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FORMAÇÃO CONTINUADA

Conceito De Formação Continuada

Sabe-se que, em um ambiente educacional, a formação não abrange apenas o professor, mas tam-
bém inclui os outros profissionais da educação, como os diretores, os orientadores educacionais, os
supervisores pedagógicos e os administradores escolares.

Contudo, nesta pesquisa, nós restringimos ao processo da Formação Continuada dos professores.
Apesar de nos atermos aos espaços propiciados formalmente pelas administrações escolares, sabe-
mos que os professores para construírem sua profissão, buscam subsídios teóricos também em ou-
tros espaços.

De modo geral, a formação em cursos de bacharelado não oferece condições suficientes referentes a
didáticas específicas para o exercício do magistério. Desse modo, alguns professores adotam em seu
trabalho de sala de aula uma prática didático-pedagógica de caráter empírico-intuitiva para exercer a
profissão docente de modo satisfatório.

Entende-se que a formação inicial se dá a partir da graduação e é base importante para o exercício
da docência. Mas, sendo insuficiente, requer do professor uma atitude de busca de uma formação
continuada, ao longo de todo o exercício profissional.

Neste sentido, Nóvoa (1992) afirma que: A formação não se constrói por acumulação de cursos, co-
nhecimentos ou técnicas, mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e
de (re) construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir na pes-
soa e dar um estatuto de saber a experiência. (1992. p. 25)

Nesta perspectiva, esta formação não depende apenas e diretamente de cursos propostos pela insti-
tuição a qual o professor esteja vinculado. Tem-se que considerar outros fatores que interferem na
formação do professor, seja de modo positivo - (facilitando, colaborando), ou negativo - quando estes
fatores dificultam o processo de formação.

No dizer de Pimenta; (...) ser professor também se faz com a experiência socialmente acumulada, as
mudanças históricas da profissão, o exercício profissional em diferentes escolas, a não valorização
social e financeira dos professores, as dificuldades de estar diante de turmas de crianças e jovens
turbulentos, em escolas precárias (...) (PIMENTA, 2001).

Pode-se concluir, concordando com Pimenta (2001), que uma identidade profissional se constrói a
partir da significação social da profissão; da revisão constante dos significados sociais da profissão;
da revisão das tradições. A Formação Continuada tem, entre outros, o objetivo de propor discussões
teóricas que possam colocar os profissionais atualizados em termos de novas metodologias de en-
sino e, com isto, contribuir para as mudanças que se fazem necessárias para a melhoria da ação pe-
dagógica na escola e, consequentemente, da educação.

Conforme dito anteriormente, conhecer novas teorias faz parte do processo de construção profissio-
nal, mas teorias não bastam. Faz-se necessário que estas mobilizem o professor a relacioná-las com
seu conhecimento prático construído no seu dia-a-dia, com suas experiências. (NÓVOA, 1992; PER-
RENOUD, 2000).

Situação Problema

Quando se refere à formação continuada, são enfatizados os seguintes aspectos do profissional


como a formação, a profissão, a avaliação e as competências que cabem ao profissional. O educador
depois de formado não deve limitar-se na prática profissional com conhecimentos acabados, em face
do mesmo tendo que adquirir uma visão fragmentada da realidade escolar.

Em outra situação, valendo-se do pressuposto de que o professor ao terminar o curso de graduação


na faculdade não estará pronto totalmente para enfrentar os problemas do dia-a-dia em sala de aula
é necessário que o mesmo continue estudando.

Contudo, por sua vez passa a ter uma visão equivocada em relação a suas práxis profissionais, pois
a prioridade esta juntamente com a formação continuada que dar-se ao longo de sua vida profissio-
nal.

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Desse modo, podemos salientar que no momento atual existe uma grande necessidade do indivíduo
buscar uma formação contínua que não tem início, meio e fim, mas constitui-se ao longo do processo
de ensino-aprendizagem.

Sobretudo, valendo-se da experiência profissional torna-se essencial que haja na sua formação uma
articulação entre teoria e prática para que ele tenha subsídios teóricos suficientes para compreender
à lógica na construção dos saberes na prática pedagógica dos professores em variados níveis na for-
mação continuada em questão que, irá respaldar sua atuação no âmbito de ensino.

Segundo o estudioso Philippe Perrenoud, a formação continuada profissional se organiza em determi-


nadas áreas prioritárias.

Dentre elas estão às competências básicas que cabem ao educador. Referem-se como áreas de
competências, devido a cada uma delas abordar várias competências. Por tanto, percebe-se o pro-
fessor que, nessa perspectiva a temática proposta destaca-se a necessidade da valorização entre te-
oria e prática, que é o alicerce da sua formação.

É consenso entre educadores e especialistas em educação que a formação de que dispõem o profes-
sor hoje no Brasil não contribui eficientemente para que os alunos se desenvolvam como pessoas,
tenham sucessos nas aprendizagens escolares e, principalmente, participem como cidadãos de pleno
direito num mundo cada vez mais exigente sob todos os aspectos.

Eixos Norteadores

Qual a importância da formação continuada na formação do profissional?

Qual a consequência que o mesmo reflete na vida profissional do professor?

Como se dá á os diferentes condicionantes de caráter social, cultural, político e econômico que inter-
ferem na edificação dos saberes dos professores durante sua formação?

Como ocorre a expansão de ideias e valores que se constituirão ao longo do processo de formação,
bem como a busca de novos saberes?

Através dos resultados da pesquisa, pode-se afirmar que a formação continuada promoveu uma mu-
dança nesses professores, alterando o modo de conceber e realizar suas práticas pedagógicas?

A formação continuada é capaz de promover uma revisão das práticas já consolidadas desses sujei-
tos?

Objetivos

Objetivo Geral:

Compreender os diferentes condicionantes, sociais, culturais, políticos e econômicos que interferem


na construção do conhecimento dos professores e graduandos durante sua formação, bem como
suas consequências na prática profissional.

Objetivo Específico:

Distinguir a formação continuada dos mesmos aos diversos enfoques que perpassam nas suas práxis
e a expansão de valores e ideias que se constituirão durante o processo de formação e busca dos
novos saberes.

