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Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Editoração e Arte
Produção de Materiais Didáticos-Uniube
Revisão textual
Érika Fabiana Mendes Salvador
Diagramação
Andrezza de Cássia Santos
Projeto da capa
Agência Experimental Portfólio
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
E83 Educação inclusiva / Maria Célia Borges ... [et al.]. – Uberaba:
Universidade de Uberaba, 2018.
284 p. : il.
Neste livro discutiremos temas atuais e que muitas vezes também são
polêmicos porque inquietam os profissionais da educação que assumem
o compromisso da consolidação da educação de qualidade para todos. É
por isso que convidamos você, prezado estudante, para fazer parte deste
desafio: refletir, discutir, analisar e efetivar, na prática, a perspectiva da
educação inclusiva. Para tanto, discutiremos sobre o processo histórico
percorrido pela sociedade para compreender o caminho da inclusão e
ainda ressaltaremos a construção das políticas públicas desse segmento.
Abordaremos assuntos referentes ao ato de ensinar, de aprender e,
sobretudo, de conviver com a diversidade humana. Caracterizaremos
os alunos com necessidades educacionais especiais e alguns dos
elementos essenciais para atendê-los dentro do contexto educacional,
entre outros temas relacionados.
Bons estudos!!!!
Introdução
Iniciaremos este componente curricular estudando a diversidade
humana e suas diferentes manifestações na Educação. Também
abordaremos o processo histórico percorrido pela sociedade para
compreender o caminho da inclusão e ainda ressaltaremos a
construção das políticas públicas desse segmento. Em seus estudos
anteriores é possível que você tenha percebido que o conceito ou
a concepção de aprendizagem é diversificada de acordo com o
pensamento, cultura e o tempo social em que a sociedade está
inserida. Para tanto, durante todo este capítulo, conversaremos
aprofundando o tema por acreditar que docentes e pedagogos
fazem parte dessa mudança de paradigma em relação à inclusão.
Objetivos
Com este capítulo, esperamos que você possa:
• compreender a diversidade humana como uma riqueza no
cotidiano das escolas e não como diferenças que rotulam e
estigmatizam os educandos;
• distinguir a diferença entre os conceitos de normalização,
integração e inclusão escolar;
• analisar criticamente os conceitos ou discursos das políticas
educacionais e as contradições que se apresentam na sua
concretização;
2 UNIUBE
Esquema
1.1 Iniciando a nossa conversa
1.2 Princípios que orientam a prática da educação especial:
normalização, integração e inclusão
1.2.1 O princípio da normalização
1.2.2 O princípio da integração
1.2.3 O princípio da inclusão
1.3 A inclusão e a qualidade de ensino na escola pública
1.4 Inclusão: utopia ou perspectiva?
1.5 Conclusão
SAIBA MAIS
PESQUISANDO NA WEB
IMPORTANTE!
SAIBA MAIS
CURIOSIDADE
Com base nos dados coletados, o Atlas aponta que 42% dos municípios
brasileiros, o equivalente a 21% da população brasileira, estão em
situação de exclusão social.
Já era esperado que grande parte estivesse nessa situação.
Mas não deixa de surpreender o número de municípios
que estão excluídos. Apenas 200 municípios estão em
boas condições, boa parte está apenas em condições
intermediárias e a maioria ainda está em condição de
exclusão”, [...] Assim o levantamento aponta que mais de
25% dos brasileiros vivem em condições precárias, com baixa
renda, sem emprego formal e baixo acesso à educação.
(POCHMANN; AMORIM, 2003, p. 13).
IMPORTANTE!
Outro autor que discute esta questão é Sassaki (1997), que acerca da
“mainstreaming” diz ser um termo que “tem sido utilizado sem tradução
e que significa levar os alunos o mais possível para os serviços
educacionais disponíveis na corrente principal da comunidade”. (ASSAKI,
1997, p. 32). Dessa forma, pode variar a modalidade de atendimento
oferecida ao aluno que possua alguma deficiência, de acordo com as
necessidades do aluno. Assim, ele pode ser inserido com os alunos da
escola regular na hora das refeições ou em atividades específicas, tais
como aulas de dança, música, artes e educação física, como também
em atividades extracurriculares organizadas pela escola.
UNIUBE 15
Outra forma de inserção do aluno com NEE existente, e que foi abordada
pelo mesmo autor, é a colocação do aluno “com deficiência” em diversas
classes, apenas por alguns momentos, e em determinadas aulas ou
atividades. Contudo, o aluno com necessidades educativas especiais,
na verdade, não pertenceria a nenhuma turma, ocorrendo apenas
“momentos” de inserção.
