com os q ais ela con i e (Ma rana, atividade realizada em si mesma, vivida no
2004, p. 223). presente de sua realização, desempenhada
Neste sentido, a criança precisa ser de modo emocional (de modo espontâneo),
amada como ela é, com atenção no que ela sem nenhum propósito que lhe seja
produz, nas suas próprias atividades e não exterior. Pois a mãe e o bebê se encontram
com expectativas em seus resultados. Pois na linguagem e no brincar, ou seja, na
durante seu desenvolvimento a criança congruência de uma relação biológica, em
adquire, através das interações com sua uma plena aceitação da corporeidade.
mãe e outros membros da comunidade em Assim, o bebê se confirma como um ser
que vive, as emoções próprias de sua biológico, no decorrer de seu crescimento
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como um bebê humano, em interações ensino e aprendizagem se torna o ponto de


humanas. Mas a mãe pode não se encontrar partida para o sucesso dos alunos.
com o bebê na brincadeira, por razão de Neste sentido, Vygotsky (1989):
suas expectativas, desejos, aspirações ou
Somente uma abordagem holística,
ilusões.
promotora de uma análise totalizante e
De acordo com Wallon (1971) :
não-fragmentada]. Demonstra a
A afetividade não é apenas uma das existência de um sistema dinâmico de
dimensões da pessoa: ela é também uma significados em que o afetivo e o
fase do desenvolvimento, a mais intelectual se unem. Mostra que cada
arcaica. O ser humano foi, logo que saiu ideia contém uma atitude afetiva
da vida puramente orgânica, um ser transmutada com relação ao fragmento
afetivo. Da afetividade diferenciou-se, de realidade ao qual se refere. Permite-
lentamente, a vida racional. Portanto, no nos ainda seguir a trajetória que vai das
início da vida, afetividade e inteligência necessidades e impulsos de uma pessoa
estão sincronicamente misturadas, com até à direção específica tomada por seus
predomínio da primeira (Wallon, 1971, pensamentos, até o seu comportamento
p. 6-7). e a sua atividade (Vygotsky, 1989, p.6-
7)
Neste contexto pode se afirmar que
a afetividade exerce uma grande influência O trabalho pedagógico a partir do
em todo o processo de ensino e afeto, pode levar a criança ao encontro
aprendizagem dos alunos. Portanto a consigo para a busca do equilíbrio
segunda pergunta teve o objetivo de saber emocional diante de situações adversas.
dos professores se a afetividade tem Tecendo as devidas conceituações no
influência na aprendizagem dos alunos. âmbito do processo ensino-aprendizagem,
Contudo a forma como se deve apreciamos entre os demais elementos, o
trabalhar a afetividade na escola pode ser o vínculo entre inteligência e afetividade.
diferencial que precisa ocorrer. O trabalho Nesse contexto Antunes (2000),
da afetividade nas escolas precisa ter um relata que:
envolvimento maior de todos os
Se as experiências emocionais
educadores. Pois a consciência plena de
constituem a base das capacidades
sua importância dentro do processo de
intelectuais, da criatividade e do senso

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moral, é para essas experiências que que nos contam, mas pela forma como
devemos conceder a mais alta somos tratados. Educar sempre pelo
prioridade em nosso projeto de exemplo e, ao errar em uma atitude,
educação. A plena liberdade que esta pedir desculpas e mostrar que você
teoria propõe exige o esforço de nossas também pode, às vezes, ser dominado
mentes para que possamos construir, por esta ou aquela emoção. Valorizar
dentro de casa ou da escola, um narrativas, filmes ou histórias com
primeiro passo para a humanidade exemplos de prestatividade,
integral. Basta querer (Antunes, 2000, solidariedade, amizade (Antunes, 2000,
p. 121) p.118).

De fato, os conteúdos têm que Em resumo, a educação afetiva e a


almejar o projeto de conhecimento avaliação afetiva devem apontar para uma
relacionado à integridade psicossocial do possibilidade de realização de uma vida
aluno. Há os que busquem a saúde digna e salutar, do contrário os alunos
emocional, porém as emoções são serão conduzidos à ignorância, ao desprezo
contraditórias, já que se deprime com e à agressividade. Ao lidar com alunos
facilidade passando de um estado para temos que proporcionar conteúdos
outro, desde da calma à fúria; esse temáticos para que se tornem desejáveis e
desequilíbrio transcorre em consequências palpáveis à compreensão intelectual dos
inimagináveis ao desenvolvimento alunos.
intelectual do aluno. E, evidentemente,
Considerações Finais
cada um procura o que é melhor para si.

