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DIVINÓPOLIS
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DIVINÓPOLIS
DIVINÓPOLIS
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA
DIVINÓPOLIS CURSO DE PEDAGOGIA
BANCA EXAMINADORA
Aprovado em / /
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO NOS
PROCESSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
RESUMO
Este estudo busca demonstrar que a afetividade está entrelaçada na relação
professor-aluno, influenciando significativamente a aprendizagem na Educação
Infantil, tendo em vista que esta é a fase em que a criança começa a entender as
mudanças físicas e sociais e a adaptar-se a elas, criando conexões com o meio em
que se insere. Nesse sentido, assume-se como objetivo entender a importância da
afetividade nas práticas pedagógicas da Educação Infantil e sua influência na
aprendizagem de crianças, nessa etapa escolar. Para tanto, são utilizadas como
metodologias a revisão de bibliografia e a pesquisa de campo de cunho qualitativo.
ABSTRACT
This study seeks to demonstrate that affectivity is intertwined in the teacher-student
relationship, significantly influencing learning in Early Childhood Education, given that
this is the phase in which the child begins to understand and adapt to physical and
social changes, creating connections with the environment in which it is inserted. In
this sense, the objective is to understand the importance of affectivity in the
pedagogical practices of Early Childhood Education and its influence on children’s
learning at this school stage. For that, the bibliography review and qualitative field
research are used as methodologies.
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... .6
2. REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................... 8
3. METODOLOGIA.....................................................................................................13
4. ANÁLISE DE DADOS............................................................................................14
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................19
REFERÊNCIAS..........................................................................................................20
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1. INTRODUÇÃO
Conforme postula a Base Nacional Comum Curricular (BNCC 2017), a
Educação Básica deve assegurar a crianças e estudantes a formação integral,
buscando o desenvolvimento das dimensões cognitiva e socioemocional. Neste
contexto, este estudo está pautado na compreensão da afetividade na relação
professor e estudante, e em sua influência no processo de ensino e de aprendizagem,
em especial na Educação Infantil.
Segundo Wallon (1968), a inteligência surge da afetividade e estabelece com
esta uma relação de conflito, e é por meio dela que os significados no movimento do
aprender são atribuídos. Assim, o papel do professor é o de mediador, pois ele cria e
fortalece o vínculo com o outro. A afetividade desenvolve o ser e o seu compromisso
com o outro.
Ainda conforme o referido teórico, a criança acessa o mundo simbólico por meio
das manifestações afetivas que permeiam a mediação que se estabelece entre ela e
os adultos que a rodeiam. Assim, o autor defende que a afetividade é a fonte do
conhecimento. Nessa perspectiva, o professor tem um grande desafio para a
construção da aprendizagem do aluno, devendo considerar a individualidade de cada
estudante e as suas necessidades dentro de sala de aula.
A presente pesquisa desenvolve-se sobre a seguinte questão: de que maneira
a afetividade entre aluno e professor influencia os processos de ensino e
aprendizagem na Educação Infantil? Assume-se como objetivo geral: entender a
importância da afetividade e sua influência na aprendizagem de crianças nessa etapa
da Educação Básica. E como objetivos específicos são elencados: I) realizar estudo
do referencial teórico construído em torno do tema; II) investigar, por meio de pesquisa
de campo, quais são as percepções de professores da Educação Infantil acerca das
influências da afetividade na aprendizagem das crianças.
O desenvolvimento do estudo justifica-se porque na Educação Infantil a
convivência entre professor e alunos é intensa, sendo o estabelecimento do vínculo
afetivo entre docente e discente importante para que se desperte na criança o desejo
pela aprendizagem. Para tanto, são utilizadas como metodologias a revisão de
bibliografia e a pesquisa de campo de cunho qualitativo.
O trabalho está organizado nas seguintes etapas: introdução, incluindo uma
breve apresentação do tema, a questão de pesquisa, os objetivos geral e específicos
e a justificativa para a escolha da temática; a fundamentação teórica, respaldando a
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
Esta parte do trabalho desenvolve-se com o intuito de estabelecer
fundamentação teórica que permita a compreensão da afetividade na Educação
Infantil, sua manifestação nas relações entre professor e aluno na mencionada etapa,
bem como a influência dela na aprendizagem dos estudantes. Para melhor
abordagem dos assuntos, o texto foi dividido nos subtítulos que se seguem.
3. METODOLOGIA
Este Trabalho de Conclusão de Curso está fundamentado por pesquisa de
caráter exploratório, que busca o estudo de referencial teórico acerca da afetividade
enquanto aspecto importante dos processos de ensino e aprendizagem promovidos
na Educação Infantil. Assim, tem-se por objetivo conhecer a temática de maneira mais
aprofundada, utilizando como âncora, principalmente, o que postula Wallon (1978) ao
colocar a afetividade como um dos aspectos centrais do desenvolvimento.
