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Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Editoração e Arte
Produção de Materiais Didáticos-Uniube
Revisão textual
xxxxxxx
Diagramação
Jessica de Paula
Ilustrações
xxxx
Projeto da capa
Agência Experimental Portfólio
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Apresentação.........................................................................................VII
Bons estudos!
Capítulo Concepção de Infância
1
Introdução
Para iniciarmos este estudo quero contar para você um fato
relatado por uma professora que pode nos ajudar a refletir sobre
o caráter histórico da concepção de infância.
Então o guia explicou que era comum que as crianças das classes
altas fossem criadas por governantas e amas, e que morassem
em outro local, distante dos pais, e viessem visitá‑los de vez em
quando.
Figura 2: Quadro de
Maria Antonieta.
Fonte: Foto do acervo
particular de Marília de
Dirceu Daher.
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Objetivos
Após o estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
• explicar o caráter histórico da concepção de infância;
• identificar as várias concepções de infância propostas nos
diversos momentos históricos;
• explicar as mudanças que ocorrem na sociedade atual e a
concepção de infância daí decorrente;
• destacar as ideias centrais do pensamento de Rousseau com
relação à infância;
• mostrar a importância do pensamento de Rousseau na
compreensão do ser‑criança.
Esquema
1.1 O caráter histórico da concepção de infância
1.2 Uma nova “concepção” do ser‑criança
1.3 Considerações finais
1.4 Conclusão
6 UNIUBE
PESQUISANDO NA WEB
Casimiro de Abreu
Ai que saudades
Ruth Rocha
Pela leitura dos poemas, podemos perceber que, apesar de trazer versos
semelhantes, cada autor expõe sua percepção de infância de maneiras
opostas: enquanto Casimiro fala da infância com prazer e saudosismo,
Ruth Rocha mostra que foi uma fase difícil de sua vida.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
Faça a leitura do texto a seguir com atenção. Desta forma você com
preenderá como são os estudos sobre a infância na atualidade. Foram
selecionados para os nossos estudos os itens 1.3 e 1.4, do Capítulo 1 da
dissertação de mestrado Cultura infantil: um estudo sobre as brincadeiras
criadas pelas crianças numa perspectiva sociocultural. Uniube (2004).
Autora: Maria Emília Silva Loyola.
Consideradas à parte (ou não) pelos adultos, as crianças estão aí, por todos
os lados se relacionando, falando, fazendo e expressando o que pensam,
veem e sentem sobre as coisas, pessoas, fatos da vida, enfim. Quantas
vezes as crianças nos mostram situações complexas, fazendo‑nos pensar
UNIUBE 13
Não é para menos, pois, segundo Qvortrup citado por Quinteiro (2002, p.
23), enquanto outros profissionais, como psicólogos, psiquiatras, pedagogos
etc., desenvolveram trabalhos sobre as crianças há um século, os sociólogos
da infância reuniram‑se pela primeira vez em 1990, no Congresso Mundial
de Sociologia. A partir daí, organizações de âmbito nacional no Reino
Unido, na Ex‑República Federal Alemã, na França, nos países nórdicos e
nos Estados Unidos da América foram criadas iniciando‑se nos dizeres de
Sarmento lembrado por Quinteiro (2002, p. 23) “[...] um olhar caleidoscópico
sobre a sociologia, no sentido de identificar a presença da infância no
desenvolvimento do pensamento sociológico e descortinar as razões da
sua gritante ausência nas correntes clássicas da sociologia”.
A voz dos pequeninos não espera por espaço e tempo para ser falada. Ela
está aí. A voz dos pequeninos espera para ser ouvida e entrar no diálogo
com todos. Fazer-se presente. Aguarda, sim, por uma escuta sensível o
suficiente para compreender que o mundo infantil – do qual já fizemos parte
UNIUBE 17
Autores que, além de pensarem na criança como ser que é, e não no ser
que será, lançam‑se na busca de conhecer suas interações, seus dilemas,
seus sofrimentos, seus prazeres e o significado de tudo isso na constituição
da nossa sociedade. Autores que procuram, por meio das falas e das
brincadeiras das crianças, desvendar seus mundos e suas maneiras de
interpretar a realidade, considerando as suas “Cem Linguagens”:
SAIBA MAIS
A criança
É feita de cem.
A criança tem
Cem mãos
Cem pensamentos
Cem modos de pensar
De jogar e de falar.
Cem sempre cem
Modos de escutar
As maravilhas de amar
Cem alegrias
Para cantar e compreender.
Cem mundos
Para descobrir.
Cem mundos para inventar. (...)
