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Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Editoração
Produção de Materiais Didáticos
Capa
Toninho Cartoon
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
CDD 372
Sobre as autoras
Denise Cristina Ferreira Gomes
Introdução
É muito condizente, sobretudo em nossa profissão, o convite de
Lacerda (2001, p. 143) “Uma iluminação indireta pode revelar
detalhes que até à resplandecente luz do sol escaparam. Portanto:
olhe sempre de outros jeitos. O profissional docente é o sujeito da
educação que sempre deve procurar diferentes formas e diferentes
focos de compreender e surpreender aqueles com os quais se
relaciona e interage, em seu contexto de vida.
Objetivos
Neste capítulo, estudaremos as necessidades educacionais especiais
inerentes aos seres humanos. Após o estudo deste capítulo,
esperamos que você seja capaz de:
Esquema
1.1 Compreendendo a história das necessidades educacionais
especiais
1.2 Conceituação e descrição de dificuldade de aprendizagem,
distúrbio e deficiência
1.3 Causas
1.4 Propostas pedagógicas
1.5 Conclusão
UNIUBE 5
SAIBA MAIS
Essa fase foi muito importante para nós, educadores. Nessa época, o
espaço para educação começa a ganhar força!
SAIBA MAIS
1.2.1 Conceituação
• problemas de atenção;
• problemas emocionais decorrente do fracasso acadêmico;
• problemas de memória;
• dificuldades psicolinguísticas;
• dificuldades ou atrasos motores;
• dificuldades significativas na aquisição, compreensão e utilização
auditiva;
• dificuldades de linguagem oral, leitura, escrita e raciocínio lógico-
-matemático;
• inadequação didático-metodológica do processo ensino-
-aprendizagem.
• comunicação;
• autocuidado;
• vida familiar;
• vida social;
• autonomia;
• saúde e segurança;
• funcionalidade acadêmica;
• lazer;
• trabalho.
CURIOSIDADE
Dislexia
a) Tipos de dislexia:
• Inversão de palavras.
• Dificuldades para ler.
• Cópia de forma errada.
16 UNIUBE
Dislalia
a) Tipos de dislalia:
Disgrafia
b) Outras manifestações:
Disortografia
• Trocas de grafemas.
• Problemas de ligações lógicas e ideias.
• Problemas de concordância.
• Omissões de palavras/letras.
• Acréscimos indevidos de letras.
• Alterações na sequência de letras ou sons (prola – porta).
• Substituições de letras.
• Erros visuais.
• Erros de substituição de letras.
• Erros de inserção ou acréscimo e de omissão.
• Erros sequenciais.
Discalculia
1.2.2.3 Deficiências
Acreditamos ser necessário, para que este estudo fique mais completo,
expor as causas das dificuldades, dos distúrbios e das deficiências.
Então, vamos lá!
1.3 Causas
RELEMBRANDO
• Funções visuais:
• Funções visuais:
• reconhecimento de letras e palavras.
• Funções manuais:
• movimentos complexos;
• fala.
• Funções auditivas:
• reconhecimento de palavras;
• reconhecimento de sílabas.
IMPORTANTE!
1.3.4 Hereditariedade
Indagações como essas são naturais, mas não são produtivas. Afinal,
descobrir como uma criança veio a ter uma necessidade educacional
especial é bem menos importante do que saber como esta afeta a visão
de mundo da criança e como encontrar os tipos de apoio e auxílio de
que ela necessita.
30 UNIUBE
Na sala de aula:
Nos testes:
Deveres de casa:
IMPORTANTE!
O brincar
A socialização
Considerando todo o estudo até agora realizado, vamos agora partir para
o eixo de atuação pedagógica diante das necessidades educacionais
especiais. Iniciaremos a reflexão trazendo para o nosso texto a teoria que
Reuven Feuerstein defende: a aprendizagem mediatizada.
Distúrbio da leitura
• motivação;
• focalizar a atenção no texto;
• ver claramente as formas das letras;
• mapear as letras da esquerda para a direita com os olhos;
• sequenciar letras das palavras, palavras das frases, formando a
unidade texto;
• as formas das letras têm que ser transmitidas em sequência para o
cérebro e a posição exata no espaço;
• conseguir a compreensão da unidade texto.
UNIUBE 41
Distúrbio da escrita
Características:
Proposta de trabalho:
Boa iluminação.
Distúrbio na ortografia
Características:
Proposta de trabalho:
Distúrbio na matemática
Características:
Proposta de trabalho:
Para que o aluno avance e seja o construtor do seu saber, é preciso que
ele passe da ação mecânica e automática para situações de aprendizado/
experiência, que possibilitem a ele a selecionar e optar por meios mais
significativos de aprendizagem.
SAIBA MAIS
2º nível
1º nível
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/defmental.pdf>
UNIUBE 47
1.5 Conclusão
Resumo
Atividades
Atividade 1
1. Fase Fundação
2. Fase Transição
3. Fase Integração
4. Fase Contemporânea à atualidade
A. 1, 1, 2, 3, 3, 4, 2, 4.
B. 2, 3, 4, 1, 2, 3, 4, 1.
C. 3, 2, 1, 4, 2, 3, 4, 1.
D. 4, 3, 2, 2, 1, 1, 2, 4.
E. 4, 2, 2, 3, 1, 3, 2, 4.
Atividade 2
Atividade 3
Atividade 4
Atividade 5
Referências
ELLIS, Andrew W. Leitura, escrita e dislexia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
Introdução
É um enorme prazer estarmos juntos para dialogarmos e ampliarmos
nossos conhecimentos sobre os interesses e as necessidades de
educandos que possuem altas habilidades, superdotação e/ou
talento.
Objetivos
Após o estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
2.1 Uma breve visão histórica da superdotação
2.2 Desmitificando conceitos
2.2.1Aspectos de notável desempenho e elevada
potencialidade de crianças superdotadas e talentosas
2.2.2 Perfis individuais em relação à superdotação/talento
2.3 Identificando os mais capazes
2.3.1 Testes de inteligência (Q.I.)
2.3.2 Técnica da autoidentificação
2.3.3 observação com base em checklist
2.4 Aspectos emocionais e comportamentais das altas habilidades/
superdotação
2.5 Aspectos pedagógicos das altas habilidades/superdotação e
talentos
2.5.1 Formas de atender aos alunos superdotados/talentosos
no contexto educacional
2.5.2 Estratégias pedagógicas para a modificação do conteúdo
curricular
2.5.3 o atendimento oferecido pelas salas de Atendimento
Educacional Especializado (AEE) – salas de recurso
2.6 A superdotação, os distúrbios e as dificuldades de aprendizagem
UNIUBE 57
Como identificá-los?
