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ÍNDICE

Programação anual....................................................................................................... 1
Subsídios teóricos...................................................................................................... 16
Orientações didáticas e metodológicas para o trabalho na área da Matemática........... 21
Orientações metodológicas para a execução das sequências didáticas....................... 47
Projeto: Contando com diferentes povos numa volta ao mundo................................ 104
Referências bibliográficas......................................................................................... 118
Programa de avaliação contínua (PAC)...................................................................... 120

Autoras:
Claudia Gebin Maciel
Debora de Oliveira Cruz
Maria Fernanda Tedesco Scatena
Meiri Aparecida Rezende C. Magalhães
Vanessa Gervásio Martins
PROGRAMAÇÃO ANUAL
MATEMÁTICA
Coordenadora: Prof.a Meiri Aparecida Rezende Costa Magalhães
N.o DE
ANO PROGRAMA
AULAS
1.o SEMESTRE

xx Quantificação de elementos de uma coleção: estimativas, contagem um a um, pareamento ou xx Sequências recursivas: observação de regras usadas em seriações numéricas (mais 1, mais 2,
outros agrupamentos e comparação menos 1, menos 2, por exemplo)
xx Leitura, escrita e comparação de números naturais (até 100) xx Leitura de tabelas e de gráficos de colunas simples
xx Problemas envolvendo diferentes significados do campo aditivo/subtrativo (juntar, acrescen- xx Contagem de rotina
tar, separar, retirar) xx Contagem ascendente e descendente
xx Padrões figurais e numéricos: investigação de regularidades ou padrões em sequências xx Reconhecimento de números no contexto diário: indicação de quantidades, indicação de or-
xx Figuras geométricas planas: reconhecimento do formato das faces de figuras geométricas dem ou indicação de código para a organização de informações
espaciais xx Noção de acaso
xx Sistema monetário brasileiro: reconhecimento de cédulas xx Coleta e organização de informações
xx Composição e decomposição de números naturais xx Registros pessoais para comunicação de informações coletadas
xx Figuras geométricas espaciais: reconhecimento e relações com objetos familiares do mundo xx Localização de objetos e de pessoas no espaço, utilizando diversos pontos de referência e
físico vocabulário apropriado
xx Medidas de tempo: unidades de medida de tempo, suas relações e o uso do calendário
1.o ANO

2.o SEMESTRE
8
xx Contagem de rotina xx Medidas de tempo: unidades de medida de tempo, suas relações e o uso do calendário
xx Contagem ascendente e descendente xx Construção de fatos básicos da adição
xx Reconhecimento de números no contexto diário: indicação de quantidades, indicação de xx Leitura de tabelas e de gráficos de colunas simples
ordem ou indicação de código para a organização de informações xx Leitura, escrita e comparação de números naturais (até 100)
xx Quantificação de elementos de uma coleção: estimativas, contagem um a um, pareamento xx Medidas de comprimento, massa e capacidade: comparações e unidades de medida não
ou outros agrupamentos e comparação convencionais
xx Problemas envolvendo diferentes significados do campo aditivo/subtrativo (juntar, acrescen- xx Padrões figurais e numéricos: investigação de regularidades ou padrões em sequências
tar, separar, retirar) xx Sequências recursivas: observação de regras usadas em seriações numéricas (mais 1,
xx Composição e decomposição de números naturais mais 2, menos 1, menos 2, por exemplo)
xx Sistema monetário brasileiro: reconhecimento de cédulas xx Reta numérica
xx Figuras geométricas espaciais: reconhecimento e relações com objetos familiares do mundo xx Localização de objetos e de pessoas no espaço, utilizando diversos pontos de referência
físico e vocabulário apropriado

HABILIDADES DA BNCC CONTEMPLADAS NO ANO

EF01MA01 / EF01MA02 / EF01MA03 / EF01MA04 / EF01MA05 / EF01MA06 / EF01MA07 / EF01MA08 / EF01MA09 / EF01MA10 / EF01MA11 / EFMA012 / EFMA13 / EF01MA14 / EF01MA15 /
EF01MA16 / EF01MA17 / EF01MA18 / EF01MA19 / EF01MA20 / EF01MA21 / EF01MA22

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N.o DE
ANO PROGRAMA
AULAS
1.o BIMESTRE

xx Experiências de contagem xx Identificação de regularidade de sequências e determinação de elementos ausentes na sequência


xx Leitura, escrita, comparação e ordenação de números de até três ordens pela compreensão de xx Figuras geométricas espaciais (cubo, bloco retangular, pirâmide, cone, cilindro e esfera): reconhe-
características do sistema de numeração decimal (valor posicional e papel do zero) cimento e características
xx Composição e decomposição de números naturais (até 1000) xx Figuras geométricas planas (círculo, quadrado, retângulo e triângulo): reconhecimento e caracte-
xx Construção de fatos fundamentais da adição e da subtração rísticas
xx Problemas envolvendo diferentes significados do campo aditivo/subtrativo xx Medida de comprimento: unidades não padronizadas e padronizadas (metro, centímetro e mi-
xx Problemas envolvendo adição de parcelas iguais (multiplicação) límetro)
xx Problemas envolvendo significados de dobro, metade, triplo e terça parte xx Análise da ideia de aleatório em situações do cotidiano
xx Construção de sequências repetitivas e de sequências recursivas xx Coleta, classificação e representação de dados em tabelas simples e de dupla entrada e em grá-
ficos de colunas

2.o BIMESTRE

xx Leitura, escrita, comparação e ordenação de números de até três ordens pela compreensão de xx Esboço de roteiros e de plantas simples
características do sistema de numeração decimal (valor posicional e papel do zero) xx Figuras geométricas espaciais (cubo, bloco retangular, pirâmide, cone, cilindro e esfera): reco-
xx Construção de fatos fundamentais da adição e da subtração nhecimento e características
2.o ANO

xx Problemas envolvendo diferentes significados do campo aditivo/subtrativo xx Figuras geométricas planas (círculo, quadrado, retângulo e triângulo): reconhecimento e carac-
7 xx Composição e decomposição de números naturais (até 1000) terísticas
xx Problemas envolvendo adição de parcelas iguais (multiplicação) xx Medidas de tempo: intervalo de tempo, uso do calendário, leitura de horas em relógios digitais
xx Identificação de regularidade de sequências e determinação de elementos ausentes na se- e ordenação de datas
quência xx Análise da ideia de aleatório em situações do cotidiano
xx Localização e movimentação de pessoas e objetos no espaço, segundo pontos de referência, xx Coleta, classificação e representação de dados em tabelas simples e de dupla entrada e em
e indicação de mudanças de direção e sentido gráficos de colunas
xx Sistema monetário brasileiro: reconhecimento de cédulas e moedas e equivalência de valores

3.o BIMESTRE

xx Leitura, escrita, comparação e ordenação de números de até três ordens pela compreensão de xx Figuras geométricas espaciais (cubo, bloco retangular, pirâmide, cone, cilindro e esfera): reco-
características do sistema de numeração decimal (valor posicional e papel do zero) nhecimento e características
xx Composição e decomposição de números naturais (até 1000) xx Figuras geométricas planas (círculo, quadrado, retângulo e triângulo): reconhecimento e carac-
xx Construção de fatos fundamentais da adição e da subtração terísticas
xx Problemas envolvendo diferentes significados do campo aditivo/subtrativo xx Medida de capacidade e de massa: unidades de medida não convencionais e convencionais
xx Problemas envolvendo adição de parcelas iguais (multiplicação) (litro, mililitro, cm3, grama e quilograma)
xx Problemas envolvendo significados de dobro, metade, triplo e terça parte xx Medidas de tempo: intervalo de tempo, uso do calendário, leitura de horas em relógios digitais
xx Construção de sequências repetitivas e de sequências recursivas e ordenação de datas.
xx Identificação de regularidade de sequências e determinação de elementos ausentes na se- xx Análise da ideia de aleatório em situações do cotidiano
quência

2–
N.o DE
ANO PROGRAMA
AULAS
4.o BIMESTRE

xx Leitura, escrita, comparação e ordenação de números de até três ordens pela compreensão de xx Figuras geométricas espaciais (cubo, bloco retangular, pirâmide, cone, cilindro e esfera): reco-
características do sistema de numeração decimal (valor posicional e papel do zero) nhecimento e características
xx Composição e decomposição de números naturais (até 1000) xx Figuras geométricas planas (círculo, quadrado, retângulo e triângulo): reconhecimento e carac-
xx Construção de fatos fundamentais da adição e da subtração terísticas
xx Medida de comprimento: unidades não padronizadas e padronizadas (metro, centímetro e mi-
2.o ANO

xx Problemas envolvendo diferentes significados do campo aditivo/ subtrativo


xx Problemas envolvendo adição de parcelas iguais (multiplicação) límetro)
7 xx Medida de capacidade e de massa: unidades de medida não convencionais e convencionais
xx Problemas envolvendo significados de dobro, metade, triplo e terça parte
xx Construção de sequências repetitivas e de sequências recursivas (litro, mililitro, cm3, grama e quilograma)
xx Análise da ideia de aleatório em situações do cotidiano

HABILIDADES DA BNCC CONTEMPLADAS NO ANO

EF02MA01 / EF02MA02 / EF02MA03 / EF02MA04 / EF02MA05 / EF02MA06 / EF02MA07 / EF02MA08 / EF02MA09 / EF02MA10 / EF02MA11 / EF02MA12 / EF02MA13 / EF02MA14 /
EF02MA15 / EF02MA16 / EF02MA17 / EF02MA18 / EF02MA19 / EF02MA20 / EF02MA21 / EF02MA22 / EF02MA23

1.o BIMESTRE

xx Leitura, escrita, comparação e ordenação de números naturais de quatro ordens xx Significado de medida e de unidade de medida
xx Composição e decomposição de números naturais xx Medidas de comprimento (unidades não convencionais e convencionais): registro, instrumentos
xx Construção de fatos fundamentais da adição, subtração e multiplicação de medida, estimativas e comparações
xx Reta numérica xx Sistema monetário brasileiro: estabelecimento de equivalências de um mesmo valor na utiliza-
xx Procedimentos de cálculo (mental e escrito) com números naturais: adição e subtração ção de diferentes cédulas e moedas
xx Problemas envolvendo significados do campo aditivo/subtrativo xx Leitura, interpretação e representação de dados em tabelas de dupla entrada e gráficos de
xx Problemas envolvendo diferentes significados do campo multiplicativo/divisivo barras
xx Identificação e descrição de regularidades em sequências numéricas recursivas xx Coleta, classificação e representação de dados referentes a variáveis categóricas, por meio de
3.o ANO

tabelas e gráficos
7
2.o BIMESTRE

xx Construção de fatos fundamentais da adição, subtração e multiplicação xx Congruência de figuras geométricas planas – Uso de tecnologias digitais
xx Procedimentos de cálculo (mental e escrito) com números naturais: adição e subtração xx Medidas de capacidade e de massa (unidades não convencionais e convencionais): registro,
xx Problemas envolvendo significados do campo aditivo/subtrativo estimativas e comparações
xx Problemas envolvendo diferentes significados do campo multiplicativo/divisivo xx Comparação de áreas por superposição
xx Identificação e descrição de regularidades em sequências numéricas recursivas xx Sistema monetário brasileiro: estabelecimento de equivalências de um mesmo valor na utiliza-
xx Localização e movimentação: representação de objetos e pontos de referência ção de diferentes cédulas e moedas
xx Figuras geométricas espaciais (cubo, bloco retangular, pirâmide, cone, cilindro e esfera): xx Análise da ideia de acaso em situações do cotidiano: espaço amostral
reconhecimento, análise de características e planificações xx Leitura, interpretação e representação de dados em tabelas de dupla entrada e gráficos de
barras

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N.o DE
ANO PROGRAMA
AULAS
3.o BIMESTRE

xx Construção de fatos fundamentais da adição, subtração e multiplicação xx Composição e decomposição de números naturais
xx Problemas envolvendo diferentes significados do campo multiplicativo/divisivo xx Medidas de tempo: leitura de horas em relógios digitais e analógicos, duração de eventos e
xx Procedimentos de cálculo (mental e escrito) com números naturais: adição e subtração reconhecimento de relações entre unidades de medida de tempo
xx Reta numérica xx Análise da ideia de acaso em situações do cotidiano: espaço amostral
xx Problemas envolvendo significados do campo aditivo/subtrativo xx Leitura, interpretação e representação de dados em tabelas de dupla entrada e gráficos de
xx Identificação e descrição de regularidades em sequências numéricas recursivas barras
xx Relação de igualdade xx Classificação e comparação de figuras planas (triângulo, quadrado, retângulo, trapézio e para-
xx Localização e movimentação: representação de objetos e pontos de referência lelogramo) em relação a seus lados (quantidade, posições relativas e comprimento) e vértices
3.o ANO

4.o BIMESTRE
7
xx Composição e decomposição de números naturais xx Significado de medida e de unidade de medida
xx Problemas envolvendo significados do campo aditivo/subtrativo xx Medidas de comprimento (unidades não convencionais e convencionais): registro, instrumentos
xx Problemas envolvendo diferentes significados do campo multiplicativo/divisivo de medida, estimativas e comparações
xx Localização e movimentação: representação de objetos e pontos de referência xx Medidas de capacidade e de massa (unidades não convencionais e convencionais): registro,
xx Significados de metade, terça parte, quarta parte, quinta parte e décima parte estimativas e comparações

HABILIDADES DA BNCC CONTEMPLADAS NO ANO

EF03MA01 / EF03MA02 / EF03MA03 / EF03MA04 / EF03MA05 / EF03MA06 / EF03MA07 / EF03MA08 / EF03MA09 / EF03MA10 / EF03MA11 / EF03MA12 / EF03MA13 / EF03MA14 /
EF03MA15 / EF03MA16 / EF03MA17 / EF03MA18 / EF03MA19 / EF03MA20 / EF03MA21 / EF03MA22 / EF03MA23 / EF03MA24 / EF03MA25 / EF03MA26 / EF03MA27 / EF03MA28

1.o BIMESTRE

xx Sistema de numeração decimal: leitura, escrita, comparação e ordenação de números naturais xx Relações entre adição e subtração e entre multiplicação e divisão
de até cinco ordens xx Propriedades da igualdade
4.o ANO

xx Composição e decomposição de um número natural de até cinco ordens, por meio de adições xx Figuras geométricas espaciais (prismas e pirâmides): reconhecimento, representações, planifi-
7 e multiplicações por potências de 10 cações e características
xx Propriedades das operações para o desenvolvimento de diferentes estratégias de cálculo com xx Medidas de comprimento, massa e capacidade: estimativas, utilização de instrumentos de me-
números naturais dida e de unidades de medida convencionais mais usuais
xx Problemas envolvendo diferentes significados do campo multiplicativo/divisivo
xx Sequência numérica recursiva formada por múltiplos de um número natural

4–
N.o DE
ANO PROGRAMA
AULAS
2.o BIMESTRE
xx Sistema de numeração decimal: leitura, escrita, comparação e ordenação de números naturais xx Sequência numérica recursiva formada por números que deixam o mesmo resto ao ser divididos
de até cinco ordens por um mesmo número natural diferente de zero
xx Composição e decomposição de um número natural de até cinco ordens, por meio de adições xx Propriedades da igualdade
e multiplicações por potências de 10 xx Ângulos retos e não retos: uso de dobraduras, esquadros e softwares
xx Propriedades das operações para o desenvolvimento de diferentes estratégias de cálculo com xx Medidas de comprimento, massa e capacidade: estimativas, utilização de instrumentos de me-
números naturais dida e de unidades de medida convencionais mais usuais
xx Problemas envolvendo diferentes significados do campo multiplicativo/divisivo: adição de par- xx Áreas de figuras construídas em malhas quadriculadas
celas iguais, configuração retangular, proporcionalidade, repartição equitativa e medida xx Problemas utilizando o sistema monetário brasileiro
xx Números racionais: frações unitárias mais usuais (1/2, 1/3, 1/4, 1/5, 1/10 e 1/100) xx Diferenciação entre variáveis categóricas e variáveis numéricas
xx Números racionais: representação decimal para escrever valores do sistema monetário brasileiro xx Coleta, classificação e representação de dados de pesquisa realizada
xx Sequência numérica recursiva formada por múltiplos de um número natural

3.o BIMESTRE
xx Sistema de numeração decimal: leitura, escrita, comparação e ordenação de números naturais xx Localização e movimentação: pontos de referência, direção e sentido
de até cinco ordens xx Paralelismo e perpendicularismo
xx Propriedades das operações para o desenvolvimento de diferentes estratégias de cálculo com xx Medidas de comprimento, massa e capacidade: estimativas, utilização de instrumentos de me-
números naturais dida e de unidades de medida convencionais mais usuais
xx Problemas envolvendo diferentes significados do campo multiplicativo/divisivo xx Áreas de figuras construídas em malhas quadriculadas
4.o ANO

xx Problemas de contagem xx Problemas utilizando o sistema monetário brasileiro


7 xx Números racionais: frações unitárias mais usuais (1/2, 1/3, 1/4, 1/5, 1/10 e 1/100) xx Diferenciação entre variáveis categóricas e variáveis numéricas
xx Relações entre adição e subtração e entre multiplicação e divisão xx Coleta, classificação e representação de dados de pesquisa realizada
xx Propriedades da igualdade

4.o BIMESTRE
xx Sistema de numeração decimal: leitura, escrita, comparação e ordenação de números naturais xx Problemas utilizando o sistema monetário brasileiro
de até cinco ordens xx Leitura, interpretação e representação de dados em tabelas de dupla entrada, gráficos de colu-
xx Composição e decomposição de um número natural de até cinco ordens, por meio de adições nas simples e agrupadas, gráficos de barras e colunas e gráficos pictóricos
e multiplicações por potências de 10 xx Simetria de reflexão
xx Propriedades das operações para o desenvolvimento de diferentes estratégias de cálculo com xx Medidas de tempo: leitura de horas em relógios digitais e analógicos, duração de eventos e
números naturais relações entre unidades de medida de tempo
xx Problemas envolvendo diferentes significados do campo multiplicativo/divisivo xx Medidas de temperatura em grau Celsius: construção de gráficos para indicar a variação da
xx Números racionais: representação decimal para escrever valores do sistema monetário bra- temperatura (mínima e máxima) medida em um dado dia ou em uma semana
sileiro xx Identificar, entre eventos aleatórios cotidianos, aqueles que têm maior chance de ocorrência,
xx Relações entre adição e subtração e entre multiplicação e divisão reconhecendo características de resultados mais prováveis, sem utilizar frações
xx Medidas de comprimento, massa e capacidade: estimativas, utilização de instrumentos de
medida e de unidades de medida convencionais mais usuais

HABILIDADES DA BNCC CONTEMPLADAS NO ANO


EF04MA01 / EF04MA02 / EF04MA03 / EF04MA04 / EF04MA05 / EF04MA06 / EF04MA07 / EF04MA08 / EF04MA09 / EF04MA10 / EF04MA11 / EF04MA12 / EF04MA13 / EF04MA14 /
EF04MA15 / EF04MA16 / EF04MA17 / EF04MA18 / EF04MA19 / EF04MA20 / EF04MA21 / EF04MA22 / EF04MA23 / EF04MA24 / EF04MA25 / EF04MA26 / EF04MA27 / EF04MA28

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N.o DE
ANO PROGRAMA
AULAS
1.o BIMESTRE

xx Sistema de numeração decimal: leitura, escrita e ordenação de números naturais (de até seis xx Problemas: multiplicação e divisão de números racionais cuja representação decimal é finita por
ordens) números naturais
xx Números racionais expressos na forma decimal e sua representação na reta numérica xx Propriedades da igualdade e noção de equivalência
xx Representação fracionária dos números racionais: reconhecimento, significados, leitura e re- xx Figuras geométricas planas: características, representações e ângulos
presentação na reta numérica xx Figuras geométricas espaciais: reconhecimento, representações, planificações e características
xx Comparação e ordenação de números racionais na representação decimal e na fracionária
utilizando a noção de equivalência
xx Problemas: adição e subtração de números naturais e números racionais cuja representação
decimal é finita

2.o BIMESTRE

xx Sistema de numeração decimal: leitura, escrita e ordenação de números naturais (de até seis xx Problemas: multiplicação e divisão de números racionais cuja representação decimal é finita por
ordens) números naturais
xx Números racionais expressos na forma decimal e sua representação na reta numérica xx Grandezas diretamente proporcionais
xx Representação fracionária dos números racionais: reconhecimento, significados, leitura e re- xx Problemas envolvendo a partição de um todo em duas partes proporcionais
5.o ANO

presentação na reta numérica xx Medidas de comprimento, área, massa, tempo, temperatura e capacidade: utilização de unida-
7 xx Comparação e ordenação de números racionais na representação decimal e na fracionária des convencionais e relações entre as unidades de medida mais usuais
utilizando a noção de equivalência
xx Cálculo de porcentagens e representação fracionária
xx Problemas: adição e subtração de números naturais e números racionais cuja representação
decimal é finita

3.o BIMESTRE

xx Sistema de numeração decimal: leitura, escrita e ordenação de números naturais (de até seis xx Propriedades da igualdade e noção de equivalência
ordens) xx Figuras geométricas planas: características, representações e ângulos
xx Números racionais expressos na forma decimal e sua representação na reta numérica xx Ampliação e redução de figuras poligonais em malhas quadriculadas: reconhecimento da con-
xx Representação fracionária dos números racionais: reconhecimento, significados, leitura e re- gruência dos ângulos e da proporcionalidade dos lados correspondentes
presentação na reta numérica xx Medidas de comprimento, área, massa, tempo, temperatura e capacidade: utilização de unida-
xx Cálculo de porcentagens e representação fracionária des convencionais e relações entre as unidades de medida mais usuais
xx Problemas: adição e subtração de números naturais e números racionais cuja representação xx Áreas e perímetros de figuras poligonais: algumas relações
decimal é finita xx Propriedades da igualdade e noção de equivalência
xx Problemas: multiplicação e divisão de números racionais cuja representação decimal é finita xx Noção de volume
por números naturais
xx Problemas de contagem

6–
N.o DE
ANO PROGRAMA
AULAS
4.o BIMESTRE

xx Sistema de numeração decimal: leitura, escrita e ordenação de números naturais (de até seis xx Problemas de contagem
ordens) xx Plano cartesiano: coordenadas cartesianas (1.o quadrante) e representação de deslocamentos
xx Números racionais expressos na forma decimal e sua representação na reta numérica no plano cartesiano
xx Representação fracionária dos números racionais: reconhecimento, significados, leitura e re- xx Medidas de comprimento, área, massa, tempo, temperatura e capacidade: utilização de unida-
presentação na reta numérica des convencionais e relações entre as unidades de medida mais usuais
xx Comparação e ordenação de números racionais na representação decimal e na fracionária xx Espaço amostral: análise de chances de eventos aleatórios
5.o ANO

utilizando a noção de equivalência xx Leitura, coleta, classificação interpretação e representação de dados em tabelas de dupla entra-
7 xx Cálculo de porcentagens e representação fracionária da, gráfico de colunas agrupadas, gráficos pictóricos e gráfico de linhas
xx Problemas: adição e subtração de números naturais e números racionais cuja representação xx Cálculo de probabilidade de eventos equiprováveis
decimal é finita
xx Problemas: multiplicação e divisão de números racionais cuja representação decimal é finita
por números naturais

HABILIDADES DA BNCC CONTEMPLADAS NO ANO

EF05MA01 / EF05MA02 / EF05MA03 / EF05MA04 / EF05MA05 / EF05MA06 / EF05MA07 / EF05MA08 / EF05MA09 / EF05MA10 / EF05MA11 / EF05MA12 / EF05MA13 / EF05MA14 /
EF05MA15 / EF05MA16 / EF05MA17 / EF05MA18 / EF05MA19 / EF05MA20 / EF05MA21 / EF05MA22 / EF05MA23 / EF05MA24 / EF05MA25

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MATEMÁTICA – 3.o ANO
CAD. SEM. AULA PROGRAMA HABILIDADES CONTEMPLADAS (BNCC)
1 Circuito de jogos EF03MA01 / EF03MA02 / EF03MA03 / EF03MA05
1 2 Circuito de jogos EF03MA01 / EF03MA02 / EF03MA03 / EF03MA05
3 Circuito de jogos EF03MA01 / EF03MA02 / EF03MA03 / EF03MA05
1 4 Circuito de jogos EF03MA01 / EF03MA02 / EF03MA03 / EF03MA05
5 Circuito de jogos EF03MA01 / EF03MA02 / EF03MA03 / EF03MA05
6 Unidade 1: “Escola de animais” – Suas experiências: roda de leitura EF03MA01 / EF03MA02 / EF03MA04
7 Situação-problema inicial EF03MA01 / EF03MA02
8 Situação-problema inicial EF03MA01 / EF03MA02
9 Atividade permanente EF03MA17 / EF03MA18 / EF03MA19
10 Hora da oficina – Contextualização EF03MA01 / EF03MA02
2 11 Hora da oficina – Confecção de material EF03MA01 / EF03MA02
12 Hora da oficina – Proposta 1 EF03MA01 / EF03MA02
13 Hora da oficina – Proposta 1 EF03MA01 / EF03MA02
14 Hora da oficina – Propostas 2 e 3 EF03MA01 / EF03MA02
15 Hora da oficina – Proposta 4 EF03MA01 / EF03MA02
16 Problemas (1 e 2) – Lição de casa 1 EF03MA02 / EF03MA03 / EF03MA10
17 Problemas (3 e 4) – Lição de casa 2 EF03MA02 / EF03MA03 / EF03MA10
3 18 Cálculo mental – Lição de casa 3 EF03MA05
19 Desafio final EF03MA01 / EF03MA02
20 Desafio final – Lição de casa 4 EF03MA01 / EF03MA02
21 Unidade 2: “Memórias de Leonardo: o leitor de Alice” – Suas experiências: roda de leitura EF03MA26 / EF03MA27 / EF03MA28
22 Situação-problema inicial EF03MA17 / EF03MA19
23 Situação-problema inicial EF03MA17 / EF03MA19
24 Atividade permanente EF03MA17 / EF03MA18 / EF03MA19
4 25 Hora da oficina EF03MA17 / EF03MA19
26 Hora da oficina EF03MA17 / EF03MA19
27 Hora da oficina EF03MA17 / EF03MA19
28 Hora da oficina – Situação-problema EF03MA19 / EF03MA05

8–
MATEMÁTICA – 3.o ANO
CAD. SEM. AULA PROGRAMA HABILIDADES CONTEMPLADAS (BNCC)
29 Hora da oficina – Situação-problema – Lição de casa 5 EF03MA19 / EF03MA05
1 30 Problemas – Lição de casa 6 EF03MA19 / EF03MA05 / EF03MA06
31 Problemas EF03MA19 / EF03MA05 / EF03MA06
5 32 Cálculo mental – Lição de casa 7 EF03MA07
33 Estimativa EF03MA19
34 Desafio final EF03MA19 / EF03MA05 / EF03MA06 / EF03MA07
35 Desafio final – Lição de casa 8 EF03MA19 / EF03MA05 / EF03MA06 / EF03MA07
36 Desafio final EF03MA19 / EF03MA05 / EF03MA06 / EF03MA07
37 Unidade 3: “Banca de jornais” – Suas experiências: roda de leitura EF03MA05 / EF03MA06
38 Situação-problema inicial EF03MA05 / EF03MA06
6 39 Situação-problema inicial – Lição de casa 9 EF03MA05 / EF03MA06
40 Atividade permanente EF03MA17 / EF03MA18 / EF03MA19
41 Hora da brincadeira EF03MA24
42 Hora da brincadeira EF03MA24
43 Hora da brincadeira EF03MA24
44 Hora da brincadeira – Lição de casa 10 EF03MA05
45 Hora de resolver problemas EF03MA05 / EF03MA06 / EF03MA24
7 46 Hora de resolver problemas EF03MA05 / EF03MA06 / EF03MA24
47 Hora de resolver problemas – Lição de casa 11 EF03MA05 / EF03MA06 / EF03MA24
48 Leitura e escrita de números EF03MA10
49 Leitura e escrita de números EF03MA10
50 Cálculo mental EF03MA24
51 Cálculo mental EF03MA24
52 Hora de calcular – Lição de casa 12 EF03MA05 / EF02MA11
8 53 Hora de calcular EF03MA05 / EF02MA11
54 Desafio final EF03MA05 / EF03MA06
55 Desafio final EF03MA05 / EF03MA06
56 Atividade permanente EF03MA17 / EF03MA18 / EF03MA19

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MATEMÁTICA – 3.o ANO
CAD. SEM. AULA PROGRAMA HABILIDADES CONTEMPLADAS (BNCC)
57 Unidade 4: “Fábrica de brinquedos” – Suas experiências: roda de leitura EF03MA03 / EF03MA05
2 58 Situação-problema inicial EF03MA03 / EF03MA05
59 Hora do jogo: Vamos reciclar EF03MA05 / EF03MA06
9 60 Hora do jogo: Vamos reciclar EF03MA05 / EF03MA06
61 Hora do jogo: Vamos reciclar EF03MA05 / EF03MA06
62 Situação-problema do jogo "Vamos reciclar" EF03MA05 / EF03MA06
63 Atividade permanente EF03MA20
64 Hora de resolver problemas (1 e 2) EF03MA03 / EF03MA05
65 Hora de resolver problemas (3) – Lição de casa 1 EF03MA03 / EF03MA05
66 Hora de resolver problemas (4) EF03MA03 / EF03MA05
10 67 Cálculo mental – Lição de casa 2 EF03MA10
68 Hora de calcular EF03MA05
69 Hora de calcular EF03MA05
70 Hora de calcular – Lição de casa 3 EF03MA05
71 Desafio final EF03MA05 / EF03MA24
72 Desafio final – Lição de casa 4 EF03MA05 / EF03MA24
73 Projeto: Contando com diferentes povos numa volta ao mundo EF03MA12 / EF03MA13 / EF03MA25 / EF03MA26
11 74 Unidade 5: “A arte da Geometria em um mundo de formas” – Suas experiências: roda de leitura – Situação-problema EF03MA13
75 Situação-problema inicial EF03MA13
76 Hora da brincadeira: Quanto mais classificações matemáticas, melhor! EF03MA13 / EF03MA14
77 Hora da brincadeira: Quanto mais classificações matemáticas, melhor! EF03MA13 / EF03MA14
78 Hora da brincadeira: Quanto mais classificações matemáticas, melhor! EF03MA13 / EF03MA14
79 Hora da brincadeira: Quanto mais classificações matemáticas, melhor! – Lição de casa 5 EF03MA13 / EF03MA14
80 Atividade permanente EF03MA20
12 81 Hora de resolver problemas (1) EF03MA14
82 Hora de resolver problemas (2) – Lição de casa 6 EF03MA14
83 Hora da oficina – Atividade 1 EF03MA14 / EF03MA21
84 Hora da oficina – Atividade 1 – Lição de casa 7 EF03MA14 / EF03MA16 / EF03MA21

10 –
MATEMÁTICA – 3.o ANO
CAD. SEM. AULA PROGRAMA HABILIDADES CONTEMPLADAS (BNCC)
85 Hora da oficina – Atividade 2 EF03MA14 / EF03MA16 / EF03MA21
2 86 Hora da oficina – Atividade 2 – Lição de casa 8 EF03MA14 / EF03MA16 / EF03MA21
87 Hora da oficina – Atividade 3 EF03MA14 / EF03MA16 / EF03MA21
13 88 Hora da oficina – Atividade 3 EF03MA14 / EF03MA16 / EF03MA21
89 Momento de registro da hora da oficina – Lição de casa 9 EF03MA16
90 Desafio final EF03MA14
91 Desafio final – Lição de casa 10 EF03MA14
92 Projeto: Contando com diferentes povos numa volta ao mundo EF03MA12 / EF03MA13 / EF03MA25 / EF03MA26
93 Unidade 6: “A festa de Renata” – Suas experiências: roda de leitura / Situação-problema inicial EF03MA08
94 Situação-problema inicial EF03MA08
14 95 Situação-problema inicial EF03MA08
96 Hora do jogo: Trilha da divisão EF03MA08
97 Hora do jogo: Trilha da divisão EF03MA08
98 Hora do jogo: Trilha da divisão EF03MA08
99 Situação-problema do jogo Trilha da divisão EF03MA08
100 Atividade permanente EF03MA20
101 Hora de resolver problemas (1 e 2) – Lição de casa 11 EF03MA07 / EF03MA08
15 102 Hora de resolver problemas (3 e 4) EF03MA07 / EF03MA08
103 Hora de resolver problemas (5 e 6) – Lição de casa 12 EF03MA07 / EF03MA08
104 Projeto: Contando com diferentes povos numa volta ao mundo EF03MA12 / EF03MA13 / EF03MA25 / EF03MA26
105 Estimativa EF03MA08
106 Cálculo mental – Lição de casa 13 EF03MA08
107 Cálculo mental EF03MA08
108 Desafio final EF03MA07 / EF03MA08
16 109 Desafio final – Lição de casa 14 EF03MA07 / EF03MA08
110 Desafio final EF03MA07 / EF03MA08
111 Atividade permanente EF03MA20
112 Projeto: Contando com diferentes povos numa volta ao mundo EF03MA12 / EF03MA13 / EF03MA25 / EF03MA26

