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EDUCAÇÃO SUPERIOR
Resumo
Introdução
ISSN 2176-1396
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confiança, afetividade e respeito, cabendo ao professor orientar o aluno para seu crescimento
interno, isto é, fortalecer-lhe as bases morais e críticas, não deixando sua atenção voltada
apenas para o conteúdo a ser dado. Segundo Libâneo (1994) o professor não apenas transmite
uma informação ou faz perguntas, mas também ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e
cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente
nunca é unidirecional. As respostas e as opiniões dos alunos mostram como eles estão agindo
à atuação do professor, às dificuldades que encontram na assimilação dos conhecimentos.
Apesar de estar sujeita a um programa, normas da instituição de ensino, a interação do
professor e do aluno forma o centro do processo educativo. Muitos fatores influenciam as
relações entre os alunos e o professor, todavia a visão sobre o papel da educação que o
professor e os alunos possuem torna-se uma orientação primordial para o trabalho
desenvolvido. Para Freire (1987), a educação deve estar a serviço da humanização das
pessoas, já que a educação é uma forma de intervenção no mundo. Percebe-se, que nos
últimos anos os professores têm enfrentado muita dificuldade em seu trabalho, pois os alunos
de hoje são muito diferente, o relacionamento tende a ser diferente do passado e o professor
precisa acompanhar essas mudanças (VASCONCELOS, 2001).
No contexto universitário está posto o desafio de um processo contínuo de educação
para os estudantes. Contudo, espera-se que os docentes universitários possam contemplar dois
pólos importantes em suas práticas pedagógicas, a saber: considerar o sujeito como sendo
histórico e entendê-lo como transformador da sociedade, formado para a cidadania. Pensando
em termos de aprendizagem colaborativa, é necessário que haja inter-relação e
interdependência dos seres humanos, aspectos estes importantes na relação professor-aluno
que considere o discente como sujeito implicado em seu processo de aprendizagem
(BEHRENS, 2000).
Bariani e Pavani (2008) afirmam que a sala de aula na universidade é um espaço de
participação acadêmica e de múltiplas relações interpessoais. Nóvoa (2002) aponta que uma
das dimensões da complexidade do ensino é a relação com o educando, pois, diverso do que
acontece com outros profissionais “o trabalho do professor depende da colaboração do
‘aluno’. […] Ninguém ensina quem não quer aprender”.
Os alunos não se sentem motivados para aprender, alguns querem apenas conversar
com os colegas, outros escutam música, além de apresentar comportamentos agressivos e,
muitas vezes, violentos em relação aos professores, que em muitos casos ficam angustiados e
até perdem o controle, sem saber o que fazer.
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Afetividade
Desde o nascimento, o ser humano passa por processos de interação social, gerando
assim a comunicação, da simples até a mais complexa. Esta que é realizada e influenciada
através do relacionamento com outras pessoas. E todo o processo de comunicação tem o
compreender e o se fazer compreendido, porém todo ser humano possui sua individualidade,
culturas e etnias diferentes e experiências diversificadas, nesse sentido verifica-se que a
comunicação não é objetiva (SILVA, 2007).
Segundo Capitanio (2003) a comunicação ou dialogo é um processo que uma pessoa
emite uma mensagem para outra. A pessoa que envia codifica os pensamentos em uma
mensagem, a mensagem é canalizada geralmente por palavras para o receptor. O receptor
descodifica a mensagem, pensa sobre e responde internamente. Para que a comunicação seja
eficaz a mensagem deve ser interpretada. Conforme Franco (2000) a capacidade de ouvir é
fundamental para que o processo de comunicação flua.
Neste contexto, o diálogo torna-se uma condicionante fundamental para uma boa
interação entre o professor e o aluno. No entanto, Paulo Freire (1967) “[...] o diálogo é uma
relação horizontal. Nutre-se de amor, humildade, esperança, fé e confiança”. Na fala de
Freire, percebe-se o vínculo entre o diálogo e o fator afetivo que norteará a virtude primordial
do diálogo, o respeito aos educados não somente como receptores, mas enquanto indivíduos.
Entretanto, o diálogo é de suma importância para a interação professor-aluno no fator
psicológico, sendo vínculo entre o cognitivo e as ações concretas segundo Piaget (1997) no
estágio das operações concretas. Ressaltando Freire (1980), “o diálogo é um encontro no qual
a reflexão e a ação, são inseparáveis daqueles que dialogam, orienta-se para o mundo que é
preciso transformar e humanizar”.
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Ao perceber que não sabe, o ser humano tem a tendência natural de buscar meios de
aprender, já que é dotado de inteligência e, em consequência, de curiosidade.
Associando estes dois atributos, pode surgir a criatividade, que fornece a base para
as grandes invenções da humanidade. O espírito aventureiro instiga às descobertas.