A criança começa a ser vista como um ser por inteiro, parte da história e
não à parte da mesma. Alguém que é por inteiro e não um adulto imperfeito
a ser aperfeiçoado nem tampouco um pequeno selvagem a ser civilizado e
que se manifesta e se expressa sem cessar, porque é feita de cem formas
de ser criança.
“(...) eu penso que nunca segui um comportamento histórico que não tivesse
como ponto de partida uma questão colocada pelo presente”. (ARIÈS, 1981)
Com relação aos gregos, mesmo sabendo que a Grécia clássica viveu
um amálgama de culturas muito diferentes, parece que prestavam pouca
atenção à infância como um estágio específico do desenvol vimento humano.
Dentre as estátuas remanescentes nenhuma é de criança. As palavras
usadas para se referirem à criança e jovem são ambíguas. Não se tem uma
ideia clara do que os gregos consideravam ser infância. Postman (1999, p.
20), citando de Mause, lembra que entre os gregos, na época de Aristóteles,
o infanticídio era praticado sem restrições morais ou legais. Embora
acreditasse que deveria haver limites impostos a essa pavorosa tradição,
Aristóteles não le vantou objeções firmes a ela. Curioso é que ao lado desse
“descaso” para com a infância outras ideias (ou sentimentos?) contraditórias
são evidenciadas por Heródoto numa de suas histórias, conforme apresenta
Postman (1999, p. 20): dez coríntios vão a uma casa com o propósito de
matar um menino que, de acordo com um oráculo, destruiria a cidade quando
crescesse. Ao chegarem a casa, a mãe, imaginando que faziam uma visita
amistosa, põe o menino nos braços de um dos homens. O menino sorri e,
como diríamos, conquista o coração dos homens, que saem sem executar
sua missão mons truosa. Não se diz a idade do menino, mas é obviamente
pequeno o suficiente para ser carregado nos braços de um adulto. Talvez
se tivesse oito ou nove anos, os homens não tivessem tido dificuldade de
realizar seu intento.
SAIBA MAIS
Com esse relato podemos perceber que o sentimento para com a infância
parece ter sido despertado em várias pessoas, em diferentes contextos
sociais e históricos.
Com os romanos a atenção para com a criança pequena toma uma dimen
são até então desconhecida. Afirma Postman (1999, p. 22):
Vejamos!
26 UNIUBE
Referências
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
GADOTTI, Moacir. Histórias da ideias pedagógicas. São Paulo: Editora Ática, 2002.
KRENAK, Ailton. O lugar onde a terra descansa. MEC, Rio de Janeiro: Eco Rio, 2000.
LARA, Tiago Adão. Caminhos da razão no ocidente: a filosofia nas suas origens
gregas. Petrópolis: Vozes, 1989.
MOROE, Paul. História da educação. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1982.
STEARNS, Peter N. Trad. de Mirna Pinsky. A Infância. São Paulo: Contexto, 2006.
TOMAZI, Nelson Dacio (Coord.) Iniciação à sociologia. São Paulo: Atual, 1993.
VICENTINO, Cláudio. História geral. São Paulo: Scipione, 1993.
Endereços eletrônicos
Introdução
Caro(a) aluno(a) do curso de Pedagogia; no desenrolar da leitura
deste texto, iremos refletir um pouco sobre a aprendizagem da
criança de acordo com o contexto histórico e social, descobrindo que,
no Brasil, foi somente a partir de 1990 que a Educação Infantil, como
um todo, inclusive sob o enfoque das questões públicas, deixou
de representar várias funções, para se preocupar com a questão
pedagógica. Você perceberá que foi nesse sentido que surgiu a
necessidade de articular o cuidar e o brincar com a presença de
profissionais qualificados para trabalhar nas escolas infantis.
Objetivos
Ao final deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
2.1 Refletindo sobre a história da Educação Infantil.
2.2 O cuidar e o educar sob a ótica do RCNEI.
2.3 A importância do jogo no desenvolvimento infantil.
2.4 Compreendendo melhor os estágios sensório-motor e
pré-operatório do desenvolvimento infantil.
2.5 Refletindo sobre os princípios educativos citados no volume
1 do RCNEI.
UNIUBE 33
EXPLICANDO MELHOR
PARADA OBRIGATÓRIA
Ainda há muito para se fazer e não podemos nos esquecer de que ainda
estamos longe de uma educação verdadeiramente democrática.
IMPORTANTE!
Objetivos gerais
Linguagem oral
Movimento e
Identidade e
autonomia escrita
Música Natureza e
sociedade
Artes visuais
Matemática
Objetivos
Objetivos
Conteúdos
Conteúdos
Orientações
didáticas
Seguindo essa linha de raciocínio, o que precisa ficar muito claro é que
não temos uma definição homogênea de criança, nem mesmo no interior
de uma mesma sociedade:
Figura 6: O brincar.