Nesse sentido, Moussatché (1997) expõe seu ponto de vista dizendo que
“colocar na mesma sala de aula grupos heterogêneos
como crianças autistas com retardo mental e crianças
normais não serve para a integração, por não haver
como conciliar em um mesmo espaço demandas tão
diferentes e específicas”.
Notamos que há autores que não apresentam muita clareza na distinção dos
termos integração e inclusão. Alguns, preocupados com as deficiências mais
graves, afirmam que podem ser ou não a favor da integração, pois depende
do caso. Na verdade, eles defendem a integração, e não a inclusão. Assim,
defendem a inserção do aluno no ensino regular como algo que depende
da capacidade de adaptação do aluno.
Então, a integração não é para todos, mas somente para aqueles que se
adaptarem ao ambiente no qual foram inseridos.
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
Carmo (2006) acredita que os homens que dominam são também vítimas
do seu próprio processo de exclusão, pois, quando não conseguem
alimentar a cultura das massas, têm que ceder, nas relações sociais,
espaços para que culturas específicas e discriminadas possam se
manifestar e crescer.
SAIBA MAIS
Destarte, Rios (2003, p. 43) afirma que diante deste “mundo complexo,
também se tornam mais complexas as tarefas dos educadores.”
42 UNIUBE
CURIOSIDADE
PESQUISANDO NA WEB
Mas, será que a maioria dos professores tem consciência disso? Os menos
esclarecidos representam aqueles com uma visão mais estreita do mundo,
não passando de meros reprodutores, submissos ao sistema existente, e
que acabam contribuindo para a política neoliberal. Serão muitos?
UNIUBE 45
Nesse sentido, Lobrot (1992) afirma que a escola atual não nos desperta
para o desejo de conhecer, para a sede pela sabedoria. A nossa cultura
escolar faz com que as notas, as promoções em série, os diplomas e os
46 UNIUBE
Nesse mesmo sentido, Rios (2003, p. 87) diz que “ A ética deve estar
presente na técnica, que não é neutra, e na política, que abriga uma
multiplicidade de poderes e interesses. A ética garante, então, o caráter
dialético da relação”. A ética é que problematiza e orienta o que é bom
ou mal e que define também o que é válido para o bem-comum.
Desse modo, a escola, para ser atraente, deve ser bonita, bem cuidada, com
professores bem preparados, valorizados e respeitados. É preciso explicitar
valoração e respeito aos sujeitos que frequentam a escola, tanto alunos,
quanto professores, quanto os pais dos alunos e os demais servidores. Para
manter o entusiasmo, o compromisso, o zelo e a dedicação, é preciso manter
o “cuidado” amoroso, o zelo e a boniteza interna e externa da escola enquanto
espaço físico e espaço de acolhimento e desenvolvimento das pessoas.
Escola Pública
Normalização
Mudanças de paradigmas
Integração
Figura 2: Esquema da evolução das teorias educacionais que orientam o ensino público.
Equânime
Reafirmamos que o avanço da inclusão educacional
Que tem
está entrelaçado com o avanço da inclusão social, equanimidade.
com uma distribuição de renda mais justa e Igualitária, igualdade.
É, ainda, uma utopia. Mas, pode ser uma utopia ou um sonho, que,
com a conscientização e o trabalho de toda a sociedade brasileira e,
principalmente, de nós educadores, poderá ser alcançado num futuro
bem próximo.
1.5 Conclusão
PESQUISANDO NA WEB
Referências
______. M.T.E. Inclusão Escolar. O que é? Por que? Como fazer? São Paulo:
Moderna. 2003.(Col. Cotidiano escolar).
WIKIPÉDIA. Criação da Luz, por Gustavo Doré .Net. Disponível em: <http://
pt.wikipedia.org/wiki/CriacionismoWikipédia. Cultura dos surdos. Net. Disponível
em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_dos_surdos>. Acesso em: 26 dez. 2009.
62 UNIUBE
Introdução
É muito condizente, sobretudo em nossa profissão, o convite de
Lacerda (2001, p. 143) “Uma iluminação indireta pode revelar
detalhes que até à resplandecente luz do sol escaparam. Portanto:
olhe sempre de outros jeitos. “O profissional docente é o sujeito da
educação que sempre deve procurar diferentes formas e diferentes
focos de compreender e surpreender aqueles com os quais se
relaciona e interage em seu contexto de vida.
