ÍNDICE

Programação anual ...................................................................................................... 1

Subsídios teóricos........................................................................................................ 9
Proposta para o desenvolvimento dos conteúdos do 1.o bimestre .............................. 22
Orientações didáticas e metodológicas para o desenvolvimento da
unidade didática......................................................................................................... 23
Referências bibliográficas .......................................................................................... 60

Autoras:
Eliana de Fátima Meira Feitoza
Lais Lemes Costa
Maíra Campos dos Santos Portal Uvo
Maria Fernanda Tedesco Scatena
Yvone Monteiro Restom
 PROGRAMAÇÃO ANUAL
CIÊNCIAS
Coordenadora: Prof.a Lais Lemes Costa
N.o DE
ANO AULAS PROGRAMA
• A estreita relação entre a natureza e todos os seres vivos • A diversidade da natureza (recursos naturais/recursos naturais no Brasil)
• A Terra à noite e de dia • Produção de objetos com recursos naturais disponíveis e consumo (gastos)
• A vida do homem e outros seres vivos • Natureza
• O mundo da natureza e a vida (flora/fauna) • Descarte de objetos e uso consciente dos recursos disponíveis
1.o ANO

• O homem e seu corpo • Relação entre economia de recurso natural e tempo de uso do recurso disponível
1 • O corpo em movimento • Calendário
• Cuidados de higiene • Relação entre plantar/semear e o tempo
• Escalas de tempo
HABILIDADES DA BNCC CONTEMPLADAS NO ANO
EF01CI01 / EF01CI02 / EF01CI03 / EF01CI04 / EF01CI05 / EF01CI06
1.o BIMESTRE 3.o BIMESTRE
A Terra e seus recursos naturais Cuidados com o corpo e prevenção de acidentes
• Seres vivos e elementos não vivos • Conhecendo o corpo humano
• As plantas e os animais • Como percebemos o mundo – órgãos do sentido
• Germinação de sementes • Higiene pessoal
• Características dos animais e dos vegetais • Alimentação
• Animais – habitat • Cuidados médicos
• Vegetais – habitat • Prevenção de acidentes
• Animais e sua alimentação • Corpo são, mente sã
• Conhecendo as partes das plantas • Hábitos saudáveis
• Partes das plantas e a alimentação
2.o ANO

4.o BIMESTRE
2.o BIMESTRE
3 A Terra e seus recursos naturais
Os seres vivos e o ambiente • Os materiais e suas utilidades
• E assim se formou a sombra... • Como os objetos são feitos – artesanato
• Atenção à exposição ao Sol • Objetos industrializados / fabricados
• Tecnologia – acessórios para a proteção solar • Ciência e Tecnologia
• Movimento de rotação – o dia e a noite • Os objetos e seus materiais
• Animais de hábitos noturnos • Transformações reversíveis e irreversíveis
• Animais de hábitos diurnos • Os objetos e suas funcionalidades
• Luz solar e sua importância • Propriedades dos materiais
• A energia do Sol aquece por igual os materiais? • Evitando acidentes
• Resíduos e embalagens no dia a dia
• Nosso lixo de cada dia!!!
HABILIDADES DA BNCC CONTEMPLADAS NO ANO
EF02CI01 / EF02CI02 / EF02CI03 / EF02CI04 / EF02CI05 / EF02CI06 / EF02CI07 / EF02CI08

–1
 N.o DE
ANO AULAS PROGRAMA

1.o BIMESTRE 3.o BIMESTRE

Animais invertebrados e vertebrados A importância dos vegetais para a manutenção da vida no planeta Terra
• Resgatando histórias • A planta é um ser vivo
• Invertebrados e vertebrados • Como nascem as plantas
• Classificação dos animais invertebrados • Polinização
• Evolução dos vertebrados e suas características • Respiração das plantas
• Metamorfose dos animais vertebrados e invertebrados • Fotossíntese
• Transpiração das plantas
• Diversos tipos de plantas
2.o BIMESTRE
• Plantas sem sementes
A importância do planeta Terra para a vida • Plantas com sementes
• Planeta Terra • Plantas com sementes nuas
• Representações do planeta Terra • Plantas exóticas
• Satélites artificiais • Plantas tóxicas
• Observando o céu de dia e à noite • A importância dos vegetais para a vida
3.o ANO

• Nossa estrela – o Sol

• Lua – satélite natural
3 4.o BIMESTRE
• Tecnologia e astronomia
• Conhecendo os oito planetas do Sistema Solar e suas Luz e som e as percepções do mundo que nos cerca
características • Como percebemos o mundo – luz e visão
• Os movimentos da Terra • As nuvens e seus diferentes formatos
• O solo • Cuidando da saúde visual
• Diferentes tipos de solo • O que é deficiência visual?
• O solo e o ar na agricultura • Fontes luminosas
• Como percebemos o mundo – som e audição
• Instrumentos musicais e seus diferentes sons
• Cuidando da saúde auditiva
• O que é deficiência auditiva
• A tecnologia e a melhoria na qualidade de vida do deficiente auditivo
• Poluição visual e auditiva

HABILIDADES DA BNCC CONTEMPLADAS NO ANO

EF03CI01 / EF03CI02 / EF03CI03 / EF03CI04 / EF03CI05 / EF03CI06 / EF03CI07 / EF03CI08 / EF03CI09 / EF03CI10

2–
 N.o DE
ANO AULAS PROGRAMA

1.o BIMESTRE 3.o BIMESTRE

Os biomas brasileiros e as relações alimentares entre os seres vivos O ar na manutenção da vida no planeta Terra
• Biomas brasileiros • O ar e sua importância para o planeta Terra
• Conhecendo a diversidade brasileira • O ar é uma mistura de gases
• Biodiversidade ameaçada • Como é formado o vento?
• Cadeias alimentares • Como o avião consegue voar?
• Os elos das cadeias alimentares • O que alimenta o fogo?
• Cadeia alimentar: terrestre e aquática • Combustão
• Cadeia alimentar em desequilíbrio • Camada de ozônio
• Os micro-organismos • Desequilíbrio ecológico
• Previnir é o melhor remédio • Efeito estufa x aquecimento global
• Chuva ácida
• Umidade do ar
2.o BIMESTRE
• Balões, sim ou não?
Água, manutenção da vida!
4.o ANO

• A água: um recurso natural indispensável

4.o BIMESTRE
• Onde está a água na natureza?
3
• Os estados físicos da matéria Fenômenos cíclicos e a organização do nosso dia a dia
• As enchentes nas grandes cidades • Movimento aparente do Sol
• As chuvas, a temperatura e os fenômenos meteorológicos • Um pouquinho da história da Astronomia
• A água potável • Contando as horas num relógio de Sol!
• Tratamento de água • Os movimentos da Terra e a contagem do tempo
• Os materiais e suas transformações • Marcando o tempo, assim surgiu o calendário!
• Substâncias e misturas: como entender? • Diferentes calendários
• Misturas: homogêneas e heterogêneas • Rosa dos ventos
• A água como solvente • Bússola magnética
• Misturando as misturas • Astrolábio
• A água – solvente universal • Sistema de posicionamento global – GPS
• Desenvolvimento sustentável / Como protegrer o ambiente
• Lixo no espaço?

HABILIDADES DA BNCC CONTEMPLADAS NO ANO

EF04CI01 / EF04CI02 / EF04CI03 / EF04CI04 / EF04CI05 / EF04CI06 / EF04CI07 / EF04CI08 / EF04CI09 / EF04CI10 / EF04CI11

–3
 N.o DE
ANO AULAS PROGRAMA

1.o BIMESTRE 3.o BIMESTRE

Os estados físicos da matéria e suas mudanças • Como tudo acontece em nosso corpo
• A matéria e suas aplicações • Nosso corpo e sua formação
• Os fenômenos da matéria • Partes de uma célula
• Propriedades da matéria • Os diferentes tecidos e suas funções
• Para onde foi a água que estava aqui? • Sistema reprodutor
• A água transformada em energia elétrica • Sistema nervoso e os cinco sentidos
• A energia elétrica atualmente • Sistema esquelético e muscular
• Circuito elétrico • Os alimentos nutrem o nosso corpo
• Perigos da eletricidade • Os alimentos e a saúde
• Cuidados e economia dos recursos do meio ambiente • Hábitos alimentares saudáveis
• Rótulos e os alimentos industrializados
• Distúrbios alimentares
2.o BIMESTRE
O planeta Terra no Sistema Solar
4.o BIMESTRE
• Conhecendo o Universo
• Orientação pelos astros A interdependência dos sistemas
5.o ANO

• A história da Astronomia • Sistema digestório

3 • Instrumentos de observação • Sistema respiratório – inspira e expira
• Descobertas feitas pelo Hubble • Sistema circulatório – bate coração
• Via Láctea, nossa galáxia • Do que o sangue é formado?
• O Sistema Solar • Sistema urinário
• Conhecendo os planetas do Sistema Solar
• A formação da estrela Sol
• A luz do Sol
• Nossa casa, o planeta Terra
• Movimentos mais importantes do planeta Terra
• Movimento de rotação
• Movimento de translação
• Equinócio e solstício: vamos entender?
• A Lua
• As mudanças na aparência da Lua
• Encarte astronômico

HABILIDADES DA BNCC CONTEMPLADAS NO ANO

EF05CI01 / EF05CI02 / EF05CI03 / EF05CI04 / EF05CI05 / EF05CI06 / EF05CI07 / EF05CI08 / EF05CI09 / EF05CI10 / EF05CI11 / EF05CI12 / EF05CI13

Observação: a programação do 2.o ao 5.o ano deve ser complementada com recursos audiovisuais, trabalhos e leituras suplementares.

4–
 CIÊNCIAS – 3.o ANO
HABILIDADES
CAD. SEM. AULA PROGRAMA
CONTEMPLADAS (BNCC)

1 1 Suas experiências – Atividade inicial – Suas primeiras ideias EF03CI04

1 2 Exploração e descoberta – Hora do texto: Resgatando histórias EF03CI04

3 Hora de investigar: Oficina de fósseis EF03CI04

4 Hora do texto: Invertebrados e vertebrados – Diálogo com o texto – Lição de casa 1 EF03CI04

2 5 Ampliação dos saberes – Hora do texto: Classificação dos invertebrados – Características de cada espécie EF03CI04

6 Diálogo com o texto EF03CI04

7 Hora de investigar: Cuidando e prevenindo – Lição de casa 2 EF03CI05

3 8 Exploração e descoberta – Hora do jogo: Dominó animal EF03CI05

9 Exploração e descoberta – Hora do jogo: Dominó animal EF03CI05

10 Ciência e notícia EF03CI05

4 11 Exploração e descoberta – Vertebrados – História da evolução animal EF03CI05

12 Exploração e descoberta – Hora do texto: Animais vertebrados e suas características – Peixes e anfíbios – Lição de casa 3 EF03CI05

13 Exploração e descoberta – Hora do texto: Animais vertebrados e suas características – Répteis EF03CI06

5 14 Diálogo com o texto EF03CI06

15 Animais vertebrados e suas características – Aves EF03CI06

16 Animais vertebrados e suas características – Mamíferos EF03CI06

6 17 Diálogo com o texto EF03CI06

18 Diálogo com o texto EF03CI06

19 Ampliação dos saberes – Hora do texto: Metamorfose de animais EF03CI05

7 20 Agora é com você EF03CI05

21 Produção de texto: Tráfico de animais – Lição de casa 4 EF03CI05

22 Produção de texto – Socialização EF03CI04 / EF03CI05 / EF03CI06

8 23 Sua criação EF03CI04 / EF03CI05 /EF03CI06

24 Sua criação – Socialização EF03CI04 / EF03CI05 / EF03CI06

–5
 CIÊNCIAS – 3.o ANO
HABILIDADES
CAD. SEM. AULA PROGRAMA
CONTEMPLADAS (BNCC)

2 25 Suas experiências – Atividade inicial EF03CI07

9 26 Suas experiências – Atividade inicial EF03CI07

27 Hora do texto: Representações do planeta Terra / Satélites artificiais – Agora é com você EF03CI07

28 Hora do texto: Representações do planeta Terra / Satélites artificiais – Agora é com você EF03CI07

10 29 Exploração e descoberta – Hora do texto – Diálogo com o texto EF03CI07

30 Exploração e descoberta – Hora do texto – Diálogo com o texto EF03CI07

31 Diálogo com o texto EF03CI08

11 32 Hora do texto: Conhecendo os demais planetas – Diálogo com o texto EF03CI08

33 Hora do texto: Conhecendo os demais planetas – Diálogo com o texto EF03CI08

34 Hora das oficinas – Oficinas 1 e 2 – Lição de casa 2 EF03CI08

12 35 Hora das oficinas – Oficinas 1 e 2 EF03CI08

36 É bom saber – Ideia de movimento – Troca de ideias: Nascente e poente EF03CI08

37 Ampliação dos saberes – Os movimentos da Terra – Lição de casa 3 EF03CI08

13 38 Ampliação dos saberes – Os movimentos da Terra EF03CI08

39 Ampliação dos saberes – Hora do texto: O solo – Agora é com você EF03CI08

40 Hora de investigar: Composição dos diferentes tipos de solo (partes 1 e 2) EF03CI09

14 41 Hora de investigar: Composição dos diferentes tipos de solo (partes 1 e 2) EF03CI09

42 Registro da oficina – Hora do texto: Diferentes tipos de solo EF03CI09

43 Diálogo com o texto – Hora do jogo: Cuidados com o solo – Lição de casa 4 EF03CI10

15 44 Tipos de solo – Permeabilidade do solo – Registro de jogo EF03CI10

45 Hora de investigar: A função das minhocas EF03CI10

46 Hora do texto: O solo e o ar na agricultura – Diálogo com o texto EF03CI09 / EF03CI10

16 47 Produção de texto: Interferência do homem nos processos naturais EF03CI09 / EF03CI10

48 Sua criação: O solo precisa de cuidados EF03CI09 / EF03CI10

6–
 CIÊNCIAS – 3.o ANO
HABILIDADES
CAD. SEM. AULA PROGRAMA
CONTEMPLADAS (BNCC)

3 49 A importância dos vegetais para a manutenção da vida no planeta Terra –

17 50 Suas experiências – Atividade inicial – Suas primeiras ideias –

51 Suas experiências – Atividade inicial – Suas primeiras ideias –

52 Exploração e descoberta – Hora do texto: A planta é um ser vivo / Como nascem as plantas – Lição de casa 1 –

18 53 Agora é com você –

54 Agora é com você –

55 Exploração e descoberta – Hora de investigar – Circuito de experiências –

19 56 Exploração e descoberta – Hora de investigar – Circuito de experiências – Lição de casa 2 –

57 Agora é com você –

58 Diálogo com o texto –

20 59 Troca de ideias – Registro da experiência – É bom saber –

60 Ampliação dos saberes – Hora do texto: Diversos tipos de plantas –

61 Ampliação dos saberes – Hora do texto: Diversos tipos de plantas – Lição de casa 3 –

21 62 Hora de investigar –

63 Hora de investigar –

64 Hora do jogo –

22 65 Hora do jogo –

66 Ampliação dos saberes – Plantas sem sementes / Plantas com sementes / Plantas com sementes nuas / Plantas tóxicas – Lição de casa 4 –