Fonte: DepositPhotos/ Acervo EAD Uniube.
Enquanto educador, você já deve ter observado que toda criança brinca,
mesmo que retiremos todos os brinquedos de sua volta. Ou seja, para a
criança, não é a ausência de brinquedos que constitui o ato de brincar,
uma vez que qualquer instrumento pode perfeitamente virar um carro
de corrida ou mesmo um avião. Assim, podemos dizer que, quando ela
utiliza o lápis como se fosse um carro ou um avião, ela se relaciona
com o significado em questão (a ideia de carro ou de avião) e não com
o objeto concreto que tem nas mãos. Oliveira (1995), ao explicar sobre
UNIUBE 51
PESQUISANDO NA WEB
Caso não tenha assistido, você poderá obter mais informações sobre o filme
acessando o endereço: https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Vida_%C3%89_Bela.
PONTO-CHAVE
EXEMPLIFICANDO!
Jogo simbólico
Veja nos versos: “Agora eu era o herói (...)/Agora eu era o rei (...)/A gente era
obrigado a ser feliz(...)”. As partes, em negrito, estão destacadas justamente
para você perceber a forma particular das crianças se expressarem por volta
dos 4 anos, período pré-operacional.
Jogo de regras
EXPLICANDO MELHOR
Quanto mais estímulos a criança receber nessa fase, melhor será seu
desenvolvimento, uma vez que é por meio da estimulação que ela conseguirá
organizar seus primeiros hábitos, assim como reconhecer pessoas e objetos.
IMPORTANTE!
IMPORTANTE!
Nesta fase não adianta ficar perguntando a todo o momento o que a criança
acabou de desenhar, uma vez que, para cada pergunta, ela dará diferentes
significados ao mesmo rabisco: é o papai, é um carro etc.
SAIBA MAIS
Função simbólica:
IMPORTANTE!
sua forma de pensar e agir, ainda não compreende regras sociais nem
acordos, portanto estes pares não significam acordos ou compromissos
mútuos. No entanto, ao contrário da fase anterior, os conflitos agora já
configuram disputas (brigas), que podem se tornar frequentes.
Figura 6: Badamecosgirinos.
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
DICAS
EXPLICANDO MELHOR
Reversibilidade do pensamento
Possibilita à criança:
• construir noções de conservação de massa e volume;
• dar-se conta da presença de múltiplas dimensões num mesmo
problema;
• estabelecer relação entre altura, largura e quantidade.
EXEMPLIFICANDO!
Como a garrafa é mais fina e mais alta que o copo, a criança que ficou com
o copo, mesmo assistindo a toda a divisão, não aceitará a divisão, pois
acreditará que na garrafa tem mais líquido do que em seu copo.
IMPORTANTE!
EXPLICANDO MELHOR
Sabemos que são vários os motivos pelos quais os pais buscam a escola,
mas a maioria a busca por acreditar nela como forma de ascensão
social. Torna-se então evidente o compromisso e a responsabilidade do
educador nesse processo.
IMPORTANTE!
IMPORTANTE!
DICAS
2.6 Conclusão
A Educação Infantil, de acordo com o que orienta o RCNEI, deve ter
como meta favorecer o desenvolvimento intelectual, afetivo, psicomotor,
social e moral de todas as crianças, independentemente de credo, raça
ou condição social, visando à sua formação como cidadãos autônomos.
Nos estudos sobre a BNCC você perceberá que algo a mais está sendo
proposto em termos de avanço pedagógico. A criança continua no
centro do processo educativo, contudo, o documento traz algo novo ao
reconhecer essa etapa de escolaridade como importantíssima para a
construção da identidade e da subjetividade da criança. A BNCC (BRASIL,
2017) em sua organização contempla seis direitos de aprendizagens,
assim elencados:
Resumo
Referências
BALAGUER, Irene; PLANS, Tina Roig. Entrevista. In: Revista Pátio, Porto Alegre:
Artes Médicas, ano 2, n. 7, 1999.
BORGES, Teresa Maria Machado. A criança em idade pré escolar. São Paulo:
Editora Ática, 2003.
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não: cartas a quem gosta de ensinar.
São Paulo: Olho d’ Água, 1993.
KRAMER, Sônia. (org.). Com a pré escola nas mãos – uma alternativa curricular
UNIUBE 79
LIMA, Adriana Flávia Santos de Oliveira. Pré escola e alfabetização: uma proposta
baseada em Paulo Freire e Jean Piaget. Petrópolis: Vozes,1986.