– 11
MATEMÁTICA – 3.o ANO
CAD. SEM. AULA PROGRAMA HABILIDADES CONTEMPLADAS (BNCC)
113 Hora do jogo 1 EF03MA03 / EF03MA05 / EF03MA07
3 114 Hora do jogo 2 EF03MA03 / EF03MA05 / EF03MA07
115 Hora do jogo 2 EF03MA03 / EF03MA05 / EF03MA07
17 116 Hora do jogo 3 EF03MA03 / EF03MA05 / EF03MA07
117 Hora do jogo 4 EF03MA03 / EF03MA05 / EF03MA07
118 Hora do jogo (circuito) EF03MA03 / EF03MA05 / EF03MA07
119 Hora do jogo (circuito) EF03MA03 / EF03MA05 / EF03MA07
120 Laboratório / Situação-problema inicial – Unidade 7: “Matemática e folclore, como assim?” EF03MA03 / EF03MA07
121 Laboratório / Situação-problema inicial EF03MA03 / EF03MA07
122 Hora do jogo: A caixa de pedras do Saci EF03MA07
18 123 Hora do jogo EF03MA07
124 Hora do jogo – Registro EF03MA07 / EF03MA26
125 Hora do jogo – Situação-problema – Lição de casa 1 EF03MA07 / EF03MA26
126 Hora de resolver problemas (1 e 2) EF03MA07 / EF03MA26
127 Hora de resolver problemas (3 e 4) – Lição de casa 2 EF03MA07 / EF03MA26
128 Hora de resolver problemas (5) e cálculo mental EF03MA10
129 Hora de calcular – Lição de casa 3 EF03MA03 / EF03MA07
19 130 Descobrir como descobrir EF03MA07 / EF03MA26
131 Descobrir como descobrir EF03MA07 / EF03MA26
132 Desafio final EF03MA07 / EF03MA26
133 Desafio final – Lição de casa 4 EF03MA07 / EF03MA26
134 Consumo consciente EF03MA07
135 Projeto EF03MA02 / EF03MA12
136 Laboratório / Situação-problema inicial – Unidade 8: “Robôs em alerta: os programas sumiram” EF03MA12
20 137 Laboratório / Situação-problema inicial EF03MA12
138 Hora da brincadeira EF03MA12
139 Hora da brincadeira EF03MA12
140 Hora da oficina – Engenharia de ideias matemáticas: reprogramando robôs! EF03MA12

12 –
MATEMÁTICA – 3.o ANO
CAD. SEM. AULA PROGRAMA HABILIDADES CONTEMPLADAS (BNCC)
141 Hora da oficina – Engenharia de ideias matemáticas: reprogramando robôs! EF03MA12
3 142 Hora da oficina – Engenharia de ideias matemáticas: reprogramando robôs! EF03MA12
143 Hora da oficina – Engenharia de ideias matemáticas: reprogramando robôs! – Situação-problema – Lição de casa (1) EF03MA12
21 144 Hora da oficina – Engenharia de ideias matemáticas: reprogramando robôs! – Situação-problema – Lição de casa (1) EF03MA12
145 Hora de resolver problemas (2 e 3) – Lição de casa (2) EF03MA12 / EF03MA15
146 Hora de resolver problemas (1) EF03MA12 / EF03MA15
147 Desafio final – Lição de casa (3) EF03MA12 / EF03MA15
148 Desafio final – Lição de casa (4) EF03MA12 / EF03MA15
149 Desafio final EF03MA12 / EF03MA15
150 Projeto: Contando com diferentes povos numa volta ao mundo EF03MA02 / EF03MA12
22 151 Contextualização – Unidade 9: “Quanto tempo o tempo tem?” / Hora de resolver problemas – Atividade 1 EF03MA22
152 Hora de resolver problemas – Atividade 2 EF03MA22 / EF03MA23
153 Hora de resolver problemas – Atividade 3 EF03MA22 / EF03MA23
154 Hora de resolver problemas – Atividade 4 EF03MA22 / EF03MA23
155 Desafio final EF03MA22 / EF03MA23
156 Projeto: Contando com diferentes povos numa volta ao mundo EF03MA02 / EF03MA12
157 Laboratório – Situação-problema inicial – Unidade 10: “Matematicando: com charadas, problemas e operações” EF03MA03
23 158 Laboratório – Situação-problema inicial EF03MA03
159 Hora do jogo: Zigue-zague EF03MA03 / EF03MA05
160 Hora do jogo EF03MA03 / EF03MA05
161 Hora do jogo – Situação-problema EF03MA03 / EF03MA04 / EF03MA05
162 Hora de calcular EF03MA06 / EF03MA11
163 Hora de calcular EF03MA06 / EF03MA11
164 Hora de resolver problemas EF03MA05 / EF03MA25
24 165 Hora de resolver problemas EF03MA05 / EF03MA25
166 Desafio final –
167 Desafio final –
168 Projeto EF03MA02 / EF03MA12

– 13
MATEMÁTICA – 3.o ANO
CAD. SEM. AULA PROGRAMA HABILIDADES CONTEMPLADAS (BNCC)
169 Projeto: Contando com diferentes povos numa volta ao mundo EF03MA02 / EF03MA12
4 170 Contextualização – Unidade 11: “O circo” EF03MA02 / EF03MA06 / EF03MA07
171 Laboratório – Situação-problema inicial EF03MA02 / EF03MA06 / EF03MA07 / EF03MA11
25 172 Laboratório – Situação-problema inicial EF03MA02 / EF03MA06 / EF03MA07 / EF03MA07
173 Hora de resolver problemas EF03MA02 / EF03MA06 / EF03MA07
174 Hora da oficina EF03MA07 / EF03MA15 / EF03MA16
175 Hora da oficina EF03MA07 / EF03MA15 / EF03MA16
176 Hora da oficina – Lição de casa 1 EF03MA07 / EF03MA15 / EF03MA16
177 Hora da oficina EF03MA07 / EF03MA15 / EF03MA16
178 Hora de resolver problemas – Lição de casa 2 EF03MA07
26 179 Cálculo mental EF03MA07
180 Hora de calcular – Lição de casa 3 EF03MA02 / EF03MA06 / EF03MA07
181 Desafio final EF03MA02 / EF03MA06 / EF03MA07
182 Desafio final – Lição de casa 4 EF03MA02 / EF03MA06 / EF03MA07
183 Projeto – Lição de casa 5 EF03MA02 / EF03MA12
184 Contextualização – Unidade 12: “Dividir e multiplicar” EF03MA07 / EF03MA08
185 Laboratório – Situação-problema inicial EF03MA07 / EF03MA08
27 186 Laboratório – Situação-problema inicial EF03MA07 / EF03MA08
187 Hora da oficina – Engenharia de ideias matemáticas: “Distribuir em partes iguais” EF03MA08
188 Hora da oficina – Lição de casa 6 EF03MA08
189 Hora da oficina EF03MA08
190 Hora de calcular – Lição de casa 7 EF03MA08
191 Hora de calcular EF03MA08 / EF03MA09
192 Hora de calcular EF03MA08 / EF03MA09
28 193 Hora de resolver problemas – Lição de casa 8 EF03MA08
194 Hora de resolver problemas EF03MA08
195 Cálculo mental – Lição de casa 9 EF03MA08 / EF03MA25 / EF03MA26
196 Cálculo mental EF03MA08

14 –
MATEMÁTICA – 3.o ANO
CAD. SEM. AULA PROGRAMA HABILIDADES CONTEMPLADAS (BNCC)
197 Desafio final – Lição de casa 10 EF03MA08
4 198 Projeto: Contando com diferentes povos numa volta ao mundo EF03MA02 / EF03MA12
199 Finalização do projeto com exposição dos trabalhos –
29 200 Contextualização – Unidade 13: “Restaurante do Chef Gourmet” EF03MA17 / EF03MA18
201 Laboratório – Situação-problema – Parte 1 EF03MA20
202 Laboratório – Situação-problema – Parte 2 EF03MA20
203 Laboratório – Situação-problema – Parte 3 – Lição de casa 11 EF03MA19
204 Hora da oficina – Comparando a massa dos produtos EF03MA20
205 Hora da oficina – Comparando a massa dos produtos – Lição de casa 12 EF03MA20
206 Hora da oficina – Comparando a massa dos produtos EF03MA20
30 207 Hora da oficina – Comparando a capacidade das vasilhas EF03MA20
208 Hora da oficina – Comparando a capacidade das vasilhas – Lição de casa 13 EF03MA20
209 Desafio final EF03MA07 / EF03MA18
210 Desafio final EF03MA07 / EF03MA18

– 15
Subsídios teóricos
APRESENTAÇÃO E salienta que tais competências
A coleção didática do Sistema Objetivo de Ensino para o Ensino Fundamental é “[...] inter-relacionam-se e desdobram-se no tratamento didático proposto para
o resultado de uma sólida experiência na elaboração de materiais didáticos e em as três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e
sua efetiva utilização. Os Cadernos do aluno e Livros do professor são elabora- Ensino Médio), articulando-se na construção de conhecimentos, no desenvolvi-
dos por coordenadores e professores de nossa equipe pedagógica, profissionais mento de habilidades e na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB.”
com comprovada experiência na área educacional e atuantes em sala de aula. Considerando esses pressupostos, a BNCC apresenta as dez competências
Isso torna possível oferecer materiais didáticos com alto grau de aplicabilidade, gerais da educação básica para cujo desenvolvimento os diferentes compo-
na medida em que resultam de um profundo e intencional diálogo entre a teoria e nentes do currículo devem concorrer. São elas:
a prática no desenvolvimento das aulas e das propostas de atividades.
Além de oferecer as condições necessárias para a compreensão dos fenôme- 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
nos envolvidos nas relações que se estabelecem durante a progressão dos mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade,
processos de aprendizagem, nosso objetivo central é garantir que as ações continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade
pedagógicas fundadoras de nossa proposta teórico-metodológica ocorram em justa, democrática e inclusiva.
contextos verdadeiramente significativos. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das
Partimos da concepção de que, nos dias atuais, não é mais possível conceber ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imagina-
o processo de ensino-aprendizagem apenas como mera transferência de infor- ção e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses,
mação. É preciso ir além, criando condições para que o aluno assuma um papel formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas)
ativo na construção do conhecimento e seja também um produtor do “saber”; com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
da mesma forma, é preciso garantir que o professor possa atuar como media-
dor desse processo, com capacidades aprimoradas de empoderar os alunos 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das lo-
em relação a aprender de maneira progressivamente autônoma, estimulando cais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da pro-
o pensamento reflexivo e a capacidade analítica dos objetos de conhecimento dução artístico-cultural.
vinculados a seus contextos de uso real. Assumimos, assim, nosso respeito ao 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras,
aluno, concebido como sujeito livre, competente, criativo e apto à realização de e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos
novas descobertas. das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e par-
Identificamos que tais princípios – seguramente comprometidos com a forma- tilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes con-
ção integral do aluno e amparados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais textos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
(PCNs) – estão alinhados às competências gerais da Educação Básica defini-
das pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular)*. Vale destacar que a noção 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comuni-
de competência é definida pelo documento como sendo cação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas
“[...] a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilida- sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar
des (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer pro-
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do tagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
mundo do trabalho.” 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações
* A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define
o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciên-
assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que
preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). cia crítica e responsabilidade.
16 –
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para Procurou-se organizar, nas diferentes áreas de conhecimento, sequências di-
formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns dáticas que favoreçam a reflexão, que estimulem a socialização de conheci-
que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioam- mentos prévios, o levantamento de hipóteses, que mobilizem recursos cogni-
biental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com tivos, saberes e informações a serem aplicados nas mais diversas situações
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e de aprendizagem.
do planeta.
Partimos do pressuposto de que enfrentar desafios é parte essencial no pro-
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, com- cesso de aprendizagem. Assim, pensamos em situações didáticas que de-
preendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e sestabilizem o saber, para que, diante de desafios, os alunos reconheçam
as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. que aprender vai além da simples reprodução sucessiva daquilo que já sabe-
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, mos; aprender é uma constante sucessão de descobertas.
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos hu- Alguns pressupostos teóricos constituem os pilares dos processos de desen-
manos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e volvimento e de aprendizagem e norteiam nossa prática pedagógica. São eles:
de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades,
sem preconceitos de qualquer natureza. a) Integração
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibili- Consideramos que os aspectos biológicos e sociais são indissociáveis
dade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princí- e exercem influência mútua nos processos de crescimento e aprendiza-
pios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. gem das crianças e adolescentes. Assim, ao interagir com o meio social
influenciamos e somos influenciados, vivenciamos experiências diversas,
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC. transformamos e somos transformados. Por essa razão, o desenvolvi-
Brasília, DF, 2017. mento humano deve ser visto como uma ação conjunta e não individual,
principalmente se a relação estabelecida for afetiva, efetiva e significativa.
Para assegurar o desenvolvimento dessas competências, o documento apre- “(...) o homem é um ser essencialmente social, impossível, portanto, de ser
senta um conjunto de habilidades específicas norteadoras para cada área de pensado fora do contexto da sociedade em que nasce e vive. Em outras
conhecimento, que devem ser interpretadas à luz dos contextos específicos em palavras, o homem não social, o homem considerado como molécula isola-
que serão utilizadas. da do resto de seus semelhantes, o homem visto como independente das
Em nosso material serão fornecidos, progressivamente, os conteúdos neces- influências dos diversos grupos que frequenta, o homem visto como imune
sários para o desenvolvimento de tais habilidades, apresentados por meio de aos legados da história e da tradição, este homem simplesmente não existe.”
estratégias pedagógicas que permitirão ao professor integrar valores cognitivos, LA TAILLE, Yves de. O lugar da interação social na
socioemocionais, pragmáticos, culturais e éticos às suas práticas de sala de concepção de Jean Piaget. In: LA TAILLE, Yves de;
aula, observando o respeito às suas diferentes representações. OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS, Heloysa.
Reconhecemos a importância do uso eficaz e consciente das tecnologias que Teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, p. 11.
sustentam o acesso à cultura digital e, alinhados às orientações expressas pela Nossa intenção é evidenciar a atuação do grupo como espaço de dis-
BNCC, reforçamos e expandimos o tratamento transversal dado às tecnologias cussão e troca de ideias, fomentando o desenvolvimento intelectual e
digitais de informação e comunicação. Nossa expectativa é estimular o desen- a (re)organização de diferentes pontos de vista a partir da perspectiva
volvimento do pensamento crítico e favorecer a aprendizagem continuada de do coletivo.
habilidades numa perspectiva integrada e comprometida com a formação de
cidadãos ativos. b) Autonomia
1. Proposta didático-pedagógica No processo de formação de um aluno autônomo, são fundamentais as
A proposta didático-pedagógica desta coleção é dar suporte ao desenvolvi- vivências em situações de cooperação, liberdade de pesquisa, respeito
mento de um processo de ensino-aprendizagem em que haja o predomínio mútuo e também experiência de vida. É a partir dessas trocas que a crian-
da experimentação, da descoberta, do “fazer” e da coautoria na construção e ça desenvolve sua personalidade. Esse processo, no entanto, é longo:
produção do conhecimento. inicia-se antes mesmo de a criança completar um ano de idade, desde
– 17
que lhe sejam oferecidas condições para tal desenvolvimento, e vai se que certamente pode comprometer a plena participação em situações
constituindo mediante a necessidade de tomada de decisões ao longo de diversas de aprendizagem, tão importantes para o seu desenvolvimento
toda a vida. integral.
A conquista da autonomia ocorre, por exemplo, quando temos que esco-
e) Acesso à cultura
lher ou criar caminhos alternativos para a resolução de problemas, para
É inquestionável que a escola tem como uma de suas mais importantes
a organização de ideias, para apreender e utilizar o jogo argumentativo
nas situações do cotidiano, para justificar ao validar ou não descobertas. funções sociais aproximar as crianças da cultura – não transmissiva, mas
Sob essa perspectiva, os conflitos são, portanto, necessários e devem ser sim democrática –, o que pressupõe participação, tendo em vista movi-
vistos como oportunidades educacionais fundamentais para a aquisição mentos de cooperação em favor do desenvolvimento de processos de
da autonomia. aprendizagem de forma real e significativa.
Queremos contribuir para que os nossos alunos se tornem gradativamen- 2. A proposta pedagógica – Base metodológica
te autônomos, com o propósito de que saibam interagir nas mais diversas
Um dos principais aspectos que mobiliza o aluno e o conduz à aprendiza-
situações de comunicação com base em suas escolhas, eleitas a partir de
gem é a superação de obstáculos epistemológicos, provocada pelo desejo
seus sentimentos, necessidades e perspectivas.
de saber, de conhecer, de investigar para então expandir o conhecimento já
c) Identidade estruturado. Esse movimento se dá em múltiplos contextos e se materializa
Aprender a se conhecer é essencial para que o ser humano possa formar mediante interesses e/ou necessidades que se articulam para produzir e
um conceito sobre si mesmo, tendo em vista a construção de imagens criar o novo.
positivas, resultado de processos interligados e dependentes dos recur- Tal princípio se traduz nas propostas oferecidas em nosso material didático:
sos afetivos, cognitivos e sociais presentes em um indivíduo e que podem valoriza-se o saber prévio do aluno como alicerce para a construção do co-
ser ativados para favorecer relações mais saudáveis. A escola é um dos nhecimento; nesse contínuo, as novas informações e descobertas se articulam
espaços que privilegiam tal condição, desde que estabeleça um contato com o conhecimento preexistente e provocam a desestabilização, o que pos-
de respeito com a criança, no lugar de uma relação autoritária ou mesmo sibilita a construção de novos saberes, constituindo, progressivamente, uma
permissiva; o respeito pela diversidade de hábitos, preferências, religiões rede significativa e integrada de conhecimentos. Trata-se de adotar estratégias
e etnias, favorecendo a percepção e a vivência dessa heterogeneidade. para as quais é necessário e conveniente recorrer a procedimentos múltiplos,
Dessa forma, a escola será o meio eficaz para que se construa a noção de assumindo, progressivamente, a complexidade das questões em estudo.
identidade pessoal e o sentimento de pertinência em suas relações sociais.
Atentos a essa perspectiva, optamos por uma concepção de educação que
É necessário, assim, que o educador, em sua prática pedagógica, esta- fomente a reflexão, a livre expressão e a produção de novos saberes por
beleça sólidos vínculos afetivos com as crianças, observe, esteja atento meio de atividades contextualizadas, vinculadas a competências e habilida-
ao mundo particular de cada uma delas, valorize e incentive a diversidade des necessárias para formar indivíduos capazes de compreender o mundo
cultural, a livre expressão do pensamento, possibilitando que construam que os cerca e nele se situarem de forma crítica e responsável, sendo agen-
um conceito cada vez mais respeitoso, confiante e saudável de si mesmas tes de sua transformação.
e do outro.
3. Didática
d) Independência
A didática organiza e orienta a prática educativa, em favor do desenvolvimento
Assim como queremos que as crianças argumentem e saibam justificar e
do processo de ensino e aprendizagem como um todo.
validar suas ideias, coordenando diferentes pontos de vista no momento
Desse modo, é preciso considerar os aspectos descritos a seguir.
da tomada de decisão, também almejamos que nossos alunos materiali-
zem suas ideias com progressiva independência. a) Organização do tempo didático
Ao fazer pelos alunos, o desafio proposto deixa de ser enfrentado, ao O professor tem diferentes formas de organizar seu tempo didático. Isso
mesmo tempo em que se declara, implícita ou explicitamente, que eles envolve o ato de planejar a modalidade mais adequada para que ocorra
não têm as condições para organizar, criar, explicar, revisar e avaliar, o determinada situação de aprendizagem. Quando a organização do tempo
18 –
prevê períodos mais curtos ou de periodicidade constante, pode-se orga- c) Organização social dos grupos
nizar o trabalho didático prevendo, por exemplo: Podemos organizar o grupo de alunos de diferentes formas, sempre tendo
• atividades permanentes: são desenvolvidas semanal ou quinzenal- como objetivo facilitar a troca de experiências e do conhecimento, enri-
mente, com o propósito de criar hábitos de leitura e pesquisa, propor quecendo os processos de aprendizagem e/ou facilitando a superação de
jogos educativos etc.; dificuldades.
• atividades ocasionais: ocorrem quando o professor, ou mesmo um Para a definição das modalidades de agrupamento é fundamental a ob-
aluno, leva para a sala de aula algo que julgou interessante socializar servação atenta do professor para, a partir daí, construir critérios para a
com o grupo (uma notícia, impressão sobre filmes, livros etc.). Tais escolha de uma delas, sem desvinculá-la da atividade que será proposta.
atividades também podem ocorrer quando o professor, por exemplo, Assim, o agrupamento dos alunos pode compreender diversas modalida-
considere valioso compartilhar um livro com os alunos ou levar um des, como a grande roda, a meia-lua ou U, duplas, trios, quartetos, grupos
convidado especial para conversar com a turma, mesmo que não tenha fixos ou móveis.
relação direta com o conteúdo que está sendo trabalhado; Quando a questão é superar obstáculos cognitivos, não há nada mais
• sequência didática: procedimento com as etapas encadeadas, visa a eficaz que combinar as atividades com propostas de agrupamento vol-
tornar mais eficiente o processo de aprendizagem. Tem como principal tadas para envolver, fazer emergir conhecimentos e favorecer a troca de
característica o desenvolvimento de um trabalho organizado de maneira experiências para confirmá-los, refutá-los e reconstruí-los tendo em vista
sistemática, com o propósito de facilitar a compreensão gradativa criar para ampliar a cultura.
de um conceito, um gênero textual ou outro objeto, desvinculado da
simples memorização ou fixação por meio de exercícios repetitivos. No 4. Avaliação
conjunto dessas propostas estão previstas atividades de antecipação A avaliação é vista como importante ferramenta institucional. Por meio
ou levantamento de conhecimentos prévios, leituras diversas, dela é possível identificar avanços e/ou resultados nos vários processos
compreensão, interpretação, análise, síntese, sistematização e de aprendizagem, como também fazer um levantamento de novas
generalização, contemplando eixos que estruturam os planos de aula necessidades, planejar e executar ações, elevando o padrão de qualidade
nas diferentes áreas do conhecimento; do atendimento aos alunos.
• projeto: prevê um período mais longo de trabalho e oferece aos Um processo de avaliação deve apresentar-se organizado, intencional
alunos inúmeras oportunidades de estabelecerem relações de ordem e absolutamente coerente com os princípios eleitos que fundamentam o
prática e/ou conceitual. Ao pensarmos em projeto, a participação dos projeto educacional, buscando, contínua e permanentemente, a participação
alunos na escolha do objeto de estudo é fundamental. Essa estratégia ativa de todos na tentativa de estabelecer uma estreita ligação entre ele e
contribui para envolvê-los no tema e na busca efetiva pelas respostas suas implicações na determinação de novas metodologias de trabalho. Para
ao questionamento que originou a proposta. Este é um recurso didático alcançarmos esse objetivo, a avaliação não pode ser um ato mecânico, mas
que mobiliza a turma e sugere uma disposição para o trabalho em grupo sim uma ação reflexiva, voltada para identificar níveis de aprendizagem dos
que só se constrói sobre uma intensa e produtiva interação entre todos. conteúdos desenvolvidos durante o bimestre. Assim, defendemos o emprego
Os temas transversais podem ser aqui amplamente contemplados. da avaliação formativa ou processual como uma das possibilidades mais
indicadas, uma vez que ela leva em conta o processo de construção do
b) Organização do espaço conhecimento e de formação do sujeito.
A organização do espaço, para todas as faixas etárias, deve propiciar a in- Faz-se necessário, então, criar estratégias diferenciadas para avaliar os
tegração dos alunos por meio de espaços alternativos em sala de aula ou alunos periodicamente, além de ter em mãos instrumentos que possam
fora dela, tendo como objetivo instigar a curiosidade, possibilitar a cons- acolher dados passíveis de reflexão pelos professores, de forma que eles
trução e a desconstrução de ideias ou produtos, o desenvolvimento da tenham condições de reconhecer e destacar os avanços, retrocessos e
independência, a conquista da autonomia e da identidade, com foco em resultados apresentados pela turma no decorrer do cotidiano escolar.
relações mais saudáveis. Para tanto, ela deve prever a disponibilidade Esse modelo de avaliação dá aos professores e alunos o lugar de protagonistas
democrática do conhecimento, facilitando o acesso a materiais diversos que ousam negociar no processo de construção de conhecimento por meio da
selecionados e atrativamente distribuídos. necessária interação discursiva que pode ser estabelecida nesse momento.
– 19
5. O papel do professor alunos e as novas informações que a eles forem apresentadas em diferentes
Ao docente cabe mediar os processos de aprendizagem, gestando o conflito suportes (textos, experiências, leitura de mapas, desafios diversos) geram a
que se instaura quando um conteúdo é problematizado, acompanhando construção de novos saberes.
como os alunos enfrentam, discutem, decidem, procedem e justificam suas Por meio dessa exploração, os alunos têm a oportunidade de (res)significar
descobertas. conceitos, estabelecer outras relações com o objeto de estudo, como resul-
Nessa interação de ideias e saberes, o professor é definitivamente um tado imediato da desacomodação das informações prévias, presentes nos
personagem insubstituível, porque é ele quem vai instigar o processo de sistemas de representação interna que previamente possuem.
descoberta, provocar a expressão do pensamento, relacionando-o ao assunto
em foco.
Nesse contexto, a problematização, concebida como procedimento Ampliação dos saberes
metodológico, e a didática da situação-problema são duas estratégias
fundamentais para que o professor possa desempenhar o papel de mediador
e, assim, contribuir efetivamente para que a escola desempenhe sua função Garantindo o espaço da discussão e organização de novos saberes, as ati-
social, que é, e será ainda por muito tempo, a de oferecer condições para vidades desta seção propõem aos alunos o uso efetivo – em novos e diver-
que os alunos aprendam de forma processual, significativa e real. sos contextos – das descobertas feitas anteriormente. Aqui entram em jogo
habilidades complexas como análise, aplicação, síntese e sistematização,
6. Estrutura da coleção fundamentais para que se amplie significativamente a apreensão do conteú-
Apresentamos a seguir as seções estruturantes nas quais as atividades do do proposto.
Caderno do aluno estão organizadas.
Cabe salientar que destacamos neste momento apenas as seções centrais,
que orientam essa organização em todas as áreas do conhecimento. Cer-
Produção de texto
tamente, os desdobramentos específicos que atendem às necessidades de
cada disciplina serão abordados, de forma específica, nas próximas páginas.
Assim, temos: As situações de produção de texto expressas nesta coleção foram elaboradas
a partir das possibilidades sugeridas pelas diversas áreas do conhecimento.
As propostas oferecem oportunidades para que os alunos reconheçam a
Suas experiências expressão escrita como forma legítima de comunicação, de interlocução,
despertando o interesse para seu uso e desenvolvendo as habilidades
de uso adequado da modalidade escrita, considerando sua legibilidade e
O objetivo desta seção é apresentar atividades que intencionalmente pro- função social.
vocam antecipações e levantam conhecimentos prévios dos alunos sobre o
assunto que será abordado. O foco é estimular o confronto e a socialização
de ideias entre os participantes do grupo. Por meio das previsões e hipóteses
expressas e compartilhadas, criam-se também a expectativa e o interesse Sua criação (Desafio final)
para a apresentação de conteúdos diversos.