67 Diálogo com o texto – Lição de casa 5 –

23 68 Ampliação dos saberes – Hora do texto: A riqueza vegetal do nosso país –

69 Produção de texto: A importância dos vegetais para a vida –

70 Produção de texto: A importância dos vegetais para a vida –

24 71 Sua criação: Sumaúma, mãe das árvores –

72 Sua criação: Sumaúma, mãe das árvores –

–7
 CIÊNCIAS – 3.o ANO
HABILIDADES
CAD. SEM. AULA PROGRAMA
CONTEMPLADAS (BNCC)

4 73 Luz e som e as percepções do mundo que nos cerca EF03CI02

25 74 Suas experiências – Atividade inicial – Suas primeiras ideias EF03CI02

75 Exploração e descoberta – Hora do texto – Como percebemos o mundo: luz e visão EF03CI02

76 Oficina – Observando as nuvens – Diálogo com o texto EF03CI02 / EF03CI03

26 77 Ampliação dos saberes – Cuidando da saúde visual EF03CI02 / EF03CI03

78 Saiba mais... Hora de investigar – Lição de casa 1 EF03CI02 / EF03CI03

79 Exploração e descoberta – Hora do texto – Fontes luminosas – Diálogo com o texto EF03CI02

27 80 Diálogo com o texto EF03CI02

81 Hora de investigar – Corpos opacos, translúcidos e transparentes EF03CI02

82 Oficina – Fazendo vitral – Lição de casa 2 EF03CI02 / EF03CI01

28 83 Exploração e descoberta – Hora do texto – Como percebemos o mundo: som e audição – Diálogo com o texto EF03CI02 / EF03CI01

84 Ampliação dos saberes / Hora do texto – Instrumentos musicais e seus diferentes sons – Oficina – Produzindo sons EF03CI02 / EF03CI01

85 Oficina – Produzindo sons – Lição de casa 3 EF03CI01

29 86 Ampliação dos saberes – Cuidando da saúde auditiva – Diálogo com o texto EF03CI01