Objetivos
Neste capítulo, estudaremos as necessidades educacionais especiais
inerentes aos seres humanos. Após o estudo deste capítulo,
esperamos que você seja capaz de:
Esquema
2.1 Compreendendo a história das necessidades educacionais
especiais
2.2 Conceituação e descrição de dificuldade de aprendizagem,
distúrbio e deficiência
2.3 Causas
2.4 Propostas pedagógicas
2.5 Conclusão
SAIBA MAIS
Essa fase foi muito importante para nós, educadores. Nessa época, o
espaço para educação começa a ganhar força!
SAIBA MAIS
2.2.1 Conceituação
• problemas de atenção;
• problemas emocionais decorrentes do fracasso acadêmico;
• problemas de memória;
• dificuldades psicolinguísticas;
• dificuldades ou atrasos motores;
• dificuldades significativas na aquisição, compreensão e utilização
auditiva;
• dificuldades de linguagem oral, leitura, escrita e raciocínio lógico-
matemático;
• inadequação didático-metodológica do processo ensino-aprendizagem.
• comunicação;
• autocuidado;
• vida familiar;
• vida social;
• autonomia;
• saúde e segurança;
• funcionalidade acadêmica;
• lazer;
• trabalho.
UNIUBE 73
2.2.2 Descrição
CURIOSIDADE
Dislexia
a) Tipos de dislexia:
• Inversão de palavras.
• Dificuldades para ler.
• Cópia de forma errada.
• Confusão de letras que têm o som parecido.
• Alteração na sequência das letras.
• Confusão de palavras parecidas.
• Erros na separação de palavras.
• Dificuldade no traçado das letras.
• Falhas na construção gramatical.
78 UNIUBE
Dislalia
a) Tipos de dislalia:
Disgrafia
b) Outras manifestações:
Disortografia
• Trocas de grafemas.
• Problemas de ligações lógicas e ideias.
• Problemas de concordância.
• Omissões de palavras/letras.
• Acréscimos indevidos de letras.
• Alterações na sequência de letras ou sons (prola – porta).
• Substituições de letras.
• Erros visuais.
• Erros de substituição de letras.
• Erros de inserção ou acréscimo e de omissão.
• Erros sequenciais.
Discalculia
2.2.2.3 Deficiências
Acreditamos ser necessário, para que este estudo fique mais completo,
expor as causas das dificuldades, dos distúrbios e das deficiências.
Então, vamos lá!
UNIUBE 85
2.3 Causas
RELEMBRANDO
• Funções visuais:
• Funções visuais:
• reconhecimento de letras e palavras.
• Funções manuais:
• movimentos complexos;
• fala.
• Funções auditivas:
• reconhecimento de palavras;
• reconhecimento de sílabas.
UNIUBE 87
IMPORTANTE!
2.3.4 Hereditariedade
Indagações como essas são naturais, mas não são produtivas. Afinal,
descobrir como uma criança veio a ter uma necessidade educacional
especial é bem menos importante do que saber como esta afeta a visão
de mundo da criança e como encontrar os tipos de apoio e auxílio de
que ela necessita.
UNIUBE 93
Na sala de aula:
Nos testes:
Deveres de casa:
IMPORTANTE!
O brincar
A socialização
Considerando todo o estudo até agora realizado, vamos agora partir para
o eixo de atuação pedagógica diante das necessidades educacionais
especiais. Iniciaremos a reflexão trazendo para o nosso texto a teoria que
Reuven Feuerstein defende: a aprendizagem mediatizada.
Para conhecer o aluno é preciso saber também como essa criança ou jovem
organiza suas habilidades cognitivas e como lida com elas na resolução
de problemas em seu cotidiano. O estudo que vamos abordar, agora,
analisa as particularidades do pensamento dos indivíduos com defasagens
significativas no desenvolvimento intelectual, de acordo com Feuerstein.
102 UNIUBE
Distúrbio da leitura
• motivação;
• focalizar a atenção no texto;
• ver claramente as formas das letras;
UNIUBE 105
Distúrbio da escrita
Características:
Proposta de trabalho:
• Boa iluminação.
• Inicialmente serão produzidas escritas grandes em folhas grandes,
mais tarde a criança diminuirá o tamanho da letra e assim são
aconselháveis folhas com pauta e alinhamento.
• Inicialmente traçar com os dedos a forma da letra na areia, andando
sobre a forma da letra e, por fim, a escrita no papel.
