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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

CURSO DE PEDAGOGIA

A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE FAMILIAR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM


NA PRÉ-ESCOLA: A ESCOLA COMO ESPAÇO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

ADRIANA SALVINO DE BRITO MEIRA

ANA CLAUDIA OLIVEIRA DA SILVA

FERNANDA APARECIDA DE LIMA LUPI

RAISSA DE MIRANDA PINTO

REGIELE APARECIDA DE CAMPOS DA SILVA

ROSE DIAS

Vídeo do TCC
<https://www.youtube.com/watch?v=vWxtZ5smxuw>
SÃO PAULO
2021
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
CURSO DE PEDAGOGIA

ADRIANA SALVINO DE BRITO MEIRA

ANA CLAUDIA OLIVEIRA DA SILVA

FERNANDA APARECIDA DE LIMA LUPI

RAISSA DE MIRANDA PINTO

REGIELE APARECIDA DE CAMPOS DA SILVA

ROSE DIAS

A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE FAMILIAR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM


NA PRÉ-ESCOLA: A ESCOLA COMO ESPAÇO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade Virtual do
Estado de São Paulo, como parte dos
requisitos necessários à obtenção do
título de Licenciatura no Curso de
Pedagogia, sob orientação de Natália de
Paiva Diniz.

SÃO PAULO
2021

RESUMO

A relação família-escola é um assunto bastante discutido no contexto escolar. O


presente artigo tem como objetivo principal analisar e descrever como o ambiente
familiar pode influenciar o processo de aprendizagem de alunos na fase pré-escolar
e de que forma a escola pode agir como um espaço de transformação social. Por
meio de levantamento bibliográfico realizado nas plataformas Google Acadêmico,
Scielo Brasil e Ambiente Virtual da Universidade de São Paulo através dos
descritores impactos/influência/reflexos do ambiente familiar/família/conflitos
familiares na aprendizagem/processo de aprendizagem/desenvolvimento infantil,
espaço escolar/escola/ambiente escolar e transformação social, foi possível verificar
que os principais fatores são: a ausência familiar no ambiente escolar; a vivência
cultural e emocional herdada pelo aluno dentro do contexto familiar, as situações
socioeconômicas desse educando e seus conflitos familiares trazidos pelo aluno
para as salas de aula possibilitando a compreensão sobre a importância da família
no contexto escolar. Observou-se a necessidade de um ensino de qualidade que
colabore positivamente com o desenvolvimento cognitivo e social do educando
preocupado em vincular a família ao meio escolar, para isso a escola deve estar de
portas abertas à comunidade e à família, deve oferecer um ambiente acolhedor, de
entrosamento que compreenda a realidade do educando.

Palavras-chave: Ambiente familiar; Aprendizagem; Pré-Escola.


1 INTRODUÇÃO

Tendo em vista a preocupação de que a criança deve ser ensinada, por meio
de trabalhos significativos adquirindo variadas habilidades, lança-se então no papel
do professor/família a responsabilidade de possibilitar a construção do caráter da
criança, pois acredita-se que as crianças têm dificuldades em aprender e precisam

de atenção para adquirir conhecimento, podemos afirmar que:

O processo de aprendizagem traduz a maneira como os seres adquirem


novos conhecimentos, desenvolvem competências e mudam o
comportamento. Trata-se de um processo complexo que, dificilmente, pode
ser explicado apenas através de recortes do todo (ALVES, 2007, p. 18).

Refletir uma educação de qualidade hoje é poder contar com a participação da


família na escola cotidianamente, colaborando com o desenvolvimento da criança, visto que
é na instituição da família que se iniciam os primeiros grupos sociais de uma criança, onde
ela aprende os primeiros ensinamentos, que vão se prolongar ao longo dos primeiros anos
de vivência.

Criar e educar os filhos e ainda prepará-los para portar-se com responsabilidade e


segurança no mundo, é uma tarefa tão exigente e desafiadora, cujo sucesso depende, em
grande parte, da capacidade dos pais em avaliar as ofertas existentes, em proporcionar
momentos de estímulo para que a criança se envolva no interesse de aprender, no querer
saber sobre as coisas do mundo: sua origem, seu funcionamento, seu destino.

Como futuras educadoras entendemos que não seja possível o verdadeiro exercício
de cidadania do futuro com cidadãos excluídos. É preciso valer o direito das crianças no
sistema de educação básica, assegurado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional – LDB no 9.394/96, conforme consta em seu artigo 2º:

A educação, ao encargo da família e do Estado, inspirada nos princípios de


liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o seu trabalho. (BRASIL, 1998).

Por isso, o papel da família no processo de ensino é estar presente no


cotidiano da vida da criança ajudando e incentivando as práticas de ensino.
Considerando que a criança necessita de uma figura que lhe sirva como ponto de
referência e segurança, quanto ao contexto familiar, pois essa figura sempre será o
pai/mãe ou o responsável que estivesse mais próxima, pois na escola é o professor

que exerce tal papel que estimula a criança ao interesse a aprender.