SAIBA MAIS
<www.derbp.com.br/praticas_educacionais_superdotados.ppt>
Na maioria dos casos, a família alega nunca ter ensinado a criança a ler,
a escrever e a contar. Mas será que realmente nunca oportunizaram a
elas a manipulação de livros e ou algum tipo de treinamento?
60 UNIUBE
EXEMPLIFICANDO!
Prodígio: crianças que realizam algo anormal para sua idade, que
demonstram desempenho superior ao nível de um profissional adulto
em qualquer área, por exemplo Mozart que tocava piano aos três anos,
aos quatro anos, sem orientação formal, já aprendia peças com rapidez,
e aos sete já compunha e realizava apresentações.
Tipo 1 – Bem-sucedido
Tipo 2 – Desafiante
Tipo 3 – Escondido
Pode ser visto pelos outros como líder ou pode simplesmente ser
irreconhecido. Possui média escolar boa e é bem-sucedido. É necessário
desenvolver ações que proporcionem a este aluno o envolvimento com
outros superdotados, liberdade de fazer escolhas, informações sobre
universidade e carreira futura, apoio familiar, técnicas e dinâmicas de
autoaceitação.
Tipo 4 – Desistente
Para este tipo de aluno, a escola parece ser irrelevante e hostil, pois seus
interesses estão fora do currículo escolar. Sendo assim, não consegue
completar as tarefas, seu trabalho é inconsistente e, em sala de aula, fica
com o pensamento longe e se isola.
Este tipo parece estranho, bobo, não tem poder pessoal, tem baixa
autoestima, é frustrado, raivoso e nervoso. Pode apresentar dificuldade
de aprendizagem. Pode se sentir desencorajado, rejeitado, impotente e
se isolar.
Esse aluno pode negar que está tendo dificuldades e alegar que as
atividades são chatas. Demonstra trabalho inconsistente e suas notas,
normalmente, estão na média ou abaixo. É visto como incapaz e destaca-
se pelas suas produções e ações inadequadas, como uma escrita ilegível
ou trocas/omissões e distorções de letras, chegando até mesmo a ser
encaminhado ao serviço de educação especial.
Tipo 6 – Autônomo
PONTO-CHAVE
Conhecer esses alunos e tipos é importante, pois poderá servir como base
teórica para a identificação, para orientação às famílias e planejamento
educacional apropriado para o aluno superdotado/talentoso.
PESQUISANDO NA WEB
<http://www.fcee.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=cat_
view&gid=83&Itemid=91&limit=10&limitstart=0&order=hits&dir=ASC>
PARADA OBRIGATÓRIA
Por que será que Renzulli provou que os testes de Q.I. não eram
significativos para a identificação dos superdotados/talentosos?
Uma criança de sete anos faz o teste e tem uma pontuação de 160. Isso
quer dizer que ela tem 60% a mais de inteligência do que o esperado para
as crianças de sete anos.
Nos últimos anos, observou-se a ineficácia desses testes, pois, como diz
Winner (1998, p. 15):
Os testes de Q.I. medem uma estreita gama de
habilidades humanas, principalmente facilidade com
linguagem e número. Há poucas evidências de que
superdotação em áreas não acadêmicas, como artes ou
música, requeiram um Q.I. excepcional.
UNIUBE 69
• o melhor aluno;
• aquele com vocabulário maior;
• ao aluno mais criativo e original;
• ao aluno com maior capacidade de liderança;
• ao aluno com pensamento crítico mais desenvolvido;
• ao aluno com maior motivação para aprender;
• ao aluno que os colegas mais gostam;
• ao aluno com maior interesse nas áreas das
ciências;
• ao aluno que está mais avançado na escola em
relação à idade. (ANTIPOFF, 1992, p. 36)
• leitura precoce por volta dos quatro anos, ou antes, com instrução
mínima;
• fascínio por números e relações numéricas;
• memória prodigiosa para informação verbal e/ou matemática;
• frequentemente brincam sozinhas e apreciam a solidão;
• preferem amigos mais velhos, próximos a ela em idade mental;
• interessa-se por problemas filosóficos, morais, políticos e sociais;
• apresentam alto senso de humor em decorrência de habilidades
verbais.
Lavras (MG), que é uma referência no Brasil nessa área, após estudos
e pesquisas também desenvolveu e utiliza um checklist para facilitar o
processo de identificação.
O talento verbal
O talento psicossocial
Para ser considerado com este talento, é preciso que o aluno apresente
pelo menos quatro das seguintes características. observe as características
que estão em negrito, pois estas indicam capacidade de liderança:
O talento psicomotor
Para ser considerado com este talento, é preciso que o aluno apresente
as seguintes características:
SINTETIZANDO...
Com esta nova visão amplia-se o olhar que deixa de enxergar e valorizar
somente os talentos acadêmicos!
Hellen Winner (1998, p. 168) diz que embora a maioria das crianças
superdotadas sejam social e emocionalmente bem ajustadas, uma
minoria bastante substancial de superdotados de fato apresenta
problemas sociais e emocionais que se originam das consequências de
ser superdotado.
SAIBA MAIS
Mas antes, vamos refletir sobre esta fala de Albert Einstein sobre nosso
papel de educadores:
Não é bastante ensinar uma capacidade. Através dela o
indivíduo pode tornar-se uma espécie de máquina útil,
mas não uma pessoa é personalidade a não pessoa
harmoniosa. É essencial que o profissional adquira
compreensão e sensibilidade. Viva para valores... tenha
o senso de belo e o do moralmente bom. Se tal não
acontecer, com todo seu conhecimento especializado,
ele parecerá mais um animal bem treinado do que um
Ser humano (GUENTHER, 2000, p. 113).