• As letras com ponto de partida semelhante devem ser ensinadas em
grupo, para aprender a forma das letras é preciso traçá-las.
• No início da cópia o professor pode valer-se de sinais no papel que
possam indicar o ponto de partida de cada letra.
• Utilizar também o computador.
Distúrbio na ortografia
Características:
Proposta de trabalho:
Distúrbio na matemática
Características:
Proposta de trabalho:
Para que o aluno avance e seja o construtor do seu saber, é preciso que
ele passe da ação mecânica e automática para situações de aprendizado/
experiência, que possibilitem a ele selecionar e optar por meios mais
significativos de aprendizagem.
SAIBA MAIS
2º nível
1º nível
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/defmental.pdf>
2.5 Conclusão
Resumo
Referências
ELLIS, Andrew W. Leitura, escrita e dislexia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
Introdução
É um enorme prazer estarmos juntos para dialogarmos e ampliarmos
nossos conhecimentos sobre os interesses e as necessidades
de educandos que possuem altas habilidades, superdotação e/
ou talento.
Objetivos
Após o estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
3.1 Uma breve visão histórica da superdotação
3.2 Desmitificando conceitos
3.2.1 Aspectos de notável desempenho e elevada potencialidade
de crianças superdotadas e talentosas
3.2.2 Perfis individuais em relação à superdotação/talento
3.3 Identificando os mais capazes
3.3.1 Testes de inteligência (Q.I.)
3.3.2 Técnica da autoidentificação
3.3.3 Observação com base em checklist
3.4 Aspectos emocionais e comportamentais das altas habilidades/
superdotação
UNIUBE 119
Como identificá-los?
SAIBA MAIS
<www.derbp.com.br/praticas_educacionais_superdotados.ppt>
Na maioria dos casos, a família alega nunca ter ensinado a criança a ler,
a escrever e a contar. Mas será que realmente nunca oportunizaram a
elas a manipulação de livros ou algum tipo de treinamento?
EXEMPLIFICANDO!
Prodígio: crianças que realizam algo anormal para sua idade, que
demonstram desempenho superior ao nível de um profissional adulto
em qualquer área, por exemplo, Mozart que tocava piano aos três anos,
aos quatro anos, sem orientação formal, já aprendia peças com rapidez,
e aos sete já compunha e realizava apresentações.
Tipo 1 – Bem-sucedido
Tipo 2 – Desafiante
Tipo 3 – Escondido
Pode ser visto pelos outros como líder ou pode simplesmente ser
irreconhecido. Possui média escolar boa e é bem-sucedido. É necessário
desenvolver ações que proporcionem a este aluno o envolvimento com
outros superdotados, liberdade de fazer escolhas, informações sobre
universidade e carreira futura, apoio familiar, técnicas e dinâmicas de
autoaceitação.
Tipo 4 – Desistente
Para este tipo de aluno, a escola parece ser irrelevante e hostil, pois seus
interesses estão fora do currículo escolar. Sendo assim, não consegue
completar as tarefas, seu trabalho é inconsistente e, em sala de aula, fica
com o pensamento longe e se isola.
Este tipo parece estranho, bobo, não tem poder pessoal, tem baixa
autoestima, é frustrado, raivoso e nervoso. Pode apresentar dificuldade
de aprendizagem e se sentir desencorajado, rejeitado, impotente e se
isolar.
Esse aluno pode negar que está tendo dificuldades e alegar que as
atividades são chatas. Demonstra trabalho inconsistente e suas notas,
normalmente, estão na média ou abaixo. É visto como incapaz e destaca-
se pelas suas produções e ações inadequadas, como uma escrita ilegível
ou trocas/omissões e distorções de letras, chegando até mesmo a ser
encaminhado ao serviço de educação especial.
Tipo 6 – Autônomo
PONTO-CHAVE
Conhecer esses alunos e tipos é importante, pois poderá servir como base
teórica para a identificação, para orientação às famílias e planejamento
educacional apropriado para o aluno superdotado/talentoso.
PESQUISANDO NA WEB
<http://www.fcee.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=cat_
view&gid=83&Itemid=91&limit=10&limitstart=0&order=hits&dir=ASC>
Uma criança de sete anos faz o teste e tem uma pontuação de 160. Isso
quer dizer que ela tem 60% a mais de inteligência do que o esperado para
as crianças de sete anos.
