Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo:
Com o aumento nas matriculas dos alunos com Transtorno do espectro
autista nas escolas regulares torna-se importante mostrar como as escolas
e professores vem lidando com os desafios e quais as possibilidades de
atuação frente a inclusão escolar das crianças com TEA. Nesse sentido, o
presente relato de experiência teve como objetivo descrever as práticas
pedagógicas desenvolvidas em parceria pela professora da sala regular e
educadora especial para a inclusão de um aluno com autismo no ensino
fundamental. O aluno foi caracterizado como aluno F, possui diagnóstico
e está matriculado no primeiro ano do ensino fundamental em uma escola
municipal situada no interior do estado de São Paulo. Os resultados são
referentes as práticas e atuações realizadas em um bimestre escolar pela
professoradasalaregulareeducadoraespecial. Osresultadosdemostraram
que os procedimentos adotados pelas professoras foram baseados na
análise do comportamento, utilizando principalmente de reforçadores
positivos para aumento de repertório comportamental adequado. Em
relação as atividades os relatos mostram a possibilidade de adaptação de
atividades. Porém estas devem levar em consideração as necessidades do
aluno. Conclui-se que as práticas pedagógicas e intervenções realizadas
pelas professoras foram positivas para o aluno.
Palavras-chaves:
Educação Especial. Inclusão. Autismo.
126
INTRODUÇÃO
127
Neste sentido, o diagnóstico do TEA de inclusão escolar teve como propósito, mostrar
permanece sendo clínico, ou seja, realizado por que o problema não estava mais centrado na
profissionais da área da saúde, utilizando- se criança, e que, portanto, o sistema educacional
critérios específicos que são baseados em deveria adaptar-se as necessidades destes
relatos dos familiares e professores, além de alunos (MENDES; 2006).
observações dos comportamentos do indivíduo Destaca-se neste histórico que o direito
(SCHWARTZMAN, 2011). a matrícula de alunos PAEE na rede regular
A Diretriz de Atenção à Reabilitação da de ensino é garantido legalmente desde a
Pessoa com o Transtorno do Espectro do Constituição Federal de 1988, a qual deixa claro o
Autismo aborda sobre a importância de realizar direito a igualdade e condições de permanência
o diagnóstico precocemente, tendo em vista que, de todos os alunos e assegura o atendimento
quanto mais cedo se iniciam as intervenções, educacional especializado aos alunos PAEE,
maiores serão os ganhos em relação ao preferencialmente na rede regular de ensino
desenvolvimento e comportamento da criança (BRASIL, 1988)
(BRASIL, 2014). Nesse sentido, a Lei de Diretrizes e Bases
Além disso, o transtorno tende a ser mais da Educação também reforça no Art. 59 que
comum em meninos do que em meninas, os sistemas de ensino deverão assegurar aos
segundo o DSM-5 a proporção é de 1 caso alunos com deficiência, transtornos globais
em meninas para 4 em meninos, ou seja, a do desenvolvimento e altas habilidades/
incidência em meninos é 4 vezes maior, e quando superdotação currículos, métodos e recursos
se apresenta em pessoas do sexo feminino, o educativos que respondam as necessidades
comprometimento é maior (LIMA; LAPLANE, destes alunos, professores capacitados na
2016). Estima-se que, a prevalência do TEA é de área da educação especial para atendimento
15 casos por 10.000 sujeitos (CUNHA, 2012). especializado, assim como professores de ensino
regular com formação para inclusão dos alunos
INCLUSÃO ESCOLAR DO ALUNO COM PAEE (BRASIL, 1996).
AUTISMO A Política de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva pontua o
A inclusão escolar dos alunos Público
papel da educação especial frente a proposta
Alvo da Educação Especial (PAEE) perpassou
de inclusão escolar, afirmando o Público Alvo a
diferentes cenários. Neste histórico, destaca-
ser atendido e salientando sobre o atendimento
se que ao longo do tempo optou-se pela
educacional especializado (BRASIL,2008).
segregação dos alunos PAEE, isto é, estes
Com a política de inclusão escolar, vem
deveriam receber a escolarização somente
ocorrendo o aumento nas matrículas de alunos
em instituições especializadas. Porém com o
PAEE na rede regular de ensino, e nesse público
avanço das pesquisas e movimentos mundiais,
em especifico destaca-se neste estudo os alunos
houve o processo de integração escolar, no qual
com TEA. Por terem caracteristicas especificas
explicitava que o problema estava centrado na
em áreas como comunicação, interação social, e
criança, porém estas crianças poderiam estar em
escolas comuns. Em contrapartida, o movimento
Imagem 1. Rotina do
aluno colada na carteira.
Fonte: autoras
A rotina a partir das imagens foi algo positivo para o aluno, pois o
mesmo consegue visualizar todas as atividades do dia. Além disso, se o
mesmo não finaliza uma atividade não pode iniciar outra ou permanecer
com algo reforçador como o gibi ou quebra cabeça da turma da Mônica.
O próprio aluno coloca as imagens da rotina do dia e logo que a atividade
é finalizada o mesmo guarda a ficha. Este recurso foi importante também
para adequar o comportamento do aluno querer ir todos os dias na
biblioteca. Com a rotina o aluno consegue visualizar que possui um dia
especifico para ir a biblioteca e que nos demais são realizadas outras
atividades como parque, educação física, música, além das rotinas da sala.
INTERVENÇÃO:
Adaptação do procedimento: durante as atividades de alfabetização a
professora de educação especial permanece ao lado do aluno, oferecendo
apoio e dando feedback imediato, principalmente em relação aos
reforçadores sociais. Porém a professora da sala não se isenta do aluno,
pede ao aluno para ir na lousa, faz questionamentos e perguntas e se dirigi
ao aluno para explicar os conteúdos. O objetivo é ir retirando o apoio ao
aluno, para que ele consiga como resultado final permanecer sentado e
realizar as atividades com independência. Segue abaixo imagens de duas
atividades em que o aluno realizou com apoio da professora.
Imagem 3. Atividade
trava língua adaptada
com uso de dica visual
(cores)
Fonte: autoras
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O aluno apresentou evoluções positivas, principalmente referentes ao
seu comportamento. Permanece sentado, realiza as atividades propostas,
apresentou aumento do repertório de comunicação com seus pares,
professoras e profissionais da escola, não desafia as professoras e segue e
aceita as instruções com mais facilidade.
A inclusão escolar do aluno com autismo proporciona aos professores
desafios constantes, porém destaca-se nesse estudo a importância
da parceria entre professor da educação especial e da sala regular. Em