As propostas desta seção orientam os alunos a criar novas soluções


para uma determinada situação-problema. Eles são estimulados
Exploração e descoberta
a comunicar suas ideias diante do desafio proposto, a sugerir novos
encaminhamentos que vão além da compreensão ou aplicabilidade de
Esta seção propõe investigações que ajudam os alunos a descobrir novos algo já dado, mobilizando, nesse movimento, seus novos conhecimentos,
aspectos do conteúdo em foco. O diálogo entre o conhecimento prévio dos habilidades e atitudes.
20 –
3.o
Matemática E N S I N O F U N D A M E N TA L
ANO
1 .o bimestre
Orientações didáticas e metodológicas para o A proposta para a área de Matemática nos primeiros anos do Ensino
Fundamental
desenvolvimento dos trabalhos na área da Matemática A proposta para o desenvolvimento do processo de aprendizagem dos
conteúdos da área da Matemática, no primeiro ciclo do Ensino Fundamental,
1. Nossas concepções e a Matemática deve considerar, a priori, que os alunos já construíram critérios sobre o
A proposta para o desenvolvimento de trabalhos voltados à construção dos sistema de numeração, porque o mundo, simultaneamente, é letrado e
conceitos definidores dos conteúdos da área, gradativamente, tem como numérico, o que quer dizer que as noções informais sobre Aritmética e
propósito maior envolver e desafiar cada criança: para a resolução de Geometria, adquiridas em muitas das circunstâncias do cotidiano, existem
problemas e para o pleno exercício do pensamento matemático. e não podem ser desprezadas.
Nesse sentido, acolhemos a didática que tem como principal premissa A criança, ao responder a uma comanda ou a um desafio proposto, buscou
a situação-problema por possibilitar a busca de solução aos desafios um conhecimento que faz parte do seu patrimônio cultural. Portanto, não
propostos, permitir que a criança percorra diferentes caminhos, favorecer é fruto do que ouviu, às vezes, repetidamente de alguns adultos, mas do
um contato íntimo com a lógica interna dos conceitos envolvidos e, exercício de seu pensamento que, de forma analítica e abstrata, relaciona
consequentemente, construir estratégias próprias buscando compreender
pessoas e coisas do seu universo cultural.
o objeto de estudo em questão.
Nesse sentido, o professor precisa saber quais são os conhecimentos prévios
Como educadores que somos, temos o papel fundamental de propor
dos seus alunos e, a partir deles, propor atividades instigantes que ofereçam
desafios, assim como mediar e instigar a troca intelectual, manter o mistério
as condições para que possam estabelecer conexões entre o que conhecem
e alimentar o desejo de saber das crianças, para que todas possam
aprender, como também, transformar, produzir e criar novos modelos – que e o que ainda não conhecem. Isso favorecerá a progressão dos processos de
ampliem a cultura e não tão somente a reproduzam. aprendizagem em desenvolvimento, de forma efetiva e significativa.
a)  Representações numéricas convencionais e não convencionais
2. O trabalho educacional na área da Matemática Neste item abordamos a importância das notações, ou seja, das escritas
É possível aprender Matemática? realizadas pelas crianças com lápis e papel.
Aprender é possível, sim, desde que o professor consiga fazer do seu saber Desde a antiguidade os povos usavam diferentes símbolos para
matemático um mistério, o mesmo que usar como principais instrumentos representar as quantidades de produtos. No sistema arábico decimal
a pergunta instigante e as situações-problema, possibilitando a busca de temos dez algarismos (do zero ao nove) que combinados de infinitas
saídas para compreender conceitos em discussão ou em elaboração, assim maneiras compõem os números. Mas para aprender sobre os números
como o registro de hipóteses e respectivas operacionalizações. escritos as crianças precisam entendê-los não como elementos isolados,
Frente a essas premissas, cabe a nós, enquanto educadores, organizar mas aprender sobre o sistema em si e suas regras.
situações de aprendizagem que ofereçam as condições para que o desejo Assim, o trabalho com números deve ser diário, com ações relacionadas
adquira um tom de emergência – determinado e articulado ao conhecimento à leitura e à escrita numérica ou ao registro de forma integrada. O
“já existente” – contribuindo para a construção de novas estruturas mentais, planejamento das atividades precisa ser estruturado com base nos
no caso, estratégias de resolução de problemas. conhecimentos prévios que os alunos têm e nas dificuldades que
Ativar um dispositivo mental a partir de um desafio que leve a refletir e/ou apresentam.
explicitar o que sabe, ou mesmo, escolher entre uma coisa ou outra, ou Quaisquer que sejam as formas, os símbolos ou desenhos, utilizados
excluir ou incluir, ou, ainda, relacionar, comparar, operacionalizar, planificar, pelas crianças para representar graficamente o saber prévio ou adquirido,
confirmar e posicionar-se frente a uma necessidade interna ou externa, são devem ser valorizados e incentivados. Brizuela, B.M. afirma que “a
exemplos que representam algumas ferramentas conjunturais facilitadoras construção de notações não acontece em separado da construção de
no processo de construção de novos saberes. aspectos conceituais na matemática. Esses aspectos acontecem juntos.
– 21
As notações desempenham um papel importante na aquisição de As pesquisas para as mudanças no campo didático e metodológico da
conceitos numéricos”. Para tanto, é preciso que o professor compreenda Matemática, iniciadas na França entre os anos de 1970 e 1980, deram
como o conhecimento é construído, para respeitar o processo do aluno ao desenvolvimento do processo de aprendizagem nessa área um novo
expresso em suas notações numéricas. Se isso não estiver claro para enfoque, graças às descobertas de especialistas como Gérard Vergnaud
os professores, haverá uma tendência em buscar e exigir o registro
e Guy Brousseau.
convencional, a resposta certa, impedindo que esquemas mentais se
Conforme estudos, a progressão do processo de aprendizagem
transformem em estratégias de resolução de problemas.
Da notação não convencional às notações convencionais o caminho é longo, somente ocorrerá de forma efetiva se o objeto de conhecimento fizer
porém, essa distância entre o real e o possível progredirá com intervenções sentido às crianças.
bem conduzidas do professor. Em outras palavras, devem-se propor aos A partir dessa premissa devem ser priorizadas estratégias formativas que
alunos questões que tenham a finalidade de desestabilizar a escrita informal. possibilitem aos alunos, de forma autônoma e independente, frente a um
b)  A compreensão do sistema de numeração e a sua importância no problema posto, confrontar saberes: trocando pontos de vista, discutindo
estudo da Matemática argumentos, decidindo novos registros e hipóteses e justificando o
A compreensão do sistema de numeração – falado e escrito – pela criança pensamento.
apresenta-se com alto nível de complexidade, por razões inerentes às Sabe-se que as noções numéricas são construídas antes mesmo de a
suas regras e princípios. Nesse sentido justifica-se, por parte da escola, criança entrar na escola. A progressão desses processos é resultado das
todo um esforço, de maneira que se efetive a relação intrínseca entre a sucessivas abstrações analíticas que ela faz, ao entrar em contato consigo
quantidade, o símbolo que a representa e as leis de formação do sistema. mesma e com os ambientes familiar, social e cultural.
Para a compreensão, de fato, do sistema de numeração, é preciso
Os resultados do processo para a compreensão do sistema numérico serão
entender dois elementos fundamentais: a base dez e o valor posicional.
A partir do momento em que estes aspectos estão consolidados há um gradativos, com certa instabilidade e diferentes entre si, todavia poderão ser
entendimento real de expressões muito utilizadas em nosso cotidiano, facilitados se as propostas forem contextualizadas e muito desafiadoras.
na hora das contas, como “vai um”; “peço emprestado”. Esses termos, Estamos nos referindo à proposta de trabalhar com situações-problema
que em muitas situações são utilizados, pouco favorecem a relação com que, segundo Guy Brousseau, é a única forma de aprender os conteúdos
os conceitos de unidade, dezena e centena. da área da Matemática.
Assim, a proposta do material visa colocar os alunos em contato com a Nesse sentido, para a progressão do processo de aprendizagem na área da
numeração existente em todos os contextos (externos à escola) e aproximá-los por Matemática, prevê-se a familiarização com o sistema de numeração falado
meio de atividades desafiadoras que favoreçam a reflexão, fazendo-os colocar e escrito, para incorporá-lo à linguagem coloquial e, de forma integrada,
em jogo todos os conceitos que possuem. Neste processo, à medida que
buscar soluções para os problemas postos. Nesse contato íntimo com o
os alunos confrontam suas respostas com as de seus colegas, eles têm
a oportunidade de avançar nos diferentes conteúdos. objeto de estudo, ao compreendê-lo e interpretá-lo, as crianças aprendem,
gradativamente, o invisível do campo numérico e suas variáveis, ou mesmo,
3. Caminho metodológico e didático as regularidades das operações matemáticas e possíveis aplicações.
Contextualizar as situações propostas é o que permite aos alunos
Metodológico
recorrerem aos conhecimentos extraescolares, como apoio para analisar
Sabemos da complexidade que há em compreender o sistema numérico
os resultados e controlá-los, ao mesmo tempo em que essas situações
falado e escrito e que, realizar mecanicamente atividades desse conteúdo,
serão fonte de outros problemas. É o início da sistematização e/ou
cuja proposta seja apenas a percepção/memorização, pouco contribuirá
para se alcançar os resultados esperados. Então, atividades que tenham compreensão do nosso sistema de numeração.
como principal objetivo copiar numerais (ou armar e efetuar operações Pode-se afirmar com convicção que é preciso, portanto, oferecer às crianças
ou realizar exercícios de fixação) são representações de um saber que trânsito livre, sem restrições ao sistema de numeração, sob perspectivas
facilmente poderá ser levado ao fracasso, diante de modificações mínimas inéditas e interessantes, para que possam pensar o que e como fazer, como
das variáveis da situação. também, como explicar o que fizeram e por que fizeram.
22 –
Didático O erro, ao optarmos por uma didática com base em situações-problema,
é construtivo. Em outras palavras, transforma-se rapidamente em novo
a) As situações-problema obstáculo a ser superado, em favor da melhoria dos processos que envolvem
Quando analisamos o processo de construção do conhecimento estratégias de resolução, já acomodadas em nosso sistema mental.
matemático concluímos que ele é dinâmico, visto que os resultados da
aprendizagem são obtidos por meio de atividades que possibilitam a b) Organização do espaço e aprendizagem cooperativa
investigação, ou ainda, sob a luz de hipóteses. Se não forem essas as A formação do ser social envolve necessariamente propostas de
respostas dos alunos frente ao que está sendo proposto, impediremos agrupamento, por ser esta a maneira de possibilitar condições
eficientes para as trocas intelectuais entre os alunos, ocorrendo a
o exercício pleno do pensamento, alimentado pela dúvida ou pela
construção de conhecimento.
curiosidade e contextualizado em uma situação-problema.
Pichon Reviere, grande estudioso das dinâmicas de grupo, orienta que
Assim, percebemos que a Matemática não está pronta, acabada, mas se quando duas ou mais pessoas (no máximo 40) se reúnem, em favor de
transforma ao enfrentarmos os desafios para desvendá-la, principalmente um único objetivo e tarefa, a condição para a sua efetiva constituição
quando nos movimentamos em busca de saídas com base no que já está posta. Concebe o homem como ser social, orientado pelas suas
conhecemos, ou não. Essa descrição confere as condições para a necessidades internas e externas; portanto, é um fato, precisamos do
construção de estratégias de resolução de problemas. outro para contribuir, para alcançar sonhos, para construir conhecimento.
Segundo Polya, “uma grande descoberta resolve um grande problema, Agrupar os alunos é, também, oportunidade para que eles aprendam
mas há sempre uma pitada de descoberta na resolução de qualquer a lidar com as diferenças para, então, conviver com elas com mais
problema. O problema pode ser modesto, mas se ele desafiar a naturalidade. Nesse sentido o respeito tem espaço para as decisões,
curiosidade e puser em jogo as faculdades inventivas, quem o resolver para a autovalorização e para a iniciativa com responsabilidade.
por seus próprios meios experimentará a tensão e gozará o triunfo da No campo educacional, a forma como o espaço está organizado pode
descoberta. Experiências tais, numa idade susceptível, poderão gerar dar dicas da concepção de educação adotada no processo, assim
como as estratégias docentes mais utilizadas para a aprendizagem.
gosto pelo trabalho mental e deixar, por toda a vida, a sua marca na
Organizar os alunos de diferentes formas, levando em consideração
mente e no caráter.”
a estreita relação entre a atividade proposta e a melhor organização
Para ser considerada uma situação-problema, ela deverá apresentar as do espaço é o que dá movimento e vida para a proposta pedagógica.
propriedades apresentadas abaixo: Essas diferentes formas representam e orientam a liberdade para a
99 Girar em torno da resolução de um obstáculo, ou seja, um enigma a investigação e exploração de possibilidades, nos muitos desafios
ser resolvido; propostos aos alunos. Não planejar essas condições é perder
99 Permitir formulações por parte dos alunos; oportunidades múltiplas para que todos possam aprender, com mais
sentido e significado, inclusive o professor.
99 Possibilitar aos alunos apropriarem-se de instrumentos intelectuais; Com o foco na organização espacial, podemos preparar as carteiras
99 Operar em uma zona próxima, propícia ao desafio intelectual (nem da sala em algumas posições: grande roda, em pequenos grupos
muito fácil e nem impossível de ser resolvida); ou individualmente. A maneira como isto acontece e a frequência da
mudança de formato fornece elementos sobre como o processo de
99 Oportunizar que os alunos assumam riscos quando antecipam os ensino está acontecendo.
resultados (suas hipóteses); A partir da organização espacial (física), o professor tem a oportunidade
99 Possibilitar a sua validação por meio do próprio modo de estruturar-se. de saber como os alunos também se organizam e estabelecem situações
Uma situação-problema sugere a superação de um obstáculo. de troca.
Inicialmente, precisa ser compreendida e interpretada para que a Abaixo, as diferentes formas para agrupar as crianças, na sala de aula
ou fora dela, em favor da progressão e do desenvolvimento de processos
aprendizagem faça sentido. Após o envolvimento dos alunos, todo
(emocionais e cognitivos) em curso.
um processo de busca se desenvolve por meio do exercício pleno do Os grupos móveis: formados livremente de acordo com as afinidades
pensamento, até chegarem à resolução, que será registrada, como dos alunos, se a atividade não tiver como objetivo a aprendizagem de
produto da materialização da criatividade. algum conteúdo.
– 23
Agrupamentos produtivos: este é um nome usual na Língua Durante a realização das diferentes propostas os alunos formulam
Portuguesa, porém o objetivo do agrupamento é a troca intelectual, é hipóteses, argumentam, descrevem seus procedimentos nos pequenos
a construção de conhecimentos, assim, se a aprendizagem de um grupos ou entre as duplas. Este é um movimento saudável de troca
conteúdo estiver presente, caberá ao professor definir quem ficará com intelectual que precisa ser compartilhado entre todos os alunos. Assim,
quem pela aproximação de saberes, tendo em vista a circulação máxima este material valoriza a socialização e a apreciação das produções dos
de informações. Cabem aqui propostas para resolver problemas de diferentes grupos. Um espaço temporal está previsto para que os alunos
quaisquer naturezas, como jogar, escrever, ler, fazer provas, revisar e apresentem seus materiais e/ou pensamentos argumentando o caminho
editar produtos diversos. “Em 1930, o psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky percorrido.
O professor, nesta etapa, tem papel fundamental, uma vez que a partir da
(1896-1934) já chamava a atenção para a importância da interação entre
sua observação e intervenção durante a realização da proposta instiga
a criança e o professor e entre a criança e os colegas em situações
a argumentar, buscando as razões do que está sendo apresentado,
de aprendizagem. Em A formação social da mente, ele afirma que
gerando confrontação e reflexão por parte dos alunos. “Tudo isso não
o bom aprendizado é aquele que foca o potencial que o aluno pode se realiza espontaneamente, a intervenção do professor é decisiva e,
desenvolver com a ajuda de outros. Trabalhar em grupo, então, não é justamente, organizar com êxito o momento do confronto é uma das
apenas importante, mas fundamental para ele.” (Revista Nova Escola, maiores dificuldades do professor.” (SAIZ, 1995)
Edição 220, março de 2009). Com isso, há uma grande circulação de conhecimento na classe,
A grande roda: esta é a melhor organização para favorecer a alguns grupos têm a possibilidade de avançar em seus pensamentos,
coordenação do grupo de crianças como um todo, pelo professor, e para redirecionar rotas, rever procedimentos e outros que já se encontram
que todos possam se ver e se ouvir. É indicada, portanto, para contar em estágio mais avançado, vão progressivamente se aproximando da
histórias, construir combinados, conversar, fazer leituras intencionais, notação convencional e do conhecimento já construído pela sociedade.
assistir a um vídeo etc. É um momento riquíssimo tanto no campo emocional quanto no cognitivo.
Para viabilizar um momento assim e, ao mesmo tempo, contribuir para d) Organização didática por meio da sequência didática
a progressão do processo de aprendizagem em grupo, o professor deve Didaticamente, a organização do tempo escolar segundo as modalidades
organizar as carteiras em “u”, para que, assim que os alunos chegarem organizativas, sequência didática, projeto e atividade permanente, é a
à sala de aula, possam ocupar os lugares de forma espontânea. Numa estrutura mais adequada ao processo de aprendizagem. Descrevemos
organização como essa, não há lugar fixo, está proposto, portanto, o brevemente como uma sequência didática está organizada e pode
exercício da escolha, condição para que as crianças conquistem a favorecer a construção do conhecimento.
autonomia gradativamente. Para começar, levantar conhecimentos prévios é a condição necessária
Individual: a organização em que as crianças possam desenvolver para que o “novo conteúdo” possa se transformar em conhecimento,
individualmente algumas de suas tarefas deve fazer parte de um bom efetivamente. Para este momento, sugere-se que o professor não faça
planejamento. Esse é o momento para acomodar o conhecimento, para intervenções, mas sim observe o nível de participação e a troca de
resgatar o caminho percorrido, lembrando ou refletindo sobre ele, é o informações entre os alunos, ao buscar as soluções para o problema
momento da aprendizagem. As tarefas mais indicadas são: fazer uma posto.
Em seguida, o projeto volta-se para as propostas que oportunizam o
prova, produzir uma obra de arte, escrever, contar os objetos de uma
contato íntimo com o objeto de estudo e novos desafios são apresentados
coleção, registrar suas observações, criar um roteiro para realizar algo e,
às crianças, por exemplo: situações de jogos, problemas de diferentes
por que não dizer, pensar.
naturezas, cálculo mental, estimativa e propostas de leitura e escrita
c) Discussão em sala de aula de números adequadas à faixa etária das crianças que frequentam as
Na organização didática a partir da metodologia por resolução de salas do 3.o ano. Porém, para esta segunda parte os alunos devem ser
problemas, uma condição essencial que possibilita a progressão contínua acompanhados em todos os seus movimentos de resolução, ao mesmo
da construção de conhecimento é o momento de discussão posterior às tempo em que são instigados a buscar mais conhecimento sobre o
atividades realizadas pelos grupos e/ou pelos alunos. proposto, tendo em vista o desenvolvimento pleno de suas potencialidades.
24 –
Como terceiro momento, sugere-se uma última situação-problema forma convencional. Significa que ao estabelecer relações de quantidade,
com o nome de Desafio Final, uma atividade que tem como propósito somar ou subtrair, por exemplo, as crianças podem lançar mão do material
sistematizar, ou ainda, organizar o pensamento com base na reflexão disponível na sala de aula e usá-lo para justificar a tomada de decisão por
sobre os caminhos vivenciados. este ou aquele caminho ao resolver o problema proposto.
Assim, a sequência didática é uma ferramenta que oferece aos alunos O professor, por sua vez, com base no objetivo proposto, escolhe os
a condição de perguntar-se, ordenar, classificar, refletir para criar um recursos mais indicados e coloca-os à disposição com destaque para o
novo modelo social e único na cultura universal. Nesse processo de desenvolvimento de uma das atividades propostas na sequência didática.
interpretação contínua, é possível que saltem aos olhos os saberes Exemplo: disponibilizar jogos, material dourado e cuisenaire às crianças,
iniciais, muitas reformulações e construções criativas do próprio como suporte de resolução de problemas. Os recursos materiais não
pensamento ao longo de cada uma das situações didáticas propostas. devem ser confundidos com objetos de conhecimento ou entendidos e
utilizados em suas representações, até porque eles vão muito além do
4. Organização do espaço e tempo didático que os olhos podem ver. Assim, sob a lógica de como o conhecimento
é construído, a necessidade e o contato são autônomos, e a decisão é
Organização do espaço
do aluno em querer ou não utilizá-los durante a realização da proposta.
Apresentamos, num primeiro momento, sugestões de como organizar o Ao pensarmos sobre o que dispor às crianças é importante lembrar que
espaço como estratégia facilitadora para o desenvolvimento do trabalho todos os materiais devem ser de qualidade, seguros, em quantidade
educativo. Segundo Katia Smole (2000): “O ambiente deve encorajar os suficiente para permitir a escolha entre eles e, principalmente, adequados
alunos a propor soluções, explorar possibilidades, levantar hipóteses, à faixa etária atendida.
justificar seu raciocínio e validar suas próprias conclusões”. Propomos duas Além disso, é preciso também pensar em como todo esse material será
possibilidades: o “ambiente matematizador” e os cantos de interesse ou de colocado à disposição, pois, conforme os princípios já destacados,
atividade. espaços alternativos como esse devem ser totalmente acessíveis.
a) Ambiente matematizador – O lugar do material estruturado Assim, a altura de qualquer suporte que acomodará cada material deve
O uso de recursos didáticos para os alunos é de fundamental importância, ser compatível com a altura das crianças. Os materiais, utilizados para
principalmente para aqueles que ainda não representam suas hipóteses de compor o “ambiente matematizador”, classificam-se da seguinte maneira:

CONTAGEM ESTRUTURADOS MEDIDAS TEMPO GRÁFICOS PAPELARIA

Pedrinhas Material dourado Copos Relógio Lápis de Papéis de


Palitos Cuisenaire Compassos Ampulheta diferentes tipos para diferentes tipos e
Cédulas Blocos lógicos Fitas métricas Calendários desenhar ou pintar tamanhos para realizar
Moedas Jogos de mesa Réguas registros
Embalagens Tabuleiro Colheres Cola
Grãos Recipientes Tesoura
Brinquedos em miniatura graduados Pincéis
Botões Embalagens Tintas coloridas
Pedacinhos de madeira

– 25
A seguir, apresentamos algumas imagens que podem favorecer o
entendimento da proposta para compor o “ambiente matematizador”:

Quadro
numérico

b) Como organizar os cantos de interesse


Cantos de atividade ou de interesse são espaços organizados
especificamente para dispor diferentes atividades com total
acessibilidade às crianças. Permite a escolha de um parceiro para jogar,
ou ainda, atividades individuais como ler um livro, ou mesmo registrar
conquistas, sem a mediação do professor. Contempla, portanto, todos
Mapas os princípios educacionais eleitos: integração entre iguais, a tomada de
decisão em favor da conquista da autonomia, e pegar, usar e guardar
de forma independente. Essa condição é altamente favorável para o
desenvolvimento do trabalho educativo.
Planeja-se e estrutura-se um canto de atividades para ser atrativo
e construtivo, o que quer dizer que os materiais selecionados devem
ser sugestivos, instigadores e passíveis de ser transformados. Para
Material dourado, enriquecer o local, propostas como sudoku, jogos de tabuleiro e alguns
dados, materiais
de colagem... Palitos,
desafios lógicos podem contribuir.
pedrinhas, O aluno pode utilizar este espaço na chegada à classe, antes do início
canudos
da aula, no término de uma atividade ou no final do período. Para que
o espaço assuma sua função é importante o planejamento do docente
Instrumentos
de medida sobre este local, modificando as propostas semanalmente.
Organização do tempo didático
A rotina de uma instituição educativa é extremamente importante para situar
a criança no tempo e no espaço da sala de aula, conforme as áreas de
conhecimentos presentes no currículo da escola.
26 –
A organização prevista pela escola deve ser compartilhada com o grupo de professores, discutida e estudada por eles. Segundo Delia Lerner, são três as formas
de organizar o tempo na escola:

INTENCIONALIDADE EDUCATIVA MODALIDADE SUGESTÕES DE ATIVIDADES

Desenvolver hábitos e atitudes favoráveis para o Atividades permanentes: são propostas realizadas As propostas para desenvolver as atividades
desenvolvimento de capacidades e habilidades com determinada frequência (diária, semanal ou permanentes estão apresentadas mais à
na área de Matemática. quinzenal) desvinculadas das sequências didáticas frente.
e que favorecem a aproximação das crianças a um
conteúdo específico que se planeja alcançar. Ao
planejar este tipo de atividade deve-se ter clareza
em relação ao objetivo a ser alcançado e em relação
aos materiais necessários para a sua condução.

Organizar o tempo para o desenvolvimento dos Sequências didáticas: planejamento que apre- Organizam-se ao redor das unidades temáticas
conteúdos curriculares da área. senta objetivo específico com base em um con- correlacionadas previstas para a área da Mate-
ceito e níveis variados de aprofundamento. mática:
– Números (e operações)
– Geometria
– Grandezas e medidas
– Probabilidade e Estatística

Solucionar um problema que deve ser Projetos: os projetos são conjuntos de atividades Anualmente, propomos a realização de um
compartilhado com as crianças e apresentar organizadas em etapas, voltadas para a resolução projeto, o qual posteriormente será detalhado.
visibilidade em relação ao produto final. de um determinado problema. São entendidos
como uma sucessão de etapas, que abrangem:
– a organização da pesquisa
– a sistematização
– a socialização dos conhecimentos ao longo de
um tempo previsto entre os alunos e o professor.
Uma vantagem de trabalhar com projetos é
possibilitar que os alunos estabeleçam múltiplas
relações entre áreas de conhecimento distintas,
permitindo que façam generalizações de ordens
diversas.

– 27
5. O papel do professor Segundo Guy Brousseau, são duas, em especial, as condições motivadoras
Como profissional da educação, deve ter muita clareza de sua principal que favorecem a progressão dos processos de aprendizagem: sem a
competência, ou seja, saber organizar e mediar situações de aprendizagem, intervenção direta dos professores (adidáticas) e, a outra, com intervenções
como diz Perrenoud (2000), por uma perspectiva de escola diferenciada, (didáticas). Tanto uma quanto a outra, por serem provocativas, colocam
levando em conta as características, os ritmos e as motivações dos alunos. em xeque o conhecimento já construído pelos alunos, possibilitam novas
Nesse sentido, o professor tem um papel fundamental no processo de relações, novas formas de interpretar a realidade e o mundo dos números
ensino e aprendizagem. Sua postura, seu olhar, sua atuação neste processo assim como favorecem a materialização do resultado de suas ações.
explicita a proposta educacional em que ele acredita e que adota em sua Cabe ao professor intervir, socializando as estratégias de resolução utilizadas
prática. Ressaltamos que, na proposta da construção do pensamento pelos alunos, compartilhando conhecimentos e chamando a atenção para
criativo, o professor deve levar em conta o que as crianças já sabem e como as representações que realmente mostram aquisição de conhecimento por
sabem, deve valorizar a fala e as suas produções e planejar situações- parte das crianças. Assim, o educando poderá evoluir das representações
problema que favoreçam a progressão do conhecimento – acompanhando pictográficas para as representações matemáticas.
e registrando cada avanço de seu grupo de crianças. Assim como afirma Vale dizer que o professor deverá, também, observar os esquemas
Oliveira et al (1992), “O essencial no uso do espaço da sala de aula é que de ação das crianças, bem como as construções mentais que fazem
se descentralize a figura da educadora, que passa a atuar como facilitadora durante a atuação nas atividades, para evidenciá-los, proporcionando o
da interação das crianças em atividades e brincadeiras sem depender desenvolvimento do pensamento crítico/criativo/abstrato e a atitude de não
tanto da mediação do adulto. Este fica mais disponível para estabelecer mais se valerem de recursos materiais.
relações, de forma mais efetiva com alguma criança ou grupo de crianças
6. Proposta para viabilizar o processo de avaliação
que o procure e/ou precise de uma atenção especial. Além deste contato
direto, a observação do professor torna-se fundamental para o processo Introdução
de planejamento e avaliação”. Para o desenvolvimento de uma proposta A avaliação tem sido um problema constante tanto para os alunos como
como essa, o professor precisa intencionalizar a prática educativa para que para o professor.
ela não caia no espontaneísmo ou ainda, numa avalanche de informações, O maior dos problemas enfrentados frente a uma avaliação é que, muitas
muitas vezes desconectadas da realidade presente. Seguem algumas vezes, ela se torna um fim em si mesma, comprometendo, dessa forma,
dicas: uma nova oportunidade para se adquirir conhecimento.
• Estudar os conteúdos que serão desenvolvidos para poder elaborar O ato de avaliar já ocorre antes mesmo de se iniciar o ano letivo, quando
perguntas e atividades contextualizadas e desafiadoras à peculiaridade o professor pressupõe concepções acerca de um planejamento adequado
de seu grupo de alunos. à faixa etária dos alunos, às possibilidades cognitivas que são esperadas
para um determinado ano escolar.
• Trabalhar a partir dos conhecimentos prévios dos alunos ou ainda, das
A partir dessa inicial reflexão, é possível compor o “cenário educativo”, como
suas representações convencionais ou não.
afirma Hoffmann (2009). A partir daí, ele enfrenta uma série de hipóteses
• Aproveitar o erro como ponto de partida para instigar seus alunos, a serem conferidas e ajustadas no decorrer do processo, pois encara, ao
incentivando-os a descobrir, a expor com segurança suas dificuldades, mesmo tempo, a diversidade dos alunos, a complexidade do objeto de
a buscar novos caminhos de resolução, a analisar e verificar a solução. conhecimento e as múltiplas opções de experiências educativas.
• Ter clareza de que o mais importante é valorizar o processo e não o tempo Para acompanhar a progressão do processo de aprendizagem dos alunos
usado para resolver o problema, e nem a resposta final. de intenção formativa é fundamental a observação sob a luz dos objetivos
• Permitir que os alunos que desejarem concretizar suas hipóteses, ao propostos, dos critérios construídos ou com base nas atitudes e/ou nos
construir estratégias de resolução de problemas, tenham a oportunidade conteúdos, do diálogo entre professor e aluno, nas muitas situações
de utilizar material estruturante. didáticas propostas.
28 –
Segundo Jussara Hoffmann: “a avaliação enquanto relação dialógica vai A situação-problema como instrumento de avaliação
conceber o conhecimento como apropriação do saber pelo aluno e pelo Uma situação-problema desafia os alunos a mobilizarem recursos próprios.
professor, como ação-reflexão-ação que se passa na sala de aula em Assim, sentem-se desafiados ao analisar para compreender, interpretar,
direção a um saber aprimorado, enriquecido, carregado de significados, tomar decisões e aplicar os saberes adquiridos. Porém, essa didática não
de compreensão. Dessa forma a avaliação passa a exigir do professor está somente a serviço desse processo, pois é possível fazer dela um
uma relação epistemológica com o aluno. Uma conexão entendida como instrumento de avaliação.
uma reflexão aprofundada sobre as formas como se dá a compreensão do Na perspectiva de Piaget, a situação-problema, como concepção de
educando sobre o objeto do conhecimento”. aprendizagem, deve compor um sistema fechado (ou seja, avaliando
Em vez de um professor que transmite “comunicados” sobre um objeto um ciclo percorrido) e aberto no sentido de propor trocas, reflexões que
e um aluno que passivamente recebe estas informações acreditando ter transcendem os simples limites, pois inclui o espírito da cooperação, da
aprendido, a educação problematizadora traz, desde logo, o professor para autonomia e da expressão do pensamento criativo. Philippe Meirieu em
a posição do aluno e o aluno para a posição do professor; o objeto passa seu livro Aprender... Sim, mas como? afirma: “o sujeito orienta-se pela
tarefa e o professor pelo obstáculo”. Significa trabalhar e intencionalizar sua
a ser o fator de mediação deixando de ser “o” objetivo da educação. Pois
ação com base diagnóstica para ter claro onde quer chegar e ao final, se
não há educador tão sábio que nada possa aprender, nem educando tão
alcançou ou não o proposto.
ignorante que nada possa ensinar. Surge, daí, a concepção dialógica da
Nesse contexto, para avaliar com propriedade é fundamental compreender
educação problematizadora. (HOFFMANN, 2009)
o que deve fazer antes, durante e depois do desenvolvimento da proposta,
Em favor do desenvolvimento pleno da proposta de educação
tendo como disparador uma situação-problema sob a perspectiva da
problematizadora e acompanhamento formal, segue em paralelo a avaliação
avaliação formativa:
formativa que se estabelece com base no diálogo entre professor e aluno, ou Antes: ter claros quais são os critérios (o obstáculo) que balizarão o olhar
mesmo quando a busca é pelas soluções frente aos desafios encontrados. para o desenvolvimento e os resultados da estratégia avaliativa, tanto
Para tanto, o professor deve orientar-se respaldado por parâmetros claros aqueles que dizem respeito às atitudes quanto os que dizem respeito ao
em relação ao desencadeamento do pensamento científico dos alunos, conteúdo. Durante: utilizar os indicadores observáveis para acompanhar os
durante as suas descobertas, de maneira que sejam esses os responsáveis passos de resolução do problema proposto, tendo em vista a participação,
diretos pelos resultados a serem alcançados. tanto individual quanto coletiva, de cada grupo organizado na sala de aula.
Esses parâmetros devem prever certas respostas dos alunos, considerando Depois: analisar, com base nos critérios selecionados, os resultados da
tudo o que eles têm de melhor: suas aquisições, sua maneira de aprender, experiência e refletir sobre eles, até porque, continua sendo condição de
sua relação com o saber, suas angústias, eventuais bloqueios diante de aprendizagem finalizar colocando a proposta à disposição para instigar
certo tipo de tarefa, seus interesses, projetos e sua autoimagem como novamente os alunos no reconhecimento do que se fez, mas também do
sujeito capaz ou não de aprender. que poderia ser feito.
Segundo Perrenoud (2000), não devemos separar avaliação do processo Este é um momento especial para aproximar os alunos do convencionalmente
de aprendizagem, mas sim, considerar cada situação de aprendizagem já construído pela humanidade.
como fonte de informações ou de hipóteses preciosas para delimitar melhor Momentos imprescindíveis de avaliação
os conhecimentos e a atuação dos alunos, para então saber o que fazer a Há dois momentos imprescindíveis para a avaliação, o inicial e o final.
seguir. Os processos são semelhantes, porém com intenções distintas, uma vez
É preciso encarar a avaliação como instrumento de trabalho do professor, que na avaliação inicial – e neste momento, nos referimos ao período do
por ter como principal função subsidiar a prática docente para, se for o caso, início do ano letivo – a intenção do professor é conhecer a capacidade
ajustar cursos de ação. Além disso, é também de grande valia para que cognitiva do grupo e detectar os pontos já construídos e aqueles em que
os alunos possam orientar o olhar para as dificuldades, mas também e, há necessidade de retomada para novos investimentos durante o bimestre
principalmente, para a aprendizagem adquirida. e o ano.
– 29
Assim, com a base diagnóstica construída, o professor tem a condição de pensamento dialético, tudo e todos se transformam o tempo todo, portanto,
ajustar o necessário para atingir seu grupo, assumindo a aprendizagem não existem verdades absolutas. Por exemplo, se alguém joga uma pedra no
significativa. lago é possível identificar a repercussão da ação, aparentemente simples.
Na avaliação final, aqui entendida como a de final de curso/ano, o foco Vejam: ao deslocá-la do solo, ao levantá-la para atirá-la no lago, o impacto
não está somente no resultado obtido pelo aluno, no seu desempenho entre a pedra e a água ao penetrar nas profundezas dele, seu percurso até
acadêmico, mas no olhar para o todo durante o ano: nos documentos a total acomodação, a reorganização desse espaço para receber seu mais
criados, nos registros produzidos, nos recursos utilizados para chegar ao novo elemento que, naturalmente se confronta com outros, num movimento
aprendizado que conquistou. contínuo de reconhecimento e de conhecimento.
Não podemos deixar de mencionar a importância da avaliação no início Se a proposta fosse avaliar o resultado, chegaríamos à seguinte conclusão:
de cada novo conteúdo, ou nova unidade didática. Este é o momento de uma pedra foi jogada no lago. Mas, não é somente isso, nossa intenção é
levantar os conhecimentos prévios dos alunos acerca do conteúdo e, para que o processo seja avaliado.
isso, a situação-problema deve ser desafiadora e despertar o espírito da Para tanto, faz-se necessário investigá-lo, traduzi-lo pelas dicas que estão,
cooperação e da autonomia de forma que os alunos coloquem em jogo tudo tanto no explícito, quanto no implícito. Dessa forma, fatalmente, teremos que
o que sabem sobre aquele conteúdo. ampliar o olhar para ir além da resposta certa ou errada e viver a segurança
Orientações para o professor: e a insegurança ao interpretá-lo em suas muitas diferenças.
Para auxiliar no processo de acompanhamento e avaliação das atitudes
• Utilizar entre 1 e 2 aulas para a contextualização e a resolução da situa-
e aprendizagens adquiridas, ou ainda no nível de envolvimento, reações
ção-problema;
e ações à medida que enfrentam os desafios propostos, apresentamos
• Apresentar a situação-problema aos alunos, de acordo com as orienta- ao final deste manual os indicadores observáveis pelo PAC – Programa
ções metodológicas; de Avaliação Continuada – que tem esta intenção de acompanhamento.
• Formar os agrupamentos produtivos; Trata-se de um modelo de planilha, organizada a partir de cada eixo da
• Acompanhar todo o processo de resolução, anotando as hipóteses dos Matemática, de cada sequência, para auxiliar o professor neste desafio.
alunos, os procedimentos utilizados, os argumentos levantados pelos As planilhas e seus resultados precisam ser interpretados. Cabe, também,
integrantes; a análise comparativa do processo de cada aluno com o próprio aluno,
• Quando todos terminarem, organizar a sala para apreciar o que todos portanto, jamais entre eles.
fizeram. Para colaborar nesse processo de alta complexidade com a proximidade
ética esperada, o professor deverá perguntar-se ao final de cada
• Sistematizar o pensamento dos alunos, apresentando o que já sabem
sequência didática desenvolvida: o objetivo foi alcançado? O que os
fazer e o que vão aprender.
alunos compreenderam? O que não compreenderam? Por que não
Acompanhamento do processo de construção de conhecimento compreenderam?
Avaliar o processo de aprendizagem, em suas pequenas manifestações, é Lembrar que se os resultados forem aquém do esperado, o previsto é
ainda um grande problema para o professor porque, por anos, nosso olhar analisar e refletir como foi desenvolvida a prática educativa e mudar as
esteve centrado no resultado certo ou errado. Olhar para os detalhes da estratégias, se necessário.
produção de um aluno significa reconhecer o estágio de seu conhecimento
e uma excelente oportunidade para uma eficaz interação. 7. Matemática – vista como estrutura de pensamento, à luz de competências
O primeiro passo é compreender que vivemos em constante movimento de O Ensino Fundamental deve ter compromisso com o desenvolvimento do
transformação, em processo, e se ele existe, é preciso saber acompanhá-lo. letramento matemático, definido como as competências e habilidades de
Para ilustrar tal afirmativa, reescrevemos aqui um exemplo retirado do livro raciocinar, representar, comunicar e argumentar matematicamente, de modo
A fome com a vontade de comer, de Monique Dehenzelein. Com base no a favorecer o estabelecimento de conjecturas, a formulação e a resolução
30 –
de problemas em uma variedade de contextos, utilizando conceitos, 6. Enfrentar situações-problema em múltiplos contextos, incluindo-se
procedimentos, fatos e ferramentas matemáticas. É também o letramento situações imaginadas, não diretamente relacionadas com o aspecto
matemático que assegura aos alunos reconhecer que os conhecimentos prático- utilitário, expressar suas respostas e sintetizar conclusões,
matemáticos são fundamentais para a compreensão e a atuação no mundo utilizando diferentes registros e linguagens (gráficos, tabelas, esquemas,
e perceber o caráter de jogo intelectual da matemática, como aspecto além de texto escrito na língua materna e outras linguagens para
que favorece o desenvolvimento do raciocínio lógico e crítico, estimula a descrever algoritmos, como fluxogramas, e dados).
investigação e pode ser prazeroso (fruição). 7. Desenvolver e/ou discutir projetos que abordem, sobretudo, questões
(BRASIL, Base Nacional Comum Curricular – homologação em 20 de dezembro de urgência social, com base e m princípios éticos, democráticos,
de 2017) sustentáveis e solidários, valorizando a diversidade de opiniões de
indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza.
Com o compromisso de favorecer o letramento matemático – desta que é
considerada a ciência dos padrões, das regularidades e da ordem lógica –, 8. Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando
destacamos e adotamos as competências elencadas pelo documento coletivamente no planejamento e desenvolvimento de pesquisas para
responder a questionamentos e na busca de soluções para problemas,
regulador:
de modo a identificar aspectos consensuais ou não na discussão de
Competências específicas de Matemática para o Ensino Fundamental uma determinada questão, respeitando o modo de pensar dos colegas
1. Reconhecer que a Matemática é uma ciência humana, fruto das e aprendendo com eles.
necessidades de preocupações de diferentes culturas, em diferentes (BRASIL, Base Nacional Comum Curricular – homologação em 20 de dezembro de
momentos históricos, e é uma ciência viva, que contribui para solucionar 2017)
problemas científicos e tecnológicos e para alicerçar descobertas e Nossa proposta
construções, inclusive com impactos no mundo do trabalho.
Considerando-se a importância de pensar matematicamente, ou seja,
2. Desenvolver o raciocínio lógico, o espírito de investigação e a capacidade construir um saber matemático, torna-se necessário, além de identificar
de produzir argumentos convincentes, recorrendo aos conhecimentos as competências, distinguir as ideias fundamentais da Matemática que
matemáticos para compreender e atuar no mundo. permitirão fazer correlações entre os blocos de conteúdo, assim como as
3. Compreender as relações entre conceitos e procedimentos dos diferentes unidades temáticas que apoiarão esse desenvolvimento.
campos da Matemática (Aritmética, Álgebra, Geometria, Estatística e
Competências matemáticas – ideias fundamentais
Probabilidade) e de outras áreas do conhecimento, sentindo segurança
quanto à própria capacidade de construir e aplicar conhecimentos