Nos últimos anos, observou-se a ineficácia desses testes, pois, como diz
Winner (1998, p. 15):
Os testes de Q.I. medem uma estreita gama de
habilidades humanas, principalmente facilidade com
linguagem e número. Há poucas evidências de que
superdotação em áreas não acadêmicas, como artes ou
música, requeiram um Q.I. excepcional.
• o melhor aluno;
• aquele com vocabulário maior;
• o aluno mais criativo e original;
• o aluno com maior capacidade de liderança;
• o aluno com pensamento crítico mais desenvolvido;
• o aluno com maior motivação para aprender;
• o aluno de que os colegas mais gostam;
• o aluno com maior interesse nas áreas das ciências;
• o aluno que está mais avançado na escola em
relação à idade. (ANTIPOFF, 1992, p. 36)
• leitura precoce por volta dos quatro anos, ou antes, com instrução
mínima;
• fascínio por números e relações numéricas;
• memória prodigiosa para informação verbal e/ou matemática;
• frequentemente brincam sozinhas e apreciam a solidão;
• preferem amigos mais velhos, próximos a ela em idade mental;
• interessa-se por problemas filosóficos, morais, políticos e sociais;
• apresentam alto senso de humor em decorrência de habilidades
verbais.
UNIUBE 135
O talento verbal
Para ser considerado com este talento e/ou capacidade, é preciso que o
aluno apresente pelo menos quatro das seguintes características:
O talento psicossocial
Para ser considerado com este talento, é preciso que o aluno apresente
pelo menos quatro das seguintes características. Observe as características
que estão em negrito, pois estas indicam capacidade de liderança:
140 UNIUBE
O talento psicomotor
Para ser considerado com este talento, é preciso que o aluno apresente
as seguintes características:
SINTETIZANDO...
Com esta nova visão amplia-se o olhar que deixa de enxergar e valorizar
somente os talentos acadêmicos!
142 UNIUBE
Hellen Winner (1998, p. 168) diz que embora a maioria das crianças
superdotadas sejam social e emocionalmente bem ajustadas, uma
minoria bastante substancial de superdotados de fato apresenta
problemas sociais e emocionais que se originam das consequências de
ser superdotado.
SAIBA MAIS
Mas antes vamos refletir sobre esta fala de Albert Einstein acerca de
nosso papel de educadores:
Não é bastante ensinar uma capacidade. Através dela
o indivíduo pode tornar-se uma espécie de máquina
útil, mas não uma personalidade harmoniosa. É
essencial que o profissional adquira compreensão e
sensibilidade, viva para valores... tenha o senso de
belo e o do moralmente bom. Se tal não acontecer, com
todo seu conhecimento especializado, ele parecerá
mais um animal bem treinado do que um Ser humano
(GUENTHER, 2000, p. 113).
Assim sendo, já que não queremos ser animais bem treinados e somos
seres humanos dotados de compreensão e sensibilidade, vamos
conhecer algumas propostas pedagógicas para se trabalhar com nossos
alunos superdotados e talentosos para que possamos fazer diferença em
nossa prática pedagógica.
UNIUBE 145
Será que nossas escolas sabem o que fazer com alunos com superdotação/
altas habilidades e talentos?
Assim como existe o mito com relação à vida emocional e social, existem
outros mitos com relação às crianças superdotadas e talentosas, tais como:
SAIBA MAIS
Veja, a seguir, quais são esses elementos e quais ações cada um deles requer:
A aceleração
O enriquecimento
EXEMPLIFICANDO!
Renzulli (2004, p. 75), sobre esta estratégia, diz que tem o objetivo de
desenvolver o conhecimento e as habilidades de pensamento, adquiridos
por meio da instrução formal, com aplicação de conhecimentos e
habilidades decorrentes da própria investigação feita pelo aluno. Tais
conhecimentos resultam no desenvolvimento de um produto criativo. Um
exemplo seria o aluno participar de um projeto que estimule seu talento e
sua área de interesse, tendo como objetivo oferecer oportunidades para
que ele aprofunde seus estudos, realize pesquisas e chegue a criar e/
ou descobrir algo novo.
A compactação do currículo
Por um bom período de tempo, foi defendida a ideia errônea de que para
ser superdotada a criança deveria ser brilhante em todas as áreas.
CURIOSIDADE
Você sabia que Isaac Newton tirava notas baixas na escola? Que John
Kennedy tinha dificuldades em soletrar e baixo rendimento na escola?
Que Thomas Edison foi mau aluno e não frequentava a escola, era
desinteressado e quem o ensinou a ler foi sua mãe?