Assim sendo, já que não queremos ser animais bem treinados e somos
seres humanos dotados de compreensão e sensibilidade, vamos
conhecer algumas propostas pedagógicas para se trabalhar com nossos
alunos superdotados e talentosos para que possamos fazer diferença em
nossa prática pedagógica.
80 UNIUBE
Será que nossas escolas sabem o que fazer com alunos com
superdotação/altas habilidades e talentos?
Assim como existe o mito com relação à vida emocional e social, existem
outros mitos com relação às crianças superdotadas e talentosas, tais como:
SAIBA MAIS
Veja, a seguir, quais são esses elementos e quais ações cada um deles requer:
A aceleração
TROCANDO IDEIAS!
O enriquecimento
EXEMPLIFICANDO!
Renzulli (2004, p. 75), sobre esta estratégia, diz que tem o objetivo de
desenvolver o conhecimento e as habilidades de pensamento, adquiridos
por meio da instrução formal, com aplicação de conhecimentos e
habilidades decorrentes da própria investigação feita pelo aluno. Tais
conhecimentos resultam no desenvolvimento de um produto criativo. Um
exemplo seria o aluno participar de um projeto que estimule seu talento e
sua área de interesse, tendo como objetivo oferecer oportunidades para
que ele aprofunde seus estudos, realize pesquisas e chegue a criar e/
ou descobrir algo novo.
A compactação do currículo
Por um bom período de tempo, foi defendida a ideia errônea de que para
ser superdotada a criança deveria ser brilhante em todas as áreas.
UNIUBE 89
CURIOSIDADE
Você sabia que Isaac Newton tirava notas baixas na escola? Que John
kennedy tinha dificuldades em soletrar e baixo rendimento na escola?
Que Thomas Edison foi mau aluno e não frequentava a escola, era
desinteressado e quem o ensinou a ler foi sua mãe?
EXPLICANDO MELHOR
EXEMPLIFICANDO!
EXEMPLIFICANDO!
Uma criança aos dois anos sabia ler, mas também apresentou grande
fascínio por números. O tempo foi passando e seu interesse por números
crescia cada dia mais. Devido a esse fato seu interesse não se estendeu
para outras áreas do conhecimento.
SAIBA MAIS
Veja que a dislexia não tem a ver com falta de inteligência. O disléxico
pode ter altas habilidades em outras áreas.
PESQUISANDO NA WEB
Caso você queira saber mais sobre pessoas famosas que apresentam
dislexia, sugerimos que acesse o site:
http://dislexia.zip.net/
Vamos iniciar esse tópico, com uma reflexão de Helena Antipoff (1946
apud FREEMAN; GUENTHER, 2000, p. 94), vejamos:
CURIOSIDADE
PONTO-CHAVE
Dramatização, teatro,
movimento, coisas para
Dançar, correr, pu-
Corporal- Por sensações construir, esportes e
lar, construir, tocar,
-cinestésica somáticas. jogos de movimentos
gesticular.
experiências táteis,
aprendizagem prática.
Em relação às
Estabelecer ob- Lugares secretos, tem-
necessidades,
jetivos, mediar, po sozinhas, projetos e
Intrapessoal aos sentimen-
sonhar, planejar, escolhas no seu ritmo
tos e aos obje-
refletir. pessoal.
tivos.
Brincar com
Acesso à natureza,
animais de esti-
Por meio da oportunidade para inte-
mação, cuidar do
natureza e das ragir com animais, ins-
Naturalista jardim, investigar
formas natu- trumentos para inves-
a natureza, criar
rais. tigar a natureza, como
animais, cuidar do
lupas e binóculos.
planeta Terra.
2.8 Conclusão
Termino aqui esta pequena reflexão sobre este tema e espero que tenha
estimulado você a aprofundar mais sobre este assunto tão fascinante que
é a educação dos alunos mais capazes.
UNIUBE 99
Resumo
Finalizando, muito pode ser feito por nossos alunos mais capazes, mas cabe
a nós, educadores, identificar, mediar, orientar para que seus talentos se
aperfeiçoem e suas capacidades cresçam e se desenvolvam, pois, como diz
Charles Schulz: “Não existe fardo maior do que um potencial não realizado”.
100 UNIUBE
Atividades
Atividade 1
Carlos é uma criança de um ano e meio que fala absolutamente tudo, canta
músicas infantis inteiras, expõe opiniões próprias e conta de 1 a 15. Mediante
essas características apresentadas por Carlos, podemos considerar que ele
é uma criança precoce, prodígio ou gênio? Justifique sua reposta.
Atividade 2
Prodígios são crianças que realizam algo anormal para sua idade, que
demonstram desempenho superior ao nível de um profissional adulto em
qualquer área. Partindo desse conceito, qual (quais) criança(s) dos casos
apresentados a seguir é (são) considerada(s) prodígio(s)?
a) Júlia tem cinco anos, aos dois, já conhecia todas as letras, todos os
números. Hoje, ela monta quebra-cabeças com facilidade e corrige
todas as pessoas ao seu redor que falam o português errado.
Atividade 3
Atividade 4
Atividade 5
Referências
Introdução
No presente capítulo você terá a oportunidade de refletir sobre a
mediação e a intervenção como forma de otimizar o processo de
ensino e aprendizagem.
Objetivos
Após o estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
3.1 A mediação pedagógica e a aprendizagem
3.2 os processos de aprendizagem
3.3 A função da intervenção pedagógica
3.4 Modificabilidade cognitiva estrutural
3.5 Intencionalidade da ação
3.6 Mediação
3.7 Prática pedagógica
3.8 os dez mandamentos da aprendizagem
3.9 Teoria e prática pedagógica
3.10 Promovendo o desenvolvimento de forma integral
3.10.1 Pressupostos teóricos de Wallon
3.10.2 O movimento e o pensamento
3.10.3 Emoção a afetividade
3.11 Postulado
3.12 Conclusão
RELEMBRANDO
IMPORTANTE!
EXPLICANDO MELHOR
COMPARANDO
IMPORTANTE!
3.6 Mediação
EXEMPLIFICANDO!
Podemos citar como exemplo o caso de uma criança que, passeando por um
roseiral, fica encantada por ver tantas rosas, de diversas cores, que sente
vontade de tocá-las (o estímulo).