A fim de investigar in loco a aplicação dos conhecimentos científicos verificados
no referencial teórico, foi realizada pesquisa de campo com o intuito de compreender
e analisar, a partir da realidade, quais são as percepções de professores da Educação
Infantil acerca das influências da afetividade na aprendizagem. Para tanto, a
metodologia de pesquisa utilizada apresenta abordagem qualitativa, uma vez que
busca estudar aspectos subjetivos de fenômenos sociais e do comportamento
humano, situando-os temporal, local e culturalmente.
Para a coleta de dados, utilizou-se a aplicação de questionários e a realização
de entrevistas semiestruturadas, por meio das quais a pesquisadora realizou
perguntas pré-determinadas em roteiro, mas também atuou de maneira flexível e
acrescentou outras, de acordo com os interesses de pesquisa e o desenvolvimento
das conversas.
Na seção a seguir, apresenta-se a análise dos dados coletados em campo,
tomando como base o referencial teórico estudado.
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4. ANÁLISE DE DADOS
A pesquisa de campo foi desenvolvida por meio de processos de observação e
entrevistas respondidas por profissionais atuantes na Educação Infantil em uma
escola localizada na região leste da cidade de São Gonçalo do Pará. A unidade de
ensino atende 308 alunos do maternal 2 ao segundo período da Educação Infantil,
com idades de 2 a 5 anos. Não houve autorização, nem por parte da escola e nem
dos profissionais ouvidos, para menção aos seus nomes neste texto. Assim, os
depoimentos coletados são identificados pelos cargos dos respondentes.
As perguntas para a entrevista foram planejadas com o objetivo de identificar a
importância da consideração da afetividade no ambiente escolar para o
desenvolvimento dos alunos, buscando-se entender como é o relacionamento entre
professores e estudantes e quais são os impactos desse relacionamento nos
processos de ensino e aprendizagem na Educação Infantil.
Quando perguntada a respeito de sua percepção sobre a importância do
desenvolvimento da afetividade na Educação Infantil, a supervisora, graduada em
Pedagogia com pós-graduação em Gestão e Supervisão Escolar, afirmou que o
trabalho da afetividade contribui para que se possa ter um espaço agradável em sala
de aula. “Essa receptividade é uma troca de experiências e estímulos, não
necessariamente uma troca de carinho. É um despertar dos estímulos e motivações”,
explica. Já a professora, que tem formação superior em Pedagogia e pós-graduação
em Supervisão e Gestão Escolar, além de especialização em Educação Especial e
Inclusiva, relatou que considera a preocupação com a afetividade em sala de aula de
suma importância, pois entende que esse aspecto reflete na vida escolar, e na forma
como a criança é tratada e ensinada. Já a monitora escolar, que possui o curso de
Magistério em nível médio e Pedagogia em nível superior, afirmou que “Um espaço
escolar onde é trabalhada a afetividade contribui muito para o desenvolvimento
cognitivo e intelectual de uma criança”.
As percepções das três profissionais coadunam com o que estabelece Wallon
(1968), que não limita o entendimento da afetividade como a mera manifestação de
carinho e apreço, como muitas vezes sugere o senso comum:
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A compreensão da afetividade como fundamental no processo de ensino e
aprendizagem é crucial para que educadores possam refletir sobre suas práticas e a
atuar pela qualidade do convívio educativo.
Partindo-se do pressuposto de que a afetividade é capaz de mudar as
dinâmicas interacionais, chega-se à conclusão de que cada pequena atitude de
aproximação interpessoal, respeito e cuidado para com o aluno pode tornar-se aliada
da atuação mediadora do professor, fomentando a criação de laços de confiança,
sensação de segurança e acolhimento.
Assim, é importante que as unidades de ensino direcionem as ações para um
ensino que valorize o desenvolvimento de questões socioemocionais de maneira
concomitante ao estímulo da cognição, visando a resultados qualitativos em relação
aos indivíduos. Conforme Cunha:
Saltini (2008, p. 69) coaduna com a mesma visão e afirma que o professor deve
ser aquele que não apenas preocupa-se em expor conteúdos a seus alunos, mas
principalmente estabelece uma relação e um diálogo íntimo, “bem como uma
afetividade que busca mobilizar sua energia interna. É aquele que acredita que o aluno
tem essa capacidade de gerar ideias e colocá-las ao serviço de sua própria vida”.
Conclui-se, deste modo, que a educação não deve ser opressora. Deve,
contrariamente, constituir-se de modo dinâmico, alegre e acolhedor. A Educação
Infantil não pode realizar-se tratando as crianças apenas como sujeitos que precisam
ter competências cognitivas aprimoradas. Na verdade, essa etapa deve ser especial
e marcante, deve constituir-se espaço e tempo em que elas possam mostrar e
desenvolver sua capacidade de pensar, agir e interagir, tendo respeitados e
valorizados os aspectos emocionais e afetivos que compõem sua personalidade.
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REFERÊNCIAS
BRIGGS, Dorothy C. A autoestima do seu filho. São Paulo: Martins Fontes, 2000.em:
30 set. 2022.