87 Saiba mais... Hora de investigar – Lição de casa 4 EF03CI01

88 Ampliação dos saberes – Poluição visual e auditiva EF03CI03

30 89 Produção de texto EF03CI03

90 Sua criação EF03CI03

8–
 Subsídios teóricos
APRESENTAÇÃO
A coleção didática do Sistema Objetivo de Ensino para o Ensino Fundamental é
o resultado de uma sólida experiência na elaboração de materiais didáticos e em
sua efetiva utilização. Os Cadernos do aluno e Livros do professor são elabora-
dos por coordenadores e professores de nossa equipe pedagógica, profissionais
com comprovada experiência na área educacional e atuantes em sala de aula.
Isso torna possível oferecer materiais didáticos com alto grau de aplicabilidade,
na medida em que resultam de um profundo e intencional diálogo entre a teoria e
a prática no desenvolvimento das aulas e das propostas de atividades.
Além de oferecer as condições necessárias para a compreensão dos fenôme-
nos envolvidos nas relações que se estabelecem durante a progressão dos
processos de aprendizagem, nosso objetivo central é garantir que as ações
pedagógicas fundadoras de nossa proposta teórico-metodológica ocorram em
contextos verdadeiramente significativos.
Partimos da concepção de que, nos dias atuais, não é mais possível conceber
o processo de ensino-aprendizagem apenas como mera transferência de infor-
mação. É preciso ir além, criando condições para que o aluno assuma um papel
ativo na construção do conhecimento e seja também um produtor do “saber”;
da mesma forma, é preciso garantir que o professor possa atuar como media-
dor desse processo, com capacidades aprimoradas de empoderar os alunos
em relação a aprender de maneira progressivamente autônoma, estimulando
o pensamento reflexivo e a capacidade analítica dos objetos de conhecimento
vinculados a seus contextos de uso real. Assumimos, assim, nosso respeito ao
aluno, concebido como sujeito livre, competente, criativo e apto à realização de
novas descobertas.
Identificamos que tais princípios – seguramente comprometidos com a forma-
ção integral do aluno e amparados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) – estão alinhados às competências gerais da Educação Básica defini-
das pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular)*. Vale destacar que a noção
de competência é definida pelo documento como sendo
“[...] a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilida-
des (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do
mundo do trabalho.”
* A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define
o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham
assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que
preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE).
E salienta que tais competências
“[...] inter-relacionam-se e desdobram-se no tratamento didático proposto para
as três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio), articulando-se na construção de conhecimentos, no desenvolvi-
mento de habilidades e na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB.”
Considerando esses pressupostos, a BNCC apresenta as dez competências
gerais da educação básica para cujo desenvolvimento os diferentes compo-
nentes do currículo devem concorrer. São elas:
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade,
continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade
justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das
ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imagina-
ção e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses,
formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas)
com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das lo-
cais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da pro-
dução artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras,
e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos
das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e par-
tilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes con-
textos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comuni-
cação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas
sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar
informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer pro-
tagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações
próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da
cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciên-
cia crítica e responsabilidade.
–9
 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para
formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns
que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioam-
biental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e
do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, com-
preendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e
as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos hu-
manos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e
de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades,
sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibili-
dade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princí-
pios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC.
Brasília, DF, 2017.
Para assegurar o desenvolvimento dessas competências, o documento apre-
senta um conjunto de habilidades específicas norteadoras para cada área de
conhecimento, que devem ser interpretadas à luz dos contextos específicos em
que serão utilizadas.
Em nosso material serão fornecidos, progressivamente, os conteúdos neces-
sários para o desenvolvimento de tais habilidades, apresentados por meio de
estratégias pedagógicas que permitirão ao professor integrar valores cognitivos,
socioemocionais, pragmáticos, culturais e éticos às suas práticas de sala de
aula, observando o respeito às suas diferentes representações.
Reconhecemos a importância do uso eficaz e consciente das tecnologias que
sustentam o acesso à cultura digital e, alinhados às orientações expressas pela
BNCC, reforçamos e expandimos o tratamento transversal dado às tecnologias
digitais de informação e comunicação. Nossa expectativa é estimular o desen-
volvimento do pensamento crítico e favorecer a aprendizagem continuada de
habilidades numa perspectiva integrada e comprometida com a formação de
cidadãos ativos.
1. Proposta didático-pedagógica
A proposta didático-pedagógica desta coleção é dar suporte ao desenvolvi-
mento de um processo de ensino-aprendizagem em que haja o predomínio
da experimentação, da descoberta, do “fazer” e da coautoria na construção e
produção do conhecimento.
10 –
Procurou-se organizar, nas diferentes áreas de conhecimento, sequências di-
dáticas que favoreçam a reflexão, que estimulem a socialização de conheci-
mentos prévios, o levantamento de hipóteses, que mobilizem recursos cogni-
tivos, saberes e informações a serem aplicados nas mais diversas situações
de aprendizagem.
Partimos do pressuposto de que enfrentar desafios é parte essencial no pro-
cesso de aprendizagem. Assim, pensamos em situações didáticas que de-
sestabilizem o saber, para que, diante de desafios, os alunos reconheçam
que aprender vai além da simples reprodução sucessiva daquilo que já sabe-
mos; aprender é uma constante sucessão de descobertas.
Alguns pressupostos teóricos constituem os pilares dos processos de desen-
volvimento e de aprendizagem e norteiam nossa prática pedagógica. São eles:
a) Integração
Consideramos que os aspectos biológicos e sociais são indissociáveis
e exercem influência mútua nos processos de crescimento e aprendiza-
gem das crianças e adolescentes. Assim, ao interagir com o meio social
influenciamos e somos influenciados, vivenciamos experiências diversas,
transformamos e somos transformados. Por essa razão, o desenvolvi-
mento humano deve ser visto como uma ação conjunta e não individual,
principalmente se a relação estabelecida for afetiva, efetiva e significativa.
“(...) o homem é um ser essencialmente social, impossível, portanto, de ser
pensado fora do contexto da sociedade em que nasce e vive. Em outras
palavras, o homem não social, o homem considerado como molécula isola-
da do resto de seus semelhantes, o homem visto como independente das
influências dos diversos grupos que frequenta, o homem visto como imune
aos legados da história e da tradição, este homem simplesmente não existe.”
LA TAILLE, Yves de. O lugar da interação social na
concepção de Jean Piaget. In: LA TAILLE, Yves de;
OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS, Heloysa.
Teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, p. 11.
Nossa intenção é evidenciar a atuação do grupo como espaço de dis-
cussão e troca de ideias, fomentando o desenvolvimento intelectual e
a (re)organização de diferentes pontos de vista a partir da perspectiva
do coletivo.
b) Autonomia
No processo de formação de um aluno autônomo, são fundamentais as
vivências em situações de cooperação, liberdade de pesquisa, respeito
mútuo e também experiência de vida. É a partir dessas trocas que a crian-
ça desenvolve sua personalidade. Esse processo, no entanto, é longo:
inicia-se antes mesmo de a criança completar um ano de idade, desde
 que lhe sejam oferecidas condições para tal desenvolvimento, e vai se
constituindo mediante a necessidade de tomada de decisões ao longo de
toda a vida.
A conquista da autonomia ocorre, por exemplo, quando temos que esco-
lher ou criar caminhos alternativos para a resolução de problemas, para
a organização de ideias, para apreender e utilizar o jogo argumentativo
nas situações do cotidiano, para justificar ao validar ou não descobertas.
Sob essa perspectiva, os conflitos são, portanto, necessários e devem ser
vistos como oportunidades educacionais fundamentais para a aquisição
da autonomia.
Queremos contribuir para que os nossos alunos se tornem gradativamen-
te autônomos, com o propósito de que saibam interagir nas mais diversas
situações de comunicação com base em suas escolhas, eleitas a partir de
seus sentimentos, necessidades e perspectivas.
c) Identidade
Aprender a se conhecer é essencial para que o ser humano possa formar
um conceito sobre si mesmo, tendo em vista a construção de imagens
positivas, resultado de processos interligados e dependentes dos recur-
sos afetivos, cognitivos e sociais presentes em um indivíduo e que podem
ser ativados para favorecer relações mais saudáveis. A escola é um dos
espaços que privilegiam tal condição, desde que estabeleça um contato
de respeito com a criança, no lugar de uma relação autoritária ou mesmo
permissiva; o respeito pela diversidade de hábitos, preferências, religiões
e etnias, favorecendo a percepção e a vivência dessa heterogeneidade.
Dessa forma, a escola será o meio eficaz para que se construa a noção de
identidade pessoal e o sentimento de pertinência em suas relações sociais.
É necessário, assim, que o educador, em sua prática pedagógica, esta-
beleça sólidos vínculos afetivos com as crianças, observe, esteja atento
ao mundo particular de cada uma delas, valorize e incentive a diversidade
cultural, a livre expressão do pensamento, possibilitando que construam
um conceito cada vez mais respeitoso, confiante e saudável de si mesmas
e do outro.
d) Independência
Assim como queremos que as crianças argumentem e saibam justificar e
validar suas ideias, coordenando diferentes pontos de vista no momento
da tomada de decisão, também almejamos que nossos alunos materiali-
zem suas ideias com progressiva independência.
Ao fazer pelos alunos, o desafio proposto deixa de ser enfrentado, ao
mesmo tempo em que se declara, implícita ou explicitamente, que eles
não têm as condições para organizar, criar, explicar, revisar e avaliar, o
que certamente pode comprometer a plena participação em situações
diversas de aprendizagem, tão importantes para o seu desenvolvimento
integral.
e) Acesso à cultura
É inquestionável que a escola tem como uma de suas mais importantes
funções sociais aproximar as crianças da cultura – não transmissiva, mas
sim democrática –, o que pressupõe participação, tendo em vista movi-
mentos de cooperação em favor do desenvolvimento de processos de
aprendizagem de forma real e significativa.
2. A proposta pedagógica – Base metodológica
Um dos principais aspectos que mobiliza o aluno e o conduz à aprendiza-
gem é a superação de obstáculos epistemológicos, provocada pelo desejo
de saber, de conhecer, de investigar para então expandir o conhecimento já
estruturado. Esse movimento se dá em múltiplos contextos e se materializa
mediante interesses e/ou necessidades que se articulam para produzir e
criar o novo.
Tal princípio se traduz nas propostas oferecidas em nosso material didático:
valoriza-se o saber prévio do aluno como alicerce para a construção do co-
nhecimento; nesse contínuo, as novas informações e descobertas se articulam
com o conhecimento preexistente e provocam a desestabilização, o que pos-
sibilita a construção de novos saberes, constituindo, progressivamente, uma
rede significativa e integrada de conhecimentos. Trata-se de adotar estratégias
para as quais é necessário e conveniente recorrer a procedimentos múltiplos,
assumindo, progressivamente, a complexidade das questões em estudo.
Atentos a essa perspectiva, optamos por uma concepção de educação que
fomente a reflexão, a livre expressão e a produção de novos saberes por
meio de atividades contextualizadas, vinculadas a competências e habilida-
des necessárias para formar indivíduos capazes de compreender o mundo
que os cerca e nele se situarem de forma crítica e responsável, sendo agen-
tes de sua transformação.
3. Didática
A didática organiza e orienta a prática educativa, em favor do desenvolvimento
do processo de ensino e aprendizagem como um todo.
Desse modo, é preciso considerar os aspectos descritos a seguir.
a) Organização do tempo didático
O professor tem diferentes formas de organizar seu tempo didático. Isso
envolve o ato de planejar a modalidade mais adequada para que ocorra
determinada situação de aprendizagem. Quando a organização do tempo
– 11
 prevê períodos mais curtos ou de periodicidade constante, pode-se orga-
nizar o trabalho didático prevendo, por exemplo:
• atividades permanentes: são desenvolvidas semanal ou quinzenal-
mente, com o propósito de criar hábitos de leitura e pesquisa, propor
jogos educativos etc.;
• atividades ocasionais: ocorrem quando o professor, ou mesmo um
aluno, leva para a sala de aula algo que julgou interessante socializar
com o grupo (uma notícia, impressão sobre filmes, livros etc.). Tais
atividades também podem ocorrer quando o professor, por exemplo,
considere valioso compartilhar um livro com os alunos ou levar um
convidado especial para conversar com a turma, mesmo que não tenha
relação direta com o conteúdo que está sendo trabalhado;
• sequência didática: procedimento com as etapas encadeadas, visa a
tornar mais eficiente o processo de aprendizagem. Tem como principal
característica o desenvolvimento de um trabalho organizado de maneira
sistemática, com o propósito de facilitar a compreensão gradativa
de um conceito, um gênero textual ou outro objeto, desvinculado da
simples memorização ou fixação por meio de exercícios repetitivos. No
conjunto dessas propostas estão previstas atividades de antecipação
ou levantamento de conhecimentos prévios, leituras diversas,
compreensão, interpretação, análise, síntese, sistematização e
generalização, contemplando eixos que estruturam os planos de aula
nas diferentes áreas do conhecimento;
• projeto: prevê um período mais longo de trabalho e oferece aos
alunos inúmeras oportunidades de estabelecerem relações de ordem
prática e/ou conceitual. Ao pensarmos em projeto, a participação dos
alunos na escolha do objeto de estudo é fundamental. Essa estratégia
contribui para envolvê-los no tema e na busca efetiva pelas respostas
ao questionamento que originou a proposta. Este é um recurso didático
que mobiliza a turma e sugere uma disposição para o trabalho em grupo
que só se constrói sobre uma intensa e produtiva interação entre todos.
Os temas transversais podem ser aqui amplamente contemplados.
b) Organização do espaço
A organização do espaço, para todas as faixas etárias, deve propiciar a in-
tegração dos alunos por meio de espaços alternativos em sala de aula ou
fora dela, tendo como objetivo instigar a curiosidade, possibilitar a cons-
trução e a desconstrução de ideias ou produtos, o desenvolvimento da
independência, a conquista da autonomia e da identidade, com foco em
relações mais saudáveis. Para tanto, ela deve prever a disponibilidade
democrática do conhecimento, facilitando o acesso a materiais diversos
selecionados e atrativamente distribuídos.
12 –
c) Organização social dos grupos
Podemos organizar o grupo de alunos de diferentes formas, sempre tendo
como objetivo facilitar a troca de experiências e do conhecimento, enri-
quecendo os processos de aprendizagem e/ou facilitando a superação de
dificuldades.
Para a definição das modalidades de agrupamento é fundamental a ob-
servação atenta do professor para, a partir daí, construir critérios para a
escolha de uma delas, sem desvinculá-la da atividade que será proposta.
Assim, o agrupamento dos alunos pode compreender diversas modalida-
des, como a grande roda, a meia-lua ou U, duplas, trios, quartetos, grupos
fixos ou móveis.
Quando a questão é superar obstáculos cognitivos, não há nada mais
eficaz que combinar as atividades com propostas de agrupamento vol-
tadas para envolver, fazer emergir conhecimentos e favorecer a troca de
experiências para confirmá-los, refutá-los e reconstruí-los tendo em vista
criar para ampliar a cultura.
4. Avaliação
A avaliação é vista como importante ferramenta institucional. Por meio
dela é possível identificar avanços e/ou resultados nos vários processos
de aprendizagem, como também fazer um levantamento de novas
necessidades, planejar e executar ações, elevando o padrão de qualidade
do atendimento aos alunos.
Um processo de avaliação deve apresentar-se organizado, intencional
e absolutamente coerente com os princípios eleitos que fundamentam o
projeto educacional, buscando, contínua e permanentemente, a participação
ativa de todos na tentativa de estabelecer uma estreita ligação entre ele e
suas implicações na determinação de novas metodologias de trabalho. Para
alcançarmos esse objetivo, a avaliação não pode ser um ato mecânico, mas
sim uma ação reflexiva, voltada para identificar níveis de aprendizagem dos
conteúdos desenvolvidos durante o bimestre. Assim, defendemos o emprego
da avaliação formativa ou processual como uma das possibilidades mais
indicadas, uma vez que ela leva em conta o processo de construção do
conhecimento e de formação do sujeito.
Faz-se necessário, então, criar estratégias diferenciadas para avaliar os
alunos periodicamente, além de ter em mãos instrumentos que possam
acolher dados passíveis de reflexão pelos professores, de forma que eles
tenham condições de reconhecer e destacar os avanços, retrocessos e
resultados apresentados pela turma no decorrer do cotidiano escolar.
Esse modelo de avaliação dá aos professores e alunos o lugar de protagonistas
que ousam negociar no processo de construção de conhecimento por meio da
necessária interação discursiva que pode ser estabelecida nesse momento.
5. O papel do professor
Ao docente cabe mediar os processos de aprendizagem, gestando o conflito
que se instaura quando um conteúdo é problematizado, acompanhando
como os alunos enfrentam, discutem, decidem, procedem e justificam suas
descobertas.
Nessa interação de ideias e saberes, o professor é definitivamente um
personagem insubstituível, porque é ele quem vai instigar o processo de
descoberta, provocar a expressão do pensamento, relacionando-o ao assunto
em foco.
Nesse contexto, a problematização, concebida como procedimento
metodológico, e a didática da situação-problema são duas estratégias
fundamentais para que o professor possa desempenhar o papel de mediador
e, assim, contribuir efetivamente para que a escola desempenhe sua função
social, que é, e será ainda por muito tempo, a de oferecer condições para
que os alunos aprendam de forma processual, significativa e real.
6. Estrutura da coleção
Apresentamos a seguir as seções estruturantes nas quais as atividades do
Caderno do aluno estão organizadas.
Cabe salientar que destacamos neste momento apenas as seções centrais,
que orientam essa organização em todas as áreas do conhecimento. Cer-
tamente, os desdobramentos específicos que atendem às necessidades de
cada disciplina serão abordados, de forma específica, nas próximas páginas.
Assim, temos:
Suas experiências
O objetivo desta seção é apresentar atividades que intencionalmente pro-
vocam antecipações e levantam conhecimentos prévios dos alunos sobre o
assunto que será abordado. O foco é estimular o confronto e a socialização
de ideias entre os participantes do grupo. Por meio das previsões e hipóteses
expressas e compartilhadas, criam-se também a expectativa e o interesse
para a apresentação de conteúdos diversos.
Exploração e descoberta
Esta seção propõe investigações que ajudam os alunos a descobrir novos
aspectos do conteúdo em foco. O diálogo entre o conhecimento prévio dos
alunos e as novas informações que a eles forem apresentadas em diferentes
suportes (textos, experiências, leitura de mapas, desafios diversos) geram a
construção de novos saberes.
Por meio dessa exploração, os alunos têm a oportunidade de (res)significar
conceitos, estabelecer outras relações com o objeto de estudo, como resul-
tado imediato da desacomodação das informações prévias, presentes nos
sistemas de representação interna que previamente possuem.
Ampliação dos saberes
Garantindo o espaço da discussão e organização de novos saberes, as ati-
vidades desta seção propõem aos alunos o uso efetivo – em novos e diver-
sos contextos – das descobertas feitas anteriormente. Aqui entram em jogo
habilidades complexas como análise, aplicação, síntese e sistematização,
fundamentais para que se amplie significativamente a apreensão do conteú-
do proposto.
Produção de texto
As situações de produção de texto expressas nesta coleção foram elaboradas
a partir das possibilidades sugeridas pelas diversas áreas do conhecimento.
As propostas oferecem oportunidades para que os alunos reconheçam a
expressão escrita como forma legítima de comunicação, de interlocução,
despertando o interesse para seu uso e desenvolvendo as habilidades
de uso adequado da modalidade escrita, considerando sua legibilidade e
função social.
Sua criação (Desafio final)
As propostas desta seção orientam os alunos a criar novas soluções
para uma determinada situação-problema. Eles são estimulados
a comunicar suas ideias diante do desafio proposto, a sugerir novos
encaminhamentos que vão além da compreensão ou aplicabilidade de
algo já dado, mobilizando, nesse movimento, seus novos conhecimentos,
habilidades e atitudes.
– 13
 A área de Ciências da Natureza
Vivemos em uma sociedade fundamentada na tecnologia, que proporciona
diariamente avanços em todos os setores da sociedade.
O homem hoje tem conhecimento desses avanços tecnológicos que possibilitam
maior qualidade de vida, porém não ignora que a tecnologia traz, além de
mudanças, possibilidades e reais desequilíbrios em todos os ecossistemas do
planeta.
Assim, é imprescindível que os alunos percebam essa realidade e tenham
consciência de como os cidadãos podem e devem atuar com criticidade,
ética, conhecendo os vieses econômico, político e cultural desses estudos e
transformações nesses movimentos científicos.
A área de Ciências da Natureza prepara os alunos para perceberem, entenderem
e, dentro de suas trajetórias de aprendizagem, interferirem, debaterem, bem
como intervirem na realidade em que vivem, questionando, como cidadãos,
aquilo que entendem como prejudicial ao equilíbrio e à manutenção dos
elementos que propiciam a regeneração do planeta, dentro de possibilidades
que incluem fazer sua parte como transformadores da realidade, pois têm a
oportunidade de compreender, interpretando como o mundo natural e social
recebe os impactos das ações de cada um e de todos.
O seu olhar perante as mudanças se amplia e favorece a análise abrangente
desse contexto, o que os leva a fazerem escolhas que levem em conta o bem-estar
do planeta onde vivem e desperta neles a necessidade de atuar em curto e
médio prazo em projetos de sustentabilidade.
Nossa proposta
Concebemos a criança como sujeito integral sócio-histórico que pensa e que,
portanto, aprende na maioria das vezes ao estabelecer uma relação direta com o
objeto de conhecimento e que, se desafiado, busca recursos no mundo externo
ou interno para resolver problemas de naturezas diversas. Para representar o
que foi produzido, faz uso de diferentes linguagens que expressam suas ideias,
adequando-as a diferentes intenções e situações de comunicação, bem como
posicionando-se crítica e construtivamente, tendo o diálogo como elemento
genuíno de mediação.
Do ponto de vista teórico-pedagógico, parte-se da concepção de que nos dias
atuais não é possível que o processo de aprendizagem seja apenas uma mera
transferência de informação. Para tanto, é preciso que a escola crie condições
significativas para que o aluno possa vivenciar ativamente a construção de seu
próprio conhecimento, tendo o professor como mediador.
14 –
Partimos do pressuposto de que o indivíduo aprende enfrentando desafios.
Assim, para viabilizar a progressão dos processos de aprendizagem em curso,
devemos pensar em situações didáticas que desestabilizem o saber para que,
diante dos desafios, seja possível perceber que o conhecimento vai além daquilo
que já sabemos e que aprender é uma constante sucessão de descobertas.
Considerando esses pressupostos, e em articulação com as competências
gerais da BNCC, a área de Ciências da Natureza – e, consequentemente,
o componente curricular de Ciências –, devem garantir aos alunos o
desenvolvimento de competências específicas.
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
1. Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o
conhecimento científico como provisório, cultural e histórico.
2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências
da Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da
investigação científica, de modo a sentir segurança no debate de questões
científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva.
3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos
relativos ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), assim
como as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade
para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.
4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da
ciência e de suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do
mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho.
5. Construir argumentos com base em dados, evidências e informações
confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que promovam a
consciência socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo
e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem
preconceitos de qualquer natureza.
6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e
comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos e resolver problemas das Ciências da Natureza de
forma crítica, significativa, reflexiva e ética.
7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se
na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo
aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.
8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos
das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-
tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva,
com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.
Para tanto, utilizamos como subsídio a estrutura didática a seguir, que sustenta
a produção das unidades didáticas voltadas para o trabalho educacional das
Ciências da Natureza.
ESTRUTURA
• Observar o mundo a sua volta e fazer perguntas.
• Analisar demandas, delinear problemas e planejar Definição de
investigações. problemas
• Propor hipóteses.
• Planejar e realizar atividades de campo (experimentos,
observações, leituras, visitas, ambientes virtuais etc.).
• Desenvolver e utilizar ferramentas, inclusive digitais,
para coleta, análise e representação de dados (imagens,
esquemas, tabelas, gráficos, quadros, diagramas, mapas,
modelos, representações de sistemas, fluxogramas,