EXPLICANDO MELHOR
PESQUISANDO NA WEB
Caso queira conhecer mais sobre o que Beyer (1996) explica, leia o
artigo “o método Reuven Feuerstein: uma abordagem para o atendimento
psicopedagógico de indivíduos com dificuldades de aprendizagem,
portadores ou não de necessidades educativas especiais”, para isso, acesse
o site da Associação Brasileira dos Pesquisadores em Educação Especial e
a Revista Brasileira de Educação Especial, vol. 4, disponível no site:
http://www.abpee.net/homepageabpee04_06/artigos_em_pdf/revista4nu
mero1pdf/r4_art07.pdf
Deve fazer com que ela perceba, por meio das reflexões durante todo
o processo, o seu próprio desenvolvimento potencial, elevando sua
autoestima e motivando-a para as novas aprendizagens.
118 UNIUBE
Quando dizemos partir dos interesses de seus alunos, estamos nos referindo
que se parta de algo que tenha significado para eles. Para a criança em fase
de alfabetização, a significação está relacionada ao lúdico, ao prazer de
brincar. E, para fazer a correlação entre interesse e conhecimento prévio, é
necessário que se faça uma sondagem inicial do nível de desenvolvimento
cognitivo da escrita em que se encontram os alunos. Por meio de conversas
informais, o professor terá condições de averiguar quais temas são do
conhecimento e interesse de seu grupo de alunos.
Diversificando tarefas
Ligando as aprendizagens
EXEMPLIFICANDO!
Incentivando a cooperação
EXEMPLIFICANDO!
PONTO-CHAVE
Todos nós temos que ter a clareza da importância das atividades motoras/
psicomotoras no contexto da sala de aula, principalmente com crianças da
Educação Infantil e os primeiros anos do Ensino Fundamental. O movimento
é uma atividade infantil de extrema importância para o desenvolvimento da
afetividade e da cognição.
3.11 Postulado
3.12 Conclusão
Resumo
Atividades
Atividade 1
a) ( )1–1–2–2
b) ( )1–2–1–2
c) ( )2–1–2–1
d) ( )2–1–1–2
Atividade 2
( 1 ) Intencionalidade e reciprocidade
( 2 ) Transparência
( 3 ) Significação
( 4 ) Sentimento de competência
a) ( )1–4–3–2
b) ( )1–4–2–3
c) ( )2–4–1–3
d) ( )1–3–4–2
Atividade 3
Atividade 4
Atividade 5
Referências
DANTAS, Heloysa; LA TAILLE, Yves de; OLIVEIRA, Marta kohl. Piaget, Vygotsky,
Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.
MASETTO, Marcos. Didática: a aula como centro. 4. ed. São Paulo: FTD, 1997.
Introdução
No decorrer da leitura deste capítulo, convidamos você a repensar
a importância do uso de jogos para o desenvolvimento do raciocínio
lógico-matemático na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino
Fundamental. Os jogos se constituem em estratégias interessantes
para a resolução de problemas do cotidiano, por isso o uso deles
e de materiais concretos por meio de atividades lúdicas precisa
ser compreendido por todos os educadores. Logo, proporcionar
aos educandos momentos significativos mostrando-lhes esta
vivência por meio da lógica matemática, do raciocínio, das músicas
e do uso do concreto é imprescindível.
Escravos de Jó
1 1
Jogavam o caxangá
1 1
Tira, põe
1 1
1 1 1 Observe a legenda:
Objetivos
Após o estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
• determinar a importância dos jogos na formação do indivíduo;
• estabelecer relação entre o desenvolvimento do raciocínio
lógico-matemático e a utilização dos jogos como estratégia de
aprendizagem;
• identificar o uso dos jogos como mais um recurso educacional;
• distinguir os diferentes tipos de jogos que podem ser
indicados para a Educação Infantil e os primeiros anos do
Ensino Fundamental.
Esquema
4.1 Vamos refletir sobre o ensino da matemática?
4.2 O homem e a aprendizagem do conhecimento lógico-matemático
4.3 A relação entre as fases do desenvolvimento humano e o uso
do material concreto
4.4 Há muito tempo o homem já jogava
144 UNIUBE
Pense em tudo o que você faz desde o momento em que acorda até a hora
em vai se deitar o quanto a matemática está presente na sua vida.
EXEMPLIFICANDO!
EXEMPLIFICANDO!
Outro ponto que deve ser enfocado é que, quanto mais o docente faz
uso de atividades lúdicas com a criança, mais ela é capaz de relacionar
fatos, ideias e tirar conclusões.
RELEMBRANDO
Estágio sensório-motor: nessa fase, que vai de zero a dois anos, logo após
os primeiros meses de vida, podemos observar que a criança já é capaz
de distinguir os objetos externos do próprio corpo. No ponto de vista do
desenvolvimento, irá ocorrer a organização psicológica básica em todos os
seus aspectos (perceptivo, motor, intelectual, afetivo e social). Do ponto de
vista do autoconhecimento, o bebê irá explorar seu próprio corpo, conhecer
seus vários componentes e sentir emoções e sensações. Nesse estágio, a
presença do adulto é fundamental, pois como uma criança poderá olhar e
seguir um objeto sem ninguém para sustentá-la ou acompanhá-la?
RELEMBRANDO
EXPLICANDO MELHOR
EXEMPLIFICANDO!
RELEMBRANDO
EXEMPLIFICANDO!
RELEMBRANDO
EXEMPLIFICANDO!
Se dissermos para uma criança nesse estágio que “de grão em grão, a
galinha enche o papo”, ela trabalhará com a lógica da ideia, ou seja, a
metáfora e não com a imagem de uma galinha comendo grãos.
SINTETIZANDO...
Foi registrado por alguns pesquisadores que o primeiro jogo foi inventado
por Adão. Dizem que Adão juntava as pedras e separava as mesmas por
cores. Logo, observava os pássaros que voavam e separava uma pedra
para cada cor que via nas belas aves. O processo sempre recomeçava.
No início era só ele, mas ele quis uma companhia, fez um tabuleiro e
seu pedido foi atendido. Um de costas para o outro, cada qual cobrindo
visualmente um lado e anotando as cores.
Uma crítica feita por Miranda (2001, p. 23) nos faz um alerta. O autor
comenta que no transcurso da nossa história da educação muitos autores
não defendem a união entre aprendizagem e prazer. Ele explica que “[...]
a brincadeira é boa porque é natureza pura representada pela criança.
