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RESUMO
A relação entre professor e aluno desempenha um papel crucial no processo de
aprendizagem ao longo do tempo, evoluindo de uma dinâmica autoritária para uma
abordagem mais centrada no aluno, onde os papéis de professores e alunos se
transformaram dependendo da época e contexto histórico em que estão introduzidos. A
educação progressista, a inclusão de alunos com necessidades especiais e a educação
personalizada moldaram essa evolução histórica, onde o papel tanto do professor quanto
dos alunos se transformaram drasticamente. Os professores passaram de detentores do
conhecimento a orientadores e facilitadores, personalizando o ensino para atender às
necessidades individuais dos alunos, deixando assim de ser o centro do processo para se
tornar um mediador no processo de aprendizagem. Os alunos, por sua vez, evoluíram de
receptores passivos de informações para participantes ativos em seu próprio
aprendizado, transformando um processo unilateral em um bilateral e assumindo um
papel central nesse processo. Esta pesquisa explorou a evolução dessa relação, levando
em consideração seu desenvolvimento histórico e como essa evolução beneficiou o
processo de aprendizagem e quais são os desafios a serem enfrentados durante esse
processo.
INTRODUÇÃO
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DESENVOLVIMENTO
Segundo Bigge (1977 apud PETTENGILL, et al., 1998, p.16), “[...] toda pessoa que
ensina tem uma teoria de aprendizagem”.
Ao longo da história da educação, diversas metodologias e abordagens foram
empregadas para facilitar o processo de aprendizagem. Essas metodologias evoluíram
consideravelmente em relação à dinâmica entre professor e aluno. Vamos examinar
algumas delas:
Educação Tradicional
A educação tradicional, que predominou por séculos, era caracterizada por uma
estrutura rígida em que o professor desempenhava um papel central como detentor do
conhecimento. A relação era frequentemente autoritária, com o professor ensinando e os
alunos simplesmente absorvendo informações.
Predomina a autoridade do professor que exige atitude receptiva dos alunos e impede
qualquer comunicação entre eles no decorrer da aula. O professor transmite o
conteúdo na forma de verdade a ser absorvida; em consequência, a disciplina imposta é
o meio mais eficaz para assegurar a atenção e o silêncio (LIBÂNEO, 1990, p. 24).
Educação Progressista
Com a ascensão das ideias progressistas no início do século XX, os educadores
como John Dewey promoveram uma abordagem mais interativa. A relação
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Educação Inclusiva
Nas últimas décadas, a educação inclusiva ganhou destaque. A relação entre
professor e aluno tornou-se mais sensível às necessidades individuais, especialmente
daqueles com deficiências. Professores passaram a desempenhar um papel de apoio e
adaptação de práticas para garantir que todos os alunos tenham oportunidades de
aprendizagem.
Educação Personalizada
A educação personalizada se concentra nas necessidades individuais dos alunos.
Os professores precisam estabelecer relações próximas com os alunos, compreendendo
suas necessidades, estilos de aprendizagem e interesses. O relacionamento
professor/aluno desempenha um papel fundamental na adaptação do currículo e das
estratégias de ensino.
Pedagogia Crítica
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[...] o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é
educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa.
Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os
‘argumentos de autoridade’ já não valem. Em que, para ser-se, funcionalmente,
autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdades e não contra elas. Deste
modo, o educador problematizador refaz, constantemente, seu ato cognoscente,
na cognoscibilidade dos educandos. Estes, em lugar de serem recipientes dóceis
de depósitos, são agora investigadores críticos, em diálogos com o educador,
investigador crítico, também. (FREIRE, 2003, p. 68- 69).
assim. Tivemos durante o passar do tempo diversas teorias e didáticas com as mais
diversas metodologias de ensino, sendo que algumas delas marcaram expressivamente a
evolução educacional.
No modelo de educação tradicional, o professor desempenhava um papel central
como o detentor do conhecimento. Era responsabilidade do professor transmitir
informações aos alunos por meio de palestras e instruções diretas. A ênfase estava na
autoridade do professor.
Enquanto o papel do aluno era extremamente passivo. Os alunos eram vistos
como receptores passivos de conhecimento, esperando que o professor transmitisse
informações.
Com o advento de abordagens progressistas, como a pedagogia de John Dewey, o
papel do professor evoluiu para o de um facilitador e guia. Os professores passaram a
incentivar a exploração ativa e a aprendizagem por meio da experimentação. Eles se
tornaram mais envolvidos nas atividades dos alunos e estavam abertos a colaborar com
os alunos.
Os alunos por sua vez, começaram a desempenhar um papel mais ativo em seu
próprio aprendizado. Eles participavam de atividades práticas, investigações e projetos.
Na educação inclusiva, os professores passaram a ser adaptadores e fornecedores
de suporte, ajustando suas práticas para atender às necessidades individuais dos alunos,
incluindo aqueles com deficiências. A relação entre professor e aluno se tornou mais
empática e centrada na compreensão das necessidades únicas de cada aluno.
Outro importante marco dessa relação, foi o papel dos alunos com deficiências,
que passaram a desempenhar um papel ativo no processo de aprendizado, com o suporte
do professor e da equipe escolar.
Já na Aprendizagem Baseada em Projetos, os professores atuam como
facilitadores e mentores, ajudando os alunos a planejar, executar e avaliar projetos. Eles
dão espaço para a criatividade e a autonomia dos alunos.