Metodologia Estudos e Abordagens

Para o levantamento dos dados relevantes para este estudo foi delineado um questionário, aplicado
aos professores e graduandos que possuem formação inicial em cursos de especialização.

O trabalho apresentado indica a necessidade do estudo do tipo descritivo, pois pretendemos aqui
desvendar a respeito da Formação Continuada, tendo em vista que adotaremos os pressupostos do

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nosso estudo, que tem por objetivo registrar, estudar, analisar, entender e criticar uma determinada
cultura que se dará a partir dos pontos de vista dos sujeitos. Sendo que, os dados presentes nessa
pesquisa bibliográfica servirão de suporte teórico para o estudo.

Local/Contexto

O estudo foi desenvolvido com professores, nas dependências da Instituição de Ensino Pedro Barros
Prates no curso do Ensino Fundamental. Com professores graduados e pós-graduados que buscam
a cada dia a construção de novos saberes para prática pedagógica dos mesmos e o aprimoramento
pessoal e profissional, visando com ênfase à importância da Formação Continuada na vida de um do-
cente.

Informantes/Sujeitos

Foram os informantes professores e graduandos, no primeiro momento foram entrevistados professo-


res da instituição mencionada anteriormente, esses que em uma linha de tempo buscam o aperfeiço-
amento constantemente.

No segundo caso, foram sujeitos, os alunos do 5º semestre do curso de Educação Física da Universi-
dade do Estado da Bahia - UNEB.

Foram realizadas entrevistas com 03 professores do Curso de Biologia que contou com um roteiro de
entrevista que tem como finalidade desvendar como se dá as diferentes condicionantes, sociais, cul-
turais, políticos e econômicos que interferem na edificação dos saberes dos professores durante sua
formação. Junto aos graduandos foi desenvolvida a aplicação de um questionário constituído de per-
guntas abertas e fechadas.

Marco Teórico

O ponto de partida para a realização das primeiras leituras teve como base uma série de autores que
se consagraram como escritores na área da educação.

Nesse sentido, todos os livros lidos voltam-se exclusivamente seu foco de atenção para a construção
de novos saberes na prática do dia-a-dia na formação continuada dos professores que é o nosso ob-
jeto de estudo em questão.

O autor de renome mencionado na construção desse artigo bibliográfico foi o educador Pedro Demo
no seu livro FORMAÇÃO CONTINUADA: EDUCAÇÃO E CONHECIMENTO, 1996. Sendo que ado-
tando a dialética hegeliana, com base nos conhecimentos em algumas coleções, elencando algumas
biografias consultadas.
Formação Continuada: Passado e Futuro

Enquanto no passado, há 30 anos, por exemplo, um recém-formado na Universidade era considerado


um profissional pronto e tinha praticamente vaga garantida nas áreas de trabalho, hoje o cenário é
bem diferente, se não houver atualização constante seja por cursos em universidades, instituições ou
outras entidades de ensino ou mesmo a partir de processos autodidatas, corre o risco de ficar defa-
sado e não ser mais considerado adequado pelo mercado de trabalho.

Esse processo de mudança não ocorreu de uma hora para outra. As exigências do mercado e a
adaptação das universidades começaram lentamente na década de 1980 e explodiram nos anos de
1990.

Historicamente, os anos 80 foram marcados pelo crescente achatamento dos salários dos profissio-
nais da educação, uma vez que não havia reposição frente a uma inflação muito alta e também, por
índices exagerados de fracasso escolar no ensino fundamental com altos percentuais de evasão e
repetências.

Foi um tempo de greves em vários pontos do país, de amplos debates sobre os destinos da educa-
ção, dinamização das entidades educacionais e de articulação nacional dos diversos segmentos da
sociedade em torno da criação da lei das diretrizes bases, de reformas curriculares, em especial do

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ensino fundamental, da criação de programas de formação continuada e criação dos centros de for-
mação e aperfeiçoamento do magistério. Outros dois fatores que colaboraram com esse quadro fo-
ram o aumento da escolarização e a mudança no perfil do mundo do trabalho.

À medida que há mais pessoas se formando no ensino médio, há uma demanda maior pelo ensino
superior e, consequentemente, pela educação continuada. A sociedade vive na era da informação, na
qual os trabalhos que usavam como forças físicas para serem feitos são substituídas por informação
técnica e abstrata, ou seja, que exigem a capacidade de construir o próprio conhecimento.

Para suprir a necessidade do mercado, as instituições de ensino superior criaram diversos cursos
pós-graduação, especializações e extensões, seja para quem pretende seguir carreira acadêmica ou
para quem busca aprimorar conhecimentos a serem empregados a uma determinada área de atua-
ção profissional.

Segundo Luciano Sathler, diretor de Educação Continuada e a Distância da UMESP (Universidade


Metodista de São Paulo), alega que a universidade apenas acompanha as mudanças no mundo,
mesmo assim, critica o trabalho executado pelas instituições nacionais:

"A universidade está atrasada sem conseguir acompanhar o ritmo de formação que o mundo está
precisando. Precisa estar atenta para não ficar atrás do processo de transformação da sociedade."

Se hoje a concorrência é tão grande e exige-se cada vez mais especialização por parte dos profissio-
nais, como será o cenário no futuro?

Segundo Braga, a mudança pela qual passamos será maximizada para a próxima geração. E o pro-
cesso atinge desde a educação básica até a educação continuada. Nesse caso as pessoas terão que
se atualizar continuamente e, portanto, as universidades terão que criar projetos de formação para
esse público.

Não bastam inúmeras qualificações no currículo, a experiência pessoal e profissional é a grande dife-
rença entre a concorrência no mercado de trabalho.

Além disso, Braga indica um elemento que é distintivo para próxima geração: "O grande diferencial do
profissional do futuro, em termos de educação continuada, é aquele que sabe transformar informação
em conhecimento."

Deixar os estudos de lado significa parar no tempo e, como consequência, perder espaço no acirrado
mundo do trabalho, os jovens tem que compreender que hoje não existe profissional pronto. Ele se
faz ao longo de todo seu exercício de carreira, toda sua vida útil. Ele tem que estar preparado para
jamais deixar de estudar, finaliza Braga.

