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PSICOMOTRICIDADE: AS CONTRIBUIÇÕES PSICOMOTORAS PARA O

PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO.

BAIERLE, Edinara, Fortes de Moura1


RU 903901
Lorena Decker2

RESUMO

Abordar teoricamente a temática da psicomotricidade e a as teorias que a


relacionam com a alfabetização das crianças é desafiador. O processo de
desenvolvimento humano e as bases psicomotoras da aprendizagem nos
remetem ao desenvolvimento integral da criança nos levam a questionar
diretamente as conecções das bases psicomotoras e a aprendizagem. Este
trabalho busca através de uma revisão bibliográfica investigar as contribuições
do desenvolvimento da psicomotricidade para a alfabetização nos educandos
na primeira série do ensino fundamental, realizar um elo quanto á alfabetização
com as bases de questões psicomotoras de aprendizagem é buscar autores
que ao longo dos tempos nos norteiam um caminho a percorrer em
entendimentos mais complexos desses conhecimentos. Esta pesquisa vem ao
encontro da busca do conhecimento do movimento humano pelo
educador/pedagogo e as relações dos mecanismos de desenvolvimento e de
aprendizagem motora e cognitiva da criança. Através de uma pesquisa
qualitativa, de cunho bibliográfico, pretende-se questionar e buscar na literatura
e em trabalhos acadêmicos científicos, a importância do conhecimento por
parte dos professores/pedagogos das séries iniciais do ensino fundamental
quanto à contribuição dos conhecimentos das contribuições do
desenvolvimento psicomotor quando planejado e objetivado no trabalha em
sala de aula com os alunos em etapa de alfabetização.

Palavras-chave: Psicomotricidade, Alfabetização, professor.

1
Aluno do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional UNINTER. Relatório
apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso. Pedagogia 2º Licenciatura, Março de
2017
2
Professora Orientadora no Centro Universitário Internacional UNINTER.
a) INTRODUÇÃO

Ao pensar as questões da educação, aqui em especial nas séries


iniciais do ensino fundamental, torna-se extremamente importante que a busca
de conhecimento seja o grande norteador. Durante o estágio supervisionado,
na docência na educação básica, anos iniciais do ensino fundamental, pode-se
observar a importância do papel do educador/professor/pedagogo. O
profissional da educação, quando escolhe essa área de pesquisa, tem
consciência da grandeza que é o seu objeto de estudo: o ser humano, e em
especial crianças em uma das etapas mais importantes de sua vida, a
alfabetização e o seu desenvolvimento psicomotor. Pesquisar o ser humano é
buscar uma compreensão e um sentido para as questões humanas, e traz para
o centro desta pesquisa bibliográfica o educador e o educando. Buscar
respostas e levantar novas questões a respeito dos elementos das condições
humanas que norteiam os sujeitos é ter consciência que somos, dentro da área
educacional, pesquisados e pesquisadores.
Conforme Soares (1996) buscar na escola o aprendizado é, sobretudo
“mergulhar para conhecer”. Ao afirmar isso Carmem Lúcia Soares (2008) ainda
nos diz que talvez a escola fosse o lugar aonde vamos para aprender coisas,
ampliando os horizontes do aluno no qual ele não conseguiria sem a escola.
Assim, após o estágio supervisionado nas séries iniciais do ensino
fundamental, a pesquisadora percebeu que a professora titular da turma
durante o tempo estagiado, tinha suas aulas norteadas na alfabetização
tradicional, com quadro, cadernos e carteiras, e muito pouco relacionava as
vivências motoras e o desenvolvimento psicomotor, no qual se despertou a
necessidade de investigar na literatura, questões que nos afirmam da
relevância que os professores/educadores tragam para suas práticas a
psicomotricidade e a indispensável contribuição que esta traz para o dia a dia
em sala de aula e no processo de alfabetização, bem como na vida da criança
fora do contexto escolar.
b) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ao buscar na literatura, reflexões acerca do desenvolvimento da criança