Probabilidade e estatística
matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na busca

Grandezas e medidas
de soluções.
Processos
4. Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos e níveis

Geometria
presentes nas práticas sociais e culturais, de modo a investigar, organizar,

Números

Álgebra
representar e comunicar informações relevantes, para interpretá-las e
avaliá-las crítica e eticamente, produzindo argumentos convincentes.
5. Utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias
digitais disponíveis, para modelar e resolver problemas cotidianos, Unidades temáticas
sociais e de outras áreas de conhecimento, validando estratégias e A unidade temática Números, que pode se apresentar em ambientes
resultados. de resolução de situações-problema, desenvolvimento de projetos,
– 31
investigações e modelagem, tem como principal finalidade desenvolver Na temática Geometria, propomos atividades estruturadas por um conjunto
o pensamento numérico, o que implica o conhecimento da quantificação de procedimentos-chave, que são:
de atributos de objetos, a interpretação de argumentos baseados em –– visualização;
quantidades, o acesso às ideias fundamentais da Matemática – como –– construção/representação e uso da linguagem para descrever as
aproximação, proporcionalidade, equivalência – e ordem na articulação características de uma determinada figura;
entre os diferentes campos (entre Aritmética e Álgebra, Aritmética e –– relações métricas;
Geometria etc.). –– transformações, com foco nas simetrias.
Além disso, para o trabalho com a Geometria, sugerimos a utilização de
A expectativa é fazer com que os alunos ampliem os campos numéricos softwares e tecnologias digitais variadas.
(dos números naturais e racionais), explicitem e justifiquem cálculos e Na temática Grandezas e medidas, as atividades são estruturadas pelos
algoritmos e compreendam as características do sistema de numeração seguintes procedimentos-chave:
decimal, comparando-o com agrupamentos em outras bases, para favorecer –– medição (comparação de uma grandeza com uma unidade de medir e
o princípio do agrupamento-base e do valor posicional. expressão do resultado por meio de um número);
É necessário que os alunos estudem os sistemas de numeração para –– ampliação do campo numérico e da noção de número;
que desenvolvam sua inteligência no âmbito da Matemática, assim como –– cálculo e estimativa;
estejam prontos para expressar, comunicar suas ideias e utilizar diferentes –– comparações e medidas;
recursos tecnológicos. –– recontagens;
–– inserção da unidade básica de capacidade de armazenamento de
A unidade temática Álgebra é favorecida pelas tarefas e propostas computadores (byte);
que tornam os alunos hábeis a raciocinar, representar, fazer perguntas, –– integração da Matemática a outras áreas de conhecimento.
conjecturar e argumentar matematicamente. Ela deve ser abordada desde No que diz respeito à Probabilidade e estatística, as propostas favorecem
os anos iniciais do Ensino Fundamental e precisa contar com o apoio de uma compreensão de como agregar e eliminar casos para quantificar
educadores reflexivos de suas práticas, que orientem os estudantes a probabilidades de determinados eventos e, também, como realizar
respeitá-los e acompanhá-los produtivamente em suas exposições orais pesquisas de interesse com coleta e organização de dados, entendendo o
e suas escritas/notações e sistemas simbólicos. As escritas/notações importante papel da Estatística no contexto da sociedade.
muitas vezes são criadas pelos alunos para dar significado ao que querem
entender e expressar e demonstram muita “proximidade” com a evolução 8. Expectativas de aprendizagem para o 3.o ano:
acerca das representações matemáticas convencionais. Propomos uma programação e uma metologia que favorecem a oportunidade
Ao longo dos primeiros anos, propomos a exploração de regularidades em de pensar, por meio da resolução e elaboração de situações-problema
advindas do cotidiano dos alunos, de jogos propostos, contextos históricos
sequências, com a determinação dos termos através da lei de formação e
da área, meios tecnológios e outros. Com isso, criamos condições para a
a determinação da sequência através da análise da relação existente entre
discussão, troca de pontos de vista, criação de estratégias, argumentação
os seus termos.
e desenvolvimento do pensamento crítico, da criatividade, da comunicação
Uma abordagem algébrica da proporcionalidade direta dará continuidade e da cooperação.
ao trabalho com a investigação de regularidades e abrirá caminho para Destacamos a seguir as expectativas de aprendizagem que os alunos
desenvolver as capacidades que envolvem o raciocínio da proporcionalidade devem alcançar ao término do 3.o ano. Com a realização das propostas
– em particular, o sentido de covariação e de invariância –, ao mesmo tempo do material didático juntamente com outras atividades organizadas
em que favorecerá a capacidade de generalização, essencial à Álgebra. É pelo professor, se necessário, encaminhamos os alunos para ter estas
importante lembrar que raciocinar pelo pensamento da proporcionalidade habilidades desenvolvidas. Para facilitar o acompanhamento destes
é fundamental para o aprendizado de outros conceitos, como fração, aspectos, apresentamos os itens organizados a partir das unidades
porcentagem, medida e escala. temáticas correlacionadas.
32 –
Unidades Unidades Objetos de conhecimento
temáticas Objetivos didáticos Habilidades (BNCC)
didáticas correlacionadas (BNCC)

(EF03MA01) Ler, escrever e comparar números


Usar a contagem como um instrumen- naturais de até a ordem de unidade de milhar, es-
to de pensamento para desenvolver tabelecendo relações entre os registros numéricos
a habilidade de registrar e amplificar e em língua materna.
a capacidade de resolver problemas (EF03MA02) Identificar características do sistema
do campo aditivo, assim como a per- de numeração decimal, utilizando a composição e
cepção das características do sistema a decomposição de número natural de até quatro
indo-arábico por nós utilizado (posicio- Leitura, escrita, comparação e orde- ordens.
nal, de base dez, tem zero, usa dez nação de números naturais. (EF03MA03) Construir e utilizar fatos básicos da
símbolos, é multiplicativo). Composição e decomposição de nú- adição e da multiplicação para o cálculo mental ou
Números Em contextos apropriados, interpretar meros naturais. escrito.
informações, analisá-las e discernir Procedimentos de cálculo (mental e (EF03MA04) Estabelecer a relação entre números
entre hipóteses e fatos. Por isso, con- escrito) com números naturais: adi- naturais e pontos da reta numérica para utilizá-la
Escola de Ani- siderar que os símbolos numéricos ção e subtração. na ordenação dos números naturais e também
mais que usamos e o uso de dez como na construção de fatos da adição e da subtração,
base de agrupamento são hipóteses relacionando-os com deslocamentos para a direita
da imaginação (próprias da cultura ou para a esquerda.
matemática) e que os registros e as (EF03MA05) Utilizar diferentes procedimentos de
contagens em outras bases são per- cálculo mental e escrito, inclusive os convencionais,
feitamente possíveis. para resolver problemas significativos envolvendo
adição e subtração com números naturais.

Favorecer o pensamento algébrico ao (EF03MA10) Identificar regularidades em sequên-


Álgebra identificar e descrever regularidades. cias ordenadas de números naturais, resultantes
Pensamento Por exemplo, no Desafio Final, na Identificação e descrição de regulari- da realização de adições ou subtrações sucessi-
algébrico “contagem feita pelo cavalo”, refletir dades em sequências numéricas. vas, por um mesmo número, descrever uma regra
sobre a sequência 2, 4, 8, 16 ..., entre de formação da sequência e determinar elementos
outras. faltantes ou seguintes.

(EF03MA26) Resolver problemas cujos dados es-


tão apresentados em tabelas de dupla entrada,
gráficos de barras ou de colunas.
Memórias de Leitura, interpretação e representa- (EF03MA27) Ler, interpretar e comparar dados
Utilizar o diagrama de Carroll para
Leonardo: o leitor Estatística ção de dados em tabelas de dupla apresentados em tabelas de dupla entrada, gráfi-
de Alice classificar dados de pesquisa. cos de barras ou de colunas, envolvendo resulta-
entrada e gráficos.
dos de pesquisas significativas, utilizando termos
como maior e menor frequência, apropriando-se
desse tipo de linguagem para compreender aspec-
tos da realidade sociocultural significativos.

– 33
Unidades Unidades Objetos de conhecimento
temáticas Objetivos didáticos Habilidades (BNCC)
didáticas correlacionadas (BNCC)

Fazer estimativas, medir (com instru- Medidas de comprimento (unidades (EF03MA17) Reconhecer que o resultado de uma
mentos construídos por si mesmo e não convencionais e convencionais), medida depende da unidade de medida utilizada.
Grandezas e instrumentos comercializados) compri- registro, instrumentos de medida, es- (EF03MA19) Estimar, medir e comparar comprimen-
medidas mentos e distâncias. timativas e comparações. tos, utilizando unidades de medida não padroniza-
Transformar figuras geométricas fazendo Significado de medida e de unidade das e padronizadas mais usuais (metro, centímetro
traçados em malhas quadriculadas. de medida. e milímetro) e diversos instrumentos de medida.

Descobrir e (re)significar metade, terça


parte, quinta parte e décima parte. (EF03MA05) Utilizar diferentes procedimentos de
Realizar procedimentos de cálculo cálculo mental e escrito, inclusive os convencio-
Memórias de mental. nais, para resolver problemas significativos envol-
Problemas envolvendo significados
Leonardo: o leitor Resolver problemas do campo aditivo, vendo adição e subtração com números naturais.
da adição e da subtração: juntar,
de Alice subtrativo: (EF03MA06) Resolver e elaborar problemas de adi-
acrescentar, separar, retirar, compa-
• problemas de relações simples en- ção e subtração com os significados de juntar, acres-
rar e completar quantidades.
tre o todo e sua partes, centar, separar, retirar, comparar e completar quan-
Números Problemas envolvendo diferentes
• problemas inversos, tidades, utilizando diferentes estratégias de cálculo
significados da multiplicação e da
• problemas comparativo, exato ou aproximado, incluindo cálculo mental.
divisão: adição de parcelas iguais,
• problemas do campo multiplicativo/ (EF03MA07) Resolver e elaborar problemas de
configuração retangular, repartição
divisivo: de correspondências de um multiplicação (por 2, 3, 4, 5 e 10) com os signifi-
em partes iguais e medida.
para muitos, cados de adição de parcelas iguais e elementos
• fatores ausentes, apresentados em disposição retangular, utilizando
• problemas diretos de divisão diferentes estratégias de cálculo e registros.
• divisão equitativa

Sistema monetário brasileiro: es- (EF03MA24) Resolver e elaborar problemas que en-
Estabelecer equivalências e resolver
Grandezas e tabelecimento de equivalências volvam a comparação e a equivalência de valores
problemas utilizando o sistema mo-
medidas de um mesmo valor na utilização monetários do sistema brasileiro em situações de
netário brasileiro.
de diferentes cédulas e moedas. compra, venda e troca.

Realizar procedimentos de cálculo


(mental e escrito) em contextos de si-
tuações de compra e venda. Procedimentos de cálculo (mental e (EF03MA05) Utilizar diferentes procedimentos de
Resolver problemas que envolvam os escrito) com números naturais: adi- cálculo mental e escrito, inclusive os convencio-
Banca de jornais significados de adição e de subtra- ção e subtração. nais, para resolver problemas significativos envol-
ção, utilizando o sistema monetário Problemas envolvendo significados vendo adição e subtração com números naturais.
Números brasileiro. da adição e da subtração e proble- (EF03MA06) Resolver e elaborar problemas de
Utilizar/refletir sobre o algoritmo da mas envolvendo diferentes significa- adição e subtração com os significados de juntar,
adição. dos da multiplicação (adição de par- acrescentar, separar, retirar, comparar e completar
Resolver problemas do tipo multipli- celas iguais, repartição em partes quantidades, utilizando diferentes estratégias de cál-
cativo, no sistema monetário brasilei- iguais e medida). culo exato ou aproximado, incluindo cálculo mental.
ro, utilizando tabelas (ou quadros de
correspondências).

34 –
Unidades Unidades
temáticas Objetivos didáticos Objetos de conhecimento (BNCC) Habilidades (BNCC)
didáticas correlacionadas

(EF03MA10) Identificar regularidades em sequên-


cias ordenadas de números naturais, resultantes
da realização de adições ou subtrações sucessi-
Álgebra/ vas, por um mesmo número, descrever uma regra
Identificação e descrição de regularidades
Banca de jornais Pensamento Analisar hipóteses e informações, em sequências numéricas recursivas. de formação da sequência e determinar elementos
algébrico para refutação ou aceitação. faltantes ou seguintes.
Relação de igualdade.
(EF03MA11) Compreender a ideia de igualdade
para escrever diferentes sentenças de adições
ou de subtrações de dois números naturais que
resultem na mesma soma ou diferença.

9. 
Propostas para atividade permanente – Unidades de medida de Portanto, para esse primeiro bimestre, selecionamos um trabalho com o uso
comprimento e distância das medidas de comprimento e distância, a fim de inserir os alunos nesse
contexto.
Introdução
Assim, a ampliação das experiências acerca das unidades de medida será
Desde a Antiguidade existe a necessidade de uma padronização dos significativa se forem exploradas por meio da resolução de problemas para
sistemas de medidas, a fim de evitar diversos prejuízos com o uso de medidas que todas as crianças possam dar sentido à utilização desses instrumentos
arbitrárias pela variedade de tamanho dos elementos utilizados para medir. de medida. Com essa percepção, a criança pode pensar em sua própria
Diversas profissões trabalham diretamente com as unidades de medidas, história e também estabelecer conexões e comparações entre ela e seus
o que significa que estabelecer um padrão preciso para essas medições colegas, parentes e amigos.
era imprescindível. Foi então que o metro tornou-se a unidade de medida As atividades permanentes que estão discriminadas abaixo visam contribuir
padrão e faz parte do Sistema Internacional de Unidades. com a aprendizagem deste campo da Matemática. A sugestão de utilização
Desse modo, a escola possui um papel fundamental para proporcionar aos dessas propostas foi pensada para ser desenvolvida em aulas quinzenais,
alunos a possibilidade de lidar com os diversos instrumentos de medida de conforme consta na programação inicial.
acordo com a situação em que se pretende estabelecer uma comparação.
10. Estrutura do material do aluno
Na atualidade, todas as grandezas (de tempo, de comprimento, de massa,
de capacidade) são marcadas por diversos instrumentos, mas é preciso Período: Bimestral
criar condições na escola para que os alunos conheçam todos eles.
a) Introdução
Conforme os Parâmetros Curriculares: “é importante que ao longo do Ensino A organização do material didático prevê o tempo para a realização
Fundamental os alunos tomem contato com diferentes situações que os de algumas propostas para adaptação dos alunos tanto visando à
levem a lidar com grandezas físicas, para que identifiquem que atributo será socialização da turma quanto identificando para o professor o momento
medido e o que significa a medida”. cognitivo do aluno.
Para criar essas condições de medidas de grandezas diversas, nossa Terminado o período de adaptação dos alunos, no qual foram
proposta é desenvolver uma série de atividades permanentes, contribuindo desenvolvidas as propostas de jogos de maneira que o grupo
de forma significativa na tomada de decisão do aluno nas situações de uso pudesse interagir favorecendo a construção de vínculos afetivos,
de unidades de medida adequadas e dos instrumentos disponíveis para apresentamos a seguir as sequências didáticas, cujos conteúdos
cada uma das grandezas, tais como: o metro, o calendário, o relógio, a encontram-se intimamente ligados às expectativas de aprendizagem
balança, entre outros. para os alunos do 3.o ano.
– 35
O número de aulas está disponível na Programação Bimestral, buscando Situação-problema
integrar três modalidades de organização do tempo didático: sequências
Uma vez desenvolvida a proposta de estudo do texto, é hora de reorganizar
didáticas, projetos didáticos e atividades permanentes. Esta disposição
os alunos em pequenos grupos (em média de 4 alunos) e colocá-los
visa orientar o professor no encaminhamento da proposta, porém o frente a frente com a situação-problema eleita para o levantamento de
replanejamento das aulas é extremamente importante, a partir do momento conhecimentos prévios.
em que o professor conhece sua turma e sabe em quais momentos é Os debates entre os alunos, as conversas, a organização dos diferentes
necessário intensificar o tempo favorecendo o desenvolvimento do pontos de vista são algumas das situações que surgem nesse momento
conteúdo e possibilitando as situações de aprendizagem. e, nesse caso, orientamos que a proposta de laboratório seguida da
As atividades propostas em cada uma das sequências foram planejadas situação-problema seja desenvolvida em duas aulas seguidas, no mínimo.
Nesse momento, os alunos irão passar por várias fases de resolução,
e orientadas pelo objetivo específico. Apresentam-se também encade-
dessa forma, sugere-se que o professor não interfira nas discussões e
adas com lógica e níveis de aprofundamento variados. Dentro de cada nos registros da situação-problema, mas sim que observe e anote como
sequência didática, há diferentes seções incluindo as propostas de jogos, os pequenos grupos reagem à proposta, às oposições, às trocas de
para serem desenvolvidas nas aulas. Os materiais necessários para os experiências e de conhecimento entre iguais. Além disso, é importante
jogos estão à disposição para recorte e montagem, no anexo do caderno observar como os alunos aproveitam todo o acervo da contextualização
do aluno. em benefício da resolução do problema.
Para o desenvolvimento do projeto didático, cada grupo, de aproxi- Após passarem pelas fases da compreensão, do levantamento de
madamente 4 ou 5 alunos, receberá uma pasta com fichas soltas que hipóteses de resolução, da tomada de decisão e da materialização de
todo o processo criativo, é hora de socializar o que conseguiram fazer.
orientam a proposta. Para as atividades permanentes, o material do “am-
Essa proposta valoriza seus conhecimentos prévios e dá sentido e
biente matematizador”, o caderno da criança ou folhas avulsas será(ão) significado para tudo o que vier depois.
necessário(as) para registro. Durante a apresentação de cada grupo, é importante que o professor
As propostas desenvolvidas no caderno favorecem as diferentes fases instigue os alunos para que expliquem como o processo de resolução
do processo de construção de conhecimento. foi construído. Todavia, a qualidade das perguntas nesse momento
é deveras importante, quer dizer, elas devem trazer à tona o sentido
b) Descrição das partes que compõem cada sequência didática implícito das operações, ampliando as opções de resolução para um
mesmo problema.
Ao final da atividade de levantamento de conhecimentos prévios, o
Suas experiências professor poderá propor a sistematização do que as crianças já sabem
Laboratório] sobre o conceito em questão. O importante é registrar as ideias iniciais
em um cartaz para ser afixado em um local visível da sala de aula,
Laboratório para que, ao longo do desenvolvimento das demais atividades da
sequência didática, seja possível resgatá-las a fim de confirmá-las e/ou
O laboratório é a primeira parte da sequência didática. Ele contextualiza
complementá-las.
o tema e o conteúdo a serem trabalhados no decorrer dela por meio
de diferentes propostas, com o objetivo de levantar os conhecimentos
prévios dos alunos. Exploração e descoberta
A formação de grupo proposta para o momento do laboratório é a grande
roda, a qual privilegia a oralidade, o diálogo e a troca de impressões e
argumentações acerca do tema proposto. Para tanto, faz-se necessário Hora do jogo, hora da brincadeira ou hora da oficina
que o professor adote o papel de leitor, ou seja, planeje estratégias de
Terminado o momento de levantamento de conhecimentos prévios,
maneira que os alunos possam compreender o que está explícito e a “Hora do Jogo”, “Hora da brincadeira” ou “Hora da Oficina” é uma
interpretar o que está implícito em cada leitura. proposta frequente na sequência didática.
36 –
“As brincadeiras infantis além de criar situações que favoreçam a
sociabilidade, a cooperação e o respeito mútuo contribuem para o Ampliação de saberes
reconhecimento de que as atividades corporais podem se constituir numa
forma para que as crianças aprendam noções e conceitos matemáticos,
e ampliam suas competências pessoais, entre elas, as corporais e Hora de resolver problemas
espaciais.” (SMOLE, 2000) Findado o momento do jogo é hora de organizar os alunos em duplas
Pelo seu caráter coletivo, os jogos e brincadeiras permitem que as crianças para que possam refletir e discutir seus pontos de vista sobre os diversos
estabeleçam relações diversas e numéricas, troquem informações e problemas que irão resolver.
experiências, aprendam a esperar a vez, a lidar com as regras, num A proposta “Hora de resolver problemas” traz em seu conteúdo diferentes
ambiente colaborativo onde seja possível inibir a competição e incentivar propostas de resolução de problemas acerca do contexto e do conteúdo
a cooperação. eleito para a sequência didática.
Os jogos podem se subdividir em diferentes categorias, atreladas aos Os enunciados dos problemas também são textos que carecem de uma
eixos de conteúdos matemáticos previstos em cada sequência (Espaço atenção especial por parte do professor. Para apresentá-los aos alunos,
e forma – Grandezas e medidas – Números e operações – Tratamento deixando de lado o viciado movimento da explicação, o professor deve
da informação). assumir, novamente, o papel de leitor, com foco na compreensão e
Buscamos nomear diferentemente a seção a partir da ação dos alunos, interpretação de texto, dando sentido às ideias que ali estão organizadas.
porém a intenção é a mesma: trazer o novo conteúdo, ou seja, o objeto Ao assumir este papel o professor estará oferecendo as condições para
de conhecimento para o contato direto com os alunos. que os alunos, num futuro bem próximo, façam o mesmo ao se depararem
No jogo, a situação didática com tabuleiros e peças está organizada com enunciados de problemas ou que envolvem outras propostas.
com um objetivo muito claro de onde se deve chegar, já previamente Durante o desenvolvimento da proposta, o papel do professor é de
fundamental importância. Nesse momento, ele intervém em muitas das
explicitado no Caderno.
representações convencionais ou não, faladas ou escritas. Todavia, para
Nas demais situações: “Hora da Brincadeira” e “Hora da Oficina” também realizar tal tarefa, parte necessariamente da base diagnóstica. Em outras
está prevista, na maioria das vezes, a utilização de materiais de apoio, palavras, as perguntas correm inicialmente pelo universo cultural dos
porém a circulação das crianças é mais livre, com a criação de procedi- alunos para então e, gradativamente, possibilitar a aproximação com
mentos e estratégias para realizar o necessário para resolver o desafio. outros universos não tão conhecidos, no caso, o da Matemática.
Após o fechamento dos conceitos envolvidos nestas propostas, o pro- Para finalizar o trabalho com os alunos, ao resolver problemas é
fessor deverá apresentar a resolução das situações-problema referen- importante que apreciem as soluções criadas por todos. Para tanto, as
tes que constam no Caderno do aluno. Essas situações-problema têm crianças devem estar organizadas na grande roda para que cada dupla
o objetivo de trazer à tona os principais conceitos matemáticos envol- de trabalho apresente o que fez. É importante que o professor faça
vidos na proposta. perguntas para chamar a atenção sobre um detalhe ou outro que achar
Nesse momento, o foco do registro do aluno não está nos algoritmos ou conveniente para trazer à tona os conceitos em questão.
nas notações numéricas convencionais, mas no percurso que ele seguiu A apreciação das atividades é uma proposta viável e importante para que
para chegar a esses resultados, portanto, os registros realizados por as crianças ampliem o olhar sobre as diferentes formas de resolução de
meio de desenho deverão ser aceitos pelo professor que, aos poucos, problemas ao comparar, acrescentar, excluir ou incluir, a partir do que fez
poderá estimular os alunos na utilização das notações numéricas. ou deixou de fazer.
Quanto mais forem propostos jogos e brincadeiras nas séries iniciais, O professor não deve propor o estudo de um novo problema sem que
menos reclamações surgirão sobre o comportamento das crianças, pois todas as crianças possam discutir as diferentes estratégias de resolução,
inclusive as convencionalmente mais aceitas.
a agitação, desorganização, inquietação, entre outros comportamentos
Ao passar para o outro problema, o professor deverá seguir os mesmos
tendem a diminuir, uma vez que a frequência desta estratégia contribui moldes já apresentados, quer dizer, deverá assumir novamente o papel
para o desenvolvimento das crianças neste sentido, de aprender qual o de leitor, intervir ao acompanhar o processo de busca das soluções do
momento de interagir com as demais crianças do grupo. desafio presente, apreciar e finalizar, tendo a certeza de que todas as
O tempo didático previsto para o momento de jogo e a resolução das estratégias de resolução de problemas foram discutidas.
situações-problema pode variar entre 2 e 4 aulas, dependendo da O tempo didático previsto para esse momento é de uma aula para cada
complexidade da proposta. dois problemas.
– 37
Leitura e escrita de números Estimativa