Tornar a brincadeira um suporte pedagógico é seguir a natureza”.
EXEMPLIFICANDO!
Surge, afinal, uma dúvida: Qual foi o prejuízo que o comerciante teve nesse
complicado negócio?
UNIUBE 155
SAIBA MAIS
Sabemos que existe diferença entre “brincar por brincar” e brincar quando
se tem um objetivo a ser atingido.
Por que existe uma diferença entre a brincadeira como conduta livre e a
brincadeira como conduta lúdica?
Dia de feira
EXEMPLIFICANDO!
• Tangram
• Folha sulfite
• Giz de cera
• Tesoura
• Cola
Copiar um Tangram (veja a Figura 3) para cada criança. Você pode riscar
a figura e depois tirar cópia. Peça às crianças que pintem as diversas
partes do Tangram como preferirem, usando o giz de cera ou lápis de
cor. Depois de pintar, recortar todas as peças. Caso as crianças ainda
não trabalhem com a tesoura, o professor poderá cortar as peças (veja
as Figuras 2 e 3). Logo em seguida, peça a elas que imaginem o que
podem formar com as peças, que experimentem vários “arranjos” para,
depois, colá-las em uma folha ou cartolina. Peça a elas que completem
a colagem com desenho livre. Organize uma roda de conversa com
todos os alunos para que os trabalhos sejam socializados. Você também
poderá montar uma exposição ou mural com eles.
Figura 2: Tangram.
UNIUBE 159
EXEMPLIFICANDO!
Vale ressaltar que Jean Piaget cita, em diversas de suas obras, fatos
e experiências lúdicas aplicados em crianças e deixa transparecer,
claramente, seu entusiasmo por esse processo. Para ele, os jogos não
são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia
das crianças, mas o meio que enriquece o desenvolvimento intelectual.
RELEMBRANDO
SINTETIZANDO...
Para Borges (2003), resolver problemas e fazer contas são dois desafios
diferentes, pois desconhecer a técnica de se fazer cálculos escritos não
significa, em absoluto, não saber raciocinar e, muito menos, que não se
consiga encontrar estratégias para resolver problemas.
Como desvantagens, ele cita: quando os jogos são mal utilizados, existe
o perigo de dar ao jogo um caráter puramente aleatório, tornando-se um
“apêndice” em sala de aula. Os alunos jogam e se sentem motivados
apenas pelo jogo sem saber por que jogam; o tempo gasto em atividades
de jogo em sala de aula é maior e, se o professor não estiver preparado,
pode existir um sacrifício de outros conteúdos pela falta de tempo; as
falsas concepções de que se devem ensinar os conceitos através de
jogos. Então as aulas se transformam em verdadeiros cassinos, também
166 UNIUBE
EXEMPLIFICANDO!
O meu chapéu tem três pontas/ Tem três pontas o meu chapéu...
Coelhinho da páscoa/ Que trazes pra mim/ Um ovo, dois ovos/ Três ovos assim...
A galinha do vizinho/ Bota ovo amarelinho/ Bota um, bota dois/ Bota três,
bota mil... Um, dois/ Feijão com arroz/ Três, quatro/ Feijão no prato...
Jogos como amarelinha, peteca, pular corda, Maria Viola, entre outros,
dão a oportunidade de trabalharmos com as crianças diversas habilidades
ao mesmo tempo.
EXEMPLIFICANDO!
Maria Viola
Uma criança, de costas para o grupo, joga uma bola pequena, que deverá
ser pega e escondida, com as mãos para trás, ao que todos dizem: Maria
Viola, com quem está a bola? Ela deverá adivinhar. Acertando, joga
novamente. Errando, será a “Maria Viola” quem estiver com a bola.
EXEMPLIFICANDO!
c) Passar anel
3. Atividades neuropsicomotoras
d) Cabra-cega complexas envolvendo todas as
áreas do desenvolvimento.
2. Atividades de coordenação motora
geral, equilíbrio, coordenação espaço- a) Pique-esconde
temporal coordenação visomotora, lateri-
dade, estimulação sensorial. b) Amarelinha
Agora, podemos perceber que dez barras com dez unidades cada
correspondem a uma placa com cem unidades (veja a Figura 10).
174 UNIUBE
E, finalmente, com dez placas com cem unidades cada uma, podemos
representar o “cubão” com mil unidades (veja a Figura 11).
Com o uso de materiais concretos fica mais fácil trabalhar com medidas
de proporção e semelhança de objetos em um estágio mais avançado.
Alguns materiais podem ser fabricados pelo próprio professor ou mesmo
pelo aluno. Podem ser de madeira, papelão ou outro material que dê o
efeito desejado.
Aqui estão alguns recursos que podem ser utilizados para aplicação de
conceitos matemáticos. Podemos trabalhar com o conceito de fração com
blocos de madeira (veja a Figura 16).
UNIUBE 177
Comentário: Primeiro vão os dois filhos juntos, 30 e 50 kg; fica uma criança
e volta a outra, ficando do outro lado aguardando; vai o pai e atravessa;
volta um filho e busca seu irmão, ficando todos do outro lado e atingindo o
objetivo de ter todos atravessado o rio sem que o barco tenha se afundado,
pois não houve sobrecarga de peso.
Caixa mágica
Ângulo
Aresta
Segmento de reta
comum a duas
faces em sólido
geométrico. Figura 18: Caixa mágica.
Vértice
Dominó da multiplicação
Ponto comum de
lados e de arestas.
O dominó é um jogo que propicia a percepção do
uso concreto da tabuada, de maneira divertida
(Figura 19). É ainda um momento precioso de socialização com as crianças
dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
UNIUBE 179
4.9 Conclusão
Resumo
se dissociam, pois por meio dos jogos e das atividades lúdicas ocorre
o caminho perfeito para a construção do processo de formação do
raciocínio lógico-matemático.
Atividades
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 3
Atividade 4
Atividade 5
Seja criativo e aponte uma sugestão. Escolha uma poesia que você
conhece ou pesquise, enfim, registre-a, mudando o poema, usando
termos matemáticos.
Referências
REIS, Sílvia Marina Guedes dos. 150 ideias para o trabalho criativo com
crianças de 2 a 6 anos. 3. ed. Campinas: Papirus, 2004.