nas séries iniciais do ensino fundamental, encontra-se diversos autores
renomados e que dedicam obras relacionando a psicomotricidade e
aprendizagem, e citam como de extremamente importância essa temática ser
cada vez mais aprofundada pela área acadêmica, estes autores trazem para
os profissionais da educação, reflexões indissociáveis a aprendizagem o
desenvolvimento da psicomotricidade e indispensáveis de que
professor/pedagogo, tenha essas teorias como base de suas práticas dentro de
sala de aula. Autores pioneiros da psicomotricidade e da alfabetização como
Jean Piaget, Wallon, Le Bouch, Vigotsky, Paulo Freire entre outros trouxeram
as primeiras reflexões acerca dessa abordagem e atualmente renomados
autores como Oliveira trazem para os debates acadêmicos estudos e reflexões,
na qual encontramos inúmeros trabalhos acadêmicos pautados em suas
teorias, na qual nos afirmam e demostram que em suas obras o
desenvolvimento do corpo e suas relações com a aprendizagem da leitura e
escrita e possui papel fundamental no processo educacional da criança. A
educação escolar tem a missão de integrar a inserção do aluno na
alfabetização, no letramento e na sua iniciação de estudante, na qual ao
potencializar os sentidos que trazem para as crianças experiências prazerosas
e de significados. A escrita enquanto etapa de desenvolvimento intelectual, é
de extrema importância para a inserção do indivíduo no meio social, é por meio
da necessidade de comunicação que a escrita representa uma forma de
linguagem.
A criança em etapa escolar, busca nos professores facilitadores de suas
dificuldades, já que o processo de alfabetização depende de estímulos, e
organização, tanto por parte de setor cognitivos e emocionais da criança, como
na sensibilidade do professor em diagnosticar o que, como e quando evoluir de
uma etapa para outra de estímulos e aprendizagem. Assim, percebemos a
importância e a fundamental relevância do professor prevenir e realizar ações
que determinarão o futuro da alfabetização da criança, já que aulas com pouco
afeto, pouco esforço em procurar a melhor maneira de estimular a
aprendizagem e a alfabetização da criança, pode se tornar um tormento e um
trauma para a criança. O que segundo Amaral, Barbosa (2009, p 7224)
afirmam em seus relatórios no Congresso Nacional de Educação:

Diante de inúmeras pesquisas já realizadas sabe-se o período da


alfabetização é um dos momentos da criança de grande importância
para sua trajetória escolar, “[ ...] é também condição de sucesso ou
fracasso escola.” Convém destacar que a aquisição de leitura e
escrita não é tarefa fácil, e inúmeros são os métodos utilizados na
tentativa de alfabetizar, mas o que se tem acompanhado é que uma
quantidade significativa das crianças em processo de alfabetização
apresentam uma série de dificuldades.

A educação psicomotora deve ser a base educacional dessa etapa da


aprendizagem da criança, e ampara o desenvolvimento das funções motoras,
bem como o desenvolvimento intelectual. A atenção, a memória, e o raciocínio,
bem como a afetividade de que demandas as emoções longo do processo de
aprendizagem devem estar interligadas. Assim afirma Oliveira (1997, p.28)

A educação psicomotora para ser trabalhada necessita que as


funções perceptivas, afetivas e sócio motoras sejam estimuladas,
assim, a criança explora o mundo, passa pelas experiências
concretas e indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual.