O objetivo desta parte da sequência didática está voltado para que A estimativa é um meio ou método de fazer medições ou cálculos
os alunos compreendam as regularidades e o valor posicional do aproximados, quando não necessitamos ou não conseguimos fazer
sistema numérico, em especial, ao comparar, ordenar, incluir, excluir, um cálculo exato, por exemplo, ao estimar o tempo gasto durante um
categorizar, ler, escrever, com base nas relações que conseguem fazer percurso mais ou menos distante.
circunstancialmente, naquele instante. O trabalho com estimativa torna-se um excelente recurso para estimular
O conhecimento numérico somente é adquirido pelas crianças a partir o raciocínio lógico e a resolução de problemas. Ele se auxilia no
do contato e da utilização desses números em problemas do cotidiano, desenvolvimento da capacidade de tomar decisões. Assim, a ideia de
decorrentes do ambiente familiar, em brincadeiras e/ou por meio das estimativa vai sendo construída juntamente com o sentido numérico e o
significado das operações.
informações que lhes chegam pelos meios de comunicação.
Para tanto, o professor deverá incentivar os alunos para que arrisquem
Ao perceberem a função social do número (na memorização de seus palpites nas atividades apresentadas e justifiquem a escrita
quantidades, para identificar quantos elementos há em uma coleção, para numérica. Em seguida, poderá propor que os alunos apresentem seus
antecipar resultados, para contar, medir, operar) as crianças vão ampliando palpites para os demais alunos da classe e discutam o motivo das
sua autonomia para utilizá-los na resolução de problemas cotidianos. aproximações apresentadas.
Esta proposta será desenvolvida, a princípio, individualmente, para O tempo didático previsto para esta proposta é de uma aula.
depois, novamente em duplas ou pequenos grupos, comparar as
respostas e reformulá-las, como resultado das interações diretas entre
os alunos, como também, daquelas intervenções feitas pelo professor. Cálculo mental
O tempo didático previsto para a leitura e escrita de números é de uma O cálculo mental é uma estratégia muito utilizada pelos adultos nas
aula. atividades do dia a dia. No entanto, ele deve ser estimulado desde as
séries iniciais por auxiliar na compreensão do sistema de numeração
Roda de contagem decimal e nas propriedades das operações.
Essas atividades possibilitam uma maior autonomia e compreensão das
Após o trabalho realizado com o nosso sistema de numeração, a roda estratégias de cálculo pelas crianças. Mas na escola essas estratégias
de contagem é uma estratégia fundamental para estabelecer o valor não são tão valorizadas e a atenção ainda está no ensino da conta
cardinal e/ou ordinal das coleções de objetos. Nesse caso, fica evidente armada, com a intenção de que todos os alunos cheguem aos mesmos
quando se busca a propriedade numérica das coleções em resposta à resultados pelos mesmos caminhos.
pergunta “quantos há?” (um, dois, três....) ou “qual”? (primeiro, segundo, Porém, em diversos momentos do dia, os alunos já utilizam essa estratégia
terceiro...). de cálculo, sem o uso de algoritmos convencionais, por exemplo, quando
A roda de contagem é realizada de forma diversificada em cada sequência calculam o valor a ser gasto na compra de lanches da cantina, quando
didática conforme o contexto e a compreensão que desenvolvem sobre somam os pontos dos jogos esportivos, quando calculam o tempo
o número. restante para a próxima aula. Em todos esses momentos, podemos
perceber as aproximações de cálculo, a composição e a decomposição
Desde muito pequenas, as crianças aprendem a recitar a sequência
de números para alcançar um resultado com maior segurança.
numérica, muitas vezes sem se referir a objetos externos. Essa recitação
Essas estratégias de cálculo “de cabeça” possibilitam maior agilidade
poderá acontecer para controlar o tempo de uma brincadeira, por repetição, para resolver situações do cotidiano além de permitir a escolha dos
ou mesmo para observar a regularidade de sucessão de um número. caminhos que levam a um mesmo resultado.
Para esse momento, a organização do grande grupo de alunos em roda Por ser uma estratégia que precisa ser estimulada ao longo dos anos,
é uma maneira estratégica para que todos possam estar envolvidos na a proposta é que os alunos, individualmente, resolvam as operações
atividade. Os alunos podem escolher objetos de contagem do ambiente utilizando os procedimentos de cálculo que lhes são mais comuns ou
matematizador para essa proposta, a fim de facilitar a contagem oral. com que possuem maior afinidade.
Em seguida, as atividades do Caderno do aluno que sucedem esse mo- Ao possibilitar a socialização dessas estratégias aos alunos, o professor
mento inicial de contagem oral visam complementar a proposta de traba- estará incentivando a busca de caminhos diversificados para a resolução
lho com sequência numérica, e o tempo didático previsto é de uma aula. de um mesmo cálculo.
38 –
O tempo didático previsto para as atividades de cálculo mental – seguida Lição de casa
de registro escrito – é de uma aula, que poderá ser agrupada a outras
partes da sequência didática, tais como: estimativa ou roda de contagem, A lição de casa é uma tarefa planejada com o intuito de verificar as
de acordo com a proposta apresentada. dificuldades, facilidades e deficiências em um determinado conteúdo. O
professor potencializa o trabalho educativo e amplia as oportunidades de
aprendizado em um tempo pós-aula. “A eficácia depende do planejamento
Hora de calcular
feito pelo professor e pela coordenação pedagógica, e não da ajuda dos
Nesta seção, o objetivo é estimular os alunos a utilizarem os algoritmos pais", diz Maria Eulina Pessoa de Carvalho, docente da Universidade
convencionais nas diferentes operações. Após o contato íntimo com o Federal da Paraíba (UFPB) e especialista no tema.
conceito, após explorar as diferentes estratégias de cálculo e realizar Para o aluno é uma grande oportunidade de sistematizar e/ou aprofundar
o cálculo mental, o aluno terá um tempo a mais para formalizar este conhecimentos. A prática de realizar as tarefas de casa, além de enfatizar
conhecimento. os conteúdos pedagógicos também é uma possibilidade de a criança
A postura do professor deve ser de acompanhamento e estímulo desta desenvolver a autonomia e estabelecer uma rotina, o que melhora a
etapa, proporcionando a socialização das produções dos alunos, a fim capacidade de organização.
de que todos mostrem aos demais colegas da classe suas estratégias Qual é o papel dos pais neste momento?
de cálculo. Cabe, nesse momento, buscar formas diferenciadas de Os pais acompanham a aprendizagem de seus filhos e verificam como
socialização, tais como: evidenciar as estratégias diferentes, escolher eles correspondem a determinados desafios, mas sugerimos que
um grupo de alunos para apresentar suas produções, entre outras, uma não façam a tarefa pela criança, uma vez que esta tem condições de
vez que pode se tornar algo repetitivo se todos os alunos realizarem do
executá-la sozinha. Uma forma de contribuir é não fornecer respostas
mesmo modo.
prontas, mas sim realizar um movimento de busca junto com a criança:
O tempo previsto para a realização desta etapa é de uma aula.
fazer uma pesquisa na internet, em jornais, em museus ou outros locais,
retomar o conteúdo no material da criança ou incentivá-la a comunicar
Sua criação suas dúvidas ao professor.
Desafio final Em sala de aula, o professor orienta as tarefas que os alunos deverão
A proposta do “Desafio Final” apresenta a sistematização de conheci- realizar e, posteriormente, retoma as lições de casa com o grupo, auxilia
mentos, ou seja, a organização do pensamento reflexivo sobre os cami- nas dúvidas que surgirem e socializa as estratégias escolhidas por cada
nhos vivenciados no decorrer da unidade didática. um. Para tanto, propusemos um período de aula para essa socialização,
Nesse processo de interpretação contínua é possível que saltem aos que será compartilhada com outras partes da sequência didática,
olhos os saberes iniciais e muitas de suas reformulações e construções conforme o quadro de programação das aulas.
criativas do próprio pensamento. As sequências didáticas, com suas respectivas lições de casa, favorecem
As condições para tal processo é propor, ao final de cada sequência, as diferentes fases do processo de construção de conhecimento.
uma atividade desafiadora, por meio de uma situação-problema que Assim, há uma grande preocupação com o acompanhamento desse pro-
encaminhe os alunos à reflexão sobre o que foi estudado. cesso e, por isso, orientamos para que as respostas dadas pelos alu-
A sistematização é, portanto, a apropriação da experiência vivida e nos – sejam elas por escrito ou por meio de desenhos –, nas diversas
reconstruída a partir de conceitos aprendidos, seguida da atividade de atividades, sejam reconhecidas pelo professor como parte importante
compartilhar com os outros alunos.
desse sistema, uma vez que representam o momento cognitivo de cada
Essa proposta poderá ser desenvolvida ora em pequenos grupos, ora
criança.
individualmente, de acordo com as orientações previstas no próprio
Caderno do aluno, e o tempo didático disponível para ela é de uma ou Valer-se deste(s) diagnóstico(s) significa, para o professor, aproveitar
mais aulas, de acordo com a complexidade do conteúdo em questão. oportunidades ímpares para observar, analisar e mediar pedagogica-
Após o registro no Caderno do aluno, o professor deverá propor a mente, criando condições para que os alunos avancem em seus proces-
apresentação das respostas para os demais grupos. sos de educação matemática.
– 39
Orientações metodológicas para a execução das propostas do 1.o bimestre
1. Programação geral
A partir da organização do material didático, contemplando a organização do tempo didático com período de adaptação, sequências, projeto e atividades per-
manentes, sugerimos uma distribuição de aulas conforme o quadro abaixo:
Número de aulas para o Número de aulas para o
Número de aulas para o
Número total de aulas desenvolvimento desenvolvimento das Número de aulas para o
desenvolvimento das
no bimestre do Projeto atividades período de adaptação
Sequências Didáticas
Interdisciplinar permanentes

56 47 0 4 5

2. Período de adaptação programático ou apresenta-se entre vários, para que as crianças possam
escolher e jogar por jogar.
Introdução
Tanto numa situação quanto na outra as condições são especiais para a
Neste espaço de reflexão e estudo para o educador selecionamos assimilação abrangente, apropriação da realidade, construção de hipóteses,
orientações didáticas e metodológicas específicas à utilização do caderno elaboração de soluções de problemas, tendo em vista a compreensão e o
para o 3.o ano, como também, para o período de adaptação, início do mês enriquecimento das relações reais de interação entre as crianças e outros.
de fevereiro, que tem como premissa principal o acolhimento das crianças Nesse sentido, as propostas de jogos no ambiente escolar têm intenção
no primeiro ciclo do Ensino Fundamental 1. dupla, ou seja, envolvem tanto o processo de desenvolvimento quanto
Período de adaptação o de aprendizagem dos alunos. No caso da Matemática, em especial,
As orientações que seguem não devem ficar restritas ao período de orienta a atenção dos participantes para a observação e análise das
adaptação, considerado importante não somente para a socialização das dimensões afetivas, cognitivas, sociais, morais, culturais e linguísticas do
crianças, como também para o professor, que aproveitará para investigar comportamento infantil.
os conhecimentos prévios de cada um dos alunos que ficarão sob a sua Portanto, dentro da rotina escolar o jogo é um elemento essencial e intenso
responsabilidade, ao longo de todo o ano. em que os alunos irão participar, estabelecer vínculos com o ambiente e
Durante a primeira semana de fevereiro, esse período deve ser planejado com todos os colegas que ali estão. Podemos afirmar que as crianças, ao
para que as crianças possam conhecer o ambiente, a professora e os entrarem ou retornarem à escola, depois de usufruírem os períodos de
colegas. férias, vivem os sintomas da mágoa, provocados pela separação entre elas
Apresentamos, a seguir, uma proposta estratégica, embasada em jogos. e a família.
Para cada um deles, reservamos uma atenção especial ao descrever Essa condição de sofrimento é favorável para o fortalecimento do corpo
as orientações metodológicas, regras e como aproveitá-los para que as emocional de todos, até porque, a vida oferecerá circunstâncias parecidas,
crianças possam “mergulhar no mundo dos números” e, assim, envolver-se ao longo de toda a nossa jornada.
num universo de desafios de naturezas diversas. A criança deve entrar na escola e sentir-se bem. Ser reconhecida enquanto
única e capaz. Acolhida em seu jeito de ser, estar e conviver com as várias
Os jogos no período de adaptação dimensões de um mundo, ainda pouco conhecido por ela.
Aos olhos de um leigo, não há distinção entre jogar para estudar e jogar O foco, portanto, deve ser a socialização, para que adultos e crianças
para brincar. Todavia, para um observador atento, um pesquisador ou um possam perceber-se como diferentes, em meio aos seus semelhantes, para
educador, as diferenças existem. que dissipem dúvidas, afastem fantasias e medos.
O jogo, ou o material que o representa, é um recurso rico para ser colocado É para isso que estamos propondo o trabalho com jogos, intencionalmente
à disposição e utilizado pelas crianças em muitas situações didáticas, planejados para esta fase, de maneira que as crianças sintam-se encorajadas
livres ou direcionadas, ou seja, encontra-se a serviço de algum conteúdo a ousar, enfrentar o novo de forma atrativa, lúdica e segura.
40 –
Para o professor, esse período é de grande valia. A ele cabe a ação, a • O material deste jogo pode permanecer no canto de interesse de
organização dos alunos, do material e do espaço, a fim de não transformar Matemática, assim, quando alguns alunos tiverem tempo disponível,
aquele local destinado à proposta em um campo de batalha, mas sim, em aproveitam para “brincar” mais vezes.
um ambiente de cooperação e autonomia para todos os alunos.
3. Apresentação do jogo
Propostas de jogos
Apresentamos abaixo algumas sugestões de atividades para serem Material:
propostas, inicialmente, durante o período de adaptação das crianças que • Um saquinho com fichas contendo os números de 0 a 50 – para uso do
acabaram de ingressar no 3.o ano. professor ou de um colega que “cantará” o bingo;
Cada proposta está organizada da seguinte forma: 1) intencionalidade • Além das fichas em anexo com os números de 0 a 50, o professor poderá
educativa, destacando os conteúdos da Matemática implícitos; 2) utilizar também as peças do próprio jogo de bingo ou outro recurso que
orientações didáticas e metodológicas com as dicas para que seja possível possua na escola para realizar a jogada;
realizar o jogo com mais tranquilidade e segurança; 3) apresentação do • Cartelas de bingo em branco, presentes no Bloco de Jogos, para preen-
jogo: 3.1 – material; 3.2 – participantes; 3.3 – regras do jogo; 4) hora de chimento realizado pelos alunos de acordo com orientação do professor;
avançar, por meio das intervenções do professor.
• Marcadores, que podem ser grãos de feijão, círculos de EVA etc.
Sob o ponto de vista didático, cada proposta de jogo deve ser desenvolvida
em uma aula. Participantes: em duplas
Essas propostas poderão ser utilizadas ao longo de todo o bimestre, no Regras:
mesmo tom proposto ou, aumentando níveis de dificuldades, como também, • Cada dupla escolhe 4 números de cada um dos intervalos abaixo e
inserindo novas regras ou reestruturando as já estabelecidas. preenche sua cartela conforme a orientação:
– na letra B deverão constar os números de 1 a 20;
Jogo 1 – Bingo das escritas aditivas – na letra I deverão constar os números de 21 a 40;
– na letra N deverão constar os números de 41 a 60;
– na letra G deverão constar os números de 61 a 80; e
1. Intencionalidade educativa – na letra O deverão constar os números de 81 a 99.
A intenção é a construção do conceito aditivo por meio de um jogo popular, • Cada dupla deverá marcar na cartela, construída por si, a soma de dois
o “bingo”. Na proposta os alunos terão a oportunidade de interpretar os números sorteados pelo professor ou por quem “cantará” o bingo;
números sorteados pelo professor ou por um colega, e realizar a operação • Quando a dupla conseguir preencher uma das linhas (horizontal) ou uma
da adição, procurando o valor encontrado na cartela. A exploração de das colunas (vertical), deverá anunciar em voz alta a fim de interromper
escritas aditivas, bem como o cálculo mental, são favorecidos neste jogo. momentaneamente o jogo;
2. Orientações didáticas e metodológicas • Após a conferência feita com a ajuda do professor, o jogo prossegue até
que mais uma dupla consiga preencher mais uma linha ou coluna;
• O professor deverá organizar a sala com a ajuda dos alunos para a
• O jogo termina quando acabarem as peças a serem sorteadas pelo
realização do jogo; professor.
• Explorar o que os alunos já sabem sobre o jogo e apresentar as cartelas Para deixar o jogo mais desafiante para o grupo de alunos, o professor
para que sejam preenchidas; poderá trocar os números indicados por outra sequência numérica,
• Discutir com os alunos as regras que podem orientar cada partida; ampliando o nível de dificuldade.
Outra possibilidade para novas jogadas é trocar as cartelas construídas
• Uma socialização das cartelas confeccionadas pelos alunos também é
pelas duplas.
uma estratégia interessante para ampliar o campo numérico deles. Esta
Realizar a proposta do jogo individualmente também contribuirá para
ação tanto pode ser realizada antes das partidas quanto depois;
observar o conhecimento aditivo de cada aluno.
• Ao término do jogo, deixar um período para que os alunos contem como Abaixo colocamos à disposição o modelo da cartela do bingo e uma grade
foi a experiência expressando os pontos fortes e as fragilidades que com os cinquenta números, mas nada impede de substituir este recurso por
tiveram nas jogadas; outro disponível na sala.
– 41
Fichas para serem sorteadas

1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30 31 32 33 34 35
36 37 38 39 40 41 42
43 44 45 46 47 48 49
50
Jogo 2 – Jogo dos dados – “Somando e diminuindo”

1. Intencionalidade educativa
Este jogo está voltado para o campo aditivo. Realizar as operações de adição
e subtração favorece ao aluno utilizar o pensamento de forma reversiva.
42 –
2. Orientações didáticas e metodológicas • Os demais jogadores procederão da mesma maneira.
• O professor poderá organizar os alunos em grupos e colocar o material à • Na segunda rodada, o procedimento inicial é igual ao da primeira, porém,
disposição para a realização do jogo. a subtração será com o resultado obtido na partida anterior.
• Em seguida, questionará sobre o que pensam sobre o jogo, a partir de • Termina o jogo quando todos os participantes não tiverem mais pontos
seu nome, e apresentará as fichas para possíveis registros, discutindo para fazer a subtração, chegando ao zero.
com os alunos as regras que poderão orientar cada partida. • Ganha o jogo quem do subgrupo chegar ao número zero primeiro.
• Definidas as regras, iniciar o jogo, porém, sem se esquecer de que elas • Solicitar que algumas crianças socializem os cálculos que fizeram para
podem ser negociadas com os alunos. alcançar o zero, assim há a circulação de informações entre a classe
• Ficar atento às duvidas e socializar, com toda a sala, quaisquer conflitos inteira.
que possam surgir entre as duplas. Para deixar a proposta mais interessante ao momento cognitivo da turma,
o professor pode variar tanto para mais quanto para menos o numeral
3. Apresentação do jogo escolhido para iniciar o jogo.
Material:
• Dois dados por grupo. Jogo 3 – Quanto mais perto melhor
• Fichas para registros individuais realizados durante o jogo, bem como
para a marcação da pontuação. 1. Intencionalidade educativa
REGISTRO Este jogo oferece as condições para que os alunos possam gradualmente
descobrir as regularidades do sistema numérico escrito, a partir da análise,
da comparação dos algarismos e do lugar que ocupam, bem como a
distância entre números, o sentido numérico e a razoabilidade dos números
e resultados.
2. Orientações didáticas e metodológicas
• O professor deverá organizar o espaço físico de modo que os alunos
possam ser agrupados em trios;
• A seguir, apresentará o material ao grupo e levantará hipóteses do que o
nome do jogo sugere aos alunos;
• Na sequência, poderá discutir com os alunos as regras que orientam
o jogo;
• Circular pela classe e fazer perguntas de modo que os alunos possam
refletir sobre a regularidade do sistema e formar os números mais indicados;
Participantes: em pequenos grupos
• Estabelecer com a classe as 10 rodadas para a formação do numeral, a
Regras:
partir da referência da tabela a seguir;
• Decide-se por meio de sorteio qual aluno será o primeiro a jogar. • Caso necessário, construir uma nova regra com o grupo para deixar o
• Cada participante começa o jogo com 90 pontos ou outra quantidade de jogo ainda mais desafiante para a turma;
pontos que julgar melhor, conforme a dinâmica da turma. • Se necessário, o professor poderá jogar uma ou duas partidas, variando
• Ao iniciar a rodada, o primeiro jogador lança os dois dados de uma vez os números na lousa para que os alunos pensem em diferentes
só, faz a soma dos números voltados para cima e, a seguir, subtrai o possibilidades de organizar os mesmos algarismos;
resultado da adição dos 90 pontos iniciais. • Em alguns casos, é possível decidir qual é o número mais próximo por
• Exemplo: supondo que os números lançados nos dados foram 5 e 4, que comparação global, porém as situações mais interessantes serão as que
somados têm como resultado o número 9, depois dessa soma faz-se a pedem o cálculo da distância entre os números. Após as 10 rodadas,
subtração 90 – 9 = 81. socializar a tabela do grupo para a turma identificar:
– 43
–– Qual grupo chegou mais perto? Jogo 4 – Dominó das operações
–– Como cada um pensou?
–– Todos formaram os números mais próximos possíveis? Se alguma 1. Intencionalidade educativa
troca for feita, o número pode ficar mais perto?
Este jogo tem como objetivo favorecer o cálculo mental das escritas aditivas
3. Apresentação do jogo e subtrativas.
Material: 2. Orientações didáticas e metodológicas
Uma série de cartões numerados de 0 a 9 para cada grupo.
• O professor deverá organizar os alunos em grupos de três componentes;
Participantes: em trios
• Apresentar o material composto por 18 fichas com escritas aditivas e
Regras: subtrativas;
• Cada grupo faz seus cartões numerados de 0 a 9; • Perguntar se os alunos já conhecem o jogo e as regras que o orientam;
• Um aluno do grupo tira três cartões do saco e organiza-os formando um • Definir as regras e, se necessário, negociar algumas delas com os alunos;
numeral, junto com os demais colegas, de forma que se aproxime mais de
• Solicitar que embaralhem as fichas antes do início do jogo e escolham por
uma das centenas da tabela;
sorteio a ordem dos jogadores.
• Termina o jogo quando o grupo conseguir montar a tabela toda;
• Os números formados devem ser anotados na tabela. Este é um jogo 3. Apresentação do jogo
cooperativo, sem a necessidade de ter um grupo ganhador. Material:
Exemplo: Supondo que uma das crianças tire os cartões marcados com os Conjunto com 18 fichas, com escritas aditivas e subtrativas para cada grupo.
números: 4 – 5 – 7. O grupo poderá montar 6 possibilidades de numerais, por
exemplo: 457 / 547/ 754. Com isso, o grupo pode escolher qual dos números Participantes: em trios.
formados fica mais próximo da centena exata e acrescentá-lo na tabela. Regras:

100 • Embaralhar todas as fichas;


• Distribuir 6 fichas para cada participante, com as faces das escritas
200 voltadas para baixo;
• Caso não seja possível fazer a formação com três alunos em cada grupo,
300 as fichas que sobrarem deverão ficar viradas para baixo e serão utilizadas
ao longo do jogo;
400 • O primeiro jogador desvira uma ficha e a coloca no centro da mesa;
• O segundo jogador verifica se possui uma ficha que possa ser encaixada
500 em um dos lados da ficha que está sobre a mesa;
• Caso o jogador não tenha nenhuma ficha que encaixe em um dos lados,
600 passa a vez, no caso de trios jogando. Se a formação dos grupos for
diferente de três alunos, sobrarão fichas e nesse momento o jogador poderá
700 “comprar” e se for o caso, encaixar sua ficha;
• A partir daqui, cada jogador deve tentar encaixar suas fichas em uma das
800 extremidades das fichas dispostas sobre a mesa, uma por vez e cada
participante em sua vez;
900 • A partida pode terminar em duas circunstâncias: quando um jogador
consegue bater o jogo, ou seja, acabar com as suas fichas ou quando o
jogo fica trancado, isto é, nenhum jogador pode encaixar suas peças em
1000
nenhum dos lados das fichas que estão na mesa.
44 –
Sugestão das peças do Dominó das operações

11 +11 15 45 – 5 14 8+7 10

11 + 3 30 20 – 10 18 20 + 10 29

9+9 12 19 + 10 50 20 – 8 40

25 + 25 16 25 – 9 100 + 100 200 150 – 50

100 40 – 6 34 70 – 15 55 50 + 35

85 70 + 20 90 100 – 20 80 22

Quadro geral com as propostas para Atividade Permanente

Atividade Intencionalidade Educativa Descrição

Estimar e comparar medidas de


A Relacionar unidades de medida para comparar comprimentos.
comprimento.

Estimar e comparar medidas de


B Relacionar unidades de medida para comparar comprimentos.
comprimento.

Estimar e comparar medidas de


C Relacionar unidades de medida para comparar comprimentos.
comprimento.

D Resolver problemas relacionados às unidades de medida de comprimento – metro e seus múltiplos. Resolver situações-problema.

– 45
Descrição das propostas
Proposta C: Estimando e confrontando
Proposta A: Estimando e confrontando 1. Intencionalidade educativa
Relacionar unidades de medida para comparar comprimentos.
1. Intencionalidade educativa
Relacionar unidades de medida para comparar o comprimento de diversos 2. Desenvolvimento
objetos. O professor deverá preparar, previamente, um conjunto de canudos de
papel (de mesma cor) para cada grupo de alunos. Esses canudos deverão
2. Desenvolvimento ser cortados em comprimentos diferentes, conforme as medidas a seguir: 2
A proposta visa trabalhar com a estimativa de comprimento feita pelos alunos cm, 3 cm, 5 cm, 7 cm, 8 cm, 12 cm, 15 cm, 25 cm, 30 cm, 40 cm.
e a comparação com uma unidade de medida padrão, ou seja, o metro e Cada grupo, ao receber o seu conjunto de canudos, deverá espalhá-los
seus submúltiplos. Para isso, será necessário providenciar diversos objetos, sobre a mesa e observar seu comprimento. Um dos componentes do grupo,
que podem ser os próprios materiais escolares dos alunos: caderno, estojo, previamente escolhido, deverá remover um dos canudos (à sua escolha)
mochila, lápis, borracha, lancheira ou outros que julgar mais apropriados. e os demais integrantes deverão estimar a medida do comprimento do
Primeira etapa: o professor deverá pedir aos alunos que coloquem sobre canudo retirado pelo colega.
a mesa um objeto por vez, e cada um à sua vez estima o comprimento Os palpites de todos os componentes do grupo poderão ser registrados em
de cada objeto. Elege-se um componente do grupo para os registros. Esta uma folha à parte para que, posteriormente, possam validar essa medida
etapa acaba somente quando todos do grupo fizerem a estimativa do com o uso da régua.
comprimento de todos os objetos selecionados. Após o registro, utilizar a régua para comparar a estimativa com a medida
Segunda etapa: agora, depois de realizadas as estimativas, será feita a encontrada, e o aluno que mais se aproximou dessa medida ganhará um ponto.
comparação com um instrumento de medida convencional – régua ou fita métrica. Esse procedimento poderá ser repetido até o término dos canudos, alternando
Cada aluno, na sua vez, mede um dos objetos e compara com as estimativas de o componente do grupo que retirará o canudo em cada rodada.
todos do grupo. É importante que todos do grupo meçam os objetos.
É importante propor comparações entre as medidas encontradas com o uso Proposta D: Situações-problema
da régua e as estimadas pelos alunos:
• O professor poderá fazer uma lista com os nomes dos alunos e dos 1. Intencionalidade educativa
objetos cujas estimativas do comprimento tenham sido mais próximas da Resolver problemas relacionados às unidades de medida de comprimento
medida realizada com a régua. – metro e seus múltiplos.
• Posteriormente poderá ser feita a mesma lista, só que dessa vez, com as 2. Desenvolvimento
estimativas do comprimento mais distantes da medida real. O professor poderá organizar a sala de aula em pequenos grupos e propor
as situações-problema a seguir. Cada grupo fará o registro de sua estratégia
Proposta B: Estimando e confrontando de cálculo e, ao final de cada situação, os registros devem ser socializados.
Contextualização:
O estímulo ao uso de bicicletas como meio de transporte, a fim de melhorar
1. Intencionalidade educativa a qualidade do ar e a saúde da população local, ampliou o investimento em
Relacionar unidades de medida para comparar comprimentos. ciclovias em diversas cidades do Brasil.
Uma certa ciclovia tem, aproximadamente, 22 km de comprimento.
2. Desenvolvimento A partir dessa informação, responda as situações a seguir:
O professor deverá escolher uma medida qualquer: meio metro, 30 centí- Situação-problema 1 – Um ciclista, partindo do início da ciclovia, pretende
metros, um metro, entre outras. alcançar o final da pista e retornar ao ponto de início. Ao final dessa trajetória,
Cada um dos participantes do grupo corta um pedaço de barbante na quantos quilômetros terá percorrido?
medida em que imagina ter esse comprimento. Em seguida, o professor Situação-problema 2 – Se esse ciclista pedalar o dobro desse trajeto,
deverá pedir aos alunos que meçam os pedaços de barbantes com quantos quilômetros terá percorrido?
a régua para ver quem chegou mais próximo da medida solicitada Situação-problema 3 – Seu colega percorreu apenas a metade do
inicialmente. comprimento total da ciclovia. Quantos quilômetros ele percorreu?
46 –
Orientações metodológicas para a execução das
sequências didáticas
9 Base metodológica – por resolução de problemas
9 Didática – situações-problema

Unidade 1
Escola de Animais

Intencionalidade educativa: comparar as diferentes bases de contagem para


compreender as regras do sistema decimal.
Esta sequência didática propõe novos momentos de reflexão, por parte dos
alunos, acerca da organização posicional observada nos algarismos de um
número escrito no nosso sistema de numeração de base dez.

Apresentação
Para atender à necessidade de contar grandes quantidades, foi organizada a
contagem por agrupamento – princípio básico que deu origem aos mais diversos
sistemas de numeração, como o de base 2, o de base 3, o de base 20, e esse que
usamos no dia a dia, de uso bastante difundido, que é o de base 10; sendo que
a adoção desse sistema, pela maioria dos povos, pode ser apenas o resultado
do acidente anatômico que fez com que quase todos nós nascêssemos com dez
dedos nas mãos.
Assim, levando em consideração o método “de contar nos dedos”,
contextualizamos a sequência didática com o tema Escola de Animais,
imaginando que se aprendesse a contar, a espécie dos bichos-preguiça contaria
com agrupamentos de seis por apresentar três dedos em cada pata, utilizando,
nesse caso, apenas as patas dianteiras, e a espécie dos javalis, ao contar com as
patas dianteiras, o faria na base oito, devido ao fato de ter quatro dedos em cada
pata. Os macacos, por sua vez, contariam, no sistema decimal.
– 47
Para iniciar a proposta, apresentamos uma história com a D. “Coruja Atena”,
diretora da Escola de Animais, que propõe um lanche coletivo para saudar os
primeiros dias de aula. A indicação é que o professor realize a leitura do texto com
inferência, suscitando a curiosidade dos alunos sobre esse evento. Um aspecto
importante a ser explorado por ele é o número de porções, assim como a relação
existente entre a quantidade de dedos dos animais e a base de agrupamento.
48 –
Para a realização dessa proposta, o mais indicado é formar pequenos grupos, uma Socialização das propostas dos pequenos grupos (ou sistematização do
vez que, desse modo, os alunos poderão trocar conhecimentos para solucionar conhecimento)
a situação-problema. Essa é uma atividade de levantamento de conhecimentos
Queremos ressaltar que após os registros da situação-problema, utilizados para
prévios, na qual a postura do professor deve ser a de observador, tanto no que
diz respeito às estratégias selecionadas pelos pequenos grupos para resolver o identificar os conhecimentos prévios dos alunos, é essencial que o professor
problema quanto em relação aos conhecimentos que possuem sobre o conteúdo dedique um tempo de aula (já previsto no programa apresentado no início
em questão: os agrupamentos. deste Caderno) para que todos os pequenos grupos possam expressar suas
Como os animais da floresta irão apresentar suas tabelas com o registro da hipóteses aos demais colegas da classe. Nesse momento, o confronto das
quantidade de lanches, é importante que o professor, no momento em que estiver
estratégias utilizadas pelos alunos permitirá um maior entendimento do conceito
circulando pelos grupos, verifique quais são as hipóteses levantadas pelos alunos
sobre a relação entre o número de dedos dos bichos e a quantidade de alimentos. (ou conteúdo) matemático em pauta.
Muitas vezes, a linguagem informal, utilizada pelos alunos nessa faixa etária,
permite que as crianças compreendam melhor os conceitos em pauta e, nesse
momento, cabe ao professor questionar, por meio de perguntas investigativas,
como os pequenos grupos chegaram aos seus resultados e validar ou não as
suas hipóteses.
Observe um pequeno trecho escrito por Telma Weisz e extraído de uma entrevista
à revista Nova Escola, que ilustra muito bem esse momento de trabalho:
“O papel do professor é ser aquele que sabe mais dentro da classe e que valida
a informação que circula. Em uma sala, todos estão em atividade intelectual,
todos falam, todos elaboram ideias e constroem conhecimento. Não ao mesmo
tempo – e esse é outro equívoco –, mas todos têm a oportunidade de expressar
o que pensam. A validação deve acontecer, porque todos os saberes que
estão sendo construídos são provisórios, elaborados por meio de um processo
permanente de aproximação com o conhecimento objetivo”.
http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/
alfabetizacao-inicial/aposte-alto-capacidade-alunos-429248.shtml

Após todas as apresentações, o professor poderá montar um cartaz com as


diferentes estratégias apresentadas pelos alunos (ou escrevê-las na lousa) e
sistematizar o conhecimento adquirido nesse momento da aula, ou seja, fazer
um fechamento do conteúdo abordado.
Esse procedimento, ou seja, a socialização das propostas, deve ser adotado
tanto na situação-problema inicial quanto nas demais propostas da Hora de
resolver problemas, do Cálculo Mental e do Desafio Final.
Os registros são diferentes, porque cada espécie de animal contou com a quantidade de Sem a sua adoção, o conteúdo abordado na sequência didática pode ficar vago
dedos das patas dianteiras que possui, ou seja, foram usadas bases de contagem diferentes. demais para os alunos, gerando dúvidas que podem impedir o avanço deles nas
demais propostas.
Observação: no final desta sequência didática, apresentamos um texto
complementar com informações sobre os animais escolhidos para compô-la, o
qual servirá de complemento para as aulas.
– 49
Cada grupo deverá observar as espécies de animais,
verificando qual o tipo de alimento que cada uma levará para
o lanche e, posteriormente, assinalar o animal de sua escolha.

Preencher o convite com data e horário.