EXPLICANDO MELHOR
EXEMPLIFICANDO!
EXEMPLIFICANDO!
Uma criança aos dois anos sabia ler, mas também apresentou grande
fascínio por números. O tempo foi passando e seu interesse por números
crescia cada dia mais. Devido a esse fato seu interesse não se estendeu
para outras áreas do conhecimento.
SAIBA MAIS
Veja que a dislexia não tem a ver com falta de inteligência. O disléxico
pode ter altas habilidades em outras áreas.
Vamos iniciar esse tópico, com uma reflexão de Helena Antipoff (1946
apud FREEMAN; GUENTHER, 2000, p. 94), vejamos:
[...] que lhes reserva a escola?
Ambiente de tédio irrespirável
Transforma esses meninos bem dotados
Em irriquietos, travessos, improdutivos,
Que mestres medíocres são incapazes
De manter, sem queixas,
Nas suas salas de aula.
CURIOSIDADE
PONTO-CHAVE
Tipo de Como as
O que as De que as crianças
inteligên- crianças
crianças adoram precisam
cia pensam
Livros, fitas, materiais
Ler, escrever, con-
para escrever, papéis,
Linguística Em palavras. tar histórias, fazer
diários, diálogos, dis-
jogos de palavras.
cussões, debates.
Dramatização, teatro,
movimento, coisas para
Corporal- Dançar, correr, pu-
Por sensações construir, esportes e
-cinesté- lar, construir, tocar,
somáticas. jogos de movimentos
sica gesticular.
experiências táteis,
aprendizagem prática.
UNIUBE 163
Em relação às
Lugares secretos, tem-
necessidades, Estabelecer objeti-
Intrapes- po sozinhas, projetos e
aos sentimen- vos, mediar, sonhar,
soal escolhas no seu ritmo
tos e aos obje- planejar, refletir.
pessoal.
tivos.
3.8 Conclusão
Termino aqui esta pequena reflexão sobre este tema e espero que tenha
estimulado você a aprofundar mais sobre este assunto tão fascinante: a
educação dos alunos mais capazes.
UNIUBE 165
Resumo
Finalizando, muito pode ser feito por nossos alunos mais capazes, mas cabe
a nós, educadores, identificar, mediar, orientar para que seus talentos se
aperfeiçoem e suas capacidades cresçam e se desenvolvam, pois, como diz
Charles Schulz: “Não existe fardo maior do que um potencial não realizado”.
Referências
ALENCAR, S. E. Psicologia e educação do superdotado. São Paulo: EPU, 1986.
Introdução
No presente capítulo você terá a oportunidade de refletir sobre a
mediação e a intervenção como forma de otimizar o processo de
ensino e aprendizagem.
Objetivos
Após o estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
4.1 A mediação pedagógica e a aprendizagem
4.2 Os processos de aprendizagem
4.3 A função da intervenção pedagógica
4.4 Modificabilidade cognitiva estrutural
4.5 Intencionalidade da ação
4.6 Mediação
4.7 Prática pedagógica
4.8 Os dez mandamentos da aprendizagem
4.9 Teoria e prática pedagógica
4.10 Promovendo o desenvolvimento de forma integral
4.10.1 Pressupostos teóricos de Wallon
4.10.2 O movimento e o pensamento
4.10.3 Emoção a afetividade
4.11 Postulado
4.12 Conclusão
RELEMBRANDO
IMPORTANTE!
EXPLICANDO MELHOR
COMPARANDO
IMPORTANTE!
4.6 Mediação
EXEMPLIFICANDO!
Podemos citar como exemplo o caso de uma criança que, passeando por um
roseiral, fica encantada por ver tantas rosas, de diversas cores, que sente
vontade de tocá-las (o estímulo).
EXPLICANDO MELHOR
PESQUISANDO NA WEB
Caso queira conhecer mais sobre o que Beyer (1996) explica, leia o
artigo “o método Reuven Feuerstein: uma abordagem para o atendimento
psicopedagógico de indivíduos com dificuldades de aprendizagem,
portadores ou não de necessidades educativas especiais”, para isso, acesse
o site da Associação Brasileira dos Pesquisadores em Educação Especial e
a Revista Brasileira de Educação Especial, vol. 4, disponível no site:
http://www.abpee.net/homepageabpee04_06/artigos_em_pdf/revista4nu
mero1pdf/r4_art07.pdf
Deve fazer com que ela perceba, por meio das reflexões durante todo
o processo, o seu próprio desenvolvimento potencial, elevando sua
autoestima e motivando-a para as novas aprendizagens.