Da afirmação de Oliveira (1997) entendemos que a alfabetização


depende de que seu desenvolvimento psicomotor esteja sendo estimulado de
forma que suas capacidades e habilidades motoras estejam de acordo com sua
faixa etária para que o educando seja avaliado e diagnosticado desde o início
do processo de alfabetização, assim auxiliando em suas dificuldade globais
(cognitivas, afetivas e motoras).
A alfabetização tem o significado de domínio da leitura e da escrita,
porém esse domínio é o resultado de um longo e delicado processo, o da
aprendizagem. A criança para ser alfabetizada precisa passar por uma série de
etapas de desenvolvimento, depois disso, ela estará apta a aprender a
começar a dominar a leitura e a escrita em seu processo de alfabetização.
Conforme relatos de Amara, Barbosa 2009, p. 7228 “... ao iniciar o processo de
alfabetização devemos ter em mente um trabalho cujo ser aprendente é um
sujeito ativo disposto a descobrir o mundo que o rodeia por meio de suas
próprias ações”. Segundo Colello (1995, p. 1600),
...a falta de atenção da escola ao movimento dos indivíduos se
fundamenta na concepção dualista do homem, segundo a qual a
mente predomina sobre o corpo. Apesar dos vários estudos
mostrarem a importância desta área, as escolas continuam deixando
em segundo plano a prática psicomotora, pois pensam no ato de
escrever como sendo um ato motor que, repetido várias vezes, por
meio de movimentos mecânicos e sem sentido, pode ser fixado.
Portanto, a grande preocupação dos educadores durante o processo
de aprendizagem limita-se ao treinamento das habilidades
responsáveis pelos aspectos figurativos da escrita, como
coordenação motora, discriminação visual e organização espacial. No
entanto, o autor considera a escrita um ato essencialmente motor,
destacado de qualquer outra esfera do desenvolvimento, seja afetiva,
cognitiva ou social. De acordo com Negrine (1980), as aprendizagens
escolares básicas devem ser os exercícios psicomotores, e sua
evolução é determinante para a aprendizagem da escrita e da leitura.

Alfabetizar uma criança é acima de tudo, auxiliar com que essa criança
se sinta parte da sociedade em que está inserida, descobrindo assim um
mundo novo, onde as palavras, sons e fantasia se misturam na imaginação. No
entanto esse processo, como já exposto anteriormente é longo e delicado.
Conforme Gregg (1992 apud GARCIA, 1998) a criança em desenvolvimento e
no processo de alfabetização, encontra dificuldade que vão desde o
desenvolvimento das habilidades de escrita (disgrafia) até os erros de
soletração, na qual desencadeiam diversas outras dificuldades como: Confusão
de letras, lentidão das percepções visuais, inversão das letras entre outras que
podem ainda aparecer conforme o desenvolvimento intelectual, emocional e
afetivo da criança.
Essas dificuldades, se consolidadas ao longo da infância, tornam-se
mais evidentes no ambiente escolar, onde o processo de aprendizagem é
institucionalizado. Ajuriaguerra (1988) destaca que a escrita envolve, além de
habilidades cognitivas, as habilidades psicomotoras, pois o ato de escrever
está impregnado pela ação motora de traçar corretamente cada letra e
constituir a palavra. Quando se coloca em questão o desenvolvimento motor, é
necessário, além da maturação do sistema nervoso, a promoção do
desenvolvimento psicomotor, objetivando o controle, o sustento tônico e a
coordenação dos movimentos envolvidos no desempenho da escrita. Para
(PEREIRA, CALSA). 2007 p. 1600
Segundo Ferreira (1993, p.18), não existe aprendizagem sem que
seja registrada no corpo. Para a autora, a participação do corpo no
processo de aprendizagem se dá pela ação do sujeito e pela
representação do mundo. Todo conhecimento apresenta um nível de
ação (fazer os movimentos) e um nível figurativo (dado pela imagem
pela configuração) que se inscreve no corpo. Pensando no
desenvolvimento da criança de forma integrada e buscando entender
aspectos físicos, afetivos, cognitivos e sociais, é necessário o estudo
do desenvolvimento psicomotor.

O processo de escrita parece ser nas séries iniciais, a que exige da


criança, uma maior habilidade, já que os códigos, as informações visuais,
auditivas e as vivências culturais e sociais se dificultam ainda mais com as
habilidades motoras e psicomotoras. Assim, quando a criança apresenta
dificuldades nesta etapa de ensino, as preocupações de professores limitam –
se em buscar ênfase no treinamento doa aspectos figurativos da escrita, o que
pode limitar o trabalho ao trazer o processo e as dificuldades como algo
essencialmente motor. Alves e Calsa (2007, p. 1602 apud Ajuriaguerra, 1998)
nos afirmam:

Essas dificuldades, se consolidadas ao longo da infância, tornam-se


mais evidentes no ambiente escolar, onde o processo de
aprendizagem é institucionalizado. Ajuriaguerra (1998) destaca que a
escrita envolve, além de habilidades cognitivas, as habilidades
psicomotoras, pois o ato de escrever está impregnado pela ação
motora de traçar corretamente cada letra e constituir a palavra.
Quando se coloca em questão determinado movimento motor, é
necessário além da maturação do sistema nervoso, a promoção do
desenvolvimento psicomotor, objetivando o controle, o sustento tônico
e a coordenação dos movimentos no desempenho da escrita.