Introdução
Este capítulo perfaz um rápido percurso por alguns tópicos
essenciais para a compreensão do que venha a ser alfabetização
matemática. Em um primeiro momento, estudaremos a relação
entre alfabetização e alfabetização matemática, envolvendo
alguns questionamentos: o que é estar alfabetizado? E estar
matematicamente alfabetizado? Você terá a oportunidade de
perceber o quão abrangente é a alfabetização matemática.
Objetivos
Após o estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
5.1 Alfabetização matemática: um estudo em prol do desenvolvimento
infantil
5.1.1 Raciocínio lógico-matemático e construção do conheci
mento
5.2 A construção do conceito de número
5.2.1 A construção do conceito de número: número, numeral e
algarismo
5.2.2 Representações sobre números: estruturas lógico -
-matemáticas
UNIUBE 189
PESQUISANDO NA WEB
Caso queira saber mais sobre a etnomatemática, sugerimos que leia o texto
“o programa etnomatemática: história, metodologia e pedagogia”. Esse artigo
esclarece acerca da matemática que precisamos estudar hoje.
<http://vello.sites.uol.com.br/ubi.htm>
Se x + 3 = 8, então x = 5.
Se uma circunferência possui 360º, uma
semicircunferência possui 180º.
Sobre isso, Machado (1994, p. 15) registra que “estudar Matemática pode
ser um permanente exercício de Lógica. Em Matemática, cada afirmação
que fazemos, por mais complicada que pareça, pode sempre ser
justificada a partir de outras mais simples, encadeadas adequadamente”.
Com relação à Matemática, existe uma dualidade que deve ser levada
em conta:
194 UNIUBE
SAIBA MAIS
doces e minha irmã ganhou cinco doces”, então, ela ganhou dois
doces a mais que eu; a criança está executando um pensamento
lógico-matemático, já que estabeleceu uma relação entre as
quantidades de doces.
EXEMPLIFICANDO!
Ocorre, então:
Ainda conforme kamii (1996), após ter feito a distinção entre a abstração
reflexiva e a empírica, Piaget afirmou que os tipos de abstração
dependem um do outro. Por exemplo, a criança não poderia construir a
relação diferente se não pudesse observar propriedades de diferenças
entre os objetos.
IMPORTANTE!
Foi com base na teoria de Piaget, nessa construção interna que a criança
faz para adquirir o conhecimento lógico-matemático, que surgiu o termo
s=construtivismo.
SINTETIZANDO...
Uma delas diz respeito ao tempo em que a criança precisa para vencer
um estágio e alcançar o estágio seguinte de desenvolvimento. Piaget
200 UNIUBE
IMPORTANTE!
Decorre daí uma ideia que vem se solidificando nos últimos anos: a da
preocupação com a contextualização do ensino.
SAIBA MAIS
o que é número?
O brasileiro, por sua vez, diria que possui “sete animais” ou também
utilizaria o algarismo 7 – do sistema de numeração indo-arábico – para
escrever o numeral “7”.
Figura 10: Conjunto de vegetais II. Figura 11: Conjunto de vegetais III.
Fonte: Acervo EAD – Uniube. Fonte: Acervo EAD – Uniube.
UNIUBE 219
Nesse caso, a criança deverá analisar o grupo formado por outra pessoa
e descobrir quais critérios foram adotados para formá-lo.
As crianças ouvem uma pergunta diferente da que foi feita porque, uma
vez que elas “separaram”, “classificaram” mentalmente o todo (animais)
em duas partes (gatos e cachorros), a única coisa sobre as quais podem
pensar são as duas partes. “Para elas, naquele momento, o todo não
existe mais. Elas conseguem pensar sobre o todo, mas não quando estão
pensando sobre as partes. Para comparar o todo com uma parte, a criança
tem que realizar duas operações mentais ao mesmo tempo – cortar o todo
em duas partes e recolocar as partes juntas formando um todo”.
Para que possa realizar esta operação, Kamii (1996, p. 23) diz ser
necessário que o pensamento da criança se torne flexível o bastante
para ser reversível.
2. Correspondência serial.
3. Desenhar as séries.
Assim, mesmo que aparentemente não faça muito sentido dar nome a uma
série e dizer como ela foi construída. Esse processo auxilia na aquisição de
uma importante estrutura.
o o o
• a transformação do girino em sapo: 1 dia, 2 dia, 3 dia...
• a lagarta que vira borboleta;
• as fases da lua;
• as aulas de Inglês, Espanhol ou outras, também podem contribuir
ao trabalhar os dias da semana, a sequência numérica, os meses
do ano etc;
• questionamentos diversos, como: “Há mais meninas ou meninos?”,
“Há mais meninas ou crianças?”;
• blocos lógicos, Barrinhas de Cuisinare, materiais confeccionados
com papel-cartão, cartolina etc.
Diante de dois conjuntos de doces (Figura 24), cada um com seis, sendo um
deles apresentado em fila, um doce encostado no outro, e o outro também
em fila, mas com espaço maior entre os doces, as crianças que ainda não
conservam, dizem que a segunda fila tem mais doces que a primeira.
RELEMBRANDO
b) Noção de reversibilidade
Para Kamii (1996), é bom que a criança aprenda a contar, ler e escrever
numerais, mas é muito mais importante que ela construa a estrutura
mental de número. Se a criança tiver construído esta estrutura terá maior
facilidade em assimilar os símbolos a ela. Se não a construiu, toda a
contagem, leitura e escrita de numerais será feita apenas de memória,
ou seja, decorando.
Agora responda:
5.4 Conclusão
Bom trabalho!
Resumo
Atividades
Atividade 1
Atividade 2
Estruturas lógicas:
I. Correspondência ( )
II. Classificação ( )
III. Seriação ( )
IV. Conservação ( )
V. Inclusão ( )
244 UNIUBE
Justificativas:
Atividade 3
Atividade 4
Atividade 5
Referências
GROSSI, Esther Pillar. (org.). Por que ainda há quem não aprende?
A teoria. 2. ed. Petrópolis: [S.n], 2003.
