Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
na Educação
Física Escolar
Material Teórico
O brincar e a criança com deficiência
Revisão Textual:
Profª. Dra. Maria Isabel Andrade Sousa Moniz
O brincar e a criança com deficiência
Nesta unidade, iremos refletir sobre as condições para a criança brincar e as adaptações
necessárias de local, brincadeiras e brinquedos. Iremos discutir sobre a formação do professor
e legislação, no que se refere à inclusão.
Então, bom estudo e lembre-se de que em caso de dúvidas, estarei em contato com você
através do ambiente virtual.
5
Unidade: O brincar e a criança com deficiência
Contextualização
Explore
Para o momento de contextualização, sugerimos que leia o livro MENINA BONITA DO LAÇO DE
FITA. Coleção: BARQUINHO DE PAPEL. Autor: ANA MARIA MACHADO.
Observe o desenvolvimento das habilidades imaginativas e a importância da diversidade para a or-
ganização social contemporânea. Faça uma reflexão crítica.
6
O brincar e a criança com deficiência
Nesta unidade, iremos refletir sobre as condições para a criança brincar e as adaptações
necessárias de local, brincadeiras e brinquedos. Iremos discutir sobre a formação do professor e
legislação, no que se refere à inclusão.
Nas unidades anteriores, discutimos a relação entre o jogo, brinquedo e a brincadeira, porém não
podemos deixar de analisar essas questões no espaço escolar, já que estamos discutindo Educação.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei n.º 9.394/96 – garante aos indivíduos
o acesso e permanência no ensino regular, tendo como obrigação assegurar currículos, métodos,
técnicas e recursos educativos que garantam as necessidades dos alunos, sejam eles ditos
normais ou com deficiência.
Trocando Ideias
Porém, mesmo com a legislação buscando a efetivação da inclusão, a realidade aponta uma escola
separativista. Segundo Mantoan (2003), os sistemas escolares estão sistematizados a partir de um
pensamento que permite dividir os alunos em normais e deficientes, no que se refere às modalidades
de ensino, em regular e especial e os professores, em especialistas das diferenças.
7
Unidade: O brincar e a criança com deficiência
A mesma autora ainda afirma que a organização da escola está marcada por uma visão determinista
(rígidas relações), mecanicista (obedecendo às relações), formalista (obedece às normas de
comportamento) e reducionista (redução sistemática). (MANTOAN, 2003).
Trocando Ideias
Ao analisarmos que um dos fatores mais importantes para a inclusão no espaço escolar é a
adaptação do aluno com os amigos de sala e professor, para que assim a prática pedagógica venha
favorecer a independência e autonomia dentro da escola e da sala de aula, precisamos investigar
como essas relações se estabelecem.
Revisitando a história da educação especial, podemos encontrar fatores significativos para a
permanência dos estigmas em relação à dificuldade dos alunos e professores ao ter que lidar com a
inclusão. Uma delas se deve ao fato da deficiência, desde o século XV, estar ligada ao misticismo e
ocultismo (MAZZOTA, 2001), resultando na marginalização das pessoas com deficiência e indivíduos
com qualquer tipo de comportamento que se diferencie da maioria do grupo social.
8
Nesse contexto, afirmamos a necessidade de reflexões no que se refere às questões da formação
do professor, pautada na necessidade de que ele próprio revisite a história da humanidade e
seu percurso pessoal, para entender o processo de apropriação do brincar na efetivação da
construção da aprendizagem.
No que se refere às estratégias de ensino utilizadas na prática pedagógica para o ensino do
aluno com deficiência, Reganhan e Braccialli (2007), apontam a necessidade de observar a
escolha de estratégias mais adequadas, que possibilitem o sucesso da aprendizagem e, assim,
ampliem suas experiências, criatividade e flexibilidade.