SANTOS, Lulu; MOTA, Nelson. Como uma onda. São Paulo, BMG, 1983.
Disponível em: https://www.letrasdemusicas.com.br/lulu-santos/
discografia/ultimo-romantico/. Acesso em: maio 2019.
Introdução
Objetivos
Esperamos que você, ao final da leitura desse capítulo, possa
Esquema
3.1 A etapa da Educação Infantil.
3.2 A Base Nacional Comum Curricular – BNCC
3.2.1 Os campos de experiência.
3.2.2 O eu, o outro e o nós.
3.2.3 Corpo, gesto, movimento.
3.2.4 Traços, sons, cores e formas.
3.2.5 Escuta, fala, pensamento e imaginação.
3.2.6 Espaço, tempos, quantidades, relações e transformações.
3.3 Finalizando...
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PESQUISANDO NA WEB
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view
=download&alias=2298-rceb005-09&category_slug=dezembro-2009-
pdf&Itemid= 30192.
http://agendaprimeirainfancia.org.br/arquivos/diretrizescurriculares_2012.pdf.
84 UNIUBE
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http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base
PESQUISANDO NA WEB
Conviver
Brincar
Explorar
Participar
Comunicar
Conhecer -se
Vamos conhecê-los?
Perceba que este documento (BNCC, 2017, p. 34) traz uma nova
concepção de criança:
(...) como ser que observa, questiona, levanta
hipóteses, conclui, faz julgamentos e assimila valores
e que constrói conhecimentos e se apropria do
conhecimento sistematizado por meio da ação e nas
interações com o mundo físico e social (...)
Nesta perspectiva, essas aprendizagens não acontecem de forma
natural, espontânea, mas sim, requer uma intencionalidade educativa
e um amplo conhecimento por parte do docente.
E em que consiste essa intencionalidade educativa?
UNIUBE 89
SAIBA MAIS
Assista também:
8 Salto para o Futuro - 2013 - Brinquedos e brincadeiras.
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=9ZIIt04V97o
Figura 4: O brincar na
Educação Infantil.
Fonte: DepositPhotos.
Acervo Uniube.
92 UNIUBE
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Mais sugestões:
8 Veja a seguir, brincadeiras da cultura popular que nos encantam até hoje:
Acesse o link: https://novaescola.org.br/conteudo/68/diversao-de-antigamente-
que-ainda-hoje-encanta.
Agora, vejamos o que a BNCC (2017, p. 38-39) aponta para este campo
de experiência:
Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos,
movimentos impulsivos ou intencionais, coordenados
ou espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram
o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno,
estabelecem relações, expressam-se, brincam
e produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro,
sobre o universo social e cultural, tornando-se,
progressivamente, conscientes dessa corporeidade.
Por meio das diferentes linguagens, como a música, a
dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se
comunicam e se expressam no entrelaçamento entre
corpo, emoção e linguagem. As crianças conhecem
96 UNIUBE
PESQUISANDO NA WEB
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=eNOk4Smk2ZY
Sabemos que toda forma artística envolve expressão. Dessa forma, cabe
à escola propor situações de expressões artísticas às crianças para que
elas possam expressar suas sensações, sentimentos, pensamentos e
desenvolvam seus próprios percursos criativos nas diversas linguagens:
corporal cultural, verbal, musical, etc. Esses percursos são únicos e
resultantes de sucessivas aprendizagens.
Para a criança poder escolher, ela precisa conhecer, ter acesso aos
materiais. E para conhecer, é necessário que o professor lhes ofereça
muitas referências. Assim sendo, leia a reportagem Competições que
ensinam a turma a ganhar e a perder (SOARES, 2007) em que você
entrará em contato com a sugestão de seis excelentes atividades.
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3.3 Finalizando...
Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial curricular
nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
HÉDIO Silva Jr., BENTO, Maria Aparecida Silva; CARVALHO, Silvia Pereira.
Educação infantil e práticas promotoras de igualdade racial. São Paulo:
Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades - CEERT:
Instituto Avisa lá - Formação Continuada de Educadores, 2012.
Introdução
É com esse olhar que começo a trilhar junto com você a identidade
do professor educador da Educação Infantil e suas possibilidades de
atuação.
Objetivos
Ao final deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
• conhecer o contexto social e histórico da Educação Infantil
no Brasil – a partir da uma retrospectiva histórica – aos dias
atuais;
• compreender a importância da formação necessária ao
profissional da Educação Infantil para ser professor de
crianças de 0 a 5 anos;
• conhecer os requisitos básicos para sua formação docente;
UNIUBE 111
Esquema
4.1 Caminhos percorridos pelo profissional que atua na Educação
Infantil: o contexto social e histórico da formação profissional
do professor que atua na Educação Infantil.