Como primeira mediadora entre o homem e a cultura, a família constitui a


unidade dinâmica das relações de cunho afetivo, social e cognitivo que
estão imersas nas condições materiais, históricas e culturais de um dado
grupo social. Ela é a matriz da aprendizagem humana, com significados e
práticas culturais próprias que geram modelos de relação interpessoal e de
construção individual e coletiva (DESSEN; POLONIA, 2007, p. 22).

Já a escola tem como papel social a tarefa de, principalmente, encaminhar ações por
meio de processos educativos que venham despertar o compromisso social dos indivíduos,
das entidades e dos grupos sociais, objetivando fazer uma só aliança, capaz de promover
mudanças e transformações no cumprimento do dever educacional, da preparação e
formação de alunos que sejam cidadãos portadores de uma nova visão de mundo
reinventado, através da criticidade e da participação. Segundo Piaget (2007):

Uma ligação estreita e contínua entre os professores e os pais leva, pois, a


muita coisa mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba
resultando em ajuda recíproca e, freqüentemente, em aperfeiçoamento real
dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações
profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um
interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma divisão de

responsabilidades [...] (PIAGET, 2007, p. 50).

O propósito principal de toda instituição de ensino é conduzir o aluno a


obtenção de conhecimentos pedagógicos oferecidos segundo os currículos
escolares previamente determinados para o desenvolvimento de cada fase, porém o
docente ao adentrar como condutor de sua turma vai ao longo do cotidiano se
defrontando com diferentes tipos de situações, digamos aqui, inevitáveis, e às quais
ele como referência passa a ser um coadjuvante importante do contexto, o professor
muitas vezes transpassa a linha do ensinar. Assim, os professores, frente a esse
novo modo de estar em sala de aula, se vêem forçados a responder pelo
comportamento positivo ou negativo do aluno, além de se preocupar com o
programa curricular, provas, exercícios e etc. (CECON et al. 2001, s/p apud
JARDIM, 2006, p.44).

Em cada aluno existente no ambiente formador encontramos um ser provido


de experiências, vivências, culturas e pensamentos dos mais variados. Além disso
cada aluno que se impulsiona aos meios escolares já está provido de uma família,
essa família que indiretamente irá contribuir para o desenvolvimento desse indivíduo
na aquisição de conhecimento e criticidade.

É ela que agrega e aproxima as pessoas e que organiza o meio para


receber o bebê, sempre de acordo com a cultura, condição econômica e
disposição afetiva da família. É a família que dá nome e sobrenome ao bebê
e o faz sentir, ou não, um membro com direitos e deveres, expressos
verbalmente ou não. Ela é o elo entre o indivíduo e a sociedade, e transmite
a cultura, o modo de vida e os comportamentos do grupo social. (CRUZ,
1997, p. 33).

O encontro discente/docente acontece através de vivências do dia a dia, essas


vivências por mais técnicas que sejam, passam a ter um certo princípio emocional. Nas
palavras de Miranda (2008, p.02), “Ser professor não se constitui em uma simples tarefa de
transmissão [...], pois, vai mais além e também consiste em despertar no aluno valores e
sentimentos como o amor do próximo e o respeito [...]”.

Professor e aluno se nutrem para um objetivo comum que independe do período


educacional, seja ele educação infantil, fundamental ou médio, e esse objetivo é o gerador
de um processo de segurança e estabilidade entre as partes. Assim como o aluno consegue
perceber o professor além da sua prática profissional o professor também através desse
contato percebe o aluno além dos muros instrutivos.

Uma ligação estreita e contínua entre os professores e os pais leva, pois, a


muita coisa mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba
resultando em ajuda recíproca e, freqüentemente, em aperfeiçoamento real
dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações
profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um
interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma divisão de
responsabilidades. (PIAGET, 1972 - 2000, p.50)

Nesse plano pode-se perceber que a vida externa do educando influência no


processo de aprendizagem, é importante fortalecer os princípios de formação e estabelecer
fatores que os interferem, nesse caso, fatores externos ligados à vida familiar do

aprendente.

O professor pode ensinar mais com o que é do que com aquilo que
pretende ensinar; seu modo de fazer as coisas implica mensagens
implícitas de efeitos que podem ser positivos ou negativos; se aceitam ou
recusam suas atitudes e seus valores, reforça-se o interesse ou o
desinteresse pelo aprendizado pode aprender a odiar a matéria.
(MORALES, 1998, p.25).

Dificuldades essas que muitas vezes têm origem em conflitos familiares e que
acabam infiltrados dentro das salas de aulas.