Segundo os mesmos autores, é importante eliminar atividades que não beneficiam o aluno
ou que impossibilitem a execução das mesmas. No entanto, é necessário introduzir atividades
complementares específicas para o aluno, de forma individual ou em grupo.
Os recursos utilizados pelos professores para o ensino do aluno com deficiência é fundamental
para o ensino e para o aprendizado, pois contribuem na estruturação, compreensão e interpretação
dos conceitos estudados.
A princípio, a inserção do aluno com deficiência sem a necessidade de adaptação de
procedimentos de ensino é fundamental, partindo para a observação das necessidades
educacionais especiais dos mesmos para realizar a adaptação quando necessário.
Ideias Chave
É importante o professor refletir sobre sua prática de ensino, a fim de conhecer e entender seus métodos
e o aluno a ser trabalhado, tentando quebrar o estigma social, que reforça a forte desaprovação de
características ou crenças pessoais que vão contra normas culturais. Uma delas, a de seleção natural
na busca da perfeição de habilidades e competências universais e o afastamento das diferenças.
Na unidade II, discutimos que brincar traz para a criança uma nova noção do que é realidade,
no sentido que ela tem, para transformá-la. O mundo dos adultos é complexo e pode ser muitas
vezes imutável. Diferente o mundo da criança, em que tudo é fantasia e fácil de ser modificado
sem imposição a sua maneira de pensar, reafirmando nossa reflexão da necessidade da escola
se efetivar como espaço inclusivo.
Ao desenvolvermos procedimentos, métodos e teorias que atinjam as especificidades das
deficiências, estaremos criando experiências de extrema importância para qualquer criança,
independente de sua condição. Já que os mesmos procedimentos e métodos possibilitam a
aquisição de conhecimento da criança com deficiência, estimulará ainda mais as habilidades e
competências das crianças ditas normais, sendo que aprimorará as que já possuem.
Ainda na unidade III, discutimos que os primeiros anos de vida da criança são os mais
significativos para vivenciar as experiências. Para que resultem em uma memória corporal
significativa, as experiências vividas anteriormente, entretanto, podem ser estimuladas
pela atuação do adulto no que se refere à educação, tanto nos aspectos da instrumentação,
como na afetividade.
9
Unidade: O brincar e a criança com deficiência
Assim, a aprendizagem por meio dos jogos, brinquedos e brincadeiras se efetiva como
necessária para crianças com deficiência, tendo em vista a exploração sensório-motora e as
várias experiências. Por meio da relação entre a aprendizagem com os jogos, brinquedos e
brincadeiras, segundo Brougère (2008), estamos explorando diferentes aspectos e conceitos,
como a imaginação, que varia de acordo com a idade, a situação e o sexo da criança. Apoiando-
se em histórias reais e irreais, o toque, a criança desenvolve sentimentos e a sua atividade
lúdica, permitindo assim manipular os códigos culturais e sociais. A falta de referência dos pais
na vida da criança pode ser muito significativa. A socialização da criança através do objeto e
do brinquedo, além de ser um objeto de fonte cultural, traz à criança suporte de ação, conduta
lúdica, formas, imagens, símbolos, para serem manipulados.
Explore
10
A necessidade de refletir sobre cultura, já que estamos buscando nos aprofundar no processo
pedagógico, é também criar o hábito de investigar o ambiente e o público com que iremos
trabalhar. Assim como os conceitos que cada brincadeira ou brinquedo têm em cada cultura,
assim recebem diferentes nomes e formatos, mas mantêm os mesmos fundamentos básicos.
Para que a criança possa desenvolver-se integralmente na área do conhecimento, independente
de sua condição, os professores precisam ter um pensamento interdisciplinar, ou seja, explorar
sua inteligência, a linguagem, o sensorial, o sócio-motor, o perceptivo e a coordenação motora.
(LEGARDA e MIKETTA, 2012, p. 101).