mapas conceituais, simulações, aplicativos etc.).
• Avaliar informação (validade, coerência e adequação ao
Levantamento,
problema formulado).
análise e
• Elaborar explicações e/ou modelos.
representação
• Associar explicações e/ou modelos à evolução histórica
dos conhecimentos científicos envolvidos.
• Selecionar e construir argumentos com base em
evidências, modelos e/ou conhecimentos científicos.
• Aprimorar seus saberes e incorporar, gradualmente e
de modo significativo, o conhecimento científico.
• Desenvolver soluções para problemas cotidianos usando
diferentes ferramentas, inclusive digitais.
• Organizar e/ou extrapolar conclusões.
• Relatar informações de forma oral, escrita ou multimodal.
• Apresentar, de forma sistemática, dados e resultados de
investigações.
Comunicação
• Participar de discussões de caráter científico com
colegas, professores, familiares e comunidade em geral.
• Considerar contra-argumentos para rever processos
investigativos e conclusões.
• Implementar soluções e avaliar sua eficácia para resolver
problemas cotidianos.
Intervenção
• Desenvolver ações de intervenção para melhorar a
qualidade de vida individual, coletiva e socioambiental.
Com ações pautadas no bem comum e nos constantes processos investigativos
acima explicitados, os alunos, ao final dos anos iniciais de estudo das Ciências
da Natureza, alcançarão os objetivos propostos.
CONTRIBUIÇÕES DIDÁTICAS
1. Turma da Lupinha
Trata-se de um grupo de amigos que observa, investiga, analisa, pesquisa e
se preocupa com o meio ambiente. Espera-se, com isso, inspirar e incentivar
os alunos a pensar para adotar esses mesmos procedimentos, de forma
que possam compreender, e não apenas memorizar, conceitos científicos
importantes para o 3.o ano.
Observe a Turma da Lupinha:
Leonardo – É um menino inteligente, estudioso e que adora inventar.
Seus pais escolheram este nome em homenagem a Leonardo da
Vinci. Ele foi um dos mais importantes pintores do Renascimento
Cultural, e viveu entre os séculos XV e XVI. É considerado um
gênio, pois mostrou-se um excelente anatomista,
engenheiro, matemático, músico, naturalista, arquiteto, inventor
e escultor. Seus trabalhos e projetos científicos quase sempre
ficaram escondidos em livros de anotações (muitos escritos em
códigos), e foi como artista que conseguiu o reconhecimento e o
prestígio das pessoas de sua época.
– 15
 Atena – É uma menina muito inteligente e seu nome foi dado em
homenagem à deusa da sabedoria.
Na mitologia grega, Atena, também conhecida como Palas Atena,
era a deusa da sabedoria, da guerra, das artes, da
estratégia e da justiça. De acordo com a mitologia grega,
Atena nasceu (já armada) da parte interior da cabeça de seu
pai, Zeus (deus dos deuses). Ela era um dos doze deuses
olímpicos e uma das principais deusas da Grécia Antiga.
Atena aparece quase sempre representada, em pinturas e
esculturas, com equipamentos de guerra (lança, escudo e capacete).
Maria – É uma menina alegre e participativa, embora seja
portadora de uma deficiência física. Adora novos desafios.
O pai, médico, escolheu o seu nome em homenagem
a uma grande cientista, Marie Curie*, a primeira
mulher do mundo a ganhar um prêmio Nobel. Maria
Sklodowska nasceu em 7 de setembro de 1867 em Varsóvia,
Polônia. Sempre encorajada pelo pai a se interessar pela
ciência, Marie termina, aos 15 anos, os estudos e passa a
trabalhar como professora particular antes de se mudar para Paris em 1891,
aos 24 anos, para continuar seus estudos.
*Pronuncia-se Marri Curiê.
Depois de conhecer o professor Pierre Curie, com quem se casou em
1895, Marie Curie inicia, em 1898, seus estudos sobre a radioatividade.
As pesquisas realizadas por ela com a ajuda de seu marido levaram à
descoberta de dois novos elementos químicos: o polônio, que ganhou esse
nome em homenagem ao país natal de Marie, e o rádio. A pesquisa do casal
abriu um novo caminho a ser explorado na pesquisa científica e médica,
levando muitos cientistas da época a estudar o assunto.
Após a morte de seu marido em 1906, Marie continua a estudar a
radioatividade, principalmente suas aplicações terapêuticas e, em 1911,
recebe o segundo prêmio Nobel, dessa vez em química, por suas pesquisas
com o rádio, tornando-se a primeira pessoa, até então, a ganhar duas vezes
o prêmio Nobel.
Em 4 de julho de 1934 Marie falece devido a uma leucemia causada pela
longa exposição a radiação.
Carlos – Todos o chamam de Cacá. Esse nome
foi escolhido para homenagear Charles Darwin,
grande cientista que, desde a infância, revelou seu
interesse pela natureza e por todos os fenômenos
que nela acontecem.
16 –
Alberto – Todos o chamam de Beto. Seus pais lhe
deram esse nome em homenagem a um grande
cientista, Albert Einstein. Você ainda estudará
muitas coisas sobre ele!
Francisco – Garoto muito criativo e ativo. Adora esportes,
principalmente futebol, e tem muitas outras habilidades.
Gosta de ouvir música, cantar e desenhar e vive cercado de
amigos, pois gosta mesmo de realizar experiências. Como é
muito curioso e observador, passou a ser chamado pelos
amigos de Chico Observador.
Eva – É uma menina agitada, tem mania de fazer muitas
coisas ao mesmo tempo, tem a idade de nossos alunos e vive
fazendo muitas perguntas. Os pais de Eva vivem chamando-a
de menina curiosa!
Eva acha interessante a forma carinhosa como é chamada e já
vai logo se apresentando:
– Eu sou a Eva Curiosa.
As personagens Chico Observador e Eva Curiosa foram criadas a fim de
aproximar os alunos da Turminha, pois não foram inspiradas em personalidades
e representam os nossos alunos. Esperamos que a Turminha aguce o interesse
científico dos educandos.
AS UNIDADES DIDÁTICAS
A leitura prévia de cada parte das unidades didáticas apresentadas neste Ca-
derno, compreendendo a fundamentação teórica e as orientações pedagógicas,
é fundamental, pois contribui para que o professor, no papel de mediador dos
alunos, possa envolver-se em cada uma das atividades propostas, tendo em
vista a progressão de processos de desenvolvimento e aprendizagem em curso.
Esse trabalho contempla orientações gerais que pertencem a todas as áreas
do conhecimento, assim como traz algumas partes específicas voltadas a cada
uma delas.
Descrição das partes que compõem a unidade didática
Suas experiências
Atividade inicial
“O fator mais importante que influi na aprendizagem é aquilo que o aluno já
sabe. Isto deve ser averiguado e o ensino deve depender desses dados.”
Ausubel, Novak e Hanesian (1983) apud Miras (2004).
A proposta da atividade inicial tem como objetivo levantar conhecimentos
prévios sobre o conteúdo programático que será abordado.
Por que é importante levantar conhecimentos prévios
A concepção de Educação aqui apresentada prima pela livre expressão do
pensamento criativo. Traduz-se, por exemplo, quando os alunos podem
estabelecer relações entre os seus sistemas de representação interna
(conhecimentos já construídos) e o que está sendo proposto como desafio
inicial, de forma que eles possam colocar em jogo tudo o que sabem ao fazerem
trocas intelectuais e de suas experiências prévias.
Apresentação da situação-problema aos alunos
A situação-problema, com base na contextualização, deve ser apresentada aos
alunos e resolvida em pequenos grupos.
A leitura da situação-problema deve ser feita com clareza e boa entonação, de
forma que os alunos compreendam e tenham condições de interpretar o que
está sendo solicitado.
Nesse momento, o professor deve assumir o papel de observador, incentivando
as crianças a explicitar seus pontos de vista, porém sem fazer intervenções e
sem levar a informação que poderia completar o pensamento delas naquele
momento, uma vez que estamos levantando conhecimentos prévios.
Os debates entre os alunos geram sempre diferentes pontos de vista e, às ve-
zes, provocam conflitos. Nesse sentido, é papel do professor circular entre os
pequenos grupos para mediar as discussões, além de anotar como os alunos
tomam decisões, concluem e registram suas ideias.
Aspectos que podem ser observados pelo professor nesses momentos:
• Os participantes empenham-se na realização da tarefa?
• Procuram resolver problemas por seus próprios meios?
• Selecionam e sabem usar novos conhecimentos?
• Utilizam estratégias criativas ou apenas as convencionais?
• Defendem seus pontos de vista diante de outros diferentes dos deles?
• Comunicam suas respostas com clareza?
• Respeitam e escutam os outros na resolução dos problemas?
• Questionam pontos que não compreenderam?
Papel do professor nos agrupamentos e na socialização das respostas
A socialização tem como propósito a valorização da diversidade cultural,
condição essencial para que as crianças aprendam a lidar com as diferenças
e a respeitá-las, e a vivência de possibilidades de (res)significar as hipóteses
iniciais, sejam elas orais ou gráficas.
Em uma grande roda, convidar cada grupo a apresentar suas produções,
sem intervir no processo de criação, de forma que os alunos possam sentir-se
acolhidos e incentivados a falar sobre suas escolhas e o caminho percorrido
para chegar a determinada conclusão. Ao coordenar as apresentações dos
grupos, não comentar, comparar, aprovar ou desaprovar quaisquer colocações
dos alunos. Anotar em um cartaz as soluções encontradas por eles para que, ao
longo de toda a unidade didática, seja possível resgatá-las, a fim de modificá-las,
refutá-las, confirmá-las ou complementá-las. Ao final, fazer uma síntese sobre
os saberes dos grupos a respeito do assunto discutido.
Exploração e descoberta
Hora do texto
“De fato, o leitor é um ator: empresta a sua voz para o texto ser (re)apresentado
(no sentido etimológico de ‘tornar a apresentar-se’). Portanto, o interpretante
fala mas não é ele quem fala; o interpretante diz, porém o dito não é seu próprio
dizer, mas o de fantasmas que se realizam através da sua boca.”
Emilia Ferreiro
Consultar e pesquisar com as crianças em fontes informativas tem como
propósito desenvolver nelas, desde muito pequenas, o gosto pela leitura, a
fim de saber mais sobre um assunto ou buscar informações pertinentes que
refutem, consolidem ou aprofundem suas ideias. Isso deve acontecer, também,
durante o levantamento de conhecimentos prévios sobre o tema em pauta.
A leitura revela-se muito importante, porque é nessa situação didática que os
alunos constroem estratégias de ação sobre o que estão lendo com intimidade,
principalmente ao decodificarem ou codificarem informações presentes em
vários trechos dos textos indicados, ao longo de cada sequência didática. O
momento da leitura também contribui para que as crianças possam diferenciar
as informações implícitas e explícitas do texto, por meio de perguntas de
compreensão e interpretação, atendendo às características de uma importante
parte da sequência didática (Diálogo com o texto).
Além dos objetivos já citados acima, espera-se contemplar outros no trabalho
com textos informativos, tais como: aprender procedimentos para elaborar
perguntas, estabelecer relações entre o tema, suas partes e outros contextos,
socializar para comunicar e posicionar-se ao validar e defender suas ideias.
O texto e as informações nele contidas têm como principal função servir de
referência aos assuntos colocados em discussão, tendo em vista a descoberta
ou, ainda, a construção gradativa de conceitos pelos alunos, para que possam,
em seguida, tomá-lo como base para transformar ideias em outras cada vez
mais inovadoras.
– 17
Leitura com inferência
A leitura do texto compartilhada em diferentes dimensões é proposta de forma que
os alunos possam, espontaneamente, compreender e interpretar seus conteúdos,
oral e simultaneamente, tendo em vista desenvolver processos argumentativos
por meio, especialmente, da coordenação de diferentes pontos de vista. Essa
situação didática, se realizada com frequência, favorece o desenvolvimento
cognitivo continuamente, porque exige abstração reflexiva sobre um determinado
contexto, fazendo com que os alunos busquem informações e conhecimentos
adquiridos ao longo da vida, isto é, o leitor ou os diferentes leitores trazem para
o texto sua visão individual que afeta a leitura com muita diversidade, uma vez
que se leva em consideração o contexto em estudo.
Diálogo com o texto
O objetivo das perguntas de compreensão e interpretação de texto é promover
uma releitura integral (do texto todo) ou pontual (do conjunto de informações)
do texto, contribuindo para que as crianças estabeleçam relações entre causa
e consequência, façam inferências, relacionem as partes do texto, e este com
outros; classifiquem, seriem e até ordenem informações diversas; avaliem,
declarem valores, coordenem e defendam pontos de vista; os reconsidere e até
reformule, caso julguem necessário. Por fim, poderão também, pelas possíveis
releituras propostas direta ou indiretamente, identificar pontos comuns ou
mesmo complementares para, em seguida, registrarem graficamente suas
respostas, fazendo uso das múltiplas linguagens.
É essencial possibilitar e incentivar a troca intelectual após a leitura, para que os
alunos exponham a compreensão que tiveram do texto lido, ampliem as ideias
e confrontem-nas, percebendo que a interpretação textual permite diferentes
pontos de vista.
A adoção de diversas linguagens possibilita não só que o aluno as conheça,
mas que também aprenda a interpretá-las, tendo nelas exemplos diferenciados
de comunicação, conforme os objetivos da interação autor-leitor, a natureza do
tema, o contexto sociocultural, as condições de produção.
No trabalho de compreensão e de interpretação de textos que trazem conteúdos
informativos, o professor deve ficar atento à utilização dessas linguagens,
independentemente do gênero empregado inicialmente, permitindo que os alunos
extrapolem criativamente o que aprenderam durante o contato inicial com o texto.
Hora de investigar
Este é um momento privilegiado no campo do conhecimento científico, porque
instiga a curiosidade sobre as coisas da vida e do mundo. Parte, para tanto, de
um objetivo, seguido da apresentação da proposta.
18 –
A investigação requer que as crianças realizem atividades exploratórias que
exigem ações mais complexas, porque abrem espaço para estabelecer relações
por meio da reflexão, da explicação, da livre expressão de ideias ou hipóteses
e conhecimentos prévios, quer dizer, as propostas vão além da manipulação.
Essa abordagem didática busca fazer com que as crianças vivenciem processos
de descoberta, porque parte de uma situação-problema ou de um enigma, de
forma que as crianças percorram caminhos criativos de diferentes naturezas.
Para aprender ciências, portanto, as crianças devem vivenciar para descobrir,
observar, comparar, buscar respostas para as perguntas que são feitas, na
tentativa de explicar o mundo em que vivem.
Exemplos:
1. Observar as plantas pode ser uma atividade interessante e desafiadora,
porém, qual é o objetivo dessa proposta? Descobrir quais são as partes de
uma planta? Como ela se mantém em pé? De onde retira seu alimento para
se desenvolver e crescer? Descobrir se as frutas morrem ao serem colhidas?
2. O que flutua e o que não flutua. Uma maçã, ao ser jogada na água, vai até
o fundo do recipiente onde foi colocada ou não? Se sim, por que ela vai ao
fundo? Se não, por que flutua?
O papel do professor frente a todas essas questões é manter o mistério,
criando contraexemplos contextualizados nas práticas sociais presentes no
universo cultural das crianças, com o objetivo de provocar discussões e buscar
explicações cada vez mais conscientes sobre os fenômenos da natureza.
Metodologicamente, a problematização é a mais indicada na relação direta
com as crianças, além de uma escuta atenta, principalmente se, a partir do
que foi falado, um questionamento é feito, visando alcançar maiores níveis de
aprofundamento. Portanto, não cabem perguntas simplificadas ou gerais cuja
resposta todos os alunos já sabem.
Além das ciências naturais, é possível também discutir assuntos sobre os
conteúdos de História e Geografia (ciências humanas), Física ou Química
(ciências exatas) pela observação e comparação seguida de conclusões, por
exemplo. Além dessas possibilidades, temos também a investigação direta,
por meio de entrevistas, apresentações diversas, bem como por meio de
documentos, dos mais antigos aos mais atuais.
É muito desafiante transformar a escola num espaço de construção de
conhecimento, não apenas de reprodução do que outros escrevem e pensam,
mas de interação, fazendo com que o aluno torne-se coautor e criador. Para
tanto, a investigação in loco ou por outras vias, pode representar uma estratégia
benéfica para a formação de leitores independentes e mais autônomos.
Ao propor uma investigação, planejar algumas perguntas interessantes durante a
aplicação dos procedimentos indicados na ficha dos alunos. Sempre considerar
o conhecimento prévio das crianças sobre o assunto, utilizar diferentes
estratégias de busca de informação, coletar dados em diferentes fontes,
aproveitar o entorno em que a criança está inserida – parques, rios, lagoas,
jardins –, nos passeios e nas saídas a campo para pesquisar. Lembrar que o
esforço dos alunos não deve ser canalizado unicamente para a apresentação
de resultados esperados pelo professor, mas para desvendar os significados,
expor e socializar os conhecimentos construídos.
Socialização
Ao término, selecionar duas ou três respostas que mais se aproximaram do
esperado e apresentá-las aos alunos para que, a partir dos questionamentos feitos
pelo professor (que é quem coordena a atividade), possam confrontar, analisar
e comparar, considerando o caminho traçado, as hipóteses para a resolução e
os resultados obtidos, tendo em vista a diversidade de respostas. Isso fará com
que os alunos tenham a oportunidade de rever suas respostas e reformulá-las,
considerando o que foi dito durante as discussões em grupo. Em qualquer uma das
situações, o importante é valorizar o momento da discussão criada com o grupo.
Deve-se aproveitar todas as oportunidades para propor novos conflitos cognitivos.
Quando necessário, apresentar a resposta convencional, para que esta sirva de
referência para os alunos. Eles devem ser incentivados a discutir, ser instigados,
pois, para que o ser humano se desenvolva como agente social e produtor de
cultura, ele tem necessidade de ler a pluralidade cultural presente nas muitas
linguagens que se apresentam como fator identitário de grupos e de indivíduos.
Ampliação dos saberes
Nesta proposta os alunos serão instigados e incentivados pelo professor a
participar de situações didáticas que alertam sobre os problemas da sociedade,
apresentados por meio de situações didáticas representadas por notícias de
jornais, imagens, músicas, vídeos que retratam a utilização de descobertas
científicas e tecnológicas de forma indiscriminada ou consciente. Além disso,
lançaremos mão de acontecimentos da atualidade que retratem impactos
ambientais decorrentes do uso indiscriminado da tecnologia.
Os alunos, ao tentarem resolver tais problemas, levantarão hipóteses e buscarão os
conceitos estudados para explicar o contexto em discussão, seguido de sugestões.
As produções, inclusive as representadas por linguagens a partir do interesse
dos alunos, como colagens, modelagens, charges, criação de inventos, devem
ser socializadas, dando uma nova significação e complemento de ideias.
Para que os alunos avancem em suas hipóteses, é interessante propor uma
aula no laboratório de informática para que eles possam obter informações
sobre os produtos que consomem e sobre as técnicas diversas para obtenção
e transformação de alguns componentes dos ambientes, que são considerados
recursos naturais essenciais à existência, conforme a proposta sugerida. Logo
em seguida, os alunos deverão fazer a leitura do texto da atividade proposta
nesta seção, de acordo com as estratégias já expostas neste material.
Outra sugestão para se trabalhar situações de observação, investigação,
exploração e/ou experimentação é organizar uma oficina de leitura na própria
sala de aula ou em visita à biblioteca. Em qualquer uma dessas situações
didáticas, o professor deve selecionar materiais diversos como fonte de pesquisa
(livros, revistas, almanaques, jornais, enciclopédias, imagens, obras literárias e
artísticas, entre outros).
Dessa forma, a experimentação e a pesquisa serão realizadas por eles quando
discutirem as ideias e manipularem os materiais.
Após o momento de investigação e pesquisa, o professor desenvolverá as
propostas sugeridas nesta seção, orientando-se pelos agrupamentos indicados.
É importante lembrar-se de socializar as respostas ou as produções dos alunos
na grande roda, se o trabalho tiver sido realizado individualmente. O mesmo
deverá ser feito em pequenos grupos, um de cada vez, se a atividade tiver sido
desenvolvida em duplas, trios ou quartetos.
Nas duas situações o professor coordenará o trabalho, mediando a interlocução
entre os alunos, acolhendo comentários e fazendo uma síntese das ideias e
descobertas do grupo a respeito do assunto em discussão.
Produção de texto
Escrever é preciso!
A escrita nos dá a possibilidade de registrar a história, a trajetória de vida, o
caminho percorrido, as descobertas e as invenções, assim como as dúvidas, os
pensamentos, as ideias e as opiniões.
Nesse sentido, por exemplo, podemos propor aos alunos que escrevam os
pontos significativos vistos até então, bem como propostas de intervenção,
campanhas, panfletos e banners que busquem o bem comum.
Por meio disso, visamos proporcionar condições para o desenvolvimento da
expressão livre e criativa do pensamento por meio da escrita, associada ou não
a outras linguagens. A organização do pensamento para a elaboração da escrita
favorece a retomada de pontos significativos do estudo, instigando a reflexão
a partir dos conteúdos abordados e o estabelecimento de novas relações que
desencadeiem outras conexões.
– 19
A socialização do que foi produzido é importante, já que envolve a criação,
sendo ampla a sua contribuição de detalhes que orientam o grupo, ampliando
assim o conhecimento coletivo.
Esta parte define-se pela complexidade do que foi proposto, por uma situação-
problema apresentada, como desafio final/objeto de criação. A partir das
experiências vivenciadas, das aprendizagens construídas durante a realização
dos trabalhos, deve-se orientar os alunos a revisitar o caminho percorrido até
então, incentivando-os a consultar os registros feitos ao longo das experiências
vivenciadas, a fim de que estabeleçam as conexões entre as produções, reflitam
e tirem conclusões de forma criativa e inovadora sobre a aprendizagem.
A partir dos estudos realizados e da situação-problema apresentada, e
individualmente, por meio de escrita ou desenho ou, ainda, por intermédio
de ambos, os alunos farão o registro de acordo com a solução encontrada.
Antes, poderão ser incentivados a discutir com o colega as conclusões a que
chegaram para que possam realizar a atividade individualmente. Dessa forma,
terão condições de, mais uma vez, trocar ideias com seus pares e elaborar
o próprio registro, pois acreditamos que nesse momento só fará parte desse
escrito ou desenho o que realmente foi aprendido por cada aluno.
Em seguida, os alunos socializarão as sistematizações das experiências
vivenciadas, atividade que será mediada pelo professor, cujo papel será o de
promotor da interlocução entre os alunos.
Sua criação (Desafio final)
Segundo o autor Oscar Jara, a realidade é, ao mesmo tempo, mutante e
contraditória porque é histórica, é produto da atividade transformadora, criadora
dos seres humanos.
À medida que compreendemos as experiências realizadas com maior
profundidade, é possível compartilhar aprendizagens, identificar e desencadear
processos reflexivos e teóricos que contribuem para a progressão da
aprendizagem dos alunos.
Não se trata de buscar uma “receita” ou mesmo um questionário, de forma que
seja possível identificar nas respostas do aluno o que ele aprendeu, mas de uma
atividade que vai desafiar as crianças a resolverem um problema, ao mesmo
tempo em que vai fazer com que os alunos sistematizem a aprendizagem
construída até aquele momento.
A questão metodológica e didática pressupõe que os alunos caminhem no
tempo, recordando-se do que fizeram em todas as atividades, sem que se
apercebam disso, ao responderem à proposta selecionada para esse momento.
20 –
É o mesmo que aplicar de fato os conceitos, conforme a fase de construção de
conhecimento em que se encontram e produzir, no caso artisticamente, como
condição para organizar o próprio pensamento, fazer a higienização de proces-
so, encaixando-o nas estruturas mentais já existentes com convicção.
As propostas desta seção pressupõem criar, recriar, investigar, repensar o tra-
balho, a crítica, o julgamento, a avaliação, a defesa, a vivência e a escolha de
linguagens para representá-la, improvisar, interpretar, articular, comparar fatos,
ações e consequências entre o que ocorreu ontem (passado) e o hoje (presente).
Deve-se, por isso, incentivar os alunos a consultar os registros feitos ao longo das
experiências vivenciadas a fim de que estabeleçam as conexões entre as produções,
reflitam e tirem conclusões de forma criativa e inovadora sobre a aprendizagem.
Aqui a troca intelectual passa ser importantíssima se as crianças forem esti-
muladas a comunicar suas ideias diante do desafio proposto, além de sugerir
novos caminhos nunca percorridos.
Os alunos levantarão hipóteses de soluções. Frente a todas elas, terão que
decidir o melhor caminho a seguir e produzir para detalhar o que entenderam,
o que construíram e, de forma consistente, o que vão falar para justificar o que
produziram.
Seu papel será o de observador, devendo circular pelas duplas formadas mes-
mo que as crianças estejam respondendo individualmente à proposta.
Esses dados de como as crianças solucionam o problema vão contribuir para
que, ao final, durante a socialização das atividades, o professor possa com mais
consistência intervir, problematizando ideias ou procedimentos aplicados.
Na socialização das respostas, deixar que os alunos apresentem livremente
o que produziram na atividade do desafio final, valorizando e aproveitando o
que fizeram, porém, em circunstâncias diversas cabe problematizar e investigar
como se deu o processo de resolução, para encontrar pontos frágeis ou confli-
tos que possam sustentar uma discussão.
Ao final, sugere-se que o professor apresente a solução que ele daria ao proble-
ma, o que poderá gerar outros conflitos cognitivos, algo importante quando se
trata de construção de conhecimento.
INFORMAÇÃO AOS PROFESSORES
De acordo com os pressupostos da Base Nacional Comum Curricular, os pro-
fessores devem utilizar as propostas de Informática que embasam o Manual de
Laboratório de Programação e Robótica, enriquecendo as propostas dos temas
contidos na área de Ciências da Natureza. São jogos, brincadeiras e aulas prá-
ticas que norteiam todas as áreas de conhecimento do 1.o ao 5.o ano.
 AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS
As competências socioemocionais são habilidades que as pessoas desenvolvem
ao longo da vida e que lhes permite administrar suas próprias emoções,
relacionamentos e projetos pessoais com maior ou menor propriedade.
Competências como autoconhecimento, colaboração, organização, flexibilidade,
autoestima, segurança, responsabilidade, entre outras, fazem parte da formação
integral e do desenvolvimento do ser humano, compondo seu processo de
aprendizagem, sendo, portanto, consideradas tão importantes quanto as
competências cognitivas.
Vários estudos reconhecem a importância das competências socioemocionais
e propagam a ideia de que essas habilidades devem ser ensinadas, aprendidas
e praticadas. Dessa forma, podem ser ensinadas intencionalmente no ambiente
escolar, por meio de atividades programadas independentemente ou articuladas
com as disciplinas curriculares.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) propõe uma abordagem educacional
que abranja o desenvolvimento integral dos alunos para além do conteúdo
didático, uma vez que aspectos importantes da aprendizagem dos conteúdos
nas diversas áreas do conhecimento envolvem competências e habilidades tais
como autonomia, perseverança e comunicação, que são essenciais ao melhor
desempenho dos alunos. A criatividade e o pensamento crítico, por exemplo,
envolvem elementos cognitivos e socioemocionais.
– 21
 Ciências 3.o ANO
1 .o bimestre
E N S I N O F U N D A M E N TA L

PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS DO 1.o BIMESTRE

Organização didática

Unidade 1 – Animais vertebrados e invertebrados

Eixos temáticos Objetivo geral Objetos de conhecimento Habilidades

Vida e Evolução Classificar as • Resgatando histórias. (EF03CI04) Identificar o modo de vida dos animais mais
espécies de animais • Vertebrados e invertebrados. comuns no ambiente próximo (o que comem, como se
para compreender • Classificação dos animais invertebrados. reproduzem, como se deslocam).
as características
• A evolução dos vertebrados.
específicas de
• Animais vertebrados e suas características. (EF03CI04) Descrever as alterações que ocorrem em
cada grupo de
vertebrados e • Metamorfose dos animais vertebrados e invertebrados. animais de diferentes meios, terrestres ou aquáticos,
desde o nascimento.
invertebrados. • Tráfico de animais.

(EF03CI04) Comparar alguns animais e organizá-los em

grupos com base em características comuns.

O processo de ensino-aprendizagem da disciplina de Ciências tem como função
auxiliar o aluno na compreensão do mundo, explorando e pesquisando assuntos
diversos, a fim de fazer novas descobertas.
O momento final em que o educando faz, por meio de sua própria caminhada, uma
nova descoberta é importante, prazeroso e incita nele o desejo de obter e buscar
mais conhecimento. Entretanto o aprendizado não se dá apenas no instante da
descoberta; ele acontece também, e principalmente, durante todo o processo de
observação, exploração, investigação e resolução de situações-problema.
Sabendo que a criança já exerce seu papel de cidadã, o professor tem um papel
fundamental nesse processo de aprendizagem, que é auxiliar o aluno de forma
que ele mesmo investigue, levante hipóteses e chegue às conclusões acerca
daquilo que outrora gerava dúvidas.
É importante ressaltar que o professor não deve dar respostas prontas, nem
poupar o aluno do processo de pensar. Antes, ele deve conduzir as atividades
de maneira que o educando seja ativo no processo de aprendizagem e possa
expressar suas ideias, justificando-as.
22 –
Este Caderno foi desenvolvido com base na importância do processo de
aprendizagem do aluno e propõe questões que permitem que ele exercite sua
capacidade de levantar hipóteses com base em seu conhecimento prévio e de
solucionar problemas aplicando suas novas descobertas.
Os conteúdos são apresentados de forma clara e adequada à faixa etária, sem
desconsiderar o rigor e a seriedade ao trabalhar os temas exigidos na disciplina
de Ciências para este ciclo.
As diversas estratégias utilizadas visam, principalmente, à atuação do aluno
no processo de solucionar situações-problema por meio de levantamento de
hipóteses, exposição de ideias, leitura e diálogo com textos, registro de informações
(desenho ou escrita), comparações, produção de texto e solução do desafio final.
Neste bimestre, o objetivo é compreender e diferenciar os animais que possuem
coluna vertebral dos que não possuem, conhecer vários aspectos físicos
externos e internos desses animais, bem como suas funções na natureza, como
se relacionam uns com os outros e seus diferentes habitats e dietas.
 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS E METODOLÓGICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA UNIDADE DIDÁTICA
Unidade 1
ANIMAIS VERTEBRADOS E INVERTEBRADOS
Aulas de 1 a 24

Professor, a proposta da atividade inicial tem como objetivo levantar conhecimentos prévios sobre As três respostas a seguir são pessoais de acordo com as características observadas pelos alunos. Deve-se
a classificação dos animais para compreender as características específicas dos vertebrados e dos observar a coerência em sua justificativa e a nomeação dos grupos, porém os alunos podem não
invertebrados. Estimule o grupo a observar as imagens e favoreça a socialização das respostas. chegar à separação de vertebrados e invertebrados. As respostas devem ser socializadas, favorecendo
novas descobertas.

Resposta pessoal.

Resposta pessoal.

Resposta pessoal.

– 23
C1_3oANO_EF_Ciencias_FABIANA_2022.qxp 20/10/2021 11:25 Página 95

Data ___ / ___ / ___

Hora do texto
Resgatando histórias

Como, hoje, depois de bilhões de anos,

ficamos sabendo como se deu a
formação da Terra e o surgimento das
plantas e dos animais?

Ao longo de sua formação, o planeta Terra passou por períodos de temperatura

extremamente elevadas e, supostamente muito baixas, não abrigando nenhuma forma
de vida.
Passados milhões de anos, a Terra entrou em um processo de resfriamento, o que
provocou a expulsão de uma imensa quantidade de gases no interior do planeta. Isso fez
com que os gases formassem a atmosfera e o vapor d'água, dando origem às primeiras
precipitações de chuva. Essas precipitações formaram os oceanos que foram
fundamentais para o aparecimento das bactérias, micro-organismos, algas e plantas.
À medida que os anos iam passando, outras formas de vida também foram surgindo
na Terra, como os primeiros animais: esponjas, estrelas-do-mar, lulas, peixes, entre outros.
Esse estudo e conhecimento de como os animais e plantas se desenvolveram há milhões
de anos, só é possível por meio
do estudo sobre os fósseis, os
quais são definidos como
vestígios e/ou marcas cravados
nas pedras, permitindo aos
cientistas descobrirem como e
quando algumas espécies vive-
ram, bem como que forma e
tamanho tinham.

95

24 –
Professor, esta atividade exige seu suporte durante todo o processo, desde o planejamento, que
inclui a organização do material, até a execução e a finalização. A socialização dos resultados é
muito importante.

Resposta pessoal.

INFORMAÇÕES AO PROFESSOR

Os fósseis são conservados em sedimentos minerais, principalmente a sílica;

o processo de fossilização consiste na transformação da matéria orgânica
em um composto mineral, sem, no entanto, alterar as características físicas
do material fossilizado. Um fóssil pode ser definido como a matéria orgânica
de um animal ou vegetal substituída por minerais. Por meio desse elemento
arqueológico, o paleontólogo (profissional que estuda os fósseis) descobre
fatos que aconteceram há milhões de anos.
Conheça os diferentes tipos de fossilização:
Moldagem: as partes duras dos organismos vão desaparecendo, deixando
nas rochas as suas marcas (impressões), ou seja, o organismo é destruído,
mas o molde persiste. Como são conhecidas, existem dois tipos principais de
molde: o externo, em que a concha fica comprimida nos sedimentos, sendo
posteriormente removida, e o interno, em que os sedimentos cobrem a concha,
que depois é removida, ficando apenas o molde da superfície interna. Existe
ainda o contramolde, que é o molde do molde externo.
– 25
Mumificação: os restos dos organismos ficam total ou parcialmente preservados,
normalmente em materiais como o âmbar, o gelo e a resina vegetal.
Mineralização: as partes duras dos organismos, como ossos e conchas,
desaparecem, sendo substituídas por minerais. Os troncos das árvores são
bons exemplos desse tipo de fossilização.
Marcas fósseis: são pegadas, marcas ou até fezes fossilizadas.
Os primeiros seres vivos foram as plantas, seguidas pelas bactérias, depois pelas algas e,
posteriormente, surgiram os animais.
INFORMAÇÕES AO PROFESSOR
Acesse o site http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/04/cientistas-
descobrem-o-que-faz-animais-pressentirem-catastrofes.html.
Professor, os cientistas referem-se a plantas e animais como “fósseis vivos”
quando sua aparência e suas características não mudaram em milhões de
anos. Além de interessantes, esses animais e plantas também nos ajudam a
entender a história da evolução, como ela aconteceu e continua acontecendo.
São exemplos desses animais: salamandra, pelicano, panda vermelho, gambá,
peixe-bruxa, náutilo, caranguejo-ferradura, celacanto, esturjão, crocodilo,
ornitorrinco, entre outros. Para saber mais, acesse o site: <http://www.
mundodosanimais.pt/animais-selvagens/fosseis-vivos/>.
Professor, uma sugestão para a atividade seria aproveitar o momento da grande
roda para a leitura de imagens dos diferentes animais e, nesta atividade, os
alunos poderão pesquisar paisagens de diferentes lugares e os animais
encontrados nesses locais.