Estudos podem contribuir com embasamentos teóricos que favoreçam práticas


quanto ao desenvolvimento do ensino/ aprendizagem. Também um planejamento
pedagógico que contemple conhecimentos de didática, metodologia de aprendizagem,
fundamento da educação infantil, teorias do currículo, sociologia e a filosofia da educação
devem ser direcionadores desse processo e responder o problema identificado na pesquisa:
“Como o ambiente familiar influencia no processo de aprendizagem de crianças da pré-
escola?"

Para responder tal questão, esta pesquisa tem o objetivo de analisar como o
ambiente familiar pode influenciar o processo de aprendizagem de alunos na faixa etária de
4 a 6 anos, fase pré-escolar e de que forma a escola pode agir como um espaço de
transformação social. E para isto é preciso elencar alguns objetivos específicos: a)
Identificar possíveis fatores que impedem o envolvimento familiar no contexto escolar; b)
avaliar qual a importância da família no processo de aprendizagem da criança na fase de
pré-escolar; c) determinar como a escola pode estreitar a relação escola x família; d) definir
a responsabilidade da escola enquanto agente de transformação social.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR


Quando se pensa na palavra escola logo pensamos em sala de aula, lições
de casa, hora do recreio, os coleguinhas, no professor e até nas provas. Para muitos
a escola representa apenas um lugar, mas a escola é constituída por pessoas e por
memórias de alunos.
Várias pessoas estão envolvidas na comunidade escolar, professores,
responsáveis e família, cada um desses tem um papel de extrema importância na
educação da criança, por isso a escola deve estar comprometida, fortalecendo dia a
dia seu vínculo, não só com a sociedade, mas com a família em especial. Por tanto
a escola está pautada pelo autoritarismo em seu cotidiano e pela falta de
participação de seus interessados, com relação a este modelo estático e
fragmentado, Paro (2006) concorda que atualmente isso não coincide com a
democracia alcançada por meio da transformação da sociedade. Para isso, é
necessário que todos os envolvidos no processo escolar participem das decisões a
seu respeito.

Diante disso, a gestão democrática é um processo no qual há o envolvimento


e a participação de pais, alunos, professores e funcionários, assegurados na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996), especificamente em seu artigo 14, aconselha que:
[...] os sistemas de ensino definirão as normas da gestão
democrática do ensino público na educação básica de acordo com
suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I-
participação dos profissionais da educação na elaboração do
projeto pedagógico da escola; II- participação da comunidade
escolar local em seus conselhos escolares equivalentes. (BRASIL,
1996)

A participação dos pais na escola é indispensável, por isso, a presença da


família na vida escolar, é um dos indicadores na determinação da qualidade do
ensino, já que pais atuantes e participantes possuem filhos que aprendem mais.
Pode-se compreender através da seguinte citação:

O apoio da comunidade é efetivo quando ocorre num ambiente de


interação entre a comunidade e o pessoal da escola, de tal maneira
que atuem em conjunto e em associação como elementos de apoio
da aprendizagem e da própria gestão da escola e não apenas como
apoiadores para a melhoria das condições materiais e financeiras da
escola. O apoio da comunidade para as questões nutricionais e de
saúde dos alunos tem demonstrado ser extremamente importante, na
promoção da aprendizagem dos alunos, assim como reforço no
desenvolvimento de valores positivos nos alunos (LÜCK, 2000, p.16).

2.2 AS RELAÇÕES SOCIOFAMILIARES E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM


“Um ambiente físico e cultural diferente fará um homem diferente e melhor.”
(SKINNER, 1991, p. 84).

Discussões já apresentadas neste trabalho trazem à tona o pensamento


sobre o processo de formação de um indivíduo. Brito e Soares (2014, p. 35)
dissertam sobre a influência da família no processo de aprendizagem quando trazem
à tona que “cabe à família superar as dificuldades, podendo reforçar ou contrariar a
influência que causam na vida das crianças”.

Sobre as relações sociofamiliares entende-se também a comunidade escolar


ativa e participativa no processo de aprendizagem. Mussen apud Brito e Soares
(2014) sugere que para o sucesso da aprendizagem o processo deve ser mediado
pela motivação, podendo também ocorrer sem motivação, quando o comportamento
é definido pela identificação.

Sendo assim, acredita-se que a aprendizagem da criança ocorre pela


interação social seja no ambiente familiar ou social. Neste contexto, Bossa apud
Brito e Soares (2014), reafirmam a responsabilidade da família sobre o
desenvolvimento e aprendizagem dos filhos.

Analisando as teorias apresentadas observa-se ainda que hajam


fundamentos e ferramentas para um bom desenvolvimento social e escolar, é
indispensável a participação da família neste processo, seja de forma direta ou
indiretamente.

2.3 O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA EM IDADE PRÉ-ESCOLAR

O desenvolvimento infantil na pré-escola está ligado à concepção da criança.