Para que esse processo tenha êxito, faz-se necessária uma avaliação
contínua e processual. E a concepção de avaliação aqui descrita refere-
se à avaliação do processo ensino-aprendizagem, e não àquela focada
no desempenho quantitativo do aluno.
Quando dizemos partir dos interesses de seus alunos, estamos nos referindo
que se parta de algo que tenha significado para eles. Para a criança em fase
de alfabetização, a significação está relacionada ao lúdico, ao prazer de
brincar. E, para fazer a correlação entre interesse e conhecimento prévio, é
necessário que se faça uma sondagem inicial do nível de desenvolvimento
cognitivo da escrita em que se encontram os alunos. Por meio de conversas
informais, o professor terá condições de averiguar quais temas são do
conhecimento e interesse de seu grupo de alunos.
Diversificando tarefas
Ligando as aprendizagens
EXEMPLIFICANDO!
Incentivando a cooperação
EXEMPLIFICANDO!
PONTO-CHAVE
Todos nós temos que ter a clareza da importância das atividades motoras/
psicomotoras no contexto da sala de aula, principalmente com crianças da
Educação Infantil e os primeiros anos do Ensino Fundamental. O movimento
é uma atividade infantil de extrema importância para o desenvolvimento da
afetividade e da cognição.
196 UNIUBE
4.11 Postulado
4.12 Conclusão
Resumo
Referências
DANTAS, Heloysa; LA TAILLE, Yves de; OLIVEIRA, Marta kohl. Piaget, Vygotsky,
Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.
MASETTO, Marcos. Didática: a aula como centro. 4. ed. São Paulo: FTD, 1997.
Introdução
Neste capítulo, estudaremos um tema polêmico que intriga e
perturba os professores e gestores em geral. Afinal, não é tarefa
fácil ultrapassar os nossos próprios limites para conhecer o outro
ou desconstruir conceitos preestabelecidos para aceitar o novo, o
desconhecido. Como vimos, o trabalho na área educacional implica
esse deslocar, essa saída de si mesmo em busca do conhecimento
dos diferentes sujeitos que se apresentam no entorno de nós. É
entender que esses sujeitos têm diferentes culturas, diferentes
formas de aprender, diferentes níveis socioeconômicos, diferentes
desejos, jeitos e sonhos.
Objetivos
Esquema
5.1 Marcos históricos e normativos da educação brasileira:
caminhando para uma proposta educacional inclusiva
5.2 Novo contexto educacional: um grande desafio para as escolas
5.3 Definição, caracterização e proposta de trabalho pedagógico
referente às deficiências físicas e mentais
5.3.1 Deficiência física
5.3.2 Deficiência mental
5.4 Proposta de trabalho pedagógico
5.5 Atendimento educacional especializado para pessoas com
deficiência física
5.6 Atendimento educacional especializado para pessoas com
deficiência mental
5.7 Conclusão
PESQUISANDO NA WEB
É importante conhecê-las!
IMPORTANTE!
Por meio dos estudos que você já realizou e dos documentos que o MEC
nos disponibiliza, é possível perceber que os fundamentos importantes
na inclusão escolar iniciam-se pelos seguintes princípios:
• da identidade;
• do respeito à diversidade;
• do trabalho em equipe; e
• da interação entre todos os membros da escola, família e comunidade.
IMPORTANTE!
IMPORTANTE!
IMPORTANTE!
PARADA OBRIGATÓRIA
• doenças neurológicas;
• erros inatos do metabolismo;
• deficiências visuais e auditivas (por falta de estimulação e trabalhos
adequados);
• asfixia perinatal;
216 UNIUBE
• prematuridade;
• hiperbilirrubinemia;
• infecções congênitas;
• malformações congênitas;
• síndromes genéticas.
IMPORTANTE!
Uma educação para todos precisa ser aberta com atividades diversificadas,
que possam ser abordadas por diferentes níveis de compreensão,
de conhecimento e de desempenho, sem que se evidenciem os que
sabem mais e os que sabem menos. Essas atividades devem ser
escolhidas pelos alunos e trabalhadas de forma a explorar ao máximo
as possibilidades e os interesses de cada um. Estratégias como debates,
218 UNIUBE
Figura 2: Blissymbolics.
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
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AMBULÂNCIA
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IMPORTANTE!
IMPORTANTE!