Introdução
Visando possibilitar a ampliação e a formação do conceito de
número, do nosso aluno, trataremos, neste capítulo, de como as
crianças compreendem sistemas de numeração e as implicações
que tais percepções trazem para a sala de aula. Assim, o sistema
de numeração decimal é visto sob a perspectiva de como as
crianças o entendem e da abordagem a ser realizada pelo
professor. Muito próxima dos sistemas de numeração está a ideia
de adição. Entramos então no domínio das operações aritméticas.
Objetivos
Após o estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
6.1 Alfabetização matemática: ampliando nossos estudos
6.1.1 Sistemas de numeração
6.1.2 Como é que as crianças entendem sistemas de
numeração?
6.1.3 Sistemas de numeração na sala de aula
6.2 Aritmética e PCNs: os campos conceituais
6.2.1 Campo aditivo
6.3 Campo multiplicativo
6.3.1 Estruturas multiplicativas
6.3.2 PCNs e campo multiplicativo
UNIUBE 251
• números e operações;
• espaço e forma;
• grandezas e medidas; e
• tratamento da informação.
RELEMBRANDO
O nosso sistema possui uma estrutura de base que traz inúmeras vantagens.
Por exemplo, a estrutura possibilita que a criança gere nomes de números
em vez de memorizá-los todos mecanicamente. Precisamos, apenas,
lembrar de uns poucos nomes de números. Sabendo de um a nove e o
vinte, por exemplo, é fácil continuar: vinte e um, vinte e dois, vinte e três, e
assim por diante.
três centenas = 3.100 (três vezes o cem), quatro dezenas = 4.10 (quatro
vezes o dez) e oito unidades. Podemos escrever este mesmo número como
potências de dez:
Um algoritmo pode
ser entendido O foco do trabalho do professor passa a ser a
como um conjunto construção do conceito de número e do sistema
de regras, uma
sequência de de numeração em conformidade com o modo
procedimentos como as crianças constroem esse conhecimento.
mecânicos ou
ainda os passos Até então, esse foco era centrado em facilitar a
necessários para operacionalização, por meio dos algoritmos
realizar uma tarefa.
Nesse caso são como da soma e da subtração e, por isso mesmo,
utilizados para se extremamente mecanizado.
chegar ao resultado
de uma operação
aritmética. Quem nunca ouviu falar do famoso “quadro valor
de lugar”? Inevitavelmente passamos por ele. Pois
UNIUBE 253
IMPORTANTE!
Por que não romper esta “barreira” e começar por onde as crianças
apresentam maior facilidade, que é nas dezenas e centenas exatas?
Depois de aprenderem como se escrevem estas dezenas, centenas
e até mesmo milhares, as crianças se apoiarão neste conhecimento
para escreverem os numerais que faltam nos intervalos. Nesse caso, é
fundamental que a criança manipule diferentes materiais que contenham
números:
EXEMPLIFICANDO!
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
91 92 93 94 95 96 97 98 99 100
EXEMPLIFICANDO!
PONTO-CHAVE
EXEMPLIFICANDO!
Pode ser que você se pergunte: e o que isso tem a ver comigo?
RELEMBRANDO
Números racionais: também não têm início nem fim, existe o infinito positivo
e o negativo, só que aparecem também aqueles números que estão “no
meio”, entre um inteiro e outro, que são frações ou decimais (exatos ou que
formam dízima periódica). Até o 5 o ano/4 a série, trabalhamos apenas com
números positivos (Figura 4).
Exemplos:
A+B=?
Aqui temos o todo e uma das partes. Para saber a outra parte, é
necessário subtrair a parte conhecida do todo: 26 – 12 = 14.
?+B=T
A+?=T
DICAS
Exemplos:
a) No início do ano, Bárbara media 1,60 cm. Durante o ano ela cresceu
4 cm. Qual a sua medida ao final do ano (Figura 5)?
b) No início do ano Bárbara media 1,60 cm. Ao final do ano, ela estava
medindo 1,64 cm. Quantos centímetros ela cresceu este ano (Figura 6)?
270 UNIUBE
Ao final de um ano, Bárbara mediu 1,64 cm. Sabendo que ela teve um
crescimento de 4 cm, qual era sua medida no início deste ano (Figura 7)?
As figurinhas de Pedro são referido. Quantas ele tem a mais que Marcos
é a relação (+ 6) e as figurinhas de Marcos é o referente. Quantos mais
6 é igual a 24? É só fazer 24 – 6 = 18. Representamos pela imagem
descrita na Figura 9:
Situação problema
I) Protótipos:
Nos protótipos, encontramos as primeiras ideias que as crianças
desenvolvem com relação à adição e à subtração. Na primeira fase do
desenvolvimento da compreensão da adição e da subtração, segundo
Piaget, as crianças usam seus esquemas de ação apenas de maneira
direta e independentemente um do outro. o que quer dizer que não
estabelecem relações entre os esquemas de juntar e separar. Assim
os protótipos envolvem situações nas quais o todo é desconhecido.
São problemas ditos diretos. Reconhecer a relação inversa que existe
entre adição e subtração é necessário para que possam atingir uma
compreensão mais avançada destas operações. O contato com variadas
situações de adição/subtração é que lhes permitirá construir esta relação
(NUNES et al., 2002).
b) Ester tinha 5 reais. Comprou um picolé por 1 real. Quantos reais tem
agora?
II) 1ª Extensão:
A primeira extensão abrange problemas de composição com parte
desconhecida e de transformação com a transformação desconhecida.
Esses problemas também podem ser chamados de inversos já que
implicam na necessidade da compreensão da adição e subtração como
operações inversas. Observe os exemplos:
UNIUBE 277
Com crianças dos anos iniciais é preciso cuidar para que, ao promover
a transformação, o resultado final não seja menor que o inicial, já que
um total negativo (menor que zero) talvez não faça sentido. Este cuidado
vale para todas as situações-problemas em que tal fato seja possível.
Veja que a palavra ganhou induz à adição e, neste caso, utilizamos uma
subtração para encontrar o resultado.
III) 2ª e 3 ª Extensões:
IV) 4ª Extensão:
b) Soninha tinha alguns lápis de cor em seu estojo. Sua mãe lhe deu mais
12. Agora ela tem 22. Quantos lápis ela tinha antes?
Exemplos:
Para resolver este problema, o aluno precisa primeiro saber o total das
despesas – composição final positiva (154,60 + 45,08 = 199,68) e, em
seguida, efetuar uma comparação entre o dinheiro disponível e o total
das despesas (208,60 – 199,68 = 8,92) para verificar que será possível
pagar as contas e ainda sobrar.