4.1.1 Alguns recortes da história da Educação Infantil.
4.1.2 Uma breve retrospectiva da Educação Infantil na
Europa.
4.1.3 A história da Educação das pequenas crianças
brasileiras.
4.1.4 Profissionais da Educação Infantil
4.1.5 Documentos legais até 2018 que ajudaram na
construção desse olhar sobre a Educação Infantil no
Brasil.
4.2 A formação profissional do professor que atua na Educação
Infantil e as políticas públicas que nortearam sua construção.
4.3 Campos de atuação do professor de Educação Infantil.
4.4 Considerações finais.
IMPORTANTE!
CURIOSIDADE
RELEMBRANDO
EXPLICANDO MELHOR
PESQUISANDO NA WEB
Função compensatória. A partir dos anos 70, outras funções vão sendo
acrescidas ao trabalho com crianças de 0 a 6 anos como a função
compensatória, originária da Revolução Industrial cujo objetivo era
compensar as crianças da pré-escola e nas séries iniciais do Ensino
Fundamental das perdas cognitivas e da defasagem cultural. Essa função
foi influenciada pelas teorias do desenvolvimento infantil, da psicanálise
e de pesquisas que procuravam correlacionar linguagem e pensamento
com rendimento escolar, determinando a elaboração da abordagem da
privação cultural. Segundo Duarte, a função compensatória é definida
como o
Conjunto de medidas políticas e pedagógicas visando
compensar as deficiências físicas, afetivas, intelectuais
e escolares das crianças das classes cultural, social e
economicamente marginalizadas, a fim de que elas se
preparem para um trabalho e tenham oportunidade de
ascensão social. ( DUARTE, 1986, p.175)
PARADA OBRIGATÓRIA
Você percebeu que até agora a função do professor era ser cuidador, prestar
assistência e integrar a criança à sociedade? Que também deveria suprir
as carências infantis levando em conta as suas necessidades físicas,
emocionais e sociais?
Também nos informa (HADDAD, 1993 apud SILVA, 2016, p.61), “em
sua maioria mulheres, que se responsabilizavam pelo trabalho nessas
instituições também o faziam sem que estivesse evidente qual era a sua
função e que papel a creche e a pré-escola deveriam desempenhar nos
contextos educacionais”. Portanto, o profissional da Educação Infantil
desenvolvia uma função assistencialista cuja preocupação principal era
cuidar da criança, liberando o tempo da mãe trabalhadora para atividades
profissionais fora de casa.
PESQUISANDO NA WEB
Para complementar o estudo que você está realizando acesse o site: http://
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf.
Leia no Volume 1 do RCNEI as páginas 39 a 41 que abordam sobre a
formação do professor de Educação Infantil.
Pode-se perceber que hoje existe uma maior conscientização por parte
da sociedade pela necessidade de atendimento às crianças dessa faixa
etária, com identidade própria para cada idade, sendo resguardada pelas
DCNEI/2010 (BRASIL, 2010) e pela BNCC/2018 (BRASIL, 2018) como
eixos de trabalho pedagógico as interações e as brincadeiras.
UNIUBE 131
Foi também a LDB de 1996 que definiu que, para atuar em creches
e pré-escolas, é necessário ser professora com formação em nível
superior, admitindo-se, como formação mínima, a obtida em nível médio
na modalidade Normal. É essa a mesma exigência para o professor
que atua nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o que nos indica
claramente que se espera que a professora da Educação Infantil seja
reconhecida como profissional docente, ao lado das demais professoras
da Educação Básica e Superior.
PONTO-CHAVE
“Uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), porém, prevê que
todos os professores da Educação Básica tenham formação específica de
nível superior em curso de licenciatura na área de conhecimento em que
atuam até 2020”. (BRASIL,2014).
EXEMPLIFICANDO!
Se você percebeu que não houve experiência por parte das crianças
acertou, porque elas não participaram da atividade, apenas foram meras
observadoras, não foram autoras da atividade. Foi uma atividade em
que a criança se limitou passivamente a observar o que o professor
realizou. O professor perdeu um momento riquíssimo de oportunizar às
crianças a realização de uma bela experimentação integrando a natureza
com a história. Para ser experiência, a criança precisaria plantar seu
feijão, aguçar sua criatividade, expressar por meio de ações - no caso,
o plantio do feijão -, seus conhecimentos integrados ao fazer pedagógico
do professor e produzir novos conhecimentos.
Referências