50 –
1. Intencionalidade educativa • É necessário organizar a bandeja de acordo com a base de contagem
A proposta desta oficina é enfatizar a contagem por agrupamento e o valor de cada animal, ou seja:
posicional dos algarismos ao representar números, no nosso sistema de 99 O
grupo responsável pelo agrupamento do bicho-preguiça deverá
numeração. recortar 108 quadradinhos brancos e desenhar um bolinho de
espinafre em cada quadradinho. Em seguida, levando em conta
2. Orientações didáticas e metodológicas que a preguiça realiza seus agrupamentos de seis em seis, deverá
A apresentação da oficina acontece por meio do convite para o evento. colocar seis bolinhos de espinafre em cada bandeja. Quando
A fim de personalizar essa oficina, os grupos devem preencher o convite com completar seis bandejas, o grupo deverá colocá-las sobre a metade
da cartolina dada pelo professor (que, neste caso, chamaremos
a data do evento, que poderá ser combinada entre os colegas de classe.
de bandeja grande) e prosseguir a atividade até o término dos 108
A leitura e a interpretação dos enunciados devem ser feitas, inicialmente,
bolinhos de espinafre.
no grande grupo.
99 O grupo responsável pelo agrupamento do javali deverá proceder da
Ao final da organização dos alimentos, os demais grupos devem
mesma maneira que o grupo do bicho-preguiça, no entanto, levará em
circular pela classe para verificar como foram arrumadas as bandejas
consideração a quantidade de dedos das patas dianteiras do javali,
dos outros bichos.
agrupando os alimentos de oito em oito. O procedimento orienta para
3. Apresentação da oficina a colocação de oito espigas de milho em cada bandeja, e, a cada oito
bandejas, coloca-se o agrupamento das oito bandejas sobre a ‘bandeja
a) Material (está disponível no Bloco de Jogos): grande’, prosseguindo assim até o término das espigas.
• Bandejas 99 O
grupo responsável pelo agrupamento do macaco deverá
• Quadradinhos em branco proceder da mesma maneira, agrupando os cupcakes de dez em
• Cartolinas coloridas cortadas pela metade dez. Dez cupcakes são colocados em uma bandeja. Um grupo de
Observação para o professor: no Bloco de Jogos há peças que dez bandejas será colocado em uma bandeja grande, prosseguindo
devem ser recortadas pelos alunos (bandejas) antes de iniciarem assim até o término dos cupcakes.
a oficina. Além das bandejas, há quadradinhos em branco para os •
Todos os grupos deverão providenciar a mesma quantidade de
alunos registrarem (por meio de desenho) o alimento preferido da alimentos, ou seja, 108 (cento e oito). O que diferencia o trabalho dos
espécie animal escolhida pelo grupo. O professor deve providenciar, grupos é a organização das bandejas, que tem por base o sistema de
previamente, cartolinas coloridas cortadas pela metade, para que os contagem de cada grupo.
grupos possam usar como bandejas grandes para os agrupamentos •
Quando sobrarem alimentos, que não foram possíveis de serem
maiores. Há aulas já previstas para a organização dessa atividade. agrupados em bandejas, eles serão denominados ‘restos’.
b) Participantes: a classe deverá ser dividida em 3 grupos (cada grupo • O registro deverá ser feito a partir da observação de quantas bandejas
representará um animal diferente: javali, preguiça ou macaco) médias e grandes foram formadas e de quantos alimentos restaram
fora das bandejas.
c) Regras da oficina:
Ao término da oficina, o professor deve socializar as impressões de todos os
• Cada grupo escolhe o animal que deseja representar e providencia os grupos e propor que compartilhem como foi a distribuição dos alimentos durante
alimentos desenhando-os nos quadradinhos em branco disponíveis no a oficina.
Bloco de Jogos (nesse caso, cada grupo deverá confeccionar somente Em seguida, ele deve propor as situações-problema (propostas 2 e 3) que foram
108 alimentos, juntando os quadradinhos dos integrantes do grupo); formuladas a partir da oficina e que favorecem as ideias originais do agrupamento.
– 51
1

52 –
Registro de acordo com o animal escolhido pelo grupo.

– 53
Agrupamento dos alimentos do bicho-preguiça Agrupamento dos alimentos do javali
Os alunos deverão formar 3 bandejas grandes (metade de uma cartolina, Os alunos deverão formar 1 bandeja grande (metade de uma cartolina,
providenciada pelo professor) contendo 6 bandejas médias (as do Bloco de providenciada pelo professor) contendo 8 bandejas médias (as do Bloco
Jogos) com 6 bolinhos de espinafre desenhados em cada. de Jogos) com 8 espigas de milho desenhadas em cada, mais 5 bandejas
médias contendo 8 espigas de milho desenhadas em cada e, por fim, deixar
4 espigas de milho soltas.

54 –
Agrupamento dos alimentos dos macacos Logo após a oficina, com o agrupamento e o reagrupamento dos alimentos, as
Os alunos deverão formar 1 bandeja grande (metade de uma cartolina, crianças serão desafiadas a registrar, na linguagem matemática, a quantidade de
providenciada pelo professor) contendo 10 bandejas médias (as do Bloco de alimentos com a qual suas bandejas ficaram, observando, porém, os agrupamentos.
Jogos) com 10 cupcakes de banana desenhados em cada e deixar 8 cupcakes
de banana soltos.

1 5 4

3 0 0

– 55
Na proposta 4, os alunos responderão as fichas de observação com base nos agru-
pamentos e reagrupamentos realizados durante a oficina. Essas propostas deve-
rão ser realizadas nos mesmos grupos formados durante as atividades da oficina.

São necessárias 64 espigas de milho para formar 8 grupos de 8.

Resposta pessoal de acordo com o trabalho observado na formação


1 0 8 das bandejas dos alimentos do javali.

3 0 0

O algarismo apontado pela seta representa que neste agrupamento


foram formadas 3 bandejas grandes contendo, em cada uma, 6 bandejas
médias com 6 bolinhos de espinafre, ou seja, um total de 108 bolinhos.

56 –
Neste momento os alunos irão aplicar os conceitos vivenciados na oficina.
A organização dos alunos em duplas precisa ser pensada, para que se favoreça
o crescimento cognitivo de cada um deles.
O professor deve circular pela sala e fazer perguntas que instiguem as crianças
a refletir sobre a proposta, assim elas terão vários argumentos para socializar,
explicando o seu ponto de vista inicial e decidindo qual conclusão irão registrar.

O algarismo zero nesse agrupamento representa que não há bandejas


médias soltas, ou seja, quando se consegue dez bandejas médias elas
são reagrupadas na bandeja grande.

Conforme os alunos vão tendo a oportunidade de registrar o que significa cada


algarismo na posição ocupada, nas diferentes bases, eles passam a refletir
também sobre a quantidade inserida implicitamente. Com isso, havendo a
comparação das bases, os alunos passam a entender, com mais clareza, os
conceitos de dezena, centena e unidade.
Após a socialização das fichas de observação e do confronto entre os
diferentes pontos de vista dos alunos, é hora de o professor formalizar
o nome dos agrupamentos, como a personagem principal da sequência,
Coruja Atena, propõe.
– 57
No problema de número 1, os alunos irão contar (na base dez) a quantidade
de livros que serão organizados na biblioteca (no caso, 25 livros) e deverão
descobrir a qual animal pertence esse registro: 3 grupos de livros mais 1 livro.

Há 6 grupos de dez no número 68.

Espera-se que o aluno relembre a quantidade de dedos das patas dianteiras de cada animal
e perceba que o javali contava de 8 em 8; portanto em seu registro há 3 grupos de 8, que
Há 12 grupos de dez no número 127.
resultam 24, e mais um livro solto, que totaliza os 25 livros da biblioteca.

Não há grupos de dez no número 9.

58 –
Dona Macaca colheu 110 bananas nesse dia.

1 1 0

70 130 90 60
O zero representa que não há unidades soltas; o algarismo 1, à esquerda do zero,
representa 1 dezena ou 1 grupo de dez ou 10 unidades; o algarismo 1, à esquerda da
dezena, representa 1 centena ou 10 grupos de dez ou 100 unidades.

No item 1 do Cálculo Mental, o professor deverá ditar alguns números para os


alunos. Após ouvir cada número, eles deverão procurar na tabela um número
ao qual possam ser adicionadas ou retiradas 10 unidades e pintar esse número
de acordo com o enunciado.
Os números a serem ditados são:
192 – 300 – 100 – 39 – 61 – 150
75 – 20 – 90 – 42 – 66 – 109
No item 2 do Cálculo Mental, eles calcularão mentalmente (ou realizarão o
cálculo de “cabeça”) das subtrações.
– 59
A partir da pergunta da professora, nossa intenção é que o professor proponha
uma conversa com a classe a respeito da semelhança entre os resultados das Dois dedos.
subtrações, ou seja, que todas elas formam dezenas exatas ou grupos de dez.

Agrupamentos de 2 em 2.

O cavalo levou sete tortas de feno.

No “Desafio Final”, propusemos uma nova situação-problema com a mesma


proposta de agrupamento e reagrupamento, porém, nesse momento,
trabalharemos com a base 2.
Os alunos serão desafiados a fazer o registro dos alimentos levados pela
espécie dos cavalos – na base 2 (agrupando de 2 em 2) – e, em seguida,
deverão preencher a tabela com a escrita matemática.
Como já mencionamos anteriormente, a socialização das propostas realizadas
pelos pequenos grupos é essencial para que o professor possa fazer um
60 –
fechamento a respeito das propostas de agrupamento e reagrupamento, a fim
de que os alunos evoluam acerca do conceito de base. Sobre esse conceito,
podemos dizer que base é o número de unidades que se convencionou usar
para constituir uma unidade maior, de ordem imediatamente superior, num
processo que em princípio se pode repetir até o infinito. Por meio de discussões
entre os alunos e intervenções do professor poderá ser estimulada uma reflexão
sobre a função multiplicativa dos algarismos em uma escrita numérica.
Em notação decimal, uma representação de sete toma o seguinte aspecto: 7
Em notação binária: 111 = 1 x 2 x 2 + 1 x 2 + 1
Para o professor: se fôssemos representar vinte e sete na base 2, teríamos:
11011 = 1 x 2 x 2 x 2 x 2 + 1 x 2 x 2 x 2 + 0 x 2 x 2 + 1 x 2 + 1

12 46 38 24

3 grupos 2 bexigas

12 + 46 + 38 + 24 = 120

– 61
50 macacos

120 + 80 = 200

Macacos

62 –
Texto complementar para o professor A preguiça passa a vida toda pendurada em árvores, descendo para o chão em
média uma vez por semana, apenas para fazer suas necessidades fisiológicas.
Curiosidades sobre os animais Nas árvores (prefere as altas e de copa volumosa), seus movimentos são muito
Macacos lentos, apesar de suas grandes garras que a permitem escalar. Ela dorme 14
Os primatas, ordem de mamíferos a que pertencemos, horas por dia, pendurada em galhos, agarrada com as quatro patas e de costas
compreende cerca de 200 espécies, que inclui desde para o chão.
os pequenos lêmures até aos grandes macacos Os predadores naturais das preguiças são as onças, a harpia e algumas cobras.
antropoides e, claro, o homem. Nota: Antropomorfídeos No entanto, o homem é o maior dos predadores, capturando esses animais
são aqueles que têm forma humana ou se assemelham para vendê-los para pessoas que têm a intenção de criá-los como bichos
ao homem. Em uma visão geral, podem ser divididos em de estimação. A preguiça não se adapta facilmente ao cativeiro e fica muito
quatro grupos: os macacos inteligentes (chimpanzés, suscetível a doenças nessa situação, o que geralmente causa sua morte.
gibões, gorilas, orangotangos), os macacos do “Velho
Mundo” (32 dentes; igual à dentição humana), os Javali
macacos do “Novo Mundo” (36 dentes) e os prossímios O javali é um mamífero da família Suidae e é o antepas-
(galagos, lêmures, loris etc.). sado a partir do qual evoluiu o atual porco doméstico.
Vivem nas florestas, savanas e pântanos das regiões tropicais. Nas Américas do Sul
Esse animal é de grande dimensão, tendo de compri-
e Central, habitam principalmente as florestas úmidas.
mento, entre 1,25 e 1,80 metros, e de peso, entre 80 e
A maioria dos macacos é arborícola (vive em árvores). Apenas algumas poucas
espécies, como os gorilas e mandris, preferem o solo. Alimentam-se de folhas, 130 kg, para as fêmeas, e entre 130 e 250 kg, para os
frutos, sementes, pequenos anfíbios, caramujos e pássaros. machos. Pode atingir um metro de altura. Os machos
Os primatas usam, sobretudo, as pontas dos dedos para sentir. são maiores do que as fêmeas.
Inteligente e comunicativo a ponto de apresentar, em alguns casos, recursos Tem o corpo forte e estreito, sendo a parte dianteira
expressivos próximos a uma linguagem, o macaco é um dos animais que mais mais forte do que a traseira. O corpo é coberto por uma pelagem constituída
atraem a atenção do homem, sobretudo por despertar as emoções da identificação, por crinas grossas de grandes dimensões, duras e ásperas. Debaixo dessa
pois todas as espécies de macaco se assemelham bastante aos seres humanos. cobertura encontram-se as crinas, que são pelos lanosos, sem cor, que protegem
As mãos e os pés, dotados, respectivamente, de polegar e dedos oponíveis, o animal contra o frio.
e a cauda longa são algumas das características que permitem aos macacos Podem atingir os 20 anos em cativeiro, contudo em ambientes naturais a
arborícolas movimentar-se com segurança, às vezes como verdadeiros acrobatas.
longevidade restringe-se a aproximadamente 10 anos, ocorrendo uma alta taxa
A maioria dos macacos possuem as unhas achatadas, em vez de garras.
de mortalidade de indivíduos jovens, provocada pela caça.
Os dedos são sensíveis e delicados, com o tato apurado. As mãos evoluíram da
função de agarrar para a de segurar e sentir. O tipo de locomoção dos javalis é a corrida.
O javali passa grande parte do dia fuçando a terra em busca de comida.
Bicho-preguiça É um animal onívoro, com preferência por matéria vegetal como raízes, frutos,
O bicho-preguiça é um mamífero da Ordem Xenarthra, na bolotas, castanhas e sementes. Também invade terras cultivadas, especialmente
qual existem duas famílias, a Bradypodidae (com três dedos) campos de batata e milho.
e a Megalonychidae (com dois dedos). Vamos trabalhar com Os javalis também incluem animais em sua dieta, como caracóis, minhocas, insetos,
a espécie que possui três dedos. Aparentemente a única ovos de aves e até pequenos mamíferos. Também consomem animais mortos.
diferença entre essas famílias é o número de dedos. Todas Os banhos na lama têm várias funções para os javalis. Uma delas é regular a
as espécies de preguiça são encontradas na Mata Atlântica, temperatura corporal, uma vez que os javalis não suam por terem as glândulas
da Argentina ao Panamá, ou seja, nas Américas do Sul e sudoríparas atrofiadas. De igual modo se considera que os banhos de lama têm
Central. importante papel nas relações sociais da espécie, inclusive na seleção sexual.
– 63
Cavalo Unidade 2
Os equídeos são representados hoje por
um pequeno número de espécies, entre as Memórias de Leonardo: O leitor de Alice
quais são utilizadas no Brasil o cavalo, o Intencionalidade educativa: explorar situações-problema envolvendo as
jumento e seu híbrido (burro ou mula). operações dos campos conceituais aditivo e multiplicativo e as medidas de
Os equídeos são animais de talhe comprimento.
médio, cabeça fina e alongada, pescoço Nesta sequência didática propomos a correlação e o estudo de números,
musculoso e pernas delicadas. Seus olhos formas, grandezas e medidas a partir da comparação entre as dimensões
mostram-se grandes e vivos, as orelhas (altura / largura) de Alice após cada uma de suas transformações. Alice é uma
pontudas e móveis e as narinas muito personagem criada por Lewis Carroll, no livro de sua autoria chamado Alice no
abertas. O corpo, bastante arredondado, país das maravilhas.
apresenta-se coberto de pelo curto e liso O interesse pelo tema, provavelmente, estimulará as crianças, fazendo com que
que se alonga na cauda e na tábua do elas se envolvam com o conteúdo das grandezas e despertem para práticas de
pescoço, onde forma a crina. O esqueleto comparação e para o uso de sistemas de medir. Tudo isso é feito por meio do
é caracterizado pelo crânio longo, do qual divertido e bem intencionado estilo do autor, ao lidar com esse conteúdo, por
a caixa craniana ocupa apenas um terço, exemplo, mudando as medidas de altura da menina Alice diversas vezes durante
sendo o resto constituído pela face. a história, em escalas e proporções variadas de transformação geométrica.
Todos os equídeos são vivos, alegres e inteligentes, são animais gregários e se
Informações adicionais para o professor
mostram ativos durante o dia. Os equídeos possuem somente o dedo central,
O livro Alice no país das maravilhas foi eleito para
os demais desapareceram. A última falange desse dedo único é cercada por
esta sequência por trazer questões de lógica – com
uma formação córnea que não pode ser chamada de casco.
o uso frequente do nonsense/absurdo e do princípio
O casco é constituído por 3 camadas superpostas, de diferentes qualidades.
da negação, que possibilita um grande universo de
A camada interna assegura o contato com a terceira e última falange: é a
classificação em diagramas que levam o nome de
camada geradora do tecido córneo. Essas três camadas, diferentes, mas
seu autor (Carroll) segundo critérios de sim/não –, de
estreitamente solidárias, formam um conjunto muito estável, de elasticidade geometria – considerando as grandezas, os sistemas
relativa e extremamente resistente. de medir e as transformações dos seres/objetos no
Os equídeos possuem 6 incisivos em cada maxilar: 2 centrais (as piças), 2 espaço: ampliando, reduzindo, ou deslocando-os –,
intermediários (os medianos) e 2 laterais (os cantos). Esse aspecto permite aos de física – antecipando, em relação às dimensões
compradores de cavalos avaliarem com precisão a sua idade. de tempo e espaço, o desenvolvimento espantoso
Apesar de todos os cavalos pertencerem à mesma espécie (Equus caballus), da ciência contemporânea e exibindo diferentes
o homem interveio para modificar os caracteres da raça sempre pensando na estilos do pensamento geométrico nas ciências
sua utilização e beleza. Hoje existem mais de 100 raças diferentes de cavalos físicas e afins –; também questões de filosofia –
em todo o mundo. com foco no enigma da identidade pessoal –, de linguística – com problemas,
Na maioria das espécies de animais, a cor de cada raça apresenta várias misturas debates e discussões que tratam do sentido das palavras –; e enfim, por tantas
mais ou menos uniformes, não variando, mesmo sob influência de idade, clima outras razões, que apenas os leitores dessa obra serão capazes de identificar.
etc. A pelagem é o conjunto de pelos, de uma ou de diversas cores, espalhados Essa é uma história maravilhosamente “louca”! Sugerimos que o professor faça
pela superfície do corpo e extremidades, em distribuição e disposição variadas, a sua leitura antes do início do trabalho com os alunos para que ele possa
cujo todo determina a cor do animal. Apesar de haver muitos matizes diferentes, abordar, com segurança, as questões colocadas na sequência didática.
todas as pelagens agrupam-se inicialmente em três modalidades ou categorias: Aproveitando o momento, vale a pena lembrar o prefácio de Alfred Whitehead no
simples, compostas e conjugadas, cada uma delas com suas divisões e, que no livro Matemática e Imaginação, dos autores Edward Kasner e James Newman:
total, forma 76 pelagens diferentes. “Não vou ao ponto de dizer que construir a história do pensamento humano, sem
Disponível em: http://www.saudeanimal.com.br o profundo estudo das ideias matemáticas das sucessivas épocas é o mesmo
64 –
que omitir Hamlet na peça que tem seu nome. Mas é, certamente, semelhante nós, professores, sabemos que essas “outras marcas” precisam ser de “mesma
a suprimir a parte de Ofélia.” ordem”, ou seja, “precisam caber” um número inteiro de vezes na régua que está
Essa comparação é singularmente exata, porque Ofélia é absolutamente sendo usada para medir. Por tudo isso é que precisamos conduzir com muita calma
essencial para a peça, é muito encantadora e um pouco louca. esses momentos iniciais da construção do conceito de medir comprimentos.
Reconheçamos que o propósito da Matemática é uma divina loucura do
espírito humano, um refúgio contra a aguilhoante urgência dos acontecimentos
contingentes.”
Para compor a nossa unidade didática a partir de trechos de As aventuras de
Alice no país das maravilhas, história original de Lewis Carroll, escolhemos a
obra condensada e ilustrada por Tony Ross, com tradução de Ricardo Gouveia
e publicada pela Editora Martins Fontes (São Paulo, 2002).
Apresentação
O estudo das grandezas está intimamente ligado ao trabalho com os números
e as operações, como também ao trabalho com espaço e forma. Desse
modo, os alunos poderão construir conceitos aproximados, com base em
suas experiências pessoais ao medir quantidades contínuas e quantidades
descontínuas, por meio de procedimentos próprios que lhes façam sentido.
Trabalhar com quantidades contínuas, como os metros, significa tomar um
padrão como base e compará-lo, por exemplo, a altura de uma pessoa ou a
distância entre um ponto e outro. Considerando-se que a altura da pessoa ou a
distância mencionada equivale a dois metros, dizemos que essas são quantidades
contínuas, pois os metros não estão separados na mensuração da altura ou na
avaliação da distância; diferentemente do caso de termos duas luvas, por exemplo,
as quais identificamos como quantidades descontínuas, pois são objetos
distintos, separados. As quantidades contínuas e as quantidades descontínuas
são diferentes.
Ao utilizar instrumentos de medida – elencados nesta sequência didática –
temos também a intenção de favorecer a percepção de frações. Isso ocorre
quando solicitamos que meçam objetos ou uma parte de um objeto menor que a
unidade padrão de referência, o metro (usando decímetros, centímetros). Além
disso, pretendemos suscitar nas crianças uma reflexão acerca da função desses
instrumentos convencionais (réguas, metros de madeira, fita métrica), que é a
de permitir associar a um objeto um número que será a sua medida. Em nosso
caso, essa associação (de um número a um objeto) pode acontecer quando
propomos às crianças a construção e a utilização de um instrumento de medir,
e elas precisam descobrir “quantas vezes ele cabe” na extensão mensurável
do referido objeto. Mesmo com esses recursos, essa não é uma tarefa tão fácil
quanto parece, pois o comprimento do que se mede pode ser maior ou menor
do que a extensão da régua de medir utilizada; logo, diferentes possibilidades
de aproximação precisam ser consideradas.
Entre as perguntas que podem ser feitas estão: O objeto é maior do que uma régua?
É maior do que a metade da régua? São necessárias outras marcas na régua? Mas
– 65
isso, elencamos o diagrama de Carroll, esquematizado pelo próprio autor, Lewis
Carroll, para organizar os dados na tabela. Esse diagrama tem a característica
principal de trabalhar com duas propriedades comuns aos objetos que se quer
organizar, segundo critérios de sim/não. Dessa forma, o professor poderá ser
o mediador da turma, solicitando que os alunos registrem as letras iniciais dos
nomes dos colegas em seus respectivos locais: meninos que seguirão o coelho;
meninas que seguirão o coelho; meninos que não seguirão o coelho; meninas
que não seguirão o coelho. Logo em seguida, encontrarão o total de alunos que
seguirá o coelho e o total de alunos que não seguirá o coelho. A soma desses
Resposta pessoal “totais” deverá corresponder à quantidade de alunos da sala de aula.
Após essa interação dos alunos com a história, o professor deverá dar
prosseguimento à leitura do texto, que levará à situação-problema inicial.

Inicialmente o professor irá propor a leitura do texto na roda de leitura, utilizando


estratégias que estimulem a inserção dos alunos no contexto.
O texto é apresentado por um narrador que conta a história de Leonardo, um
leitor de Alice. Em seguida, Leonardo escreve alguns trechos do livro Alice no
país das maravilhas em seu “Diário de Leitor”. Esses trechos (que estão em
destaque durante toda a unidade didática) foram extraídos, na íntegra, do livro
condensado por Tony Ross, indicado anteriormente neste Caderno do professor.
Em seguida, propomos um momento de interação do narrador com os alunos
do 3.o ano, durante o qual eles irão expor, individualmente, suas opiniões. Eles
devem preencher o quadro indicado no Caderno do aluno. Após fazerem isso, é
chegado o momento de coletar a opinião de todos os colegas da turma e, para
66 –
Solicitamos, agora, uma atenção especial do professor ao balão de pensamento
de Leonardo:

250 metros

A medida aproximada do diâmetro do nosso planeta Terra é de 12 756 km, logo,


a medida do raio da Terra é de 6 378 km. (Disponível em: http://educacao.uol.
com.br/disciplinas/geografia/sistema-solar---terra-nosso-lar-no-espaco.htm)
No entanto, por trabalharmos com crianças da faixa etária do 3.o ano do Ensino
Fundamental, utilizaremos uma medida aproximada. Escolhemos a medida de
6000 km para trabalhar com nossos alunos.
– 67
O Desafio 1, apresentado na situação-problema, levará os alunos a lidar com Os procedimentos utilizados nesse segundo desafio, provavelmente, serão os
um conceito do campo multiplicativo, no caso, com a operação inversa: divisão mesmos que foram utilizados no primeiro. O que irá mudar é apenas a ordem
em partes iguais. Por se tratar de um novo conceito a ser abordado com os de grandeza numérica. O professor deverá permitir a discussão nos mesmos
alunos, ele aparece como uma situação-problema para levantar conhecimentos grupos de trabalho do desafio anterior e, em seguida, a apresentação dos
prévios, o que significa que, nesse momento, em especial, o professor deverá procedimentos utilizados pelos alunos, para validar ou não as suas hipóteses.
atuar como mediador dos procedimentos de cálculo utilizados pelos alunos.
Nesse momento, procuramos trazer à tona o conceito de quarta parte. Proponha
o problema aos alunos e solicite que expliquem o que eles entendem sobre
esse conceito. Após a discussão com a classe, questione-os e interaja com eles
para que compreendam o conceito de quarta parte como a ideia de dividir o todo
em quatro partes iguais e utilize apenas uma dessas partes.
Em pequenos grupos, eles irão utilizar procedimentos próprios para chegar ao
resultado dessa operação, que é 250 metros. O professor deverá deixar os
alunos discutirem livremente os procedimentos e os materiais que precisarão
utilizar para resolver essa situação-problema. Quando todos os grupos
chegarem aos seus resultados (independente de estarem certos ou não), ele
deverá propor a apresentação dos procedimentos utilizados por cada um deles.
Nesse momento, a nossa preocupação não é, em hipótese alguma, que os
alunos resolvam o problema utilizando-se dos algoritmos convencionais,
mesmo porque eles poderão utilizar qualquer operação que dê conta da
resolução do problema. Os registros dos alunos poderão aparecer de diversas
maneiras: representações numéricas, desenhos, códigos, dobraduras de tiras
equivalentes a um metro, entre outros. É nesse momento de apresentação das
hipóteses dos demais grupos que os alunos irão validar seus procedimentos,
enquanto o professor fará perguntas instigadoras que os levarão a pensar sobre
como chegaram aos resultados.
Ao final das apresentações, o professor deverá fazer uma explanação breve do
que os alunos já sabem acerca do assunto, montar cartazes com os diferentes
procedimentos que surgirem, validar as informações trazidas pelos grupos.
Em seguida, deverá ser apresentado o segundo desafio da situação-problema.

Nesse caso, consideramos que a medida


aproximada do centro da terra é de 6000 km,
a quarta parte dessa trajetória é de 1500 km.

Na atividade 2 – Hora da Oficina – trabalharemos diretamente com o conceito


de medir comprimento e distância. Para introduzir essa atividade, o professor
deve ler com os alunos a Contextualização – trecho da história de Alice –
apresentada a seguir:
68 –
O professor deverá organizar os alunos em pequenos grupos. Poderão ser os
mesmos da situação-problema ou, ainda, poderão ser formados novos grupos.
Em seguida, deverá propor a construção da régua de um metro (com a imagem
de Alice) que se encontra no Bloco de Jogos (no final do Caderno do aluno). A
seguir, as partes que compõem a régua.
– 69
70 –
Nesse momento, cada pequeno grupo irá escolher um ponto de referência da
escola (que pode ser uma outra sala de aula, a biblioteca, o parque, a cantina,
entre outros) e, utilizando a régua de um metro, irá medir esse trajeto e encontrar
um número que expresse essa medida.
Observação: é importante que o professor alerte os alunos para que iniciem as
medições pela referência do zero da régua, a fim de encontrarem a medida apropriada.
Quando todos os alunos dos grupos chegarem à medida do trajeto escolhido, o
professor deverá propor o seu registro no local indicado no Caderno do aluno.

Resposta pessoal, por meio de desenho do trajeto escolhido pelo grupo.

A medida da dist|ância depende do treajeto escolhido.

– 71
Ao término dos registros, o professor deverá propor uma reflexão sobre o registro
das distâncias aferidas durante a oficina de medição. Em seguida, deverá questio-
nar os alunos para descobrir os grupos que encontraram medidas de locais mais
próximos e, também, mais distantes, bem como a diferença entre as medidas en-
contradas pelos grupos, entre outros dados.
Em seguida, de acordo com o registro de cada grupo, o professor deverá propor
as situações-problema sobre essas medições, para serem resolvidas nos mesmos
grupos de trabalho.

Na situação-problema 1, os alunos deverão encontrar a metade da medida da distância


encontrada no trajeto escolhido pelo grupo. Nesse caso, o conceito de divisão está explícito
na questão.

Na situação-problema 2, eles irão registrar o ponto de referência encontrado na


metade da distância. Nesse caso, o professor poderá permitir que os alunos retornem às
medições com a régua de um metro construída por eles, a fim de validar ou não o ponto
de referência encontrado na metade desse trajeto.

72 –
Os alunos deverão dobrar a régua de Alice na medida de 25 cm.
Em seguida, de dobra em dobra, poderão perceber que é necessário ter 4 vezes essa
medida para obter um metro.

100 – 25 = 75
Nesse caso, os alunos poderão recorrer a outras operações, como a adição. Podem
contar de 25 em 25 até chegar ao número 100, entre outras.

– 73
No Desafio 1 da Hora de Resolver Problemas, inserimos o campo aditivo (com
sua operação inversa) para as crianças descobrirem quantos centímetros Alice
encolheu. Nessa proposta, o uso de uma reta numerada exposta em sala de
aula ou da própria régua de Alice favorecerá o pensamento dos alunos que
ainda necessitam de um tempo maior para abstrair esses conceitos. O professor
poderá permitir o uso desses materiais, caso haja necessidade.
No Desafio 2, o uso do instrumento de medida colocado à disposição dos alunos
(a régua de Alice) favorecerá o pensamento da divisão em partes iguais, que
corresponde à ideia inicial do pensamento fracionário.
No Desafio 3, o campo multiplicativo é colocado em jogo mais uma vez, ou seja,
a ideia de um para muitos é colocada novamente em questão. Não se preocupe,
nesse momento, em inserir notações ou algoritmos para resolver os problemas.
Com isso, espera-se que os alunos discutam e reflitam sobre as diferentes
formas de se resolver o mesmo problema. As notações e os algoritmos, se
surgirem, podem ser incentivados pelo professor durante a apresentação das
propostas das duplas aos demais colegas. Caso algum aluno apresente esse
tipo de registro, o professor deverá validar os procedimentos utilizados para que
todos os alunos possam se inteirar dessa estratégia de cálculo.

Se para obter um metro ela precisava de


4 vezes essa medida, logo, para obter 3
metros ela precisa de 4 x 3 = 12.

Destacamos, aqui, a importância da leitura dos enunciados dos problemas com


os alunos para a interpretação correta das propostas.
Considere a formação de duplas de trabalho para esse momento de resolução de
problemas por meio do agrupamento produtivo, ou seja, por aproximação de saberes.
As propostas de resolução de problemas desta seção têm o objetivo de promover
o desenvolvimento do raciocínio multiplicativo, que depende da coordenação
entre os esquemas de ação utilizados pelas crianças e as estratégias de
resolução que estabelecem a correspondência de um para muitos.
74 –
20 quadrinhos

20

– 75
Para avançar, a professora pergunta se Alice não estaria pensando em notações
de bases não decimais.
Se a menina agrupasse a quantidade citada em grupos de dezoito, seu registro
seria 1 2, na base dezoito – ou seja, teria formado um grupo de dezoito e
restariam dois elementos fora do agrupamento de referência. (O estudo de
bases não decimais foi desenvolvido na sequência didática anterior.)

20 x 1 = 20
(ou 1 x 20 = 20)
10 x 2 = 20
(ou 2 x 10 = 20)

Na proposta de Cálculo Mental, os alunos irão representar, por meio dos


retângulos, o produto 20, encontrado na multiplicação.
O foco dessa proposta é a organização retangular, que consiste em encontrar
diferentes retângulos para um mesmo produto. Nesse caso, o retângulo
formado pela multiplicação 4x5 é o mesmo retângulo de 5x4, se levarmos em
consideração as propriedades geométricas do retângulo (ou seja, os lados
opostos são paralelos e, dois a dois, têm a mesma medida). Nesse caso, temos
apenas mais duas possibilidades de encontrarmos retângulos diferentes com o
produto 20 (20x1 (ou 1x20) e 10x2 (ou 2x10)).
76 –
25 centímetros

2 decímetros e meio
ou
2 decímetros mais 5 centímetros
Na proposta de Estimativa, a ideia é que os alunos estimem a altura da roseira a
partir da informação da medida da altura de Alice, que está com 5 centímetros,
sem a utilização de instrumentos de medida convencionais (réguas, fitas
métricas etc.). Somente após apresentarem os seu palpites, os alunos poderão
validá-los com o uso da régua.
O professor deverá permitir que os alunos apresentem seus palpites aos demais
colegas para que sejam feitas comparações entre eles e para que se verifique
quem mais se aproximou da medida real.

– 77
6 quadradinhos
4 quadradinhos

A figura escolhida foi esta porque ela


representa o dobro das duas dimensões.