Em especial, compete ao aluno universitário estar atento sempre as mudanças da sociedade, visto
que se torna seu dever demonstrar o seu conhecimento teórico apreendido em sala de aula, reali-
zando seu trabalho com dignidade e procurando, dentro de sua área de atuação demonstrar que tem
competência, simplicidade, humildade e firmeza, lembrando-se que ser humilde é saber ouvir para
aprender, ser simples é ter conceitos claros e saber demonstrá-los de maneira cordial tudo aquilo que
já aprendeu e, dessa forma contribuir de modo significativo para a construção da sociedade e conse-
quentemente de um mundo melhor.

Essas questões são de grande interesse para o tema que se desenvolve com este breve estudo.
Trata-se de compreender essa diversidade de questões relacionadas com a formação de professo-
res.

A Formação Continuada, têm como embasamento vários pontos, onde pode-se contextualizar seu
desenvolvimento teórico-prático, resumindo brevemente alguns termos de exemplificação para me-
lhor compreendê-lo.

Tendências Na Formação Profissional dos Professores No Brasil

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O desenvolvimento profissional contínuo a que todos os educadores têm direito envolve a formação
inicial e continuada, sendo o professor no exercício de suas atividades, devido a sua ineficácia, o mo-
delo convencional de formação continuada dos professores, vem sendo bastante questionado nos úl-
timos anos.

As práticas na formação contínua, por vezes chamadas de treinamento, reciclagem, aperfeiçoamento


profissional ou capacitação, tem uma história recente no Brasil, no entanto, apesar de haver um reco-
nhecimento da necessidade de se manter essas práticas, observa-se que elas não têm surtido os re-
sultados esperados.

Há por outro lado, um conjunto de circunstâncias e escolhas política-administrativas, organizativas e


metodológicas que, quando ocorrem, gera dificuldades no campo da formação contínua, onde quer
que ela aconteça.

FREIRE retificava que, a falta de incentivos salariais ou instrucionais para que os professores partici-
pem de programas de formação e a inexistência de tempo previsto na jornada de trabalho e no calen-
dário escolar para a formação em serviço, no que diz respeito às questões políticas e administrativas
o que se constata é uma falta de articulação entre várias instâncias de gestão do sistema.

A descontinuidade dos projetos, a pressa com que as ações são planejadas e realizadas para aten-
der limitações do tempo político das administrações, tudo são fatores que colocam o problema a con-
trovérsia.

Com relação às questões metodológicas, os problemas são emblemáticos e avolumam-se, principal-


mente quando os sistemas de ensino optam por modalidades convencionais à formação contínua
com elevado número de professores, com palestras, seminários e grandes cursos concentrados.

Nesses eventos geralmente se dá ênfase à transmissão de informação teórica sem haver preocupa-
ção em avaliar a prática dos professores em formação, resultando num certo desconforto entre forma-
dores, professores e graduandos que nesses eventos consideram tudo muito teórico e os formadores
dizem que os professores e graduandos estão à procura de receitas.

Isso porque, os encontros para ensinar os professores a fazer ou vivenciar práticas pedagógicas, ra-
ramente se aprofunda a compreensão dos objetivos e possibilidades didáticas de aplicação das ativi-
dades realizadas nas oficinas em sala de aula.

De acordo com o Referencial Curricular para a formação de professores, do ponto de vista do modelo
de formação profissional, o que se verifica hoje é uma tendência no sentido de: Promover as transfor-
mações necessárias nas instituições responsáveis por formar professores, para que o processo de
formação aconteça num contexto favorável ao desenvolvimento de diferentes competências profissio-
nais.

Na perspectiva de Demo, o perfil do professor para o atual contexto de contemporaneidade deve ser;
autônomo, criativo, renovador, transformador e crítico. Um profissional docente capaz de orquestrar o
processo pedagógico e buscar caminhos para o futuro.

Para Demo (1993 p. 13), a superação da habilidade didática e pedagógica compreende restauração,
e ressalta que: O que se espera do professor já não se resume ao formato expositivo das aulas, a flu-
ência, vernácula, à aparência externa. Precisa centralizar-se na competência estimuladora da pes-
quisa, incentivando com engenho e arte a gestão de sujeitos críticos e autocráticos, participantes e
construtivos.

Em um discurso de Monlevade (1996), As considerações teóricas apresentadas, principalmente o co-


locam em discussão uma questão fundamental na formação dos docentes que é: como se dá a rela-
ção entre conhecimento e ação pedagógica para que possa, efetivamente, buscar os mecanismos de
formação mais eficientes? Os educadores reconhecem que o ensino-aprendizagem é um instrumento
fundamental para que ocorram as transformações exigidas pela sociedade?

Percebe-se que, são objetivos que vai além da informação ou mesmo do mero desenvolvimento de
um conhecimento intelectual, abarcando toda a formação humana e social da pessoa. É fácil perce-

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ber que metas tão ambiciosas envolvem conhecimento, comportamento, conceito, procedimentos, ati-
tudes, saber fazer e ser. Não podem ser atingidas com um ensino livresco, fragmentado e estag-
nado.

E pelas razões já explicitadas neste artigo a escola não tem conseguido alcançar seus objetivos, seja
pela formação deficiente do professor, seja por falhas na estrutura organizacional e funcional dos sis-
temas de ensino decorrente da falta de políticas públicas sérias e comprometidas em transformar a
realidade do ensino brasileiro, até mesmo porque, a sociedade não se deu conta de que é a partir de
uma educação de qualidade, que realmente uma nação cresce, se desenvolve e consegue viver em
plenitude.

Fatores Básicos Que Levam o Indivíduo a Buscar Uma Formação Contínua

A formação continuada deve ser suficientemente diversificada, de modo a assegurar o complemento,


aprofundamento e atualização de conhecimentos e de competências profissionais, bem como possibi-
litar a mobilidade e a progressão na carreira. Procurando conceituar as reais necessidades dos alu-
nos universitários que buscam por uma formação contínua.