Para as crianças com deficiência, a mediação com o brincar permite a ação física e mental,
pois possibilita a experiência da ordem, desordem e reordenação. Estimula a formação do
laço social através da história contida nos jogos e brincadeiras e expressa pelos companheiros
de jogo e por ter como premissa a atividade simbólica, estimula a função representativa e o
deslocamento, a simbolização dos impulsos, em detrimento da atuação.
Explore
As cores das flores (dirigido por Miguel Bemfica – Espanha)
www.youtube.com/watch?v=s6NNOeiQpPM
11
Unidade: O brincar e a criança com deficiência
Como vimos, os jogos, brincadeiras e brinquedos são tão importantes para a criança dita
normal como para a criança com deficiência e que o processo da apropriação desses conceitos,
como processo pedagógico, inicia-se na formação para educadores, no momento em que o
aluno-professor passa pelas experiências e pelo processo de interiorização das vivências vividas.
Assim, o aluno-professor poderá avaliar a eficiência do material, elaborar estratégias de
trabalho e posteriormente colher e analisar dados do processo de aprendizagem da criança
por meio dos brinquedos, jogos e brincadeiras. A adaptação dos mesmos pelo aluno-professor
e futuro professor terá, além da fundamentação teórica, a experimentação, nas mais diversas
áreas do conhecimento, do qual a disciplina que estamos estudando propõe.
Brincando de casinha
Curso Pedagogia- 2013 – Universidade Cruzeiro do Sul- Disciplina Jogos e Brinquedos
12
A elaboração de materiais com objetivos específicos
proporciona ao futuro professor uma reflexão sobre a
articulação das diferentes linguagens, para produção de
materiais que serão utilizados para qualquer público.
13
Unidade: O brincar e a criança com deficiência
14
Material Complementar
O Oitavo Dia
Le Huitième Jour é um filme belga de 1996, dirigido por Jaco van Dormael. 1997 (Es-
tados Unidos), Direção: Jaco Van Dormael, Duração: 118 minutos.
Georges, com sua síndrome de Down, vive em um mundo distante e ilusório, visto apenas por
seus olhos, sempre em pensamentos positivos, menos quando alguém rejeita o seu amor. Nesse
momento, ele entra em crise e fica triste. Sua busca pelo amor é incansável e sua dor pela rejeição
é tremenda. Essa busca é pelo amor de sua mãe e de várias mulheres que ele encontra no decorrer
da narrativa, uma em especial, sua colega também com síndrome Down.
O filme retrata muito bem como se podem tirar conclusões precipitadas no decorrer de uma cena
e a reviravolta que a cena seguinte causa, mostrando o contrário. Um momento de reflexão para o
público perceber os erros e preconceitos cometidos por essas conclusões. Mostra também como a
vida pode ser simples e porque nunca se deve desistir.
Depois de assistir ao filme, quais as conexões que você consegue fazer com a Unidade que
estamos estudando?
Após assistir ao filme e elaborar suas reflexões, participe do fórum de discussões. Discutir com os
amigos é sempre muito produtivo.
Participe do fórum. Sua opinião é muito importante para nós!
15
Unidade: O brincar e a criança com deficiência
Referências
BOULCH, J. Le. O Desenvolvimento Psicomotor. Do nascimento até os 6 anos. A psicocinética
na idade pré-escolar. Porto Alegre: Artmed, 2001.
LEGARDA, María Del Carmen Ordóñez e MIKETTA, Alfredo Tinajero. Estimulação Precoce.
Inteligência Emocional e Cognitiva. São Paulo: Grupo Cultural, 2012.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São
Paulo: Moderna , 2003.
WAJSKOP, Gisela. Brincar na Pré-Escola. Coleção: Questões da Nossa Época. São Paulo:
Cortez, 1995.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/2697726/art-59-da-lei-de-diretrizes-e-bases-
lei-9394-96, acesso em 12/03/13.
16
Anotações
17
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil
Tel: (55 11) 3385-3000