A proposta do Desafio Final é favorecer a retomada dos trabalhos vivenciados no


decorrer da unidade didática, desenvolvendo o pensamento da proporcionalidade
durante transformações geométricas, ao ampliar ou reduzir o retrato que traz a
cabeça de Alice.
Na primeira proposta, Alice precisava de uma porta maior, pois estava crescendo
muito rápido. Os alunos, então, deparam-se com duas portas: no primeiro
desenho, a porta tem medidas de 3 quadradinhos de largura e 4 quadradinhos
de altura e, ao lado, uma porta maior com 6 quadradinhos de largura
78 –
(observa-se que ela conservou a altura apresentada no desenho inicial). Em seguida, aparecem quatro quadros com o rosto de Alice para que os alunos
Assim, espera-se que os alunos comparem essas portas e percebam que a possam comparar as imagens, continuando com o conceito da proporcionalidade,
porta aumentou na largura mas não aumentou na altura, ou seja, sua largura tanto para ampliar quanto para reduzir as fotos.
ficou duas vezes maior, mas a altura ficou a mesma. Em relação ao retrato A, houve conservação das medidas. No retrato B, a altura
No Bloco de Jogos há uma sequência de portas para este novo desafio: ficou 20 vezes maior e a largura 10 vezes maior; as medidas não aumentaram de
escolher qual delas atende à necessidade de aumentar as medidas de maneira maneira diretamente proporcional. No retrato C, a altura e a largura aumentaram
proporcional, ou seja, o dobro, tanto na largura quanto na altura. de maneira proporcional (cada unidade de medida dimensional foi multiplicada
por 20). No retrato D, as dimensões foram reduzidas de maneira proporcional
(ambas foram reduzidas à metade).

Esta porta (assinalada) tem largura e altura ampliadas de


maneira proporcional (cada unidade de medida dimensional
foi multiplicada por 2). Esta figura deverá ser colada no
espaço apropriado da página 43 do Caderno do aluno.
A altura e a largura permaneceram com a mesma medida.

– 79
A medida da altura dobrou (foi multiplicada por 2) e a medida da largura não aumentou.
Comparando-as, para serem diretamente proporcionais, a largura também deveria ser
A altura e a largura do retrato aumentaram de maneira
multiplicada por 2.
proporcional.

80 –
A altura e a largura da imagem foram reduzidas proporcionalmente.

A imagem diminuiu de maneira proporcional em relação à imagem inicial.

5 x 20 cm = 100 cm = 1 m

– 81
Lição de casa

Resposta pessoal
Resposta pessoal

3
9
4
8

Orientar a conversa para mostrar a praticidade de se usar uma unidade de


medida pequena, como o centímetro, ao medir objetos pequenos.

82 –
A linha vertical deve ter 7 centímetros de altura.

Resposta pessoal

Ela cresceu 7 centímetros.

– 83
Resposta pessoal

Resposta pessoal

1000

Menor
2000

84 –
30 100 25 30

260 metros

A diferença é de 75 centímetros de altura.


140 metros

– 85
Unidade 3
Banca de jornais
Intencionalidade educativa: resolver situações-problema envolvendo
as operações do campo aditivo para favorecer – conceitualmente e
procedimentalmente – o uso de algoritmos.
Pensar algebricamente ao descobrir regularidades, expressar sua lógica,
hipóteses e suas notações (inclusive, inventando-as).
Resolver e criar situações-problema que estabelecem equivalências de valor.
Propomos um tema usual nesta sequência didática: a visita a uma banca de
jornais, com vários produtos de interesse infantil – os quais, provavelmente,
se mostrarão adequados para solucionar uma grande pluralidade de proble-
mas e para o exercício do campo aditivo.
Apresentação
Nesta etapa do aprendizado a intenção do trabalho no campo aditivo é ampliar o
repertório dos alunos na estruturação do raciocínio e nas diferentes modalidades
de cálculo: mental, escrito, exato e aproximado.
O sistema monetário é utilizado como apoio e recurso para os fins já explicitados.
À medida que os alunos realizam as diversas trocas monetárias que são
propostas nesta sequência têm a possibilidade de pensar sobre as regras
do sistema decimal e associam esse aprendizado com os significados do
campo aditivo: transformação, comparação e composição, conforme a teoria
de Gérard Vergnaud.
“... não se pode entender separadamente o desenvolvimento cognitivo e o
aprendizado de um conceito. Desenvolvemos conceitos e representamos
objetos e pensamentos por meio de suas características gerais, para enfrentar
situações. E sempre há uma variedade enorme de situações envolvidas na
formação de um conceito – e também uma variedade de conceitos envolvidos no
entendimento de uma situação. Juntos, eles formam sistemas progressivamente
organizados, que devem ser estudados ao mesmo tempo” _ Revista Nova
Escola _ Somar e subtrair: operações irmãs.
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/matematica/fundamentos
/somar-subtrair-operacoes-irmas-500497.shtml

No momento de registrar essas operações os alunos serão desafiados a utilizar


o procedimento formal de registro, ou seja, o algoritmo da adição. Para tal,
criamos uma nova seção, “Hora de Calcular”, que irá favorecer os momentos
propícios para essa ação. Isto não descarta o uso de diferentes estratégias de
cálculo nas demais seções do caderno.
O professor deve valorizar o pensamento criativo do aluno, estimulando-o tanto
na forma escrita quanto na oral.
86 –
Logo após esse momento, os alunos serão organizados em pequenos grupos
para realizarem a primeira situação-problema: socialização das informações que
coletaram na tarefa 9. Para a realização dessa tarefa, que é uma visita a uma
banca de jornal, é fundamental a presença de um adulto junto com as crianças.
Chegando ao local, cada aluno investiga a banca e registra as informações
sobre os produtos que mais lhe chamam a atenção e seus respectivos preços.
Por meio da argumentação, os alunos terão que discutir e criar uma lista única,
selecionando os produtos que mais atraem os clientes e podem favorecer o
ambiente de compra e venda que acontece no comércio. A socialização maior
entre os diferentes grupos é uma estratégia necessária para ampliar o olhar dos
alunos ao conversar sobre as semelhanças e as diferenças entre as listas.

Listagem, em pequenos grupos, dos produtos que podem ser vendidos em uma banca
de jornal.

Os alunos devem utilizar este espaço


para o registro dos produtos e preços
pesquisados.
Para que o início desta sequência cause o impacto esperado nos alunos
é importante que o professor planeje a “Tarefa de casa 9” e a coloque à
disposição para a realização da proposta antes do início da Unidade 3. Isto se
deve à necessidade de que haja uma participação ativa dos alunos na situação-
problema, logo após a contextualização.
A abertura da sequência é um diálogo entre pai e filho, contextualizando a
história da banca de jornais. Para fazer a leitura desse texto para os alunos, é
indicada a organização da turma na grande roda.
– 87
18 + 14 = 32
Considere as estratégias das crianças,
Para registrar o cálculo, os alunos,
mesmo que sejam realizadas por meio
em pequenos grupos, poderão
de desenho.
utilizar estratégias diferentes.

50 – 32 = 18
Considere as estratégias das crianças, mesmo que sejam realizadas por meio
de desenho.

Logo após esse momento inicial, propomos uma situação intencionalizada de


compra e venda na inauguração da banca de jornal e, para isso, é fundamental
que os alunos estejam organizados em grupos.
A primeira proposta é a união de duas parcelas (duas revistas com valores
diferentes) para que os alunos descubram o valor total da compra. Aparentemente,
trata-se de uma adição simples, porém, para efetuá-la, os alunos terão que
utilizar conhecimentos prévios sobre as operações com reagrupamento.
A exploração, por parte do professor, dos diferentes procedimentos existentes
para realizar essa ação é necessária para que eles possam explicar como
obtiveram o resultado esperado.
88 –
Como estamos na etapa de levantamento de conhecimentos prévios, o professor Para que os alunos continuem refletindo sobre os cálculos, a brincadeira
deve circular pelos grupos adotando uma postura observadora e registrando
como os alunos resolvem a questão. proposta nesta atividade é uma situação de compra e venda. O cenário
No momento de dar o troco, é importante observar os procedimentos utilizados de uma banca de jornal será montado e, para isso, o professor solicitará
pelos alunos: se precisam do apoio do dinheirinho (disponível no ambiente
matematizador) ou de outro material, se utilizam o cálculo mental, se representam aos alunos que tragam de casa livros, gibis, revistas e outros objetos
pictoricamente ou por meio da linguagem matemática.
que eles desejem que faça parte da banca. Caso não seja possível,
Observar como realizam a troca monetária é de extrema importância para
entender como os alunos estão se apropriando das regras do sistema decimal. esses materiais podem ser retirados da biblioteca ou da caixa de leitura
A substituição de uma nota de R$ 50,00 reais por cinco notas de R$ 10,00 reais
é uma dica para que desmembrem uma das notas de R$10,00 para poderem da classe.
entregar o troco corretamente, ou seja, R$ 18,00 (dezoito reais). Eles podem ser organizados em várias mesas ou em uma bancada
Para os alunos que realizam esse procedimento de compra e venda em seu
dia a dia, poderá não haver grandes desafios, porém novamente reforçamos única, e os demais recursos para a brincadeira, como o dinheirinho e
a importância de ouvir os alunos e valorizar o pensamento de cada um deles.
as etiquetas, estão disponíveis no Bloco de Jogos.
O primeiro passo é propor que os alunos coloquem preços em seus
produtos. A atribuição de preço aos produtos é um procedimento
importante e, para que realizem de forma consciente, é necessária a
adoção da postura problematizadora por parte do professor, levantando
questões como: Um gibi novo tem o mesmo preço de um usado? Quais
características deixam um produto mais caro ou mais barato?
Ao pensar na organização funcional da banca de jornal, cabe ao professor
definir antecipadamente o número de vendedores, compradores e
operadores de caixa que serão responsáveis por receber o dinheiro e
devolver o troco.
É importante determinar um tempo para que eles possam vivenciar
essa experiência e a troca de papéis, sem exceder muito em sua
duração, para que a proposta não se torne cansativa.
Ao final da brincadeira, cada um dos alunos deverá escolher um
Deverá ser feita uma nova troca de cédula de 10 reais, podendo ser:
dos produtos vendidos ou comprados para fazer o registro de como
– 5 cédulas de 2 reais;
– 10 moedas de 1 real; foi realizado o negócio. Em seguida, o professor poderá propor a
– 1 cédula de 5 reais, 2 cédulas de 2 reais e 1 moeda de 1 real; socialização desses registros. Essa atividade poderá ser realizada
– 1 cédula de 5 reais e 5 moedas de 1 real.
antes ou depois da brincadeira da banca de jornal.

– 89
90 –
C1_3oANO_Matematica_Tony_2018 13/09/17 09:01 Página 54

Data ___ / ___ / ___

Hora da brincadeira
“Nossa Banca”

Agora, você e seus amigos irão criar uma “Banca de jornal”.


Para montá-la, você poderá trazer objetos diversos, livros, revistas e gibis.
Não se esqueça de colocar preço nos produtos!

Material:
• Etiquetas;
• Dinheirinho (notas e moedas*).
(O material para recorte está disponível no Bloco de
Jogos.)
Participantes: em pequenos grupos, alternando os papéis de comprador, vendedor
e caixa.

Organize sua banca e boas compras!


Registro do produto que será colocado à venda:
Escolha e desenhe um dos produtos que você trouxe para vender. Registre na etiqueta
do produto o preço que você deu a ele.

Resposta pessoal. Desenhe o produto trazido pelo aluno e faça o registro do preço.

* Atenção criança!
54 Guarde o dinheirinho recortado para ser usado em outras atividades durante o ano.

– 91
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno crie um problema sobre a compra ou venda de
um dos produtos da banca de jornal montada em sala de aula.

64 produtos. 1

Considere qualquer estratégia 28


utilizada pelos alunos, desde que + 36
Resposta pessoal.
o resultado esteja correto. 64
Os alunos deverão trocar os cadernos com os colegas e cada um resolve o problema do
outro.

Este é um novo desafio para os alunos resolverem após a vivência de compra


e venda. 36 x 3 = 108 reais
Organizados em duplas, conversarão sobre a brincadeira e, em seguida,
36 + 36 + 36 = 108
elaborarão um problema. Num primeiro momento, poderão se surpreender com
a proposta, mas o professor deve incentivá-los para a criação dos problemas Haverá, ainda, aqueles que precisarão calcular de 3 em 3 por 36 vezes.
e intervir, se necessário, fazendo algumas perguntas: Quais são os objetos
escolhidos? Pela escrita, é possível entender o que aconteceu? Como poderiam Considere qualquer estratégia utilizada pelos alunos, desde que o resultado esteja
escrever para que os outros alunos entendam? correto.
Depois da criação, as duplas irão trocar seus cadernos entre si para que o
problema seja resolvido por outros alunos.
A socialização das respostas, assim como a criação de uma oportunidade para
que os alunos falem a respeito da criação é fundamental para o processo de
aprendizagem.
Caso os alunos tenham dificuldades para expressar, por meio da palavra, o
problema que criaram, a apreciação das atividades por meio da exposição dos
cadernos de todas as duplas poderá ser uma estratégia atraente para eles.
92 –
Cada menina receberá 6 pacotes.

50 + 50 = 100 Professor, por ser o primeiro momento em que se trabalha o conceito de divisão,
100 – 84 = 16 reais de troco esperamos que os alunos utilizem os recursos do desenho para resolver o problema.
Deixe-os livres para a resolução, a fim de conhecer o que os alunos sabem sobre esse
Considere qualquer estratégia utilizada pelos alunos, desde que o resultado esteja conceito.
correto. Considere qualquer estratégia utilizada pelos alunos, desde que o resultado esteja
correto.

Se cada menina receberá 6 pacotes a 2 reais cada, o valor gasto com cada sobrinha é
56 – 24 = 32 de 12 reais.
6 x 2 = 12
Haverá alunos que ainda preferirão utilizar a operação de adição do 24 até o 56 para 6 + 6 = 12
encontrar o resultado.
Considere qualquer estratégia utilizada pelos alunos, desde que o resultado esteja
Considere qualquer estratégia utilizada pelos alunos, desde que o resultado esteja correto.
correto.

– 93
Esta seção da sequência didática tem o objetivo de colocar o aluno em
contato direto com o objeto de estudo, em diferentes níveis de dificuldade.
Sugerimos que seja utilizado o agrupamento em duplas para favorecer a
troca de experiências e saberes.
No primeiro problema propomos duas operações: uma delas é a adição com
parcelas diferentes, para identificar quantos objetos foram comprados. Trata-se
de uma situação que envolve a ação de acrescentar. Para que, aos poucos,
os alunos avancem no pensamento do campo aditivo, assim como no registro
formal da operação, propomos que eles registrem de duas maneiras diferentes,
sendo uma delas pelo uso do algoritmo.
Os alunos podem utilizar o procedimento da decomposição para chegar ao resultado,
como demonstrado abaixo, ou se apoiar no “dinheirinho” para resolver o problema.
28 + 36 =
20+ 8+ 30 + 6 =
50 + 14 = 64 94 18
26 57 75
A outra forma de responder ao problema é por meio do algoritmo. É importante
que os alunos se arrisquem a resolver, em duplas, a conta armada.
O professor deverá circular pela classe, verificando como os alunos realizam a
operação e se conservam a dezena que precisou ser reagrupada.
Novamente a comparação com o outro procedimento utilizado e também com
os colegas será de fundamental importância, tanto para aqueles alunos que já
conseguiram realizar o cálculo e podem contar como fizeram isso quanto para 82 64 31 89 43
aqueles que tiveram dificuldades para realizá-lo.
A segunda operação consiste em conhecer o valor pago por toda a quantidade
de revistas e gibis comprados. Os alunos podem utilizar a multiplicação ou a
soma de parcelas iguais para descobrir o valor.
No problema 2, pretende-se que as duplas descubram qual troco será dado
para Fernando. Novamente diferentes procedimentos podem ser adotados
pelas duplas. O professor deverá observar qual deles é adotado pela maioria
delas. Para favorecer ainda mais a reflexão a partir do que se faz, é necessário
que haja diferentes modos de resolução. Assim, caso nenhuma dupla o utilize,
o professor deverá apresentar o seu jeito de fazer, juntamente com o dos outros
grupos para estimulá-los.
Durante as propostas 3 e 4 novas duplas poderão ser formadas, visando o
agrupamento produtivo para proporcionar aos alunos outras possibilidades de
avançar.
No exercício 3, há novamente um cálculo para descobrir quantos meninos
são sobrinhos de Ana. Como os alunos estão se acostumando com o uso 18 94
do algoritmo, e este é um recurso que facilita e torna o pensamento mais ágil,
não há uma necessidade de direcionar os grupos para utilizá-lo, mas continuar
valorizando as diferentes formas de pensar é fundamental. Para alguns alunos,
o desafio será utilizar os algoritmos cada vez mais.
A proposta 4 inicia o pensamento da distributividade. Intencionalmente, essa
proposta é inédita, então, é preciso que o professor observe todos os modos pelos
quais os alunos realizaram a tarefa e perceba se ainda necessitam de materiais
manipuláveis ou se já conseguiram se fixar somente no pensamento abstrato.
94 –
6
16
26
36
46 Oitenta e sete
56
66
76
81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
96 87
ou
86 + 1 = 87

44 45 46 Cinquenta e quatro
54 55 56 No quadro da centena, na linha vertical, cada número representado abaixo de um
número deve ter 10 unidades a mais e cada número representado acima de um
64 65 66
número deve ter 10 a menos.

54 O mesmo acontece na horizontal, cada número à direita de um número deve ter 1 a


ou mais, e cada número à esquerda de um número deve ter 1 a menos.
55 – 1 = 54
Professor, considere as respostas dadas pelos alunos, favorecendo o raciocínio de cada
um deles acerca das regularidades do sistema de numeração decimal e o pensamento
algébrico.

– 95
As atividades desta seção ajudam a compreender como funciona o sistema de
numeração.
Na atividade 1, é necessário organizar o tempo para que cada aluno prepare
seu material, que se encontra disponível no Bloco de Jogos. Ele é composto por
cartinhas, organizadas em dois grupos: um composto por 9 cartas com dezenas
redondas (10, 20, 30 etc.) e o outro por 9 cartas com as unidades simples, ou
seja, com os algarismos de 1 a 9.
O professor irá ditar alguns números e os alunos deverão separar as cartas que
formam esse numeral para depois escrevê-lo no caderno. Para isso, os alunos
poderão utilizar diferentes combinações de cartinhas, por exemplo: para formar
o numeral 94 poderão fazer uma combinação pegando as cartinhas 40, 50 e 4
ou 90 e 4.
Selecionamos algumas dezenas para o ditado, porém, caso o professor queira
utilizar outros números poderá escolhê-los aleatoriamente para que os alunos
preencham em seu caderno. Após esse momento, irão destacar o maior e o
menor dos algarismos ditados.
Na proposta 2, pretende-se que os alunos completem os quadros numéricos com
os números que faltam, a fim de perceberem as regularidades do sistema de
numeração. Após completar os quadros e responder as respectivas perguntas,
chame a atenção dos alunos para o balão de fala da professora:

Qualquer número natural possui um sucessor, que é o número que vem


35
depois dele, por exemplo: o sucessor de 25 é o 26, o sucessor de 2 é o 3.
No caso dos antecessores, são os números que vem antes de um número
44 natural. Exemplo: antecessor de 37 é o 36. Com isso, pretendemos nomear
os numerais corretamente, de acordo com as convenções matemáticas,
demonstrando a sequência adequada dos números naturais.
Na proposta 3, pretende-se que os alunos percebam quais foram os números
colocados erroneamente na tabela, ou seja, aqueles que não apresentaram
68 as devidas regularidades representadas pelo quadro da centena. Em seguida,
eles deverão explicar o que seria necessário fazer para que esses erros não
aconteçam novamente.
76 80 Professor: para trabalhar as propostas apresentadas nessa seção da unidade
didática, retome com os alunos o quadro da centena, que deverá ficar exposto
em sala de aula, tal como explicado anteriormente neste manual no item
4 – Organização do espaço e tempo didático das Orientações didáticas e
metodológicas para o desenvolvimento dos trabalhos na área da Matemática.
Na proposta 4, pretende-se que os alunos componham o quadro numérico
com os números descritos no enunciado. Para realizar essa tarefa, colocando
os numerais selecionados no lugar correto, eles precisam conhecer as
regularidades do sistema decimal e a organização das linhas e colunas.
"Mas essa busca de regularidades apresenta dois eixos desafiadores: as
regras da escrita de números e as regras da numeração oral. Embora esses
conhecimentos estejam vinculados, é importante lembrar que são diferentes.
96 –
Enquanto a escrita numérica carrega o valor posicional do sistema, a numeração
falada tem uma característica apenas aditiva – o que pode gerar uma confusão
na hora de se apropriar do sistema". _Busca de regularidades_Revista Nova
Escola.
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/roteiro-didatico-sistema-numeracao-
-decimal-1-2-3-anos-634993.shtml?page=3.3

28 reais
3
18 reais
15 reais
48 reais

Os alunos podem utilizar este espaço para os cálculos.

– 97
20 + 20 = 40
40 – 28 = 12

50 – 18 = 32

1 1

123 58
10 + 10 = 20 + 49 + 64
20 – 15 = 5 172 122

A organização dos alunos em duplas precisará ser prevista para esta atividade.
O professor deve procurar reuni-los com base nos agrupamentos produtivos para
favorecer o avanço de cada um deles no entendimento do conceito matemático.
Na atividade de Cálculo Mental proposta, os alunos terão a oportunidade de 1
utilizar o procedimento de soma de parcelas iguais ou de multiplicação para
76
preencher a tabela com as vendas do senhor José em um dos dias de trabalho.
A relação entre a quantidade de produtos e os valores não é muito alta, assim + 36
muitos alunos irão realizar o procedimento “de cabeça”, porém há, no caderno, 112
espaço para realizar as devidas operações.
Na atividade 2, o recurso monetário será utilizado para propor novas situações,
relacionadas ao preenchimento da tabela, na qual os alunos irão refletir sobre
o custo dos produtos e o troco recebido. Caso alguns alunos necessitem de
recursos para realizar a operação, poderão utilizar o dinheiro para simular a
compra e venda dos produtos.
A socialização das produções, assim como a explicação de como chegaram a
um determinado resultado, são extremamente importantes para que, a partir da
comparação das respostas obtidas, possam refletir sobre o que fizeram.
98 –
Novamente, a atividade deverá ser realizada em duplas, e neste momento,
novas organizações podem ser feitas, a partir do conhecimento dos alunos
sobre os algoritmos.
Após os alunos terem explorado diversos procedimentos de cálculo tanto
escritos quanto mentais, propomos a formalização da operação da adição, por
meio do algoritmo.
Os numerais selecionados para essa nova seção do caderno são aqueles que
necessitam de “reagrupamento”, ou seja, os comumente chamados de “vai um”. Os
alunos terão a oportunidade de discutir em duplas e, posteriormente, na grande roda.
No momento da realização da proposta, o professor deverá circular entre os
grupos para identificar quais procedimentos de cálculo estão realizando e como
lidam com o reagrupamento.
Uma estratégia interessante para confrontar os alunos é solicitar que realizem
a mesma operação com material concreto (dinheirinho ou material dourado,
presentes no ambiente matematizador) e comparem os resultados. No capítulo
2, “Problemas e contas: dois desafios diferentes”, do livro A matemática na
escola: aqui e agora, de Délia Lerner de Zunino, há informações interessantes e
análises de resoluções de contas pelas crianças que podem elucidar o processo
de construção de conhecimento, que fazem com que a leitura dele na íntegra
valha a pena. Abaixo destacamos um pequeno trecho:
“Enquanto continuamos ensinando procedimentos mecânicos sem criar as
condições que permitam aos alunos descobrirem os fundamentos desses
mecanismos, enquanto não favorecemos a utilização de estratégias que as
próprias crianças possam elaborar para resolver e representar as operações
teremos que continuar aceitando que as contas sejam interpretadas como
truques inventados por um mágico, como entidades que obedecem a regras
próprias, independentes das ações de agregar e tirar.”

– 99
Lição de Casa

546
+ 183
729 5 x 12 = 60 ou 12 + 12 + 12 +12 + 12 = 60
Considere qualquer estratégia utilizada pelos alunos, desde que o resultado esteja correto.

120 jornais

Esta proposta de sistematização visa consolidar a aprendizagem prevista no


objetivo da sequência: resolver situações-problema envolvendo as operações
do campo aditivo favorecendo o uso dos algoritmos e, para isso, propomos um
desafio no qual os alunos terão que montar uma operação de adição com os
algarismos de 1 a 9.
A proposta apresenta exigências e, para atendê-las, a organização em subgrupos
é fundamental. Enquanto os grupos estiverem levantando suas hipóteses,
o professor deverá acompanhá-los e fazer algumas perguntas, como: Está 100 revistas
utilizando todos os algarismos de 1 a 9? Há repetição de algum algarismo? Se
algum subgrupo tentar a operação inversa, ou seja, a subtração, o professor
deverá valorizar esta ação dos alunos.
Novamente é necessário propor a exposição das produções e a argumentação
dos alunos.
100 –
120 + 100 = 220

jornais

22 + 10 + 12 = 44 reais

20 jornais a mais.
Considere qualquer estratégia utilizada pelos alunos,
desde que o resultado esteja correto.

Espera-se que o aluno escreva que o valor gasto foi menor que o valor do anúncio.

– 101
120

200
50

150

60

102 –
C1_3oANO_Matematica_Rachel_2020 23/10/2019 16:25 Página 87

Anotações

50 60 120 150 200

87

– 103
PARTE 1 até os dias de hoje, tal como aconteceu com os diferentes sistemas de
numeração encontrados pelo mundo e que, na atualidade, nos permitem
1. Definição do tema representar qualquer quantidade, por mais elevada que seja.
O tema “Contando com diferentes povos numa volta ao mundo” sugere A base de estudo para tal provocação é interdisciplinar, envolvendo
um trabalho de pesquisa acerca da história dos diferentes sistemas de conteúdos comuns das áreas da Matemática, da História e da Geografia.
Não pretendemos, com isso, que as crianças se apropriem do sistema de
numeração encontrados pelo mundo no decorrer dos tempos.
numeração dos diferentes povos, mas que entendam as características e a
O homem, desde a Antiguidade, já se utilizava de variados recursos
importância do nosso sistema – denominado indo-arábico – para expressar
de contagem e, em diferentes lugares do nosso planeta, os recursos
quantidades nos dias de hoje.
utilizados foram os mais distintos possíveis, indo desde pedrinhas, nós em
cordas, dedos das mãos até chegar ao sistema de numeração tal como o 3. Objetivo
conhecemos hoje.
Conhecer a história da evolução humana de diferentes povos para
Este projeto contribui para que os alunos vivenciem a descoberta do número
compreender o significado dos símbolos matemáticos que representam
e descubram a influência dos diferentes povos – localizados nas mais
quantidades.
diversas regiões do planeta – no nosso sistema de numeração decimal.
4. Abrangência
2. Necessidade
Por se tratar de um projeto Interdisciplinar, envolve e integra diferentes
Contar quantidades e representá-las por meio de um símbolo passou a
áreas do conhecimento, como já foi mencionado anteriormente: Matemática,
ser, no decorrer dos tempos e com a evolução humana, uma necessidade História e Geografia. Nesse sentido, apresentamos abaixo a seleção de
comparada à escrita. Assim como precisamos dos códigos da escrita para conteúdos e assuntos comuns que entraram como proposta de estudo para
expressar nosso pensamento e transmiti-lo aos demais, a contagem e o seu o desenvolvimento do projeto.
registro exercem um papel fundamental na vida cotidiana. Cabe lembrar que esta é uma proposta para os alunos de 3.o ano, em outras
No entanto, entender os símbolos matemáticos, utilizados para representar palavras, o nível de aprofundamento dos conteúdos selecionados encontra-se
quantidades, não é uma tarefa tão fácil. em acordo com a faixa etária atendida.
Segundo Georges Ifrah, podemos dizer que a representação numérica Matemática – espaço e forma, grandezas e medidas, orientação espacial,
surgiu para permitir uma notação perfeitamente coerente de todos os números e operações.
números e para oferecer a qualquer um a possibilidade de efetuar qualquer Geografia – leitura cartográfica, elementos para mapear, pontos de
tipo de cálculo sem ter de recorrer a acessórios como a mão, o contador referência, produção de itinerários, elaboração e interpretação de mapas.
mecânico ou a tábua de contar. História – expressão cultural, desenvolvimento social e econômico de
O uso da notação numérica teve início há mais de cinco mil anos em diferentes povos.
certas sociedades avançadas e em plena expansão, onde foi preciso fixar
operações econômicas, excessivamente numerosas e variadas para serem 5. Cronograma
confiadas apenas à memória humana. O referido projeto foi cuidadosamente elaborado para ser desenvolvido com
Além disso, é possível que as crianças descubram, ao longo do os alunos do 3.o ano, entre os meses de maio a outubro, de acordo com o
desenvolvimento do projeto, como a história e a geografia de diferentes desempenho de cada sala de aula.
lugares do nosso planeta apresentam não só características distintas das O desenvolvimento das propostas, segundo o planejamento, está subdividido
nossas, mas também semelhanças e influências em nosso estilo de vida em três etapas, sendo, em média, uma para cada bimestre. Essas etapas
104 –
possuem, em seu interior, além das fichas que acompanham o material do No entanto, apontamos um diferencial para o desenvolvimento das propostas
aluno, atividades complementares (que podem incluir pesquisas de campo, que serão contempladas no decorrer de todas as etapas do projeto, no que
produção de itinerários, leitura de histórias, aulas de informática, entre diz respeito aos agrupamentos. A intenção é a formação de Grupos Fixos,
outras), ambas com propostas de agrupamento (em pequenos grupos), de ou seja, definidos pelo professor por aproximação de saberes para efetivar
acordo com as orientações didáticas e metodológicas gerais desse projeto. as trocas intelectuais e, consequentemente, a construção de conhecimentos.
O tempo previsto para o desenvolvimento entre uma proposta e outra é de Portanto, os grupos formados pelo professor (de no máximo 4 alunos) para
15 dias. Essa organização temporal, porém, pode variar de acordo com o a execução desse projeto devem permanecer os mesmos até o término do
interesse da turma. ano letivo, a fim de que ele possa acompanhar o desempenho dos alunos
O projeto não prevê a distribuição de fichas para todos os alunos, mas no decorrer desse período.
somente de uma (1) ficha para cada grupo de, no máximo, 4 crianças. Por se tratar de um registro coletivo, não é necessário que cada aluno tenha
Nesse sentido, o professor receberá um encarte, contendo o total de fichas uma folha para si, pois a intenção é que todos os componentes do grupo
por bimestre, conforme o número de alunos da sua sala de aula, e as discutam sobre as atividades apresentadas em cada etapa e cheguem,
orientações para o desenvolvimento de cada proposta planejada para se juntos, a um consenso, o qual deverá ser finalmente registrado na ficha. Se
alcançar o objetivo geral do projeto encontra-se no caderno do professor, cada aluno registrar a sua hipótese sem que se chegue a uma conclusão do
distribuído a cada bimestre. grupo, a validade do trabalho em grupo cairá por terra, pois, dessa forma, o
Durante o desenvolvimento de todas as etapas previstas, a participação registro não será em grupo, mas sim individual.
efetiva do professor é fundamental, principalmente se ele adotar uma É de suma importância que o professor realize o registro de todas as etapas
postura problematizadora, que instigue seus alunos a pensar e a buscar
que compõem o projeto, a fim de obter o material necessário para validar
informações para resolver problemas de diferentes naturezas.
ou refutar as hipóteses dos alunos, ou ainda, que acompanhe o processo
Mais do que o produto final, o encaminhamento ou o processo de descoberta
de construção de conhecimentos com os seguintes recursos: fotografias,
que as crianças irão vivenciar é importante; portanto, deve ser concebido,
filmagens, registros escritos, desenhos.
integralmente, pelo professor.
Após a conclusão de cada etapa do projeto, faz-se necessária uma
6. Recursos materiais apresentação das propostas realizadas por cada grupo, a fim de se obter
Deverão ser providenciados com antecedência para que o Projeto possa um espaço para que todos possam conhecer as hipóteses dos demais
fluir sem grandes interrupções. São eles: colegas e, assim, ampliar o conhecimento acerca do conteúdo proposto.
Como o projeto apresenta-se como um trabalho coletivo, os alunos não o
99 Cola e tesoura
levarão para casa e o professor poderá criar uma exposição dos trabalhos
99 Papéis para rascunho de cada grupo nas reuniões de pais ou em outras oportunidades previstas
99 Lápis grafite e colorido para registros em sua unidade escolar, para que os familiares e os demais alunos da
escola possam acompanhar o desenvolvimento desse projeto.
7. Orientações didáticas e metodológicas gerais
O professor deve seguir as orientações previstas para acompanhar os 8. Introdução do Projeto
seus alunos, durante o levantamento de conhecimentos prévios, no caso, Toda proposta deve ser contextualizada, pois se os alunos não estiverem
durante o levantamento de hipóteses que contribuem para orientar o minimamente envolvidos com a ideia principal do projeto, ele poderá sofrer
desenvolvimento do projeto. um grande desvio ou estará fadado a terminar bem antes do tempo previsto.
Além das orientações já destacadas em outras propostas, uma informação Para diminuir, de forma significativa, essas possibilidades, a primeira ficha
que pode ser considerada de grande importância é a proposta de do projeto apresenta as personagens que irão acompanhar os alunos no
agrupamento, em sala de aula ou fora dela, para viabilizar a progressão do decorrer das atividades, assim como a contextualização, seguida de uma
desenvolvimento de processos (emocionais e cognitivos) em curso. situação-problema, que deverá ser resolvida pelos alunos.
– 105
O professor deve ficar atento aos pequenos grupos, anotar o que as
crianças falam, a maneira como reagem e como resolvem o problema. Esse
movimento poderá confirmar total ou parcialmente o caminho proposto.
Nesse caso, se houver necessidade, é possível mudar os cursos de ação,
dando uma ênfase maior para este ou aquele conteúdo.