Educar, cuidar e aprender são princípios que devem ser considerados de maneira
explícita. (BRASIL, 1998, p.19). Afirma Ferreira (1989, p. 146), que cuidar significa:

“[...] imaginar, meditar, cogitar, julgar, supor. Aplicar atenção,


pensamento, imaginação. A criança precisa receber um cuidado
especial pelos profissionais da educação, principalmente com
relação aos cuidados indispensáveis para a sua vida, pois eles são
fundamentais para o seu desenvolvimento.”

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil


(1998):

O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das


crianças, que quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem
dar pistas importantes sobre a qualidade do que estão recebendo.
Os procedimentos de cuidado também precisam seguir os princípios
de promoção à saúde. Para se atingir os objetivos dos cuidados
com a preservação da vida e com o desenvolvimento das
capacidades humanas, é necessário que atitudes e procedimentos
estejam baseados em conhecimentos específicos sobre o
desenvolvimento biológico, emocional, e intelectual das crianças,
levando em consideração as diferentes realidades socioculturais
(BRASIL, 1998, p. 25).

Portanto, o período da pré-escolar oferece aos alunos grandes oportunidades


de ampliarem seus conhecimentos culturais, do mundo e também das pessoas que
os rodeiam e por isso esse momento de desenvolvimento da criança é essencial
para a sua vida e para suas aprendizagens futuras na escola.
O pré-escolar começa a estudar brincando. O estudo é para ele
uma espécie de jogo dramático com determinadas regras A criança
assimila sem se dar conta, os conhecimentos elementares. Para o
adulto, o estudo é algo muito diferente do jogo. Influenciada pelo
adulto a criança vai mudando de atitude: o estudo passa a ser algo
desejado. Ao mesmo tempo, cresce sua capacidade de estudar
(MUKHINA, 1995, p.166).

2.4 TEORIAS DO ESPAÇO EDUCATIVO


Sabemos que a Educação Infantil brasileira encontra algumas dificuldades para
se trabalhar. Tratando-se da organização dos espaços nas instituições de Educação
Infantil, Zabalza (1998, p. 50) acredita que esta possui características muito
particulares, como: a uma necessidade de espaços amplos, bem diferenciados, com
acesso fácil e especializados. Enquanto Horn (2007), vê as diferenças entre o
ambiente educativo, o espaço físico e a noção de espaço segundo a perspectiva da
criança, apontando que:
[...] o termo espaço se refere aos locais onde as atividades são
realizadas, caracterizados por objetos, móveis, materiais didáticos,
decoração. O termo ambiente diz respeito ao conjunto desse espaço
físico e às relações que nele se estabelecem (HORN, 2007, p.35).

Considerando que é no ambiente escolar que a construção de conhecimento


acontecem, Moura (2009) salienta que este espaço deve ser sinônimo de grandes e
diversas possibilidades na formação das crianças. Segundo Edwards, Forman e
Gandini. (1999, p. 150) o ambiente reflete a cultura das pessoas que ali vivem
podendo revelar as diferentes camadas que compõem essa influência cultural.
Dessa maneira, o que é transmitido no espaço escolar se torna uma reflexão
cultural que relaciona àquele contexto social.
Portanto as instituições de Educação Infantil devem analisar com muito
cuidado o espaço escolar destinado às crianças, sendo eles contribuintes para um
desenvolvimento escolar satisfatório.
A distribuição do espaço escolar é de suma importância na proposta
pedagógica, pois é nesse espaço que a criança irá construir o seu conhecimento.
Além disso, o educador também possui um papel fundamental na mediação da
organização deste espaço e no processo de desenvolvimento dos alunos e de suas
atividades.
Portanto, é imprescindível manter um espaço escolar eficiente, pois isso
relaciona-se diretamente com a aprendizagem e o desenvolvimento da criança.

2.5 EDUCAÇÃO ESCOLAR E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

O sucesso do processo de ensino-aprendizagem envolve vários fatores, entre


eles a reflexão crítica e a autonomia. Segundo Freire (1969):

De fato, na medida em que os homens respondem aos desafios


da realidade e a transformam por meio de sua práxis, os
resultados dessa transformação se expressam não só podem ser
separados deles, mas também podem exercer uma reflexão crítica
sobre si mesmos. Por outro lado, os produtos resultantes da práxis
constituem o mundo exclusivamente humano, simbólico e
abrangente da cultura. Diante disso, é necessário observar que o
significado do conceito de consequência, nesse contexto, não se
restringe ao mero resultado da ação. Só podemos falar de
consequência quando a ação é práxis, isto é, quando é reflexão e
ação. Somente neste caso, os produtos da transformação tornam-
se produtos culturais (FREIRE, 1969, p. 14-15).