A fossilização está diretamente ligada à sedimentação do solo. Por isso, só é possível encontrar
fósseis em rochas sedimentares.

O objetivo do estudo de fósseis é conhecer mais sobre espécies extintas e obter informações
valiosas sobre o passado da Terra. É interessante estudar esses vestígios e buscar entender
como os animais evoluíram e se tornaram o que são atualmente. Os fósseis permitem que os
cientistas façam comparações entre os seres vivos do passado e os atuais. Resposta pessoal. Os alunos podem defender opiniões tais como: para sobreviver, as libélulas
e as baratas procuram esconderijos, abandonam as áreas afetadas.

26 –
A diferença é que a aranha não possui coluna vertebral e estrutura óssea e o cachorro possui.

Aranha. Cachorro.

– 27
 Professor, embora exista uma quantidade imensa de animais invertebrados, o importante é trabalhar
apenas com os quatro grupos principais: insetos, aracnídeos, moluscos e crustáceos. Os demais inverte-
brados são citados apenas a título de curiosidade.

Data ___ / ___ / ___

Hora do texto

Classificação dos animais invertebrados

Os animais invertebrados são aqueles que não possuem coluna vertebral. Eles foram
os primeiros seres vivos a surgir na Terra.
Esses animais correspondem a mais da metade de todas as espécies existentes no
mundo e podem viver em diferentes lugares: terra firme, água doce ou salgada, regiões
quentes ou muito frias; ou seja; estão em todos os lugares.
Alguns exemplos que fazem parte desse grupo de animais são: minhocas, polvos,
estrelas-do-mar, formigas, abelhas, baratas, cupins, entre muitos outros.

As características de cada espécie

As características físicas dos invertebrados variam bastante. Há desde animais com
muitas pernas, como também sem nenhuma, com ou sem antenas, que se arrastam,
voam ou nadam.
Conheça algumas espécies:
Resposta pessoal. 1. Insetos
Os insetos podem viver em diferentes locais e exercem funções importantes ao meio
ambiente. Alguns deles são agentes polinizadores de muitas plantas, como também,
Resposta pessoal, coerente com a resposta anterior.
podem servir de alimentos para muitos outros animais.
Além disso, ajudam a decomposição da matéria orgânica, ou seja, de cadáveres de
animais e de restos de plantas. Há também insetos que produzem mel, a seda e a cera.
INFORMAÇÕES AO PROFESSOR Características
Características
Possuem o corpo dividido em 3 partes: cabeça, tórax e abdômen; 3 pares de
As atividades do Caderno apresentam animais familiares, embora os alunos não
pernas (6 pernas); 2 antenas e, geralmente, 2 pares de asas (4 asas).
tenham um grande conhecimento sobre eles. O conhecimento que os alunos
possuem pode e deve ser ampliado por meio de pesquisas em grupo. Sempre
leve em consideração que, nos dias de hoje, a maioria das crianças vive nos
centros urbanos, onde a proximidade da natureza ficou rara, embora o contato
com a terra, com o verde e com os animais seja essencial ao ser humano. Da terra,
o homem e os animais retiram sua energia para viver. Portanto, é fundamental
apresentar o planeta antes do surgimento do asfalto, dos prédios e das avenidas.
104
A criança precisa contemplar a natureza, observar os animais que habitam o solo
sobre o qual vivemos e saber respeitá-los. Dessa forma, ela saberá preservá-los. Abelha Formiga

28 –
– 29
 INFORMAÇÕES AO PROFESSOR
"Inseto" é outra palavra com um significado curioso. Do latim, Animale insectum
significa "animal segmentado".
Os insetos formam a maior classe do reino animal, pois há mais de 800.000
espécies conhecidas. Esses animais estão espalhados por todo o mundo, desde
as regiões polares até as zonas tropicais, passando por rios, mares e oceanos.
Embora a aparência deles seja muito variada, seu corpo é dividido em cabeça,
tórax e abdome. Na cabeça há um par de antenas e três pares de mandíbulas.
Todos os insetos possuem três pares de pernas. Nem todos têm asas. A maioria
alcança a maturidade por meio da metamorfose.
30 –
 Sim, pois as minhocas são úteis na agricultura, uma vez que se alimentam de húmus
e fertilizam a terra, cavando galerias que arejam o solo. As minhocas digerem a matéria
– Não possuem coluna vertebral. – Alguns podem voar, outros não. orgânica dos detritos e eliminam fezes, que servem de adubo para o solo.
– Precisam de oxigênio para sobreviver. – O número de patas muda de acordo com
a espécie do invertebrado.
– Os seres invertebrados possuem grande – Alguns possuem antenas, outros não.
variedade de células. – A alimentação e o hábitat também são
diferentes de acordo com o invertebrado.
Resposta pessoal de acordo com as observações dos alunos. As semelhanças e diferenças
expostas são sugestões.

F O R M G A
M I H O C A
P O L O
B S O U R O
C A A C O L
B A R A A
A B L H A
B O R O L E T A
A A N H A
C A M R Ã O
B I C H O A S E D A
E S C R P I Ã O
M O Q U I T O

– 31
 INFORMAÇÕES AO PROFESSOR

Os animais invertebrados e nossa saúde

Os borrachudos, as moscas, os pernilongos, as baratas, as pulgas, entre outras
espécies, entram em nossas casas e outros ambientes, atraídos pelo calor do
nosso corpo, lixo e restos de alimentos.
As pivadas de muitos insetos são dolorosas. Pessoas alérgicas podem Piolhos: vivem no couro cabeludo ods humanos e botam inúmeros ovos,
apresentar reações graves, como inchaço no local e dificuldade para respirar. chamados de lêndeas. A doença causada por eles chama-se pediculose.
Além desses insetos, fazem parte desse grupo as moscas-varejeiras (aquelas
moscas de cor metálica) e as mutucas.
Conhecer e prevenir
Aedes aegypti é um inseto conhecido popularmente como mosquito da
dengue. Trata-se de uma espécie proveniente da África, atualmente presente
em quase todo o mundo.
O mosquito está bem adaptado às zonas urbanas, mais precisamente à casa
das pessoas, onde consegue reproduzir-se, depositando seus ovos locais com Carrapatos: alimentam-se do sangue de animais como cavalos, bois e
água (limpa ou suja). cachorros, e do homem. Também já foram vistos em aves (galinhas).
O homem é o principal hospedeiro desse
mosquito.
Ele é considerado transmissõr de doenças
graves, como a dengue, a febre amarela, a
chikungunya e o zika vírus, sendo as duas
últimas, atualmente, a grande preocupação
das autoridades de saúde.
Seu controle é difícil, por ser muito hábil na escolha de seus criadouros e muito
resistente, pois pode sobreviver por vários meses, sem água. Pulgas: alimentam-se do sangue de gatos, cachorros e homem, causando
Nesse sentido, é muito importante não deixar objetos, dentro ou fora de casa, muita coceira e vermelhidão.
que possam acumular água; assim se não houver esse ambiente favorável, o
mosquito aedes aegypti não conseguirá reproduzir-se.

Parasitas
Eles vivem dentro ou sobre outro ser vivo, este conhecido como hospedeiro.
São prejudiciais à saúde, porque, sugando-lhe o sangue, obtém o alimento de
que precisam para viver.
Exemplos: pulgas, piolhos, carrapatos, lombrigas, solitária, entre outros.
Para o estudo dos alunos, elencamos quatro grupos de invertebrados. São Lombriga e solitária: são exemplos de vermes de corpo alongado e sem patas,
eles: insetos, aracnídeos, moluscos e crustáceos. Os demais invertebrados que vivem dentro do organismo de seres humanos e animais retirando deles o
mostrados servem apenas para ampliação de saberes. alimento necessário para seu desenvolvimento.
32 –
Esses invertebrados parasitas, (lombrigas e solitárias) também chamados
de vermes, penetram no corpo, quando ainda são microscópicos, causando
doenças, as chamadas verminoses.
A contaminação pode ocorre ao ingerirmos alimentos contaminados e mal
preparados ou bebermos água não filtrada ou fervida.
Hoje, com o desenvolvimento da tecnologia, há exames e remédios para
expulsão desses vermes do organismo de pessoas e animais. Mas, para evitar
C1_3oANO_EF_Ciencias_FABIANA_2022.qxp 27/10/2021 17:10 Página 111

a contaminação, nada mais indicado que a higiene da casa, das mãos e do

corpo e na preparação dos alimentos.

Hora de investigar
Cuidando e prevenindo

Data de entrega: _____/______/______

Objetivo: contribuir na conscientização sobre preservação dos animais invertebrados e Resposta pessoal. É preciso observar a coerência com o tema
na prevenção contra doenças causadas por alguns deles. selecionado.
Proposta: criar uma campanha de preservação dos invertebrados ou prevenção de
doenças causadas por eles.

Procedimentos gerais:
Junte-se a um colega e, juntos, escolham um tema para fazer uma campanha de
preservação dos animais invertebrados ou prevenção de doenças.

1) Escolham um dos temas que seguem:

• O mosquito Aedes aegypti e as doenças que ele pode causar.
• Insetos considerados parasitas por viverem no corpo dos seres vivos para adquirir
o seu alimento (pulgas, piolhos).
• Borboletas e joaninhas, animais que colaboram para a preservação do meio
ambiente.
2) Pesquisem em diferentes fontes.
3) Escolham qual meio de comunicação será utilizado para expor a campanha: cartaz,
propaganda de rádio ou TV, telejornal, carta, bilhete de alerta, etc.
4) Anotem as informações encontradas, preenchendo a ficha da próxima página. Em
Resposta pessoal.
seguida, prepararem a campanha. Lembrem-se de incluir informações interessantes sobre
o invertebrado escolhido.
5) Apresentem o trabalho aos colegas, podendo utilizar músicas, teatros, vídeos ou
encenações. Você pode utilizar também fantasias ou adereços que indiquem o animal
escolhido.
111
6) Procurem colocar uma imagem do animal invertebrado que você escolheu.

– 33
 Professor, é indispensável, durante o jogo, circular entre os grupos percebendo as descobertas regis-
tradas e as dúvidas apresentadas. A socialização é essencial para novas descobertas. Veja possível
desenvolvimento do jogo no final deste caderno.

Exploração e descoberta

Jogos e brincadeiras Resposta pessoal.

Data / /
Dominó Animal

Você participará de um jogo de Dominó Animal!

Nele precisará relacionar as características
Em grupo
presentes nos animais invertebrados.

Material: 26 cartas, contidas na seção

Brincar e aprender.
Participantes: 3 ou 4 jogadores.
Orientações gerais: recortar as
cartas disponíveis na seção Brincar e
aprender e organizá-las no envelope.

Regras do jogo:
• A professora, ou colega, esco­
lherá quem será o primeiro
jogador.
• Cada jogador recebe cinco
cartas; o restante delas per­
manecerá no centro da mesa.
• O primeiro jogador põe uma das cartas, virada para cima, no centro da mesa.
• O próximo jogador, em sentido horário, deve observar a carta no centro da mesa,
para então procurar, entre as suas, uma que se encaixe em uma das extremidades,
lendo em voz alta as informações contidas na carta.
• Caso o jogador não a tenha, ele pegará uma carta do monte, até conseguir
encontrar uma que se encaixe.
• Se as cartas acabarem antes que consiga encontrá-la, ele passa a vez.
• O jogo acaba quando alguém "bater" (ou seja, o jogador fica sem cartas na mão)
ou quando ninguém conseguir encaixar mais nenhuma carta Uogo "fechado").
Bom jogo!

34 –
 C1_3oANO_EF_Ciencias_Gabriela_2021.qxp 27/08/2020 19:01 Página 116

A evolução dos vertebrados

Resposta pessoal.
Não se deve acumular lixo, a fim de evitar a presença de baratas. Os entulhos de obras Peixes
também devem ser eliminados das casas. Recomenda-se o uso de telas nos ralos de chão, nas Os peixes foram, provavelmente, os primeiros vertebrados a surgirem no planeta, há
pias e nos tanques, bem como a vedação das frestas nas paredes e a colocação de soleiras nas milhões de anos. Habitavam os mares, rios, riachos, açudes etc.
portas. Outra medida é afastar camas e berços das paredes, e ainda vistoriar as roupas e os Eram pequenos e tinham coluna vertebral, mas não tinham mandíbula, quer dizer,
calçados antes de usá-los. não conseguiam morder. Com o passar dos anos eles evoluíram com algumas
adaptações, as quais contribuíram para que pudessem sobreviver no habitat natural.
Hoje, esse grupo de animais é o mais numeroso entre os vertebrados. Existem mais
de 24 mil espécies conhecidas de peixes, que vivem em água doce ou salgada.
Resposta pessoal. Caso ocorra uma picada de escorpião devemos:
– lavar o local da picada com água e sabão;
– manter o local da picada voltado para cima;
– não cortar, furar ou apertar o local da picada;
– beber bastante água;
– ir o mais rápido possível a um pronto-socorro ou ligar para o serviço de atendimento de
emergência de sua cidade.

Anfíbios
Da água nasceram, evoluíram e conseguiram se adaptar também ao meio terrestre.
Esses animais foram os primeiros vertebrados que se aventuraram a viver em terra firme.
Eles têm como principal característica a sua vida dividida em duas fases, uma dentro da
água e outra fora dela.
De modo geral, os anfíbios são encontrados em ambientes úmidos, quase sempre
longe de extremos climáticos, ou seja, longe de lugares onde as temperaturas são muito
altas ou muito baixas.