Essa abordagem exige que os alunos assumam a responsabilidade por seu
aprendizado, identifiquem problemas, definam metas e colaborem na solução de desafios
do mundo real.
A educação personalizada exige que os professores entendam as necessidades
individuais dos alunos e adaptem seu ensino de acordo. Os professores são orientadores
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Barreiras de Comunicação
Problemas de comunicação entre professores e alunos podem surgir devido a
diferenças culturais, linguísticas ou mal-entendidos. Isso pode resultar em desafios na
transmissão eficaz de informações e na compreensão dos objetivos de aprendizado.
Promover a comunicação aberta entre professores e alunos e estabelecer um
ambiente onde os alunos se sintam à vontade para fazer perguntas, expressar
preocupações e compartilhar ideias são formas de amenizar essa distância e potencializar
o processo de aprendizagem.
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Falta de Empatia
A falta de empatia por parte do professor ou dos alunos pode criar uma atmosfera
de desconfiança e desconexão. A empatia é fundamental para entender as necessidades
e perspectivas dos alunos, e a ausência dela pode prejudicar o relacionamento e a
aprendizagem.
Para amenizar este fator, os professores devem ser bons ouvintes, demonstrando
interesse genuíno pelas perspectivas e preocupações dos alunos, construindo assim uma
relação de empatia e confiança.
Uma alternativa seria trabalhar atividades que desenvolvam a empatia tanto por
parte dos professores quanto dos alunos, de forma que tentem entender as experiências
e necessidades uns dos outros, criando assim conexões mais significativas.
Dificuldades de Aprendizagem
Alunos com necessidades especiais ou dificuldades de aprendizagem podem
enfrentar desafios adicionais no processo de formação dessa relação.
Os professores precisam de treinamento adequado e recursos para atender às
necessidades de alunos com diferentes habilidades e estilos de aprendizado.
Falta de Motivação
A falta de motivação por parte dos alunos pode ser uma barreira significativa para
a aprendizagem. Se os alunos não se sentem apoiados, engajados ou conectados com o
professor, é mais provável que percam o interesse em aprender.
Segundo Calligaris (2000), “Nossos adolescentes e jovens amam, estudam,
brigam. Batalham com seus corpos, que se esticam e se transformam.” Cabe à escola
então, despertar o interesse e os sonhos desses jovens, do contrário só poderá constatar
que todo espaço é desinteressante para quem para de sonhar.
Desenvolver estratégias para motivar os alunos, tornando o conteúdo relevante e
envolvente, promovendo a participação ativa, estimulando o pensamento crítico e
fornecendo feedbacks construtivos, seria uma forma de estimular a participação dos
alunos no processo de aprendizagem.
A família deve ser o elo que une aluno e comunidade escolar, auxiliando e
incentivando o bom relacionamento entre as partes, ela desempenha um papel crítico no
apoio emocional e social de seus filhos, além de fornecer um ambiente estável e de apoio
em casa, contribuindo assim para o bem-estar dos alunos e consequentemente em seu
desenvolvimento educacional.
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Para isso as famílias devem manter uma comunicação aberta e regular com os
professores. Isso envolve participar de reuniões escolares, responder a comunicações e
questionar sobre o progresso acadêmico de seus filhos.
Ajudar os alunos com suas tarefas de casa, demonstrando interesse ativo em seu
aprendizado, reforça a importância da educação em casa, criando assim uma rotina de
estudo em casa, lembrando sempre da importância de definir horários de estudo
regulares, criar um ambiente propício para a aprendizagem e oferecer suporte conforme
necessário.
Compartilhar informações importantes sobre o aluno com os professores auxilia a
equipe educacional a entender melhor as necessidades do aluno, especialmente nos
casos de alunos com necessidades especiais.
O envolvimento em atividades extracurriculares e escolares demonstra apoio e
incentivo não apenas a educação, mas também em relação a autoestima e bem-estar da
criança, participar de eventos esportivos, apresentações e outras atividades escolares
pode fortalecer a relação entre pais e professores.
O acompanhamento do progresso acadêmico de seus filhos por meio de relatórios
de notas, reuniões com professores e discussões regulares sobre o desempenho escolar
auxiliam para que pais e professores possam dialogar e desenvolver estratégias para
potencializar o aprendizado da criança.
As famílias devem enfatizar a importância da educação e dos valores relacionados
ao respeito pelos professores e colegas. Isso ajuda a criar uma cultura de aprendizado em
casa.
Quando surgirem conflitos ou desafios na relação professor/aluno, as famílias
podem desempenhar um papel ativo na resolução de problemas de maneira construtiva,
trabalhando em parceria com a escola e os professores, tentando entender o que causou
esse conflito e qual a melhor forma de resolvê-lo.
O envolvimento da família não apenas apoia os alunos em seu processo de
aprendizado, mas também reforça a importância da educação em suas vidas. Professores
e famílias podem trabalhar juntos como uma equipe para proporcionar aos alunos um
ambiente de aprendizado eficaz e positivo, promovendo seu sucesso acadêmico e bem-
estar emocional. Essa colaboração entre a escola e as famílias é um fator-chave para o
desenvolvimento de uma relação professor/aluno saudável e produtiva.
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METODOLOGIA
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
MIZUKAMI, Maria das Graças Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo:
EPU, 1986.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 36. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003.
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1995
CALLIGARIS, C. A adolescência. São Paulo: Publifolha, 2000.