Em particular, este capítulo busca situar de forma panorâmica sobre um breve esboço a respeito das
reais necessidades dos alunos universitários que buscam uma formação continuada. Logo, o estudo
realizado objetivou desvendar de que forma o pensamento do alunado de diferentes graduações,
como professores que vem lidando com tais questões de caráter social, econômico, político e cultural
que interferem em sua formação.

Existem várias formas de como os alunos universitários buscam para obter conhecimentos, sendo
constatado que, existem diversas maneiras para se buscar novos saberes através da participação em
seminários, palestras, cursos, oficinas, leitura de livro, revistas, jornais, pesquisas na internet, na bibli-
oteca e conversas com colegas de profissão.

Tal processo possibilita que haja a ampliação do referencial cultural político em relação à realidade
atual.

Na busca de novos saberes, existem diferentes formas que podem ser desenvolvidos pelos alunos
para aprimorar cada vez mais suas novas aprendizagens, por isso, a finalidade da educação escolar
na sociedade tecnológica, multimídia e globalizada, é possibilitar que os alunos trabalhem os conheci-
mentos científicos e tecnológicos, permitindo que haja o desenvolvimento de habilidades para poder
operá-los, revê-los e reconstruí-los com sabedoria. O que implica analisá-los, confrontá-los e contex-
tualizá-los.

Para isso, há que os articular em totalidades que permitam aos alunos irem construindo a noção de
cidadania mundial.

Sobretudo, torna-se necessário enfatizar que o professor deve usar uma prática pedagógica que con-
duza os alunos por caminhos estranhos, pelos quais eles ainda não foram preparados, pois só assim
estes estarão fornecendo subsídios teóricos e práticos para os alunos que passaram a enfrentar ame-
aças como os aspectos da confiança em si próprio e a possibilidade de acertar ou errar diante da rea-
lidade, e o mais importante é que neste momento passam a adquirir uma visão de mundo mais inte-
gradora.

Por outro lado, o estudo ora apresentado evidencia a questão da necessidade que o indivíduo sente
de aprender cada vez mais para aprimorar os saberes já existentes. A pesquisa torna-se imprescindí-
vel na formação de todo educador como também para o educando, pois este permite que haja o de-
senvolvimento da capacidade de investigação, reflexão e questionamento, bem como o aprimora-
mento de habilidades específicas, comportamentos e ampliação de novos conhecimentos.

Logo, o mercado de trabalho atualmente, como se encontra, exige profissionais cada vez mais com-
petentes e qualificados para trabalhar em seu interior. Por outro lado, na sociedade do conhecimento
tal nomenclatura não é vista como simples dados digitalizados, pois o saber torna-se um o recurso
humano, econômico e sociocultural mais determinante na nova fase da história da humanidade que

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com a utilização da expressão "sociedade aprendente" pretende-se titular a sociedade inteira de-
vendo entrar em estado de aprendizagem para que assim busque novos conhecimentos.

Nesta sociedade, o conhecimento se apresenta como um novo poder substituindo o domínio dos terri-
tórios pela força, o acesso a exploração das matérias-primas ou da mão-de-obra.

O conhecimento como o novo poder, estabiliza ou desestabiliza governos, relações nacionais e inter-
nacionais, políticas e empresariais, exigindo revisão das relações com o poder público. Este conheci-
mento afeta de uma forma ou de outra o desenvolvimento da produção, seja quanto à criação de no-
vos produtos a serem lançados, seja quanto às exigências de qualidade dos mesmos.

Sobretudo, cabe destacar que tal questão invade a área de recursos humanos, exigindo qualidade de
serviços em todos os setores da empresa, pede revisão também das próprias categorias ocupacio-
nais, formação continuada dos profissionais, bem como novas capacitações, como o aspecto do de-
senvolvimento da habilidade de adaptação ao novo, ao diferente diante da realidade, da criatividade,
da autonomia, da comunicação, da iniciativa e cooperação.

Necessita-se de profissionais intercambiáveis que saibam combinar imaginação e ação diante dos
desafios do mercado de trabalho. Em nossos estudos, podemos compreender que a produção do co-
nhecimento, o acesso a ele, o seu domínio, já não são privilégios exclusivo de algumas pessoas ou
instituições.

Logo o conhecimento, hoje se produz em diversos espaços e por múltiplos agentes que pertencem à
sociedade. Ao passo que através da realização da pesquisa teórica como a de prática podemos con-
trapor ideias e levantar questionamentos diferentes sobre vários temas que quando bem abordados
geram novos conhecimentos que ainda não foram descobertos.

Em especial o primeiro passo que deve ser seguido pelo educando é a questão do aprender a apren-
der, que significa não copiar e não reproduzir ideias já preestabelecidas consideradas talvez como
verdades absolutas, por que a verdadeira aprendizagem refere-se aquela que é construída com o
próprio esforço do indivíduo.

Logo, o caminho para a biblioteca torna-se essencial na formação do aluno que poderá munir-se de
leitura farta para dominar posturas explicativas, dinâmicas e reflexões diante da realidade, partindo
assim, para a construção de novos conhecimentos.

Outro passo que deve ser tomado refere-se à iniciativa de elaborar, indagar, questionar sempre que
possível a respeito de questões pertinentes, visto que o indivíduo, com o passar do tempo terá subsí-
dios para chegar lá fazendo tentativas aproximativas até sentir-se seguro em dar conta de pesquisar
um tema novo.

Entendemos que a pesquisa torna-se algo fundamental na prática profissional do professor que de-
verá possuir domínio teórico, para ser capaz de discutir alternativas explicativas da realidade e de
elaboração teórica própria, para que possa atuar com autonomia na realidade escolar, universitária e
no mundo do trabalho.

Para tanto, a discussão sobre o conhecimento abrange hoje todos os processos naturais e sociais
onde se geram as diversas formas de aprendizagem como também novas formas de experiências.
Um tema-chave para a escola ou universidade do futuro é sem dúvida, o aspecto da interatividade
cognitiva entre aprendizes humanos, máquinas inteligentes e aprendizes.

Os condicionantes sociais, econômicos, políticos e culturais são fatores significativos que pesam de
uma forma ou de outra na construção dos saberes dos alunos, isto é, por interferência da família, do
social, da comunidade, do sistema governamental e principalmente no que tange ao aspecto econô-
mico que se torna o principal agente responsável pelas dificuldades que são enfrentadas pelos edu-
candos no âmbito universitário.