116

– 35
36 –

Os primeiros vertebrados, os peixes, surgiram somente no final do Período Cambriano. Eles se
espalharam pelos mares ao longo do período seguinte, o Ordoviciano, que começou há cerca de 505
milhões de anos. Muitas dessas formas de vida se extinguiram. Outras, porém, evoluíram e deram
origem aos peixes atuais.
INFORMAÇÕES AO PROFESSOR
No período em que os animais começaram a ser classificados, eles foram
divididos entre animais de sangue quente e animais de sangue frio. No grupo
dos animais de sangue quente estavam presentes as aves e os mamíferos, ao
passo que no grupo dos animais de sangue frio estavam presentes os répteis, os
anfíbios, a maioria dos peixes e os animais invertebrados. Ao longo do tempo, a
expressão "animais de sangue quente" foi substituída por "animais endotérmicos"
e a expressão "animais de sangue frio" foi substituída por "animais ectotérmicos".
Portanto, agora dizemos que as aves e os mamíferos são animais endotérmicos e
os répteis, os anfíbios, alguns peixes e os invertebrados são animais ectotérmicos.
A endotermia e a ectotermia são mecanismos adotados pelos animais para
controlar a temperatura corporal, por isso os chamamos de mecanismos
termorreguladores. Os animais endotérmicos elevam a temperatura corporal e a
mantêm constante a partir de mecanismos internos, ou seja, o próprio metabolismo
do animal consegue controlar a sua temperatura. Já os animais ectotérmicos
não são capazes de regular a temperatura corporal por meio de mecanismos
internos. Logo, precisam de fontes externas de calor para elevar e manter a sua
temperatura corporal e mantê-la constante. Esses animais obtêm calor do meio
ambiente (meio externo), geralmente com a exposição ao sol ou ao entrar com
contato com superfícies quentes como as rochas.
Disponível em: <http://escolakids.uol.com.br/animais-endotermicos-e-animais-
ectotermicos.html>.
Os anfíbios possuem um endoesqueleto, isto é, um esqueleto interno. Representam
o primeiro grupo dos vertebrados que desenvolveram membros, o que significou
um grande avanço na evolução animal. Outra característica desses animais é
o fato de passarem o início de suas vidas dentro da água e depois mudarem
esse hábito, passando a viver em terra firme. É devido a essa característica que
eles recebem esse nome, pois anphibia, do grego, significa, "vida dupla". Ao
mudarem de habitat, saindo da água e dirigindo-se à terra, os anfíbios sofrem
transformações. Essas transformações são chamadas de metamorfose.
Que tipo de animais são os anfíbios? Os anfíbios foram os primeiros vertebrados a
conquistar o ambiente terrestre. Do ponto de vista evolutivo, constituem um grupo
situado entre os peixes e os répteis. Apesar de muitas espécies poderem viver
fora do ambiente aquático, os anfíbios sempre apresentam grande dependência
da água, pelo menos durante a fase reprodutiva, pois seus ovos, desprovidos de
casca, necessitam de umidade constante. Os filhotes, ao nascerem, vivem na
água, onde respiarm através de brânquias e, com seu desenvolvimento, passam
para a terra, onde respiram por pulmões. Daí o nome anfíbio – que significa, em
grego, "duas vidas" , referindo-se às fases aquática e terrestre. A temperatura
do corpo desses animais não é constante, variando conforme a temperatura do
ambiente. Sua pele é quase sempre úmida, o que causa a sensação de serem
"gelados" e "pegajosos". Essa umidade é importante para que eles possam
realizar a respiração cutânea, além da pulmonar. Diferentemente dos outros
vertebrados, a pele dos anfíbios é nua, não possuindo escamas, pelos ou penas.
– 37
Logo, eles são muito suscetíveis à perda de água. Para contornar esse problema,
uma das estratégias que utilizam é a de serem, na maioria das espécies, animais
noturnos. Embora seus antepassados pré-históricos tenham atingido tamanhos
muito grandes, a maioria dos anfíbios atuais não passsa de 30cm de comprimento,
C1_3oANO_EF_Ciencias_FABIANA_2022.qxp 20/10/2021 11:26 Página 120
sendo que os menores podem ter menos de 1cm. Por todas essas características,
os anfíbios tendem a habitar as regiões próximas ao Equador, ficando mais
concentrados na tropical. Apesar disso, algumas espécies podem desenvolver
adaptações que lhes permitem viver em regiões frias, em grandes altitudes e
até em desertos. Dessa maneira, existem cerca de 4.500 espécies descritas de
anfíbios, que se distribuem por todos os continentes, exceto a Antártida.
A maioria dos peixes se reproduz por ovos, por isso, levam o nome de ovíparos. São
animais de sangue frio que necessitam manter a temperatura do corpo igual à do ambiente
em que se encontram.
Respiram retirando o oxigênio da água que entra pela boca e passa pelas brânquias,
saindo em seguida pelos opérculos (aberturas que ficam ao lado da cabeça).
Corpo compacto, cabeça e boca grandes, olhos saltados e línguas pegajosas são as
características mais famosas dos anfíbios. Além disso, desenvolvem-se passando por duas
fases na vida bastante importantes:
1.ª fase – Quando nascem os girinos
2.ª fase – Quando passam para a fase adulta.
Apesar de muitas espécies viverem fora do ambiente aquático, os anfíbios têm uma
grande dependência da água, principalmente durante a fase reprodutiva, porque é na água
que são depositados os ovos, portanto são animais ovíparos.
120
38 –
INFORMAÇÕES AO PROFESSOR
Os répteis são animais que, às vezes, causam estranheza aos alunos, mas é
seu papel apresentá-los inseridos em seu habitat, possibilitar que descubram
a importância de sua vida nesse ambiente e saibam sobre sua reprodução,
alimentação e sobre as características físicas e orgânicas que os diferem de
outras espécies. Quando o professor leva seus alunos a pensar e a analisar
a importância de cada animal no seu mundo, possibilita o entendimento do
conteúdo de forma mais ampla, e não somente o estudo de cada animal de
forma isolada. Esses animais são, por natureza, esquivos e pouco dados a
grandes interações com outras espécies, principalmente os seres humanos.
Algumas pessoas, no entanto, conseguem manter relações de familiaridade
com alguns deles, ainda que sempre limitadas. É importante saber que elas não
são impossíveis. Permita que os alunos leiam os textos do Caderno em voz alta,
discutam e contem sobre o que estão lendo. A argumentação e a exposição de
ideias constroem o conhecimento individual. Por ser um assunto muito atrativo,
incentive todos a levarem para a escola fotos e livros relacionados a ele, criando
um ambiente informativo e visual em sala de aula. Com o material trazido, poderá
ser organizado um grande álbum de imagens. Aproveitando esse momento,
deixe expostas também as características das espécies apresentadas. Dessa
forma, os alunos poderão observar e comparar as diferenças descobertas.
 INFORMAÇÕES AO PROFESSOR

A tartaruga-aruanã ou tartaruga-verde pode chegar a 143 cm de comprimento

e pesar por volta de 200 kg. Seu habitat são as águas costeiras com muita
vegetação, e esse tipo de tartaruga é raramente visto em alto-mar. A população
estimada é de 203 mil fêmeas em idade reprodutiva. As desovas acontecem
principalmente na Ilha da Trindade (ES), no Atol das Rocas (RN) e em Fernando
de Noronha (PE).
Tartaruga-de-couro: é a maior de todas as espécies e também corre risco de
extinção. No Brasil, já foram registrados animais com 182 cm de comprimento.
Seu peso pode chegar a 700 kg. A população estimada é de 34 mil fêmeas em
idade reprodutiva e suas desovas regulares ocorrem no litoral norte do Espírito
Santo. A tartaruga-cabeçuda pode chegar a 136 cm de comprimento e seu peso
varia de 100 a 180 kg. Ela recebe esse nome devido ao tamanho de sua cabeça
e à sua mandíbula, que é extremamente forte. Sua população estimada é de 60
mil fêmeas em idade reprodutiva. As principais áreas de desova da tartaruga-
cabeçuda no Brasil são o norte da Bahia, o Espírito Santo, o Rio de Janeiro e
Sergipe. Tartaruga-de-pente: é apontada pela IUCN como a espécie que está em
situação mais arriscada de extinção. As principais causas disso são a exploração
de seus ovos nas praias, as perdas e a degradação de seu habitat, a captura e
o fato de ficarem presas em redes de pesca. Seu comprimento pode chegar a
114 cm e ela pode pesar até 150 kg. A desova é mais comum no litoral norte da
Bahia e em Sergipe e no litoral sul do Rio Grande do Norte. Tartaruga-oliva: é
a menor das espécies encontradas no Brasil. Seu comprimento pode chegar a
82 cm e ela pesa, em média, 40 kg. A população estimada mundialmente é de
800 mil fêmeas em idade reprodutiva. A área da desova está localizada entre o
litoral sul do estado de Alagoas e o litoral norte da Bahia.

Disponível em: <http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/conhe-

ca-5-especies-de-tartarugas-marinhas-brasil/>.

– 39
 Diálogo com o texto
Diálogo com o texto
1. Você acabou de conhecer características de três grandes grupos dos
animais vertebrados: peixes, anfíbios e répteis. Complete o quadro
abaixo, com as semelhanças entre essas espécies.
Em duplas

Semelhan�as

Reprodu�ao Nascem por meio de ovos.

Respira�ao
Todos respiram oxigênio. Os répteis respiram pelos pulmões e,
no caso dos anfíbios, a respiração ocorre também pela pele.
Diferen�as

Alimenta�ao, modo de vida, cobertura da pele e locomo�ao
Peixes
Os peixes são animais bem
adaptados à locomoção no
meio aquático. Seu corpo
é fusiforme. Essa forma
hidrodinâmica facilita sua
deslocação na água. As
barbatanas são seus órgãos
de locomoção, que lhes
permitem deslocar-se no seu
ambiente natural.
Anfibios
A grande maioria dos
anuros são saltadores, as
salamandras caminham e
as cobras-cegas se arrastam.
Na água são nadadoras.
Para nadar, as larvas usam
a cauda e os adultos utilizam
as patas, que possuem
membranas interdigitais.
Têm o corpo coberto por
pele. Locomovem-se sal-
tando. Quando adultos,
respiram pelos pulmões e
pela pele.
Repteis
O nome répteis (do latim
reptare = rastejar) refere-se
ao modo de locomoção
desses animais: as quatro
patas (ausentes nas cobras)
situam-se no mesmo plano
do corpo, determinando o
rastejamento do ventre no
solo. Para realizar esses
movimentos, os répteis
apresentam músculos bem
desenvolvidos. Seu esqueleto
é totalmente ósseo.
Porque em comparação com sapos e rãs, as pererecas apresentam tamanho muito reduzido.
Sua pele é lisa e úmida como a das rãs, e podem ser diferenciadas observando-se seus dedos.
Os dedos das pererecas possuem ventosas que permitem que elas, literalmente, subam pelas
paredes.
INFORMAÇÕES AO PROFESSOR
Sapo Rã Perereca
Tenho a pele dura, ás- Não sou a fêmea do Apresento pequenos dis-
pera. Geralmente vivo sapo. Minha pele é lisa. cos adesivos nas pontas
no solo. Salto para fugir Minhas pernas trasei- dos dedos, daí a facilida-
dos predadores e caço ras são bem compridas, de que tenho para "gru-
insetos com minha lín- próprias para saltar. Al- dar" em paredes, árvo-
gua ágil. gumas rãs coloridas têm res, muros etc. Sou bem
a pele muito venenosa. menor que a maioria dos
Outras não. sapos e das rãs.

2. Explique por que os anffbios, na fase adulta, necessitam ficar fora ou pr6ximos a agua
para viverem?
Porque, quando adultos, os anfíbios respiram pelos pulmões, órgãos que se desenvolvem
durante uma transformação pela qual eles passam quando saem da fase de girino para a
adulta, na qual vivem fora da água. Eles também respiram através da pele, por isso vivem
em locais úmidos.
40 –
As diferenças são físicas, pois estão nas pernas, na cor e no modo de se
locomover.
As semelhanças encontram-se no modo de reprodução, na forma de respirar,
na transformação pela qual todos passam (metamorfose) e no local onde vivem
(terra).
Dentre os anfíbios anuros, podemos distinguir três categorias de animais com
base em seu aspecto externo: sapos englobam as várias espécies de animais de
hábitos mais terrestres. Geralmente, apresentam a pele rugosa e mais seca em
relação às rãs e às pererecas. Possuem um par de protuberâncias glandulares,
uma atrás de cada olho, conhecidas como parotoides, e locomoção lenta, quase
sempre resumida a pequenos saltos. Rãs são animais essencialmente aquáticos,
de pele muito lisa e úmida, dedos de ponta afilada e locomoção rápida, por meio
de saltos de grande extensão. As pererecas são dotadas de discos adesivos
nas pontas dos dedos, o que lhes confere a capacidade de subir na vegetação
ou em paredes. Essa é uma de suas principais características. Além disso,
possuem pele lisa e úmida e locomovem-se rapidamente por meio de saltos.

Os jacarés de papo amarelo já estiveram na lista de animais que correm risco de extinção
devido à caça ilegal. Armandinho quis dizer que o jacaré deveria estar assustado, pois sabia
que muitos de seus “familiares jacarés” já foram extintos e caçados pelos homens.

– 41
 em temperatura constante, havendo algumas curtas interrupções. O período de
C1_3oANO_EF_Ciencias_FABIANA_2022.qxp 27/10/2021 17:16 Página 126
incubação varia muitíssimo, por exemplo, para os ovos de pardais a incubação
dura 12 dias, para os de galinhas, 21 dias e para os de avestruzes, cerca de
seis semanas.

INFORMAÇÕES AO PROFESSOR

Existem cerca de 13.000 espécies descritas de aves. Elas têm o corpo coberto
de penas, e seus membros anteriores estão transformados em asas. A pele con-
tém apenas uma glândula, a glândula do uropígio. Sua secreção permite que as
penas repilam a água e é de grande importância para a formação da vitamina
D, a partir da ação dos raios solares sobre o ergosterol por ela segregado. A for-
mação de substância córnea dá-se nas penas, no bico e nos tarsos, nos dedos
e nas unhas. Uma vez por ano as aves mudam de penas. Os machos das aves
têm, em geral, as penas muito mais coloridas em comparação com as fêmeas.
Nos galináceos, aves que praticam a monogamia, os dois sexos têm, via de
regra, a mesma cor, mas, se o macho é polígamo, ele é sempre mais bonito que
a fêmea. As cores brilhantes das aves tropicais têm, na realidade, uma função
protetora: na vegetação tropical colorida pelo sol intenso, elas confundem-se
A palavra ‘mamífero’ vem do latim e quer dizer “portador de mama”. A principal
característica desse grupo é a presença de mamas, formadas por glândulas capazes de
produzir e armazenar leite na fêmea, para alimentar seus filhotes.
Os mamíferos possuem grande capacidade de aprendizagem. Conseguem adequar o
comportamento conforme o ambiente no qual estão inseridos e as pessoas com as quais
interagem, assim eles brincam, correm, ameaçam e brigam.
A maioria das espécies de mamíferos são classificadas como vivíparos, tipo de
desenvolvimento em que o embrião se desenvolve por completo dentro do corpo da mãe e
os filhotes, por sua vez, já nascem com formato bem similar ao que terão quando se tornarem
adultos.

Figuras 29 a 32
por completo com o ambiente. Seu esqueleto é leve. As extensões dos pulmões
formam os sacos aéreos, que penetram nos ossos das asas e nos outros ossos
compactos e entre os diversos órgãos do corpo.
As características do bico e dos pés das aves correspondem a diferentes mo-
dos de vida. Assim, quanto aos pés, distinguem-se adaptações para marchar,
empoleirar, trepar, patinar, nadar etc. A temperatura do corpo desses animais
varia entre 40 oC e 43 oC. Seus pulmões são, como foi dito, providos de sacos
aéreos, que tornam a ave mais leve para o voo. Dentro dos pulmões, os condu-
tos aéreos não terminam em vesículas pulmonares, mas prosseguem por um
sistema capilar contínuo. Os sons emitidos pelas aves são produzidos por uma
espécie de laringe especial. Elas não têm dentes e, portanto, não podem masti-
gar os alimentos. Estes se armazenam em uma dilatação do esôfago, o papo, e
só ulteriormente, com o auxílio de pequenas pedras engolidas, são triturados na
moela, que é a parte muscular do estômago. A gema do ovo é envolvida suces-
sivamente por albumina, membrana e casca, que se formam no oviduto. Para
seu desenvolvimento, os ovos têm de ser incubados, geralmente pela fêmea, 126
mas, nalgumas espécies, o macho também toma parte na incubação ou tem-na
exclusivamente a seu cargo. Não é absolutamente necessário manter os ovos
42 –
 metamorfoses para tornarem-se adultos. Porém, no caso dos marsupiais, como
o canguru e o coala, o recém-nascido precisa completar seu desenvolvimento
em uma bolsa na barriga da mãe. As únicas exceções são os representantes do
C1_3oANO_EF_Ciencias_Rachel_2020 25/11/2019 10:45 Página 128
grupo dos monotremados, como a equidna e o ornitorrinco. Esses mamíferos
primitivos põem ovos como as aves e os choca em sua toca. Todas as fêmeas
dos mamíferos amamentam seus filhotes.