Se pensarmos no processo de aprendizagem que compreenda todos os


níveis de desenvolvimento, onde o aluno pensante e crítico é protagonista do seu
aprendizado, é no modelo construtivista que se encontram tais ideais. Freire apud
Rosa (2019) traz colaborações extremamente importantes sobre esse pensamento:

Freire (1993) defende que o ensino deve proporcionar a liberdade


de expressão nas experiências de vida a fim de transformá-las num
conhecimento científico, respeitando, portanto, todo tipo de
conhecimento prévio, propondo a educação com efetividade,
evidenciando, para isso, uma relação pedagógica cultural que
prioriza a participação do educando, sobretudo a sua autonomia,
estabelecendo, para isso, uma prática dialógica na escola. Freire
ressalta a importância da dimensão cultural no processo de
transformação com base na cultura do povo (ROSA, 2019).

Pensar sobre educação e transformação social é pensar em Paulo Freire, o


educador e teórico traz em praticamente todos os seus estudos parâmetros que
defendem que a educação é libertadora ou não é (1985). Em Pedagogia do
Oprimido, Freire (2005, p. 37) aponta que “quando a educação não é libertadora, o
sonho do oprimido é ser o opressor”. Em Pedagogia da Autonomia, Freire (2003, p.
49) considera que “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela
tampouco a sociedade muda”.

Partindo dessas reflexões compreende-se que a educação escolar se


fundamenta sobre os processos de transformação social, onde cabe aos
protagonistas, seja o aluno, educador e/ou família, garantir que o processo tanto do
ensino quanto da aprendizagem seja realmente transformador, reflexivo e crítico.

3. METODOLOGIA

A escolha da pesquisa bibliográfica se deu por oferecer uma ampla fonte de


fundamentos, sendo possível compreender como as relações familiares podem
influenciar na aprendizagem e desenvolvimento da criança e, como a escola pode
ser um espaço de transformação social.

Segundo Andrade (2010, p.25):

A pesquisa bibliográfica é habilidade fundamental nos cursos de


graduação, uma vez que constitui o primeiro passo para todas as
atividades acadêmicas. Uma pesquisa de laboratório ou de campo
implica, necessariamente, a pesquisa bibliográfica preliminar.
Seminários, painéis, debates, resumos críticos, monográficas não
dispensam a pesquisa bibliográfica. Ela é obrigatória nas pesquisas
exploratórias, na delimitação do tema de um trabalho ou pesquisa,
no desenvolvimento do assunto, nas citações, na apresentação das
conclusões. Portanto, se é verdade que nem todos os alunos
realizarão pesquisas de laboratório ou de campo, não é menos
verdadeiro que todos, sem exceção, para elaborar os diversos
trabalhos solicitados, deverão empreender pesquisas bibliográficas
(ANDRADE, 2010, p. 25).

A pesquisa se configura como um estudo qualitativo em educação. A


ferramenta metodológica deste trabalho é a análise documental de artigos, teses de
pesquisa em educação e documentos oficiais. Buscou-se fazer um levantamento na
literatura da área para responder à pergunta de pesquisa. Sobre pesquisa
qualitativa, Godoy (1995):

“ [...]a pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ ou medir os


eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na
análise dos dados. Parte de questões ou focos de interesses
amplos, que vão se definindo à medida que o estudo se desenvolve.
Envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e
processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a
situação estudada, procurando compreender os fenômenos
segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da
situação em estudo (GODOY ,1995, p. 58)”.

Na análise documental são considerados como documentos “[...] quaisquer


materiais escritos que possam ser usados como fonte de informação sobre o
comportamento humano", os quais podem incluir “[...] desde leis e regulamentos,
normas, pareceres, cartas, memorandos, diários pessoais, autobiografias, jornais,
revistas, discursos, roteiros de programas de rádio e televisão até livros, estatísticas
e arquivos escolares” (LÜDKE, 1986, p.38).

Segundo Alves-Mazzoti (2006) a revisão bibliográfica possui dois propósitos:


a construção de uma contextualização para o problema e a análise das
possibilidades presentes na literatura consultada para a concepção do referencial
teórico da pesquisa.

Como instrumento de coleta de dados foram utilizados os documentos


presentes no repositório do Google Acadêmico, Scielo e AVA da Universidade
Virtual do Estado de São Paulo.

Sobre o trabalho científico, foram realizadas três fontes de busca:

1) Google Acadêmico, por se tratar de uma fonte simples e de fácil


acesso, onde são disponibilizados artigos, teses, dissertações e livros
por autor, descritores e área de pesquisa, auxiliando na busca de
literatura acadêmica. Foram selecionados, trabalhos que abordavam
os temas que fundamentam o presente trabalho.
2) Scielo Brasil, pois além de organizar e publicar textos de revistas na
internet, produz e divulga indicadores de uso e os seus impactos.
3) AVA da Universidade Estadual de São Paulo, um Ambiente Virtual de
Aprendizagem, onde são disponibilizadas as disciplinas e todo seu
conteúdo teórico.
A seleção das fontes, inicialmente, foi realizada por meio de descritores,
como impactos/influência/reflexos do ambiente familiar/família/conflitos familiares na
aprendizagem/processo de aprendizagem/desenvolvimento infantil, espaço
escolar/escola/ambiente escolar e transformação social. Na sequência, foi realizada
a leitura exploratória do título a fim de verificar se esse se encaixava na área de
conhecimento do trabalho. Foram selecionados 14 trabalhos que estudam
concepções relacionadas ao ambiente familiar e o processo de aprendizagem do
aluno. Ao longo da busca foram identificados alguns trabalhos em que, o título se
mostrava de acordo com as temáticas, porém a pesquisa em si não abordava a
problemática do tema, portanto estes foram excluídos.