9. Desenvolvimento

Etapa 1: Contando com o povo hindu – primeira parada: “Índia”!

Objetivos específicos:
• Ler, interpretar e representar itinerários para identificar a posição, a direção e
o sentido do trajeto.
• Conhecer a representação cultural de outros povos.
• Identificar semelhanças e diferenças entre os sistemas de numeração.

Áreas de conhecimento: História / Geografia / Matemática


• Aula 1
Na ficha 1, os “Matematecos” dão as boas-vindas aos alunos, propondo
acompanhá-los e desafiá-los no desenvolvimento dos conteúdos do projeto. A
leitura do texto é indicada para envolver os alunos nesse enredo.
As personagens, além de trazerem algumas informações sobre o que os alunos
irão vivenciar no decorrer do projeto, apresentam um desafio: desvendar o
trajeto que os levará a conhecer o primeiro país que os robôs visitarão em sua
viagem de submarino.
No entanto, antes de enfrentar o primeiro desafio, os alunos terão que ajudá-los
na arrumação das malas. Nesse momento, proponha que os alunos recortem
as figuras da ficha 3 e colem, dentro da mala representada na ficha 2, aqueles
objetos que eles levariam para uma viagem de submarino. A contextualização
poderá fazer com que os alunos escolham apenas os objetos necessários a um
robô. Portanto, podem ser feitos alguns questionamentos: “Será que os robôs
levariam uma fita métrica? Qual seria sua finalidade durante a viagem? Os
robôs levariam um termômetro? Para que serve esse instrumento? Será que os
robôs ficam doentes? Eles podem ter febre?”
Nesta proposta não trabalharemos com certo ou errado, pois nossa intenção é
que os alunos descubram a função de cada objeto representado pelas imagens
e em quais ocasiões eles podem ser utilizados. Desde que a escolha dos objetos
seja justificada pelos pequenos grupos, o professor deverá acolher todos os
registros e hipóteses levantadas.
106 –
• Aula 2
A proposta desta aula é trabalhar com leitura cartográfica e produção de itinerário.
Ao receberem a ficha 4, os alunos deverão ler a “carta de navegação do ‘sub-
rob’”, que se trata da mensagem que eles deverão decifrar com a ajuda dos
comandos de navegação, a fim de percorrerem o trajeto proposto pelos robôs.
Para seguir o trajeto no mapa da ficha 5, os alunos deverão realizar os traçados
nas arestas do quadriculado, tal como mostraremos no gabarito a seguir. O
posicionamento dos alunos para esse trajeto torna-se fundamental para que eles
não se desviem do caminho. Se for necessário, o professor pode solicitar que as
crianças se posicionem com o corpo na mesma direção da seta, como mostra a
figura a seguir:

Após seguir os comandos da carta de navegação, os alunos deverão apresentar


seus trajetos aos demais colegas, a fim de verificar se todos os grupos chegaram
ao mesmo local, ou seja, na Índia.
– 107
• Aula 3
Agora que os alunos já descobriram o local para onde os robôs viajaram, é
chegado o momento de conhecerem um pouco mais sobre a cultura desse país.
A contextualização, assim como o texto apresentado no “Jornal da Índia” na
ficha 6, deverão ser lidos pelo professor, a fim de proporcionar um momento de
debate sobre o assunto abordado.
Em seguida, o professor deve propor a situação-problema apresentada na
ficha 7 para que os pequenos grupos possam registrar, com suas próprias
palavras, o resultado da comparação da realidade da mulher indiana com a
da mulher brasileira. Ao propor essa comparação, o professor pode estimular
os alunos a pensar sobre as atividades realizadas pelas mulheres nos dias de
hoje – suas conquistas, suas obrigações, seus afazeres.

• Aula 4

A proposta dessa aula é conhecer um jogo tipicamente indiano. O “Chaturanga”


é um dos jogos de tabuleiro mais antigos da Índia, do qual se originou o famoso
jogo de xadrez, tal qual o conhecemos hoje.
A ficha 8 traz uma lenda indiana. Solicitamos que o professor realize a leitura
dessa lenda com seus alunos e proponha uma interpretação oral com a turma.
Em seguida, deve colocar à disposição a ficha 9, que traz uma proposta de es-
timativa. Em pequenos grupos, os alunos farão as estimativas pedidas na ficha
e apresentarão suas hipóteses aos demais grupos.
108 –
A última proposta da ficha 9 solicita que o professor entregue uma tabela para
os alunos realizarem o registro dos grãos da 1.a à 14.a casa do tabuleiro. Essa
proposta deverá ser realizada no caderno complementar e cada aluno do
grupo deverá ter sua própria tabela, a fim de perceber a regularidade numérica
existente nela.
Apresentamos neste caderno um modelo de tabela que poderá ser reproduzido
por meio de fotocópia para seus alunos.
Nas informações complementares, colocamos a lenda do “Chaturanga” na
íntegra, para que você possa instigar os alunos a descobrir outras quantidades
de grãos do tabuleiro e, também, apresentar a quantidade total de grãos da
última casa do tabuleiro – caso que impressionará os alunos pela quantidade de
algarismos que compõe esse número.

Chaturanga – Registro Chaturanga – Registro Chaturanga – Registro


Quantidade Quantidade Quantidade
Casas Casas Casas
de grãos de grãos de grãos

1.a 1.a 1.a 1

2.a 2.a 2.a 2


3.a 3.a 3.a 4
4.a 4.a 4.a 8

128 5.a 5.a 5.a 16


64 6.a 6.a 6.a 32
32 8192
7.a 7.a 7.a 64
16 4096
2048 8.a 8.a 8.a 128
1024 9.a 9.a 9.a 256
512
10.a 10.a 10.a 512
256
11.a 11.a 11.a 1024
12.a 12.a 12.a 2048
13.a 13.a 13.a 4096
14.a 14.a 14.a 8192

– 109
Informações complementares A partir de então, o rei Yadava passou a reconhecer a necessidade de mais
Chaturanga prudência diante de situações aparentemente razoáveis – como o modesto
Diz uma lenda muito antiga que o jogo de xadrez foi inventado na Índia alguns pedido de um punhado de grãos...
séculos antes de Cristo.
Um rei, chamado Yadava, acabara de vencer uma importante batalha, mas nela • Ficha 10
seu filho Adjamir tombara morto. Esse é o momento de finalização da primeira etapa do projeto, representada como
Por causa disso, o rei tornou-se muito triste, preferindo viver recolhido em seus um fechamento do trabalho realizado neste 2.o bimestre. A ficha 10 apresenta um
aposentos. Ali passava longas horas revivendo as manobras executadas por desafio para os grupos trabalharem com o nosso sistema de numeração indo-
suas tropas, representando-as em uma grande caixa de areia através de traços, arábico.
círculos e outros sinais. O professor deve colocar as fichas à disposição dos alunos, ler o desafio com
Certo dia, o rei foi informado que um jovem chamado Lahur Sessa solicitara eles e, em seguida, propor que os pequenos grupos apresentem seus resultados
uma audiência. Ele dizia ter inventado um jogo que simulava uma batalha, aos demais colegas.
especialmente para divertir o rei. Era o jogo de xadrez.
Após ouvir a exposição do jovem, o rei ficou entusiasmado e readquiriu a antiga
alegria. Embora Lahur nada exigisse pelo seu invento, o rei insistiu em que ele
escolhesse como recompensa o que desejasse.
O inventor, então, diante da insistência do rei, numerou as casas do tabuleiro de
1 até 64 e fez seguinte pedido:
Quero: Um grão de trigo para a 1.a casa; dois para a 2.a casa; o dobro disso
(quatro grãos) para a 3.a casa, outra vez o dobro da quantia anterior (oito grãos) 1234 3124
para a 4.a casa, e assim por diante até a 64.a casa. 1243 3142
O rei achou muito estranho tal pedido. Intuitivamente, achou pouco. Afinal, 1324 3214
oferecera ao jovem Lahur o que quisesse, e este não pedira mais do que um 1342 3241
punhado de grãos... Talvez uma bacia de grãos... Ou quem sabe um monte de 1423 3412
grãos... Mesmo assim, era pouco...
Quando, no entanto, os contadores do rei foram efetuar os cálculos para saber 1432 3421
exatamente quanto se deveria pagar a Lahur Sessa, a situação complicou-se. 2134 4123
Verificaram que o total de grãos a serem entregues ao inventor era muito grande; 2143 4132
ou seja, o número de grãos a serem entregues pelo rei é igual a: 2314 4213

18 446 744 073 709 551 615 2341


2413
4231
4312
Este número é tão grande, que, se fossemos contar o trigo de grão em grão, 2431 4321
levando um segundo por grão, levaríamos um tempo total de cerca de seis
bilhões de séculos!
Se toda superfície da terra, inclusive os mares, fosse quadriculada de modo a
Esse projeto terá continuidade no 3.o bimestre, com a viagem dos robôs
formar quadradinhos de 1 cm de lado, o rei deveria, para atender ao pedido do
inventor, colocar cerca de 15 grãos em cada quadradinho! Matematecos para outro canto do mundo. Até lá!
Segundo os contadores, mesmo que todos os campos da Índia fossem 10. Socialização das atividades além da sala de aula
semeados exclusivamente com trigo; mais de dois mil séculos transcorreriam
até que tal quantidade de grãos fosse produzida. Para outros colegas da escola
Diz também a lenda que, diante do assombro do rei – que pela primeira vez O professor deve convidar outros alunos para visitar o espaço da exposição
na vida não poderia cumprir a palavra dada –, o inventor imediatamente abriu e combinar com as crianças como vão receber os colegas de outras
mão do seu pedido, alertando o soberano sobre a aparência enganadora dos classes e o que vão apresentar ou responder quando questionados. Deve
números e da intuição humana quando não são adequadamente examinados. ser permitido que as crianças e os convidados acompanhem, por meio das
O rei, sensibilizado, nomeou o jovem Lahur para o cargo de grão-vizir, uma produções dos alunos, como foi encaminhado o processo de construção de
espécie de primeiro-ministro da época. conhecimento.
110 –
Para os familiares dos seus alunos
PARTE 2
Compartilhe com as famílias a ideia do projeto e informe-as que ele será
compartilhado a cada reunião de pais e/ou ao final do ano letivo. Para tanto,
organize o espaço com a exposição parcial ou total das produções dos seus 1. Desenvolvimento do projeto (3.o e 4.o bimestres)
alunos, das mais simples às mais complexas e destaque, por exemplo, as Etapa 2: Contando com o povo egípcio – Segunda parada: "Egito"!
conquistas e as fragilidades do processo, assim como, também, o que as
crianças estão aprendendo. Objetivos específicos:
11. Avaliação do projeto • Ler, interpretar e representar itinerários para identificar a posição, direção e
Individual sentido do trajeto.
Os indicadores observáveis abaixo contribuem para acompanhar o processo • Conhecer a representação cultural de outros povos.
de aprendizagem de criança por criança, mensalmente ou bimestralmente,
por meio da comparação, seguida de relatório, ao longo de todo o processo, • Identificar características semelhantes e diferentes entre os sistemas de numeração.
principalmente no que diz respeito às áreas da Matemática, História e Áreas de Conhecimento: História / Geografia / Matemática
Geografia. • Aula 5
Em grupo Para o desenvolvimento da aula 5, você deverá colocar à disposição as fichas
O professor deve utilizar a planilha apresentada no manual do professor 11, 12 e 13, além da ficha 5 (que contém o planisfério do mapa-múndi utilizado
(PAC) para acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos. na primeira parte deste projeto). As fichas podem ser disponibilizadas uma de
Autoavaliação
cada vez, de acordo com o desenrolar da contextualização.
O professor deve anexar as produções ao relatório de cada criança, como
resultado da autoavaliação das crianças. Na ficha 11, os “Matematecos” se despedem da Índia e convidam nossos alunos
Para tanto, deve propor que as crianças desenhem ou escrevam: a prosseguir viagem.
– A atividade de que mais gostaram.
– A atividade mais fácil e a mais difícil.
Por último, deve ser proposto que escrevam ou desenhem o melhor
momento do grupo ao pensar e fazer alguma das atividades propostas.
Observação: compartilhe os resultados com a escola e com os familiares
de cada aluno.
Indicadores observáveis que poderão auxiliar na avaliação final do projeto:
• Define e descreve, oralmente, o caminho percorrido ou a percorrer entre
um ponto e outro.
• Representa, por meio de diferentes linguagens, caminhos alternativos ou
não entre um ponto e outro.
• Faz leituras de documentos indicando a posição e a movimentação de
objetos ou pessoas.
• Utiliza noções de posição espacial em suas brincadeiras e nos diversos
contextos ao reconhecer tal necessidade.
• Consegue descrever a posição de um objeto, tendo como referência o
próprio corpo.
• Utiliza vocabulário específico para orientar-se no espaço como: esquerda,
direita, atrás, na frente etc.
• Expressa seu ponto de vista e sua opinião ao realizar comparações entre
as diferentes culturas.
• Concebe o sistema de numeração como um conjunto de regras para
expressar quantidades.
– 111
Na ficha 12, a personagem robô “Maria”, curiosa para saber o local da próxima
parada, solicita a ajuda dos alunos do 3º ano para decodificarem a carta de
navegação a fim de descobrirem o local do próximo destino.

Nesta ficha, de número 13, os alunos irão ler os comandos de navegação e


decifrar a carta de navegação do “Sub-rob”. O espaço reservado para o registro
deverá ser preenchido com os palpites do grupo de alunos acerca do próximo
local de visitação dos robôs. Em seguida, disponibilize um tempo para que todos
os grupos apresentem seus palpites.
Após a apresentação dos grupos, solicite que os alunos utilizem o mapa-múndi
da ficha 5 e tracem, com uma cor diferente do trajeto traçado anteriormente, o
Nesta ficha, Maria lembra-se do aparelho de medir ângulos (ângulos vistos novo trajeto da viagem dos robôs.
como mudança de direção) que os alunos confeccionaram na Unidade Didática O trajeto apresentado na carta de navegação indica que os robôs pararão o
8, e você, professor, poderá solicitar aos alunos que o utilizem no momento em submarino na Somália e, após a chegada a esse país, você, professor, poderá
que forem traçar o trajeto indicado pela carta de navegação apresentada na informar aos seus alunos que os robôs seguirão um trajeto por terra até o Egito,
próxima ficha, a de número 13. país que será o nosso local de estudo.
112 –
A leitura do texto de contextualização e o questionamento sobre a imagem
apresentada acima são de suma importância para que os alunos possam
enfrentar a situação-problema apresentada na ficha 15.
Professor, possibilite aos alunos a utilização do aparelho medidor de ângulos ao
realizar os giros – à direita e à esquerda – demonstrados na carta de navegação.
Desse modo, o conceito sobre medidas de ângulos – ângulo visto como indicador
de mudança de direção –, será reconstruído pelos alunos durante os traçados
das rotas das viagens dos robôs.
Ao final desta aula, questione os alunos acerca da aproximação de seus palpites
100 000 + 100 000 + 100 000 +
ao país que será visitado pelos robôs – o Egito.
100 000 = 400 000
• Aula 6
Agora que os alunos já descobriram o local para onde os robôs darão
prosseguimento à sua viagem, é chegado o momento de conhecer um pouco
sobre o sistema de numeração utilizado por esse povo, no Antigo Egito.
A ficha 14 apresenta um desafio a ser desvendado pelos alunos acerca do
sistema de numeração egípcio. Esta ficha e a ficha 15 precisam ser trabalhadas
juntas, pois na ficha 15 os alunos encontrarão uma tabela com os símbolos
egípcios e suas respectivas representações numéricas.
Vale ressaltar que nossa intenção, em trabalhar com outros sistemas de
numeração, não é que os alunos decorem os símbolos e suas respectivas
quantidades para fazer cálculos nesse ou naquele sistema. Nossa intenção 1 000 000 + 100 000 + 100 000 + 100 000 + 100 000 +
é que os alunos conheçam as regras que regem outros sistemas para que 10 000 + 10 000 + 1 000 + 1000 = 1 422 000
possam comparar ao nosso e, assim, evidenciar as regras do nosso sistema de
numeração – o indo-arábico.
– 113
Nesta ficha, de número 15, os alunos deverão descobrir a quantidade de touros Informações complementares
e cabras do rei Narmer, a qual está representada pelo sistema de numeração
egípcio (sistema antigo). Sistema de numeração egípcio
Na própria ficha do aluno encontra-se uma breve explicação acerca das regras O sistema de numeração egípcio possui 7 símbolos numéricos:
do sistema de numeração egípcio que devem ser lidas com os alunos. Ao final da Símbolo egípcio descrição nosso número
descrição desta segunda etapa, você encontrará informações complementares
sobre o sistema egípcio que poderão auxiliá-lo no desenvolvimento desta aula.
Para que os alunos possam resolver o problema com relação à quantidade de bastão 1
touros e cabras do rei, coloque à disposição uma folha de rascunho para os
cálculos e, na página do aluno, solicite o registro da resposta. Após a escrita calcanhar 10
dos resultados encontrados pelos pequenos grupos, proponha a socialização
das descobertas a fim de verificar a aproximação dos alunos ao resultado rolo de corda 100
apresentado no gabarito.
Permita a explicação dos grupos sobre os procedimentos que utilizaram para flor de lótus 1000
chegar a um resultado, somente assim, os alunos construirão seu conhecimento
com explicações que fazem parte do seu vocabulário.
dedo apontando 10000
• Aula 7
Após passarem por um desafio matemático do povo do Antigo Egito, os alunos peixe 100000
irão conhecer um dos aspectos relevantes da cultura desse povo: as brincadeiras.
A contextualização do texto apresentado na ficha 16 deverá ser lida por você, a
fim de proporcionar um momento de debate frente ao assunto abordado. Após homem 1000000
a leitura, permita que os alunos falem sobre suas brincadeiras favoritas, se eles
brincam com algumas das brincadeiras citadas no texto, tal como as crianças
do Antigo Egito.
Em seguida, proponha o registro de uma brincadeira favorita elencada pelo A escrita dos números, nesse sistema, obedece às seguintes regras:
grupo. Ao registrar, os alunos deverão descrever quais são as regras da • Cada símbolo pode ser repetido até nove vezes em um mesmo numeral.
brincadeira escolhida, ou seja, como brincar. Sendo assim, é o mesmo que dizer que o sistema é de base 10.
• A cada dez símbolos, fazia-se uma troca por outro símbolo, de um agrupamento
superior.
• Os egípcios escreviam os números da esquerda para a direita, da direita para a
esquerda, de cima para baixo e de baixo para cima, sem uma posição definida.
• Os algarismos não têm valor posicional, ou seja, em qualquer posição que ele
é escrito, o símbolo possui o mesmo valor.
• O sistema é aditivo, ou seja, os valores dos símbolos que compõem o numeral
são somados.
• Não existia um símbolo para o zero.
• O símbolo do peixe podia ser substituído pelo pássaro.
Outras informações:
<http://pt.slideshare.net/LeonardoHenry2012/sistema-de-numerao-
egpcio-14958480>
<http://pt.slideshare.net/Materaldo/sistema-de-numerao-egpcio-6802217>
<http://educar.sc.usp.br/matematica/l1t5.htm>
<http://www.mundoeducacao.com/matematica/sistema-numeracao-egipcios.htm>
Acesso em 20/6/2014
114 –
Etapa 3: Contando com o povo Maia – Terceira parada: “México”!

Objetivos específicos:
• Ler, interpretar e representar itinerários para identificar a posição, direção e o
sentido do trajeto.
• Conhecer a representação cultural de outros povos.
• Identificar características semelhantes e diferentes entre os sistemas de
numeração.

Áreas de Conhecimento: História / Geografia / Matemática


• Aula 8
Os robôs seguirão sua viagem pelo mundo. Apresentamos, na ficha 17, a terceira
carta de navegação, na qual os alunos irão decifrar os códigos e descobrir o
próximo destino dos robôs.
Juntamente com a ficha 17, coloque à disposição a ficha 5 – do mapa-múndi –
para os alunos seguirem o trajeto proposto pela carta traçando-o, novamente,
com uma cor diferente do trajeto anterior.

O gabarito da ficha 5 apresentado acima, mostra-nos que o “Sub-rob” irá parar


muito próximo ao México. Portanto, o próximo país de estudo será esse.

• Aula 9
Ao chegarmos ao México, a ficha 18 apresenta um pouco da história do sistema
de numeração utilizado pelo povo que habitava a atual região há alguns milê-
nios.
O povo maia tinha como principal característica o uso dos dedos das mãos e
dos pés como forma de contagem, pois possuíam um sistema de numeração
de base vinte.
México
A ficha 18 apresenta uma pequena contextualização e, juntamente com a ficha
19, os alunos irão resolver a situação-problema proposta, sendo você, profes-
sor, o leitor da turma, a fim de que compreendam o texto e possam resolver o
desafio.
– 115
Após a resolução dos desafios das tribos A e B, permita que os grupos
apresentem suas hipóteses.
Você poderá, também, propor um questionamento sobre as semelhanças e
diferenças entre esse sistema e o nosso sistema de numeração.
Outra proposta é fazer pequenos ditados para os alunos descobrirem outros
números, por exemplo:
• O número corresponde à contagem de dedos de 5 homens – cem.
• O número corresponde à contagem de três dedos da primeira mão do sexto
homem – cento e três.
E assim por diante.

Nessa proposta, não pretendemos trabalhar, com rigor, o sistema de


numeração maia e seus respectivos símbolos. Trabalharemos apenas
com a contagem dos dedos e artelhos – na representação desse, que
é um sistema posicional, com zero e de base 20 – , para valorizar essa
espantosa realização do povo maia.

• Aula 10
Agora que conhecemos um pouco da contagem dos maias, elencamos
uma pequena história sobre o calendário criado por esse povo e conhecido
mundialmente.
Os maias desenvolveram um calendário, um pouco complexo, mas que
possibilitava o registro de todos os dias do ano. Nele, também apresentavam
registros de suas principais festividades religiosas, além de registrar fenômenos
naturais baseados na movimentação dos astros celestes. Para obter mais
informações, utilize os sites propostos nas informações complementares, no
final deste Caderno do professor.
Na ficha 20, apresentamos um pouco dessa história e solicitamos aos alunos

38 guerreiros 69 guerreiros que registrem, em cada quadro correspondente a um mês do ano, os principais
acontecimentos e/ou festividades do nosso país. Esse registro fica a critério
das crianças – alguém poderá fazê-lo por meio de desenho, outros por meio da
escrita.
Ao final da proposta, permita a apresentação dos grupos para que haja troca de
informações entre eles.
116 –
O gabarito desta proposta não foi apresentado, pois cada grupo poderá optar
pelo trajeto que achar mais conveniente para trazer os robôs de volta.
O registro da carta de navegação será feito pelos grupos na ficha 21, e estes
poderão traçar no mapa-múndi o último trajeto do nosso projeto.

Etapa 4: De volta para casa – “Brasil”


• Aula 11
A última aula do nosso projeto apresenta os robôs encerrando sua viagem e
retornando para casa – o nosso Brasil.
A proposta, agora, é que os alunos, de posse do mapa da ficha 5, elaborem uma
carta de navegação – usando os códigos apresentados no decorrer do projeto
– que possam trazer os robôs de volta para casa.

Após finalizar o projeto, você poderá organizar uma exposição dele em sala de
aula e convidar os demais colegas da escola a apreciarem o produto final.
Ele também poderá ficar em exposição na reunião de pais para que estes
possam valorizar o trabalho desenvolvido pelos alunos.
Na programação de aulas, propusemos um cronograma para o desenvolvimento
do projeto. No entanto, ele poderá ser modificado de acordo com a sua realidade
em sala de aula.

Informações complementares

O povo maia
Introdução
A civilização maia habitou a região das florestas tropicais das atuais: Guatemala,
Honduras e Península de Yucatán (sul do atual México). Este povo viveu nestas
regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X, os toltecas
invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia.
– 117
Organização e sociedade Astronomia e Matemática
Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e Tendo grande interesse na movimentação dos corpos celestes, os maias
o domínio de outros povos vizinhos. As cidades formavam o núcleo de decisões desenvolveram um denso conhecimento astronômico. Observando o Sol e a
e práticas políticas e religiosas da civilização e eram governadas por um estado Lua, conseguiram conceber um preciso calendário composto por meses de 29
teocrático. O império maia era considerado um representante dos deuses no dias, e um ano com 365 dias. Além de contarem o tempo pela observância
Planeta Terra. A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), dos movimentos solares e lunares, os maias calcularam o ciclo no qual Vênus
sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e encontrava-se alinhada à Terra.
administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que A contagem do tempo entre os maias era realizada pelo uso de dois calendários.
formavam a base da sociedade, artesãos e trabalhadores urbanos faziam parte O primeiro, chamado tzolkin, possuía 260 dias divididos em 20 períodos de 13
das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos. dias. Esse calendário era utilizado para a marcação das principais festividades
religiosas dos maias. O segundo, conhecido como haab, era utilizado no controle
Economia e agricultura dos fenômenos naturais e na contagem de qualquer fenômeno desvinculado da
A economia era baseada na agricultura, principalmente de milho, feijão e esfera religiosa. A junção dos calendários ainda auxiliava em outra contagem de
tubérculos. Suas técnicas de irrigação do solo eram muito avançadas para a tempo que era marcada a cada 52 anos.
época. Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior O domínio de tantas formas de contagem do tempo foi possível graças ao
do império. saber matemático desenvolvido por este povo. Muitos historiadores apontam
Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço que o cálculo maia foi o primeiro a conceber a noção do numeral zero. A base
arquitetônico. O artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de de contagem era feita por um sistema vigesimal que organizava as ordens
numéricas da matemática maia.
tintas em tecidos e roupas.

Religião <http://www.brasilescola.com/historia-da-america/maias-ciencias-artes.htm>
A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados Acesso em 20/06/2014
à natureza. Elaboraram um eficiente e complexo calendário que estabelecia REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
com exatidão os 365 dias do ano.
ALLUÉ, Josep Maria. Jogos para todo ano – primavera, verão, outono e inverno.
Escrita São Paulo: Ciranda Cultural, 2010.
Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos
(hieróglifos). Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e BARROSO, Juliane Matsubara; obra coletiva concebida, desenvolvida e
colheitas, guerras e outros dados importantes. produzida pela Editora Moderna. Conexões com a Matemática. São Paulo:
Moderna, 2010.
Matemática maia
Desenvolveram a Matemática, com um sistema de numeração de base 20, BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino
munido de um verdadeiro zero e símbolos com valores determinados pelas Fundamental. Matemática. Brasília: SEF/MEC/1996.
suas posições. Em número de 19, as unidades de primeira ordem dessa
numeração vigesimal eram representadas por sinais muito simples (pontos e BRASIL. Ministério da Educação. Instituto nacional de estudos e pesquisa Anísio
traços), de um a quatro pontos para as primeiras unidades, um traço horizontal Teixeira; Diretoria de Avaliação para Certificado de Competências. Matrizes
(podia ser vertical) para 5; um, dois, três ou quatro pontos colocados acima do Curriculares de Referência para o SAEB. Brasília. MEC, SEB, 2008.
traço horizontal (ou ao lado do traço vertical) para os números de 6 a 9; dois
BRIZUELA, Bárbara M. Desenvolvimento matemático na criança: explorando
traços para 10 e assim por diante.
notações. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Sugestão de site para outras informações: CARROL, Lewis. (condensado e ilustrado por Tony Ross). As aventuras de
<http://www.suapesquisa.com/pesquisa/maias.htm> Acesso em 20/6/2014. Alice no país das maravilhas. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
118 –
COIL, César; TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Matemática. São Paulo: Ática, PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regularização das
1999. aprendizagens. Porto Alegre: Artmed, 1999.
DANTE, Luiz Roberto. Formulação e resolução de problemas de Matemática: ______. As competências para ensinar no século XXI. Porto Alegre: Artmed,
teoria e prática. São Paulo: Ática, 2009. 2002.
DEHEINZELIN, Monique. A fome com a vontade comer. São Paulo: Vozes, ______. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.
2001. SADOVSKY, Patrícia. O ensino da Matemática hoje – enfoques, sentidos e
______. Construtivismo: a poética das transformações. São Paulo: Ática, 1997. desafios. São Paulo: Ática, 2007.
SELBACH, Simone. Matemática e Didática. Petrópolis: Vozes, 2010.
DIENES, Zoltan Paul. Exploração do espaço e prática de medição. São Paulo:
E.P.U., 1977. SMOLE, Katia Stocco; DINIZ, Maria Ignez; CANDIDO, Patrícia. Jogos de
Matemática de 1.o a 5.o ano. Porto Alegre: Artmed, 2007.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
ZUNINO, Délia Lerner. A Matemática na escola: aqui e agora. 2 ed. Porto Alegre:
IMENES, Luis Marcio; LELLIS, Marcelo. Os números na história da civilização. Artmed, 1995.
Col. Vivendo a Matemática. São Paulo: Scipione, 1999.
Sites
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metodologia. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2010. www.novaescola.com.br. Acesso em 30/10, 12/11, 27/11 e 10/12/13.

KAMI, Constance; HOUSMAN, B. Lelie. Crianças pequenas reinventam a http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/aposte-


aritmética: implicações da teoria de Piaget. Porto Alegre: Artmed, 2002. alto-capacidade-alunos-429248.shtml
LA TAILLE, Yves de. Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias psicogenéticas em http://revistaescola.abril.com.br/matematica/fundamentos/somar-subtrair-
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MACEDO, Lino de. Quatro cores, senha e dominó: oficina de jogos em uma
http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/roteiro-didatico-sistema-
perspectiva construtivista e psicopedagógica. São Paulo: Casa do Psicólogo,
1997. numeracao-decimal-1-2-3-anos-634993.shtml?page=3.3

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2005. www.mec.gov.br. Acesso em 16/11/13.
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Porto Alegre: Artmed, 1996. http://www.saudeanimal.com.br. Acesso 12/11 e 5/12/13.

– 119
Ensino Fundamental (do 2.o ao 5.o ano)
Programa de Avaliação Contínua – PAC
Critérios a serem observados na aprendizagem do aluno – Matemática

Aluno(a):_____________________________________________________________ 3.o ano / 1.o bimestre    Valor total

Blocos de conteúdo Números (operações) e Álgebra / Pensamento algébrico Grandezas e medidas Estatística Atitudes

Organiza
Defende seu ponto
agrupamentos Resolve problemas
Identifica Estabelece de vista em relação
para facilitar a do campo aditivo
grandezas Reconhece possíveis trocas Interpreta as aos conceitos
contagem e os envolvendo Resolve problemas
numéricas pela a relação entre cédulas informações matemáticos diante
Habilidades e atitudes registros, assim diferentes diretos do campo
posição ocupada proporcional entre e moedas do dos diagramas das situações de
como (re)descobre significados multiplicativo.
pelos algarismos duas dimensões. sistema monetário utilizados. oposição nos jogos
os princípios do da adição e da
dos números. brasileiro. e desafios em
sistema decimal de subtração.*
pequenos grupos.
numeração.

Unidade 1

1,0 0,5 0,5 0,5 0,5

Unidade 2

1,0 1,0 1,0 0,5

Unidade 3

1,0 1,0 0,5

*Observação para o professor.


Transfere os conhecimentos desenvolvidos em tarefas
Há três ideias ligadas à noção de subtração: comparar e obter o resto. 1,0
De modo geral, em uma situação-problema que pode ser resolvida por uma para situações do cotidiano.
subtração, as crianças encontram o resto com maior facilidade. Todavia, as outras
ideias envolvidas nessa operação devem ser observadas por você.
120 –

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