5.7 Conclusão
Resumo
Referências
htm+Decreto+n%C2%BA.+3.298+de+1999&cd=1&hl=ptBR&ct=clnk&gl=br&lr=lang_
pt>. Acesso em: 21 maio 2009.
Introdução
Há aproximadamente dez anos, as pessoas com algum tipo
de deficiência frequentavam escolas especiais, conforme
suas necessidades educacionais, Assim, havia instituições
educacionais para surdos, outras para alunos com deficiência
visual. A Associação de Pais e Amigos de Excepcionais ─ Apae
─ encarregava-se do atendimento especializado aos alunos com
Síndrome de Down e também àqueles com deficiências mentais
e assim por diante.
Objetivos
Ao final deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
6.1 Os sistemas sensoriais
6.1.1 A estimulação sensorial na perspectiva inclusiva
6.2 Práticas pedagógicas: necessidades educacionais especiais
– deficiências sensoriais – educação inclusiva
6.2.1 Crianças cegas e com baixa visão
6.2.2 A prática pedagógica com alunos que apresentam
deficiência visual – cegueira
6.2.3 A prática pedagógica com alunos que apresentam
deficiência visual – baixa visão
6.2.4 A prática pedagógica com alunos que apresentam
deficiência visual e surdez – surdocegueira
6.2.5 A prática pedagógica com alunos que apresentam
surdez
6.2.6 A prática pedagógica com alunos que apresentam
deficiências múltiplas
6.3 Educação inclusiva
6.4 Conclusão
SAIBA MAIS
IMPORTANTE!
SAIBA MAIS
PESQUISANDO NA WEB
Alguns alunos com baixa visão podem ler material xerocado, desde
que esses estejam ampliados a partir de 125%. Em alguns casos, é
preciso encorajar os alunos a utilizarem os recursos ópticos ou não
ópticos e conscientizar os colegas sobre o respeito às necessidades
de cada um.
IMPORTANTE!
RELEMBRANDO
O filme mostra o trabalho da professora Anne Sullivan, que fez com que
Helen Keller, uma garota surdocega, se adaptasse e entendesse as coisas
que a cercavam. Para tanto, a professora entrou em confronto com os pais
da menina, que sempre sentiram pena da filha e a superprotegeram sem
nunca terem lhe ensinado algo, nem lhe tratado como qualquer criança. O
filme é também um exemplo de como pode ser a prática pedagógica com
alunos que apresentam surdocegueira.
252 UNIUBE
Pelo exposto até aqui, percebemos que a criança surdocega pode não
desenvolver a fala, mas é capaz de se expressar de diversas maneiras
e também receber mensagens por vias sensoriais preservadas. A
comunicação pode ser receptiva ou expressiva: a primeira diz respeito
à recepção e compreensão de mensagens, e a expressiva refere-se
à maneira como a criança expressa seus desejos, necessidades e
sentimentos. São vários os recursos de comunicação que podem ser
utilizados pela criança surdocega:
SAIBA MAIS
• pistas táteis, como o toque no ombro da criança para que ela saiba
que o professor se aproximou;
• objetos de referência, que são objetos utilizados no dia a dia da
criança e indicam o que vai acontecer e antecipam as ações da
criança, objetos em miniatura (crianças com resíduo visual),
calendário concreto (disposto em sequência, em caixas que
contenham um objeto referente à atividade, na ordem que será
executada pela criança;
• gestos naturais, que são expressões corporais, faciais e manuais
(crianças com resíduo visual);
• pistas de imagens (quando a criança já é capaz de abstrair: inicia-
se com fotos, posteriormente desenhos são introduzidos, contornos
dos objetos).
256 UNIUBE
Lousa preta e quadro branco (no caso de criança com resíduo visual)
oferecem um bom contraste para aqueles que necessitam.
IMPORTANTE!
6.4 Conclusão
Resumo
Referências
BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson R. O corpo humano. São Paulo: Ática, 2000.
GLAT, R.; FONTES, R. S.; PLETSCH, M. D. Uma breve reflexão sobre o papel da
Educação Especial frente ao processo de inclusão de pessoas com necessidades
educacionais especiais em rede regular de ensino. Cadernos de Educação 6:
Inclusão Social Desafios de uma Educação Cidadã. Rio de Janeiro:
UNIGRANRIO. 2006.
NABUCO, C.; CORTEZ, D. As conquistas do bebê. Revista Meu Nenê. ed. 89, set.
2005. Disponível em: <http://bebealevivi.sites.uol.com.br/txt12.htm>. Acesso em:
28 jun. 2010.