A pesquisa na Educação, segundo Veiga-Neto (1995), tem o compromisso


não apenas com o próprio pesquisador, mas também com os sujeitos com os quais
trabalhamos, onde tudo o que pensamos e tudo o que fazemos tem de ser
continuamente questionado, revisado e criticado.

Após o levantamento do material foi realizado o aprofundamento através de


leitura crítica e cuidadosa possibilitando posteriormente a elaboração de fichamentos
que facilitam o processo da ordenação das informações. Na sequência, os dados
foram organizados em um quadro sendo possível uma sistematização, assim, os
dados foram agrupados da seguinte forma: ano, título, autor e fonte. Portanto, o
trabalho foi organizado em três etapas, na primeira, realizou-se a busca pelos
documentos, na segunda, foi realizada uma revisão bibliográfica a partir de um
levantamento de produções acadêmicas que dissertam sobre a relação entre
família-escola sobretudo a aprendizagem na pré-escola e, por fim, apresenta-se a
análise dos dados obtidos na pesquisa.

Ao longo da pesquisa algumas questões norteadoras foram priorizadas para a


identificação das possíveis soluções para o problema da pesquisa. Algumas delas;
quais fatores impedem o envolvimento da família no aprendizado? Qual a
importância da família no processo de aprendizagem na fase pré-escolar? Como o
ambiente escolar pode ser um agente de transformação social?
Apropriou-se também da revisão sistemática, que de acordo com Rother
(2007, p.2) seria uma revisão planejada, para responder uma pergunta específica e
que utiliza explícitos e sistemáticos, para identificar, selecionar e avaliar criticamente
os estudos e para coletar e analisar os dados destes estudos incluídos na revisão.

Como fonte de literatura utilizaram-se de referenciais teóricos publicados


sobre comunidade escolar, processos de ensino-aprendizagem, desenvolvimento
infantil, espaços escolares e transformação social.

4. RESULTADOS/ DISCUSSÕES
Os artigos que foram selecionados para a análise estão sendo representados
no Quadro 1.

QUADRO 1 - Relação dos trabalhos analisados

Nº Ano Título Autor Fonte

1 2014 A influência da família na Roberta Gama Brito Google Acadêmico


aprendizagem escolar da Sebastião Silva Soares Revista Exitus, 2014 –
criança: ponto de reflexão ufopa.edu.br
2 2008 A influência dos fatores Greicimára S. Do Google Acadêmico
ambientais no Nascimento Mara Rúbia uricer.edu.br
desenvolvimento infantil Bispo Orth
3 2010 A relação família-escola: Cynthia Bisinoto Google Acadêmico
intersecções e desafios Evangelista de Oliveira Estudos de Psicologia,
2010 – SciELO Brasil
Claisy Maria Marinho-
Araújo
4 2017 A teoria de Vigotski: Marisa Eugenia Melillo DocPlayeruploads/
conceitos e implicações para Meira 2015/06/A-teoria-de-
a Educação Vigotski.
5 2005 Afetividade e processo Abigail A. Mahoney Google Acadêmico
ensino-aprendizagem: Psicologia da Educação
contribuições de Henri Wallon Laurinda R. de Oliveira …, 2005 -
revistas.pucsp.br
6 2010 Ambiente Familiar e Susie H. de A.Ferreira Google Acadêmico Psico,
Aprendizagem escolar em 2010
alunos da educação infantil Sylvia Domingos revistaseletronicas.pucrs.
Barrera br
7 2013 Conflitos socioemocionais: A Cláudia de A. Santos Google Acadêmico
influência no Vitória R. de Pontes Pensar …, 2021
desenvolvimento cognitivo Jeane Ap. Galhoti de periodicos.faculdadefamar
dos alunos da Educação Oliveira t.edu.br
Infantil
8 2019 Educação Infantil: a influência Idalina de A. Santos Google Acadêmico
da família no desempenho editorarealize.com.br
Verônica M. da S. Barbosa
escolar do aluno Sarah S. Silva Gilvania W.
de Andrade
9 2010 Escola-Família-comunidade: Maria Martins de Sousa Google Acadêmico
uma relação para o sucesso Teresa Sarmento Gestão e
educativo Desenvolvimento, 2010 -
revistas.ucp.pt
10 2021 O valor de um afeto: Eliane Holzlechner Google Acadêmico
afetividade na educação Taube Revista Amor Mundi, 2021
infantil - 18.231.123.211
11 2021 Paulo Freire, o Direito à Juliana Cristina Costa Google Acadêmico… e
Educação como prática André Luis de Andrade Educação, 2021 –
emancipatória e a Identidade Melo Valdirene Pereira periodicos.sbu.unicamp.br
da Educação Infantil Costa
12 2005 A Influência da Família no Áurea Pereira Silva Google Acadêmico
Processo Ensino-
Aprendizagem Daniela Fernandes de Centro Universitário De
Aguiar Brasília – Uniceub