O processo de aprendizagem na alfabetização, na aquisição da leitura e


da escrita, é complexo e a criança tem a necessidade de buscar referências
nas suas vivências e estímulos, a participação do meio em que ela está
inserida é fundamental, a família, os colegas, e os profissionais da educação
fazem parte dessa busca de seu melhor desempenho. Conforme Amaral e
Barbosa (2009) os símbolos, as diversas formas de discriminação visual,
auditiva nos sons das palavras a serem codificadas a forma das letras,
correspondem a diversas estruturação por parte da criança, e seu primeiro
processo é a estrutura “... para o processo de alfabetização implicando assim
no desenvolvimento de algumas habilidades psicomotoras que se
correlacionam com a escrita” (AMARAL, BARBOSA, 2009, p.7229)
A história da psicomotricidades no desenvolvimento da humanidade,
teve seu início de estudos datados na década de 60, no qual somente nos anos
70 e 80 o campo científico e acadêmico atingiu seu auge de pesquisas e
contribuições. Haetinger (2005) citado por Colevati, Pinho e Sorroche ( 2009)
citam em suas obras que Dupré (1909) foi um importante pesquisador dessa
área de conhecimento, e relacionou o indivíduo em seus fatores psíquicos e
sociais, o que trouxe evoluções da psicomotricidade já que esse campo tinha
estudos restritos de conhecimentos. Outros importantes e renomados autores
da área psicomotora são segundo Bueno (1998, apud FONSECA 1995) :

Dentre eles Dupré, em 1909, concedeu destaque ao termo


psicomotricidade, após relacionar perturbações psicológicas à
perturbação motora. Outro pioneiro no estudo da psicomotricidade, no
campo científico, foi Henri Wallon, médico, psicólogo e pedagogo, que
em 1995 principiou os estudos da reeducação psicomotora no
desenvolvimento psicológico da criança e também introduziu o senso
de identidade corporal. Wallon ocupa-se do movimento humano
dando-lhe uma categoria fundante, como instrumento na construção
do psiquismo, permitindo assim relacionar o movimento ao afeto, á
emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo.

Podemos ainda destacar pelas leituras realizadas que Henri Wallon, ao


longo dos anos, é referência nos estudos atuais, em vários campos de estudos
e pesquisas, que vão desde a pedagogia, medicina, psiquiatria e educação
física, que tem a cultura corporal como centralidade de seus estudos. Inúmeros
são os pesquisadores que debruçaram seus esforços para compreender as
questões humanas nas esferas corporais, psíquicas e motoras, frente a essas
afirmações temos ainda autores como Ozeretsky, Vygotsky, Bermnsteinm,
Galperin, e outros da década de 70 que definiram termos e definições da
psicomotricidade, sendo alguns muito pesquisados nos tempos atuais, como a
motricidade e suas relações com a aprendizagem e as experiências vividas
pelos indivíduos. Conforme Colevat et al (2009 p.17 apud Haetinger, 2005) :

...a psicomotricidade tem uma ligação direta com o pleno


desenvolvimento do ser, uma vez que, tem por objeto de estudo o
movimento humano associado ao ambiente, á cognição, á emoção e
as significações. Por ser uma área de estudo disciplinar, relaciona
cada movimento com seu contexto. As múltiplas dimensões
existentes em cada expressão, gestos, ato e movimento, devem ser
observadas durante a mediação das experiências proporcionadas aos
educandos.