A práxis pedagógica evidencia a existência da relação ativa dos homens com o seu meio que, pode
ser compreendido de modo organizado, em face dessa interação ser mediada pelo trabalho que im-
plica em uma aprendizagem que traz consigo em seu bojo uma experiência humana que foi historica-
mente organizada. Logo, a relação ativa estabelecida entre os homens com o meio natural e social

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reflete a mediação, ou seja, a aquisição de novas habilidades.

Nesse contexto, cabe destacar que é preciso compreender o desenvolvimento da educação que vem
a ser conceituada pela sociedade de que todo homem ao entrar no cenário histórico como um ser
ativo, questionador e reflexivo, ou seja, portador de uma consciência crítica envereda para o meio so-
cial transformando a natureza e, com isso também mudando a si próprio.

Atualmente a sociedade em que vivemos vem passando por um crescente processo de moderniza-
ção e evolução tecnológica trazidos com a globalização e a informática. Tais acontecimentos exigem
que homens e mulheres estejam sempre em busca de informações e cursos de qualificação para po-
der ingressar e permanecer no mercado de trabalho, este por sua vez torna-se mais exigente e com-
petitivo a cada dia.

MERCADO (1999) nos esclarece a respeito do processo de globalização que regula o mercado e as
relações entre os povos, as nações e as culturas, que coloca os modelos de comunicação e dinamiza
as redes entre os indivíduos:

As novas tecnologias criam novas chances de reformular as relações entre alunos e professores e de
rever a relação da escola com o meio social ao diversificar os espaços de construção do conheci-
mento, ao revolucionar processos e metodologias de aprendizagem permitindo à escola um novo diá-
logo com os indivíduos e com o mundo.

Para isso, é fundamental colocar o conhecimento à disposição de número cada vez maior de pes-
soas, dispondo de ambientes de aprendizagem em que as novas tecnologias sejam ferramentas insti-
gadoras capazes de colocar para uma reflexão crítica, para o desenvolvimento da pesquisa, sendo
facilitadoras da aprendizagem de forma permanente e autônoma. (p.27)

Nesse contexto, os professores devem estar comprometidos com a construção do conhecimento do


educando que precisam estar inseridos na perspectiva do processo político pedagógico, visto que a
construção do conhecimento resulta da relação sujeito e objeto, promovendo uma interação entre am-
bos, sendo necessário tanto para o professor como aluno acostumar-se com as novas tecnologias
procurando fazer a desmistificação do processo.

Sobretudo podemos ratificar que a universidade não é a única instituição social responsável pela
transmissão do saber, mas que todas as instituições que existem na sociedade trabalham em prol da
qualificação cultural e científica do homem, gerando assim consequentemente o bem estar pessoal e
social do indivíduo.

Verificamos que a formação continuada torna-se imprescindível na vida de todo profissional para que
tenha a oportunidade de abrir novos caminhos na sua profissão, pois o mercado de trabalho exige
que o indivíduo seja um profissional competente, criativo e dinâmico que saiba trabalhar em conjunto
e além de saber dividir os conhecimentos e as tarefas.

Formação Continuada na Prática Pedagógica

Pensava-se que, quando terminada a graduação, o profissional estaria plenamente pronto para traba-
lhar em sua área o resto da vida, passou-se a reconhecer a complexidade da prática pedagógica e,
desde então, vêm-se buscando novos paradigmas para compreender a prática docente e os saberes
pedagógicos e epistemológicos relativos ao conteúdo escolar a serem ensinados aprendidos, estes
parecem continuar sendo no nosso país pouco valorizado pelos programas de formação de professo-
res, pois equilíbrio entre inovação e tradição é difícil.

Nóvoa (1995) diz que: O aprender contínuo é essencial e que se concentra em dois pilares: a própria
pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente. Para esse es-
tudioso português, a formação continuada se dá de maneira coletiva e depende da experiência e da
reflexão como instrumentos contínuos de análise. O desenvolvimento das ciências da educação, con-
forme apontou Nóvoa (1995), parece está produzindo um efeito perverso, ou seja, ao mesmo que
propicia a produção de discursos que falam da autonomia profissional, de inovação, de professor re-
flexivo, de formação contínua, tem produzindo uma certa asfixia dos movimentos autônomos dos pro-
fessores, e, por essa via acabam trazendo alguma incapacidade para lançar práticas pedagógicas
inovadoras.

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Para Nóvoa, uma melhor adequação depende, em grande medida, do incremento da qualidade da
formação e professores. Para esse incremento contribui, de forma decisiva, a atenção dada à prática
pedagógica e, nomeadamente, ao estágio, concretizado através de atividades diferenciadas que in-
cluem a observação, a análise e a responsabilização por atividades docentes.

O trabalho dos professores precisa ser imaginado a partir, de uma nova formação, das práticas e do
associativismo e de um novo entendimento das políticas educacionais, entendida não como um con-
junto de micro competências adicionadas, mas como uma realidade que privilegia a todo um sistema,
onde se valorizam conhecimentos, capacidades, atitudes, níveis de adequação de intenções, todos
expressos num conjunto de relações interpessoais e institucionais que determinam o exercício ade-
quado da profissão. Afinal, os cursos de formação de professores tomam conhecimento de sua pro-
posta.

Se a educação é necessária ao sistema social, este não poderá subsistir, se não existirem pessoas
que por um período certo de sua vida ou durante toda a vida, estejam comprometidas com o trabalho
sobre a estrutura homogênea da educação. No sentido de se alcançar tanto o desenvolvimento do
alunado como do corpo docente, é necessária a apropriação de saberes científicos e críticos que se
constituirão nas disciplinas escolares (Demailly,1992) e darão condição à autoformação e à produção
do saber, através da investigação sobre o desenvolvimento do processo educativo.

Nóvoa (S/D) diz: "Os professores têm de se assumir como produtores da sua profissão". O desenvol-
vimento profissional corresponde ao curso superior somado ao conhecimento acumulado ao longo da
vida. Uma boa graduação é necessária, mas não basta, é essencial atualizar-se sempre, isso remete
a necessidade da formação continuada no processo da atuação profissional, ou seja, há a necessi-
dade da construção do saber, no processo de atuação profissional.