A preocupação quanto à questão da


É por essa razão que os conteúdos
afetividade não se fundamentou em
têm que abarcar links cada vez maiores e
discutir os aspectos afetivos como
mais estreitos com a realidade do aluno.
determinantes no processo de
Dessa forma Antunes (2000) salienta que:
aprendizagem, mas como um fator
Vivenciar situações de conteúdo facilitador em como trabalhar com a
emocional. É importante que possa se interação entre professor e aluno, buscando
expressar sobre seus valores e a contribuições para que a escola seja um
intensidade de suas relações. Não ambiente de relações mais agradáveis. Para
aprendemos empatia e compaixão pelo que o professor conheça bem seus alunos,
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A AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: DIÁLOGOS EM WALLON E
VYGOTSKY

é necessário que não negligenciem os dependem do tipo de acolhida afetiva que


aspectos afetivos. É importante refletir ela recebe dos adultos durante a relação
sobre a importância da afetividade em uma pedagógica.
sala de aula nos anos iniciais do ensino Assim é possível identificar que o
fundamental, de modo que os alunos espaço da escola, exclusivamente da sala
possam ser compreendidos, aceitos e de aula existe troca de experiências,
respeitados, de modo que os professores discussões, interação entre o aluno e as
possam entender seus sentimentos. relações afetivas entre professor e aluno. É
É preciso ter sensibilidade para neste espaço que o educador observa seus
ouvi-los, dialogar com eles e apoiá-los educandos, identifica suas conquistas e
para que busquem superar as suas suas dificuldades e os conhece cada vez
dificuldades. Por meio dos aspectos mais.
fundamentados nas discussões dos autores O amor, o afeto é a chave para a
e na pesquisa de campo, conclui-se que a educação. Os professores devem valorizar
afetividade manifestada na relação entre o aluno, dando amor, afeto, carinho, que
professor e aluno constitui elemento leva à auto-estima. Dar meios, elementos,
inseparável no processo de construção do para que os alunos resolvam os problemas,
conhecimento, uma vez que a qualidade da encontrem soluções, enfrentem desafios.
interação pedagógica vai conferir um Enfim, compreende-se que a educação é
sentido afetivo para o objeto de dinâmica e provocadora de reflexões,
conhecimento. portanto, o professor deve acompanhar
Portanto, é fundamental que o esse processo de mudanças e reflexões, na
professor conheça as ligações afetivas que busca de novos conhecimentos, novos
dá sustentação ao relacionamento da desafios e novas conquistas e através do
criança com o mundo à sua volta. Entender afeto criar laços de múltiplas
também que as respostas dadas por ela aprendizagens.

Referências

Antunes, C. (2000). A Teoria das Inteligências Libertadoras. Petrópolis, Rj: Vozes.

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NUNES DA SILVA

Arantes, V. (2003). A Afetividade na escola: Alternativas teóricas e práticas. São Paulo:


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Brasil. Secretaria de Educação Fundamental (1997). Parâmetros curriculares nacionais:


introdução aos parâmetros curriculares nacionais/ Secretaria de Educação fundamental.
Brasília: MEC/SEF.

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Vygotsky, L. (1993). Obras escogidas II. Madrid: Visor, 1993.

Os autores:

Anderson Oramisio Santos é graduado em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia. Mestre em Educação.


Doutorando em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia. Docente da Educação Básica e dos
cursos de pós-graduação lato sensu em educação - Uberlândia oramisio@hotmail.com
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Adriana Mariano Rodrigues Junqueira é graduada em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia em


Contextos Escolares. Mestre em Educação pela Universidade de Uberaba. Pedagoga e Professora da rede
municipal de ensino de Uberlândia. adrianamariano61@yahoo.com.br

Graciela Nunes da Silva é graduada em Matemática. Especialista em Psicopedagogia Clinica e Institucional.


Docente da rede municipal e estadual de ensino de Uberlândia. graci_udi@hotmail.com

Receibo em: 18/03/2016


Enviado para ajustes: 30/05/2016
Aprovado em: 30/06/2016

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