No Brasil os principais autores encontrados em pesquisas e trabalhos


acadêmicos, são: Oliveira, Fonseca, Negrini, Fávero, Gonçalves, Moraes,
Garcia, Furtado, entre outros renomados pesquisadores, autores de inúmeras
obras e que foram pesquisados neste artigo.
Para entender o papel da psicomotricidade no desenvolvimento global
da criança, é importante o professor perceba e conheça as esferas de
desenvolvimento do aluno, levando em consideração que a psicomotricidade
traz junto com suas práxis a relação de corpo e mente seguido da sociedade
em que o aluno está inserido, á sua afetividade familiar e a sua personalidade e
ainda sua tomada de consciência de seu corpo e a união desses fatores. Todos
esse conjunto de informações nos leva a buscar na literatura, os aspectos
psicomotores que relacionam a organização do desenvolvimento da crianças.
Segundo Xisto e Benetti (2012, p. 1825, apud SANTOS et al 2009):
Os aspectos psicomotores: organização espacial, lateralidade,
esquema corporal, são fatores importantes no processo de
aprendizagem e desenvolvimento da criança, pois enriquecem as
suas habilidades de desenvolvimento no que se refere á apropriação
de conceitos e formas diferentes de pensar, por meio das
experiências.

Ainda, conforme leituras realizadas ao longo da formação acadêmica, e


sempre voltadas especificamente no desenvolvimento psicomotor da criança e
sua aprendizagem voltada a alfabetização, pode-se perceber que é de extrema
importância o professor entender alguns conceitos do desenvolvimento
psicomotor conforme Xisto & Benetti (2012, apud OLIVEIRA 1997)

• Coordenação Global: Depende da capacidade de equilíbrio postural do


indivíduo. Ex: Conscientização global do corpo ao andar, correr, saltar rolar,
pular, arrastar-se, nadar, lançar, pegar e sentar.
• Coordenação Fina: São as habilidades e destrezas manual tão importante
para a alfabetização no que diz respeito a escrita.

• Coordenação óculo-manual: Junto com a coordenação motora fina,


desenvolver a coordenação óculo manual auxilia na escrita e constitui fatores
de maturação do sistema nervoso, tonicidade e coordenação da motricidade
dedos mãos.

• Esquema Corporal, suas etapas e perturbações: As crianças percebem o


mundo e as coisas que os rodeiam pelo corpo, o esquema corporal auxilia a
criança a diferenciar, sentir as diferenças entre objetos, corpo, movimentos,
imagens de si e do ambiente e outras pessoas construindo processos de
amadurecimento. As etapas do esquema corporal se dividem em três fases:
Corpo Vivido – até três anos de idade, Corpo Percebido ou descoberto – De 3
a 7 anos e Corpo representado – Dos 7 aos 12 anos. Não ter essas etapas
desenvolvidas podem trazer dificuldades na criança, como por exemplo
insuficiência de percepção e controle do próprio corpo, dificuldade de equilíbrio,
coordenação e controle respiratório, o que é agravante no processo de
aprendizagem e alfabetização.

• Lateralidade: É a propensão que o indivíduo tem em utilizar mãos, olhos e pés


mais de um lado do corpo do que do outro. Esse predomínio motor faz com que
um dos lados se desenvolva com mais força e precisão, sendo seu
desenvolvimento psicomotor de extrema importância na aprendizagem da
criança.

• Estruturação Espacial: É através da estruturação do espaço que nos situamos


e vivemos relações entre o que fazemos o que vivemos observando e
comparando, assim combinamos semelhanças e notamos suas diferenças.