Daniela Lisboa Xavier

Eriene Nunes Oliveira

Elin Mary de Lima


Novasco
13 2015 A Participação da Véra Lúcia Schwingel Google Acadêmico
comunidade escolar Wagner
Lume.ufrgs.br
14 2017 Do Espaço Ao Lugar – Renata Pavesi Cocito Google Acadêmico
Contribuições Para a
Qualificação Dos Espaços repositorio.unesp.br
Para Bebês E Crianças
Pequenas
Fonte: Autoria própria (2021)

Com base na leitura e análise realizada, foi possível identificar que os autores
de tais trabalhos apresentam:

● Artigos 2 e 8 identificam o que impede o envolvimento familiar no


contexto escolar;
● Artigos 1, 6 e 8 avaliam qual a importância da família no processo de
aprendizagem da criança na fase de pré-escolar;
● Artigos 3, 6, 8 e 9 determinam como a escola pode estreitar a relação
escola x família;
● Artigos 2, 4, 6, 7, 10 e 11 definem a responsabilidade da escola
enquanto agente de transformação social.
Descrevemos a seguir algumas considerações sobre o que foi verificado no
levantamento e análise realizada:
Ao falar sobre a influência do ambiente familiar no processo de
aprendizagem, os artigos 2 e 8 apontam como possíveis fatores que impedem o
envolvimento familiar no contexto escolar a falta de tempo por questões de trabalho
e financeiras (o capitalismo estimula e influencia diretamente as relações familiares),
os níveis socioeconômicos também tem grande influência no rendimento escolar,
dessa forma as crianças com famílias com baixo nível socioeconômico e baixa
escolaridade, apresentam menor rendimento escolar, em contrapartida crianças com
alto rendimento escolar, descendem de ambiente familiar que dispõem de melhores
condições socioeconômicas, onde a criança tem mais estímulos e materiais, nota-se
maior participação das famílias na aprendizagem e participação na escola.
Sobre a importância que a família tem no processo de aprendizagem, o artigo
1, 6 e 8 apontam como a participação dos pais na escola e o interesse em ajudar a
criança na frequência escolar e nas tarefas de casa, trará bons resultados na
aprendizagem. Os mesmos artigos apontam que a valorização, o estímulo e o afeto
também estão ligados ao desenvolvimento e processo de aprendizagem da criança
e influenciam no resultado e desempenho escolar.
A escola é a ponte entre o desempenho escolar e a família, os artigos 3, 6, 8
e 9 apontam que para ter resultados positivos na interação escola x família, a escola
deve adotar métodos incentivadores para a participação da família na escola,
mantendo uma relação harmoniosa, sabendo respeitar e acolher, incentivando a
participação das atividades escolares, reuniões, festas, entre outros, para melhoria
da aprendizagem e educação, não importando o nível socioeconômico da criança
ou da família.
Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais
leva, pois a muita coisa que a uma informação mútua: este
intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e,
frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao
aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos
pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse
pelas coisas da escola chega-se até mesmo a uma divisão de
responsabilidades (PIAGET, 2007, p.50).

Enquanto agente de transformação social, os artigos 2, 4, 6, 7, 10 e 11


apontam que a escola deve trabalhar estratégias para que a criança tenha
motivação e desejo de estar no ambiente escolar, dando atenção às necessidades
emocionais, respeitando sua identidade cultural e social. Na escola a criança precisa
de elogios, de aprovação e aceitação para que possa ter interesse e vontade de
fazer as atividades que lhe são propostas, a afetividade incentiva a aprendizagem.

A aprendizagem escolar depende, basicamente, dos motivos


intrínsecos: uma criança aprende melhor e mais depressa quando
sente-se querida, está segura de si e é tratada como um ser
singular (RODRIGUES, 1976, p.174).