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Ao falar de uma relação professor aluno devemos nos preocupar que essa relação não
seja apenas do que é considerado “Bom” ou “Mau” aluno que temos dentro do ambiente
escolar, mas também devemos pensar no professor que temos dentro do ambiente em que o
mesmo desenvolve seu trabalho tanto da parte comportamental quanto na parte de organizar e
planejar sua aula. Devemos considerar que aluno sempre vê o professor como um espelho, a
postura adequada dentro da sala de aula são aspectos que influenciam para essa relação
professor aluno.
Para Roncaglio (2004), a relação professor-aluno na educação superior, é
compreendida como aquela que se constrói no cotidiano universitário, que se estabelece entre
o professor e o aluno, com regras acerca do comportamento esperado de ambos. De acordo
com Zuin (2008), esta relação realizada por sentimentos ambíguos que vão desde a
identificação via idolatria à total aversão das práticas docentes. A natureza conflituosa dessa
relação é pautada na ironia afetiva, conforme o conceito socrático de ironia – modo de
interrogar pelo qual se leva o interlocutor ao reconhecimento da sua própria ignorância – ou
no ódio promovido pelo sarcasmo do professor. Segundo Jusviack (2008), para se estabelecer
a relação professor x aluno e para que essa relação tenha sentido é necessária à aprendizagem.
Para haver a aprendizagem é indispensável à presença de algumas condições, como:
metodologia adequada, materiais, consideração de experiências anteriores, atenção,
concentração e disciplina. A relação com o saber na sala de aula mediante “uma verdadeira
negociação do contrato didático”, requer do professor à vontade e a capacidade de escutar os
alunos, de ajudá-los a formular seu pensamento e de ouvir suas declarações (GIL, 2008).
Para Silva (2005) essa relação é baseada em interesses e intenções, e tem como intuito
principal o aprendizado, de onde acaba gerando a educação, esta que é uma das fontes mais
importantes do desenvolvimento comportamental e agregação de valores de qualquer cidadão.
Sendo assim o papel do professor é de facilitador da aprendizagem, não detentor de todo o
saber, devendo estar aberto a novas experiências, a compreensão dos sentimentos e problemas
de seus alunos, porquanto alunos aprendem muitas outras coisas além daquelas que os
professores esperam que aprendam. Isto porque os professores também ensinam outras coisas
além daquelas que se propõem a ensinar. Mas não podemos esquecer que o professor também
pode aprender com o aluno, que é possível haver uma troca de conhecimentos, uma vez
que possuem saberes diferente.
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Assim faz-se importante que a função do professor seja vista como o facilitador,
buscando a compreensão comum no processo de construção do conhecimento compartilhado,
que se dá somente pela interação. Abreu & Masseto (1990), afirmam que:
É o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de
personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos; fundamenta-se
numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padrões
da sociedade.
Cabe ao professor aprender que para exercer sua real função necessita-se combinar
autoridade, respeito e afetividade; isto é, ainda que o docente necessite atender um aluno em
particular, a ação estará direcionada para a atividade de todos os alunos em torno dos mesmos
objetivos e do conteúdo da aula. Ressalta-se a atuação de alguns professores não como
modelo inquestionável de docência, mas como fonte de inspiração para buscar um novo e
melhor caminho para alcançar os alunos. Para isso faz-se necessário o diálogo, conforme
Libâneo (1994) diz:
O professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também
ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a
expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. As
respostas e as opiniões dos alunos mostram como eles estão reagindo à atuação do
professor [...].
Considerações Finais
aluno na busca pelo saber, refletir, analisar. A partir dos estudos bibliográficos realizados, é
possível concluir que a relação do professor e aluno, juntamente com a metodologia utilizada
pelo professor em aula são fatores determinantes no aprendizado (ou não) do aluno. Para
tanto, faz-se necessário, que o professor busque a situação social em que seus alunos vivem, a
fim de proporcionar aos mesmos uma aula onde os conteúdos curriculares estejam
interdisciplinarmente englobados, e próximos da realidade, dando mais ênfase aos mesmos.
Nesta perspectiva, o incentivo do professor é parte fundamental no aprendizado, o
mesmo agirá como mediador, sendo o conhecimento construído em aula, e fora dela. Cabe ao
professor saber desafiar seus alunos à pesquisa, à investigação, para que assim o próprio se dê
conta de quão agradável pode ser o seu aprendizado. Sugerimos que outras pesquisas sobre o
tema sejam realizadas e que possam contribuir para a melhoria da qualidade do ensino
superior.
REFERÊNCIAS
DEMO, P. Desafios modernos da educação. 8ª Edição, Rio de Janeiro, Editora Vozes, 1999.
FRANCHI, E.P. A causa dos professores. São Paulo, Papirus Editora, 1995.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17º ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.
GADOTTI, M. Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo. Spcione série Pensamento
e ação no Magistério – 1991.
GROSSI, M. P. Rimando amor e dor: reflexões sobre violência no vínculo afetivo – conjugal.
In: PEDRO, J. M. e GROSSI, M. P. (orgs.). Masculino, feminino, plural, Florianópolis: Ed.
Mulheres.