• Estruturação Temporal: Para entendermos os movimentos humano temos que


ter as noções do corpo, espaço e tempo, e suas ligações. O tempo de
movimentação, coordenação devem estar relacionado com um sistema de
referência.
• Sistema Nervoso: O sistema nervoso é o meio pelo qual o corpo percebe os
meios internos e externos, controlando também as atividades do organismo, as
funções musculares, os órgãos o cérebro, especificamente no córtex cerebral é
o centro de processamento de informações e instruções ao organismo. É
importante destacar ainda segundo a pesquisa realizada que o Sistema
Nervoso relaciona-se diretamente com o movimento do indivíduo, e aqui em
especial a criança em etapa de alfabetização e desenvolvimento cognitivo e
motor. Para Scoot et al (2000), algumas funções do sistema nervoso central
são: Movimentos voluntários, Movimentos reflexivos, Movimentos automáticos.
Ao buscar entender melhor o controle do movimento por parte da
criança, buscou-se nas teorias de Henri Wallon, revisada no livro de Izabel
Galvão (1995)
Conforme Isabel Galvão (1995, p. 49) Wallon chama de disciplinas mentais a
capacidade de controle do sujeito sobre suas próprias ações.

Essa capacidade está ligada ao amadurecimento dos centros de


inibição e discriminação situados no córtex cerebral, que se dá por
volta dos seis, sete anos. Antes dessa idade, a possibilidade de a
criança controlar voluntariamente suas ações é pequena. Isso se
reflete, por exemplo, na dificuldade em permanecer numa mesma
posição ou fixar a atenção sobre um foco.

A criança tende a reagir indiscriminadamente aos estímulos exteriores,


sua atividade é marcada pela instabilidade. A ação a determinados estímulos
controla o sujeito e traz fortalecimento de ações voluntárias que passa a
comandar os sentidos e as ações motoras. Assim, a criança torna-se mais
capaz de se desligar de suas reações espontâneas, imediatas, e de postergar
sua ação, realizando atividades que demandam planejamento. A dificuldade
da criança em permanecer parada e concentrada como a escola exige
testemunham que a consolidação das disciplinas mentais é um processo lento
e gradual, que depende não só de condições neurológicas, mas também está
estreitamente ligada a fatores de origem social, como desenvolvimento da
linguagem e aquisição de conhecimento. Assim, a escola tem um importante
papel na consolidação das disciplinas mentais.
Quando determinado os objetivos a serem desenvolvidos e considerar
entre o desenvolvimento psicomotor e os objetivos no processo ensino
aprendizagem, existem ainda características a serem determinadas, como as
aptidões físicas, aptidões perceptivas, comportamentais e as habilidades
previamente diagnosticadas da criança. Esses diagnósticos são de extrema
importância para que o professor entenda o seu aluno, e suas necessidades de
aprendizagem e desenvolvimento, intelectual, cognitivo e motor. Buscado um
maior entendimento do papel desses fatores no desenvolvimento do ensino
aprendizagem, encontramos em Xisto & Benetti (2012, p. 1831):

As aptidões perceptivas são aquelas que auxiliam o aluno a


interpretar o significado dos estímulos orais, visuais, táteis, auditivos,
corporais e de coordenação, entre outros, tomando consciência do
seu corpo, da forma pela qual ele se move, da sua posição no espaço
e nas relações entre ele e o meio ambiente. Praticamente, do
estímulo adequado das atividades perceptivas depende a integração
da criança ao seu meio, bem como o desenvolvimento de aptidões
físicas que lhe permitirão executar habilidades motoras das mais
simples para as mais complexas.

Ao aprofundar as leituras, percebe-se a natureza que se detêm cada


conhecimento e o quanto é enriquecedor para a alfabetização por parte do
professor para com seu aluno. As questões psicomotoras e os processos
facilitadores para a alfabetização formam mecanismos que fazem do ser
humano aprendiz, perpassar por inúmeras etapas, assim, o desenvolvimento
de habilidades que se relacionam com a escrita, leitura e a psicomotricidade
são conforme Amaral, Barbosa (2009): As discriminações das formas das letras
correspondem a habilidade de estruturação espacial, essas se desenvolvem
quando são expostas ao alunos em diversas formas, seja ao localizarem
objetos , organizando livros em um ambiente norteado de significados, essa
organização espacial ocorre junto com uma estrutura através da compressão
da criança, das noções de diversas situações.