Para saber o troco, é necessário que o aluno saiba o custo total do lanche
– composição final positiva (1,50 + 1,00 + 0,30 = 2,80). Após, efetue uma
transformação final negativa: 5,00 – 2,80 = 2,20. Logo, o troco será de
R$ 2,20.
Primeiro: o pai tinha R$ 624,00, gastou uma certa quantia e ficou com
R$ 582,30 (transformação intermediária negativa).
624,00 – ? = 582,30
Terceiro: para saber quanto tem no banco podemos subtrair o gasto total
(R$ 90,30) do saldo inicial (R$ 624,00) – transformação final negativa –
ou subtrair R$ 48,60 do supermercado no saldo parcial de R$ 582,30
– transformação final negativa.
PESQUISANDO NA WEB
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000346.pdf>
Nas situações aditivas, o todo é obtido pela soma das partes, sendo estas
partes grandezas ou quantidades de uma mesma natureza. A soma de 5
laranjas e 4 bananas só é possível porque laranjas e bananas são frutas.
o resultado desta soma resulta, portanto, em 9 frutas.
UNIUBE 283
I) Isomorfismo de medidas
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Além disso, ao contrário das situações com campo aditivo em que existe
certo consenso entre a nomenclatura e a classificação de suas estruturas,
no campo multiplicativo tal fato não ocorre. Assim sendo, adotaremos os
Parâmetros Curriculares Nacionais – 1ª a 4ª série (1997), como referência
em nossos estudos.
PESQUISANDO NA WEB
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro03.pdf.>
Pelo que já estudou sobre os PCNs, você já sabe como eles são importantes
para o professor!
a) Pedro tem R$ 5,00 e Lia tem o dobro dessa quantia. Quanto tem Lia?
(resolvemos com multiplicação)
b) Pedro tem R$ 5,00 e Lia tem a metade dessa quantia. Quanto tem
Lia? (divisão)
c) Marta tem 4 selos e João tem 5 vezes mais selos que ela. Quantos
selos tem João? (multiplicação)
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
IMPORTANTE!
6.4 Conclusão
Resumo
Atividades
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 3
Atividade 4
Atividade 5
A. I, II, e III;
B. II e IV;
C. I e II;
D. I e III.
Referências
GROSSI, Esther Pillar. (org.) Por que ainda há quem não aprende?:
A teoria. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
SMOLE, kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez. Ler, escrever e resolver problemas
– Habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001.
Introdução
Caro leitor, você já pensou o quanto a nossa relação com o mundo
é uma relação de interdependência? Ou seja, necessitamos
permanentemente uns dos outros e convivemos em um processo
incessante de interações que são fundamentais para o nosso
desenvolvimento biopsicossocial.
Ainda:
EXPLICANDO MELHOR
SAIBA MAIS
EXPLICANDO MELHOR
Objetivos
Após o final do estudo deste capítulo, esperamos que você seja
capaz de:
Esquema
7.1 Relembrando: a relevância do social para Wallon, Vygotsky
e Piaget
7.1.1 A relevância do social para Wallon
7.1.2 A relevância do social para Vygotsky
7.1.3 A relevância do social para Piaget
7.2 Moral e ética: conceitos historicamente construídos
7.2.1 A construção da moralidade sobre a teoria piagetiana:
retomando e avançando essa reflexão
7.2.2 Aprofundando a reflexão sobre o papel do professor
no desenvolvimento moral do aprendiz, na perspectiva
piagetiana
UNIUBE 303
Como você já deve ter lido, em diversos textos e outros capítulos, o ser
humano é um ser social. Para o filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322
a.C.), o homem é um ser político, ou seja, um ser de relações (Figura 2).
Quais são as pessoas com as quais você mais se identifica? Por quê?
RELEMBRANDO
PONTO-CHAVE
Certamente por meio da leitura deste estudo, você percebeu que para
estes três autores o social é fundamental para o desenvolvimento
humano em todos os seus aspectos, abrangendo desde a construção
da identidade até a humanização.
UNIUBE 309
Nesta mesma ótica, que reconhece o aspecto social como condição para
o desenvolvimento humano, veremos, a seguir, a construção histórica
do conceito de moral e de ética e, posteriormente, a construção do juízo
moral na perspectiva de Jean Piaget.
PONTO-CHAVE
Sendo assim, não é possível ser moralmente autônomo sem ser capaz
de realizar as operações mentais de conservação, reversibilidade,
descentração de pensamento e lógica hipotética dedutiva. Por isso,
iremos rever brevemente as principais características de cada estágio
do desenvolvimento cognitivo, lembrando que eles possuem um caráter
integrativo, ou seja, as estruturas de um nível inferior encontram-se
integradas ao nível posterior.
RELEMBRANDO
RELEMBRANDO
RELEMBRANDO
RELEMBRANDO
RELEMBRANDO
IMPORTANTE!
RELEMBRANDO
Por volta de dez, onze anos, a criança já pode ser capaz de conceber a
si mesma como possível sujeito no universo moral, passível de, mediante
relações de reciprocidade, estabelecer e defender novas regras.
• A obediência
A obediência, neste período, é ativa e está vinculada ao respeito mútuo.
Na teoria piagetiana, a criança supera a heteronomia como obediência a
um dever pré-estabelecido, adequadamente desafiada e convivendo em
ambiente de cooperação pode conquistar a autonomia moral, em que o
bem é agora concebido como um acordo racional mútuo entre as partes
ou os envolvidos.
• A coerção e a colaboração
• As sanções ou castigos
PARADA OBRIGATÓRIA
SINTETIZANDO...
7.3 Conclusão
Resumo
Atividades
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 3
Atividade 4
Leia:
Se “o convívio social permitir relações simétricas de cooperação (o fazer
junto...), a autonomia moral torna-se possível” (La Taille, 2006, p. 16).
328 UNIUBE
Atividade 5
Referências
______. Moral e Ética: Dimensões intelectuais e afetivas. Porto Alegre: Artmed, 2006.
UNIUBE 329