Já Schön identifica nos bons profissionais uma brilhante combinação de ciência, técnica e arte. É esta
dinâmica que possibilita o professor agir em contextos instáveis como o da sala de aula. O processo
é essencialmente meta cognitiva, onde o professor dialoga com a realidade que lhe fala, em reflexão
permanente.

Os bons profissionais lançam mão de uma série de estratégias não planejadas, cheias de criativi-
dade, para resolver problemas no dia-a-dia. Para maior mobilização do conceito de reflexão na forma-
ção de professores é necessário criar condições de trabalho em equipe entre os professores. Sendo
assim, isso sugere que a escola e as universidades devem criar espaço para esse crescimento.

No âmbito da prática pedagógica do professor em formação há que se enfatizar, também, o saber di-
dático que irá propiciar através do domínio da estrutura da disciplina didática de um processo geral de
transmissão e aquisição do saber escolar. Para tanto é necessário que a prática pedagógica incor-
pore, na formação do professor, a competência em nível de relações humanas, que diz respeito ao
comportamento do professor durante o desenvolvimento do processo educativo, não só na sala de
aula, mas em todos os ambientes utilizados para esse fim.

Além da competência relacional e do saber didático, na construção da prática pedagógica, são tam-
bém indispensáveis os saberes e saber-fazer pedagógicos relacionados com o trabalho em grupo na
sala de aula, com os materiais de ensino, as tecnologias e metodologias, (DEMAILLY, 1992).

Fatores Básicos Que Levam o Graduando a Buscar a Formação Continuada

Buscar situar-se de forma panorâmica a respeito das reais necessidades dos alunos universitários
que buscam uma formação continuada, desvendando a forma do pensamento crítico-reflexivo, esses
vem lidando com as questões de caráter que interferem em sua formação.

Constatou-se que, os demais alunos e professores pesquisados, ratificam que existem diversas ma-
neiras para se buscar novos saberes que, através da participação em seminários, palestras, cursos,
oficinas, leituras de livros, revistas, jornais, pesquisas na internet, biblioteca e conversas com colegas
de profissão.

Tal processo possibilita que haja a ampliação do referencial cultural político em relação à realidade
atual.

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FORMAÇÃO CONTINUADA

PIMENTA (1999) mostra que em relação à busca de novos saberes, existem diferentes formas que
podem ser desenvolvidos pelos alunos para aprimorar cada vez mais suas novas aprendizagens. Ve-
rificamos que a pesquisa se torna imprescindível na formação de todo educador, pois este permite
que haja o desenvolvimento da capacidade de investigação, reflexão e questionamento, bem como o
aprimoramento de habilidades específicas, comportamentos e ampliação de novos conhecimentos.
Logo, o mercado de trabalho atualmente, como se encontra, exige profissionais cada vez mais com-
petentes e qualificados para trabalhar em seu interior.

Entende-se que, a produção do conhecimento, o acesso a ele, o seu domínio, já não são privilégios
exclusivos de algumas pessoas ou instituições. Logo o conhecimento, hoje se produz em diversos es-
paços e por múltiplos agentes que pertencem à sociedade. Ao passo que através da realização da
pesquisa bibliográfica como a de campo podemos contrapor ideias e levantar questionamentos dife-
rentes sobre vários temas que quando bem abordados geram novos conhecimentos que ainda não
foram descobertos.

Entendemos que os condicionantes sociais, econômicos, políticos e culturais são fatores significativos
que pesam de uma forma ou de outra na construção dos saberes dos alunos, isto é, por interferência
da família, do social, da comunidade, do sistema governamental e principalmente no que tange ao
aspecto econômico que se torna o principal agente responsável pelas dificuldades que são enfrenta-
das pelos educandos no âmbito universitário.

Diante disso ao analisarmos a questão do fenômeno educativo, torna-se intrínseco que o processo da
práxis pedagógica evidencie a existência da relação ativa dos homens com o seu meio social, cultu-
ral, político e econômico que pode ser compreendido de modo organizado em face dessa interação
ser mediada pelo trabalho que, implica em uma aprendizagem que traz consigo em seu bojo uma ex-
periência humana que foi historicamente organizada.

Logo, a relação ativa estabelecida entre os homens com o meio natural e social reflete a mediação,
ou seja, a aquisição de novas habilidades.

Mediante as colocações anteriormente realizadas, compreendemos que o processo de apropriação


dos saberes decorrente da prática educativa do educador que, aliado com os processos educativos
que acontecem em uma escola bem variada em diferentes instituições sociais, como a escola, família,
igreja, a comunidade em geral que se manifesta de diferentes formas, seja ela de caráter social, polí-
tico, econômico e cultural representam na realidade diferentes maneiras de ser. Mediante as coloca-
ções anteriormente realizadas perguntamos para os graduandos e professores - Como você futuro
profissional da Educação vê a questão da Formação Continuada na vida profissional?

CARVALHO (2000) aborda a respeito da aprendizagem na formação continuada e cooperativa no


campo de trabalho e na escola:

Aprendizagem Cooperativa é a organização de classe em pequenos grupos que trabalham constru-


indo o seu próprio conhecimento sob a orientação do professor, e desenvolvendo várias habilidades
de interação, aprendizado e cooperação: a interdependência positiva, a responsabilidade individual, o
desenvolvimento de habilidades, a participação igualitária, a dinâmica do grupo e a interação entre os
seus membros. (p.23)

Em particular, a formação continuada do professor apresenta grandes desafios que envolvem novas
formas de prover o conhecimento sobre as novas tecnologias.

Logo, é preciso que nessa ótica a questão da preparação do professor seja levada em consideração,
pois tal processo deve propiciar vivências e experiências que contextualizem o conhecimento que o
professor constrói, pois é o contexto da escola, a prática dos professores e a presença dos seus alu-
nos que determinam o que deve ser abordado nos cursos de formação.