Envolver-se no projeto educativo de seus filhos e observar que é possível


conseguir um bom relacionamento entre pais e escola, sendo necessário que
ambas as partes tenham coragem de dar um passo à frente. Vindo destas análises
teóricas percebe-se como é importante a participação da família na escola. Segundo
Lino Macedo (1996), relata alguns dos muitos sentimentos que permeiam tal
relação, quando escreve a apresentação do livro Reunião de Pais: Sofrimento ou
Prazer?, obra através da qual as autoras apresentam propostas para a elaboração
de reuniões que conduzam a um esforço comum e recíproco entre pais e
professores, para promoverem o desenvolvimento das crianças.
Esta é uma relação permeada pelos mais diversos fatores:
o sofrimento dos pais por afastarem seus filhos de si
mesmos; os desejos de que a escola lhes oferece o melhor,
em todos os aspectos; a necessidade da garantia dos
melhores cuidados para com as crianças; os ciúmes que
sentem os pais ao dividirem os filhos com os professores; o
medo do fracasso escolar; as projeções dos próprios
fracassos compensados através dos filhos; o pouco
interesse pela vida escolar dos filhos; as super exigências
dos pais; as atitudes de aceitação ou não dos filhos; as
questões de rejeição ou negligência; as dificuldades
pessoais dos pais; o contexto socioeconômico-histórico em
que se fundamenta a família; a permissividade ou o
autoritarismo; as relações de amor e hostilidade; a violência
contra os filhos, ou entre familiares; as atitudes, padrões e
valores morais da família; o relacionamento entre casal e
filhos; doenças, separação, desemprego; os diferentes
modelos de organização familiar (LINO MACEDO, 1996,
p.12).

Segundo Rossato (2009) o primeiro núcleo social em que a criança é inserida


e ambos servem como espaço de valorização e reconhecimento das condições e
capacidades dos estudantes, com isso ambos têm a função de favorecer um
ambiente que seja saudável de forma que a criança possa se desenvolver e
aprender.

Segundo Osório (1996):

Família é uma unidade grupal onde se desenvolvem três tipos de


relações pessoais-aliança(casal), filiação (pais e filhos) e
consanguinidade (irmãos) – e que a partir dos objetivos genéricos
de preservar a espécie, nutrir e proteger a descendência e fornecer-
lhe condições para aquisição de suas identidades pessoais,
desenvolveu através dos tempos funções diversificadas de
transmissão de valores éticos, estéticos, religiosos e culturais (1996,
p. 16).

Holden (1995 apud Benetti, 2006) cita que existe mais de 100 instrumentos
que são utilizados na avaliação parental diante do processo de socialização da
criança, pelo qual identifica quais as melhores atitudes que beneficiam o processo
da educação da criança, desde o início do século, diferentes instrumentos foram
utilizados na avaliação da atitude parental frente ao processo de socialização da
criança. Dentre as atitudes utilizadas nas mais diversas situações enfrentadas no dia
a dia entre as relações com os filhos, se destacam a disciplina, afeto e o incentivo ao
estudo.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa fundamentou-se no objetivo de analisar como o ambiente


familiar pode influenciar no processo de aprendizagem e de que forma a escola
pode agir como um espaço de transformação social.
A vivência cotidiana ocasionada pelo contexto escolar traz aos educadores a
percepção da influência familiar no processo de aprendizagem de seus educandos,
inevitavelmente em uma fase tão importante de evolução, transparece com clareza o
papel da família na participação da instrução educacional. Papel esse marcado por
todo tipo de situação que a vida familiar trafega. Com isso, buscou-se responder a
questão: “Como o ambiente familiar influencia no processo de aprendizagem de
crianças na pré-escola?"
Os resultados indicam a necessidade de um ensino de qualidade que
colabore positivamente com o desenvolvimento cognitivo do educando preocupado
em vincular a família ao meio escolar. O envolvimento da escola com a família pode
favorecer os meios sociais positivamente uma vez que considera-se a importância
de onde se vive para a formação do caráter. A escola quando se abre para além de
seus muros permite que seu entorno seja contagiado por sua missão. Relacionar
escola e família é tratar de um campo minado que deve ser estruturado com cautela
observando sistematicamente o meio em que a escola está localizada. Em nenhum
momento o educador deve desconsiderar as situações socioeconômicas e a cultura
local, porém é dever da escola e principalmente do educador gerar conhecimentos
em um ambiente favorável que possibilite o crescimento humano do indivíduo
colaborando assim com a formação de um ser crítico que irá atuar proficuamente na
sociedade.
Para isso a escola deve estar de portas abertas à comunidade e à família,
deve oferecer um ambiente acolhedor, de entrosamento que compreenda a
realidade do educando, deve prover meios de interação entre essas partes
considerando que ao caminhar lado a lado com esses meios os frutos esperados
sejam alcançados.
O trabalho realizado ainda é muito tímido, existe uma ampla lacuna não
desenvolvida que pode vir a ser ampliada e também pela grandeza do tema e as
mais diversas soluções que se possa encontrar. Por hora o conteúdo já abordado,
através da análise de referenciais bibliográficas, satisfatoriamente nos direciona a
um olhar atento à essas questões, porém é um pequeno leque que pode ser
acrescido por estudos mais aprofundados, leque esse que fica em aberto para um
desdobramento futuro apoiando outras pesquisas ou mesmo abrangendo e
alargando essa própria.
6. REFERÊNCIAS

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