Diálogo com o texto

1. Você estudou dois grupos de vertebrados com características peculiares.

Escreva abaixo duas características específicas de cada um desses grupos:

– Possuem o corpo coberto por penas.

– Possuem asas (grande parte das aves consegue voar com as asas).
Aves – Possuem bico (usado para pegar alimentos, quebrar, furar e até
transportar itens).
– Possuem ossos pneumáticos (ocos, com presença de ar na parte interna).
– Não possuem dentes.

Os mamíferos são animais vertebrados que se alimentam do leite de

Mamíferos suas mães, uma vez que estas possuem glândulas mamárias. Outras
características desse grupo são: corpo coberto de pelos, cérebro
desenvolvido e presença de glândulas sudoríparas.

2. Leia a tirinha abaixo:

INFORMAÇÕES AO PROFESSOR

Os mamíferos surgiram na Terra durante a era Secundária, há 200 milhões de
anos, mas se multiplicaram durante a era Terciária, há 50 milhões de anos,
após o desaparecimento dos grandes dinossauros. Eles conquistaram todos
os meios: existem mamíferos terrestres, como o lobo; subterrâneos, como
a toupeira; aéreos, como o morcego; e aquáticos, como o golfinho. Entre os
mamíferos atuais, existem cerca de 5 mil espécies. São animais vivíparos, isto
é, seus ovos desenvolvem-se, parcial ou completamente, no ventre da fêmea e
os filhotes que nascem são parecidos com os pais, ou seja, não precisam sofrer
(Laerte, Folhinha em Folha de S. Paulo.)
Em sua opinião, as aves devem ser livres ou criadas em gaiolas? Justifique.
Resposta pessoal, porém coerente com a preservação dos animais e as vivências individuais.
É preciso que o professor seja um mediador para que o "real" sentido da tirinha seja compreendido,
uma vez que é necessário entender toda a conversa, bem como o significado de os passarinhos
128
voando soltos no final.
– 43
 Seguem abaixo possíveis respostas.
Mamíferos aquáticos: peixe-boi, botos, leão-marinho, foca, morsa, lontra-marinha, baleia,
golfinho, entre outros.
Aves aquáticas: cisnes, gansos, marrecos, pinguins, entre outras.

Os mamíferos aquáticos sobem à superfície da água para respirar, ou seja, retirar o oxigênio do ar.

cavalo camelo

rato
gato

São mamíferos, nascem da barriga da mãe e mamam quando pequenos. São os únicos
mamíferos que voam.

Os morcegos auxiliam na polinização da seguinte maneira: eles visitam as flores para consumir macaco porco
o néctar, e acabam por transportar o pólen de uma flor a outra da mesma espécie, ajudando,
assim, na reprodução das plantas visitadas. A polinização por meio dos morcegos é, na prática,
feita pelo contato dos pelos do animal com a flor. O pólen fica preso nos pelos do morcego,
que o leva até outras flores. coelho onça hipopótamo tamanduá

44 –
4 2

2
3 5
3 1 4

– 45
 b) Os dois animais passam pela metamorfose. A borboleta inicia sua vida no ovo, passa pela
fase larval, transforma-se em pupa e chega até a fase adulta. Os sapos nascem de ovos,
transformam-se em girinos e atingem a forma adulta.
c) As borboletas e os sapos são importantes para o equilíbrio da natureza.
As borboletas são polinizadoras e indicadoras do equilíbrio do ecossistema.
Os sapos, por alimentarem-se de insetos, acabam evitando a proliferação de pragas. São
também indicadores do equilíbrio do ambiente, pois precisam de ar úmido e limpo, uma
vez que respiram também pela pele.

46 –
Registro de acordo com a pesquisa.

– 47
 Registro de acordo com a pesquisa.

48 –
Resposta pessoal, ilustrar o poema.

Borboletas, lavadeiras, caracol, cigarra Passarinhos, lagarto e sapo.

e grilos.

Resposta pessoal, porém coerente com o texto.

– 49
C1_3oANO_EF_Ciencias_Rachel_2020 25/11/2019 10:45 Página 141

2. O que você entende por invertebrados parasitas? Investigue, perguntando aos adultos
de sua família.

Invertebrados parasitas são seres vivos que vivem dentro ou sobre outro ser vivo,
chamado de hospedeiro. Os parasitas o prejudicam, em geral sugando-lhe o sangue,
obtendo assim o alimento de que precisam para viver. São exemplos de invertebrados
parasitas: pulga, piolho, carrapato, lombriga, solitária, entre outros.

Resposta pessoal com base na pesquisa feita pelo aluno.

3. Quais são os cuidados que você e sua família tomam para evitar as doenças causadas
pelos animais invertebrados parasitas? Faça uma lista com dois cuidados.

 Lavar e desinfetar as frutas, as verduras e os legumes antes de consumi-los.

 Comer apenas carne bem passada.
 Consumir água tratada ou fervida.
INFORMAÇÕES AO PROFESSOR
 Evitar entrar em lagos ou riachos desconhecidos, pois há o risco de infecção causada
O pirarucu (Arapaima gigas) é um dos maiores peixes de água doce do planeta.
por micro-organismos parasitas. Nativo da Amazônia, ele promove benefícios para o ecossistema e para as
comunidades que vivem da pesca. Seu nome deriva de dois termos indígenas:
 Lavar sempre as mãos.
pira (peixe) e urucum (vermelho), devido à cor de sua cauda.
É um peixe de grandes dimensões. Seu comprimento, quando adulto, costuma
variar entre dois e três metros, e o peso, entre 100 e 200 kg.
141 Com o aumento da pesca comercial nas últimas décadas, os estoques
pesqueiros vêm sofrendo uma pressão cada vez mais intensa. Isso gera impacto
nas populações das principais espécies comerciais, como o pirarucu.
50 –
A espécie corre risco de extinção devido à pesca predatória praticada ao longo
de muitos anos. A reprodução natural do peixe é insuficiente para repor o número
de pirarucus pescados. A exploração não sustentável fez com que o Ibama –
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –
criasse em 2004 uma Instrução Normativa que regulamenta a pesca do pirarucu
na Amazônia, proibindo-a em alguns meses do ano e estabelecendo tamanhos
mínimos para pesca e comercialização da espécie.

Chico Bento está abrigando os animais para protegê-los do caçador.

Essa expressão refere-se aos animais que estão correndo risco de desaparecerem do planeta
Terra. Isso pode ocorrer devido à poluição, à destruição do habitat desses animais, bem como
à venda deles para outros países (tráfico de animais).

– 51
52 –
– 53
54 –
– 55
 C1_3oANO_EF_Ciencias_Gabriela_2021.qxp 28/08/2020 12:19 Página 165

Cartas para o texto “A evolução dos vertebrados”

56 –
C1_3oANO_EF_Ciencias_Rachel_2020 18/03/2020 10:23 Página 167
Cartas para o texto “A evolução dos vertebrados”
167
AVALIAÇÃO
Acompanhar os processos de aprendizagem e desenvolvimento
Acompanhar processos exige do professor certa disciplina, quer dizer, é preciso
incluir na rotina quando e como o aluno será avaliado, e também a forma de
registrar os dados, para que estes não se percam, até porque contar somente com
a memória pode contribuir para que se chegue a conclusões, às vezes, injustas.
Assim, seguem alguns recursos para que os diagnósticos individual e coletivo seja
elaborado com muita proximidade do nível de aprendizagem em que os alunos se
encontram. Entre os mais eficientes, destacamos indicadores observáveis com o
foco em dois grandes propósitos: conceitos e habilidade e atitudes.
Tipos de avaliação
PM – Prova Mensal
PB – Prova Bimestral
PAC – Programa de Avaliação Contínua
Cálculo das notas:
PM(x 2) + PB(x 5) + PAC (x 3)
= Média bimestral
10
– 57
 Possível desenvolvimento do jogo do dominó animal:
Descrição da Descrição do Descrição da Descrição da
joaninha escorpião formiga cigarra

Descrição do Descrição do Descrição da Descrição da

Descrição da
coral abelha medusa minhoca

lagosta
Descrição do Descrição do Descrição da Descrição do
Descrição do

grilo Bernardo- aranha escaravelho

caracol

-eremita

Descrição do Descrição da Descrição do Descrição do

Descrição da
anêmona
tatu-bola barata mosquito louva-a-deus

Descrição da Descrição da Descrição da Descrição da

Descrição da
borboleta

estrela-do-mar caranguejo lula lagarta

Descrição da Descrição do

Descrição da
joaninha polvo

libélula
58 –
 Ensino Fundamental (do 2.o ao 5.o ano)
Programa de Avaliação Contínua – PAC
Critérios a serem observados na aprendizagem do aluno – Ciências da Natureza

Aluno(a):_____________________________________________________________ 3.o ano / 1.o bimestre Valor total

Compreende
Percebe e a importância
Defende com
HABILIDADES

verbaliza da prevenção
Reconhece as Percebe e argumentos os
oralmente ou Nomeia os Compreende Nomeia os Reconhece as ao tráfico Transfere os
características compreende a conhecimentos
por registro diferentes a história diferentes características de animais, conhecimentos
dos diferentes metamorfose adquiridos, TOTAL
escrito a grupos de evolutiva grupos de de cada grupo bem como a adquiridos para
grupos de dos animais oralmente
diferença entre animais dos animais animais dos animais conscientização realização de
animais vertebrados e e através
os animais invertebrados. vertebrados. vertebrados. vertebrados. da preservação lições de casa.
invertebrados. invertebrados. de registros
invertebrados e das diferentes
escritos.
vertebrados. espécies
animais.
AVALIAÇÃO

(1,0) (1,0) (1,0) (1,0) (1,0) (1,0) (1,0) (1,0) (1,0) (1,0) (10,0)

– 59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMABIS, J. M.; MATHO, G. R. Biologia da células – Origem da vida. Moderna.
ANDREY, M. M.; MICHELETTO, N. Para compreender a Ciência – Uma
perspectiva histórica. 9. ed. São Paulo: Educ, 1988.
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BAG, Mário (org. e ilustrador). Procura-se! Galeria de animais ameaçados de
extinção. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2007.
BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? 2. ed. São Paulo: Ática, 2008.
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Sugestões de leitura de livros paradidáticos para os alunos
ANDRADE, Maria Hilda de Paiva; MORAIS, Marta Bouissou. Tanto bicho
Ilustrações de Walter Lara. Belo Horizonte: Editora Dimensão, 2014.
BAG, Mario et al. Procura-se! Galeria de animais ameaçados de extinção.
Ilustrações de Mario Bag. São Paulo: Companhia das Letrinhas e Ciência Hoje
das Crianças, 2007.
BRASIL, Anna Maria; SANTOS, Fátima. Dicionário O ser humano e o meio
ambiente de A a Z. São Paulo: Faarte, 2005. (Série Equilíbrio ambiental).
BRIOSCHI, Gabriela. Bichos do Brasil. São Paulo: Odysseus Editora, 2004.
CANISO, C. Bichos de quintal. Moderna.
CATUNDA, C.; MISTRIRIGO, K. Luna em... Eu quero saber mais! Animais.
Salamandra.
CONZO, H. J. Descobrindo os bichos do jardim. Matrix.
______. Descobrindo os bichos da praia. Matrix.
______. Bichos sinistros. WMF Martins Fontes.
DURAND, Jean-Benoit. A vida em pequenos passos. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2009.
GARCIA, F.M. A vida da aranha. Espiral.
JOSÉ, Elias. De olho nos bichos. Ilustrações de Sheila Moraes Ribeiro.
São Paulo: FTD, 2003. (Série Arca de Noé).
LALAU. Novos brasileirinhos. Ilustrações de Laurabeatriz. São Paulo: Cosac
Naify, 2002. (Coleção Brasileirinhos).
______. Mais brasileirinhos. Ilustrações de Laurabeatriz. São Paulo: Cosac
Naify, 2003. (Coleção Brasileirinhos).
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______. Brasileirinhos: poesia para os bichos mais especiais da nossa
fauna. Ilustrações de Laurabeatriz. São Paulo: Cosac Naify, 2003. (Coleção
Brasileirinhos).
______. Bem brasileirinhos: poesia para os bichos mais especiais da nossa
fauna. Ilustrações de Laurabeatriz. São Paulo: Cosac Naify, 2001. (Coleção
Brasileirinhos).
LIMA, C. Quem vai me contar onde as abelhas foram parar? Varanda 34.
MARTINS, P; MÓES, T. Poemas do jardim. Cortez.
MICHAELIS, A; TUAN, R. Bichos do jardim. Callis.
MITSUNAGA, Marli. Guia Ecokids: animais brasileiros ameaçados de extinção.
São Paulo: Caramelo, 2004.
ORNELLAS, A. O mundo secreto dos insetos. Cortez.
PENHA, Edson; CORBE, Daniela. Bichos de cá. Ilustrações de Tatiana Clauzet.
São Paulo: Bamboozinho, 2013.
PRAP, L. Vida de inseto. Você sabe tudo sobre insetos? Biruta.
PROTETI, João. Bicho bonito, bicho esquisito! Ilustrações de João Proteti.
São Paulo: Cortez Editora, 2007.
REIS, Estéfane Cardinot. Bichos do mar. Gaia. Bichos do mar. São Paulo:
Editora Gaia, 2012. (Coleção Céu, Terra e Mar).
RITER, Caio. Bichos daqui, de lá e de além. Ilustrações de Anuska Allepuz.
São Paulo: Edelbra Editora, 2015.
ROCHAEL, Denise. Olha a ariranha... Ilustrações de Denise Rochael. São
Paulo: Cortez Editora, 2005. (Coleção Bichos de Água Doce).
______. Boca de piranha. Ilustrações de Denise Rochael. São Paulo: Cortez
Editora, 2005. (Coleção Bichos de Água Doce).
______. Uma graça! Ilustrações de Denise Rochael. São Paulo: Cortez Editora,
2005. (Coleção Bichos de Água Doce).
SANTOS, C. A vida secreta das formigas. Cortez.
SOUSA, Mauricio de. O livro dos animais pré-históricos. São Paulo: FTD, 2013.
(Coleção Biblioteca da Turma).
VILLELA, B. O que é que tem no seu quintal? Moderna.
WEIL, D. A minhoca dorminhoca em apuros. Paulinas.
Sugestão de coleção para os alunos
Ciência e Natureza – Espaço e planetas. Abril Time Life.