Sobretudo ao discutir a formação continuada verifica-se que o modelo de educação que ocorre em
um determinado espaço físico, apoiada em métodos e técnicas e na especialização do saber são re-
sultados das mudanças que vêm acontecendo em todos os campos do saber e na sociedade são
deslocados para uma perspectiva da educação continuada ou permanente que dá importância ao su-
jeito da educação, à reflexão e à aprendizagem e a sua aplicabilidade à vida social.

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FORMAÇÃO CONTINUADA

Instituições Como Bases Para Formação

Cabe ressaltar que tais espaços não privilegiam apenas a aquisição de saberes meramente acadêmi-
cos, mas sim objetiva valorizar competências, habilidades, comportamentos e atitudes que são consi-
derados essenciais na formação do indivíduo.

É possível perceber que a universidade tem responsabilidades múltiplas no contexto social, mas,
neste trabalho, importa destacar dentre as muitas funções da universidade, a parceria realizada entre
universidade e escolas, e no interior desta parceria a formação continuada de professores e graduan-
dos.

Sobretudo, compreendemos que nesse contexto, torna-se preciso conhecer e explorar a ideia de que
tanto professores como alunos são atores sociais que exercem seus poderes e constroem seus sabe-
res sobre dados circunstanciais e contextos específicos que, de uma forma ou de outra, acabam influ-
enciando o processo de ensino-aprendizagem e o próprio papel do educador que, ao fazer a contex-
tualização e a contextualização dos saberes, faz com que surja a diferença entre a formação inicial e
a continuada.

Em particular, cabe mencionar que o processo de formação continuada pode ser compreendido a
partir de várias concepções, entre elas estão à inicial que geralmente ocorre no âmbito da escola do
ensino médio ou na educação superior e a contínua que ocorre ao longo do desenvolvimento da vida
profissional, pois nesse contexto torna-se notório estabelecer uma definição entre ambas. Sobre a di-
ferença que existe entre a formação inicial e a contínua.

NUNES (2000) aponta que: A formação inicial tem sua gênese nos espaços das instituições formado-
ras, cuja finalidade última centra-se na produção do profissional do ensino, que mediante seus objeti-
vos e a organização do trabalho pedagógico, propicia determinadas bases de preparação habilitando
o futuro professor para o pleno exercício do trabalho docente.

Logo as bases edificadas dão-se a partir do domínio de certas competências e habilidades, isto é, ci-
entíficas e, profissionais ou conceitos seja, ele de caráter técnico, pedagógico, político e social que
são veiculados nas instituições formadoras. (NUNES p. 6)

Todavia, outro aspecto relevante de ser levado em consideração na formação docente refere-se ao
fato de que essa formação enquanto curricular, necessita ser vista como um processo gradativo que
não se concretiza de uma só vez.

Tal fato mostra que a formação continuada não pode ser tomada como algo pronto e acabado, ou
seja, aquilo que se repete indefinidamente. Logo tal processo ocorre em uma realidade que se faz no
cotidiano. É um processo que precisa ser repensado.

Sobre a situação sobre a situação da formação inicial, as professoras portuguesas RODRIGUES


(1992 p. 55) & ESTEVES (1993 p.4) afirmam que: A formação não se esgota na formação inicial, de-
vendo prosseguir ao longo da carreira, de forma coerente e integrada, respondendo as necessidades
de formação sentidas pelo próprio professor e às do sistema educativo, resultantes das mudanças
sociais e/ou do próprio sistema de ensino.

Entendemos que a formação continuada dos professores deve ser analisada como um ato contínuo,
que visa fazer da educação algo permanente viabilizando o crescimento pessoal e profissional do
professor objetivando o desenvolvimento da profissão docente, chamando-a de formação contínua
dos professores.

Formação continuada é um meio de permanente atualização acadêmica para o aprofundamento e


aprimoramento através da participação em cursos e palestras. O lócus mais adequado e propício
para o seu desenvolvimento refere-se justamente a escola e a universidade, nas quais ambas se arti-
culam e revessam na construção de novas ideias e práticas que são voltadas para atender a forma-
ção do indivíduo.

Por outro lado, podemos compreender que a universidade passa a ser vista como centro do saber
que fica com a responsabilidade de realizar a qualificação do aluno no processo de ensino-aprendiza-

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FORMAÇÃO CONTINUADA

gem bem como para o despertar das capacidades e habilidades dos universitários que terão a oportu-
nidade de aprender conceitos, teorias e conhecimentos práticos de como se deve trabalhar no campo
científico da ciência em qualquer área do saber, ou seja, com "novas" técnicas e métodos reconheci-
dos pelos cientistas referentes ao planejamento da investigação científica, à questão da estrutura e à
aplicação dos testes e até a apresentação e comunicação dos seus resultados de estudos realiza-
dos.

Logo, pretende-se com esse processo contribuir para a construção da autonomia do educando no
âmbito acadêmico, mas almeja-se prepará-lo para servir e participar da comunidade e da sociedade
civil que engloba as categorias das dimensões sociais, culturais, políticas e econômicas.

Sobre o papel da universidade na formação dos docentes BARROS (1986) nos diz que: O Sistema
Nacional de Pós-Graduação define as funções da universidade que deve ser responsável pela forma-
ção de professores, formar pesquisadores para o trabalho científico e reparar profissionais dos mais
elevado nível, com o objetivo de tornar as universidades verdadeiros centros de atividades criativas
permanentes. (1986 p. 16)

Notamos que uma das funções da universidade é de conectar o conhecimento ao âmbito acadêmico
que deve ser responsável pela produção do saber contextualizado e social que necessita fazer parte
do cotidiano do aluno para que ele saiba lidar com o saber teórico e prático para que possa respaldar
sua atuação na universidade, na sociedade e no mercado de trabalho.

Por outro lado, uma das grandes dificuldades que ocorre no campo da pesquisa refere-se aos profes-
sores titulados que possuem uma formação cultural bem elevada, pois eles de modo geral não que-
rem dar aulas nos cursos de graduação das universidades onde se encontra a grande maioria dos
alunos universitários que estão lá para aprender e buscar novos conhecimentos.

Na realidade existe uma certa repugnância por parte dos professores que preferem trabalhar em ou-
tras atividades docentes ao invés de estarem dentro de sala de aula produzindo e socializando o co-
nhecimento, já que são pesquisadores e construtores do saber.