c) METODOLOGIA

Buscando nortear este estudo, no qual se acreditou ser de extrema


importância para a formação acadêmica da pesquisadora, entender e perceber
através de leituras e pesquisas, a importância que a psicomotricidade tem no
desenvolvimento do educando. Bem como a extrema relevância do
professor/pedagogo das séries iniciais do ensino fundamental nortear seus
planejamentos e suas práticas com o máximo de instrumentos recomendado
pelos pesquisadores, para um melhor desenvolvimento de aprendizagem do
aluno. Para que este estudo acontecesse foram realizadas pesquisas
bibliográficas em cinco bases de dados bibliográficos sobre o tema no qual
foram publicados em artigos científicos e revistas confiáveis de publicações
acerca do tema aqui apresentado, e foi ainda utilizado nas leituras e citações
um livro de Henri Wallon, revisado e comentado por Isabel Galvão. Foram
realizadas pesquisa em site da internet do governo federal MEC (2017). Ao
finalizar as pesquisas em cada base, as referências citadas nos artigos
utilizados não foram referenciadas pois constam e fazem parte dos artigos
utilizados. O limite de tempo dos artigos publicados foram entre 1995 e 2015.
Sendo os artigos disponíveis on-line e referenciados neste artigo.

d) CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assim, a cada estudo, e em cada pesquisa, percebe-se a necessidade


da escola, e seus profissionais, professores, pedagogos, equipes pedagógicas,
direção, pais, todos os envolvidos com o aprendiz, refletirem e busquem os
saberes necessários para a facilitação dos processos de aprendizagem dos
alunos. Seja pela dedicação desses profissionais em enxergar na criança, suas
necessidades de afetividade, amorosidade, cuidados, carinhos, expressar
esses sentimentos conduz o processo para os objetivos da especificidade da
escola, que é nortear, as crianças para uma aprendizagem significativa de
sentidos, e objetivando o desenvolvimento integral do aluno, em esferas
afetivas, cognitivas, de suas inteligências e de sua psicomotricidade, na qual
destaca-se e levanta-se argumentos que trazem esse campo de estudo para o
centro da alfabetização e suas necessidade fundamentais de desenvolvimento.
A esses argumentos destacam-se as leituras de Amaral & Barbosa (2009) na
qual trouxeram muitas contribuições para essa pesquisa e ficou evidente a forte
relação entre as atividades escolares e o desempenho neuromuscular, por isso
o favorecimento no processo ensino aprendizagem percebeu que não há como
desvincular a aprendizagem do movimento e que a educação psicomotora
faculta uma formação básica para toda a criança.
Afirmando a intensa relação do processo de alfabetização com a
psicomotricidade muitos autores destacam que pensamento e movimento se
confundem, de maneira que não se desencadeia nenhuma atividade sem que
músculos e cognição sejam juntamente ativados, (AMARAL, BARBOSA, 2009,
p. 7234) Diante destas pesquisa bibliográfica e as afirmações de renomados
autores aqui pesquisados, e as vivências em sala de aula pela acadêmica,
pode se perceber que temos hoje como realidade uma dificuldade de
professores compreenderem, nas dificuldades das crianças na leitura e na
escrita as relações cognitivas que dificultam ou facilitam o processo de
alfabetização. E ainda, podem-se citar os aspectos afetivos sociais e cognitivos
da criança, que ao perceber as dificuldades do aluno o professor deverá
relacioná-los e assim, buscar entender e auxiliar da melhor maneira possível
essa criança para que o mesmo seja inserido no mundo da leitura e da escrita
letrado e alfabetizado.
REFERÊNCIAS

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alfabetização: contribuições do movimento na lectoescrita. – IX Congresso
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Psicopedagogia – 2009. PUCPR.
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http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2087_1628.pdf

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GALVÃO, Izabel. _ 4ª Edição EDITORA VOZES Petrópolis 1998: Henri Wallon:
uma concepção dialética do desenvolvimento infantil /Izabel Galvão. -
Petrópolis, RJ ; Vozes, 1995. - (Educação e conhecimento) bibliografia
ISBN 85-326-1402-7 1. Crianças - Desenvolvimento 2. Genética do
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1879-1962. I. Título. II. Série. 95-1144
CDD-155.7

ANEXOS

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