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As relações do ensino e aprendizagem na sala de aula

O processo ensino-aprendizagem é um nome para um complexo sistema de interações comportamentais


entre professores e alunos.

Quando entendida na perspectiva do senso comum, a relação ensino aprendizagem é linear; assim, quando
há ensino, deve necessariamente haver aprendizagem. Ao inverso, quando não houve aprendizagem, não
houve ensino. Desse modo, o ensino é subordinado à aprendizagem.

Nessa relação de ensino-aprendizagem, educador e educando trocam de papéis o tempo inteiro: o educando


aprende ao passo que ensina e o educador ensina e aprende com o outro. Nesse sentido, compreende- se que
a relação professor/ aluno no processo de ensino/ aprendizagem depende do ambiente criado pelo professor,
da relação que ele estabelece com seus alunos, da sua capacidade de ouvir, refletir e debater as questões e
necessidades trazidas por seus alunos, visando construir um caminho de ...

Nesta perspectiva, a relação de ensino-aprendizagem promove o diálogo entre o conteúdo curricular e os


conteúdos únicos, compostos pelas vivências, histórias e individualidade de cada um que circula pelos
territórios educativos, sejam estes dentro ou fora da escola.

Conforme Libâneo (1994, p.250) diz: “O professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas,
mas também ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor
opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. As respostas e as opiniões dos alunos
mostram como eles estão reagindo à atuação do professor (...)”.

A reflexão sobre a prática não resolve tudo, a experiência refletida não resolve tudo. São necessárias
estratégias, procedimentos, modos de fazer, além de uma sólida cultura geral, que ajudam a melhor realizar
o trabalho e melhorar a capacidade reflexiva sobre o que e como mudar (LIBÂNEO, 2005, p. 76)

Mais do que “ensino” e “aprendizagem”, como se fossem processos independentes da ação humana, há os
processos comportamentais que recebem o nome de “ensinar” e de “aprender”.

É o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade que
colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos, fundamentada numa determinada concepção do
papel do professor, que por sua vez reflete valores e paradigmas da sociedade. (ABREU & MASETTO,
1990, p. 115).
O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu
pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem.
Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas imaginações, suas
dúvidas, suas incertezas.

O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente,


irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do
mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca.
(FREIRE, 1996, p. 96).
[...], o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de
seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de
depositar ideias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de ideias a serem consumidas
pelos permutantes. (FREIRE, 2005, p. 91).
Já para Vygotsky, a ideia de interação social e de mediação é ponto central do processo educativo. Pois para
o autor, esses dois elementos estão intimamente relacionados ao processo de constituição e desenvolvimento
dos sujeitos. A atuação do professor é de suma importância já que ele exerce o papel de mediador da
aprendizagem do aluno.

Portanto, para Vygotsky, a sala de aula é, sem dúvida, um dos espaços mais oportunos para a construção de
ações partilhadas entre os sujeitos. A mediação é, portanto, um elo que se realiza numa interação constante
no processo ensino aprendizagem. Pode-se dizer também que o ato de educar é nutrido pelas relações
estabelecidas entre professor-aluno.

Quanto ao papel do professor na relação ensino e aprendizagem, Freire (1996) afirmou: “Quando entro em
uma sala de aula, devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, a suas
inibições, um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a de ensinar e não a de transferir
conhecimento, professor deve ter uma postura crítica quanto a realidade e aberta ao diálogo”.

A sala de aula como espaço de aprendizagem e intervenção não é uma concepção firmada em todas as
escolas. A relação professor aluno, o processo de ensino-aprendizagem e a avaliação são inerentes a cada
concepção de educação formulada e vivenciada, em que a relação professor aluno CONDIZ com uma
educação libertadora, “professor e os alunos são iguais”.

O ensino, entendido como um processo de construção coletiva, é mediado pela relação professor/aluno/
conhecimento. O ensino é um processo de construção coletiva e não existem fórmulas mágicas ou receitas
prontas de como ensinar.

A respeito da relação professor e aluno no processo ensino-aprendizagem. A relação professor-aluno plena


ocorre mediante a interação de três níveis: o dos valores presentes, o dos modelos apresentados e o da
interação estabelecida.

O ensino tem, portanto, de acordo com Libâneo (1994),como função principal garantir o processo de
transmissão e assimilação dos conteúdos do saber escolar e, através desse processo, o desenvolvimento das
capacidades cognoscitivas dos alunos, de maneira que, o professor planeje, dirija e comande o processo de
ensino, tendo em vista estimular e suscitar a atividade própria dos alunos para a aprendizagem.

Sem dúvida, através de suas orientações, intervenções e mediações, o professor deve provocar e instigar os
alunos a pensarem criticamente e a se colocarem como sujeitos de sua própria aprendizagem.

“catarse”, entendida como: Elaboração superior da estrutura em superestrutura na consciência dos homens,
em que ocorre a efetiva incorporação dos instrumentos culturais, transformados agora em elementos ativos
de transformação social.

Segundo Libâneo): O trabalho docente é atividade que dá unidade ao binômio ensino-aprendizagem, pelo
processo de transmissão-assimilação ativa de conhecimentos, realizando a tarefa de mediação na relação
cognitiva entre o aluno e as matérias de estudo.

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