Cabe destacar que a relação entre universidades e escolas de ensino na formação em serviço carac-
teriza-se como sendo uma parceria muito importante para o desenvolvimento profissional dos profes-
sores e graduandos tanto das universidades como dos que atuam na educação básica (FUSARI,
1997, p.154).

Formação Continuada e o Ensino de Biologia

É muito claro que o ensino de Biologia precisa ser voltado para a criação de estímulo ao aprendizado
autônomo e investigativo, onde a ciência torna-se instigante e surpreendente, em vez de conceitos
estáticos e meramente memorizados.

Como parte de todas as orientações pedagógicas atualmente vigentes, a contextualização e interdis-


ciplinaridade são os carros chefes e devem ser enfocadas, bem como a construção do conhecimento
do concreto para o abstrato, também é fundamental para um aprendizado eficiente.

Se analisarmos os parâmetros e orientações que balizam a educação básica no país podem tirar al-
gumas conclusões importantes para o trabalho na formação continuada os professores de ciência e
Biologia.

Sobre a formação contínua dos professores e graduandos de Biologia as orientações curriculares


para o ensino médio, MEC (2006), cita: "para isso, é fundamental que o professor seja capacitado,
recebendo as orientações e condições necessárias a uma mudança na forma de ensinar Biologia, de
maneira a organizar suas práticas pedagógicas de acordo com as concepções para o ensino da Bio-
logia, tendo como referência os PCNs.

A capacitação contínua deverá possibilitar ao professor reconhecer que a mudança de sua ação de-
pende de uma educação contínua, por meio de simpósios, encontros, cursos de aperfeiçoamento que
possibilitem a construção coletiva de novas alternativas educativas e permitam, também, que o pro-
fessor se aproprie da cultura científica."

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FORMAÇÃO CONTINUADA

Shulman (1987), evidencia que, os professores vivenciam situações complexas na sala de aula e
para isso, precisam de uma base de conhecimento, que sustente os processos de tomada de deci-
são. Essa base de conhecimento é constituída por um conjunto de compreensões, conhecimentos,
habilidades e disposições necessárias para atuação efetiva em situações específicas de ensino e
aprendizagem. Mais do que nunca, a necessidade da continuidade aos estudos fica evidente ao per-
cebermos o momento histórico em que estamos inseridos.

Estamos vivendo na era da informação e da sociedade do conhecimento, onde a velocidade em que


o conhecimento é gerado e compartilhado através das novas tecnologias torna crescentes as exigên-
cias e os desafios impostos ao professor (aoKi, 2004).Além da formação técnica especifica, para futu-
ros profissionais da área, deve-se pensar em uma formação científica e tecnológica geral que permita
a todas as pessoas um aprendizado contínuo, posterior à escola. Isso contribuiria para uma participa-
ção democrática nas decisões.

Nas sociedades democráticas é necessário que as pessoas tenham conhecimentos que possibilitem
compreender e opinar e tomar decisões autônoma e coletivamente. Destaca ainda que, com os cons-
tantes avanços tecnológicos, é necessário que as gerações mais jovens sejam usuárias competentes
das novas ideias e tecnologias, e que a ciência a se aprender, mais do que a relacionada com o co-
nhecimento de fatos, definições e leis, deverá ser a dos modelos interpretativos e dos processos de
gênese desse tipo de saberes.

Neste sentido, García e Porlán (2000) apontam a existência de três tendências gerais de formação de
professores de Ciências: modelos baseados na primazia do saber acadêmico, modelos baseados na
primazia do saber tecnológico e modelos baseados na primazia do saber fenomenológico.

Ao apresentarem e discutirem o modelo de formação de professores de Ciências que defendem, de-


nominado por eles como modelo de "saber profissional como conhecimento prático-complexo" refor-
çam a ideia de um processo formativo pautado na investigação e na proposição do professor como
um investigador.

Tal modelo de formação é elaborado a partir dos seguintes aspectos principais: perspectiva sistêmica
e complexa da concepção da realidade e das ideias; identificação de uma visão crítica dos processos
sociais, educativos e de formação de professores; visão construtivista do conhecimento; concepção
investigativa do trabalho docente; definição do saber profissional desejável como conhecimento prá-
tico complexo e compreensão de que o conhecimento prático se organiza em torno a problemas do-
centes interconectados em âmbitos de investigação profissional.

Análise dos Resultados

As questões foram respondidas por professores dos cursos de Qualificação em Letras, da modali-
dade PLATAFORMA FREIRE.

Pós-graduandos em Psicopedagogia e professores que pensamem dar continuidade a sua formação.


Graduandos do 5º Semestre de Educação Física da Universidade do Estado da Bahia- UNEB.

Na caracterização dos professores entrevistados, 13% não possuíam alguma pós-graduação, dentre
especialização.

Para os docentes entrevistados, o momento de planejamento e o momento de aula são as atividades


mais importantes, analisando os perfis dos entrevistados professores, verifica-se que 54% deles já
participaram de cursos de formação continuada. Dentre os graduandos que participaram 70 % afirma
que darão continuidade ao seu nível de conhecimento.

A capacitação ou especialização em educação, a experiência de vida e a responsabilidade social, a


capacidade de mostrar ao aluno a importância do conhecimento.

E, por fim, foi destacado que a pós-graduação realizada influenciou na área de pesquisa, mas pouco
contribuiu na didática em sala de aula. Delineia-se, desse modo, a partir das respostas dos professo-
res entrevistados, certo padrão, no qual já se sobressaem à experiência e a trajetória pessoal como
fatores importantes na formação e na sua prática docente.

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FORMAÇÃO CONTINUADA

Finalizando o questionário, os professores escolheram duas características mais importantes para a


formação e complementação pedagógica do professor, dentre elas.

O domínio do conteúdo teórico-prático foi à característica mais citada, seguida por compromisso pro-
fissional e didática. A motivação profissional foi citada por alguns dos professores, seguida por atuali-
zação profissional e interdisciplinaridade, citadas pelos graduandos. Nenhum professor citou experi-
ência profissional como característica importante para a sua formação e complementação pedagó-
gica.

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